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22 hh SENADO FEDERAL Consultoria Legislativa NOTA INFORMATIVA N° 2.628, DE 2019 Referente & STC n° 2019-06263, do Gabinete da Lideranga do Rede Sustentabilidade, que requer anélise do Decreto n° 9.797, de 21 de maio de 2019, que altera o Decreto n° 9.785, de 7 de maio de 2019, que regulamenta a Lei n° 10,826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a aguisigéo, 0 cadastro, o registro, a posse, 0 porte ea comercializagdo de armas de fogo e de munigo e sobre o Sistema Nacional de Armas e 0 Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, e 0 Decreto n° 9.607, de 12 de dezembro de 2018, que institui a Politica Nacional de Exportagao ¢ Importagao de Produtos de Defesa A demanda esta vazada nos seguintes termos: “Os senadores Randolfe Rodrigues e Fabiano Contarato requerem anélise técnica independente desta eminente Consultoria Legislativa, com urgéncia, no prazo de 1(um) dia, a respeito da eventual subsisténcia dos extravasamentos aos poder regulamentar apontados na Nota Informativa n° 2,290, de 2019, quanto ao Decreto n° 9.785, de 7 de maio de 2019, em vista da sua superveniente modificagao, na data de hoje, 22/05/2019, pelo Decreto n° 9.797, de 21 de maio de 2019, especificamente no que pertine a expanso do porte de armamento de fogo por meio infralegal.” Em anexo 4 solicitagdo, 0 Gabinete encaminhou arquivo contendo o texto da mencionada Nota Informativa n° 2.290, de 2019. —_-— Senado Federal~ Praga dos Tits Poderes CEP 7016S-900 ~ Brasilia DF "Tlefone +55 (61) 3303-4 Preliminarmente, esclarecemos que aquela Nota Informativa foi feita em cardter de urgéncia, conforme foi nela consignado: “Trata-se de um decreto extenso e repleto de remissdes leg: raziio pela qual uma andlise criteriosa demandaria muitas horas de trabalho, tomando impossivel atender a demanda com a urgéncia requerida. Demais disso, a matéria diz respeito a rea de Seguranga Pablica, o que refoge A drea de atuago destes Consultores, que se restringe a Direito Penal, Processual Penal Penitenciario. N&lo obstante, como forma de melhor atender a demanda, entramos em contato com o Gabinete da Lideranga do Rede Sustentabilidade, que, reconhecendo as dificuldades acima mencionadas, passou a orientagao no sentido de que deveriamos nos ater A questo do porte de arma de fogo.” Em trabalhos elaborados posteriormente, em atendimento a consultas sobre a mesma matéria, foi possivel fazer uma analise mais detida do Decreto n° 9.875, de 2019, razio pela qual reproduzimos, no essencial, trechos da Nota Informativa n° 2.731, de 2019, que serviré de base para a anélise das modificagdes promovidas pelo novel Decreto n° 9.797, de 2019: de-w2019-06263 Il - ANALISE DO DECRETO N° 9.785, DE 7 DE MAIO DE 2019 IL.1- Porte de Arma de Fogo Adentrando na andlise dos dispositivos do Decreto que tratam do porte de arma de fogo, ¢ importante ressaltar, preliminarmente, que 0 caput do art. 6° da Lei n® 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento) veda, como regra geral, o porte de arma de fogo em todo o territ6rio nacional. Entretanto, em seus incisos so elencadas algumas categorias e entidades que poderdo, em cariter excepcional, obter 0 porte de arma de fogo, segundo as regras estabelecidas no Estatuto do Desarmamento. Por sua vez, de forma completamente independente a0 que dispée o art. 6°, o Estatuto do Desarmamento, no art. 10, permite a concessio de autorizagao de porte de arma de fogo de uso permitido pela Policia Federal, apés a autorizagaio do Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Tal autorizagio poder ser concedida com eficécia temporaria ¢ territorial limitada e dependerd de o requerente: i) demonstrar a sua efetiva necessidade por exercicio de atividade profissional de risco ou de ameaga & sua integridade fisica; ii) atender as exigéncias do art. 4° do Estatuto do Desarmamento'; & iii) apresentar documentagao de propriedade de arma de fogo, bem como 0 seu devido registro no érg&o competente. Saliente-se que os arts. 6° e 10 do Estatuto do Desarmamento nfo se comunicam. Assim, as entidades e categorias previstas no caput do art. 6° nfo necessitam cumprir os requisitos previstos no § 1° do art. 10, como por exemplo o de “efetiva necessidade”, Por sua vez, a autorizagiio de porte de arma de fogo do art. 10 poderd ser concedida para toda e qualquer pessoa, independentemente de estar elencada no rol do art. 6°, bastando para tanto cumprir os requisitos previstos no § 1° do préprio art. 10. Ademais, para algumas categorias previstas no art. 6°, como por exemplo os integrantes das forgas armadas (art. 6°, 1), possibilitado 0 uso de arma de fogo de uso restrito (vide Decreto n° 9.493, de 5 de setembro de 2018”). Por sua vez, a pessoa que pleitear 2° 10.826, de 2003. ‘Art. 4° Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado devers, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requistos: 1 comprovasio de idoneidade, com a apresentagdo de certiddes negativas de antecedentes criminais fomecidas pela Justiga Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de nfo estar respondendo a inguérito policial ‘ou a processo criminal, que poderto ser fornecidas por meios eletrénicos; 1 —apresentagio de documento comprobatério de ocupacdo licta ¢ de residéncia certa; IIL — comprovago de capacidade técnica ¢ de aptiddo psicolégica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei § 1°0 Sinarm expediré autorizagSo de compra de arma de fogo apes atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente ¢ para a arma indicada, sendo intransferivel esta autorizagao. § 2° A aquisigo de munigd0 somente poderd ser feita no calibre correspondent & arma registrada e na uantidade estabelecida no regulamento desta Lei, (Redagdo dada pela Lei n® 11.706, de 2008) §3° A empresa que comercializar arma de fogo em terrtério nacional ¢ obrigada a comunicar a venda & autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as caracteristicas da arma e cépia dos documentos previstos neste artigo. 4° A empresa que comercializa armas de fogo, acessérios © munig8es responde legalmente por essas rmercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto nao forem vendidas. {§5° A comercializagao de armas de fogo, acessérios e munigBes entre pessoas fisicas somente seré efetivada mediante autorizago do Sinarm. § 6° A expedigo da autorizagio a que se refere © § 10 serd concedida, ou recusada com a devida fandamentago, no prazo de 30 (trinta) dias Geis, a contar da data do requerimento do interessado. {§ 7° O registro precario a que se refere o § 4° prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos 1, Il € IM deste artigo. § 8 Estaré dispensado das exigéncias constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a pportar arma com as mesmas caracteristicas daquela a ser adquiri 7 http://www planalto. gov br/ccivil 03/ Ato2015-2018/2018/Decreto/D0493,hun de-fw2019-06263

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