Segunda-feira, 9 de Janeiro de 2017 hells ees SERIE — Numero 5 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICACAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOGAMBIGUE, E.P. AVISO ‘A matéria a publicar no «Boletim da Repibiica» deve ser remetida em copia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indicagbes necessarias para esse efeito, © averbamento seguinie, assinado e autenticado: Para publicagic no «Boletim da Repiblice. SUMARIO Assemblela da Republica: Leins 27017: (Chin o Servigo Nacional de lnvestigagio Criminal. abreviadsmente designado por SERNIC. helt aani7: ‘Lei de Transnegdes lectrdnieas. ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lelns 22017 499 de Janeto Havendo necessidade de eriar um Servigo Nacional de Inves- tigagdo Criminal,com vista 2 responder com efiedciac efici¢ncia 10s desafios de preveneao, investigacdo criminal ¢ da instrugée prcparatéria de process0s-crime, 20 abrigo de disposto no mimero 1, do artigo 179, da Constituigo Repiblica, a Assembleia dda Repabfies determina: CAPITULO Disposigées Gerals Anrico § (Criagao} E criado 0 Servige Nacjona} de Investigagdo Criminal. abreviadamente designade por SERNIC. Agrico2 (Detinigéo) A investigagao criminal compreende 0 conjunto devil ‘que. nos termos da lei, se destinam a averi finde um crime. determinar os seus agentes. sua responsnbitidade,deseabrir e recolher provas, no dmbito do processo penal se zexistén Astico 3 (Watureza) 1. 0 SERNIC & uum servigo pdblico de investigagao crim de natureza paramilitar, auxiliar da administragao da justiga. dotado de autonomia administrativa, técnica e téctica, sem prejuizo da tutela exercida pelo Ministzo que superiniende a sea daordem, seguranga ¢ wanquilidade pabticas,era matcria que nd afecta a sua autonomia. 2. Para efeitos da presente Lei, a autonomia administrativa compreende 0 poder de organizar técnica ¢ operativamente fiscalizar servigos destinados a assegurara prossecugo das suis atribuigdes. bem como o poder de praticar actos administratives, defiitivos. 3. Para efeitos da presente Lei, a auionomia técnica assenta 1a utilizago de um conjunto de conheeimentos ¢ métovos de gir, adequados para oexcrefcio das atribuigdes legais dos reds de polfcia criminal. 4. Para efeios da presente Lei, awtonomis tdctica consiste na escolha do tempo, lugar moda adequados & prética dos actos correspondentes ao exercicio das atribuigSes tegais dos ‘Sngios de policia criminal com respeito d subordinagie funcional ‘40 Ministério Pablico. Arnica (Ambito da twiela) ‘A tutela do Ministro que superintende a rea de ordem. seguranca tranquilidade publicas comprecnde os seguintesastos, a) homologar as propostas do plano ¢ do orgamento anus ‘do SERNIC; +b) submeter a proposta do Plano Bstratdgica do SERNIC € da Polftica de Investigago Criminal 3 sprovagio do drgo competente: : ©) submeter 0 Estatuto Organica. do stain do Pessoal edo Quadro de Pessoal do SERNIC 20 Gnsio compe- tente para o aprovar; @) verificar 0 cumprimento das leis, reyulamentos © pro ‘gramas por parte dos Grados do SERNIC: ¢) revogacar 0s actos de natureza admini /) aprovar o Regulamento Interno co S 8) homologar 0 plano de uetividdes amu: ‘hy nomear directores de nivel cenit: i) nomear chefes de departamento de 4 nomear diteetores prov Aetioo 3 (Prineipios tundamentais) 1.0 SERNIC. no seu funcionamento ¢ uetuagt0. obs a Consfituigie. « lei ¢ demas normas vigentes na Republica de Mogambique,34 2. No exercicio das suas fungdes, 0 SERNIC pauta peto rigor no respeito pela togalidade, imparcialidade, apartidarismo, Isengdo, objectividade, igualdade de ttamento, respeito pelos direitos humanes, justiga, integridade ¢ honestidade, ARTG0 6 (Fungées gerais) ‘Slo fungtes gerdis'€o SERNIC: a} reatizar diligénctas eequistindas peles autoridades Jjudicidrins e pelo Ministério Pibtico; . 5b) prevenir¢ investiger acios de natureza erirvinal; éfrealizar actividades atinentes instrugdo preparatsria dos processos-crime, nos termos da lei; ) exercer @ Visildncia e fiscalizagao de locais suspcitos ‘ou propenses & preparacio ou execucio ‘de critne, bem como a uilizacio dos resultados dessa vigtléncia € fiscalizagior @) promovere realizar acgbes destinades a preverigdo gerel, motivando os cidadosa adopter medidas preventivas ‘contra condutas criminosas ‘Aicentcalizar 0 ratsmento, anise e difustio a nivel nacional dainformagdo relative criminalidadee periia téenien ecientffies, necessérias para. as suas actividades e que apoiem a ncgifo dos demais Grgios; 2) llgar os érgfos nacionais de investigacRd criminal A organizagdo intemacional da policia criminal INTERPOL outras otganizagées da mesma natureza Axrioo 7 (uncées especiticas) 41. E competéneia espectfica do SERNIC, a investigagio de: a) eximes contra as pessoas; 5) eximes contra o patriménio: <) crimes informéticos, d) crimes de perigo comuns; ¢) stimes contra 9 Estado; * ‘A crimes contra a orem e tranquilidade piblicas; ‘) crimes cometidos no exercicio de Fungses: hy falsidedes; 1) trifico de pessoas, érgfos e partes de corpo humano; 4) trffico © consumo de estupefacientes, substancias psicotrépicas, precursores, outras substancias © de cfeitos similares eilicitas, previstas na tei penal ) branqueamento de capiteis; 2) financiamente ae terrorisme, 2. Sfo ainda da exclusiva competéncia do SERNIC 4 investigagfo criminal dos processos crimes que pela sta fe, perigosidade dos seus autores e conexos nacionais ¢ iniemacionais assim a determinems, por despacho fundaraentado do Ministério Pébico, 3. Todas as entidades © Srgis policiais so obrigados ‘a comicar ao SERNIC 0s factos de que tenfiam conhecimentos relativos & preparase c execusio dos crimes referidos nos niimeros anteriores e a tomar, até'a sua intervengfo, todas fs providéncias que interessem a prevengdo ¢ investigaedo criminal. ISERIE — NUMERO S Anco 8 (Fungaes no dominio da prevengie criminal) 1. Né dontfnio da prevencao da criminalidade sto Fungdes 0 SERNIC: 4a) propor 20 Ministétio Publica a apticagio de medidas de seguranca, sua modificagda ou substituigdo aos individuos @ clas sujeltos nos trios da fe; _b)vigiar os indivu0s suspeitos ou perigasos, aise como ‘as actividades e locais favoniveis'd prepaftigtio ou execugio dos crimes, a utilizacdo dos seus resultados ‘ou & ceultagio dos crimtinasos: ©) viglar ¢ fiscalizar os estabelecimentos em que se ‘proceda 2 exposico, guarta, fabric, trensformagso, restauragdo e comercilizngaa de antiguidades de livros, © mobiliérios usados, ferto-velno, sucata, vefculos « acessdtios, artigos penhorados e de [oclharia e de + ourivesaria, eléctricos ¢ clectrénicos © quaisquer outros que possam acultar actividades de receplagio ‘ou comercializagéo iliita de bens; 4) vigiare fiscalizar notcis, casas de pernoits, restaurantes, cafés, bares e outros locas sempre que existaFundda =. « Suspeita da prética de, tréfica, de, pessoas, jogo Clandestino tifico de armas, trfico de eStapefecientes ‘ede substancias psicetstpicas e fabrico ou passagem de moeda false; «¢) vigiar e fiscalizar locais de embaque e de desembarque cde pessoas oude mercadorias, fronteraestatal,meios de ‘tansporte, locas pibiicos onde se efectuem operas comerciais, de bolsa ou bencétias,estabelecimentos de vena de valores selados casas 0 recintos de reuniao, de espectéculos ou de diversées. casinos e sales de Jogo, parques de campismo e queisquer locals que ;possam favorecer a prética de delinguéncia, A vigiar e fiscalizar estabelecimentos de venda a0 public 4c eparcthos elecinsaigns ¢ informiicos,sergpre, que pela sua natureza permitam, através da sta utilizagdo iNcita, a pratica de crimesda gonuafaccto de mocda, Falsificagio de docuptentas ou crimes cibernéticos: 5) realizar acgGes destinadas a limitar © mimero de viti- mas da prética de crimes, motivando os cidados a adoptarem precaugdes ou a reduair os actos ¢ as sioagbes que faciliiem ou precipitem a ocorréncia de condutas criminosas. 2.0 SERNIC tom acesso a informagdio necesséria & caract- erizagto, identificagto e localizagao das actividades refcridas no niimero anterior, podendo procedoridentificardo de pessoas ccroalizar vigildncias, se necesséria com recursos a todos os mcios ¢ téonicas de registo de som ¢ de imagem, bem como as revistas, bascas, nos termos da lei. Agniao 9 (Ceadjuvagtio) © SERNIC coadjuva as autoridedes judiciats nos processos relativos a crimes cuja investigacdo Ihes incumbe realizar ow quando the seja requerida 2 pritica de actos que requerem canheelmentos ou meios téenicos especisis. Asmigo 10 (Direcgéo da insteuco preparatéi) No instrugo preperatéria dos processos-crime, © SERNIC actua sob a direcgZo do Ministéria Pablica ¢ na sua dependéncia funcional© DE JANEIRO DE 2017 xno 13 (Cooperagia internacional) No éimbito da implementago dos instranzentes de eooperasd0 policiatinteracionai,o SERNIC pode estabelecer relegbes com 2s suss congéneres nos diferentes damafrios da sua actividede ¢ com 3 INTERPOL. Axaco 12 (Dever de colaboragéc) 1 OSERNIC esté sujeito ao dever ce colaboragao nos termos, dalek : 2. Os cidadilos, as entidades pifblicas¢ privadas devem prestar 180 SERNIC, 2 colaboragio cue thes for solictada, nos termos, da Ik 3. Para 0 cumprimwnto das suas atsibuigdes, 0 SERNIC pode sclicitar aos proprieuirios, administradores, directores cu outros representantes de empresas ow de estabelecimentas piblicos cou privads, a prestzcio de informacdes que facilitem a acedo dda investiga criminal, nos termos da ei. Anrigo 13 _ {Bevor especial de colaborage) ‘Tom especial dever de colaborar com o SERNIC todas 5 pessoas e ontidades piblicas ¢ privadas que exergam aetividades de vigikincia, protecedc e seguranga de pessaas e bens. Aatigg 14 (Dever de conparancia} ‘Qualquer pessoa, quando devidamente notificad, nos termmos {a Tel, pelo SERNIC, tem 0 dever de comparecer ne dia, hora ¢ local desiguado, scb pena das saneCes previstas na lei, com cexcepga das situages contempladss em diploma legal ou tatago internacional. Agni60 15 (Begredo de juste © segreds profissicnatl 1. Os actos processuais de investigaeio criminal e de cot djuvagdo das autaridades judiciais e 6o Ministerio Publico esto sujeités a0 segredo de justica, nos termos da lei. 72. As acgGes de prevencio, os processos disciplinares __ deinguétito,sindicancia ede inspecgto estdo sujcitasa0segredd profissional, nos termos da lei. Agno 16 thivre acesso) ~ 1. E facuitada 2 sua.cntratla livte, no ambite do exerescio da investi gagdo, as autoridades do SERIIC, desde que devidamente identiicada: a) nas casas € recintos de espectiiculos ou de outras civerstes: +) nes esingSes de caminhos-de-ferro; 6) nos cais de embaraue e acrédromos comercials; 4) nos navios ancorados nos pories: ) nas sedes de associagoes de recrelo; Ahem torlos 0s lugares onde se realizern reunides pSblicas ou onde seja permitido o acesso piblico mediante © pagamenio de uma taxa, ou realizado de etrta dospest, ‘ou apresentagto de bilhete que qualquer pessoa passa ober, g) nos estabelecimentos comerciais. industrial penitencisrios ow de assisténcis, assim como em eseritérios, offeinas. repartigies pibiicas ov ounras quaisquer instalegées que aiio techam e matureza de domicfiio particular, desde que sejam prevenidas os respectives proprietirias, adminisiradores, directores (ow outros representantes 2."Tratando-se de diligéncias urgentes, é permitida a sua vea- lizagfo independentemente de comunicaglo, semapre na presenca das emiidades referidas na alinea g) do nimero anterior. 3, Exeeptuam-se 25 diligéncias em local que, por forea da Constiwigdo ou da il esteja vedada 2 sua realieagio. Axtico 17 (Sistema de informagae criminel) 1.0 SERNIC cispée de um sistema de inforiagdo criminal de Amblto nacional, visando o tratamento edifustoda informagio, a reguisr em diploma préprio, 2. 0 sistema de informagdo criminal referido no nsmero anterior arlicula-se, ¢ € adequada interoperabilidade, com os demas sistemas de informaczo crimival lega!mente previstos. Aaa 18 (Aceseo « intormagéo) 1 OSERNIC scede directamente 2 informacto relativa aiden (ificagao civil e criminal constante dos fichettos dos servigas de mtificagto civif ¢ registo criminal e presta obrigatoriamente colaboragio na anzlise de aplicagdes de tratamento automtics de informagio com interesse para a prevens0 c investigasio criminal, quando efectuads pelo érgéo das tecnologias de informagao competente, nos tertios da lel ..O SERNIC pode acccer, nos termos das normas € proce- fimenios aplicéveis, informagio de interesse criminal contida nos ficheitos de outros orgenismes nacioneis e intemacionais, eviebrando memozaacdlos sempre que necessérios. Agnigo 19 (mpedimentos, ecusas e escuses) 1.0 regime de impedimentos, recusas e eseusas previstas, no Cédigo de Processo Penal € aplicdvel, com as devidas adaplagbes no possoal em exerciio de fungses no SERNIC. 2. A declaragao de impediment ¢ 0 seu requerimento, bem ‘como o requcrimento de recsa,¢o pedido de escuse sto dirigidos 129 Procurador que dirige 0 respective processo. CAPITULO IL Autoridacie de Servigo de Investigacie Criminal Agmao.20 ‘Autoridade de Service de Investigate Crimin Sto investides de auioridade de Servigo de lnvestigaeio Criminal: 2) 0 Director-Geral; 5) 0 Director-Geral Adjunto: c} 08 Directores das areas de investigagdo e instrugdo critminal e de informagto operativa: 0s Directores Provincia 2) os Directores Distritsis: _fhos Chefes de Seceao das dreas de investigagto¢ instrugdo criminal e de informacda operativa: 8) 05 Chefes de Brigedas das dreas de investi ¢ instrugao criminal e de informagao operativa: A) os Inspectores e Sub-Iaspectores de investigagiin e instrugio Criminal e ée informagio operative,