You are on page 1of 6
‘091001890 011133100 (000152680 MBS + 29.10.91 rn 3 2 bn 68 TURMA : 29.10.91 PoeR Juni SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA RECURSO DE HABEAS CORPUS N® 1.526 — RJ (91.0018911-1) RELATOR © EXW® SR. MINISTRO VICENTE CERWICCHTARO RECORRENTES : FELIPPE ZERAIK E OUTROS RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIGA DO ESTADO DO RIO DE JANETRO PACIENTE : ARLINDO ROBERTO DA CRUZ ROCHA (RU PRESO) wore 0 EXM® SR. MINISTRO VICENTE CERNICCHIARO (RELATOR): Ov. acérdio recorride, Relator c eminente Desembargador Dalno Silva, referendou a fundamentacdo das informagSes do Juiz de 18 grau de jurisdigdo. Refutou, entdo, a nuli¢ade do auto de prisdo em flagrante © endossou a motivagdo da prisio cautelar, qual se 38, em atencao a orden piiblica. Além disso, apés a impetragio, so breviera sentenga de pronincia. © recurso reedita as consideracées da impetragdo. Si leneta, contudo, quanto a proniincia. © recurso devolve ao Tribunal ad quem o julgamento das questées decidiaas. Wa espécie dos autos, apesar da discordancia < fun Gamentag&e do acérdao ¢ do recurso, nada impede o conhecimento. Em primeiro lugar, peio menos parcialmente, foram enfrentadas as matérias expostas no Tribunal de origem. De outro lado, © colegiado tnvocou a sentenca de pronincia como reforco de argument. Comheco do recurso. A Constituicao da Repiiblica de i988 estatui no art. XIE: "a prisio de qualquer pessoa e 0 locsl,onde ee en contra serao comunicados imediat: ‘ao juiz competente ¢ a familia do preso pessoa por ele indicada. MBS : 28.10.91 feogne 63 TURMA + 29.10.90 800073 Pooen suaicARIO ‘SUPERIOR TRHBUNAL OF ANITA RECURSO DE HABEAS CORPUS H* 1.526 — RJ (91.0018911-1) RELATOR, + 0 EXM® SR. MINISTRO VICENTE CERWICCHIARO RECORRENTES : FELIPPE ZERATK E OUTROS RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIGA pO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PACIENTE : ARLINDO ROBERTO DA CRUZ ROCHA (REU PRESO) voro © EXM®? SR. MINISTRO VICENTE CERNICCHIARO (RELATOR): Ov. acérdio recorrido, Relator o eminente Desembargador Dalmo Silva, referendow a fundamentaglo das informagées do Juiz de 1¢ grau de jurisdigac. Refutou, ent&o, a nulidade do auto de prisdo em flagrante e¢ endossou a motivagio da priséo cautelar, qual se Ja, em ateng&o 3 orden pibiica. Além disso, apés a impetragdo, so breviera sentenga de proniincia. 9 recurso reedita as consideracdes da impetragdo. Si leneia, contudo, quanto a prontincia. © recurso devolve a0 Tribunal ad guem o julgamento das questées decididas. Na espécie dos autos, apesar da discordancia de fun Gamentase do acérdéo ¢ do recurso, nada impede © conhecimento. Em primeiro lugar, pele menos parctaimente, foram enfrentadas as matérias expostas no Tribunal de origen. De outro lado. 0 colegiado invocou a sentenga de pronincia como reforso de argumentagao. Conheco do recurso. A Constituicio da Repiblica de 1988 estatui no art. 58, LXIT: "a prisio de qualquer sessoa © 0 local onde se en contra serfo comunicados imediat. ao, Juiz competente © a familia do preso pessoa por ele indicada.” MES He me 1.526 - Ro voro LENDERS. 02 rover snes Seon et ne ses © dispositive visa a resguardar o status libertatis, ensejando a pessoas de confianca do preso 0 conhecimento do ta to, a fim de, diante de qualquer ilegalidade, ser afrontado 6 viele juridico. A partietpacio imediata ao Juiz competente § impos tergivel. A prisio cautelar, em qualquer de suas — nedalidades, est sujeita & tutela jurisdicional. A carta magna é categérica no art. $2, LXT. A comunteagdo A famitia ou a pessoa por ele indica da configura direito piiblico, subjetivo. Além do conferto oral a0 preso, dara ensejo A deteea eficaz. © alspositivo, porém, deve ser interpretado finaliett camente. Pode ocorren que © preso nao tenha interesee, ou mesmo nfo deseje que tal acontega. £ o primeiro interessado em que a familia ou estranho nfo tenna eténela do fate. Urge respeito a sua intimidage. Sempre entendi, se terceira pessoa, ainda que estranha 4 familia ou pelo preso indicada, intervier e de modo eficaz compensar 2 auséncia de siguém do rol constizucional, suprida estard a situse&o juridica, ou seja, terceiro poder cuidar do prese. No caso conereto, 2 indagagdo doutrinaria perde maior interesse. 0 auto noticia a presenca de defenser, que, inclusi ve, assinou a respectiva pega (fle. 12), Assim, na austncia de maiores esolarecimentos nao se Projeta o prejuizo para o preso. Sem esta parcicularidade, nao faz sentido proclamar qualquer nulidade. Varios caminhos levam a Roma! A liberdade proviséria, por seu turno gabora enten » a da, como postula o Recorrente, ser diretto pu 7 Subjetive do MBS RHC N2 1,526 - RJ voro SRERIE Fle. 03 ronen Pee? ‘SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA Bove, no caso, nfo se projeta declaradamente. A propésite, relembro o decreto constritive "s+;No mais, vemos, pelo que consta dos autos que © réu, apesar de primario nao possui bons antece Gentes, @ cometeu um crime barbaro, ndo existindo qualquer indicio da alegada legitina defesa."(fls. 105). En outras patavras, o MM. Juiz tavocou a ordem pabiL ea, referida no art. 312 do cod. eroc. Penal A = orden piiblica - ha de ser entendida como preven eGo de novos ilicitos e restauracio Juridica da ofensa decerrente do crime. No HC n# 656, ccm Vogal, analfsando o institute, atir met: "No Brasil, confere-ee reaice 8 conventéncia da instrugio criminal e 4 aplicagaéo da lei penal. Relega-se a plano secundaria @ "garantia da arden piel ica’ 9 referido conceite comreende_a preservacio da Sociedade contra eventual repeticgs so delite pela mesmo agente. Todavia, nado é tudo. Abrange tambem, poder-so-4 dizer, 0 aspeato moral, reapeito ae aca tamento ao Direito que a sociedade mesma ten como necessario ao convivio colerive. A ordem pibiiea é afecada tanto quando 0 bem ju Plates é destruido cone sfetadg con a conduta que ccastone impacto social, pela sua extensao cuoutea sireunstancia. FREDERICO MARQUES, "Elomentos de Direito Proces sual Penal", Ric, Forense, 2965, 12 ed. vol. Ty pag. 49 escreveu "Desde que a permangneia do réu, livre 2 sol to, possa dar motive a novos crimes, ou cause repercussao danosa e prejudicial r weio Social, cabe ao juia decretar a prisio_pepventiva ‘como garantia da ordem piiblica’ .”" MBS RHC N@ 1.526 - RJ voto Fls, 04 romance SRST ec sens 20076 0 festejade autor, em nota de rodapé faz remig edo @ STEFANI E LEVASSEUR: "certaines infractions créent une telle émo tion dans l'opinion publique que 1'arrestation préventive du coupable peut contribuer au reta blissement de ltordrem, NAIA GONQALVES, in "Cédigo de Processo Penal ~ anotado", Coimbra, 1987, Almedina, pag. 255, exami nando o art. 202, préprie da prisao preventiva, observa: "O que existe sic cases de crimes de tal gravida de, perante o quaare de valores criminalmente protegides, 0 alarme social que provocame a Perigosidade dos seus autores, que a lei inculca a conveniéncia, em regra, da prisio preventival. A jurisprudéncia italiana também fala no alar me social. "IL Nuovo Codice di Procedura Penale", Piacenza, 1991, Casa Editrice La Tribuna, 1991, 8 eaiziore. pag. 711/712, indica decisdes do Tribunal de Cassa go: "Liallarme sociale, pur non costituendo it fondamento della carcerazione preventiva, ancor ehé questa sia correlata ad esigenze di tutela della collettivita, pud essere considerato come ¢lemento rivelatore delle modalit& e © qualita dell! azione criminosa, la cui struttura, a differenza di quella deli‘illeeito civile, non Si esaurisce nel mero rilievo deli'otfesa| al bene giuridico, Cass. pen., sez. 1, 15 maggio 1978, n. 1188, Rep. 1979, 893; Cass. Pen. Mass. Ann, 1979, 980, motivaz. @ nota; sul’ argomento, cfr. anche Cass. pen., sez, V, 14 ottobre 1982 Cassaz. penale, 1982, 1818, motivaz. e aota"," A sociedade nao transige com agressées excepeionais aos bens juridicamente protegides. 9 Juiz de Dir: ciente de fato, das repercussdes na comunidace, com sefsipfitdade, quem ms RHC Nt 1.526 - RI vora Fis. 08 PoER suc ‘SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA ARS Age melhor aneiisa © acontecimento, notadanente en localidade de po pulagdo n&e muito grande. Tal como pareceu 20 Egrégio Tribunal, no diviso ile galidade a ser corrigi¢a. De outro lado, a pronineia superveniente @ significa tiva. Fato nove, desfavorivel ao Paciente. Embora, data venia, no concorde com a conclusio tn condicional do Supremo Tribunal Federal no cago de impronincia, Stil se faz a tese do HO 68.807-1, Relator o Winistro Moreira Alves, do Supreme Tripunal Federa: “EMENTA: Habeas corpus. Direite a apelar solto. Art. 584 do Codigo de Processo Penal. > B entendimento pacitico desta Corte o de que & inaplicavel o disposto no artigo $94 do Cédigo de Processo Penal a réu preso em virtude de flagrante ou preventivamente. Havendo decrete de prisdo preventiva, ainda que nao cumprido por estar o réu foragido, é evidente gue a ndo concretizacdo dela por esse motivo nfo pode favorecer ao foragico. - Inexisténcia, no caso, do direito de spelar solto, apesar de a sentenga condenatoria, que deter minou a expedicde do mandade de prisdo, ndo se ter manifestado sobre a primariedade © os antecedentes do réu, cuja prisdo preventiva decretada so Fol cumprida por este permanecer foragido. Habeas corpus Indeferido. Acrescente-se, por derradeire, a primariedade e oe bons antecedentes, por sf mesos, nao afrontan a prisiio cautelan, se mente @ analise integral do fate enseja conclusio definitiva. Mego provimento. WINTSTROIMIZ r2s9.010286

You might also like