Ao Banco do Nordeste – BNB

Sr. Romildo Carneiro Rolim

Presidente do Banco do Nordeste

Assunto: Valor de referência para sistemas FV

Prezados,
as maiores empresas integradoras do Brasil, aqui representadas pela ABGD - Associação
Brasileira de Geração Distribuída, atualmente com mais de 550 empresas associadas em
todo o Brasil, ficou muito surpresa ao tomar conhecimento que o BNB, por norma (de
10/12/2018), tem utilizado os valores publicados pelo Portal Solar, para servir de
parâmetro, referência e limites nos financiamentos concedidos pelo Banco.

Reconhecemos que parte do sucesso da Geração Distribuída na modalidade Solar

Fotovoltaica (atualmente com mais de 45.000 sistemas instalados em todo o país), se deve
ao FNE SOL, motivo pelo qual temos apoiado e incentivado de longa data as ações dessa
renomada instituição.

Objetivando manter e aumentar ainda mais esse canal de financiamento e fomento para o
segmento, solicitamos revogação dessa norma, baseados em dados do mercado, práticas
internacionais, livre concorrência legal e opinião técnica das maiores empresas atuantes
no setor de Geração Distribuída.

Dentre os motivos para não trabalhar com valores publicados e/ou calculados pelo Portal
Solar, podemos destacar:

• Tais valores não refletem de maneira isenta a realidade do mercado Brasileiro de

Geração Distribuída pois trabalham com apenas algumas empresas distribuidoras
de equipamentos do setor, sendo que estão vinculados comercialmente com tais
distribuidoras de equipamentos .
• Também, por motivos comerciais, não trabalham com todos os fabricantes de
equipamentos homologados no Brasil (inclusive alguns dos maiores do mundo),
sendo assim, seus valores estão distorcidos da realidade brasileira.
• Os custos de um SISTEMA DE ENERGIA FOTOVOLTAÍCA possuem várias nuances não
consideradas no cálculo, tais com frete, tipo de telhado, local da instalação,
tecnologia, estruturas, custos operacionais, etc.
• É péssimo para o setor FV usar como referência valores publicados e/ou calculados
por uma empresa privada com fins lucrativos. Isso cria distorções, fomenta
monopólio e prejudica a livre concorrência.
• Ao maiores clientes do BNB, associados da ABGD, discordam frontalmente dessa
política.

Av. das Nações Unidas, 12.551 – 17º. andar - sl. 1724 - São Paulo/SP - CEP: 04578-000
Segue demonstrativo com dados distorcidos da realidade:

Estado Cidade Consumo Potência Valor Relação R$/kwp

AL Maceio 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
BA Salvador 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
CE Fortaleza 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
MA São Luiz 1.350 kwh 12,54 kwp R$ 55.790 4.449 R$/kwp
PB João Pessoa 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
PE Recife 1.350 kwh 11,22 kwp R$ 52.990 4.723 R$/kwp
PI Terezina 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
RN Natal 1.350 kwh 9,90 kwp R$ 43.050 4.348 R$/kwp
SE Aracaju 1.350 kwh 10,56 kwp R$ 50.650 4.796 R$/kwp
MG Teofilo Ontoni 1.350 kwh 12,54 kwp R$ 55.790 4.449 R$/kwp
ES Linhares 1.350 kwh 12,54 kwp R$ 55.790 4.449 R$/kwp

PE precisar de potência maior que AL e PB

MA MG ES precisarem da mesma potência
RN ter o menor R$/kwp

Fonte https://www.portalsolar.com.br/calculo-solar

Para finalizar, solicitamos uma audiência com a presidência do BNB ou diretoria

operacional responsável por essa decisão, visando explicar essa distorção e propor várias
outras soluções que com certeza atenderão as necessidades do BNB, do mercado brasileiro
e da legislação vigente.

Natal/RN, 19 de dezembro de 2018.

Carlos A. F. Evangelista - Presidente

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