INFLUÊNCIA
DA ARQUITETURA
Asoka imperador indiano da dinastia
Máuria, foi um dos grandes responsáveis pelo
processo arquitetônico na Índia. Graças a seus
contatos com a arquitetura persa e o mundo
helenístico, Asoka trouxe para Índia construtores
proficientes na arte da alvenaria de pedra, que até
então não havia sido utilizada. Responsável
também pela demarcação das estradas, com
colunas altas, inscritas com ensinamentos
budistas, que davam acesso aos santuários.
A arte indiana manifestada através da
arquitetura, escultura, cerâmica, pintura, metal e
nos tecidos espalhou-se por todo Oriente,
juntamente com a propagação do budismo e do
hinduísmo, exercendo uma grande influência
sobre as artes e principalmente na arquitetura da
China e Japão. Na Índia antiga surge a evolução de
uma arquitetura monumental, escavada em
pedras, decoradas com esculturas de baixo relevo,
as construções eram feitas de pedras, tijolos e
madeira. As mais significativas obras indianas
são: estupas, chaityas e viharas.
Estupas eram templos, com estilo de
capelas, que eram circundadas por balaústres,
tinha forma abobada e paredes polidas e
esculpidas em pedras, usadas como local de
meditação. As primeiras estupas, consistiam em
uma pedra achatada e muitas vezes preenchida
com pedreira ou cúpula hemisférica - Anda
(literalmente “o vo”), que serviam para
INDIANA
NA CHINA E JAPÃO
armazenamento de relíquias sagradas do Buda.
Embora as estupas mais antigas não tivessem a
presença de ornamentação, existem fortes
evidências de que as mais recentes teriam sido
revestidas com estuque (argamassa resultante da
adição de gesso, água e cal) e decoradas com
medalhões, guirlandas e cenas da vida de Buda.
Chaityas, são consideradas as obras mais
sagradas da arquitetura budista, na Índia, nessas
obras, os templos eram maiores, escavados na
rocha, com marretas e espátulas, tetos curvos e
abobadados e nervuras que imitavam a construção
de madeira e que serviam para cerimônias da
consagração. Evidências indicam que as
primeiras chaityas eram edifícios independentes,
feito de madeira e originalmente tinha fachadas
decoradas também com painéis de madeira, com
um ou mais portões e uma grande janela para
entrada de luz. Seguiam uma planta básica, onde
continha um saguão dividido por duas fileiras de
colunas e no final uma estupa que era o foco da
devoção.
Arquitetura Indiana: Caverna de Bhaja
 Viharas, também conhecidas como assim como nas torres de vigia de pavimentos
mosteiros, foram importantes na arquitetura da múltiplos. A forma e o estilo do pagode
Índia sendo edifícios escavados em rochas, evoluíram, devido à influência de novos tipos de
construídos em grupos, como complexos estupa do oeste, as mudanças introduzidas na fé e
monásticos budistas, utilizados para viver, estudar as inovações estilísticas. De maneira geral, a
e rezar. Construção fortemente contrastante, onde arquitetura budista segue o estilo imperial. Um
se observava um hall central, retangular, de teto grande mosteiro budista normalmente tem um
baixo, com pequenas células abrindo-se, muitas salão frontal, que abriga a estátua de um ser
vezes por todos os lados. Acredita-se, que no iluminado, que é sucedido por outro salão, que
início eram estruturas independentes, com forma abriga as estátuas dos budas. As acomodações
piramidal e que consistiam em saguões com para os monges estão localizadas em ambos os
colunas de madeira sobrepostas, onde era lados. Os pagodes mais antigos tendem a ter
observado, na maioria das viharas, grandes quadro lados, enquanto os mais recentes
alpendres, espaços de transição entre o mundo normalmente possuem oito.
externo e a penumbra do saguão cavado na rocha.
Eram lugares mais adornados com colunas
esculpidas e, às vezes, com afrescos (técnica de
pintura sobre camada fresca de argamassa)
aplicada nas paredes e tetos.
O budismo viria a se tornar a religião
organizada mais difundida da China, espalhada
pelo país durante o século I ou II d.C. por
caravanas de mercadores que se moviam pelas
rotas da seda até chegarem à Ásia Central,
conectando a China, a Pérsia e a Índia. A
arquitetura acompanhou os ensinamentos
budistas, o que resultou em edificações chinesas
com raízes indianas. Mais difundida do que a
criação de templos em cavernas, foi a prática de se
construir complexos de templos budistas com um
salão para adorar imagens de Buda, conhecidos
como pagode, ou torre, separado e edificado sobre
relíquias que simbolizavam sua presença. O
pagode foi inspirado nos florões em forma de
sombrinhas do topo das estupas no norte da Índia,
Arquitetura chinesa: croqui pagode
 Influência da arquitetura Indiana no Japão
historicamente esteve sujeito a súbitas invasões de
ideias novas, procedentes do estrangeiro, seguidas
por longos períodos de contato mínimo com o
mundo exterior. As manifestações artísticas mais
antigas que se desenvolveram no Japão estão
relacionadas com o budismo, que chegou ao
arquipélago no ano 552, espalhou-se rapidamente
pela população e no começo do século VII, já tinha
ganhado o status de religião oficial. A arquitetura
japonesa sofreu influência do clima e da geografia,
como também dos costumes, valores e virtudes de
diversos povos, com as inúmeras invasões em seu
território ao longo da história. Com a introdução
do budismo vindo da Coreia e da China,
intensificou os princípios, os rituais e a
arquitetura. A decoração nos edifícios aumentou
de forma drástica, com superfícies talhadas,
pintadas, laqueadas e douradas; detalhes com
mísulas elaboradas no sofito (parte interior) do
telhado, paredes e muros pintados, telhados de
sapê com as laterais recortadas e colunas
decoradas, foram incorporados à arquitetura. O
primeiro pagode introduzido no Japão seguia o
modelo chinês, na parte inferior ficavam as
imagens e dos santuários, enquanto a parte
superior abrigava os sinos.
O budismo foi responsável pelas mais belas
obras remanescentes da arquitetura indiana do
séc. VII a.C. onde mais tarde migrou rumo ao
sudeste asiático. Percebe-se a influência do
budismo na arquitetura das civilizações da China
e Japão, aspectos nas obras são vistos de forma
semelhante, confirmando a influência e
importância cultural do budismo na arte chinesa e
japonesa.
Referências
COLE, Emily (org.). História ilustrada da Arquitetura; São
Paulo: Publifolha, 2011
FAZIO, Michael. A História da Arquitetura Mundial, Ed. 3,
Grupo A, 2010
www.historiadomundo.com.br
www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquitetura-indiana/
www.hisour.com/pt/buddhist-architecture-31206/