3 Processos de produção, estocagem e manuseio do asfalto (CAP)
4 O CAP e os ligantes asfálticos existentes no mercado 5 Consumo brasileiro de CAP 6 Oxidação ou envelhecimento do CAP 2 1 Introdução 1.1 Utilização do asfalto O asfalto é um dos mais antigos materiais de construção usados pelo homem. No passado remoto (ou distante), tem-se que: a) A arca de Noé foi calafetada (ou impermeabilizada) com asfalto a mais de 2440 anos A.C.; ...Deus falou com Noé: “Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos, e calafetarás a arca com betume (ou asfalto) por dentro e por fora”. Gênesis cap. 6, e vers. 14. b) Os assírios empregavam asfalto como argamassa em seus palácios e estradas. O grande Império Assírio se estendia do Irã ao Egito, e durou de 883 A.C. a 612 A.C.; e c) Na América Central, os astecas utilizavam asfalto na construção de suas estradas. A civilização asteca se situava no México e durou de 1325 D.C. a 1521 D.C.. O asfalto é um produto derivado do petróleo, e o marco inicial da indústria do petróleo é o ano de 1859, quando o coronel americano Edwin L. Drake encontra petróleo ao tentar cavar um poço artesiano no estado da Pensilvânia (EUA). A Figura 1.1 mostra a localização e o potencial das 20 (vinte) principais reservas de petróleo do mundo, baseado em dados de 2009. OBS(s). i) A Figura 1.1 não considera as reservas brasileiras localizadas na bacia de Tupi no litoral de Santos em São Paulo; As reservas petrolíferas da bacia de Tupi são estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris de petróleo; e ii) 1 barril é, aproximadamente, igual a 159 litros. A Figura 1.2 ilustra o potencial das 15 (quinze) principais reservas de petróleo do mundo, em bilhões de barris de petróleo, baseado em dados de 2011. A descoberta de jazidas de petróleo é algo dinâmico, verifica-se que com base nos novos dados de 2011, a Venezuela passou a ocupar o primeiro (1.o) lugar no ranking das reservas e, também o Canadá que estava em décimo segundo (12. o) lugar passou a ocupar o terceiro (3.o). As primeiras pavimentações asfálticas no Brasil datam de 1908, e ocorreram em ruas do Rio de Janeiro com asfalto importado de outro país. O asfalto atualmente é utilizado: a) Como material de construção de pavimentos; b) Como material de impermeabilização de obras de engenharia; c) Como material na fabricação de tintas; e d) Etc. 3 Figura 1.1 - Localização e potencial das 20 (vinte) principais reservas de petróleo do mundo (dados de 2009) Figura 1.2 - 15 (quinze) principais reservas de petróleo do mundo em bilhões de barris (dados de 2011) 4 1.2 Alguns números relacionados ao asfalto De acordo com Bernucci et al. (2008), na maioria dos países do mundo, a pavimentação asfáltica é a principal forma de revestimento utilizada em estradas. No Brasil, cerca de 95% das estradas pavimentadas são de revestimento asfáltico. De acordo com Balbo (2007), uma rodovia de pista simples de 7 m de largura, com duas faixas de rolamento, e com uma camada de rolamento de 5 cm de CAUQ (concreto asfáltico usinado a quente) consome cerca de 50,4 toneladas/km de CAP (cimento asfalto de petróleo). Considerando-se que o CAUQ possui um teor de CAP de 6% em média. Os gastos com o CAP representam de 25 a 40% do custo da camada de revestimento asfáltico do pavimento. 1.3 Razões que justificam o uso do asfalto em pavimentação a) O asfalto proporciona forte ligação entre os agregados que formam a camada de rolamento dos veículos. b) O asfalto é impermeabilizante, e evita que a água penetre na base do pavimento o que é prejudicial. c) O asfalto é durável, um pavimento feito com asfalto pode durar até 20 anos. d) O asfalto é resistente aos ácidos, álcalis e sais. e) O asfalto pode ser utilizado em muitas combinações com os agregados, os quais são areias, britas, etc. OBS. Álcalis são os óxidos e hidróxidos dos metais alcalinos ou metais da coluna 1A da tabela periódica, por exemplo: Na (sódio), K (potássio), etc. 1.4 Diferentes tipos de asfaltos Geralmente a palavra asfalto é utilizada para designar os seguintes materiais: a) O betume; b) O alcatrão; e c) O asfalto. a) O BETUME Betume é uma mistura de hidrocarbonetos, que é solúvel no bissulfeto de carbono (S2C). 5