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DE AULA
Resumo
Este trabalho relata alguns dos resultados de uma pesquisa desenvolvida em nível de
mestrado junto ao programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia –
UFU, na linha de pesquisa “Educação em Ciências e Matemática”. Tendo como objetivo
principal descrever e analisar as principais características do processo de ensinar e
aprender Matemática que prevalecem na atualidade, nos primeiros anos do Ensino
Fundamental com destaque ás metodologias de ensino desenvolvidas em salas de aula. O
presente trabalho foi teoricamente fundamentado em diferentes autores, dentre os quais,
Brasil, (1997), Fossa e Bezerra (1998), Moraes e Renz (2005), Sadovsky (2007), Oliveira
(2009), Nacarato, Mengali e Passos (2011), Oliveira e Silva (2011), Oliveira e Baraúna
(2012). Os principais resultados indicaram que no caso do ensino da Matemática, ainda é
predominante no contexto escolar, uma prática pedagógica em que prevalece a
transmissão expositiva de conteúdos e a realização de exercícios e atividades que exigem
do aluno a capacidade restrita de repetir as informações que recebeu verbalmente do
professor. Esse trabalho, que enfatiza o treino e a aquisição de automatismos, é totalmente
desprovido de significados mais relevantes para o aluno e pouco contribui para
desenvolver suas competências intelectuais ou para ajudá-lo a resolver problemas da vida
cotidiana.
Introdução
De acordo com esses autores, é possível dizer que muitas das dificuldades que a
maioria dos alunos encontra em relação à aprendizagem dos conteúdos matemáticos são
reflexos dos métodos utilizados pelo professor. Segundo eles, para que o aluno, de fato,
aprenda os saberes inerentes à Matemática, é preciso lhe dar condições para entendimento
do significado dos conceitos e dos procedimentos matemáticos. Isso pode ser conseguido
por meio de uma metodologia de ensino que busque uma aproximação do trabalho
realizado em sala de aula com as ações realizadas pelo aluno no seu dia a dia fora do
contexto escolar. Dessa forma, o estudante poderá entender a importância do seu estudo.
Moraes e Renz (2005, p.404), afirmam que “não é a Matemática que precisa mudar, e sim
a forma de ensino-aprendizagem da Matemática”.
Tal ideia é corroborada por Brito (1996) que afirma:
Não é a Matemática que produz atitudes negativas. Aparentemente, elas
se desenvolvem ao longo dos anos escolares, muito relacionadas a
aspectos pontuais: o professor, o ambiente na sala de aula, o método
utilizado, a expectativa da escola, dos professores e dos pais, a auto
percepção do desempenho etc. (BRITO,1996, p.295).
Em seus estudos, Mendes (2009), afirma que, nos dias atuais, uma das melhores
maneiras de se aprender Matemática na sala de aula é por meio de um ensino mais prático
e dinâmico, em que professores e alunos sejam sujeitos ativos das atividades educativas
a serem realizadas. Esse autor esclarece, ainda, que o ensino de Matemática deve
oportunizar aos estudantes o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos úteis,
preparando-os para uma compreensão adequada sobre o conhecimento matemático
ensinado na escola e que será utilizado fora dela. Para tal, é importante que seja
implementada uma metodologia de ensino, na qual os conteúdos sejam trabalhados do
concreto para o abstrato.
Nessa perspectiva metodológica, segundo Mendes (2009), os alunos deixam de
ser passivos, meros espectadores do trabalho realizado pelo docente e passam a assumir
um papel de investigadores criativos, que buscam o saber, ou seja, a pesquisa passa a se
constituir em um princípio científico e educativo do processo de ensinar e aprender os
conteúdos matemáticos.
Assim sendo, o papel docente vai além daquele que se restringe apenas a transmitir
e cobrar conhecimentos estabelecidos e legitimados pela ciência e cultura tidas como
dominantes. O exercício da docência deixa de ser entendido como uma ação hermética e
passa a ser pensado como um processo de mudança constante, permanente, sempre em
busca de novas experiências, novas interações, novas possibilidades, novas informações
e conhecimentos.
Entretanto, no modelo de prática pedagógica hoje predominante no contexto
escolar, de maneira geral, segundo Antunes (2008, p.161), perduram ações em que “[...]
o professor transmite informações e solicita aos alunos que anotem ou copiem o esquema
que reproduz na lousa”.
Esse procedimento de ensino repetitivo, conforme Rabelo (2002), é totalmente
desprovido de significado efetivo para o aluno, contribui muito pouco para ajudá-lo a
desenvolver seu pensamento lógico e a resolver problemas da vida cotidiana.
Para Oliveira (2009, p.30) esse tipo de prática pedagógica centrada na transmissão
de informações pelo professor, “[...] forma educandos passivos com a restrita função de
ver, ouvir, copiar e reproduzir os conteúdos matemáticos que nem sempre estão
efetivamente compreendendo”. Não há no processo educativo interação entre o sujeito
aprendiz e o objeto de conhecimento. O aluno recebe tudo pronto, não é incentivado a
problematizar, nem tampouco a fazer relação entre o que supostamente aprende e o que
já conhece. É uma aprendizagem por imitação, sem sentido para o educando, uma vez
que está desvinculada de sua realidade, descontextualizada.
Para Antunes (2008),
[...] Se um profissional não concebe situações de aprendizagens
diferentes para se respeitar diferentes estilos de linguagens em seus
alunos e se as aulas que ministra não fazem do aluno o centro do
processo de aprendizagem, o que a eles se está impingindo com o nome
de aula não é aula verdadeira (ANTUNES, 2008, p.23).
Considerações finais
Referências
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, DA. R. Metodologia científica. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.