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29/07/2019 A humanidade em PLANETA DOS DOS MACACOS: A ORIGEM - Blog de Cinema | Blog de Cinema - Diário do Nordeste

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A humanidade em PLANETA DOS DOS


MACACOS: A ORIGEM
Por admin, webmaster@diariodonordeste.com.br 29 de agosto de 2011 ATUALIZADO EM 29 DE AGOSTO DE 2011
ÀS 13:16:16

i c h
Tratando de uma série de temas relacionadas ao homem e a civilização,
Planeta dos Macacos: a Origem,
Origem, de Rupert Wyatt, promove uma reflexão
filosófica e moral sobre a interferência do homem nas leis da natureza, a
violação dos direitos dos animais, a sentido de humanidade e o
desenvolvimento científico e tecnológico

Vi em Planeta dos Macacos: a Origem,


Origem, um filme sobre a dor e o sofrimento.
O desastre do homem como ente humano, senciente e racional, capaz de
construir uma civilização, mas incapaz de ter controle sobre o seu próprio
destino, o qual busca alcançar através da ciência e tecnologia. Planeta dos
Macacos: a Origem trafega por dois caminhos: a responsabilidade moral dos
cientistas perante as pesquisas com animais e a interferência e violação das
leis da natureza. O roteiro de Rick Jaffa e Amanda Silver aponta, além da do
homem vilão de si mesmo, a indústria farmacêutica, compondo o quadro dos

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temas macros. Em relação ao homem, sobressaem o seu lado selvagem e


violento, a paternidade, o sentido de humanidade e o direito a liberdade. O
cineasta inglês Rupert Wyatt, 39, busca discutir, além das questões relativas
ao homem, a ciência e a natureza, a dor, o sofrimento e o amor que dão
sentido a existência humana. Na necessária atualização do enredo, os
roteiristas mudaram os vilões. O sistema econômico surge como uma deles.

Nos anos 60/70 do século passado, o medo geral era um vilão chamado
conflito nuclear, o qual pairava fantasmagórico por conta da guerra fria entre
os EUA e a União Soviética. A concretização desse temor foi o impacto
reservado à cena final de O Planeta dos Macacos (1968), de Franklin J.
Schaffner, a partir do romance homônimo do francês Pierre Boule (1912-94).
Lembram-se do final?, com a Estátua da Liberdade aos pedaços tirando a
dúvida do astronauta-coronel George Taylor de estar ou não na Terra?

Mudança de Tempos
Da lá para cá, o tempo efetivou mudanças. Felizmente, na atualidade, uma
guerra nuclear parece coisa remota – mas não totalmente descartada –
porque representa a burrice da autodestruição, mas podemos dizer que há
outro vilão, não mais inteligente e nem menos poderoso: a ganância
financeira, a qual se manifesta entre as tantas crises econômicas, escândalos
de corrupção e roubalheira generalizada que se alastram em todo mundo. Em
síntese: o capitalismo. E sob este aspecto, nesse mar de lama, o filme faz
emergir a figura da indústria farmacêutica como vilanesca. Com o seu poder
político e econômico e em nome do lucro, essa indústria financia e manipula
pesquisas científicas, tendo as necessidades básicas humanas de saúde e
alimentação como concessionárias desse “status”.

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O painel de Planeta dos Macacos: a Origem é claro: a engenharia genética e


a busca da cura do Mal de Alzheimer aparecem como os instrumentos entre a
ciência e o homem. A ciência como instrumento do homem na busca de
aprimorá-lo e dar-lhe a condição de dono de seu destino. Já os macacos
surgem como cobaias científicas cujos direitos são violados em nome da
ciência e do direito dos homens em utilizá-los para atingir seus objetivos.
Com isso, surge como responsável pela ultrapassagem dos limites de sua
relação com a natureza.

Ética, realidade e paternidade


Dois temas trafegam juntos: a ética e a paternidade. Quanto a primeira, existe
uma frase clássica – “de bem intencionados o inferno está cheio” – e ela se
aplica perfeitamente ao jovem cientista Will Rodman (James Franco), o qual
joga a ética na lixeira na busca de encontrar a cura para a doença – o Mal de
Alzheimer – da qual seu pai (John Lithgow) é padece. O efeito colateral das
boas intenções do cientista desencadeia um “efeito borboleta” que engloba
toda a humanidade.

A realidade surge como um caráter, uma condição buscada pelo filme. É a


partir da relação entre Will e o macaco César (interpretado em atuação
brilhante de Andy Serkis através do “captura de movimento” criada por James
Cameron para Avatar
Avatar)) que o enredo proporciona a Planeta dos Macacos: a
Origem obter aquilo que o cinema busca e Gilles Deleuze referenda: o caráter
de realidade. Tudo no filme é real, nada é visto como fantasia, tudo dentro das
possibilidades. Essa é a sustentação de um enredo bem estruturado, o qual se

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torna digno de louvores ao colocar a paternidade como um dos temas


centrais, exposto na relação entre o jovem cientista que passa a fazer o papel
de pai ao cuidar do genitor – o qual ele vai perdendo gradativamente para a
doença – e de César, um macaquinho recém nascido, para o qual cria
condição de “trafegar” pela casa, do solo ao teto.

É Serkis, e seu comovente macaco César, a alma e o sentimento dessa obra


surpreendente. O ator inglês transforma César no animal dotado não apenas
de posse do dom da fala, mas de extrema inteligência, a qual lhe faculta uma
meticulosa observação das ações humanas. Reconhece a bondade, a
generosidade e a proteção em Will, seu pai e em Caroline (Frieda Pinto), a
namorada do cientista. Porém, há um outro componente no homem: as
diferenças entre cada um deles. E a maldade é um desses componentes da
diversidade humana.

Serkis concede a César um olhar expressivo de tristeza e melancolia. A


medida exata da consciência do fardo de ser humano. Não mais apenas o
animal, mas o macaco humano plenamente racional, dotado da percepção de
existência e vontade. Esse olhar triste e melancólico com o qual César trafega
pelo filme é a visão do forasteiro que acaba de chegar ao circo da civilização
humana e a vê com dor e sofrimento que ela é. Dor e sofrimento que passam,
também, a ser seus.

O pedido de licença do pequeno César para explorar as árvores do parque


representa a submissão do animal ao seu dono. O parque vai representar,
para César, o instrumento de mudança entre aceitar a paternidade humana e
buscar os seus próprios caminhos. Ao dizer não ao chicote do carcereiro,

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César rompe o vínculo da proteção em troca de ser cobaia e ganha a


oportunidade de lutar pelo direito de obter, também, uma das necessidades
imperiosas ao homem: a liberdade. Afinal, ele é humano! Quanto a isso, o
espectador deve observar como, desde a primeira visita ao parque nacional,
César observa as árvores: é uma paixão à primeira vista. Ali se vislumbra o
caminho da liberdade. Subir, correr entre galhos e saltar entre elas é a
conquista desse real sentido. E por ela irá lutar. Inicialmente com clemência e
compaixão e, depois, com a impiedade. Afinal, Guerra é guerra!

Sentido de humanidade
Planeta dos Macacos: a Origem proporciona essas outras reflexões sobre o
homem e sua civilização. Questiona o sentido de humanidade, esse escopo
de valores morais e éticos, o aprendizado e o conhecimento que levaram o
homem a construir uma civilização e as suas ações que buscam definir o seu
próprio destino enquanto raça. Mas, a partir da cena na qual César, do alto de
uma árvore observa a cidade dos humanos – uma expressão da civilização – a
realidade não mais será a mesma. O homem não é mais o único a deter a
racionalidade e há um concorrente direto que disse “não!” a ele, a ciência
dele, ao tipo de vida dele, e que obteve a liberdade através da rebelião. E nas
cenas pós-créditos, a antevisão do desastre que se abaterá sobre essa
civilização.

Não saia do cinema


Planeta dos Macacos: a Origem expressa o homem como um desastre no
sentido de ser um ente determinado a construir a sua civilização à custa de
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sua própria dor e sofrimento. Não diferentemente de outras obras notáveis da


ficção científica, alerta para o desastre que a sua relação com a ciência pode
advir da interferência humana nos limites da natureza. Quanto a isso, não
saia da sala de projeção antes de conferir, após os créditos, uma pré
sequência da continuação, a qual fecha com brilhantismo este filme
surpreendente, original e angustiante. Um dos mais filosóficos da História do
Cinema.

Mais informações

Planeta dos Macacos: a Origem ((Rise


Rise of the Planet of the Apes,
Apes, EUA, 2011),
de Rupert Wyatt, com James Franco, Andy Sarkis e Frieda Pinto. 106 minutos.
Fox Filmes. 12 anos.

Veja o treiler legendado.

Comentários
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Pedro Martins Freire


01/04/2012 as 06:53

LARISSA,
seria interessante que, caso v. não conheça, assistir aos filmes iriginais dos
anos 60 – O Planeta dos Macacos, De Volta ao Planeta dos Macacoos – para
compará-los e verificar as mudanças de época – anos 60, a guerra nuclear,
século XXI os vírus. É uma boa dica.

Larissa J. da Rosa
01/04/2012 as 06:32

EU GOSTEI MUITO DESSE FILME. FOI MUITO LEGAL.

Larissa J. da Rosa
01/04/2012 as 06:31

EU GOSTEI MUITO DE FILME. FOI MUITO LEGAL.

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