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CIRO FLAMARION CARDOSO Ensaios RACIONALISTAS FILOSOFIA, CIENCIAS NATURAIS E HISTORIA 1988, Editora Campus Ltda. Todos os Nenhuma parte deste livro, sem autorizagao prévia por escrito da editora, poderé ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletronicos, mecénicos, fotograficos, gravagao ou quaisquer outros. Capa Otavio Studart Projeto Gratico, Composicao @ Revisao Editora Campus Ltda., uma Editora da Elsevier, um nome com 400 anos de tradicéo. Qualidade internacional a servigo do autor e do leitor nacional Rua Barao de Itapagipe 55 Rio Comprido (021) 32606 EDCP BR Endereco Telegrafico: CAMPUSRIO ISBN 85-7001-496-1 Ficha Catalografica CIP-Brasil. Catalogacao-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Cardoso, Ciro Flamarion c261e Ensaios racionalistas / Ciro Flamarion Cardoso. — Rio de Janeiro: Campus, 1988. (Historia) Bibliografia. ISBN 85-7001-496-1 1. Materialismo dialético. 2. Marx, Karl, 1818-1883. 3. Racionalismo. 4. Histéria. |. Titulo, Il. Série. 87-0885 cop — 146.32 cpu — 141.12 108 reservados e protegidos pela Lei 5988 de 14/12/73. INTRODUCAO ume podem ser lidos cada um por si aguele que, num periodo de as e perspect vroferida em 1oe contra concepgd ns a vivenciado autor, qu igadase éa de pro! sdria'e mais me enriquece a vida. © materialismo dialético: ataques, cee e perspectivas 1. O problema... 5 2 As conepates cle Engels ¢ Lenin fonamentos ¢ tentativas de avancar in interno ao marx 5.1 Frangois Jacob e fa Sensis de O MATERIALISMO DIALETICO: ATAQUES, DEFESAS E PERSPECTIVAS As forgas produtivas e a dindmica da Historia 1. O problema: dois marxismos: ; 2. As forgas proxtutivas . O problema em nosso proprio pais, na sua excelente tese de di Konder afirma:* “O terreno pazde demonstrar rurman tes para descartar su- Convencido de que nfo composto ada nan 19 pretendem oferecer solugdes las aspectos desta tematica que se me Falamos de materialismo is termos que compoem a expresso. os doi cimento po ‘Como 0 ide: o que vincula indissoluvelmente as nogdes de ma- ‘ qjue nos conduz ao segundo termo da expressio: 0 ia € dialético. ‘pré-marxista— em pensadores come ich — era, segundo dizem os mar: das caractel yuma concepgio do por sua ie separad do exterior IdeO Capital, ue se regem e mocelatn por mncorcam 3 cepsao global do mundo, que sintetiza dois dominios intelectuais antes. separaclos —o materialismo filos6fico e as ciéncias naturais— fazer também penetrar em tal sintese a visto materialista dos processos ta visdo integral do mundo tem como prinefpio central a idéia de que a realidade natural e social, como a da mente que a reflete, estao em constante movimento, que consiste no autodinamsmo do desenvol- vimento mediante contradig6es. Ouniverso é consideraco como uma to- talidade (um sistema) composta de niveis (subsistemas ou elementos) que esto ligados uns afetando-se em forma reciproca, AS Contradigdes, presentes em cada subsister provocam, através do chogue dos contrari Os objetos € os fendmenos surgem, se desenvolvem ¢ desaparect alidade esta em perpétua e universal transformagao: mas cad: qualitativamente novo que surge em fungao da resoh digdo dialética retém algumas das qualiciades dos elemen que entraram em luta ¢ assim Antes de prosseguirmo: xista do conheciment Tal teoria definin-se a partir de — ¢ em oposigao a — Heg Feuerbach. As suas premissas sao duas. A primeira é que as categorias € esquemas légicos (dialéticos) existem fora e independentemente do pensamento, como leis univers quais se refletem na consciene! s contrarios arecer melhor a teoria mar- grupo humano. A idade imediata c Li amente determinacla qu ‘ocontato humano com a natureza, Para o marxismo, o conhecimento é uma imagem sub lidade objetiva, um reflexo do mundo exterior nas formas de ativi na consciéncia humanas. O mundo das idéias nao nasce da psicologia individual nem da fisiologia do cérebro: afirmé-lo, nao passa de uma ca- pitulagio ciante de uma visto antropolgico-naturalista, a-hist6rica, da esséncia do homem, visio somente como parte da natureza, Marx consi- dera o homem como produto do trabalho— sécio-historicamente deter- minado—, que transforma o mundo exterior ¢ 0 proprio homem, oconhecimento, o mundo das idéias, nao resulta de u passivada natureza, mas surge ct ativa da natureza pelo trabalho. Existe, portanto, um elemento dor enire o homem que pensa e a natureza: o trabalho, a pratica, a pr ducdo. Tais termos devem ser tomadas emt sua acepeao mais amp! mais que certos marxistas tenham querido reduzi-los a praxis politica em forma exclusiva. Tal distorgao é desautorizada, por exemplo, pelt passagem seguinte de Engels, referindo-se a Feuerbach: "Mas o que, no campo social, nao caminhava ‘para a frente’, nao avan- Alexeievna. Como o parentesco ‘com equivalente e me 1s de Set Povo, ct 1 ordem instiuuida por Cristo. is eram representadios sem barba e ves- . Deste modo, quando Pedro forgou os rus- yensouse n deménios. nportament lugao cultural” — como era sua intengo—, 15 la a inexplicada “faculdace de associagao e de coordenagio” de 11 € influico por ipos de fatores? Se a resposta for positiva: que fatores? A cult social? De terpretacos como cos de comunicag: neira prudente em O pensamento selvager nu, Lévi-Strauss afirma que odescobriment vadequeo) o bindirio post ontolgico na: da qual forma parte o cérebro humano, pelo gual o ‘ou Espfrito, comum a todos os homer de depositério das leis da beta analogia en eselarevedora, ser interprtad emt Thais o que. Cre estar cx elo atime que se tata na real a esciarecedora, mas, pelo contri, A “razao simb6tica” presente tores mencionados esquece imutabilidace da psique e portanto d da Paleo-Antropologia si onto, indissoliivel existente entre o desenvolvimento cerebral (em particular, nas areas do o6rtex frontoparietal que governam as agdes manuals ¢ faciais), & fabricagio de ferramentas, alinguagem, e zacdo e conceptualizacao. A “funcdo simbs Ela éw Ha maneiras de integré-lo ao trabalho muito menos delirantes e ao mesmo tempo muito m que acabamos de examinar.* B Nao me parece, por outro lado, que a coisa melhore com 0 “estr turalismo sem estruturas” (expressao de Piaget para referir-se a Fou- cault) —, que €uma corrente idealista altamente reaciondria, resultante Go exagero extremo de elementos ja presentes em Lévi-Strauss, Althus- ser ou Lacan. O sistema de Foucault, seu “método arqueolégico”, simplesmente mais uma tentativa de negar certos principios basicos, nao somente do marxismo, mas de qualquer visto racionalista da His- toria e da sociedade: totalidade do s6cio-hist6rico, cognoscibitidade desta totalidade, humanis 'No centro das concepgdes do Autor que me interessam no mo- 1 nogiio de epistemes (campos epistemolégicos) que se suce- titmem configuragdes que, segundo Fou- ia do saber, constituem sua “arqueologia’. A “episteme” seava 0 saber na semelhanca € palavras e as coisas; a dos séculos XVII e XVIII dava énfase 4 Tepresentagao, a classificacao gen garantida pela linguagera ou diseurso; 0 fase do ingresso do homem no campo do saber jeitoe como objeto concomitantemente); antiantropologica ¢ anti-humanist. ‘os c6digos e mensagens de todo 1 dependeriam da respectiva episteme, que os dade. Para 0 Autor, ca ta, em seus escritos, um o que tém vigéncia em cada época yganizaria na sua ttali- idmite uma tinica episteme. Disto re- ho de simmplificas cortentes ito de preservar a na verdade profundamente he- as niveis." ‘segundo problema consiste em saber como me paraa seguinte, Sendo a Hist6ria, para Foucault, m (isto 6 pinido” desprovi 2 cientifica), nao o das epistemes partindo de suas relasgies com mereta dos home: tindo de desenvolvimentos anterior segundo Foucault, para imitar w ode expressao de Sartre, se sucedem -omo num filme de cinema. da organizagao dos e6cli- sxplicar por que se amutacao & um “acon subterraneo"” todos 0s elementos de um guida fielmente pelos diseipulos de »s dé “Historia da sexualidade” constatam muito mais do que explicam E Paul Veyne, numa entrevista acerea de uma colegao que esta senclo 9 sim a pergunta sobre quais relacdes existiriam entre tal teria das Memtalidades (ea sublinho)? “Se por Hist6ria das Mentalidades enteden ‘os problemas em termos de infra e supe ‘eragio humana em qual egue uma instrucao imp! ropria execucd Poriementt, tH te seu com- er eis em termos de um ou a0 executante uma ilus te em todo tale coexistem ¢ se ariculam multpl ‘e muitos eécigos, bem como existem diversos gruy ss. Pode-se dizer, porém, que a it dade € tamper controle da . timo post sao principal (ou pr servirem, to dos grupos sociais mais vastos e a preserv culturais: para que 8 de fee aumenta, na medida do p gens que confirmam sua propria posigao, e pelo turbar gom muido e distatbio a ob e 80 fe) na medida em que as distintas classes so Certos eddigos bisicos (j4 Ses socials PX frentaim indices de valor contra a arena em que se desenvolve a hat ‘Tratan indo em certos V.V. Ivanov considera os 5 instrumento para 0 controle do compe poderar-se diretamente do seu proprio comportamen permitam contro ma mediatizacta. iura pode, em grande medida, ser descrita jemas signi a0 con mportamento” n mudiangas quase sempre pequenas ies quantitativas destinadas, eventualmente, os qualitativos. A aprendizage istemas de signos, produzidos por um trabalho hu- “externos” ao individ orizados os sist acoes que implicam pas sam desde entao a reger automatic ¢ ine (0, Ao MesMo tempo, esse tiplos cddigos e suas re: perto tal pi ¢ parte da es m termos de uma S iver Simé propos di nas, Em primeito incluindosempr jode modelos de tipo de sisi iImente, opina que a eda nogdo de corn ‘ance medida, por metafora: 0 a ; sos casos (por exemp! , comunicaezo de mulheres nas se refere a termo“comunicag la. a necessidade cle uma articulagao da portamentos com uma teoria das formagie: cas, com a finalicade d perguntar que lugar se deve at ciais do comportamento. » |, 08 programas da comunicacdo verbal e ndo- verbal formam um nivel mediador entre omodo de produsé fis, tomando possivel seu infor salsperemaerae aaa Verén, em texto de 1965, gens sociais que se transmitem medi verdade qui tenderia a apagai meios de comt sentido, nao haveria nem mercad argumentos de Verdn, neste ponto, mais de uma vez merosos outros aut Am 0 geraclos e reproduzidos — parece mente cada nivel da organizacao social p nico e significante, como também diver —enquantoestardex sua sociedad.” Estas codificagdes variadas que circulam na ol sagens, embora or- nutrosniveis de brade Marx e El creio, pelo contrario, que tem razto ao dizer qu wia tema ver comas condighes em que os discursos sociais so produzidos, ¢ o poder com as condicdes em que tais diseur- ‘consumido: algo vivo, mov forem postos a generam ou mesmo c Segundo Bakhtin, a monovalente, quando, sariamente polivalentes. A dialética interna dos si nos 86 se revela com clareza nas épocas de crise social ou de revolugao." 7. Questdes de método vcagdo e suas formas de sua base material (infra-esteutura).” Também A. Schaff recomencla uma concepe: municagao e ds sistemas de signs. Tendo em conta las estruturalistas € po sistir neste aspecto da Em relagao a um comportamento ve 3 interagdo social, € preciso pe: de unidad Sent as quai Isto, porém, isolé-las para o estudo. Segundo Benveniste, qualquer deve necessariamente compreendet 84 ) “um repertGrio finito ce signos”, percebe bem 0 que 0 jo deunidade dea inte deve de « perguntar que unid alem de especificar em que eto pondenie. apenas parte de um se,e nao temas). As unidad behavioremas ou Rossi-Landi prefere genet tes autores suas tent unanimet Acxtensio da tugao do sentido ar o sentido preexis Nao conhecende de ou varias transeodiifica substitutivos — processo este q zindoa lingua natural no seu ca sistemas tanto linguisticos quanto nao 2 ordem de idéias, E. Vi eja, transposigdes suc de forma inelutavel inte de todos 0s 0 ia de ouiro text Js tedricus que to conduziria ‘em relagho com as “condigdes de produ- Gao” e 0 “processo de pradugac” das mensagens ou discursos, numa 85 comportamentos caracterfsticos. E Jinguagera, cultura e comportameni esma atitude metodo! Ss classe operaria e as das existe entre as clas: tein decidiu examinar como a aprendizagem fam aspectos diferenciai e crianga no proc submetidas prova dos dados mplificada, No process , pine deta tp) 0 zens e discursos de tada este se considerarmos le forma a suscitar As andlises histéricas que usam conceitos & pontos sicos sdo ainda raras. Na sua maioria, nao foram elaboradas por historia dores. Ao se interessarem pelo que para eles se po novo de pesquisas, os profissionais cla Histéria nao somente enriqueceriam o seu arsenal tedrico e metodol6gico, como poderiam contribuir utilmente que um dos seus defe correntes € diivida, muitas dificuldades, vinculadas ao pripr studos semidticos, naode de sua formagao nas univer 0s futuros historiadores aprendam Lingaisti seriam compensadas pelo interesse e pela riqueza perspectiva econdmico- sociatis do comportamento, cuja descober clas sociais contemporaneas, andi, Fert de B. Sarlo. Buenos Ai Garaude e . Lucien — Marxisine et sciences humaines. Paris, ( pp. 61-62; Goldmann, Lucien — El hombre y lo abs: ‘dem, pp. 10-11, "Mainguene: "Um bom exemplo é Vern, Eliseo —"Hacia s logico”, in Verén, E: (org.) — BI pro ol6gico. Buenos Aire: ‘Tiempo Contempordneo, 1976 (33 ed.), pp. 251-292: as ideologias so onipresentes—o que, no fundo, torna-as elusivas, como acontece com o poder na concepeao de M, Foucault. ‘Maingueneau, op. 2. lexe, 1981, p. 147. inges —Introdugdo a Lingtistica. Trad. de J. tivas Editor XI, 1977, pp. eau, op.cil, pp. I-13. “Cf. Robin, Régine — Histoire e aris, Armand 1973; Maingueneau, op.cit., pp. 18-20. Varios exempios em: C mou, Jacques (org.) — La rhétorique du d Bugni, dem, p. 22, Yollected papers of Charles Sanders Peirce, 5:484, a 1981, p. 180. -Fundamentos da teoria dos signos. Tra , 1976, pp. 13-16, 7 berto — La est Trad. de Francisco iL wes de signes, Paris, Ed Peirce: semi "Toledo, Dionisio (org.) — Ci va, 1974, p. 59. Ver: P ica y semiologia generates, Trad. de J. Promio, México, Nueva Ima. 97, pp. 181-200; Buyssens, Eric — Semiologia e comunicagdo 89 linguitstica. ‘Trad. de I. Blikstein, Sao Paulo, CultrivEDUSP, Jean — Pour et contre Saussure, Vers une Paris, Payot, 1975, pp. 86-90. tos de ser Lasemiologia. Trad. d tempordneo, 1976 (4: ed. “Barthes, R —“Presentacidr p. 12, Adam Schaffassume uma i qual se colocam, por exem- “Cf. Robin, Régine — Histoire et linguistique. Paris, Armand Colin, 1973, pp. 20-29; Malmberg, Bertil —Teoria de los signos. Trad. de A. ico, Siglo XXI, 1977, p. 68; Veron, Eliseo— “Para una se- icas”, Lenguajes (Buenos Ai- Seuil, 1989, pp. 18,28, 24, 38, 4655: 8 “Idem enguage. Trad. de E. Pez _gentina Editores, 1976 (3? ed.), p. 110 vet, op.cit., pp. 87-92. "Segre, op.it., p. 60. “Bakhtin, Mikhail (Voloshinov) — Mari ‘Trad. dé M, Lahud et alfi. Sdo Paulo, HUCI serd discutida alhures. op cit, pp. 9 mt erase religieuses dans Fempire achémé sistema tributario mexicano”, n Econoria Poi etctoge en el México prehispénico, “Ouspensi in Ouspenski et alil — Travaux sur . Trad. de’Anne Zouboff. Paris, Ed, Complexe, 1976, pp. I-51 *Sahlins, Marshall — Cultura ¢ razdo pratica. Trad. de Si marao. Rio de Janeiro, Zahar, 1979, pp. & “Cf. Robin, op.cit., pp. 20-29; Krister *Ver sobretudo: RubioCar "1976, pp. 284-299. *Cassirer, Ei ilosdfica. Trad. de E. Imaz. México Fe, Op. “Cf. Sehatff, Adam — Linguagem e conhecimento. ‘Trad. de M. Reis. 90. ‘Manoa gue n Morin, F. ¢ Piatel (org.) —-Do primata ao homem. Trad. de H. de L. Dantas. Sao P CulirivEDUSP, 197 , André — Le geste et la parole, 1. Technique et lan- 1975, pp. 161-166; Piaget, Jean moe, 1964 lismoy la mis palabras y las cosas."Trad de B.C. Frost. Mé- ed.) pp. 233-234. etapa de la nueva historia: entre lo pri- 0 Trad, de R, Pozas Horcasitas; Historias (México) in Rossi-Landi, F. tossi-Landi, Ser bicem. “Lotman, Ju. M, — nov, VN ef alii— A linguagem eos sgnos’ Trad. de J. Hahne J. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1972, pp. 35-36. “Verdin, Eliseo — A produgio de sentido, cap “Bakhtin, opt T. Segovia. México, Siglo XI, 1976, p. 99. évi-Strauss, Claude —Elogio de la antropologia. Trad, de C.R. Giror- dano, Buenos Aires, Ediciones Caldén, 1976, p. 17; Sperber, Dan—Le om UMA “NOVA HISTORIA” ? ‘A prodiugiio de set s deste tipo, ver Co! Princet 1. Mais um crepisculo da Rao? recuo do marxismo... a, na verdade, uma espécie de 1929-1969, do que Eric Hobs. jografia francesa, ja Labrousse sayos sobre filosofta del lenguaje. Trad. de F. For- 34, I. Trad. de J. ogo seria claramente proclamado, em 197: ia dos Annales deixou, ao que parece, de re integrou ao paradi verdade que o fez em P. 30 508 ver ainda Kristeva, Julia name de “novos ob , que se exercem no presente, distinguir as realida s da situacdo atual, as tendéncias do- minantes, as perspect Assim, por exemplo, as tres penser mais influentes entre os hist favordvel a Foucault percebe— com Dilthey época, los de Weber, de Rickert ude dos de problemai oriograf mesmo por contato se aspira nao é retrégrada sob apare critica abstrata © 94 das pela “Nova Hts forma de abordié-las nao srrOmeas Opot , demonstramos a superiorid 2. Dos Annales & “Nova Histéria”: continuidades (reais e obj ” deveria ceder 0 lugar & “Hist campo das out 3) Exis plicando avin esquecer preocupada com ial aos aspectos co eciclicos do sécio-hist6rico, em lugar 9s da anterior fixagao nos individuos (os “grandes homens” da His grupos dominantes e fatos “irrepetivei ingulares Srescente pela Historia Bsondmica e Demograficae plas “ment coletivas”, 5) Houve ainda uma abertura no concernente as fontes, com 0 abancono da preocupagao exclusiva e estreita com os documentos eset tos— mesmo se, no conjunto, estes contintiem predominando—, dos historiadores positivistas e do historicismo de fi sado, em favor do reconhecimento de considerdvel import da oral, aos vestigios arqueolégicos, & iconografia etc. 6) Tomou-se consciencia da pluralidade dos niveis da temporali dade: a curta duragio dos acontecimentos, o tempo médio (e mu dos movimentos conjunturais, a longa duracao das estrutu tempo longo, estrutural, é também diferencial em seus, 3 as estruturas (0 mental, por exer sm mais lentamente do que 0 ezonémico). 7) Passow a existir uma preocupa i achamos a ligacak de Fernand Braudel ¢ os estudos de Histéria Econémica 0s oceans, levados a cabo por discipulos sens; a sélida tra- francesa de Histéria Regional 8) Se os historiacores viam a Hist6ria, em fins do século XIX, cigncia do pasado”, o grupo dos Annales a co} terrogagdo do passado a partir do presente: a Hist6ria-problema pr tende iluminar 0 presente, ser uma forma de conscigncia que permita 40 historiacior — homem de seu tempo—, bem como aos seus contempor: s, compreendler melhor as utes de hoje, ao mesmo tempo em conhecimento do presente ¢ condigo sine qua non para a cogn dade de outros perfodos da His Ei sintese global que explique aomesmo t niveis que fazem da sociedad humana um estruturada, eas especiticidades do desenvolvimento de cada conviegto de «1 éncia que os homens de det tem de'sua sociedadle nao corres realidade social dessa época; 3) 0 respeito pela especitici de cada periodo e (Por exemplo, as leis econdmicas lidade para o ico em fuungao do qual forem ela dos Annales — nao todos, nem a ivel econdmico, aproximando-se 4 leterminagao em tiltima insta 2" 5) a aceitagao da ia de fronteiras estr ciencias sociais (o materialismo historico é, porém, muito mais radical 96 quanto a unidade das mesmas); 6) por fim, a vincuti torica as preocupagdes do presente. A verdade é que a compatibilidace & muito maior entre 0 marxismo e os Annales, até 1969, do que primeiro e certos desenvolvimentos pretensamente marxistas, como por exemplo as idéias de L. Althusser. ‘Acho que, entre os movimentos intel adores prot , 0 dos Annales foi, de longe, 0 trucdo de uma Historia cientifica: por sua insistenci de hipseses verificveis; por seu esprito erco muito desenvolvdo es ef poss Flovos métodos, teenicas e problematica, oque per cunas e sombras no ai ie, por exem contra a Historia se deu grande impulso a dos Annales, também conduzi a certas deformagées: os historiadores tradicionais 86 viam o politico; a nova tendéncia deixou de lado excessi de classes he Febvre preteriram sempre t » tipo de dois mods: pela edando 0 que viciavam os debates i a relativa des- sceut forte Ro tegrar o aspecto genético com o estru Joque estrutural mediante ocont te orientadas: foi o que longo prazo, porém, a auséncia de uma teoria da mudanga social nao deixou de ter conseqiiénci oa tendéncia — muito reforgada na “Hist6r presente antes —a dissolver os cor- tes qualitativos mafores numa pluralidace de niveis que acaba por su- gerir uma continuidade radic tencendoadestruir sistematicamente as sinteses explicativas globais er favor de uma visio segmentada A pouea incl -a do grupo pode ajudar 2 explicar tam- obtiveram os eseritos de etc, Assim, Raymond eamente aco- is pOs-1969, embora iniciadas por Bloch e Febvre em ainda, um certo medo dos métodos cia pela sintese indutiva, baseada ‘muito forte entre os historia~ odo de Historia ia perceptive apoi ea prefer num empirismo mais ou m dores profission Social em 1 pl mas de comprovacio? parca ¢ lenta entre os historiadores franceses." Com todas as suas limitagoes, a historiografia que gravitava a volta dos Annales, anies de 1969, ao manter, apesar de tuclo, a sua pretensao a uma visto global do social ¢ o seu respetio a especificidade das diferen- tes formagdes hist6rico-sociais, desafiava “o modo culturalmente domi- nante de andlise nas ciéncias sociais que ainda prevalece na —universalizante, empi ona 0 politico do econdmico ¢ es: tes da cultura, p etnocéntrico € opressivo”, ‘como foi dito por I. Wallerstein ao saudar a revista por sua resistencia a esta cultura hegemonica* ‘Como se passou das tendéncias resumidas acima a “Nova His- 6ria”, abundantemente autoproclamada, autopromovida e auto- elogiada a partir de 19747 Para comeyar, a“Nova Hist6ria” herdou a propria revista Annales, a qual, pelo menos superficialmente, parece ter mantis isticas tradicionais suas na nova fase: preocupao interdiscip! 98 ee RRR RR gr ey técnicas de pes bem pouco ne e que, em 1969, aprofindack outa "Now Em certosaspectos, oo dencias ja presentes no grupo dos: Outra opeao no cao serticio & justificar e das ep fa 4 obsessio dos discurso desprezada vel” que se apresenta Laure de 1004 172 jake mudanca: 1s precisos. Na verdade, a cons- 9 truco do objeto de estudo pelos “novos historiadores” se faz mediante a de objetos maiores e ilustres —como, por exemnplo, a Revol E provavel que a mudanca nev dono das totalidades sociais signiic as pr descartiveis); 2) valorizacdio, ndo da realidade social, ais da existencia, ¢ sim do seu a = nu ura” que analisa 0 ¢grafias, por exemplo) partindo do prinefpio de um di ideol6gica em relac: al; te dancas macabras, as “pulsdes reprimidas do desejo” tasttias e obsessoes, e € freqiiente o anacronismo na forma da proje: de percepodes atuais feitas em fungao da sociedade de hoje (feminis “problema gay”) a épocas em que elas carecem de qualquer sentido ou realidade; 3) 0 tecnicismo que valoriza 0 computador e outras técnicas de vanguarda oculta uma grande pobreza metacols em forma arbitraria, tr itica e racional.”* dmencionei, ao tratar dk tar que tudo isto foi prepar: nente. J antes da técnico-metodoligica es reacionarismo, O ecletismo era também uma velha disciplinaridade to proclamada dos Annales servia para substituir a (nexistente) teoria do social por uma mescla de elementos disparata~ ia, a Demografia passava as ver tratava, em to 1969, porém, havia, cia de seriedade na erudicao e nos proce- sistematica de quando menos, alguma exis dimentos — 0 que depois foi jogado fora em proveito de v; dismos. lava presente ceder ante estruturalismo ¢ pelo menos, a ilusdo de fornecerem 's ovr parciais numa apologis til: uma ver eliminados 0 permanece, embora isto 100 10 se diga, € o proprio capitalismo —e uma série de concepgbes que nao 0 incomodam ‘Alguns pocierdo pensar que estou sendo rigor minha apreciagao da “Nova Historia”. Tomarei, entao, dois exemplo escolhidos numa das coletaneas dessa corrente que funcionam como “manifestos” da mesma ‘Mona Ozouf estudou “a festa sob a Revolugio Francesa”. As cele~ bragdes revoluciondrias funcionariam como tm remanejamento, ou uma reescrita is finalidades: 1) ensinar a Revol nga andloga 3 qui a religio, a festa ago da Revoltugao como um surgimento de novos tempos (0 que fol adogao de um novo calendiio). A pe foi parar, nisto tudo, a propria Revolugac burguesa, co ? Perce fo} escamote: * Quanto a Jean-Pierre Aron, propas-se estudar a cozinha, ao cardapios no século XIX. O Autor lista os alimentos (co seuis pregos) consumidlos nos hospitais de n 1846-1847, época de mostrar @ pouci infh jastecimento hospitalar e sua abi jinhavadas — inform. nalidacte de a o da profusdo ante: ide na forma de recorti- a que se tem vontade de faz ibviamente, os poucos marxistas que ‘Guy Bois, Pierre vio deixaram de criticar pertinente- geral) o significado cientifico ¢ polt- parcial dos Annales com 0 ™: influencia m ndireta ou direitistas, de seu pats (mas diante da indiferen " Aconfh ‘enquanto se amy acao da histéria humat a percepeao de objetos como os as entidades sintéticas). O es- rmodernas, (ricos sig 101 de produgao (ou gu a eliminar ot dese smporaneas como objeto de: nificativos (como inflexdes qual tem uma evidente finalidade rea pobreza tesrico-metod ‘840 vozes que pregam no deserto, pois a crise do marxismo. que trataremos a seguir, s muito profundas. 3. A crise do “marxismo ocidental” e algumas de suas causas As andlises de Perry Anderson sobre o “marxismo ociden cexpressao foi cunhada por ele —e sua crise recente tém ti Tepercussao*. Resumindo suas idéias, a partir de fatores que arial mostra como, em pats furngao de uma rupt as de um marxismo as gr: paracios. Nos anos seguintes, desem Inglaterra, cm Portugal.) ee Posto, ao contrario do que Ane tual do “mat numa ndo a uma renova lém dos econdm usserianos, com efeito, 0 objeto do conhecimento nao identificagdo de ambos os objetos ‘Na elaboracao do conhecim isamento elaborador, 0 “trabalho” ou " jpesar de afirmarem também qui » modo (no fica claro qui jetor ‘oque seria opontode pprocesso de conhecimento, Mas logo esclarecem que os fato Ser da realidade nunca se apresentam no processo @ nele nado intervém. O processo de “produ produ conceptual ae por sua ver em cujo conhe- —, que se refere vel aproximar-se me 1. Como, porém, uma na qual nao inte alguma o} aprofundamento do con! A perspectiva althusser bjetoe — quando, para o marxismo, turado, como também o real. nhecimento seria a doa partir de Althusser. Para est aciéncia opera com dados ir que se imporiam po suem um significado ogeral do particular, tida do trabalho cientffico sejam semp da necessidade de partir do fato, do nao configuram o empirismo em ger 104 tocré queos fatos “falam por si (segundo uma teoria do sujetto passive no processo do conhecime! operada por mera acu rmulagao de fatos. Mas se 0 po: suupoe uma cs iadeita, j4 que o empirismo é uma corre derivar, da ‘as sociedades hu , daclos « fa ‘argumentos declaram que 0 obj ca, ja que “as condigdes de existencia das relagdes sociais pre- nécessariamente reproduzidas no presente” — 0 que con- curioso saber como en- larx e Engels conclamam. Estas sto deformagdes gri sido bem aceitas, em passacio recente, em am maior importancia explicativa dos problemas ai falhas do proprio marxismo, perceptiveis desde os proprios Marx e Engels, Entre elas, ‘poder, da pol mcentraram primor Estado bur relagbes del yentos de enorme wa tern razao a0 apontar o que decor- de Inga a ue fosse a ie ofer: aves das regulamentagoes ‘mentam unicamente em eleme le aparece com dar radicalmente, mas sim, reformar e c 106 sério; ou seja, onde houver “disfungdes” que prejudiquem o fin adequado ¢ a conservacao do todo social —no que for ess —tal qual é. No segundo caso, acentua- ater das pagnam uma wodelar t a posi 169, foi admiravelmente sintetizada por P. due falava Gonzalez Casanova que o problema realmente s exclusiva ou predomi pologos.’ ‘Sou mer orientagio mi muuitas vezes de aproveitar- 108 co universitério). Nao somente os que assim pensam nao podem garan- tir, caso tal se cumprisse, a sobrevivencia de algum saber hist6rico com por trds do proje iano em todos os s ma de uma moral pés- vel, outrossim, que ele o digs ia de vida pr juntura dos anos 1980, padirdes de exigéncia na wstraclo que odidatismo eo 3s, tanto no caso de artistas qua problemas. vidades sociais que se refletem nos discurses n: dos discursos: ¢ preciso, para com- pordar as proprias praticas so- vero. Fas no campo “Mas a idéla de vi de'pulstio’ de que Michel sentido do descobrimento de mud, a partir de alguma teoria a respei dam as sociedades humanas, Ainda mai tor, mesmo se este tem a ambicao de explicar os apenas os possiveis, na verdade definem unicame lade — e nao as condigdes efetivas de producdo dos textos. Ora, a ia, numa sociedade, de um enunciado, deum costume, de uma ‘cia, num momento dado —o fato de que alguma coisa destas ‘acontega —, nao depende de tais regras somente (nem principalmente) , do jogo complexo das condigdes econdmi gicds diversas, depende, ainda, do estado de momento; e da ineidéncia dos individuos e do acaso. As “regras mentos necessérios, mas nao suficientes: do mesmo modo que i eu fale em 10 do que eu. as e das praticas s6 depen- na realidade, a tara exprimi-lo hd pouco tempo, uma ‘idade speradamente, ndo (er uma mora] — que de ‘em/sua cabega, form mesmas.” fico nao form! comportamentos? Nao seré ‘gramagio ou codificagao dos comportamentos, no sentido qu anterior? sim, depende do jogo ef sm todos os seus niveis. sente, Com isto quero em si, perfeitamen ira parte ck Digamos, d adequado: trat 3s e concepoves selecionadas de gras de form encadlean deles, ressaltando o que ha de também é 1 imoralidade ¢ os costumes dis Ora, um exame da lista de s utilizados, n c examinamos (pp. 243-246), afirmar algo acerca da “maior parte dos sao que presidiu suas lei- turas é exigua e revela insuficiencias e crite eisde escolhado que ele leu (¢ do que, sobrentdo, descartou, que ). Se 08, autores modernos foram pouco consultads, as ausenci tores antigos sao flagrantes: ande estao Tito Livio ral, por exemplo? Por acaso s6 0s se médicos para abordar temas éticos? Nao se praticada pela critica hi cando uns documentos por outros, uns tipos d ‘com outros tipos? Isto para ndo mencionar a ausen importancia, por permitirem generalizagdes socialmente ma inscrigdes (funerdrias, por exemplo) e a iconograt ents para o esto dos sexuais, matrimoniais , por exemplo, esta 6 descartad mos, de que com freqiienci Cristo mencionam e reprova ‘Autor propée: “Deixemos de lacio a questao de saber se gdes eramj nente os textos que falam desses temas e queeles Ihes conferem, parece claro que se tornot mais importante ao face aos pra- zeres sexuais, a relagao que se pode ter com feito deles.“* Ou seja: a andlise das praticas sexuais rea nao pertinente ao seu projeto, Este se interessa somente p epek ‘desta problematizagao inten ‘O Autor aborda, em seguida, pars afasti-las, duas p cagdes: 1) os esforgos moralizadores empreencidos autoritariamente pelo poder politico, sobretuclo sob Augusto, o primeiro (0 (legislagao protegendo o casamento ea faratl > etc.), acompanhados de um movimento de idéi de todo artificial) oposto ao relaxamento do jue deseja a austeridade do pasado; 2) o individualismo crescente, no mundo hel nistico e romano, devido ao enfraquecimento do quadro politico-social da cidade-Estado, no qual anteriormente se desenvolvera a vida dos in- dividuos: estes, entdo— menos fortemente inseridos nas péleis ou ¢ mais depencentes de si mesmos —, solicitaram a ‘duuta mais pessoais. Ao nao aceitat a segunda das cagdes acim, “Nem tudo ¢ falso num tal esque- .” Nao diz, porém, 0 wravante." explicagies de ordem pol 2, porém, as possiveis correlagées causalidades igar asafirmacoes dos textos antigos a aspectos economic sea legislagao de Augu poringo no fossem, dle f {ataem s s sele pendéncia de mais vastas? Foucault parece estar consciente de que o seu universo de devido 4 procedéncia dos textos, se Timita as “classes superiores pa apenas um exemnplo, nos seus Anais (XI 1m debate ocorrido no Senado romano sob o imperador Nero, em 56 a.C., reproduz ou reconstitui afirmagies contidas nos dis- cursos de alguns se a sentidode que os ex-escrar cendientes con x auxiliares dos magistra gundo estamento da si muitos dos se s. F, possivel em fato mesmo nfo é duvidaso — a penetragdo de Gentes, provenientes das provincias ¢ de regibes exteriores ao Impé Romano, nos quaciros superiores da sociedade imperial, Até que ponto isto teria afetado as praticas sexuais, familiares ¢ outras do grupo dor nantea que se restringe Foucault? Sua andlise nao o considera, Sera aceitdvel? Parece-me que um historiador comt um minimo de “faro deveria ver com clareza que é totalmente inaceitavel 0 ite desencarnado de textos filos6ficos ou médicos. Mest teres ides de diversos tipos.” Qual é, entao, a -agao do Autor para a constatagio de que quer dar conta? Trata-se do seguinte:” sexual que foram expressas na época itn wvidualis de si, na qual ‘para consigo.” Namedida em que dese das préticas soviais efetivas, Foulcault foi buscar nas iex 's por ele mesmo escolhidos esta “forma” — 0 “cuidado de “majoragdo da: tuda. E como ele acha que “é levando em conta uma que convém interrogar as motivacbes dessa m ‘que, no fim das contas, ocorpus de textos selecionacios pel prove 3 aprépria explicagdo com que um cdozinho tentando morder pertinentese si de tudo, apaixonados, los, deixaram pouco , procurassem ey res, ¢ sobre terrenos mais s lho realmente pertinente de Nt * Of. Anderson, Perry —A ct debate contemporaneo. S40 © Kremer-Marietti, Angele (org.) — Introd 4 igd0 ao pensamento de Mi- ia, An 82, pp. 20 Repéres-Mame e Rotberg, Robert 1. (org.) totia social y demografica. México, Secretaria de Hducacién Publica, 1976, p. 98. Gf, Florescano, Enrique (org.) — La “ Se eee iu, Mien. Secrets ie Ea To Alay eos pp, 188-190. Ver também a carta de Engels a K, ca Sehunidt (Londres, 5 de agosto de 1890) Gramsci, Antonio — Antologia. Trad. de M. Sacristén. Méxi 1970. Para uma visto da “N s s . ee além dos trés volumes do li “3 ele G 4 a 0 ques, Chartier, Roger e Revel, Jacques Gonzilez Casanova, Pablo — Las categorias del desarrollo econ tii — Histor d.de Yyla investigacion en cieneias sociales, México, Universistad Na aces et Aut6noma de México, 1967. "Popper, Karl R. — La mi Schwartz, Madri, Alianza Es bieado: Thuile 1?" n° 2323. P lervé— Les évokes Bergue ‘a peers 1974, pp. 121-122. opp. 201-226 “Hobsb; Nora (org.) — ap. ¢ =Aron, Jean-Paul — pp. 192-219. Anderson, op. city “0, Para leer El Capi el a Entrevisi “Cf. Schaff, Adam — Esir Gerhard. México, Grijalbo Londres, Rouedge & Kegan Paul, 975, pp. 308-313. Idem, pp. 312, 317, 320-323. larx, Kar] —Lfneas funclan joa, Barcelona, Critica 16 ‘dem, p. 47.

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