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Vale ressaltar que a Lei nº 13.777/2018 ainda está em vacatio legis. No DIZER O DIREITO NO SEU E-MAIL
entanto, para fins didáticos, irei comentar utilizando os verbos e locuções
como se ela já estivesse em vigor. Digite seu e-mail... Inscreva-se
CONDOMÍNIMO EM MULTIPROPRIEDADE
1) DISPOSIÇÕES GERAIS NO FACEBOOK
Conceito
A multipropriedade ocorre quando...
um bem é dividido entre vários proprietários Dizer o Direito
352.413 curtidas
sendo que cada um deles utilizará a coisa,
com exclusividade,
durante certo(s) período(s) de tempo por ano,
em um sistema de rodízio. Curtiu Assistir ao vídeo
É o caso, por exemplo, de uma casa de praia. O Poder Judiciário pode obrigar o Ministério
Em litorais mais caros do país, como na região dos Lagos (RJ) ou em Santa Público a celebrar o acordo de colaboração
premiada?
Catarina, é comum que sejam lançados empreendimentos em sistema de
time-sharing. Normalmente, o imóvel é dividido em 52 cotas (número de
semanas do ano). Daí, o indivíduo que compra uma cota, torna-se proprietário
de 1/52 do imóvel e poderá utilizá-lo durante uma semana por ano.
Nomenclatura
A multipropriedade é também chamada de time-sharing, regime de
aproveitamento por turno ou direito real de habitação periódica.
Jul 2, 2019
Finalidade
Este modelo é adotado normalmente por indivíduos que querem usufruir de Dizer o Direito
um imóvel apenas durante parte do ano e, por isso, não valeria a pena serem @dizerodireito
Origem
O fenômeno da multipropriedade surgiu na França, por volta de 1967.
No Brasil, as primeiras operações de multipropriedade começaram na década
de 1980. Embed View on Twitter
Vale ressaltar que o maior teórico no Brasil sobre o instituto é o Professor da
UERJ Gustavo Tepedino que, já em 1993, lançou a obra que é referência no
assunto (Multipropriedade imobiliária. São Paulo: Saraiva, 1993).
A maior parte dos estudos lançados no país tratando sobre multipropriedade, ARQUIVO
inclusive este singelo resumo, tem como base as pesquisas do Professor
Tepedino.
► 2019 (171)
Como o livro “Multipropriedade imobiliária” é difícil de ser encontrado,
recomendo, aos que quiserem ter uma noção preliminar sobre o tema, a ▼ 2018 (348)
leitura de um artigo do Professor disponível em sua página na internet:
▼ Dezembro (46)
http://www.tepedino.adv.br/wpp/wp-
content/uploads/2017/07/Aspectos_Atuais_Multipropriedade_imobiliaria_fls_5 INFORMATIVO Comentado 925 STF
12-522.pdf INFORMATIVO Comentado 925 STF -
Versão Resumida
Regulamentação
Não havia uma previsão legal expressa no Brasil sobre a multipropriedade. INFORMATIVO Comentado 635 STJ
Apesar disso, o STJ reconhecia a sua validade, conforme veremos mais a INFORMATIVO Comentado 635 STJ -
frente. Versão Resumida
Agora, contudo, essa lacuna foi preenchida, com razão, pelo legislador.
Desse modo, atualmente, o time-sharing é regido pelos arts. 1.358-B a 1.358- Lei 13.786/2018: disciplina a resolução
U. do contrat...
Além disso, aplicam-se ao instituto, de forma supletiva e subsidiária: Lei 13.787/2018: digitalização e
• os demais artigos do Código Civil; armazenamento inf...
• a Lei nº 4.591/64 (Lei dos Condomínios em Edificações e das Incorporações
Imobiliárias); e Lei 13.785/2018: determina o registro
• o Código de Defesa do Consumidor. do veículo u...
Segundo o STJ, o time-sharing, também chamada de multipropriedade Comentários à Lei 13.769/2018: prisão
imobiliária, possui forte liame com o instituto da propriedade, sendo até domiciliar e...
mesmo considerada por alguns como uma expressão do direito de
Lei 13.774/2018: reorganiza a Justiça
propriedade.
Militar da U...
Ao contrário do que afirma a primeira corrente, é possível que sejam
admitidos como direitos reais não apenas aqueles que estão enumerados na Análise jurídica da decisão do Min.
lei, mas também outros que possam ser criados a partir da liberdade negocial. Marco Aurélio ...
O Código Civil não traz nenhuma proibição de que sejam criados novos direitos
Lei 13.767/2018: ausência remunerada
reais a partir da convenção de vontades. Além disso, a time-sharing se
do serviço pa...
harmoniza com os atributos dos direitos reais, considerando que o participante
detém as faculdades de uso, gozo e disposição sobre fração ideal do bem, LC 164/2018 altera a Lei de
ainda que objeto de compartilhamento pelos multiproprietários de espaço e Responsabilidade Fisca...
turnos fixos de tempo.
INFORMATIVO Comentado 633 STJ
Veja o que Maria Helena Diniz afirmou sobre o instituto: INFORMATIVO Comentado 633 STJ -
Versão Resumida
"O sistema time-sharing ou multipropriedade imobiliária é uma espécie
condominial relativa aos locais de lazer, pela qual há um aproveitamento Análise jurídica da conduta de
econômico de bem imóvel (casa, chalé, apartamento), repartido, como advogado celebrou a...
ensina Gustavo Tepedino, em unidades fixas de tempo, assegurando a
INFORMATIVO Comentado 632 STJ
cada co-titular o seu uso exclusivo e perpétuo durante certo período
anual. (...) Trata-se de uma multipropriedade periódica, muito útil para INFORMATIVO Comentado 632 STJ -
desenvolvimento de turismo em hotéis, clubes e em navios (...) Há um Versão Resumida
direito real de habitação periódica, como dizem os portugueses,
Súmula 617 do STJ comentada
democratizando o imóvel de férias, cujo administrador (trustee) o
mantém em nome de um clube, concedendo e organizando o seu uso Se o médico não informa
periódico. Todos os adquirentes são comproprietários de fração ideal, adequadamente sobre os ris...
sofrendo limitações temporais e condominiais, sendo que a relação de
Revisão - DPE MA 2018
tempo repartido fica estabelecida em regulamento." (Curso de Direito
Civil Brasileiro. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007, vol. 4, p. 243.) INFORMATIVO Comentado 921 STF
► Junho (33)
Obs: a multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas as
frações de tempo forem do mesmo multiproprietário. ► Maio (23)
► Abril (27)
Poderá ser fixado um limite máximo de fração de tempo por titular
O instrumento de instituição da multipropriedade ou a convenção de ► Março (27)
condomínio em multipropriedade poderá estabelecer o limite máximo de
► Fevereiro (24)
frações de tempo no mesmo imóvel que poderão ser detidas pela mesma
pessoa natural ou jurídica. ► Janeiro (24)
Em caso de instituição da multipropriedade para posterior venda das frações
de tempo a terceiros, o atendimento a eventual limite de frações de tempo por ► 2017 (337)
titular estabelecido no instrumento de instituição será obrigatório somente
► 2016 (357)
após a venda das frações.
► 2015 (437)
Espécies de condomínio
► 2014 (321)
Com a criação do condomínio em multipropriedade, temos agora cinco
espécies de condomínio: ► 2013 (283)
a) Condomínio tradicional (que pode ser voluntário ou necessário);
► 2012 (284)
b) Condomínio edilício;
c) Condomínio em lotes; ► 2011 (20)
d) Condomínio urbano simples;
e) Condomínio em multipropriedade.
2) INSTITUIÇÃO DA MULTIPROPRIEDADE
Registro
É necessário que o ato de instituição da multipropriedade seja registrado no
competente cartório de Registro de Imóveis.
Direitos
São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos no instrumento de
instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade:
III - alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte, a
título oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a alienação e a qualificação
do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador;
Obrigações
São obrigações do multiproprietário, além daquelas previstas no instrumento
de instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade:
Sanções
Conforme previsão que deverá constar da respectiva convenção de condomínio
em multipropriedade, o multiproprietário estará sujeito a:
I - multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deveres;
II - multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imóvel no
período correspondente à sua fração de tempo, no caso de descumprimento
reiterado de deveres.
4) TRANSFERÊNCIA DA MULTIPROPRIEDADE
5) ADMINISTRAÇÃO DA MULTIPROPRIEDADE
Atribuições do administrador
O administrador exercerá, além daquelas previstas no instrumento de
instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade, as seguintes
atribuições:
Reparos emergenciais
Em caso de emergência, os reparos poderão ser feitos durante o período
correspondente à fração de tempo de um dos multiproprietários.
Condomínio edilício
Ocorre o condomínio edilício quando se tem a propriedade exclusiva de uma
unidade autônoma combinada com a copropriedade de outras áreas de um
imóvel.
Ex1: prédio residencial com seis andares de apartamentos e dois
apartamentos por andar. Tem-se um condomínio edilício, considerando que
cada dono do apartamento possui a propriedade exclusiva da sua unidade
autônoma (apartamento), e as áreas comuns do edifício (piscina,
churrasqueira, quadra de esportes etc.) pertencem a todos os condôminos.
Ex2: prédio comercial com várias salas. Se determinado advogado compra
uma das salas para servir como seu escritório, ele terá a propriedade
individual sobre a sala (unidade autônoma) e a copropriedade sobre as partes
comuns (corredores, recepção etc.).
O condomínio edilício é tratado nos arts. 1.331 a 1.358 do Código Civil.
Administrador profissional
O condomínio edilício em que tenha sido instituído o regime de
multipropriedade terá necessariamente um administrador profissional.
Algumas informações sobre esse administrador:
• O prazo de duração do contrato de administração será livremente
convencionado.
• O administrador do condomínio será também o administrador de todos os
condomínios em multipropriedade de suas unidades autônomas.
• O administrador será mandatário legal de todos os multiproprietários,
exclusivamente para a realização dos atos de gestão ordinária da
multipropriedade, incluindo manutenção, conservação e limpeza do imóvel e
de suas instalações, equipamentos e mobiliário.
• O administrador poderá modificar o regimento interno quanto aos aspectos
estritamente operacionais da gestão da multipropriedade no condomínio
edilício.
• O administrador pode ser ou não um prestador de serviços de hospedagem.
No mesmo art. 176 foram inseridos três novos parágrafos também tratando
sobre a multipropriedade:
Art. 176 (...)
§ 10. Quando o imóvel se destinar ao regime da multipropriedade, além da
matrícula do imóvel, haverá uma matrícula para cada fração de tempo, na
qual se registrarão e averbarão os atos referentes à respectiva fração de
tempo, ressalvado o disposto no § 11 deste artigo.
§ 11. Na hipótese prevista no § 10 deste artigo, cada fração de tempo
poderá, em função de legislação tributária municipal, ser objeto de inscrição
imobiliária individualizada.
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 1º do art. 1.358-N da Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), a fração de tempo
adicional, destinada à realização de reparos, constará da matrícula referente
à fração de tempo principal de cada multiproprietário e não será objeto de
matrícula específica.
Por fim, o foi modificada a redação do inciso III do art. 178 para dizer que as
convenções de condomínio em multipropriedade deverão ser também
registradas no Livro nº 3 - Registro Auxiliar:
Art. 178 - Registrar-se-ão no Livro nº 3 - Registro Auxiliar:
(...)
III - as convenções de condomínio edilício, condomínio geral voluntário e
condomínio em multipropriedade;
Vigência
O art. 3º previa que a Lei nº 13.777/2018 deveria entrar em vigor na data de
sua publicação.
Ocorre que esse dispositivo foi vetado pelo Presidente da República sob o
correto argumento de que a Lei nº 13.777/2018 representa “relevante
modificação no ordenamento jurídico nacional, notadamente no direito de
propriedade”, de sorte que seria recomendável um prazo maior de vacatio
legis”
Com o veto do art. 3º, a Lei ficou sem previsão expressa sobre o início de sua
vigência.
Quando uma lei não traz a previsão do início de sua vigência, em qual data ela
entrará em vigor?
45 dias após a sua publicação.
É o que prevê o art. 1º da LINDB:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Logo, como a Lei nº 13.777/2018 não tem disposição expressa acerca de sua
vigência, ela entrará em vigor 45 dias após a sua publicação, ou seja, em
04/02/2019.
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