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© BuscaLegis.cjutse.br AgGes afirmativas & brasileira: necessidade ou mito? A implementagao para negros como mecanismo concretizador de direitos fundamentais. - Uma andlise hist6rico-juridico-comparativa do negro nos Estados Unidos da América e no Brasil Roberta Fragoso Menezes Kaufmann 1) Tntrodugdo — uma andlise comparativa entre o Brasil ¢ os Estados Unidos da América ( tema das Agoes Airmativas desperta muitos debates © €alvo de Aiseusdes nem sempre pautadas pela raionaidade « pela cientifeidade Dill se trba,ento, alr sobre im tema quando exe ja Vern impeqnado de diversas peé-comprccnsoes,acompanhadas, no mais dat ves, pot Usa postura pasion ¢ extremists, Com ese trabalho, propoese abandonar as Posturas jé assumidas sobre o asunto, para a putir dal realizar uns eur, desta fit ineligando das de conbecimentodistntss, como io (0 Diet, a iti ea Sociologia. (0 teaatho pretende analisar se existe de fto uma real necessidade em se adoarpolfcas pblicas afirmativas no Brasil em que a rapa eet fue ui dos fatores ser consideradr, ou, eno, em que funcione como © etéio exclusive ov se, do contro essa discussio nos €estranhae apenas decone de um deslumbramento em relagz0 20 modelo adotado albus, tas vezesesquecendo as dfrengas estruturas ente pas que inspicow cagio dat polieas posivas — Bxadot Unidos — ¢ agicle em gue se pletende adotilas — Bra. Para tant, fiz-se riser eotdar o context Histrico © sociol6gico em que as ages aimativas forum cradas © se deseavolveram. Dafa razio pele qual faremos uma abordagem comparatva fente 0s Estados Unidos, pals onde programa teve ino, e 0 Brasil sto 18 leva, enretano, 20 estilo e andi eum pasado longing, que n30 eres dgetamente a0 astanto, mas que se far imprescnglvel para ‘econsttuir quidco dat relays racials brasileira enorte-americanas (© estudo cnfocard de maneira pronitira as apées_afimmatvas desinadas 20s negros. porque foram pars estes que orginariameate (ais ‘medidas foram eras nos Estados Unidos. A anphiio dor programas positivos para as outas minorias, como as mulheres, os indios, os Sefcients iicose oF imigrancs, decoreu de jusictivaseiereter das (ue embatara eracdo dos programas para Or neyrot © gue fogem 20 {tubal gue nos propamos ‘Com a quntidade de livros publcados sobre o tema, principalmeate os Estados Unidos, poder-se-ia area que oassuno esta praicameate sgoiado, © gue resava os pesquisaiores bresieiros fazer uma ligeira ‘Maps do material publicado — como de falo 0 que vem sendo feito he agora Enuctant, 4 justfieava para uma nova abordagem aiguanie- ‘os asustadormeate fil, porque a necesidade de uma nova perspective, za qual se enfoque a histria das relagdesracias nos dois pases paraigmas esse estudo, Brasil e Estados Unidos, parce-nos deverasdbvia, quando se tuata de agéesalirmativas Entretanto, nada ainda hava sido escrito sob tal cenfogue, especialmente no meio juridico Hi aseres sola © sugestvas de (que a conteto bealeiro fee do norte-americuo, sem que os autores do {ais afrmativas procedam, contudo, 3 andise de quo prafundas sao essas iereags. A qutsetotalidade dos muitos artigos ¢ poco livros exritos no asl no Teaova os arguments" e analsa os programas posiuves como ests foseem 08 resitados de ama evoligao logics da coneretizagio do ‘ineipio da igualdade,patindo do Estado Liberal ao surgimento do Wellare Stale — Exado do bemcvar social. Ora, peagisar € tazer 3 tona algo ‘ove, quetionando as posgdes tidus por convoliadas, Este etado propée= Se a fazer cécegas a iteligénia do Iter, convidando-o a partiipar de ‘uma nova visio dr ftor. de uma forma diferente do que ver fendo escrito enti. (Os defensores das agdes firmatvas no Brasil lomar por bate 0 ‘modelo politico sasstuide nor Fstadot Unidos, como se te forse Impermedvel e acima de qualquer Go de erica Argument, de forma nladonba e repeiva, ue os nore-americanos eacaram o problema que to Brasil 0 racismo € muito por. porgue camuflado,ocutado,escondide, Viversea ago wma hipoensia racial, baveada em um milo, oda emocracia racial, de modo ques lero a aprender com of amerieanoe (do nore, Curioso € pererber que, a0 tentar promover a resolugio dos ploblenasbrasleios, grande ptt da mlitinciapré-agdesafimasvasfnge esconbecer a hist6ia do. propio pais ¢ acata, de forma passiva subservient, 0s mstodos ¢ mecanismos de resolugio para a problemstica rei dos peasdos alaues As ages afimativassurgram © prosperaram nos Estados Unidos, pais eajocontexto histrieo difere em muito do brasleio, Para procedee & lm evtado sia acerca do sesuto, visio tpicosnio podens fie handise 4 pesgusador, deave os quas o exame de como Se deseavolveam a relagoes ene brancos e negros nos Estados Unidos antes da imposigio as. agéesafirmatnas, de que maneira 0 Estado lidava com essas ‘manifetagies snterraciis, se havia uma poliea legal a dar suport Aiscriminagzo, de que modo « Suprema Corte atuava, se as devises bbucavam imped ou fomentar 0 dio racial, Tudo sts deve sr analisado de uma maneca compataiva com Brasil, para que pottammos avaliar fiscos quanto A adocio de medidas afimatvas © 0 grau de eficcia do Por outro lado, pretende-se realizar um estudo comparativo sobre como se desenvolveram as relagbesracias nos dis pases, deseo inicio da ‘olonizagio. Nese seni, sina que de manera retumida, serio anaiada ts earacteristicas dos povos colonizadores ~ Portugal e Inglaterra ~ a fora como te ofginoa o poveamento, 0 motive do empeego da mie-de-bra fscava nega, 2 exstcia ou mio de miscigenafdo eave as ras, a casas {4 soliio,e modo pelo o qual se desenvolveram a relagGesrciis spe 4 fextingio do trabalho eseravo, Com isto, observars-io.x¢ conseqhéncias forginalas dor diferentes procesos hstrcos, para, ali, procederse onclusies sobre 4 necessdade de medidas afirmativas part ov egros no Brasil HL ~ Antecedentes histricos. As diferentes formas de colonizagio sfetuadas no Brasil ¢ nos Estados Unidos, O surgimento dar agies aficmativas. [As diferentes formas de colonizagio tealizadas no Brasil ¢ not Estados Unidos gota consequéncias importantes sobre come se deseavolveram as Yelagdes racas em cada us dos paises. A coloizacio realizada por Ported nos fez herdar caactersticas 8 preseates naguele reino, em todos oe aspectos da vida socal, Nao bavia em Portogal excedente populacional apto 3 promover a colonizagio no rai, Quando esa fo Finalmente efetuada, realzoue apenas por homens brancos, jf que 08 portuguese: tio touxeram consgo as fans. Ese fato dew ensejo 2 felativa falta de mulheres braneas na coldna, © consequente cldeamento dos porsagusses coma indias¢ com ae excravasnegras. Esa conjuagi de ragas favorecea a formagio de um povo allamente miseigenado, como € © bran Nos Estados Unidos, por sua ver, eolonizapio feta por inglese fi no into’ de povoar a tera, origitando nUleot fasulares. A éoca, ‘mudancasestturais haviam: ocomido a Inglatera.O estabelecimento das Incipientesmanufataas tee como conseiaca ocercamento dos campos © 4 expulsio dos camponeses. Tal fato,aliado aos confitos religiosos — Pevodo da eontrare(orma cadlics A rligizo prolestante- fer com que Fouvetse ura mulpiidade de pessoas Svidas air do pai. O sucesso de {al empreitada colonizadora pode ser explcado ainda por outos fates, come 2 gloificaio da éica do wabulho e a recompense 20 esforeo Indvidl pica do protestants. As contigdes em que se desenvolveu a colonizagio nos Estados Unidos geram uma téne de iagSet neque lange A questdo racial. Com leo, a colonizagi eletuada por farfias fer com que nio howvesse no: Evados Unidos uma forte miscigenagio ene as ragas, dt manera como fot ‘coahecida no Brasil —nio hava cartocla de mulheres brancas. Por sua Vez. ‘ estabelecimento da mio-de-obraeserava negra albares soment tev inicio letivo a parr do séeulo XVI até eno, cotaviese com 0 trabalho dos ‘uabaladoestempririos braneos. “Adem, religisoproestant admia @ Aivéreio, de mode que Ae mulheres era garaside odzeta deve divorciarem os mridos gue, eventualmente,paicassem a infidelidage com as negra, (qe dfcltow a miscigenago, (Outofator histérco que taz conseqacas para as relagbes racials contemporineas ¢ 0 fato de 0s portuguesesjé serem acostumades com a presenga dos negros desde antes do deseobrimento do Bras Portage era tim pall allanente miscigenado antes mesmo do infeio da eoloniagto Trasileita. No estan, 0 mesino no pode set afimsado ho que Tange 2 Ingltena A’ despeto dea Gra-Bretaba ter desempenado papel de estague para fazer essurgiraescavidio eo tdlico de escravos, devido aos vullosos ganhos comerciis que se originavam com a magnifica frota de ‘viow negreiros sido principalmente de Liverpool, 0 tbalho serv inca fora considerado mio-de-obra efeiva para of ingests, de modo que a Inglatea nao couheceu a misigenagio tl como js experinentata os Palses Ibésicos Isso explicars, em paste, porgue nos Estados Unidos a misigenacio fol lagamentedesetimuiada Por ouzo lado, a pasticidade do povo portugus,acostumado a oto steals de dominasio moura, fez gerar em tras tupniquins uma estutira Socal extemamente maledvel, o que garni a alguns nepros, meso na Gpoce do Brasil Coldnis oa do Tnpério , em que vigent 0 sistema scravocrata, a possblidade de aleangar posts de destaqe. Deste modo, © negro lve no Brasil possula stars social defnio, anes mest da aboligio a eseravatia, ‘outa diving rlevante decane do modo segunda © qual se hilo om a bherdade dos negros antes da aboigzo. No Brasil a posbiidae de ANfonti,além de em alguns eatosderivar de express dspotiao normativa, poderie também Ser obida por dterminacio dos seahores, por dsposigoes elma vontade, ou eno pela compra da lberdade pelo proprio escravo, {Hino conlexto norle-americano, Rowse a edgio continua de leis vsand & ‘utara exsténcia de negros livres nor estas evravists, 0 que decent Siieution a ineragio acal”™ Coma feito, sinda que slimitages 1 aqusigo da Uiberdade antes da sboligio da esravstranio fosem absolutes not Estados Unidos, serviram ara impedir a formagio de uma aumerosa classe de nears Lives, o que foovxe consesiéacne graves para o desenvolvimento da relagdes ene at a8 naga sciedade, Nos anos imethatamente anteriores & aboigfo da cseravatura nonte-american, apenat 123% dos negros eran lives. 14 90 Baal a relatvafaciidade para aquisgho da alfria fer com que os brancos | estivessem acostumados 2 presenca dos neqzos lve ua sociedad antes 4a abolicdo, de modo que of eseraves, quando lbertes, mio encontaram tua resisténcia socal orgenizada. Calesla~e que oe escravor consttulam apenas 5% da tolalidade én populasio brasileira em 1887, senéo que a ‘Ssmagaora maioria dos negros, 90%, era iv, ‘A par dese aspecto,é importante detacar que no Brasil a aboligio da escravatura no foi precedida de guerss nem conlitos, Do conti, foi permeada por sentiments de exaliacio nacionlist. Decretow-se no Pais feaiado por cinco dase a Princesa abel foi agriciada com ola de "A Redentor.Idnos Estados Unidos, a abolisao da excrvatira fos precedida dda mas volenta Guerra Civil que se tem noticia, que revalow na morte de 100.000 pessoas. Os neprot foram considrados ot Yerdadeiros culpados do confit, qu acinou a ViolEnei paicada conta cles 0 Go que se orignou do fosso racial nos Estados Unidos impli 4 Gommugio de dvas cominidades isnt, a pari da segzegagso ‘nsttucionalizada, qual sj. incentivadae patroinada por meio de polticas piblias © promovidas por meio de leis, de decisSer ainistaivas « da Jfeispraénia, For meio dela, 0: neyrot foram proibids de feghenta at resins escolas que os braneos, proibidos deter propeedades, de vive cm cetas Vizinhaneas, de obter Heeagas para uabathar em aguas profissoes, fd casar com brancos, de votarem, de testemunbazem, Nio podiam digit ‘is mesmas estadas, senlar nas mestas sala de espera, wear o& mesos banheirs ou piscina, comer nos mesos resiranes, ov ait a peg os mesmos lates reservados 208 brancos. Act eros, ea simplemente edad o acess «pargues, pala hospi", [io podemos olvidar que o sistem segregaionsta ertadunidense {oi nio somente admit, mas sobretudo fomentado com ae decides éa Suprema Corte. Nesee seni, mencione-teo famoeo precedente les ¥ Ferguson — 163 US 587 (1896), quando a Suprema Core declaroa a consttucionalidade do Bsatuto da Lousiana de 1890, por meio do gual se ‘eterminava que o taniporte em estradat de ferro deveria ser feito por fscomodagoes igus, mas Separadas etre os brancose os egros (a Tamosa ‘isima equal. but separated Assim, seria petiitamenteconsitucional que fs negros fossem barados. se porvetura quisessem viajar as areas desinadas aos brancos, porque & época a iia de igual no significava ‘qu brancose neros puersem divide © mesmo espage seo. Observase, dese mode, que nor Estados Unidos a segregagdo no {ora promovida apenas porotganizacdes pareulaes, mas, espantosameate, {oi inceativada pelo préprio Estado. Na medida em que o proprio governo insttucionalizow a dserminagio entre at ragas, fer surgt no imapinino nacional a idéia de que a separagio ene brancos ¢ negros cra legal © Tegtima, de que nfo ea correla haver elas enlve at rags, nem mesmo 4 cordialidade. Asin, despertou a consiéncia dst perioas pata ierenga, em ver 6 procuarpromoveraigualdade Naquela sociedade. as modificagbes no sistema segregscionisa surgicam someateapés muita Ita. As décadas de 1960 ¢ de 1970 foram rmareatas pelo auge do movimento negro organizado, com os lideres Matin Liter King ¢ Malcolm X, « ainda as mansfestagoes continua de diversat ‘onganizagées Na eaters poles, programas de combate 2 diseriminagio ‘omegaram a agit, nos governor de Kennedy e Johnson mat mesmo com las medias, a miscgenario eae begios ¢ brancos permanecia ‘erdadsitoanstema social No entanto, uma série de eventos prncpiow a mudanca de dregio| as polieas pbc relativas aos negros, Observoute que apenas poibi & istiminagio do demonsou ser sufciente "Na déeada de 60, explodiam intimeros eventos ligados aos confites raciais, difundindo @ ‘edo, o terror ea confusio na sociedad, A situa se agravava porque & pollcia responds com intensabrotalidad, que aiavasinda mais 0 cao Socal insalao. Para se ter uma ida dt magnitude da questo, o problema ‘cil fos capa da Revista Time por ree semanas consectivae Em 31 de jutho de 1967, 2 capa do US News and World Report foi "Os Estalos Unidos serdo'capazes dese autorpoveraren””. Destaquese que a ‘manufstagoes dos negro tomaraz-se als voleatas a pati doassasinalo, em 1968, do lider Marin Luther King. quando este organizava uma ‘graniosa manifesagio conta a pobreza. Nio fora coinidéncia 0 titulo scohido para publicao, em 1968, do liv sobre a temiliea racial nos Extados Unidas, de Gasty Wills — The Second Chil Wars Arming for Armageddon Assim, j@ eno sob o comando de Richard Nixon (1969-1974), 0 govern estadunidnse compreendeu que f nio basava o comprometimento ‘ficial com as poicas de combat &dscriminago, Ea preciso faze mai Haviam sido criadas as condigées especiieas © propicias para 0 ROTUNDA, Ronald D.(1995'p. 604). * Nese seaido, George Reid Andeews adverin que 2 instiuglo de ajdesafrmativas nos Estados Unidos aumentou ainda mais 0 acisme conta ‘oe negrs.E assim lima "Peequsts indicam que a mere meno ae apes alirnativas pode provocar a expressio de attudes e comportamentos mais facisas ente or Brancos do gue na aucéncia de uma mengio de tait programas” A conscgureia de tal Ito, no islema nore-americao, fob & ‘Vila de candidates republicans, conservadores e conten 3 adogio das potas postivas, nas eampanhaseleitorais de 1980 ¢ 1990. 0 resultado fdessas ina fol a redagdo nlo somente de programas afirmativos, mas também a diminsigio do empenbo do. gover federal com as polticas cass como um todo. Alli, eonlas © ator que of Ons das politicas posivas foram demasiadamente clevados,cafarando, sobretude, que as fedidas beneiciaram especificamente a classe médla negra hor Smeccana: "A congistas da caste miéia negra aoe anos de 1970 ¢ 1980 figiram um costo mato alte, na forma do agrivamento doe conitos © lenider raciais no pais, detxando 8 margem do programa jostamente agueles que dles mais precisa: of negros pobres, Ver em ANDREWS, George Rei. (1997p. 139). * CAVALLESFORZA, Luigi Luca (2003: p37), * PENA, Séepo et a. 2000: p. 1 25). ? CAVALLESFORZA, Luigi Luca (2003: p. 52), % Sobre o tema, destaquem-se at considerades fits pelo profesior Kevin Boyle’ BOYLE, Kevin (2001p. 490), Tratugio hvre TReconbecemos hoje que a elatiieario biogica de seen humanos em raga e Bieangiasraciais — no topo da qual obviamente extaria raga branca — era produto da pseudoctacia do século XIX. No momento em aque n6s mapeamos o genoma humano,prodgiosa pesquisa gue envelveu © ‘so de maternal genio de todos os grupos nico, sabemos que x6 hi una raga —a raga humana, Diferegas humabas em aspects sins er da pele, tthias © ienidades culuris no sio baseadas em atributs biolégices, ‘lids, 4 nova linguagem dor mie sfiticado racistasabandona qualquer fundsmato bioldgico em sear discarsos. Eles agora eafaizam suport Aerengaseuturaissrsconeivei como jusificativa pars seas pontos de » 0 criti adotado nor Estados Unis muita vers casa confusio © pesplexidade para tetecirs. O professor de rociologia da Universidade de Ulnoie, James Davis, conteaoe a hstria de ua candidata negra 60 ‘concurto de Miss América, Durante mito tempo, as negae mio puderam candidat, mas na déeada de 80 essa restigio foi reizada, Em 1984, a ‘andidata Vanesa Willams, consierada negra pela regra do one drop rule, tas branca na aparéneia,ganhou o concur ef intulada como a pees hegra novte-anericana a se tornar Miss Amsrica Tal fato desperton cette comocio nacional, porque ainguém acreditava que ela realmente fosse rega. A stuejdo fieou tio constrangedora que os orgunizadors do ‘concurs, para tent leitimaro slogan dea primeira negra a vencer o Miss ‘América, anlaram a viéria de Vanetsa alegendo qo cla havia potato para fotos senaais antes do concurs, e clogetam a segunda colocada como vencedoa, Suzete Chales, que, aparentemente, ea Un pouco Tas ea Go gue Vanessa. Ver em DAVIS, F James. (2001: p. 2}, Outs eatos sto ‘ontados pelo professor, como o do lider do movimento negro, Revereado ‘Adama Clayton Powell J que era lio, dos olhos azuis ede ntiz aguiine (© Reverendo Powell chegou a iderar ma marcha de 6.000 pessoa alé Prefetura de Nova longus, mas, dntzo da orgaizasio, ea visa com eta esconflanga Por ouuo lado, as azcs nepts pola sera da ascendEoci, ‘mas brancas na apaéncia, viviam am verdadewo dilema, n05 Estados Unidos. hala vista a determinagzo de que nao poderiam interpreta bancas —estariam ofendendo o sistema Jim Crow, Todavia, somente consegsiam apts como negras se vessem de pinta a pele, para que apaeotassem ua {or que no possuia Una das arias que sole os Snus deste ssema fot TLena Home, atiz e cabtra nort-americana da década de 60. Os pals de [Lena eram tito brancos, asim como els, A apliagso degra do one drop rule fez com ela fesse consderada negra por causa dasa atarav mater, (que era uma negra vinda de Angola. Lena ingressou em una escola para ‘gros, mas. a todo 0 tempo, sofia iseriminages. Os negros a chamavam de yellow bastard — bastardaamacela. Tames Davis conta que a2 Tone endo aprendeu que: "Ter uma pele clare implica ilegitinidade, © alld a Disque pertengaan & classe social mais bana, sgnficava uma vergonba na ‘comunidad negra. Tradugao live. DAVIS, F. James. (2001.3. » Nesses terms, de extaordindsa clarza sio os eslarecimentos do profesor Carl Deer tobre oeiriobitacial Em esp ini Quen Engr, explca cme 0 eto aplieado nos Estados Unidos: "AU agora a palavea Negro tem sido usada sem definigdo, , todavia a fonte mas fest Ge confusio, sendo de eo, na comparapao das telagoes racials enue 0s Estados Unidos eo Brasil € gue conerito de negro dere nos dis pales Histoncamente, ns Estas Unidos, ualquerpestoa com anestras negros seria consderada negrs ainda que pareceste branea Nos iat da exervidio fe enquanto perdurou a seregario legal, um nero era defiido por lei pelos costumes como qualguer um que tivesse uma certa quantidade de ‘endéncia negra — aproximadamente um oiavo. Mas jf correram casos ‘no séeulo XX em que qualguer quntiade de sangue negro levaia 4 que & pessoa fosse considerada,legalmente, como negsa. Asim. um esto na Visginia, elaborado em 1924 visando &votaao de ma Ie antimiscigenar, detnia como branca ‘a pessoa que mio tea qualquer apo de sangue que ro Sea eaeasiano; mas pessoas que tenham umedezesseisavos ou meB08 de angue ino amereano e nenhum ouco sang nio-eaucsiano tea serio ‘consideradas pessoas banca’. Como a aparénca nio decidia © sunt, pessoas de olhos azul, pele clare e cabelas claos ou loos, como Walter ‘White, durante muitos anos irigeate da NAACP, podiam ser eonsideradas egras, O simples fato de Wate reconhecer sua ascendéncia negra espeito de sua aparcia, tomava-o nego. Também por causa dessa ‘etnigi, brancot poderam, de repente, tomazemete “Negror, come sconteeed nip somente em obras de Testo, como Kingsbload Royal, de Sinclair Lewis, mas tambéin na vida ral, Por ssa defnigso genética 08 bolégic.milhares de negos também ‘passam’ para o mundo dos brancos. cada ano, Ik permanscendo enguantodessjarem, os coneegtirem mantet © Su segredo. Histoncamente plavras como mula, quadroon ou ectorron nos Estados Unidos — tolat las descrevendo diferentes graut de scendincia negra — jd foram usudas. Mas, na verdade, elas sio apenas deseitivay,nio implica qualquer significado social 00 legal. HA apenas ‘dus gualidades no padeio racial dos Estados Uaidos: branco¢ preto — 0 Individyo oa € um ou outo,ndo hé posi intermedi’. Traducio lit, DEGLER, Car. (1986: p. 101 € 102}, ©! Roberto Da Mata conta uma istria interessante que aconteceu nos Btadot Unidos, em 1968, na Universidade de Harvard, quando evava ‘ursandoo doutorad em anropolgia.Catete de contatos com a pia 0 Saber da visita de um grupo de estadants brasleitos, foi deta ao local em ‘ese relizara ama reuigo, com a temstia dos movimentoenegros APO © dlscurso dos norte-amercanos, que enftizaram as conguisasrelizadas pelos negro nor Estados Unidos, of estadantes braieirs iniiaram uma erie de perguntas provocaivas, cm que restalaram que at modiieapee ‘no afetram a efrutura do captalisme, que pemanecia caleada na txploraio do trabalho, Os brusleirs aredtavam Que era preciro muda & sistema, por meio de uma revolugdo. Apés tal impasse ieoldgico, os palesiantes estadunidense rcolveram enduece,¢ falaram: "Cunoeo que ‘oeéseobrem tanto do nose sistema O falo € que extamostrabalhando com © que podemos, para muda at telagées racials aqul Voets, que se izem ‘una democracia racial, so nto pores, em eros pices. ois vem 46: ‘no msio de mais ou menor oteataestudantes rasleizos, eu vjo apenas sete fu oito negios. A grande maiona é branca, Onde esta tal “democracia racial” de voeés?" Da Matta destaa que. alfim do enconto, 0 qbe mais havia choca ox braileirs ea saber, dente a comiiva, quem eram of see fu olto nepros 2 gue of extudanter nerteamercanos baviam se rlerdo porque, na contagem dele, somente havea umn ou dois. DA MATTA, Rober. (1997: p. 7). Também AntGnio Guimaries preocupa-se com a Aefnigzo de quem pode vir «scr considerado negro no Brasil Ama’ "A ‘questo ques levantando & supertical, Sendo se pode defini formaltvente fem margem a divdss,o benefice de uma poli pablics,entio su eda sro 32 Thomas Skidmore sent pars esse problema, ¢ aim: “Em cumt 0 Brasil € moliacial, aio biracial. Laso toma as elagbes racials mais complexas de que not Estados Unidos, © mats complexas do que a msiona os curopeus imatina’. SKIDMORE, Thomas. (2001: p. 152) Também em ‘SKIDMORE, Thom. (1992p. 1). a argaualizago do terme afvo-descendente,atalmente, no Brasil significa mais uma cépia subserviente desta mentalidade de colénia que, rmuitas vezes, nos é peculiar Enquanto prevo, pao © negro tém uma tcepgio morlogica gad 3 core 0 lensipo do indvidve, © eonceito de Mrosdecendenterevela um sentido de aneesalidade, a peg « gem, 4a pessoa tal qual o modelo buracial norte-anericano, do one drop rule % No se pode deixar de reconhecer que essa amosa divulga um ‘verdadero tata de anroplogia nacional. Observe-see lista de cores gue 0s brasleios se elasficaram: Acastarhada, Agaegada, Alva, Alvacesura, Alvarenta, Alvannia, Alvasosada, Aloha, Amare, Amatelada, Amarla: ‘queimada, Amacelosa, Amorenada, Avermelhada, Aral, Arul-macitho, Balano, "Bem-brancs, Bem-lars, Betiemorens, Branca, Brancar avemelbade, Brancemelada, Branca-mocena, Brancapiida, Branca Gguimada, Brance-sardeata, Branca-suje, Branguija, Branguinha, Bronze, Bronzrada, Bugrevinbaescura, Burro-quando-oge, Cablocia, Cabo-verde, Cale, Calécomlete, Canela, Canelada, Cardio, Castanha, Casanhaclara, (Castnha-etcura, Chocolate, Clara, Clarsha, Cobre, Cora, Corde-cae Cordecanela, Cordectia, Cordedete, Corde-ouro, Cordeosa, Cot firma, Crioule Encerada, Enxofada, Esbranquecimeato, Bscura, Hscuriaha Fogoio, Galege Galegade, Jambo, Laanja, Lili, Loira, Lor-Clara. Lora, Lounsha, Malai, Marinbeira, Maro, Mcioamarla, Meiosrance. Meio rmorena,” Meio-preta, Melada, Mestiga, Mitcignagio, Misa, Morena, Morenubemchegada, Morenabronveada, Morena-caelada, | Morena- ‘asta, Morena-clata, Motena-cor-de-ancla, Morenajanbo, Motenada, Morenu-escura, Morene-feehada, Morenio, Moreaxparda, Morenaoxa Moreoecraiva, Morens-tigucia, Moreninha, Mulata. Mulatinha, Negra Negrola Plide, Paraba, Para, Parda-clara, Polaca, Pouco-clara, Poueo- Imorena, Pre, Pretinha, Poxs-para-branea, Quase-negra, Queimada, (Queimada-deprais, Queimadade-ol, Reyolar, Retinta, Rosa, Roseda Rosa-qusimada, Roxa, Ruiva, Ruso, Sapecada, Saad, Saratba, Tostada, ‘Togo. Teigueca, Tua, Verde, Vermelha Nesse sentido, ver em ‘VENTURI Gustavo; TURRA, Cleusa (19953933 ¢ 4). % Carlo Hasenbale 36 chamara a alengio para esse problema, em seminsio realizado sobre as ages abrsaivat: "Av experéias de age rmativas al agra deenvolvida em outas partes do mundo se dean ex pales em que a fontira ou divisas ence grupos fnicose racials esto laramente definidas. Esse mio parece ser o caso do Brasil Nos dlumos inte anos iemstas sons que studam as relardesaciais no pas, nite os ‘qs me inelio, bem como mianes do movimento negro, ten wsxdo Sistemas de clasiicasso racial dieolimico: braneosinero ou branconao trance. Ap mctmo lempe, peaguihas como © PNAD-IVT6 ea mus recenle da Fotha de Sio Paulo, cx 1998, supreendem pela vasiedade de temos ‘usados pela populaao para ideouficar-e em materia de cor ou rag. Esta € tama dat ambigtidades do sistema racial do Brant ¢ dos demaie pases €a ‘América Latina que deve ser encarada na hora de esiabeleero conjuato de regrat que permila denies quais #20 o8indvidios ou gripos que podem benefciar-se com os programas de gio afirativa. HASENBALG, Carlos, 997: p. 6) ™ A experiéncia dat cotas na UERI demonstrou que mites pessoas, que se consideravam brancas, declaruam-senegras para concomes 35 Vagas destinadas aos negros.Reportagens publiadas 2 época touxeram Aepoimenios de alunos brancos que coafirmaram ter agido de mite Semelhante problema trnbémn oi ientiieado com a impovici de elas na UnB, onde” houve.inimeras fraudes ~ candidatos que sempre. © classificaram como brancos. apés meses de sol inteaso, pasaram a se Classifica como negros apenas para tela plltearvagas por meio das cota. % © percentual de indigenas, por ser muito baixo © somente ter Ingressado no sistema de classifica racial em 1991, fi desconsiderado, Neste sentido 60 pensamento de Marvin Harris, quando afima que verdadezo dilema 0 Brasil nio € somente 0 tacal, mas também o condmico. I adix: "Um brasileiro munca € sinpleemeate un ‘homem branco” os um chomem de cor ele € um rio, bem edueado homer bran, ‘um pobre, ignorantehomem de cor; um nico, bem educado homem de cot ‘0 um pobre, ignorantebranco_O revllado desta quablicasio de raga Por uci © nivel econimico determina a idenidade de classe 2 que © individuo pertence.E a caste que ele petencee ndo «raga que determina 4 adopio de altades subotdinadas ou superiors ente os individuos fspetficor nat relagdee face a face. Ea clase que determina quem veh poder enirar em determinado hotel, resturanie ot clbe socal quem feceberso trataento preferencial na lojas, teas, clubes noturnos nos rneios de wanspore.(.). A cor & um dav edenion para ientidade racial ‘mas no 0 Unico”. Tadugio live, HARRIS, Mavis (1974: p. 60S. Nessa linha, 0 pensamento de Marvin Hans, anuopélogo norte amercano que estudou a elagées races no Bras "Um Negro € qualquer ‘am dos seguntes: Um branco miserivel: um milatomisersvel, um mato pobre: um negro miserivel um negro pobre; um negro classe méda, Um Branco é qualguce um dos segsintes: Um branco reo: um Branco elaste India: um Branco pobre; ums mulato eco, um mulato clase méda uh ‘ero rico”, Tradugdo lve, HARRIS, Marvin (1952: p. 72). Como tambon |i previa Roberto Da Mata em rlagao ao Bras: "aaa (ou a cor da pele, © tipo de cabelo, de labios, do préprio corpo como um todo etc) no & © clemento exclusivo ma clasfcagio social da pessoa, Exisem outros fengrot que podem nuangar e motiiear ea clatieapio pelat caracteriticas fisicas (que slo definidas culturalmerts), Assita, por exemplo,o diahezo ovo poder politico peeitem classifica um preto como lato ou at mesmo como branea”. DA MATTA, Roberto. (1987: p. 8). ao prefaiar livre, Peer Fry explica que existm is idfias bisicas sobre a6 telagdee racine brasleas!“1)6 impossivel compreender at telagdes rast no Brasil em levar em considerapao as elages de classe, 2)a taxinomia racial no Brasil éexremamente completa sesio ambigua,€ 0 proceso de clasiicagdo dos membros da sotiedade se dd ndo 56 segundo Sua apattacia sia, mas também segundo sua poscao de classe: e3)apesar Ga euisténcia de uma ideologia de ‘democraia racial’, hd uma comelagio fenite raga ¢ clase social, os mais escuros sendo. os mai pobres" In MAGGIE, Yvonne; REZENDE, Claudia Barcelion. (2002p. 8) Dados do PNADABOR demonsram que aproximadanente 70% dot indigentes no Brasil so ncgros,e, dente 0s pobres, a proper de negros€ de 64%. anda da renda dos negios é'de 22 salesios miaimos. engoanto a dos brancos € de 4.5 minimos. Bote as pessoas mais ries do pals. hd nove brancoe para cada negro, Como, enti, se poderia desvinctlar 0 cxléo ‘conémico come wm falar relevinte a ser levado em consderario nat politica afrmativas? A sub-repreentalvidade dos nepros braieiros esta ‘ietamente telacionada 2s profisdes nas quais 4 faz necessiio maior Jnvesuimento inanceiro, sje pelo alto valor das measalidades cobradas as univesidads, seja pelos gatos com o material uilizado na protissto — entsas, médicos, veterindzios — soja na aqusigio de livros — jurists, inédicos, engenheiros. A represenlagio dos negros (considerados neste fexudo ‘anlo 0% pretot como os pads) no ebsino superior & de ‘proximadamente 21% dos extudater. A cepresentaio no curso. de ‘Odentlopia ¢infeior 2 10%, em Medicina € inferior 2 15%, em Medicina ‘Veterinra também inferior a 105. 16 no curso de Histria, a repreeentagio de aproximadamente 38%, no curso de Leva, aproximadamente 29%, 20 de Malemstics, 3%, O que se prtende demonstar € que nos cursos gue equerem maior disponblidade de recurs, por envolverem esos mais alts, com a uslizagio de matcial «set adgutde pelo aluno, a representa do negro € menor. Jé nos cursos mals teérices, em que oS alunos nao precisam de equipamentos sfisticades, alm dos livres. hi uma Imaiorrepresentalvidade dos negros. A excegio puter ficar por cota do cerso de Direto, que ¢ eminenlementeledrico, mat a eoneorénca mito ala termina por afar a populagso menos prepara. A rpeetenagio nora bo curso de Dieta fica em tor de 14%. Os dads so do Provio, de 2002 © Meemo assim, traremor of dados do IBGE, na Sinise dos IndicadoresSociis de 2002 da classe que possua lé anor de estado para que contava com 5-4 8 anos de ertudo, 0 rendimentoshora elevavane em 6 3,65. Ja diferenga desta clase paras que possuia ene 9 11 anos de festudo era de S65 e desta para a classe que contava com mais de 12 anos de stu, a variago de renda ea de 189.7% © Nesse sentido, € exemplar 2 luider do agumeato de Lynn Walker Hunley, 20 prelaciar liv sobre o racism no Brasil “Seria um simpisme aalisr a dsigualade racial e a concentagio de pobrera com tendo ua (outa rai, ou sea, como uma qustio apenas de or, od apenas de classe No mundo seal, tanto a guestio de classe como questo facial, como também outos fatores — momento lao familie. 0 ator soe, 0 ator grogriico,interesse, talento, momeato econémico, ete. —,sneragem para ar as oportunilaes de vida de cada um Todos nés temo um identidade ‘de iniplos aspectos © todos esse aspects tem influgnca sobre noes * Acompanamos o professor Gilmar Mendes, quando ese afrma "A outrina constucional mais modema elatiza que, em se tatando de Imposilo de resuigaes a determinados dion, deve-seindazar Bio apenas sobre 4 adnissibildade constuciona da restigio eventualmente fxada (reserva leg, mas também sobre 2 compatbiidade dar restigoee ‘sabelecidas com o principio da proporcionalidade’. MENDES, Gilmar Ferris, (1998: p. 68), Ver sida BONAVIDES, Palo, (2001: p. 386 387) “ BONAVIDES, Paulo, 2001: p. 361). © ALEXY, Robest. (1999: p78). *procaradora do Distito Federal, meste em Ditto Esta pela Univeridade de Brain vides". Tamm jé afimou Flotestan Femandes, "0 ‘dlema sacial (UnB), MBA em Direito Eeondmico pela Fndagio Gtilio Vargas (EGV),exastesora do brasilezo reside mais no desequlbioexistente ene a eatifcacio racial ‘Ministo Masco Autlio Mello (STF) ca ordem social vigete. que em influacias emocéntncas especticas © inedutivs" HUNTLEY, Lynn; GUIMARALS, Antonio Sérgo Allred {Q000: p13), FERNANDES, Floresta, (1977: p 124125) isponivel em: oi? vol com bldowtialest asp id= 0070 Aces: 29 de unho de 2007 © Com efeto, divert medidas favoréveis 3 integragio do negro poderiatn ser citadas, como a cing de delegacas especialiadss conta Ficisme, « demonstrago de rigor na realizagto na aplcagto da leis paca unit condulas discriminatéia, o surgimento da Secretaria especial de politcas © promorio da igualdade racial, em nivel de Miniséio, ‘Atvalmente, inimeras sio as palesiras, seminiios © conferéncias sobre 0 tema; crouse a universdade Zamnbi dos Palmares, epeciicamente destinada 20s negios, com dotages publica e particulates, também houve a ‘levagio de Zambi& estegora dos herds da pata, cujo nome repousa no pantezo da praca dos ués poderes. em Bras, a trasformacio do dia 20 de Aovembro no dia da conseicia negra. a determinardo de que 0 esudo da istria da Aticae dos Negros deve ser minisrado no ensine fundamental © médio, “ Nesse seid, a igi de Celso AntOnio Bandits de Mello bastante precisa: "Se oatamentodiverso outorgedo a uns for justiiivel, por exisir ‘omelagio Ligiea’ enue o ator de diserimen tomado em conta ¢ 0 regrimenlo que Ibe de, 8 norma 04 a conduis si0 compativeie com 0 Drineipio da igualdade: se pelo coatério, imexistir esta relagio de Congrdéneia Logics ou — 0 qUe ainda seria mais agrante — se nem 30 ‘menos houvesse uma for de disrimen idenfictvel, a norma ou a conduta Serio incompativeis com o principio da igualdade™. MELLO, Celso Antonio Bandera de. (1993: p. 81 €82)

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