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  • LAUGIER - Marc-Antoine - Ensaio Sobre Arquitetura (1753)

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    LAUGIER_ Marc-Antoine_Ensaio sobre Arquitetura(1753)

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    ENSAIO SOBRE A ARQUITETURA (1753)' Mare-Antoine Laugier Enxistem varios tratados de arquitetura que desenvolvem com bastante exatiddo as medidas e as proporgdes arquitelénicas, que entram nos detalhes das distintas ordens e que provém de ‘modelos para as distintas formas de construir. Porém no existe ainda nenhuma obra que estabeleca solidamente 05 principios da arquitetura, que manifeste seu verdadeiro espirito € que proponha regras adequadas para dirigr 0 talento e defnir 0 gosto. Entendo que nas artes que nao s’o Puramente mecénicas ndo basta saber trabalhar, é importante sobretudo aprender a pensar. Um artista tem que poder dar-se a si mesmo razlo de tudo que faz. Para isso, necessita de Principios fixos que determine seu julzo e justiquem sua eleico; de modo que possa dizer que tuma coisa esta Dem ou mal ndo s6 por insinto, sen por meio da razdo e como homem instuldo 1s caminhos do belo. ‘Avangou-se bastante em quase todas as artes liberais. Um grande nimero de pessoas com talento dedicou-se 2 nos fazer apreciar suas sutilezas. Escreveu-se, com grande conhecimento, sobre poesia, sobre pintura, sobre musica. Aprofundou-se tanto nos mistérios destas artes fengenhosas que restam poucos descobrimentos por fazer neste campo. Possuimos preceitos Tefletidos e erticas judiciosas que determinam sua verdadeira beleza. A imaginaco possul guias que a drigem e freios que a retém nos limites. Podemos apreciar com exatido tanto a exceléncia de seu fengenho como a desordem @ que levam seus extravios. Se ndo tivéssemos. bons poetas, bons. Pintores ou bons misicos, ndo seria absolutamente por fata de eoria, mas po falta de talento $6 a arquitetura foi abandonada, até agora, a0 capricho dos artistas, que estabeleceram seus preceitos sem discemimento, Fixaram as regras a0 azar, taseando-se apenas na andiise dos cdficios artigos. Copiaram seus defeitos com tanto escripulo como suas belezas: desprovidos de principios que os permitissem apreciar a diferenca entre uns e outras, se viram confinados a confundilos; servis imitadores, deciararam como legitimo tudo o que foi autorizado com exemplos; limitando todas suas investigacées a consuitar 0 fato, concllram equivocadamente sua legalidade e, deste modo, suas liedes nao foram mais que uma forte de erros. Vitrivio, na tealidede, s6 nos ensinou o que praticava em sua época, ¢ ainda que nele se Vislumbre o fulgor que anuncia uma inteligéncia capaz de penetrar nos verdadeiros mistérios de sua ate, ndo tenta em absoluto rasgar 0 véu que 0s cobre, e afastando-se sempre dos abismos da teoria, ‘nos conduz pelos caminhos da pratica, que mais de uma vez nos distanciam da meta. Todos os modemos, & excegao do Sr. Cordemoy, se limitam @ comentar Vitrivio e a seguilo com confianga em todos 08 seus erros. Digo & exceedo do Sr. Cordemoy, pois este autor, mais profundo que a maior, advertiu a verdade que se ocultava aos demais. Seu tratado de arquitetura é extremamente breve, ‘mas contém principios excelentes e pontos de vista extremamente meditados. Haveria podido,

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