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Por que falamos de inclusi0? Why talk about inclusion? Blicabeth Tunes * Resumo Neste anigo, discute-e « qustéo da incluso, especialmente no mbito de escola, de pessoas que, em decorséncia de sua constituigio bioldiea incomum, apesentam um desenvolvimento psicoligico aipica. Partindo-se de adéia ge que 4 exclusto é um fato anterior incluao, procurase mosirar que a ops0 pela incluso de pessoas com bistiposincomuns diz respito muito mais 20 campo de vigéncia da Etiea do que da Citneta Palavras-chaye: Inclusio, Exclusio, Deficiéncia, Abstract The aim of this paper is to discuss social inclusion of individuals who show atypical psychological development due t0 the social impact of their uncommon biological constraints. Particular emphasis was given to inclusion within the educational system, Assuming that exclusion precedes inclusion, itis angued that the option for including, individuals with different biotypes is more related to Ethics than Science. Keywords: Inclusion. Exclusion. Deficiency, Résumé Pourquoi parlons-nous d’inclusion? Dans cet étude, I'on discute lo question de inclusion, spéciafement a I'école, de personnes qui, du fit de sa constitution biologique non commune, aprésentent un développement psychologique alypique. Partant de I'idée que exclusion estun facteur aniérieur& inclusion, on tee de montrer que option pour inclusion de personnes avee des biotypes nan commu se rapponte beaucoup plus au champs de vigilance de Téthigue que de ta scfence. ‘Mots clefs : Inclusion. Exclusion. Déficience, * Doutora, Faculdade de Fducagio da Universidade de Bross E-mail bethnnes@globacom Linas Crticas. Brasia, v, 9, 9.16, jan Sun, 2003 Quando fatamos em incluso, costumamos reportar-nos a pessoas ou grupos de pessoas que so ou esto exclufdos, total ou parcialmente, de atividades da nossa vida social. Isto significa, portanto, que a incluso admite o fato anterior da exclusio. Somos uma sociedade excludente. Diversas formas de exclusto incidem sobre diferentes pessoas ou grupos de pessoas, ao mesmo tempo ou em tempos, diferentes de suas vidas. Essas formas vo desde aquelas muito evidentes, claramente percebidas, até as muito sutis, que requerem algum esforgo para seu reconhecimento, Por exemplo, 0 desemnprega € uma forma bastante clara de cexchisfe e atinge um niimero elevado de pessoas. J4 a aposentadoria, tal como se apresenta, € uma forma bastante sutil de exclusio e atinge a todas as pessoas cima de uma determinada idade. € (20 Sutil que pode causar estranheza afirma- lacomo forma de exclusdo, Mas ela 0€ pelo simples fato de assentar-se na idéia ‘de que, a partir de uma determinada idade, a pessoa € totalmente ineaysz para 0 trabalho. Isso é 0 mesmo que dizer que 0 trabalho & uma realidade imutével, cabendo ao homem a cle se adaptar. Se invertermos esse raciocinio, vetemos 0 ‘quanto @ aposentadoria assentada em idéias carregadas de preconceito: 0 trabalho é que deve adaptar-se ao homem. Desde que ndo acometida por doengas ‘muito graves, qualquer pessoa, em qualquer idade, pode sempre realizar algur (eabalho, respeitadas as suas condigdes. E & assim que deveria ser, € niio 0 inverso. Se uma pessoa € capar, como adulto, de cuidar mirtimamente de sua ‘vida e agit com alguma independéncia no seu cotidiano, elaesté apta para algum trabalho. A questo € se aceitamos isso, adaptamos 0 trabalho a cla ou se, simpiesmente, preferimos exclui-la Seja como for, o que quetemos realgar é que é tio grande a forga eo alcance excludente de nossa sociedade, que todos nés, de um jeito ou outro, ‘somos excluridos, em algum momento de nossas vidas. Mas, certamente, 0S grupos mais exclufdossio os pobres, os miserdveis (vide BUARQUE, 1998) ¢,também, 0s diferentes, Dentre as Virias formas de exclusio, interessa-nos, neste texto, tratar, particslacmente, daquela que diz. respeito a escola, isto €, vamos aqui examinar alguns pontos relativos & exclusdo/inclusdo escolar. De inicio, jd interessante notax @ue a expresso inclusdo escolar, tal como ‘xempregamos, faz referencia, tacitamente, a um grupo singular de pessoas. Esse ‘grupo no diz respeitoa adultos analfabetos que nunca forarn escola ¢

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