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MARIA DA GLORIA GOHN TEORIAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS Paradigmas classicos e contemporaneos CAPITULO | = AS TEORIAS CLASSICAS SOBRE AS ACOES COLETIVAS ‘A abordagem clésica sobre as movimentas sociais nas cidn- cias soins norte-amerieanas est4 associada ao proprio desen- Solvimenta inicial da soclogie naquele pals. Embora ela tenha Ulirapassado suas frnteias,e seus autores nao sejam de nacio- nalidade exclusivamnente american, nos Estados Unidos que la mais se desenvolveu, tendo hogemonia neste pais por varias ‘4écadas e do 16 se espalhando para outros paises. Aimportancia de seu estudo nos dias atuais tam dois metives:eomo meméria Instrca das. primeiras teorias dos movimentos sociais « agtes toletivas;e como buses das referincias e matraes toricas de ‘ros eoncelts que esto sendo Fetomados nos anos 90 plo pré- pro paradigma norte-amerieano. Bist certo consenso em consideraro period da abordagem clésica como aquele que predominou até os anos 60 deste sé fulo. Ela nao fei omogénes, houve diferentes énfases, o que nos leve a considerar cinco grandes Iinhas, ¢ suas caracteristicas Comune sto ncleoartculador das anlises 6 teoria da agi0 Socal, ea busca de compreensto das exmportamentoseoetivos @ nela a meta principal, Estes comportamentos, por sua ver, fram analisados segundo um enfoque soiopsicalgeo. A énfase fa acto institucional, contraposta & ndo-institucional, também ra uma preceupagie priortériae um denominadar que dividia tos dois tipos bisios de agio: a do comportamento coletivo inst 2 0 poreigma norteamercano tusional e « do nioinstitucional A agio no-institucional era definida como aquela nao gulads por normas secais existences mas formada pelo encontro de siuagies indefinides ou doses truturadas, entendidas como quebras da orcem vigento. Estes processos ocorreriam antes que os drgios de controle social, ou de intogracao normativa adequada, tuassom, restaurando aor dlem antiga ov eriando uma nova, que absorveria os reelamos contides nas agitagoes cletivas. Durante todo o processo 0 que fe observava eram tensbes, descontentamentos, fristragde= © ‘agresades dos individuos que partcipavam das agios colotivas (Ge Cohen/Arato, 1992: 495) 0s autores eldsrcos analsavam os movimentos om termos de ciclosevolutives em que seu suryimenta,creseimenta e propa. fragho oairiam por intermédip de tum processo de comunicarto fave abrangia contatns, romores, reagSes cireulare, dfusio das figs oe. As insaticfag’es quo goravam as revindiagbes era vistas como respottas Be répidas madancas socials e & desorgant ogo socal subsequente, A alesto ans movimentos seam res postas cease irracionai de inlviduns dsorientados pel proces So de madanga que a soredade industrial gerava, Neseas aborda: geno dava-se, pertano, grande imparisnca a reaglo peicodgiea os individues diante das mudancas, reagdo considerada caro comportamente nio-raconal ot iracinal Assim, os comportamentos cletivos eram considerados pela abordagem tradicional norte-americana como frato de tenses feciais, Aida da anornia social estava sempre muito presente, assim como explicaties eentradas nas reapies psiologicas as frustragbs e aos medos,e nos mecanismas de quebra da ordom socal vigente. Estes elementos, aliados 4s idelogias homege neizadoras, eram precondicbes importantes para a emergénc dos movimentas socais. 0 sistema politi era visto como uma sciedade aberta a todos, plural, permedvel. Mas os movimentos Sociais nao teriam a capacidade de inluenciar aquele sistema devido a suas caractoristcas espontancas e explosivas. Somen- twos partidos politicos, os grupos de interessese alguns lideres| teriam tal eapacidade, Cohen eArato destacem que a abordagem classica trabalhava com uma eoneepeao de demccracia elitsta fe pluralista em que se observam: eleigis lives, competigao © a trie iin area one ons 2s parteipagio ativa de minerss por meio da partidos e grupos de {nteresaes, Toda agSo coletiva extrs-institucional, motivada por fortes erengas ideoligieas,parecia ser antidemocrtica o area: cadora para o consenso que deveria existir na seciedade civil, demos dvidir em cinco grandos correntes teéricas a abor- ager cléssion sobre apto coletiva, e em trés delas os movie tmentos sociis 8p especiieados. Ermbora apoiada em varios ‘stidos anteriores, saberos dae difculdades que toda clastfi- faglo envolve, Buseamos apenas sistematizar a produgto ante Flor Observamos que nas primelras fases do period cldssico horte-amerieano eneantraines varios trabalhos sobre as “agies| Coletivas™ Zald (1088), Tilly (1982), Tarrow (1996), entre ov {ros Mas eles mio 2 reforem aquelasagies em termos do "mo- ‘imentos sosnie™. Assim, as cinco grandes correntes que lst remoe 4 seguir foram agrupadas por nés; a trés delas cham nos teriae dos movimentos socials; as outras duas, ages exle- tivas, porgue seus formuladores, originalmente, ass as carac- terlaaram. Blas sao 1+ A Bscola de Chicago e alguns interacionists sibel ‘vs do inicio deste séeulo. Como um dos produtos desta Corrente temos a primetra tooia gore ge mavimentas fociais, no trabalho de Herbert Blumer (1949) 2 A segunda eorrente desenvalven-te 20 Tongo dos anos 4406 50, com as teorias sobre a sociedade de massas de Erie Fromm (1941), Hoffer (1961) — também militante de movimento social — e K. Kormhauser (1968). Bate Ultimo exereeu forte inuGneia sobre algumas produ- ‘es posteriores; ele caraterizava os movimentos emo formas irracionais de compartamento 00s eoncderava antimedernor. 3~ A terecits corrente predeminou nos anos 60 com um forta acento em varidves pliticas e esta presente nos trabalhoe de S. Lipset (1950) e Heberie (1951). Ela ar ficulava as clases e rolages socials de producto na ‘buses do entendimenta tanto dos movimento revluci- nis como da mebileagao partidaria, do eomportamen to diante do voto edo poder poitien dos cferentes ge

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