4 REPRESENTACAO DOS FEN oO} Try DEMOGRAFICOg MENOS ery 1937, ap da Costa cumentagio Histories cas Municipals, A divisio territorial comum. baseada, como frequentemente ocorre, em necessidades politicas. eleitorais ou outras igualmente ar- tificiais, é, como bem sabem os estudiosos de assuntos demograficos, muito pouco satisfatoria para a apreciacio mais aprofundada dos problemas da populagéo. Na analise dos grupos totais essas bar- réiras no representam obstaculos insuperaveis porque o fim visado éa caracterizago do proprio grupo como unidade, mas no estudo ecologico das relagdes de determinados fenomenos com © caracter geografico do “habitat” ou com os concomitantes sociais € economt- cos de certas partes do grupo, o artificio das subdivisoes constitue seria dificuldade. Um simples exemplo demonstrara melhor a vera- cidade da afirmativa. Em estudo efetuado pela subdivisto de Do- cumentacfio Social e Estatisticas Municipais, em que se procuro® evantar a planta objetiva da Avenida Pedro I, para a ee ta densidade da populagdo local, evidenciou-se de modo pilpere Me ue acabamos de observar. © mapa levantado oleae aaa Es A dados d. : -ritais deu uma ideia falsa da realidade. # d las unidades distritais deu w vessa um distri- iulgar pelo que nos mostra, a Avenida Pedro ae ‘inalmente, ° densamente povoado, outro de eeuiar den No entanto, 2 'm terceiro parcamente habitado (Grafico 1).214 REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL ——_—_—_—_O —wOO000 +“ planta levantada pelos dados dos quartelrdes revela UE ambos o¢ lados da avenida em questio sfo quasi completamente inhabit, i dos (Grafico II). Muitos fenomenos socizis no séo susceptiveis de observagg, {Zo rapida e evidente. Sua descoberta depende, em maior gray, da exatidio das medidas ¢ da definicio da unidade territorial “4 proporgio de crianeas em idade escolar ow a. de estrangeiros, coeficiente de nascimentos ¢ obitos, 0 nimero de liomens de anutheres na populagéo, ete., variam muito de um quarteirio pa. ra outro nos centros urbanos modernos. Uma analise inteligente e proveitosa desses dados, para o fim de revelar os fatores que realmente Ihes determinam a incidencia, precisa basear-se em uni- dades territoriais que reflitam suas caracteristicas verdadeiras, Em alguns paises os estudos pormenorizados dos dados dos recenseamentos fazem-se através de divisdes arbitrarias, institu. das para fins administrativos. Na realidade tais divisées, tal qual- mente as nossas divisdes politicas, em pouco ou nada correspon- dem 4 distribuigio dos fenomenos sociais; entretanto, sendo me- hores, apresentam sempre uma probabilidade de representagéo mais fiel, manuseando-se, ainda, mais facilmente. Como quer que seja em Sao Paulo nfo existiam semelhantes divisdes e as unidades territoriais dos recenseamentos eram os proprios di: tritos de paz, unidades politicas, mal definidas e heterogeneas. Mas acontece que, por ocasiio da criagiio do Departamento de Cultura, em 1935, um recenseamento estadual vinha sendo elabo- rado, relativo a dados colhidos no ano anterior. Gracas 4 coope- ragao dedicada da Comissio Central de Recenséamento e sem 0 aumento de despesa que semelhante orientac%o: acarretaria em condigdes diversas, tornou-se possivel a obtencio dos da- dos demograficos referentes 4 Capital, por quarteirdes e faces de quarteirao, -unidades menores, naturais, quasi imutaveis e de gran- de homogeneidade. Um tal manancial de informagées assim ordenadas fornece, 2 quem deseje estudar intensamente os fenomenos sociais, uma ba- Se segura para a descri¢fio das condligées: exatas da poptilagio, em confronto com a distribuico ecologica de outros fenomenos. Mas havia ainda em Sao Paulo.um motivo especial para ana- hisar por quarteirdes os questionarios dos recenseamentos: as fre- quentes modificagdes a que tém sido sujeitas as divisdes territo- riais politicas: Era praticamente impossivel estabelecer a orga- nizagio dos dados na base de unidades arbitrarias pequenas, @ 35 estatisticas de épocas diversas, diante das alteragées ocorridas €GRAFICO_1, —L DENSIDADE DA popuLacdo DOR DISTRITO NA ZONA DA AVENIDA DOM PEDRO 1 Tea prsvats/acraney “os rssh faeiane Ce ptssonh nee) LEGENDA : INTENSIDADE POR HECTARE (7 ANOS INSIOHIFICANTES 10-19 PESSOAS/ HECT,| Y