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1. UM ESBOGO DE MAPA ‘Uma vez que os estuddos ora empreendidos se desdobrarso através de de considerivel tamanho, 0 leitor tem todo o direito de saber 0 que 0 espera. comigo pela experiencia burguesa, desde a rainha Vitdrla até Freud, cle decesto concordae 1 que 0 assunto nao sé merece como exige um tratamento sinfOnico. Minka explorasao abrangera desde os primOrdios do século xix até a eclosdo da Primeirs Guerra Mundial Parti da década de 1820, e por vezes de alguns anos antes. porque 2 seriedade moral €2 reserva com que as classes médias encaravam o erotismo, que vém instigando os historia- dores ao sarcasmo acerca dos ‘vitorianos'”,jé se achavam bastante assentadas dz ou vinte anos antes de Vit6ria chegar 2o trono, em 1837. E.0 ano de 1914, que encontrou Sigmund Freud no meio de sua carreira de psicanalista, se impoe como conclude Gbvia do Bossa passeio: a Primeira Guerra Mundial envenenou, além de muitas outras coisas, 0 tipo de cul- tua burguesa que me proponho a estudar, Durante, 2 fimentou mudlangas profindas,iereversiveis e frequentemente traumaticas que, embora Tome de serem simultaneas, ainda assim {ormam um poco sales ae eee a mitir algumas generalizagdes. Tratirei delas nos capitulos Subsequentes, mas gostaria de: TS CIGAaT Fi-sucintImeaTe que subdvido o sécul xix em duns faxes isinas ligand as duas, destaco uma ampla faixa de mudafigas Culturals de Tonge akeance ocatidas iar palmente entre as décadas de 1850 ¢ de 1890. Nessas décadas, formas pedagogicos, temores relativos A masturbaca a perils Femininos e tendéncias arquiterdnicas, e muitos Outros tragos Culturais sofferam transfor ‘magoes, as vezes imperceptiveis ¢ as vezes to profundas a ponto de se tornarem irreco- nheciveis. Os nomes que aparecem no subtitulo deste livro devem ser vistas to-somente ‘como simbolos dessas mudangis, Historiadores dotados de sensibilidade ja observaram ini eras vezes que a rainha Vitoria ndo era vitoriana; analogamente, Freud tampouco cra Frew iano: no podem ser responsabilizados pelos mites tecidos em tomo de seus nomes. AGotO- 6s aqui para deixar bem claro que a cultura bunguesa do fim do século 2am era bem dife- rente da cultura burguesa de cinquenta anos antes, ‘O termo “cultura”, que emprego ao modo abrangente dos antropdlogos, requer cer ta cautela, Toda realiza forma: ser englobada nesta s i oss hs oun oi 19s receios dos médicos, a 3 Ora, no obstante ni de coeréncia entre ae itu AS vezes até isoladames ani ena 8.60 Woséfica vivida no egg so racjo hava conto ago may eke cisco aemas, coma penne ven made com médeos deus, nto era cultura de Huge sa }ow de outros habitants civilzados daquela cidade tmaginata. i eve co Not -aonde pretendo chegar: cultura € algo mais. . estar ey) a nals descontinuo ‘moderna cWvilizigio ocidental. Os de causas e efeitos, principalmente se incluirmos tam "menses inconscientes, a tornam reftatiria a qualquer tentativa de mapeam ida pelo historiador. “Minha concepgio do que sci “burgues” — um termo tio impalpavel¢ tao elton {quanto “cultura” — surirdclaramente desta introdugo, das personagens que eolacny 10. Nos papeis principais encontraremos me = -ca8a, Poets € pintores, politicos, um ou uty [edsperoaresto que tenba conscguido tounar-se economicamente independente e sosuy ‘meme repeal una ra, oatiocrata de eaipe duvidoss cole ‘dialmemte burguesa. Meus documentos mais fecundos ‘sa0 as contis ae ‘ene involution i mancido os coment cat altos Ba. Dm us nto empreen ‘icos, professores, comerciantes, donas-de éprimor Ses fntimas, freqdente S, Cartas de familia, textos € apontamen tos religiosus © obras de arte. Aqui reproduzirel peri mas, interpretarei pinturas e analisarei sonhos. A expe ‘nels burguesa no século X0x fol a um $6 tempo riquiss , 2 um 86 tempo riquissini franca € misteriosa, regular Na explonacio desse terreno fragmentado ¢ fascinante, fii “anto-na América do Norte quanto na Europa. Na verdade, = rdade, ‘constitu um trbuto a Por americanos — muitas vezes com lestrufdos, porém, ao quc parece, OM revelaram-se bem menos cautelosos ¢ de slo a qual as sociedades et intimeros outros observa materias,o-desprezo de de. Sua celizagio als perfeta ¢ como! m verdade,conforme suger € demotisrae PO do. wa po maluipia © a" ‘isl. Tomato testemanho da América 6 ls tem de mas puro, ou, tale mals ‘estinado, Una vez que ma das fe seus imperativs as formas de amar das classes médias, as manciras burg ‘Serotismo. Neste segundo volume, aproTundarci SN Ne OF eas joserOticos nas chamadas chtes cultuals as form Css csi, de pericope ae ae Ras acne ep torme seoTpeTiaA epoca aa Te eee resis} sevaldade Nos dos volumes 6 tot €0 sex0Seencontam etteaeaG caer ae un nic el se sas Burguess, Deo spar ess “Tis tomos por nzbes menmente eas: consiera Sraqucndo nal So a comenic nvlvelseunio num inc lero de dacaatcs mane © tok que melcvou silar ew la so pela sexualidade ema para, 0 amor, € que pretendo evidenciat € CorHeie ss COOSepGOSSERARSSS GOS Te slo Ga cultura won como tii Sota BESS onda case mei sara ila ae a San Hanes ConjuatTs Sos Unidas Obes SS Si ae srs ivi ou so poten wooo Pata ants ae ere rine fea que ets ane dominant, exe © Bi Te ance ocarer de qualquer assum lg A sexsliade = 0s Ce a Cire potion bers srs quanto ee eng cae neos pelos, aid inptets ea ra aga see moss ue tam na lees seb ae a clase ei do sca a 6 Gocumenad See Trotulos mess eo alamo de mens Seas vans sn rs mum cong wrbano m0 oa a ist nish dic anoss do Sou A Mufos dos pacientes de Simond tenderness ae ‘usuais da era vitoriana — inchrsive algumas do proprio Freud —, mas numa a aS cen eas século Xt 6

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