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Este material contém informações básicas sobre os conteúdos e datas das provas e
trabalhos do corrente trimestre. Para maiores informações, procure diretamente o
professor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto.
Bons estudos.
METAFÍSICA
A palavra Metafísica não foi criada por Aristóteles, que se referia a ela como
Filosofia Primeira. A Metafísica, ou Filosofia Primeira, tem como objeto de estudo algo que
vai além da realidade física (aquela que percebemos pelos nossos sentidos).
Todas as coisas que estão na nossa volta já estão prontas e acabadas e nunca
mudarão?
Claro que não. As coisas mudam, mas qual o motivo que os conduzem a mudar?
Graças a TELEOLOGIA (vamos aprender o que é depois).
TELEOLOGIA – As coisas ocorrem em função de um objetivo determinado – uma causa. Essa causa
pode ser final ou pode ser uma etapa para alcançar outra (maior).
O ser em potência torna-se em ato por meio do movimento. É por isso que o movimento pode ser
definido como ato de um ser em potência enquanto está em potência em vias de se tornar ato.
Político é o que mora na polis, ou seja, em sociedade. Que delibera, racionaliza. A sociedade leva ao
desenvolvimento da racionalidade, torna o homem humano.
• A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, o bronze, por exemplo);
• A causa formal (o que torna a coisa ela mesma, como uma estátua de bronze);
• A causa eficiente – instrumental (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa
surge, como as mãos de quem trabalha a estátua);
• A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, a estátua é feita para enfeitar um
ambiente).
AS SENSAÇÕES, O CONHECIMENTO, OS PARTICULARES E OS UNIVERSAIS.
- O que é a felicidade?
Perguntas como essas são e foram feitas em todas as épocas da história humana.
Desde a antiguidade clássica dos gregos já havia muitos modelos de respostas para elas.
Uma delas é a fornecida pelo filósofo Aristóteles, famoso por sua Metafísica. Vamos nos
aprofundar um pouquinho mais no que ele tem a nos dizer.
Em seu livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles consagrou a tão famosa ética do meio-
termo. Em meio a um período de efervescência cultural, o prazer e o estudo entraram em
confronto disputando lugar de melhor meio de vida. No entanto, a sobriedade de nosso
filósofo o fez optar por um caminho que condene ambos os extremos, sendo, pois, os
causadores dos excessos e dos vícios.
Ética
Diz-se do homem, que ele é um animal político, dotado de palavra (logos) e está
inclinado naturalmente a viver na pólis, ou seja, a pólis é o fim, e a causa final da associação
humana (a vida regida pela virtude e a justiça) e é somente nela que o homem se realiza, ou
seja, “a natureza humana, em cada indivíduo, é insuficiente e incapaz para realizar todo o
seu potencial. Por isso o indivíduo expande-se, por força de sua natureza, em grupos
sempre mais largos, até inserir-se na pólis, que é também um ser natural”. 1 A ciência
política (que é a mais elevada de todas as ciências) por sua vez legisla sobre o que devemos
fazer e nos abster, conduz-nos ao bem maior (ou seja, o fim da atividade política é o bem
propriamente humano), ao qual todos e tudo tendem, que é a Felicidade. Em função disso,
“o sujeito moral não pode ser compreendido ainda, como nos tempos atuais, na sua
completa individualidade. Os homens gregos são antes de tudo cidadãos, membros
integrantes de uma comunidade, de modo que a ética se acha intrinsecamente ligada à
política”2.
2 ARANHA, Maria Lúcia, Introdução à Filosofia. 2a Ed. Moderna, São Paulo, 1993.
Os componentes da felicidade
A atividade feliz não é apenas a do médico que curou o doente, do professor que lecionou,
do sapateiro que fez lindas sandálias. É a atividade do homem que realizou sua tarefa de
ser homem: mostrou-se de modo excelente um homem, desenvolveu na medida do
possível suas qualidades específicas de ser humano: a racionalidade, a linguagem, a
sociabilidade. A excelência do ser humano é a sua virtude: bens exteriores (riqueza e
honrarias), prazer, virtude, são, portanto, os componentes, todos necessários, da
Felicidade: Felicidade é a atividade conforme a virtude”.3
5 Algumas traduções utilizam Excelência Moral ao invés de virtude, pois tal termo pode
guardar certa ambiguidade.
Aristóteles afirma que a Beleza é real e está no objeto, faz parte do objeto.
Trata-se de algo objetivo, ou seja, não depende do gosto de alguém.
Mas a obra de arte não afeta o homem apenas pelas sensações (estéticas); a
obra também é recebida pela inteligência (noética), de onde há grande
importância o enredo (do mito); e a obra também comove pelas emoções
(patéticas).
Importa distinguir, na obra de arte, a afetação sensível (estética), ou seja, a
imediata recepção dos sentidos e, por outro, a afetação emocional (patética) que
pode ser mediada e constituída pelo discurso, suas figuras e ordenações, bem
como pelo desencadeamento das ações.
Por isso, a reflexão de Aristóteles sobre a produção da obra
de arte não constitui exclusivamente uma estética, mas também uma noética do
mito (que se configura até como uma abertura para a filosofia) e ainda uma
patética das emoções (que se configura como uma abertura para a moralidade).
De modo que a reflexão sobre o sentido da obra de arte não se dissocia da
reflexão sobre a educação e a criação de valores, em dois níveis: intelectual de um
lado, sentimental/moral de outro.