You are on page 1of 16

A verdadeira coragem é ir atrás de seu sonho

mesmo quando todos dizem que ele é impossível.


Cora Coralina
Introdução
A educação de qualidade é objetivo principal para todos os governantes que
almejam um país desenvolvido. Somente ela permite, ao mesmo tempo, desenvolver
vantagem competitiva, buscar igualdade de oportunidades, evolução cultural e
ultrapassar as fronteiras do conhecimento.

Hoje mandamos nossos alunos com deficiências de aprendizado para a universidade


esperando que lá isso seja corrigido. O correto, nessa fase da educação, seria
estarem aprendendo a ser pesquisadores ou profissinais. Por isso precisamos
focar nossos novos investimentos na educação básica. Mas apenas aumentar o
investimento não basta, os recursos devem ser geridos de forma mais eficiente.

Este projeto idealiza investimento direto de recursos federais nas escolas de


educação básica, através de bolsa educacional. Semelhante aos vouchers
estudantis, mas com diferencial de abranger todos os tipos de gestão escolar,
incluindo as públicas, privadas, comunitárias etc. Com implantação gradual
começando nas localidades mais pobres e apoiando-se numa nova métrica de
qualidade que busca avaliar objetivamente a escola e o professor.

Este documento não é um estudo técnico e tem como único ideal mostrar nossas
ideias em linguagem simples e de forma objetiva.
Recursos
Hoje os maiores responsáveis pela educação básica são os estados e municípios,
que recebem parcelas relativamente pequenas dos recursos tributários.

Uma forma de gerar um pouco mais de equilíbrio é desenvolver mais programas


de investimento direto de recursos federais para os outros entes. Para isso
devemos encontrar maneiras - além de uma reforma do pacto federativo - de
levar o dinheiro de volta ao bairro do contribuinte. Existem medidas para distribuir
recursos federais às escolas e são positivas, mas ainda insuficientes.
Mesmo na Holanda, que é um país com território muito menor, os recursos
federais são injetados diretamente nas escolas.

É sabido que o Brasil passa por momentos difíceis em termos orçamentários, e por isso,
mais do que nunca, precisamos investir no que vai nos gerar mais valor.
Mesmo com as esperadas reformas e consequente crescimento, ainda será difícil levar
muitos recursos para a educação, considerando que temos gastos exorbitantes,
vinculação de receitas, dívida crescente, etc.

A Coréia do Sul é um bom exemplo, pois em momento de devastação do pós-guerra, eles


focaram na educação básica e, partindo de extrema pobreza e destruição, se
tornaram uma potência mundial em poucas décadas.

É essencial que comecemos a colocar o investimento em educação num plano superior de


importância, sabendo-se que esta sempre foi deixada em segundo lugar.
Consequentemente o Brasil só vem postergando seu sonho de se colocar em destaque
mundial.
Devido a essa dificuldade orçamentária precisamos de um plano de investimento
gradual, que vá se expandindo até beneficiar toda a nossa população.

Mas por onde começaríamos esse investimento? Sugerimos que seja pelos municípios mais
pobres, pois concentram os piores índices educacionais e, ao mesmo passo é onde a
injeção de recursos causará maior impacto. As crianças que moram nesses municípios
precisam de boa educação para buscar um futuro melhor.
A seleção, portanto, poderia se basear de forma objetiva nos municípios com menor PIB
per capita.

Para municípios carentes, é muito difícil oferecer educação de qualidade, assim como
transporte, alimentação, projetos de saúde na escola etc. para essas crianças que já
sofrem com a pobreza em casa. Com o investimento federal na educação básica,
sobram mais recursos para os governantes locais investirem em creches, ensino
profissionalizante, oficinas de artesanato e cursos rápidos para a comunidade.

Além disso, o investimento nesses municípios dá força para suas economias combalidas,
fazendo girar o comércio local, gerando empregos e transformando a escola no coração
que vai bombear sangue novo para essas comunidades.
Como será o Programa?
Nossa ideia é investir muito bem na educação de um número pequeno de municípios mais
pobres com bolsa educacional e ir ampliando a abrangência em ondas de investimento
que alcançarão mais municípios a cada ano.

A distribuição de recursos é igual ao de programas de voucher, mas abrangendo todos


os tipos de gestão escolar, como por exemplo:
- Privada sem fins lucrativos: escolas religiosas, fundações, gerida por conselho de
professores (Charter School);
- Entidade privada;
- Gestão pública: municipal, estadual, militar, gerida por pais e professores.

Com a possibilidade de receber esses recursos, mais escolas serão abertas, criando
mais vagas e gerando concorrência por alunos. Um processo de seleção natural que
levará as escolas a evoluírem continuamente.

Cada escola receberá um valor de bolsa educacional conforme sua avaliação de


qualidade. O tipo de gestão não interfere no valor recebido, de forma a buscar
igualdade competitiva. Nenhuma escola poderá cobrar taxa ou contribuição extra de
seus alunos.
Os valores das bolsas precisam ser estudados, mas oferecemos como sugestão: R$
500 por mês para as escolas avaliadas como de qualidade Básica, R$ 750 para as de
qualidade Avançada e R$ 1000 para as que alcançarem o selo de qualidade Excelência
de Ensino. Assim a educação nesses lugares terá pelo menos o dobro do investimento
atual por aluno.

As escolas geridas por conselhos de


professores são comuns nos EUA e
funcionam como cooperativas de ensino.

Já na Nova Zelândia é comum encontrar


escolas geridas pela comunidade,
representada por pais e professores.
São entidades públicas, porém gozam de
certa independência de decisão.
Avaliação escolar
Em qualquer bom processo de gestão é necessário não apenas planejar e agir, mas
também avaliar os resultados que guiarão os próximos planos e ações.

No sentido da avaliação, a educação brasileira tem evoluído bastante, mas ainda se


baseia numa inversão da premissa ao avaliar a escola através da avaliação do aluno.
Esse formato ignora alguns fatos importantes:
- As escolas vão preferir receber os bons alunos e evitar os mais fracos;
- É difícil detectar a contribuição individual de cada professor para os resultados.

Um bom exemplo do primeiro fato, são as escolas de ensino médio que filtram os
melhores alunos para alcançar altas médias no Enem, e usam esses resultados como
diferencial de mercado.
Nosso objetivo não é reservar as boas escolas para os gênios, mas dar educação
básica de qualidade para todos.

Parte do processo que mudou a educação da Finlândia - tornando-a modelo mundial - foi
focar seus esforços na qualificação e avaliação do professor.
Baseado nesses preceitos, acreditamos que uma metodologia de avaliação objetiva da
qualidade da escola e do professor é o caminho a seguir. Essa avaliação gera as notas
do professor e da escola, que servirão como parâmetros para todo o processo daqui
em diante.
Tendo em mãos as notas das escolas os pais têm parâmetros objetivos pra tomar
decisão consciente sobre onde matricular seus filhos. Esse fato gera concorrência
entre as escolas, cada uma visando seu objetivo. A escola particular luta pelo fator de
mercado, a pública pelo voto, a comunitária por status social e etc.
Além de evoluir pela competição, as escolas com melhores resultados se manterão
evoluindo tendo como alvo a ampliação das bolsas recebidas devido à sua melhor
avaliação - conforme citado: Básica, Avançada e Excelência em Educação.
Com todas as escolas lutando pelo sucesso, quem ganha é o aluno que vê sua escola
melhorar continuamente ou seus pais podem buscar melhores opções. A gestão que não
buscar a evolução verá sua escola esvaziar e dará espaço de mercado para equipes
mais interessadas e competentes.

A nota da escola está fortemente ligada à nota do professor e com isso ocorrerá
concorrência pelos talentos da área. Isso levará o professor a ter incentivo para se
aprimorar e naturalmente essa disputa levará a crescimento salarial.
O professor ganha o merecido protagonismo no processo, em seu meio e na comunidade.
Com isso alcançamos a valorização e a felicidade desse grupo profissional que é o mais
importante para a sociedade. Essa valorização é um sinal que observamos nos países
desenvolvidos e algo que também devemos buscar com avidez.

No caso das escolas municipais e estaduais os recursos poderão ser usados, entre
outras coisas, para gratificar generosamente os professores conforme a
qualificação.

O processo de avaliação proposto se encontra detalhado no Anexo I desse documento.

Outras áreas que se beneficiarão de


mais recursos:
- Aulas de reforço, apoio e material
pedagógico;
- Biblioteca, laboratórios e etc;
- Aulas de música e outras artes;
- Práticas esportivas diversas;
- Acompanhamento de saúde;
- Promoção de eventos internos,
interescolares e comunitários;
Resultados econômicos
O que vemos hoje nos cantos do País é o povo empobrecido, fugindo de sua terra natal
para a capital, onde chegará com capacidade inferior de educação e recursos, para
lutar por sua sobrevivência. O resultado óbvio é a pobreza e a violência instaladas na
cidade grande. Melhor seria a oportunidade de o cidadão viver dignamente em sua
cidade, ou até mesmo migrar para a capital levando uma bagagem educacional que o
permita competir e trazer crescimento positivo para o centro urbano.

Imaginemos o seguinte cenário: o município de Novo Triunfo na Bahia começa a


participar, suas escolas recebem os fundos, seus professores recebem boas
bonificações salariais, a escola recebe reformas e contrata mais pessoal. Essa
movimentação econômica se reflete no mercado local ampliando o consumo e os empregos
indiretos.

Seu PIB per capita é de R$ 3800, cada escola recebe por aluno R$ 500 pôr mês, tem
por volta de 23,7% de jovens e crianças em idade estudantil e 178% de crescimento por
Real aplicado (o mesmo gerado pelo Bolsa Família).

Novo PIB Per Capita = PIB PC + Bolsa x 12 meses x Percentual de alunos x Fator de
Crescimento = 3800 + 500 x 12 x 0,237 x 1,78 = R$ 6331

Um crescimento de 66% já no primeiro ano. Agora imaginemos que isso aconteça no


primeiro ano em todos os 100 municípios mais pobres do Brasil e, a cada ano abrace mais
municípios. Os elos mais fracos da nossa corrente são fortalecidos.
Realizamos simulações computacionais para verificar o efeito econômico regional e
nacional de curto e médio prazo dessa política baseadas em três cenários possíveis:
- Não aplicação;
- Austero: Caso continuemos em crise, mas decidamos pela aplicação do projeto
inicialmente em 100 municípios e expandí-lo para mais 100 por ano;
- Extensivo: Caso consigamos reverter a crise e decidamos pela aplicação do projeto
inicialmente em 100 municípios e expandí-lo para mais 500 por ano;

Foi considerado em todos os cenários um crescimento geral de aproximadamente 3% ao


ano. Na tabela abaixo apresentamos alguns dados dos três cenários em momentos
futuros:
Não aplicação Austero Extensivo
Menor Menor Beneficiados Invest. anual Menor Beneficiados Invest. anual
PIB PC PIB PC (milhões de (bi R$) PIB PC (milhões de (bi R$)
Em (mil R$) (mil R$) habitantes) (mil R$) habitantes)
1 ano 3,8 5,9 1,68 3,6 5,9 1,68 3,6
3 anos 5 8,5 4,88 10,4 9,8 17,89 38,2
7 anos 8 14,7 11,65 24,8 14,7 60,49 129,0
15 anos 17,7 25,4 24,63 52,5 25,4 TODOS 436,2

Podemos concluir pelos resultados que com a aplicação do programa:


- No primeiro ano elevaremos o piso do PIB per capita dos municípios R$ 3800 para
R$5900, um crescimento de 55%;
- Em 15 anos esse piso será 43% maior do que seria sem o programa;
- Se aplicarmos o cenário mais extensivo, teremos mudado a educação em todo o País em
15 anos - investindo nela aproximadamente 5,9% do PIB estimado;
Ampliação do projeto
O plano básico é a ampliação constante e gradual do Programa pelo Governo Federal,
mas este também pode ser espelhado localmente com recursos dos estados
interessados, com o apoio logístico do MEC.

E qualquer escola não participante do programa poderá passar pelo processo de


avaliação, objetivando medir sua qualidade e publicar os resultados aos cidadãos.

Conclusão

O nosso objetivo não é impor mais regras e criar intromissão na gestão das escolas,
mas gerar opções, oferecer recursos, avaliar a aplicação desses recursos e por fim
beneficiar os estudantes com evolução constante na qualidade do ensino.

Assim ergueremos os entes mais pobres sem assistencialismo, mas com educação! Para
no futuro deixarem de ser considerados fardos, e se tornarem fortes colaboradores
da nossa economia.
Além disso, as crianças desses municípios que talvez não tivessem a menor perspectiva
de vida, agora estudarão em escolas muitíssimo melhores e serão médicos, engenheiros,
professores e cientistas amanhã.

O povo brasileiro merece este programa que vai nos elevar ao primeiro escalão mundial,
valorizando acima de tudo as nossas crianças.
Anexo I- Metodologia da Avaliação

As escolas serão avaliadas pela qualificação de seus professores, quantidade de alunos por turma e
outros recursos. Cada professor e cada escola receberá uma nota de 0 a 100 através da soma dos
critérios abaixo. Uma escola com nota de 0 a 64 é considerada de nível Básico, de 65 a 79 Avançado e
Excelência de Ensino de 80 a 100.
Os critérios abaixo são sugestões feitas por nossa consultoria educacional, precisarão ser
ajustados por especialistas da área e poderão ser reavaliados em implantação piloto.

Avaliação do professor
Grau de escolaridade (50 pontos)
Graduação +10;
Pós-Graduação +15;
Mestrado +30;
Doutorado +50;

Atualização (10 pontos)


O professor participou de 20 a 50 horas de formação ou atualização nos últimos seis meses: +5;
Participou de mais de 50 horas de formação ou atualização nos últimos seis meses: +10;
Prova de capacidade: Nota de sua última prova em unidade credenciada de +0 a +40;

Quantidade de alunos por turma


Educação infantil (4 e 5 anos)
Entre 19 e 22 alunos por turma: +5;
Até 18 alunos por turma: +15;
Parque infantil: +5;

Alfabetização 1o e 2o ano do Ensino Fundamental (6 e 7 anos)


Entre 16 e 20 alunos por turma sem auxiliar: +5;
Até 15 alunos por turma sem auxiliar: +15;
Até 22 alunos por turma com auxiliar: +15;

3o, 4o e 5o ano do Ensino Fundamental (8, 9 e 10 anos)


Entre 21 e 25 alunos por turma: +5;
Até 20 alunos por turma: +15;

Anos Finais do Ensino Fundamental (11, 12, 13, 14 anos)


Entre 26 e 30 alunos ou menos por turma: +5;
Até 25 alunos por turma: +15;

Ensino Médio (15, 16 e 17 anos)


Entre 31 e 35 alunos por turma: +5;
Até 30 alunos por turma: +15;
Avaliação da Escola
Avaliações dos professores (50 pontos)
Professores ministrando o mínimo de 10h por semana: +Média das avaliações professores / 2;

Recursos pedagógicos (20 pontos)


Quantidade de alunos por turma: Média das fases;
2 ou 3h de aula semanais de reforço ou monitoria por aluno: +2;
4h ou mais de aulas semanais de reforço ou monitoria por aluno: +5;

Biblioteca (cinco pontos)


Pelo menos 3 títulos por aluno: +2;
Pelo menos 5 livros por aluno: +2;
Aberta ao público: +1;

Línguas (7 pontos)
Aulas extras de 1 ou 2 línguas estrangeiras: +3;
Aulas extras de 3 ou mais ínguas estrangeiras: +6;
Curso de línguas aberto e gratuito para a comunidade oferecendo pelo menos 20% do número de
alunos regulares em número de vagas: +1;

Esportes (5 pontos)
Aulas extras de natação, atletismo, esporte coletivo, arte marcial e outros esportes: +1 por prática
até o máximo de 4 pontos;
Participação e promoção regular (mínimo de 1 por bimestre) de competições esportivas: +1;

Artes (5 pontos)
Aulas extras de música, desenho, pintura, escultura, teatro, dança e outras artes: +1 por prática
até o máximo de 4 pontos;
Participação e promoção regular (mínimo de 1 por bimestre) de apresentações e/ou concursos
artísticos: +1;

Laboratórios (4 pontos)
1 a 3 horas aula semanais em laboratório por aluno: +2;
4 ou mais horas aula semanais em laboratório por aluno: +4;

Saúde (4 pontos)
Oferta mensal de avaliação médica ou odontológica para todos os alunos: +2;
Serviço de enfermagem (profissional disponível 80% do horário letivo): +1;
Acompanhamento nutricional (visita semanal para controle da cantina, mudanças periódicas de
cardápio e atendimento personalizado a alunos que apresentem quadro de problema alimentar): +1;
Créditos
Idealização

Eduardo Alves Côrtes


Profissional de TI
Bacharel em Ciências da Computação

eduardoacortes@gmail.com

Consultoria

M.a Simone Alves Côrtes


Professora e Consultora Educacional
Mestra em Educação

sialcortes@gmail.com

Revisão
Victória Côrtes Vasconcellos
Estudante/Estagiária de Jornalismo
profissionalvictoriacortes@gmail.com

Agradecimentos
Marcelo Alves
Luiz Gustavo
Cel. Carlos Feitosa
Ulisses Luz
José Orlando
Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Por que esperar


Se podemos começar
Tudo de novo
Agora mesmo

A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance
O sol nasce pra todos
Só não sabe quem não quer

Quando o sol bater


Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Até bem pouco tempo atrás


Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?

Tudo é dor
E toda dor vem do desejo
De não sentirmos dor

Quando o sol bater


Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Legião Urbana
Não é a terra que constitui a riqueza das nações, e ninguém se convence de
que a educação não tem preço.
Rui Barbosa

Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.


Pitágoras

Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.


Sócrates

Fala com sabedoria e ensina com amor.


Provérbios 31:26

Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.


Derek Bok

A primeira meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer


coisas novas; homens que sejam criadores, inventores, descobridores.
Jean Piaget

A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza


que podem ter.
Platão

You might also like