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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

Manuela Camilotti Torres da Silva

Empresa Júnior – Uma organização estudantil e a sua influência na


formação de pós-juniores empreendedores.

Limeira
2015
1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

Manuela Camilotti Torres da Silva

EMPRESA JÚNIOR – UMA ORGANIZAÇÃO ESTUDANTIL E A


SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE PÓS-JUNIORES
EMPREENDEDORES.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
a obtenção do título de Bacharel em
Gestão de Políticas Públicas à
Faculdade de Ciências Aplicadas da
Universidade Estadual de Campinas

Orientador: Prof. Dr. Daniel H. D. Capitani


Coorientador: Prof. Paulo Hayashi Junior

Limeira
2015
2

Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas
Sueli Ferreira Júlio de Oliveira - CRB 8/2380

Silva, Manuela Camilotti Torres da, 1992-


Si38e SilEmpresa Júnior - uma organização estudantil e a sua influência na formação de
pós-juniores empreendedores. / Manuela Camilotti Torres da Silva. – Campinas,
SP : [s.n.], 2015.

SilOrientador: Daniel Henrique Dario Capitani.


SilTrabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas.

Sil1. Empreendedorismo. 2. Movimentos estudantis. 3. Empresas e educação. I.


Capitani, Daniel Henrique Dario. II. Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Ciências Aplicadas. III. Título.

Informações adicionais, complementares

Palavras-chave em inglês:
Entrepreneurship
Student movements
Businesses and education
Titulação: Bacharel em Gestão de Políticas Públicas
Banca examinadora:
Paulo Hayashi Junior
Data de entrega do trabalho definitivo: 29-06-2015

iv
3
4

Dedico este trabalho aos meus pais, pelo apoio e


dedicação nesses quase cinco anos de faculdade. A
minha irmã e aos meus avós, por serem a melhor
família do mundo. A Integra, por todo
desenvolvimento e crescimento. E ao Dino, pela força
e amor durante esses mais de quatro anos de empresa
júnior.
5

SILVA, Manuela. Empresa júnior – Uma organização estudantil e a sua influência na


formação de pós-juniores empreendedores. 2015. Trabalho de conclusão de curso.
Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas – Universidade Estadual de
Campinas

RESUMO

O Movimento Empresa Júnior está presente em diversas universidades de todo mundo.


Sua grande força dá incentivo ao empreendedorismo e ao desenvolvimento de seus
membros para geração de uma rede sustentável e promissora. Este trabalho tem como
objetivo observar e levantar qual é a influência dessa organização estudantil na
formação de empreendedores e no fomento do empreendedorismo. A partir desta
análise, busca-se trazer os principais pontos de contribuição que a empresa júnior traz e
sua ligação com aquilo que os jovens pretendem levar como carreira ao final de sua
graduação. Durante toda pesquisa, que envolveu jovens universitários que atualmente
fazem parte do Movimento e jovens que fizeram parte do Movimento, foi possível notar
a grande relação do desejo de empreender com aquilo que a empresa júnior pode
proporcionar. Porém, há existem muitas barreiras que tornam o empreendedorismo
possível apenas após algum tempo, onde esses jovens podem ganhar mais
conhecimento, preparo e dinheiro para investirem no tempo certo.

Palavras-chave: Empresa júnior, movimento empresa júnior, empreendedorismo, Brasil


Júnior.
6

SILVA, Manuela. Empresa júnior – Uma organização estudantil e a sua influência na


formação de pós-juniores empreendedores. 2015. Trabalho de conclusão de curso.
Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas – Universidade Estadual de
Campinas

ABSTRACT

The Junior Enterprise Movement is present in various universities around the world. Its
great strength encourages entrepreneurship and the development of its members to
generate a sustainable and promising network. This study aims to observe and raise
what is the influence of this student organization in the formation of entrepreneurs and
fostering entrepreneurship. From this analysis, it seeks to bring the major contribution
of points that the junior company brings and its connection with what the young people
want to take as a career at the end of their graduation. Throughout the research, which
involved college students who are currently part of the Movement and young people
who were part of the it, it was possible to notice the great relationship with the students
who participated in the junior enterprise with the desire to become an entrepreneur.
However, many barriers make entrepreneurship possible only after some time where
these young people can gain more knowledge, preparation and money to invest at the
right time.

Keywords: Junior Enterprise, junior enterprise movement, entrepreneurship, Brasil


Júnior.
7

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gênero dos respondentes………………………………. 38

Gráfico 2 – Área de graduação dos respondentes……………….......39

Gráfico 3 – Tipo de universidade dos respondentes………………...39

Gráfico 4 – Situação empregatícia dos respondentes……………….40

Gráfico 5 – Empreendedorismo na família…………………………41

Gráfico 6 – Empresa Júnior e a decisão professional………………43

Gráfico 7 – Organizações estudantis e a decisão profissional………43

Gráfico 8 – Empreendedorismo pós universidade………………….44

Gráfico 9 – Motivos para não empreender pós universidade………45


8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Indicadores da influência das atividades nas Empresas Juniores……22

Tabela 2 – Tipo de empreendedores no Brasil por macrorregião geográfica……24

Tabela 3 – Motivação do empreendedor por macrorregião……………………...25

Tabela 4 – Características dos perfis de empreendedor por macrorregião………28

Tabela 5 – Mentalidade empreendedora no Brasil………………………………31


9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Elementos do Modelo de Excelência em Gestão…………………16

Figura 2 – Níveis de maturidade do Modelo de Excelência em Gestão……...18

Figura 3 – Evolução da atividade empreendedora……………………………26


10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………..11
1.1 Justificativa……………………………………………………….............11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……………………………………………..13
2.1 O Movimento Empresa Júnior……………………………………………13
2.2 Modelo de Excelência em Gestão………………………………………...15
2.3 O desenvolvimento do conhecimento e da habilidade e a sua aplicação
eficaz...........................................................................................................19
2.4 O perfil do empresário junior no Brasil…………………………………..20
2.5 Empreendedorismo no Brasil……………………………………………..23
2.5.1 Relatório Global Entrepreneurship Monitor………………….......23
2.5.2 Relatório perfil do jovem empreendedor brasileiro………………32
3. METODOLOGIA…………………………………………………………...34
4. RESULTADOS OBTIDOS…………………………………………………37
4.1 Questionário……………………………………………………………....37
4.2 Entrevistas………………………………………………………………...45
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………….49
11

1. Introdução

Durante a graduação é possível se deparar com inúmeras oportunidades de


desenvolvimento, seja no meio acadêmico, ou seja, de forma incremental, nas
organizações que compõem a instituição de ensino, como, por exemplo a Associação
Internacional de Estudantes em Ciências Econômicas e Comerciais - AIESEC, Empresa
Júnior, Centros Acadêmicos e Atléticas. Nesse estudo será trazido à tona a organização
Empresa Júnior (EJ), buscando desenvolver e exemplificar como funciona esse
Movimento Estudantil, quais suas características e qual o grau de difusão do mesmo no
âmbito acadêmico.
Essa organização foi escolhida, pois de acordo com Matos (1997), ela é
conhecida por ser fomentadora do empreendedorismo e por buscar desenvolver a
formação de jovens líderes, sobretudo na forma empreendedora.
Para Laviere (2010), no Brasil, principalmente com relação aos cursos de
Administração, é possível perceber uma grande tendência à formação de profissionais
que irão trabalhar em grandes empresas, ou seja, indo na contramão do ideal de uma
empresa júnior que se refere à formação de um empreendedor.
Neste sentido, o objetivo principal desse estudo é estabelecer uma linha de
raciocínio que busca entender o perfil empreendedor de um membro de uma EJ no
Brasil, buscando levantar e identificar argumentos gerais que possam contribuir para
compreensão de como se comportam seus membros atuais e anteriores e quais suas
perspectivas atuais e futuras em relação a empreenderem. Será foco da pesquisa
também, levantar a existência de uma relação entre a empresa júnior e a formação de
um empreendedor que passou por essa experiência e, a partir dela, teve despertada a
ambição de abrir seu próprio negócio.

1.1 Justificativa
O Movimento Empresa Júnior vem crescendo e ganhando muita força frente às
universidades e se tornando um dos maiores Movimentos em âmbito mundial (Brasil
Júnior, 2010). Dessa maneira, esse trabalho de conclusão de curso busca tentar
compreender esse Movimento e fazer uma relação com o empreendedorismo, que é o
grande propósito que o Movimento abrange, relacionando-se com a capacidade de
influência que esse Movimento trará, já que abrange tantas pessoas em um país com
fortes traços empreendedores como é o caso do Brasil.
12

Sendo assim, é importante entender se o Movimento tem contribuído para o


desenvolvimento da veia empreendedora e se de fato essa organização estudantil tem a
força para causar tamanha influência na decisão de qual carreira e caminho seguir pós
universidade.
13

2. Revisão Bibliográfica

2.1 O Movimento Empresa Júnior

Para Matos (1997), a “Empresa Júnior é definida por estatuto como uma
associação civil, sem fins lucrativos, constituída e gerida exclusivamente por estudantes
de graduação da faculdade ou universidade onde ela se insere, tendo como objetivo
principal propiciar aos estudantes a oportunidade de aplicar e aprimorar os
conhecimentos teóricos adquiridos durante seu curso”. Sendo assim, as empresas
juniores, pela visão de Matos (1997), desenvolvem atividades para que possam atingir
seu objetivo através da realização de projetos de consultoria, sempre sendo orientados
pelo corpo docente das instituições de ensino. Dessa maneira, os alunos podem inserir-
se no mercado de forma prática, abrindo-se, então, os canais de comunicação
universidade-sociedade, universidade-empresa e universidade-universidade.

O conjunto de empresas juniores formam o Movimento Empresa Júnior (MEJ),


que é composto pelas empresas juniores que desejam fomentar o empreendedorismo
desde a graduação (BRASIL JÚNIOR, 2010).

As Empresa Juniores surgiram na França, em 1967, através da ideia de uma


estudante1, que fomentou e iniciou um projeto que visava colocar a disposição de
empresas seniores, seus trabalhos administrativos a preços abaixo do mercado
(MORETTO et al., 2004).

Essa ideia conseguiu se disseminar por toda França e, em 1969, criou-se a


Confederação Nacional das Empresas Juniores. Por volta de 1980, o modelo iniciado
na França ganhou força e destaque internacional, conseguindo atingir a Suíça, Bélgica,
Espanha, EUA e o Brasil.

No Brasil, o Movimento surgiu em 1988, através da Câmara de Comércio e


Indústria Franco-Brasileira. Pode-se destacar que o pioneirismo deu-se através da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) e da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) (MATOS, 1997). Dentre
1988 a 1995, aproximadamente 100 empresas juniores surgiram no Brasil.
Para Moretto et al. (2004), o MEJ tem papel importante no desenvolvimento e
qualificação dos empresários juniores no Brasil visto que, durante sua permanência no

1
Bernard Caioso, da ESSEC - L'École Supérieure de Sciences Economiques et Commerciales de Paris.
14

Movimento, são realizados intercâmbios constantes de informações entre as EJs (muitas


vezes provenientes de Benchmarkings), uma vez que existem diversas estruturas do
Movimento em esfera estadual e nacional. Dentro destas, são organizados encontros
nacionais, regionais e estaduais de Empresas Juniores.

De acordo com Oliveira (s.n.t.), o MEJ também apresenta um fator bastante


interessante, visto “que possibilita maior oportunidade de ser empregado
(empregabilidade). A EJ tem sido considerada como experiência profissional, o que
muitas vezes não ocorre com o estágio” uma vez que neste último, as experiências de
liderança se tornam limitadas e o aluno passa por atividades de cunho mais operacional
do que estratégicas. (OLIVEIRA, s.n.t.).

Velasque (2008) comenta que dentre as características de jovens universitários,


têm-se os empreendedores de pensamento crítico, além da convivência com o trabalho
sob pressão e o trabalho em grupo, a liderança, a negociação e a habilidade para resolver
problemas. Além disso, a autora afirma que a empresa júnior cumpre parte dos objetivos
que propõe ao desenvolver habilidades empreendedoras logo na universidade.

De acordo com o Relatório Nacional Censo Identidade do ano de 2010 (Brasil


Júnior, 2010), o órgão máximo que rege e organiza o MEJ é a Confederação Brasileira
de Empresas Juniores – a Brasil Júnior. Esta foi criada em 2003 e tem a função de
regulamentar e auxiliar as empresas juniores ao redor do Brasil, possibilitando
alcançarem o desenvolvimento desejado. Essa confederação é formada e composta por
dezesseis federações, as quais representam quinze estados brasileiros e o Distrito
Federal.

Ainda no Relatório Censo Identidade (2010) é possível encontrar informações a


respeito do Conceito Nacional de Empresas Juniores (CNEJ), que é um documento
criado e desenvolvido pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores - Brasil
Júnior, o qual determina os fatores a serem respeitados e seguidos pela organização,
para que esta possa ser reconhecida como empresa júnior. Dentro do CNEJ, no artigo
3º, é possível notar as descrições desenvolvidas que levantam as características que o
Movimento Empresa Júnior apresenta:

“I – Desenvolver profissionalmente as pessoas que compõem o quadro social por meio


da vivência empresarial, realizando projetos e serviços na área de atuação do(s) cursos
de graduação ao(s) qual(is) a Empresa Júnior for vinculada” (CNEJ);
15

“II – Realizar projetos e/ou serviços preferencialmente para micro e pequenas


empresas, e terceiro setor nacionais, em funcionamento ou em fase de abertura, ou
pessoas físicas, visando ao desenvolvimento da sociedade” (CNEJ);
“III – Fomentar o empreendedorismo de seus associados” (CNEJ).

Assim, é possível perceber que fomentar o empreendedorismo daqueles que


participam do movimento é uma de suas características e propósitos. Atualmente, o MEJ
está no Brasil há vinte e seis anos e seu crescimento tem sido significativo. Conforme a
Brasil Júnior (2010, p.3), “existem aproximadamente 27.800 empresários juniores
espalhados pelas cerca de 1.120 empresas juniores.” Sendo assim, o Movimento se
consolida, de modo a permitir focar seus esforços no desenvolvimento de projetos que
abranjam os micro e pequenos empresários como sendo seus principais clientes
(MATOS, 1997).

2.2 Modelo de Excelência em Gestão

Moretto Neto et al. (2004) afirmam que, “em um primeiro momento, a empresa
júnior é analisada quanto à sua relação com a prática e o desenvolvimento do
empreendedorismo, bem como seu papel colaborativo em outras áreas pertinentes ao
desenvolvimento do conceito. Em seguida, os autores adentram na estrutura e rotina
organizacional das Empresas Juniores, abordando os seguintes temas: gestão interna,
gestão estratégica, as relações com o ambiente externo, gestão financeira, recursos
humanos, prestação de serviços e busca pela qualidade.”
Sendo assim, é importante ressaltar que as empresas juniores possuem uma organização
estrutural e estratégica, assim como empresa sêniores apresentam.
A Fundação Nacional da Qualidade - FNQ (2008) elaborou o Modelo de
Excelência em Gestão (MEG), modelo este que apresenta questões fundamentais para
que as organizações obtenham excelência em tudo aquilo que fazem.
Este modelo é genérico e portanto cabe a todo tipo de organização, inclusive às
empresas juniores. Dentro das EJs, a função é servir como um guia para as práticas
organizacionais e estratégicas, baseando-se sempre na evolução constante.
Esse modelo amplia a visão sistêmica da empresa como um todo, visão sistêmica
essa que, por definição da FNQ (2009, p.10), diz que o pensamento sistêmico é o
16

“entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma


organização, bem como entre a organização e o ambiente externo.”
É possível observar através da figura 1 quais são os elementos — clientes,
sociedade, liderança, estratégias e planos, pessoas e processos — que são levados em
consideração dentro uma organização para se mensurar a qualidade de seus processos.
(FNQ, 2008).

Figura 1: Elementos de uma organização.

Fonte: Extraído de FNQ (2008)

Esses critérios de excelência são divididos em oito cadernos, os quais


exemplificam e capacitam as empresas para poderem obter a excelência nos seguintes
âmbitos. De acordo com Cauchick (2004), os critérios são representados da seguinte
maneira:

• Liderança: Faz relação com o envolvimento pessoal e a liderança dentro da


organização. Dessa forma, cobra-se que haja disseminação das práticas internas,
bem como os valores, missão e visão, promovendo uma cultura de excelência.

• Estratégia e Planos: Trata da posição competitiva da organização através da


análise da formulação de suas estratégias auxiliando-a a estabelecer planos de
ação e metas concretas.
17

• Clientes: Avaliação dos clientes e do mercado para compreensão das


necessidades e do foco global da empresa. Há também relação com a forma de
fidelização de clientes que a empresa utiliza.

• Sociedade: Demonstra-se que é preciso que se devolva à sociedade aquilo que


se usufrui a mesma, sendo através de uma iniciativa socioambiental dentro da
empresa, ou através de uma atenção mais específica voltada a todos os
stakeholders envolvidos.

• Informações e Conhecimento: Análise das informações da organização e da


gestão para auxiliar no desempenho da mesma. Identifica-se, também, o capital
intelectual inserido na empresa e como ele é gerido, cuidado e identificado.

• Pessoas: Faz referência a toda e qualquer ação referente ao desenvolvimento e


capacitação dos membros dentro da empresa, preocupando-se também com o
clima organizacional e a manutenção das performances de excelência.

• Processos: Enxerga todo o processo como um todo, desde o foco no cliente,


entrega dos projetos e todos os processos envolvidos no decorrer das atividades
e dos entregáveis.

• Resultados: Mede todo resultado e desempenho de uma organização para que


possa haver um método comparativo e uma base analítica mais concreta e fiel.

Dentro da Empresa Júnior, a Presidência é responsável por coordenar todas as


atividades interdepartamentais a fim de conseguir consolidar as práticas de acordo com
os cadernos anteriormente citados. A responsabilidade recai também sobre o
departamento de Qualidade, que precisa rodar e manter a excelência dos processos vitais
da EJ, a fim de cooperar para que a Presidência tenha insumos para trabalhar
estrategicamente. Quando se atinge um nível de maturidade considerável, o nível de
maturidade da gestão como um todo também se torna maior e, portanto, o MEG também
apresenta três possíveis níveis classificatórios de uma gestão, tal como aborda a figura
2 (FNQ, 2008):

• Compromisso com a excelência;

• Rumo a excelência;

• Excelência.
18

Figura 2: Níveis de maturidade frente a excelência de gestão.

Fonte: Extraído de FNQ (2008)

Quando se adota o Modelo de Excelência em Gestão, é possível desenhar e obter


um mapeamento claro do negócio onde, de acordo com FNQ (2008, p. 14) "O
documento do Modelo de Excelência da Gestão que a organização neste estágio utiliza,
e que expressa uma orientação à gestão nesse nível, é denominado Compromisso com
a Excelência".

Ainda ilustrado na figura 2, é possível perceber, também, que quando uma


empresa entra na fase de Estado da Arte, por exemplo, esse período coincide com seu
atingimento de excelência, ou seja, há uma maturidade em seus processos e, portanto,
não há mais um crescimento significativo, e sim uma consolidação de resultados, bem
como da sua curva de crescimento. Já na parte que diz respeito à fase de implementação
das práticas de gestão, a curva, em um estado ideal, é crescente, demonstrando que a
empresa, naturalmente, passará pelas etapas de Compromisso com a Excelência, Rumo
à Excelência e, por fim, a Excelência (FNQ,2008).

Porém, quando a organização apresenta um desenvolvimento mediano e que já


demonstra alguma característica mais avançada e desenvolvida "os processos
delineados e a organização começa a sair de uma postura reativa para, proativamente,
buscar soluções para os seus problemas mais agudos", tal como ressaltado por (FNQ
19

(2008, p. 14). Sendo assim, nesse estágio é possível dizer que a empresa encontra-se no
Rumo à Excelência.

Dessa forma, o Modelo de Excelência em Gestão propicia um desenvolvimento


que pode se tornar exponencial, se realizado de forma concreta e correta, buscando
atingir a excelência de seus processos e, por fim, de seu negócio (CAUCHICK, 2004).

Para as empresas juniores, seguir esse modelo é uma oportunidade e opção de


gestão, para que a experiência de gestão empresarial, ainda na faculdade, possa se tornar
cada vez mais analítica e verossímil (BRASIL JÚNIOR, 2010).

2.3 O desenvolvimento do conhecimento e da habilidade e sua aplicação eficaz


De acordo com Fleury e Fleury (2001) “a competência do indivíduo não é um
estado, não se reduz a um conhecimento ou know how específico”, ou seja, é algo
intrínseco ao indivíduo. Também, a noção de competência é regida pelos verbos saber
agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber
engajar-se, assumir responsabilidades e ter visão estratégica. Dessa forma, é possível
perceber que a competência é extremamente ligada a fatores de movimento, os quais
acontecem para que a noção de competência, bem como sua atuação, aconteçam
(FLEURY; FLEURY, 2001).

Para Zarifan (1999), as competências dentro de uma organização podem ser


apresentadas como:

 Competências sobre processos: os conhecimentos do processo de trabalho.


 Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve
ser realizado.
 Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de trabalho.
 Competências de serviço: aliar à competência técnica a pergunta: qual o
impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor final?
 Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os
comportamentos das pessoas; o autor identifica três domínios destas
competências: autonomia, responsabilização e comunicação.
Ou seja, dentro dessas definições é possível reforçar que é necessário relacionar
a competência de um indivíduo aos movimentos que ele realiza em um ambiente de
trabalho, explicando por exemplo, a necessidade de se aplicar e de se exercitar de fato
20

o conhecimento (know-how) e a competência (FLEURY; FLEURY, 2001).


É conhecido, também, que existe uma forte influência na forma com que os
trabalhos são concebidos pelos trabalhadores, de forma que estes possam desenvolver e
formar as habilidades e conhecimentos até mesmo em âmbitos distintos e que antes não
eram conhecidos ou exercitados (SANDBERG, 2000). Isso pode ser fortemente
relacionado com os pontos que Cheetam (1996) e Chiver (1998) trazem, os quais
ressaltam a importância significativa para o ambiente de trabalho, mostrando que sua
qualidade ou deficiência podem afetar o desenvolvimento e aquisição de habilidades e
conhecimentos.
Em paralelo a isso, existe a formação de um ensino com base em competências,
para que o aluno não tenha que desenvolver suas competências somente quando estiver
inserido no mercado de trabalho (NUNES, 2010).

O autor ainda levanta que há um desafio em superar o modelo clássico, porém, é


necessário se aplique essa mudança para a formação da competência ainda durante o
período de estudos.
Durante a formação do aluno, o estágio é parte complementar para que este possa
desenvolver as competências em um ambiente de fato empregador. Para Xavier Filho
et al. (2011), esse estágio é uma atividade frequentemente utilizada e que permite
desenvolver limitações no âmbito pedagógico, visto que o estudante está sujeito a não
conseguir vivenciar a experiência de forma tão construtora e real quanto um profissional
já atuante. Dessa forma, a empresa júnior surge como uma alternativa de aprimorar o
desenvolvimento prático de algumas competências profissionais, de forma que, quando
o estudante ingressar no estágio profissionalizante, ele possa estar mais preparado e,
consequentemente, alcançar um melhor rendimento e aproveitamento.

2.4. O perfil do empresário júnior no Brasil

Oliveira (2003) realizou uma pesquisa no XI ENEJ – Encontro Nacional de


Empresários Juniores, reunindo inúmeras informações provenientes de entrevistas
realizadas com os congressistas e empresários juniores2. Essa pesquisa reuniu cerca de

22
Este tópico tem por finalidade apenas apresentar um estudo empírico que tentou delinear o perfil geral
das empresas juniores e seus membros no Brasil. Obviamente, não se espera que ele represente, de fato,
a coletividade de todas as EJs do país.
21

201 entrevistados, que refletem 15,46% dos participantes do evento, os quais


responderam a perguntas quantitativas e qualitativas, sendo 24 perguntas fechadas, 16
perguntas abertas e 3 perguntas numéricas em forma de escala.
Outra característica da pesquisa é que ela foi composta por 33,66% dos
respondentes provenientes da Bahia, visto que o evento teve sua sede neste Estado.
O Estado de MG apresentou 14,24% de respostas, RJ com 12,93%, SP com 7,96% e PR
e SC com 5,47%.
Dos 201 entrevistados, 94,53% fazem parte de uma EJ, e esta é proveniente em
57,71% dos casos de Universidades Federais, 24,88% de Estaduais e 14,43% de
Universidades Privadas. A média de idade dos empresários juniores da atualidade
reflete uma faixa de 20 anos, onde 43,78% são do sexo feminino e 55,76% do sexo
masculino.
Com relação a abrangência dos cursos, em 38,28% dos casos a empresa júnior é
composta pelo curso de Administração, enquanto que nas engenharias a porcentagem
cai para 25,78%. Também, foi possível levantar que há uma concentração de 53,23%
das atividades realizadas pelas EJs serem voltadas para área de Humanas, enquanto que
a área de exatas encontra-se com 25,82%.
Quanto aos clientes atendidos por essas EJs, 88,50% são de pequeno porte e
61,19% de médio porte, e estas provêm de organizações do terceiro setor, em 100% dos
casos, o que, segundo Oliveira (2003), “sinaliza uma singularidade quanto ao perfil do
atendimento de um segmento “carente” de profissionalização no tocante à gestão, e do
atendimento que não é feito, tanto pelo mercado como pelo do governo, e neste sentido,
atendendo mais ao chamado terceiro setor do que ao segundo setor.”
Os projetos realizados para essas pequenas e médias empresas custam entre R$
1.000,00 e R$ 3.000,00 em mais da metade dos casos (58,21%) e entre R$ 3.000,00 e R
$6.000,00 em 22,89%. Somente 3,48% das EJs ofertam projetos que custam R$
10.000,00 (OLIVEIRA, 2003). Esses projetos contribuem para o faturamento anual que
é cerca de R$5.000,00 a R$ 10.000,00 em 40,80% dos casos, de R$ 11.000,00 a R$
15.000,00 em 18,41% dos casos e somente 6,47% das empresas conseguem obter um
faturamento anual de mais de R$ 50.000,00. Outras opções, porém com expressão
inferior, também demonstram que 4,48% dos casos apresentam faturamentos de R$
35.000,00 a R$ 40.000,00 e 0,50% de R$ 45.000,00 a R$ 50.000,00. Em suma, é
possível dizer que as EJs apresentam um custo médio de R$ 3.500,00 por projeto, os
quais contribuem para um faturamento anual médio de R$ 30.000,00.
22

Outro fator levantado pela pesquisa se refere ao fato que os jovens universitários
ingressam na experiência da empresa júnior muito cedo, onde 42,79% já participam
dessa organização logo no primeiro ano da graduação, seguido de 42,29% no segundo
ano e somente 3,33% no terceiro e quarto anos.
Quando os entrevistados foram questionados a respeito do fator
empregabilidade, 67,16% alegaram que teriam maiores condições de ingressar no
mercado de trabalho, visto que sentiam-se mais preparados por já terem feito parte de
uma empresa júnior.
A pesquisa também buscou analisar qual a influência das atividades das
empresas juniores na qualificação profissional, onde o pesquisador elencou algumas
características e solicitou aos entrevistados que dessem uma nota.
A compilação destes resultados estão contidas no quadro abaixo (Tabela 1).

Tabela 1: Quadro de indicadores da influência das atividades nas empresas juniores.

CLASSIFICAÇÃO INDICADOR %
1 Trabalho em equipe 81,09
2 Espirito empreendedor 73,63
3 Iniciativa 68,66
4 Resolução de problemas 48,26
5 Elaboração de projetos 47,26
6 Visão de futuro 46,30
7 Comunicação 44,78
8 Organização 42,29
9 Visão crítica 38,31
10 Cumprir prazos 29,85
11 Buscar metas 27,36

Fonte: Adaptado de Oliveira (2003, p.16)

É possível observar portanto, embasado no estudo em questão, que os jovens


saem das empresas juniores e acreditam ter desenvolvido um grande trabalho em equipe
e adquirido um espírito empreendedor muito forte. Porém, em contrapartida,
23

apresentam ter baixo desenvolvimento com relação a cumprimento de prazos e


atingimento de metas. Sendo assim, é preciso “...considerar a Empresa Júnior como um
espaço multi-didático-pedagógico, ou seja, não só de prestação de serviços e
qualificação profissional, mas de ensino/aprendizado, extensão, pesquisa e
aprimoramento profissional, assim como espaço de transmissão e difusão de
informações e conhecimentos úteis ao desenvolvimento sustentável da sociedade como
um todo...” (OLIVEIRA,2003)

2.5 Empreendedorismo no Brasil

Para que haja o enriquecimento da leitura e sustentação da tese levantada neste


trabalho de conclusão de curso, os assuntos abaixo serão divididos em tópicos para
maior exploração das pesquisas analisadas.

Ambos os tópicos irão trazer pesquisas acerca do empreendedorismo e do perfil que o


empreendedor brasileiro.

A primeira pesquisa deriva-se do relatório Global Entrepreneurship Monitor,


realizada no ano de 2013, que traz o estudo detalhado dos tipos de empreendedores que
o Brasil possui. Já a segunda pesquisa, o órgão idealizador foi o CONAJE, que no ano
de 2014 buscou estudar o empreendedorismo entre os jovens universitários.

2.5.1. Relatório Global Entrepreneurship Monitor3

O relatório Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2013), desenvolvido por


meio de uma parceria entre London Business School e Babson College, abrange 100
países para constituir o maior estudo atual sobre empreendedorismo no mundo.
A principal função desse estudo é compreender a relação entre o empreendedorismo e
o desenvolvimento econômico.
A última pesquisa foi realizada em 2013 e incluiu 68 países.
De acordo com o Relatório Executivo GEM (2013, p. 4) (empreendedorismo no Brasil),
os seguintes tipos de empreendedores foram considerados:

3
Esse tópico foi baseado e extraído do relatório GEM, 2013. Esse relatório faz um estudo do perfil do
empreendedor brasileiro de 2012 a 2013, fazendo um comparativo e levantando diversas
características acerca deste.
24

• Empreendedores Nascentes: São proprietários do negócio e participam de toda sua


estruturação, porém ainda não houve a obtenção de uma remuneração ou pagamento
de salários por mais de três meses.
• Empreendedores Novos: São proprietários e administram o negócio. Também já
houve a remuneração ou pagamento de salário por mais de três meses e menos de
42 meses.
• Empreendedores Estabelecidos: São proprietários e administram o negócio.
Também já houve a remuneração ou pagamento de salário por mais 42 meses.

Conforme pode ser observado na tabela 2 (GEM, 2013), no Brasil, a taxa de


empreendedores iniciais (como percentual da população entre 18 e 64 anos) em 2013,
de 17,3%, é maior que a de empreendedores estabelecidos (15,4%).
Ainda no Relatório GEM (2013), é possível observar que o Norte possui o segundo
maior percentual de crescimento de empreendedores iniciais do Brasil, perdendo apenas
para o Sudeste. Com relação a empreendedores nascentes, o Norte é a região que mais
apresentou um crescimento considerável de 2012 a 2013.
Para os empreendedores estabelecidos, o Centro-Oeste obteve um crescimento
expressivamente maior, chegando a 4,7%

Tabela 2. Tipo de empreendedor no Brasil por macrorregião geográfica, 2012-2013


Tipo de empreendedor
Ano 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
Região Inicial Nascente Novo Estabelecido Taxa Total
Norte 17,6 17,3 5,3 7,1 12,5 10,8 16,9 12,1 52,3 47,3
Nordeste 16,8 14,9 4,8 4,8 12,4 10,5 13,9 14,4 47,9 44,6
Centro-Oeste 16,3 16,5 3,8 2,5 12,9 14,3 15,1 19,8 48,1 53,1
Sudeste 14,2 20,2 4,6 6,1 10 14,7 15,5 16 44,3 57
Sul 15,3 13,6 3,5 3,2 12 10,5 16,6 15,1 47,4 42,4
Total Brasil 15,4 17,3 4,5 5,1 11,3 12,6 15,2 15,4 46,4 50,4

Fonte: GEM (2013)

No Brasil, há uma grande relevância do empreendedorismo, onde podemos


encontrar cerca de 21 milhões de empreendedores iniciais e 19 milhões de
25

empreendedores estabelecidos. Para a pesquisa da GEM (2013), também foi levado em


consideração dois tipos de motores de empreendedores:

• Empreendedores por necessidade: aqueles que abrem o próprio negócio por não
terem outra opção melhor de ocupação x remuneração.

• Empreendedores por oportunidade: aqueles que escolhem abrir o próprio


negócio, pois visualizam uma oportunidade de negócio e optaram por
empreender mesmo tendo renda e oportunidades de remuneração.

A tabela 3 mostra a relação entre os empreendedores por necessidade e os


empreendedores por oportunidade:

Tabela 3 - Motivação do empreendimento por macrorregião, 2012-2013


Motivação
201
Ano 2012 3 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
Taxa de Taxa de Razão Oportunidade
oportunidade necessidade oportunidade/ como percentual da
Região (%) (%) necessidade TEA Taxa Total
Norte 10,1 10,9 7,7 6,4 1,3 1,7 56 62,9 75,1 81,9
Nordeste 10,3 9,3 6,6 5,5 1,6 1,7 60,4 62,7 78,9 79,2
Centro-
oeste 13,9 10,9 2,5 5,6 5,5 1,9 84 66 105,9 84,4
Sudeste 10,4 15,2 3,6 4,9 2,9 3,1 73,9 75,6 90,8 98,8
Sul 11,2 10,6 3,8 3 3 3,6 74,1 78,2 92,1 91,1
Total
Brasil 10,7 12,3 4,7 5 2,3 2,5 69,2 71,3 86,9 91,1
Fonte: GEM (2013)

É possível notar que a relação de empreendedores por oportunidade, em 2013,


obteve 71,3% da proporção, mostrando-se o expressivo crescimento do
empreendedorismo e comprovando que as pessoas estão cada vez mais buscando abrir
seu próprio negócio, não apenas por uma necessidade financeira e falta de
oportunidades, mas principalmente por acreditarem que é uma oportunidade de
remuneração diferenciada.

Quanto à região que mais apresenta oportunidade podemos citar a região


Sudeste, que apresenta um crescimento importante até mesmo frente ao crescimento das
oportunidades do Brasil total.
26

Com relação à taxa de necessidade, a região que situou-se fora da normalidade


foi a região Centro-oeste, que apresentou um aumento no ingresso no
empreendedorismo devido a necessidade.

Apresenta-se a seguir a Figura 3, que demonstra toda evolução da atividade


empreendedora ao longo dos anos e também o perfil desses empreendedores, servindo
como um comparativo para termos uma noção mais ampla do cenário brasileiro a partir
de 2002 até 2013.

Figura 3: Evolução da atividade empreendedora.

Fonte: GEM Brasil (2013)

Também através do relatório desenvolvido pelo GEM (2013), foi identificado


qual seria o perfil do empreendedor brasileiro. As principais constatações identificaram
as seguintes características descritas a seguir:

• 52,2% dos empreendedores brasileiros são mulheres;

• 33,31% dos empreendedores brasileiros possuem de 25 a 34 anos;

• 50,9% dos empreendedores brasileiros possuem menos do que o segundo grau


completo;

• 61,6% dos empreendedores brasileiros possuem renda de menos de três salários


mínimos.
27

De forma a contextualizar sumariamente todas as constatações, no quadro 4, a


seguir, são apresentadas todas as características referentes ao perfil levantadas pela
pesquisa referenciada:
28

Tabela 4 - Características dos perfis de empreendedores por macrorregião.


(continua)

Região Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul Brasil Total


Tipo de
Oportunid Oportunid Necessid Oportunid Necessid Oportunid Necessid Oportunid Necessid Oportunid Necessid
empreende Necessida
ade ade ade ade ade ade ade ade ade ade ade
dor de
Gênero
Masculino 63,8 36,2 68,1 31,9 66,6 33,4 82,7 17,3 83,4 16,6 76,8 23,3
Feminino 62,2 37,8 57,1 42,9 65,6 34,4 68,9 31,3 74,3 25,7 66,2 33,8
Faixa Etária
18-24 anos 70,3 29,7 73,9 26,1 64,6 35,4 79,1 20,9 82,5 17,5 76,3 23,7
25-34 anos 63,6 36,4 64,6 35,4 69,2 30,8 77,6 22,4 87,9 12,1 74 26
35-44 anos 57,6 42,4 59,5 40,5 63,7 36,3 74 26 71,8 28,2 68,7 31,3
45-54 anos 64,6 35,4 49,4 50,6 65 35 68,7 31,3 69,5 30,5 63,6 36,4
55-64 anos 58,6 41,4 70,3 29,7 64,4 35,6 79,3 20,7 76,1 23,9 74,3 25,7
Grau de escolaridade
Menor que
segundo
grau
completo 52,6 47,4 44,2 55,8 58,6 41,4 66,1 33,9 72,6 27,4 61,2 38,8
Segundo
grau
completo 69,5 30,5 71,1 28,9 65,8 34,2 82,7 17,3 81,8 18,2 77,5 22,5
Maior que
segundo
grau
completo 61,5 38,5 88,2 11,8 90,6 9,4 95,7 4,3 95,1 4,9 92,1 7,9
Tamanho da família
29

Até 4
pessoas 63,3 36,7 65,3 34,7 68,2 31,8 75,7 24,3 77 23 72,1 27,9
5 ou mais
pessoas 61,5 38,5 53,4 46,6 56,7 43,3 74,2 25,8 86,5 13,5 67,6 32,4
Faixa de renda

Menos de 3
salários
mínimos 57,8 42,2 52,4 47,6 56,5 43,5 67,4 32,6 73,8 26,2 62,5 37,5
3a6
salários
mínimos 79,5 20,5 78,6 21,4 78,8 21,2 83,4 16,6 83 17 81,8 18,2
6a9
salários
mínimos 67,1 32,9 100 0 78,9 21,1 96,4 3,6 91,3 8,7 93,8 6,2

Mais de 9
salários
mínimos 100 0 84 16 95 5 95,2 4,8 76,6 23,4 92,2 7,8
Estado ou país de origem do empreendedor
Natural da
cidade 66,1 33,9 66,5 33,5 69,4 30,6 76,8 23,2 80,7 19,3 73,4 26,6
Natural do
Estado 56,8 43,2 55,1 44,9 70,7 29,3 77,3 22,7 72 28 73,4 26,6
Natural de
outro
Estado 64,8 35,2 57,2 42,8 57,6 42,4 69 31 83,2 16,8 66,9 33,1
Já morou
em outro
Estado 65,6 34,4 66,6 33,4 62,8 37,2 67,4 32,6 79,8 20,2 68,2 31,8
Fonte: GEM (2013)
30

Um fator bastante interessante que pode ser observado através do quadro acima,
é que em todas as regiões do país o número de empreendedores por oportunidade é
maior do que por necessidade, refletindo assim, o cenário brasileiro. É visível, também,
que em todas as regiões, os empreendedores por necessidade são em sua maioria
mulheres.

A maioria dos empreendedores por oportunidade está dentro da faixa de 18-24


anos, o que demonstra que cada vez mais jovens estão empreendendo por perceberem
que há uma oportunidade a ser explorada. Já com relação aos empreendedores por
necessidade, estes encontram-se, em sua maioria, na faixa de 35-44 anos, o que
demonstra que muitas vezes o indivíduo era empregado mas, por necessidade, acaba
tendo que buscar o empreendedorismo, já com uma certa idade e maturidade.
A mentalidade empreendedora também foi levada em consideração em tal
estudo, e dessa forma, chegou-se a seguinte coleta de dados, representada na tabela 5.
31

Tabela 5 - Mentalidade empreendedora no Brasil

Região Norte Nordeste Centro-oeste Sudeste Sul Brasil Total


Mentalidade empreendedora (%)
Afirmam conhecer
alguém pessoalmente
que começou um novo 36,3 38,3 36,4 39,7 31,4 37,7
negócio nos últimos
dois anos.
Afirmam perceber para
os próximos seis meses
boas oportunidades
para se começar um 54,5 48,5 52,5 50,3 48 50
novo negócio nas
proximidades de onde
vieram.
Afirmam ter
conhecimento, a
habilidade e a 56,3 54,9 47,6 51,7 48,4 52,1
experiência necessários
para iniciar um novo
negócio.
Afirmam que o medo
de fracassar não
impediria que 62,5 61,2 52,1 55 56,9 57,3
começassem um novo
negócio.
Afirmam que no
Brasil, a maioria das
pessoas preferiria que
todos tivessem um
80,2 79,7 81,9 85,2 79,4 82,2
padrão de vida
parecido.
Afirmam que no
Brasil, a maioria das
pessoas considera que
abrir um negócio é
87,7 87,2 84 81,4 83,1 83,9
uma opção desejável
de carreira
Afirmam que no
Brasil, aqueles que
alcançam sucesso ao
iniciar um novo
84,2 85,1 82,5 78 79,9 81
negócio perante a
sociedade
Afirmam que no
Brasil, se vê
frequentemente na
mídia histórias sobre
87,8 83,6 81,9 82,7 81,9 83,2
novos negócios bem
sucedidos
Fonte: GEM (2013)
32

Como é possível notar, um fato bastante interessante é que pelo menos 80% dos
brasileiros consideram abrir um negócio uma opção bastante desejável e considerável,
ou seja, isso só acrescenta e fortalece a visão de que ser empreendedor está ganhando a
atenção e o prestígio da população brasileira.

Além disso, outro ponto interessante é que pelo menos 50% dos brasileiros
acreditam que possuem as competências e conhecimentos necessários para abrir um
negócio, fator esse que pode ser justificado pelo fato de que mais de 80% dos brasileiros
veem frequentemente na mídia, notícias sobre novos negócios bem sucedidos, ou seja,
estão sempre alerta, atualizados e buscando informações a respeito do tema.

Por fim, complementando o estudo da GEM Brasil (2013), também buscou


pesquisar sobre os sonhos dos brasileiros, onde pôde-se constatar que 34,6% dos
brasileiros sonham em ter seu próprio negócio, ficando à frente de sonhos como:
comprar um automóvel, ter diploma de ensino superior e fazer carreira em uma
empresa.

2.5.2. Relatório Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro4

Em 2014, a Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE)


desenvolveu, em parceria com a revista “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”,
uma pesquisa que buscasse descrever o perfil do jovem empreendedor brasileiro.
(CONAJE, 2014). Essa pesquisa contou com 5.181 jovens em vinte e sete estados
brasileiros e os levantamentos e as informações coletadas trouxeram importantes
contribuições frente ao perfil do jovem empreendedor.

De acordo com os dados, a idade média do jovem empreendedor está entre 26-
30 anos, representados nessa pesquisa por 38% dos entrevistados. Com relação à
motivação de abrir o próprio negócio, o desejo pela independência e a identificação do
empreendedorismo como fonte de renda e de oportunidade, são os pontos mais citados
pelos entrevistados. Porém, muitos destes ainda não empreendem, e os fatores cruciais
são a falta de preparo, a ausência de dinheiro e a influência familiar.

4
Para esse tópico, a pesquisa estudada foi proveniente do CONAJE, 2014. Este, tem o objetivo de estudar
e analisar o perfil do jovem empreendedor bem como o jovem potencial empreendedor, buscando extrair
e acompanhar os fatores e as principais características destes.
33

Para aqueles que hoje já empreendem, a identificação com o negócio e a vontade


de sempre ter quisto ser empreendedor são os pontos que os levaram a buscar essa
carreira. Estes também possuem um segmento de mercado bem definido, o setor de
serviços. Quanto a capacitação desses jovens empreendedores, apenas 7% conseguem
ter um alto investimento na qualificação.

Há também aqueles jovens que possuem um potencial para empreender, e estes


afirmaram que os movimentos e as organizações dentro da faculdade auxiliaram e
alimentaram a motivação, porém a organização mais citada foi a empresa júnior.

Durante o recolhimento de dados e informações, a pesquisa conseguiu reunir e


identificar o perfil do jovem potencial empreendedor brasileiro bem como do jovem
empreendedor brasileiro (CONAJE, 2014). Dessa forma, foi identificada que o jovem
potencial empreendedor brasileiro possui as seguintes características:

1. Possui entre 21-25 anos;


2. Buscam independência e por isso desejam empreender;
3. A falta de dinheiro e o despreparo são os principais motivos que os levam a não
empreender;
4. Prefere abrir a empresa no setor de serviços;
5. Possuem dificuldades na busca por capacitação.

No que diz respeito ao perfil do jovem empreendedor brasileiro tem-se que:

1. Possui entre 26-30 anos;


2. A identificação de uma oportunidade de negócio e a vontade de empreender
são os fatores que mais motivaram o jovem a buscar o empreendedorismo;
3. Prefere abrir a empresa no setor de serviços;
4. Buscam capacitação em jovens entidades empresariais;
34

3. Metodologia

Realizar pesquisas resulta em descobrir respostas através de procedimentos


científicos (GIL, 1991). Para que o objetivo desse estudo possa ser atingido é preciso
que seja testada a hipótese sobre estudantes que passaram pela experiência da empresa
júnior virem a se tornar empreendedores. Nesse caso, é possível dizer que essa pesquisa
é considerada científica aplicada, já que tem o objetivo de verificar ou solucionar
problemas humanos específicos ou dúvidas (VERGARA, 1997).

“A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e


fenômenos sem manipulá-los” (CERVO; SILVA; BERVIAN, 2007, p. 61). Sendo
assim, essa pesquisa buscará descrever o perfil do empresário júnior, analisando sua
formação na perspectiva empreendedora, comprovando ou reprovando a hipótese de
que o Movimento Empresa Júnior apresenta influência direta na formação de um
empreendedor.

Para testar e verificar essa hipótese, será feito o uso de questionários com
questões abertas e fechadas, verificando a melhor estratégia para cada uma das
questões, visto que quando houver necessidade de se extrair maiores detalhes, o uso de
questão aberta será feito, e quando houver a necessidade de simplicidade e de uma
resposta direta, uma questão fechada será elaborada.

Uma vantagem dos questionários abertos está no fato do entrevistado ficar livre
para responder da sua maneira, utilizando suas próprias palavras, não possuindo um
limitante ou alternativas. (MATTAR, 1994).

Para Mattar (1994), as vantagens desse tipo de questionário são:

1. Estímulo a cooperação;
2. Melhor análise das atitudes e postura;
3. Deixa o respondente mais a vontade durante a entrevista.
4. Cobre pontos além;
5. Proporciona comentários e explicações.

Porém, o autor contrapõe este ponto, apresentando algumas desvantagens, tais


como:

1. Margem para imparcialidade do entrevistador, visto que não há um padrão nas


respostas;
2. São menos objetivas e podem fugir do assunto;
35

3. São mais demoradas quanto a sua análise.

Para os questionários fechados, ou de múltipla-escolha, a pessoa que estiver


respondendo optará por uma das alternativas, gerando um parecer geral sobre aquele
assunto baseado nas estatísticas que forem levantadas ao final da compilação. (Mattar,
1994). As vantagens deste tipo são, segundo Mattar (1994):

1. Facilidade de aplicação e de análise;


2. Rapidez ao responder;
3. Pouca possibilidade de erros.

Já com relação às desvantagens, tem-se:

1. Exige-se maior cuidado e tempo em sua preparação;


2. Podem deixar alguns vieses como a inclusão do campo “outros”;
3. O respondente pode ser influenciado a responder alguma das alternativas
simplesmente porque elas foram dispostas desta maneira.

Quanto às entrevistas, Ribeiro (2008) as levanta como uma técnica a qual o


observador quer ter informações a respeito daquilo que está estudando que vão além,
incorporando novas formas de interpretação dos resultados obtidos.

Para Gil (1999), é possível classificar as entrevistas como: informais,


focalizadas, focalizadas por pautas e formalizadas. As quais apresentam as seguintes
características:
a. Informais: são menos estruturadas e só se distingue da conversação habitual, pois
o objetivo básico é a coleta de dados.
b. Focalizada: é livre, porém foca em um tema mais específico e quando o entrevistado
responde, ele pode falar livremente sobre o assunto. É utilizado quando busca-se
explorar alguma experiência vivida.
c. Focalizada por pauta: há um certo grau de estruturação, visto que guia-se através
de pontos de interesse que o entrevistador está propondo e explorando. Há uma
ordenação e há uma relação entre as perguntas.
d. Formalizada: o desenvolvimento se dá através de uma relação fixa de perguntas,
onde sua ordem e redação são invariáveis para qualquer entrevistado, visto que
normalmente são em grande número. É aconselhável o uso em pesquisas de cunho
social.
36

Nessas condições, foram desenvolvidas dois tipos de abordagens para o presente


trabalho, as quais5:

1- A primeira foi um questionário enviado via rede social (Facebook) para um


grupo de empresários juniores de todo o Brasil, buscando respostas no que
chamado “mar aberto”. O intuito dessa primeira pesquisa foi focar em pessoas
que ainda estejam dentro do Movimento, buscando perceber qual a percepção e
a contribuição dessa primeira experiência empresarial. Esse questionário
apresenta questões abertas e fechadas, com um enfoque mais generalista,
perguntando diversos aspectos, inclusive para conhecer a amostragem que
estamos trabalhando. Este questionário reuniu 346 respostas (Anexo 1).
2- A segunda abordagem escolhida foi uma entrevista direcionada a um público
específico e pré-selecionado, restrito às pessoas que já saíram da empresa júnior
e que agora estão no mercado de trabalho. O roteiro da entrevista é composto
somente por questões abertas e mais específicas ao tema do empreendedorismo.
Foram realizadas 9 entrevistas (Anexo 2).

Com relação ao público-alvo selecionado para aplicar o questionário e a


entrevista tem-se respectivamente:

a) Universitários que fazem parte de empresa júnior;


b) Universitários que já fizeram parte de empresa júnior e hoje estão no mercado
de trabalho.

5
O formato dos questionários e entrevistas estão expressos nos Anexos deste trabalho.
37

4. Resultados obtidos
4.1 Questionário

Na primeira abordagem de pesquisa selecionada, o questionário, foram obtidas


346 respostas. Este questionário foi enviado via rede social, em um grupo que é
composto de empresários juniores de todos os estados brasileiros. O objetivo dessa
pesquisa é identificar se os empresários juniores possuem perfil empreendedor, por isso
é crucial que o público-alvo conheça e tenha tido experiência dentro do Movimento.

Para a formulação do questionário, questões abertas e fechadas foram utilizadas


para que se obtivesse a maior efetividade na coleta de resultados para a posterior
manipulação dos dados.

Para que se analise cada ponto observado, as respostas serão divididas em


tópicos. Sendo estes:

4.1.1 Perfil dos respondentes

Nessa seção, será demonstrado qual o perfil que os respondentes do questionário


apresentaram, baseados em informações básicas para conhecimento geral do público
estudado.

Dentre os entrevistados, 54% eram mulheres (Gráfico 1) e a faixa etária


predominante foi dos 21-24 anos.

De acordo com o relatório GEM (2013), a maioria dos empreendedores


brasileiros são mulheres e a faixa etária que representa o empreendedorismo por
oportunidade, ou seja, aqueles que o enxergam como uma grande chance de
desenvolvimento e fonte de renda, é a de 18-24 anos.

Já para a pesquisa realizada pelo CONAJE (2014), a faixa etária dos jovens
potenciais empreendedores é de 26-30 anos. E tanto os jovens empreendedores quanto
os jovens potenciais empreendedores preferem a área de serviços.

É interessante perceber também que, dentre as mulheres, 97 delas cursam alguma


graduação da área de Exatas (Gráfico 4) e a grande maioria acredita que a Empresa
Júnior contribui totalmente na decisão do que ser profissionalmente (Gráfico 8).
38

Gráfico 1: Gênero dos respondentes.

Sexo
Homens Mulheres

46%

54%

Fonte: Dados da pesquisa.

A região do país com maior número de respondentes foi a Sudeste e a maior


representatividade com relação aos cursos de graduação foi da área de Exatas (59,25%)
(Gráfico 2, provenientes de uma universidade pública, em sua grande maioria (94%)
(Gráfico 3).

Mesmo não sendo maioria, a universidade particular é a qual os estudantes


pensam em empreender logo que saírem da universidade, diferentemente da
universidade pública, onde os estudantes desejam empreender, porém somente no
futuro (Gráfico 10).

Destes, que desejam empreender, sentem que o grande ponto que barra esse
empreendedorismo, em sua maioria, está em não ter o conhecimento necessário e não
ter o investimento em mãos para a abertura do negócio (Gráfico 11).
39

Gráfico 2: Área de graduação dos respondentes.

Área de graduação
207

118

21

Exatas Humanas Biológicas

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 3: Universidade dos respondentes.

Tipo de universidade que estuda


Pública Particular

6%

94%

Fonte: Dados da pesquisa.

Ainda, dos entrevistados, 31% estão trabalhando atualmente sendo que 17%
atuam na área de consultoria. Tais características são bastante congruentes com as
pesquisas analisadas anteriormente neste trabalho. (Gráfico 4)
40

Dos 31% que trabalham, 89% são de universidade pública, o que pode explicar
a baixa relação de estudantes destas universidades com o empreendedorismo logo após
o término da graduação. Muitos deles já precisam trabalhar até mesmo durante o curso
e portanto é necessário que primeiro consigam juntar o dinheiro para o investimento
inicial em um negócio para depois pensarem em empreender.

Para esses, a área de consultoria e de serviços ainda são as áreas preferidas e que a
grande maioria escolheu para atuar.

Com relação aos estudantes de universidade particular, 54% são provenientes


da região sudeste. Já com relação às universidades públicas, 58%. Fatores estes que
confirmam o desenvolvimento e investimento altos que essa região possui frente às
outras.

Gráfico 4: Situação empregatícia dos respondentes.

Atualmente trabalha?
Sim Não

31%

69%

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o relatório GEM (2013), a maioria dos empreendedores


brasileiros são mulheres e a faixa etária que representa o empreendedorismo por
oportunidade, ou seja, aqueles que o enxergam como uma grande chance de
desenvolvimento e fonte de renda, é a de 18-24 anos.
41

Já para a pesquisa realizada pelo CONAJE (2014), a faixa etária dos jovens
potenciais empreendedores é de 26-30 anos. E tanto os jovens empreendedores quanto
os jovens potenciais empreendedores preferem a área de serviços.

A pesquisa realizada por Oliveira (2003), no Encontro Nacional de Empresários


Juniores, expressa que a grande maioria dos entrevistados são de universidades públicas
(82,59%).

4.1.2 Relação da carreira profissional com os movimento estudantis

Nessa seção, será ilustrada a ligação da construção e decisão da carreira


profissional com os movimentos estudantis que atuam dentro da universidade.

Observou-se que 60% dos entrevistados não possuem uma família


empreendedora (Gráfico 5), fator que pode exemplificar um indicador levantado pela
pesquisa realizada pela CONAJE (2014), que diz que um dos motivos por não
empreenderem é por influência familiar, ou seja, a não cultura empreendedora dentro
das famílias brasileiras.

Para as universidades públicas, metade dos pais são empreendedores e a outra


metade não, e os que são empreendedores originam-se do Sudeste brasileiro. Porém,
quanto às universidades particulares, 70% dos pais não são empreendedores.

Gráfico 5: Empreendedorismo na família.

Seus pais são empreendedores?


Sim Não

40%

60%

Fonte: Dados da pesquisa.


42

Na pesquisa realizada por Oliveira (2003), os alunos ingressam nas empresas


juniores muito cedo, 42,79% desde o primeiro ano de graduação, e alegam que a EJ os
fazem sentir mais preparados e maduros para o mercado de trabalho.

Na pesquisa realizada pelo CONAJE (2014), a empresa júnior também


representa uma forte aliada na expansão e divulgação do empreendedorismo como
forma de desenvolvimento e de fonte de renda. Esse fato se comprova visto que 59,5%
alegam que a EJ auxilia totalmente na decisão de carreira e no amadurecimento
corporativo (Gráfico 6). Esse fato se replica para outras organizações estudantis,
quando 62,1% acreditam que as organizações estudantis dentro da faculdade possuem
uma contribuição para o mundo do mercado de trabalho, porém depende da organização
(Gráfico 7).

A EJ também apresenta significativos resultados quando a questão é voltada ao


trabalho que foi realizado dentro desta organização contribuir para a decisão do que ser
profissionalmente.

Dentro das universidades públicas, 60% dos alunos acreditam que a Empresa
Júnior contribui totalmente na decisão do que ser profissionalmente, fator este que
também se reflete nas universidades particulares, onde 66,66% acreditam no grande
apoio que a Empresa Júnior oferece durante essa decisão.
43

Gráfico 6: Empresa Júnior e a decisão profissional.

Você acredita que a empresa júnior auxilia


na decisão do que ser profissionalmente?

207

138

Não Parcialmente Totalmente

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 7: Organizações estudantis e a decisão profissional.

Você acredita que organizações


estudantis dentro da faculdade
auxiliam na decisão do que ser
profissionalmente?
216

61 59
10

Não Parcialmente Sim, mas depende Sim, todas as


da organização organizações

Fonte: Dados da pesquisa.


44

4.1.3 Perfil empreendedor

Para essa seção, serão levados em consideração os pontos que envolvem


informações relacionadas ao empreendedorismo, ou seja, o perfil empreendedor dos
respondentes.

Quando questionados sobre a vontade de empreender logo quando sair da


faculdade, 56,9% dos respondentes pensa em empreender, porém no futuro (Gráfico 8).
Estes, que não desejam empreender imediatamente, alegam que os motivos são a falta
de investimento, a necessidade de remuneração imediata e as incertezas mercadológicas
(Gráfico 9).

Com relação aos estudantes de universidades públicas, 48% dos que desejam
empreender logo quando saírem da faculdade possuem pais empreendedores, ou seja
podem acompanhar o modelo dentro de casa e se espelharem para a empreitada
empreendedores.

Porém, quanto às universidades particulares, somente 1 pessoa deseja empreender pós


a graduação e possui pais empreendedores, ou seja, o empreendedorismo entre as
famílias dos jovens das faculdades particulares é minoria, sendo um possível indicador
de que os jovens de faculdades particulares muitas vezes não empreendem, pois saem
na busca de uma carreira consolidada dentro de grandes empresas, muitas vezes tendo
como exemplo seus próprios pais.

Gráfico 8: Empreendedorismo pós universidade.

Você deseja abrir seu próprio negócio


logo quando sair da faculdade?
198

105

34
9

Sim, penso em Nunca pensei nisso Não, mas penso em Não, não penso em
empreender empreender no empreender
futuro

Fonte: Dados da pesquisa.


45

Gráfico 9: Motivos para não empreender pós universidade.

Quais fatores te impediriam ou te


impedem de abrir seu próprio negócio?
Incertezas mercadológicas 127

Risco do negócio 110

Necessidade de remuneração imediata 134

Falta de conhecimento 101

Falta de tempo 63

Falta de investimento 189

Fonte: Dados da pesquisa.

Essas características são bem próximas as citadas na pesquisa realizada pelo


CONAJE (2014), onde a falta de preparo, a falta de dinheiro e a influência familiar
foram pontos citados como possíveis impedidores do desenvolvimento do
empreendedorismo.

Tanto para os alunos de universidades particulares quanto públicas, os grandes


empecilhos para a não abertura da empresa se dá frente a falta de investimento e a falta
de conhecimento, que em ambos os casos se mostram maioria na opinião dos jovens.

Para o relatório GEM (2013), 80% das pessoas desejam abrir seu próprio
negócio e essa abertura se dá muito mais pela oportunidade que o empreendedorismo
proporciona do que por necessidade de remuneração ou falta de opção.

4.2. Entrevistas

Além de coletados os dados através de questionário divulgado de forma online


nas redes sociais, a pesquisa conta com o artifício da entrevista. Esta foi realizada com
nove jovens que fizeram parte do Movimento Empresa Júnior e que hoje abriram seu
próprio negócio.
46

A seleção dos jovens foi feita através de um pré-filtro, onde a busca dos jovens se deu
através das seguintes características:

1. Ter feito parte do Movimento por mais de um ano;


2. Ter aberto sua empresa após a saída do Movimento;
3. Ter tido uma participação significativa e ativa dentro do Movimento.

Após a aplicação destes filtros, apenas nove jovens foram selecionados para a entrevista
que contribuí para a análise deste trabalho.

Essa amostragem foi considerada, pois o grande impacto que este trabalho busca
mensurar é a real influência que o Movimento tem sobre o empreendedorismo, ou seja,
se elas de fato saem de lá prontas e engajadas para abrir seu próprio negócio.

Para as entrevistas foi utilizado o questionário formalizado, visto que a


entrevista abrangia muitas pessoas e seu principal cunho era social. A primeira pergunta
faz referência a quantidade de tempo que as pessoas fizeram parte de uma EJ, e a média
de tempo que os jovens entrevistados permaneceram no Movimento foi de
aproximadamente 3 anos.

Este fato se confirma quando se analisa a pesquisa realizada por Oliveira (2003) ao
dizer que os jovens entram nas empresas juniores desde o primeiro ano, permanecendo,
então, por uma média de 3 anos. Este período de tempo, mostra-se significativo visto
que os jovens permanecem dentro da EJ por quase toda sua graduação, que em média
dura de 4 a 5 anos, trazendo a forte relação que é possível se ter ao se unir o aprendizado
da graduação com a vivencia da EJ.

Já na segunda pergunta, o ponto questionado relaciona-se a quanto tempo eles


possuíam a empresa, e como resposta se obteve que os jovens possuem seu próprio
negócio há aproximadamente 1 ano, ou seja, são jovens recém-formados e que já
enxergaram no empreendedorismo uma forma de desenvolvimento. Para Oliveira
(2003), a EJ é uma grande responsável por preparar esses jovens para o mercado de
trabalho e para o relacionamento com o empreendedorismo desde cedo.

Durante os questionários aplicados, este fato também se confirma, visto que


59,5% dos jovens alegam que a EJ auxilia totalmente na decisão de carreira e no
amadurecimento corporativo, demonstrando que há um maior preparo dentre aqueles
que tiveram a experiência de participar da EJ, amadurecendo e estando mais preparados
47

para o mercado de trabalho, que nesse caso se transparece através do


empreendedorismo.

Na terceira pergunta, foi questionado sobre a motivação para que o negócio


fosse aberto, e quando questionados a grande maioria citou a realização pessoal como
fator forte e determinante. Também foram levantados pontos a respeito de geração de
impacto na vida das pessoas, e propor algo inovador e criativo para a sociedade.

Todos, sem exceção, comentaram que o Movimento Empresa Júnior colaborou


fortemente para que eles tivessem a motivação e o engajamento de abrir a empresa.
Muitos mostraram exemplos de eventos do Movimento que inclusive deram a ideia base
para o que o negócio hoje.

Tanto nas pesquisas realizadas por Oliveira (2003), quanto pelo GEM (2013) e
pelo CONAJE (2014) é possível perceber que estes jovens viram no empreendedorismo
uma oportunidade (CONAJE, 2014), número este que ilustra 80% do jovens de todo
Brasil que desejam abrir uma empresa (GEM,2013).

Para a quarta questão, as dificuldades na abertura da empresa foram trazidas a


tona e os problemas citados foram desde estruturação burocrática-financeira até quebra
de paradigmas pessoais, porém os pontos de maior relevância e citação, foram as
dificuldades de se testar a hipótese do negócio de maneira prévia, e conseguir captar
clientes que confiassem no trabalho destes jovens recém-formados.

Um ponto interessante de se observar, é que somente uma pessoa citou não se


sentir preparada para abrir o negócio, todos os outros oito entrevistados sentiam-se
seguros quanto a isso e davam muito mérito ao aprendizado que a empresa júnior
proporcionou.

Para CONAJE (2014), os jovens saem da empresa júnior já preparados, visto


que as organizações estudantis são extremamente importantes e apresentam forte
influência no desenvolvimento destes jovens, que desde muito cedo se engajam e
buscam algo fora das salas de aula.

A quinta questão foi relacionada ao jovem acreditar que o Movimento Empresa


Júnior colaborou para que ele abrisse sua empresa de alguma forma, e todos os
entrevistados foram unânimes em suas respostas e confirmaram que o Movimento foi
o grande responsável por essa decisão.
48

Houve citação de auxílio técnico, como liderança, gerenciamento de projetos,


inteligência emocional, como também a grande influência motivacional que esse
Movimento proporciona ao empresário júnior.

Por último, a sexta questão perguntava sobre se o aprendizado adquirido na


empresa júnior contribuía para os dias de hoje, e mais uma vez obteve-se unanimidade
das respostas, as quais demonstraram que muito do que aprenderam no mundo júnior é
aplicado e utilizado hoje em dia.

Grandes aprendizados citados foram, tanto pessoais, como amadurecimento,


gestão do tempo, liderança, confiança e motivação, quanto profissionais, podendo citar
metodologias de gerenciamento, planejamento estratégico, noções de finanças, gestão
de equipes, estratégia de marketing, entre outros.
49

5. Considerações finais

O Movimento Empresa Júnior é uma realidade que percorre muitos jovens pelo
mundo afora e que traz em sua missão a expansão e desenvolvimento do
empreendedorismo (Brasil Júnior, 2007). Dessa maneira, esse trabalho buscou estudar
as influências e aspectos do Movimento que contribuem para que o jovem universitário
deseje empreender e sair da graduação com o plano de carreira de um empreendedor.

Para CONAJE (2014), a EJ é uma grande organização estudantil que pode fazer
a diferença e ajudar o jovem na decisão do que ser profissionalmente e de relacionar
isso ao empreendedorismo jovem. Durante as entrevistas e questionários aplicados esse
fato se reforçou inúmeras vezes e de inúmeras formas.

Hoje, de acordo com GEM (2013), o Brasil apresenta cerca de 80% dos jovens
com desejo de empreender, e esse empreendedorismo não surge simplesmente por
necessidade, pois o número de jovens que empreendem por enxergar uma oportunidade
de renda e de desenvolvimento é muito maior.

Ainda que hajam barreiras, como a falta de preparo, a necessidade de


remuneração imediata e a influência da família (CONAJE, 2014), mais de 57% dos
jovens que participaram da pesquisa ainda optam por esse caminho e tem a vontade de
empreender logo depois que sair da faculdade.

O assunto do empreendedorismo entre os jovens é algo que vem sendo estudado


por vários órgãos e de várias maneiras, fato que contribuiu para enriquecer ainda mais
esse trabalho, com bibliografias que conseguiram sustentar a ideia de que o
empreendedorismo entre os recém-formados é muito influente e que as organizações
estudantis, principalmente a empresa júnior, contribuem fortemente para a construção
de uma veia empreendedora.

Um aspecto unânime entre as entrevistas e o questionário aplicado, juntamente


com a análise realizada pelo CONAJE (2014), é de que a EJ é a grande responsável por
preparar os universitários para o mercado e para o desenvolvimento de uma carreira
mais sólida.

Essa carreira, que em sua maioria é tratada como uma porta para o empreendedorismo,
demonstra a forte motivação dos jovens em terem seu próprio negócio, que mesmo sob
influências como a falta de dinheiro, a necessidade de remuneração imediata e a opinião
50

contrária da maioria das famílias (CONAJE, 2014), o empreendedorismo ainda é


reconhecido como uma grande opção e a opção preferida entre estes jovens, que optam
até mesmo por esperarem algum tempo para terem seu negócio e contornarem as
variáveis que vão na contramão deste.

Inicialmente, houve-se um pré-conceito com relação ao assunto estudado, tendo


a impressão de que seria complicado encontrar bibliografias acerca do assunto. Porém,
o empreendedorismo vem crescendo bem como a quantidade de pesquisas nesse ramo,
principalmente relacionado aos jovens universitários e as organizações estudantis.

Porém, seria interessante que novas pesquisas fossem realizadas, mas com um
enfoque maior em cada estado brasileiro, buscando traçar o perfil empreendedor dos
jovens dentro dos 26 estados e do Distrito Federal, já que o Movimento apresenta
diferentes características dependendo do local que se encontra, desta forma, seria
possível traçar o perfil do empreendedor júnior brasileiro.

É possível concluir então que, o Brasil apresenta fortes influências do


Movimento Empresa Júnior iniciado na França, se transformando em um país com
importante característica empreendedora e repleto de novas oportunidades de
desenvolvimento social e econômico. Porém, as dificuldades de se empreender logo
após sair da faculdade ainda são grandes. Fatores como a falta de investimento e de
conhecimento, barram o empreendedorismo e fazem com que o jovem deseje esperar
até conseguir uma estabilidade financeira e intelectual, juntamente com
amadurecimento, para que possa derivar sua carreira ao mundo empreendedor.

Aqueles que já empreendem, observam o quanto a EJ trouxe de competência,


tanto pessoal quanto profissional, e o quanto o Movimento serviu de engajamento e de
motivação para que eles buscassem através do empreendedorismo o grande propósito
de suas vidas.
51

Referências

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ZARIFIAN, P. Objetivo Competência: Por uma nova lógica. São Paulo. Atlas, 2008.

Anexos

1. Questionário

Sexo

o Masculino.

o Feminino.

Idade

o 17-20

o 21-24

o 25-28

o 29-32

o 33 ou mais

De qual região você é?

o Sul.

o Sudeste.

o Norte.

o Nordeste.

o Centro-oeste.
54

Qual a área da sua graduação?

o Humanas.

o Exatas.

o Biológicas.

Você estuda em:

o Universidade Pública.

o Universidade Particular.

Você está trabalhando?


Se sim, responder a questão abaixo.

o Sim.

o Não.

Em qual área?

o Mercado Financeiro.

o Setor Público.

o Serviços.

o Consultoria.

o Indústria.

o Outros.

Seus pais são empreendedores? (possuem seu próprio negócio)

o Sim.

o Não.

Você acredita que a Empresa Júnior auxilia na decisão do que ser


profissionalmente ?

o Não.

o Parcialmente.

o Totalmente.
55

Você acredita que organizações estudantis dentro da faculdade auxiliam na


decisão do que ser profissionalmente?

o Não.

o Parcialmente.

o Sim, mas depende da organização.

o Sim, todas as organizações.

O que você faz ou fez dentro da sua EJ tem ou teve influência na sua escolha
de carreira profissional?

o Não.

o Parcialmente.

o Totalmente.

Você deseja empreender (abrir seu próprio negócio) logo quando sair da
faculdade?

o Sim, penso em empreender.

o Nunca pensei nisso.

o Não, mas penso em empreender no futuro

o Não, não penso em empreender.

Quais fatores te impediriam ou te impedem de empreender (abrir seu próprio


negócio) ?

o Falta de investimento.

o Falta de tempo.

o Falta de conhecimento.

o Necessidade de remuneração imediata.

o Risco do negócio

o Incertezas mercadológicas

Quais competências você desenvolveu na Empresa Júnior?


56

2. Entrevista

a. Por quanto tempo fez parte do Movimento Empresa Júnior?

b. Há quanto tempo possui sua empresa?

c. Quais foram as suas motivações para abrir a empresa?

d. Quais foram suas maiores dificuldades?

e. Acredita que o Movimento Empresa Júnior colaborou para você abrir sua empresa
de alguma forma? Se sim, como?

f. O que você aprendeu na Empresa Júnior, você aplica hoje? Se sim, o que?

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