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Prezados alunos, mais uma vez a equipe do Curso Mege, em apreço aos
seus alunos, disponibiliza e-book com fundamentos para recurso das questões
DPC-ES.
Nossos professores, desde a finalização da prova, já vem analisando e
recebendo retorno de candidatos, seguidores e alunos, tendo, portanto, se
direcionado no sentido de prestar apoio a eventuais questões obscuras, dúbias ou
incorretas, em relação ao gabarito preliminar apresentado pela banca examinadora.
Aos candidatos que desejam interpor recursos, portanto, selecionamos as
principais questões que se mostraram atacáveis de maneira pertinente, bem como
a sugestão de questionamento e fundamentação do recurso.
Importante notar que o esboço apresentado deve servir de norte à elaboração
individual dos recursos, sob pena de indeferimento por parte da Banca em caso de
cópia textual do apresentado.
Informamos, ainda, conforme indicado pela Banca Examinadora, nos termos
do disposto no Edital de Abertura do certame, o candidato poderá interpor recurso
contra o gabarito no site do Instituto Acesso. 2
Para tal deverá acessar a ÁREA DO CANDIDATO, escolher RECURSOS e
clicar em “Recuso contra o Gabarito Preliminar da Prova Objetiva”, no período das
9h do dia 15 de julho de 2019 até as 9h do dia 17 de julho de 2019.
Boa sorte e bons estudos,
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DIREITO PENAL
QUESTIONAMENTO

Marque a alternativa correta do ponto de vista legal.


a) No crime de incêndio, aumenta-se a pena em dois terços se o delito for praticado
em galeria de mineração.
b) Luiz, delegado de polícia civil, lotado em uma determinada delegacia de polícia,
deixou, por indulgência, de responsabilizar o inspetor Amâncio após tomar
conhecimento de que este teria praticado uma determinada infração. Nesse
contexto, pode-se afirmar que o delegado praticou, em tese, o crime de
condescendência criminosa.
c) Aquele que dolosamente retém documento de identidade de terceira pessoa
responde pelo delito de supressão de documento.
d) No crime de Falsa Identidade, o agente não apresenta nenhum documento de
identidade para se identificar. 3
e) No crime de estupro, aumenta-se a pena de metade se resultar a gravidez da
vítima.

FUNDAMENTAÇÃO

A douta banca examinadora exigiu que o candidato marcasse a alternativa


correta do ponto de vista legal e considerou como correta a assertiva que diz: “No
crime de Falsa Identidade, o agente não apresenta nenhum documento de
identidade para se identificar.” Não obstante, tal afirmação, embora correto, origina-
se de estudos doutrinários e entendimentos jurisprudenciais, não havendo menção
a respeito no texto legal. Lado outro, a ilustríssima banca examinadora considerou
como incorreta a seguinte assertiva: “Luiz, delegado de polícia civil, lotado em
determinada delegacia de polícia, deixou, por indulgência, de responsabilizar o
inspetor Amâncio após tomar conhecimento de que este teria praticado uma
determinada infração.
Nesse contexto, pode-se afirmar que o delegado praticou, em tese, o crime
de condescendência criminosa”. Nesta assertiva considerada incorreta, não há
menção se a infração foi praticada no exercício do cargo ou não. Ao mencionar que
o delegado de polícia lotado em determinada delegacia, tomou conhecimento de
determinada infração praticada por seu subordinado, há uma indução que leva o
candidato a acreditar que se trata de infração cometida no exercício do cargo, ainda
que seja administrativa ou que seja a prática de um crime ou contravenção.
Ao querer que o candidato soubesse que não se tratava de infração praticada
no exercício do cargo, dever-se-ia deixar explicita tal exigência. Assim sendo, por
todo o exposto, a referida questão deve ser anulada.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
QUESTIONAMENTO

A respeito da Lei 9.099/95, assinale a alternativa correta.


a) O instituto da composição dos danos civis, previsto na lei 9.099/95, uma 4
vez homologado pelo juiz, acarretará, independentemente da natureza da ação
penal do crime de menor potencial ofensivo, a extinção da punibilidade do agente.
b) No âmbito do juizado especial criminal, não se admite, em nenhuma
hipótese, a citação pela via editalícia.
c) De acordo com o STF, a sentença de homologação da transação penal faz
coisa julgada material.
d) Não se aplica no âmbito da lei 9.099/95 o princípio da identidade física do
juiz.
e) As disposições da lei 9.099/95 não se aplicam no âmbito da justiça militar.

FUNDAMENTOS

A questão traz três assertivas corretas, sendo as alternativas B, C e D


adequadas à legislação de regência.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
QUESTIONAMENTO

Sobre os prazos referentes ao processo administrativo regido pela Lei 9.784, de 29


de janeiro de 1999, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, mas, para
efeito de contagem, exclui-se o dia da cientificação do ato.
b) Ocorrendo motivo de força maior comprovado, pode-se efetuar a suspensão dos
prazos.
c) Se o prazo for de um mês e o dia de início da contagem começar no dia 31 janeiro
de 2019, o dia do vencimento será o dia 28 de fevereiro de 2019.
d) A contagem dos prazos começa na data da cientificação oficial, incluindo-se o
dia do vencimento.
e) Inclui-se, para efeito de contagem de prazos, o dia do vencimento
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FUNDAMENTOS

A Lei n. 9.784 de 1999, prevê em seu Artigo 53 os seguintes termos: “A


Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.”
Assim como a Súmula n. 473 do STF: “A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.”
Deste modo, em caso de vício de legalidade, vícios que os tornam ilegais, os
atos devem ser “anulados” e, desta forma, a Administração não possui “faculdade
de revogação” como previsto em uma das respostas, visto que revogação trata-se
de conveniência e oportunidade em face de atos “legais”.
Assim, a alternativa prevista nas respostas: “O agente público responsável
por um ato administrativo eivado de vício de legalidade tem o dever de anulá-lo,
havendo, ainda, faculdade de revogação deste ato, respeitando-se os direitos
adquiridos, por razões de conveniência e oportunidade”, se encontra INCORRETA,
como solicitado no enunciado da questão.

QUESTIONAMENTO

No ordenamento jurídico brasileiro, existem circunstâncias que limitam o exercício


do direito de propriedade. Nessa perspectiva, em conformidade com o que
prescreve o Decreto-Lei 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteção
do patrimônio histórico e artístico nacional, é correto afirmar que:

a) é lícito à União efetuar tombamento de bem municipal, sendo vedado ao


município tombar bem dos Estados.
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b) o Tombamento, conforme prescreve o art. 216 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, é uma medida que visa a proteção de bens públicos
imóveis em geral.

c) o valor etnográfico é fundamento previsto expressamente em regra


Constitucional que instituiu no ordenamento jurídico brasileiro o Tombamento.

d) o tombamento definitivo de bens imóveis de particulares, para ser considerado


definitivo e ter plenos efeitos perante terceiros, deverá ser transcrito em registro
imobiliário e devidamente averbado.

e) a competência para legislar sobre tombamento é concorrente entre a União,


Estados e Territórios, sendo de competência suplementar dos municípios.

FUNDAMENTAÇÃO
A banca apontou como correta a alternativa de letra “d”, em que pese a
correção deste item, há uma importante divergência quanto a alternativa “a”, uma
vez que existe uma forte corrente doutrinaria, capitaneada por José dos Santos
Carvalho Filho, que entende pela impossibilidade de tombamento “de baixo para
cima” (tombamento de bens federais por Estados e tombamento de bens federais e
estaduais por Municípios).
Nesse contexto, consagrado autor afirma que não é possível o tombamento
de bens públicos dos Entes “maiores” pelos Entes menores. O tombamento deve
seguir a lógica da supremacia do interesse: o interesse nacional (bens federais)
prevalece sobre o interesse regional (bens estaduais) que, por sua vez, se sobrepõe
ao interesse local (bens municipais). Aplica-se, por analogia, o art. 2.º, § 2.º, do
Decretolei 3.365/1941, que consagra a hierarquia desses interesses na
desapropriação. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito
administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. p.765.)
Diante do exposto, segundo renomado autor, a questão apresenta como 7
correta também a letra “a”, assim por haver duas alternativas corretas, s.m.j deve
ser anulada, como medida de correção.

QUESTIONAMENTO

A administração pública, no Brasil, é regida por uma série de princípios.


Tendo em vista a natureza jurídica destes princípios, leia as afirmativas a seguir.
I - Legalidade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficiência são
classificadas, pela doutrina, como princípios expressos da administração pública
por possuírem previsão normativa
inserta no texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 com
aplicação direta ao campo do direito administrativo.
II - O princípio da eficiência da administração se aplica ao servidor, para efeito de
sua aptidão ao cargo, durante o estágio probatório e ao logo do exercício de sua
vida funcional.
III - Campanhas ou informes de órgãos públicos que apresentem slogans de
promoção pessoal do agente público violam diretamente o princípio constitucional
da moralidade administrativa.
IV - A supremacia do interesse público é considerada, pela doutrina, como um
princípio implícito da administração pública
V - Um princípio é considerado implícito ao direito administrativo em razão de este
ser aplicável ao campo da administração pública, ainda que tal princípio seja próprio
a um outro campo do direito.

Marque a alternativa correta:


a) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da III.
b) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da IV.
c) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da II.
d) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da V.
e) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da I.
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FUNDAMENTAÇÃO

A banca apontou como correta a alternativa de letra “a”, a qual indica que
somente o item III está errado, todavia, ao se analisar o item V, podemos verificar
que há uma inconsistência na afirmação, tendo em vista que, não se pode afirmar
que um princípio é implícito pelo simples fato de ser aplicável à administração
pública e este princípio ser próprio de outro campo do direito, a título de exemplo
citemos o princípio da razoabilidade, em que pese ser aplicável no âmbito
administrativo e ser um princípio próprio do direito Constitucional, uma vez que foi
desenvolvido no direito americano, trata-se de um princípio expresso, tendo em
vista que está explicitamente previsto no art. 2° da Lei 9784/99, conforme podemos
verificar a seguir:
O princípio da razoabilidade nasce e desenvolve-se no sistema da common
law. À parte a sua origem remota na cláusula law of the land da Magna Carta de
1215, o princípio surgiu no direito norte-americano por meio da evolução
jurisprudencial da cláusula do devido processo legal, consagrada nas Emendas 5.ª
e 14.ª da Constituição dos Estados Unidos, que deixa de lado o seu caráter apenas
procedimental (procedural due process of law: direito ao contraditório, à ampla
defesa, entre outras garantias processuais) para incluir a versão substantiva
(substantive due process of law: proteção das liberdades e dos direitos dos
indivíduos contra abusos do Estado). Desde então, o princípio da razoabilidade vem
sendo utilizado como forma de valoração pelo Judiciário da constitucionalidade das
leis e dos atos administrativos, consubstanciando um dos mais importantes
instrumentos de defesa dos direitos fundamentais.
Para se verificar que se trata de um princípio explicito, vamos observar o
referido art. 2° da Lei 9784/99:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre


outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 9
jurídica, interesse público e eficiência. (grifo nosso).

Demonstrado ser um princípio próprio do direito constitucional e que também


é um princípio explicito, essa verificação torna a afirmativa contida no item V errada,
havendo, portanto, dois itens errados na questão, não havendo alternativa correta,
motivo pelo qual smj, deve a questão ser anulada como medida de correção.

QUESTIONAMENTO

A Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, trata de vários aspectos relacionados


às nulidades, aos vícios dos atos administrativos, além de disposições
procedimentais. Leia as afirmativas a seguir e, de acordo com este diploma legal,
marque a opção INCORRETA:
a) Decai em 5 anos o direito da administração de anular atos que sejam favoráveis
aos seus destinatários, sendo que este prazo decadencial, na hipótese de efeitos
patrimoniais contínuos, contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

b) Mesmo na hipótese de reexame necessário, o ato administrativo decisório deve


ser motivado, indicando-se os fatos e fundamentos jurídicos que lhe dão
sustentação.

c) A convalidação de decisão administrativa com defeitos sanáveis é um dever


condicionado à não ocorrência de lesão ao interesse público e prejuízo a terceiros.

d) O agente público responsável por um ato administrativo eivado de vício de


legalidade tem o dever de anulá-lo, havendo, ainda, a faculdade de revogação deste
ato, respeitando-se os direitos adquiridos, por razões de conveniência e
oportunidade.
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e) Aplicam-se aos processos administrativos os princípios constitucionais da ampla
defesa e do contraditório.

FUNDAMENTOS

A questão pedia a alternativa incorreta e a banca apontou a alternativa a ser


assinalada a letra “c”. Ocorre que a alternativa “d” possui um erro grave apontado
por toda doutrina administrativa como inaceitável, qual seja, o ato administrativo
eivado de vício de ilegalidade deve ser anulado, não podendo ser revogado, como
afirmado na alternativa, nesse sentido:
O fundamento para revogação do ato administrativo é a conveniência e a
oportunidade por parte da Administração Pública. Trata-se de reavaliação do mérito
do ato administrativo. Por essa razão, a revogação incide sobre o ato discricionário,
que pressupõe a avaliação do mérito quando da sua edição, sendo afastada a
revogação de atos administrativos vinculados que não deixam margem de liberdade
ao administrador.
É relevante esclarecer que a revogação pressupõe ato válido, mas que
se tornou inconveniente ou inoportuno. Verificada a ilegalidade do ato
administrativo, a hipótese será de anulação. (grifo nosso) Oliveira, Rafael
Carvalho Rezende Curso de Direito Administrativo / Rafael Carvalho Rezende
Oliveira. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2018.Livro digital pg. 382.
Diante do exposto, por haver duas alternativas a serem assinaladas, deve a
questão s.m.j., ser anulada como medida de correção.

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CRIMINOLOGIA
QUESTIONAMENTO

O estudo da pessoa do infrator teve seu protagonismo durante a fase 11


positivista na evolução histórica da Criminologia. Assinale, dentre as afirmativas
abaixo, a que descreve corretamente como a criminologia tradicional o examina.
a) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como uma unidade
biopsicossocial, considerando suas interdependências sociais.
b) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como alguém que fez mau
uso da sua liberdade embora devesse respeitar a lei.
c) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como um incapaz de dirigir
por si mesmo sua vida, cabendo ao Estado tutelá-lo.
d) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como uma realidade
biopsicopatológica, considerando o determinismo biológico e social.
e) A criminologia tradicional examina a pessoa do infrator como um sujeito
determinado pelas estruturas econômicas excludentes, sendo uma vítima do
sistema capitalista.
FUNDAMENTOS

A criminologia moderna se contrapõe à criminologia tradicional. Para


compreendermos o conceito de Criminologia Tradicional devemos entender suas
diferenças ante a criminologia moderna. Está surgiu na década de 60, migrando o
foco da ciência da microssociologia, onde o foco era o delinquente, para a
macrossociologia, atentando-se para aspectos mais amplos na genese criminal.
Partindo desse princípio, a Criminologia Tradicional engloba tanto a Escola
Clássica, quanto à Escola Positivista, pois ambas tinham foco na microssociologia.
Assim, o fato de o gabarito trazer como correta a alternativa B considerando
como Criminologia Tradicional a fase Clássica está correta. Porem, o período
positivista também deve ser levado em conta. Logo, deve-se considerar correta
também a alternativa D. Ou seja, questão passível de anulação por conter duas
alternativas corretas.

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DIREITOS HUMANOS
QUESTIONAMENTO

Um Tratado é um acordo entre os Estados Nacionais. É prerrogativa da


soberania de cada Estado Nação poder pactuar seguindo os ditames de direito
internacional para sua ratificação, adesão ou sucessão. Um Estado pode, ao
ratificar um tratado, formular reservas a ele, indicando que, embora consinta em se
comprometer com a maior parte das disposições, não concorda em se comprometer
com certas disposições. No entanto, uma reserva não pode derrotar o objeto e o
propósito do tratado. Tratados internacionais têm diferentes designações, como
pactos, cartas, protocolos, convenções e acordos. Podemos afirmar que:
a) um Tratado é legalmente vinculativo para os Estados que tenham consentido em
se comprometer com suas disposições.
b) um Tratado só pode ser ratificado por um Estado que o tenha assinado
anteriormente – durante o período no qual ele esteve aberto às assinaturas quando
da sua elaboração.
c) é necessário, para que os Estados ratifiquem os tratados, que eles se
comprometam sempre com as suas disposições, ainda que gradativamente, que
sejam superiores à legislação interna, excetuando-se aquelas de status
constitucional.
d) após a ratificação de um tratado específico, em nível internacional, o instrumento
de ratificação deve ser formalmente transmitido ao depositário, que vem a ser os
Estados Unidos, enquanto sede da ONU.
e) um Tratado pode ser do tipo “por sucessão”, que acontece em virtude de uma
disposição específica do tratado ou de uma declaração, considerando o caráter
autoexecutável da maioria dos tratados.

FUNDAMENTAÇÃO
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A assertiva “a” encontra-se correta e as demais incorretas em razão das
condicionantes/restrições apresentadas serem falsas. No entanto, pode-se
argumentar, em recurso, que o objeto da questão é pertinente ao direito
internacional público, e não aos Direitos Humanos. Vale destacar que a Convenção
de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, não
consta do edital.

QUESTIONAMENTO

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) fez uma visita in


loco ao Brasil, entre 5 e 12 de novembro de 2018, em função de convite formulado
pelo Estado brasileiro realizado em 29 de novembro de 2017. O objetivo foi o de
observar a situação dos direitos humanos no país. Entre os itens constantes de seu
relatório, a CIDH apontou para “o grave contexto de violações aos direitos humanos
das mulheres negras e da juventude pobre da periferia. São os pobres e os
afrodescendentes aqueles que seguem sendo desproporcionalmente as principais
vítimas de violações aos direitos humanos no Brasil. Estes são mortos às dezenas
e milhares, sem investigação, julgamento, punição ou reparação adequados”. Os
termos exarados encontram-se de acordo com as atribuições da CIDH, que
a) expede “Pareceres”, em caráter consultivo, à Corte Interamericana, sobre
aspectos de interpretação da Convenção Americana, podendo inclusive sugerir
providências para solução dos problemas observados.
b) zela pelo cumprimento geral dos direitos humanos nos Estados-membros, publica
as informações especiais sobre a situação em um estado específico e as envia à
Assembleia Geral da OEA para as sanções cabíveis,
c) faz recomendações aos Estados-membros da OEA acerca da adoção de
medidas para corrigir as práticas de violações e adotar medidas de promoção e
garantia dos direitos humanos.
d) realiza visitas in loco aos países, ao receber petições individuais que alegam
violações dos direitos humanos, segundo o disposto nos artigos 44 a 51 da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com o intuito de aprofundar a 14
observação geral da situação, e/ou para investigar uma situação particular.
e) pode solicitar que a Corte Interamericana requeira “medidas provisionais” dos
Governos em casos urgentes de grave perigo às pessoas, ainda que o caso não
tenha sido submetido à Corte.

FUNDAMENTOS

A assertiva “a” encontra-se incorreta. Dentre as funções e atribuições da


Comissão elencadas no art. 41 da Convenção Americana, não há a atribuição
indicada. Sobre a possibilidade de a Corte (não é a Comissão) realizar consulta,
deve-se registrar a previsão no art. 64 da Convenção.
A assertiva “b” foi considerada incorreta pela Banca. Dentre as funções e
atribuições da Comissão elencadas no art. 41 da Convenção Americana, não há a
atribuição indicada.
A assertiva “c” foi considerada incorreta pela Banca. É provável que isso
tenha sido em razão de não se enquadra, do ponto de vista interpretativo, com os
termos exarados no relatório. No entanto, há de se registrar que é possível
recomendações por parte da CIDH, nos termos do art. 41, B, da Convenção. Desta
forma, é possível recorrer para considerar como correta esta assertiva, até porque
na assertiva tida como gabarito também não há indicação clara de que foi
apresentado pedido de medidas provisórias.
A assertiva “d” encontra-se incorreta. A CIDH não realiza necessariamente
visitas in loco quando recebe petições individuais, não sendo uma etapa obrigatória
e indispensável.
A assertiva “e” encontra-se correta e se fundamenta no art. 63, 2, da
Convenção, vejamos: Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer
necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se
tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá
atuar a pedido da Comissão. 15

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DIREITO CIVIL
QUESTIONAMENTO

Tendo em vista as regras do Código Civil que tratam de bens, marque a


opção correta:
a) Bem acessório é aquele que existe sobre si, abstrata e concretamente; e o
principal é o que depende da vontade do proprietário.
b) Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
c) As benfeitorias são melhoramentos que podem ocorrer sem a ação do detentor,
mas com a ação do proprietário e do possuidor.
d) A vontade das partes não pode tornar bens naturalmente divisíveis em
indivisíveis, mas apenas por determinação legal.
e) Materiais destinados à construção readquirem a qualidade de bens móveis após
serem utilizados em construção e forem produto de demolição.

FUNDAMENTOS

Segundo a regra do Código Civil, prevista no Artigo 102 do diploma citado:


“Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.” Com enunciado idêntico previsto
em uma das alternativas de respostas da questão, todavia, foi considerado como
incorreto, conforme o gabarito preliminar.
Deste modo, é esperada a anulação da questão ou a alteração do gabarito.

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MEDICINA LEGAL
QUESTIONAMENTO

Em um ferimento de entrada de projétil de arma de fogo, que atingiu a região 16


do plano ósseo craniano, e foi produzido à queima roupa, é possível encontrar a
presença de ferimento de forma
a) regular, bordas invertidas, sinal de puppe-werkgartner, abundante sangramento;
b) arredondada, bordas evertidas, zona de chamuscamento, pouco sangramento;
c) regular, sinal do funil de Bonet, orlas e zonas, sangramento abundante;
d) irregular, bordas evertidas, sinal de puppe-werkgartner, pouco sangramento;
e) irregular, bordas evertidas, diâmetro desproporcional e muito sangramento.

FUNDAMENTOS

A questão possui o seguinte enunciado: “Em um ferimento de entrada de


projétil de arma de fogo, que atingiu a região do plano ósseo craniano, e foi
produzido à queima roupa, é possível encontrar a presença de ferimento de forma.”.
O gabarito apresenta como resposta a seguinte alternativa: “irregular, bordas
evertidas, sinal de puppe-werkgartner, pouco sangramento.”
Foi considerado como sinônimo “tiro a curta distância” e “tiro encostado”.
Todavia, dois autores renomados de Medicina Legal não tratam as expressões
como sinônimos.
Hygino de Carvalho Hércules denomina entrada a curta distância como à
queima roupa (HERCULES, Hygino de Carvalho. Medicina legal: texto e atlas.
Hygino de Carvalho Hercules. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2014. p. 265-269).
Assim como Genival Veloso de França considera tiro a curta distância como
à queima-roupa (FRANÇA, Genival Veloso. Medicina legal / Genival Veloso de
França. -- 11. ed. -- Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2017).
Assim, ambos autores entendem que o sinal de Werkgartner pode ser
apresentado nos tiros encostados e não nos tiros a curta distância (à queima roupa)
como inserido no gabarito.

Estes são os apontamentos levantados pela equipe Mege em relação a


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eventuais questões passíveis de recurso, a nosso ver, na prova de Delegado do
Espírito Santo.
Embora o edital de abertura e a lei de regência sejam um pouco ambíguos,
esclarecemos nossa posição a respeito da interpretação da cláusula de barreira
existente no certame.
Conforme conta expressamente do edital, a lei de regência do concurso
público no Estado capixaba é a Lei Complementar n. 844/16, que prevê em seu
artigo 2º, § 1º, que “os candidatos que obtiverem na prova objetiva...o mínimo de
50% da pontuação total ... participarão da etapa subsequente do concurso público”.
Portanto, independente do fato de você ter tirado 60 pontos ou 120 pontos,
nossa recomendação é no sentido de você se preparar para a segunda fase como
se fosse um novo concurso, pois tudo poderá mudar. Ótimos classificados na prova
objetiva podem ir para a última classificação, bem como o último classificado na
prova preambular, pode chegar em primeiro.
Para apoiar nossos alunos nesta preparação, apresentamos nossas turmas
de 2ª Fase para Delegado do Espírito Santo, sendo as duas pensadas para aquele
candidato que nunca fez uma peça até o candidato mais experiente.
Conheça as propostas de nossas turmas e vem pro Mege!

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