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HISTORIA DA ARTE ensaios contemporaneos vs . elem ean nee ort 1 a Ssbeeee, ’ . . ’ See ‘Copyright © 2011, dos autores: “olososditeo desta edi reservados Editors ca Universidade do Estado | 4o Rio de ans. E prota a doping oo repro deste vole, ‘depute do mesmo, em qualquer mei sem autozag express da editor. B BAUER} Editora da UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rua Sio Francisco Xavie, 524 ~ Maracand CEP 20550-013 ~ Rio de Janeito ~ RJ Tel Fax: (55)(21) 2334-0720 /2334-0721 vwarweduer.uer br ceduerj@uer).be Editor Bxecutivo Italo Mericont Coordenadora Administration Rosane Lima Coordenador de Publcagdes Renato Casimiro CCoordenadorade Produgio Rosania Rolins Coordenador de Rewisio Fabio Flora Revido “Andréa Ribeiro ¢ Jun Shimada iagamagao Carlota Rios e Emilio Bicardi Capa, Projo Carlota Rios ‘CATALOGAGAONA FONTE ‘UBRV/REDE SIRIUSINPROTEC HPS Histia du at: ensaoecontempeorineos / Organiza, ‘Marcelo Campes, Mara Berar, Roberto Cendaru, Vere Beatie Siquia.~ Rio do Janste: FAVERS, 2011 452p. ISBN 978-85-7511-1888 |. Are —Discursos, ensaios,conferéncias. I Camps, Marcelo, cour oem eC Sumario Introdugéo ° Marcelo Campos, Maria Berbara, Roberto Conduru Vera Bea Squva Arte e cultura material 15 Cultura material: vento/mito Cezar Bartholomew ‘Obras-arquivos: o efémero, a meméria, a transversalidade Lax Claudio da Cosa A constatagio de Duchamp: o estatuto do objeto no limiar da imaterialidade Rafael Cardoso Arte, pensamento e forma Fragmentos para histérias de formas Guilherme Bueno ‘Cubos, linhas, caminhos Roberto Condiera Aintricagdo de espagos na arte Stefania Catiandro Arte e religiio Sobre as irmandades de clérigos em Portugal e na América portuguesa: o trénsito de modelos artisticos entre as duas margens do Atlintico André L, Tavares Pereira 29 36 51 53 62 2 89 a Sacrifcio, mértie e imagem Jens Baumgarten. Entre arte e ritual Jerome Souty Arte e sacrificio: Laocoonte, Michelangelo, Marcus Curtius ‘© arrepresentacio do sacrificio humano entre os astecas Maria Berbara Agravura e a religiosidade popular: A chegada da prostituta no céu, de J. Borges Maria Euydice de Banos Ribeito Arte e politica Uma leitura de género possivel: 0 motive da figura feminina nua Ana Magalhies Palsagem e poder: algumas reflexes sobre o mito da autonomia da arte no Ocidente e no Oriente (Claudia Valladao de Mattos Aaragem da utopia Femanco José Pereira Arte e politica Paudo Knauss Liberdade, representacio e poder Sheila Cabo Geraldo Arte e sistema de arte Poéticas conceituais e éspacos expositivos: algumas experiéncias Dia Janertchudk, Localizacio e deslacamento da obra de arte no contexto de exposicio lisa de Souza Martinez Academia e tradigéo artistica Sonia Gomes Pereira Album de familia: colegdes e museus de arte Vera Beatria Siqueira Persisténcia do passado em eterno devir Viviane Mavesco 7 12 (25 138 143 145 152 61 174 183 201 203 214 244 254 273 Arte e vitalidade ‘Corpos invisiveis, corpos que importam Alexandre Santos Tornar-se alferes: declaracées do “eu” e autoficcées Marcelo Campos A biografia, 0 génio e a morte do autor Maria de Fatima Morethy Couto Verbetes Apropriagio 323 Arte taotsmo Remanda Peguero Bony Braga Arquitetura 326 ‘Arte e transexualismo Anwinio Barras Raphael Fonseea Arte-© América Latina 328 Assemblage > Elena ONeill Rafael Sonne Arte € arquivo 331 Caricatura Adelaine Bvaio da Siva Remanda Masiho Arte e China contemporanea 333 Colagem alge Abdala Maviana Gomes Pause Arte e corpo 335 Desenho Renata Rinkofer Panga Inés de Araiio Arte e Egito 338 Escultura Eveke Azevedo Leidine Caratho ‘Arte. budismo 340 Fir ¢ hipertrofia da arte Bony Braga Camila Rocha Campos Arte historiografia. 342 Forma, informe, informal leprValeie Carla Herman Artec indumentéria 344 Fotografia Larissa Carvalho lent ONeill Arte e isléo 346 Imitagio Buelye Azevedo Giton Monte ‘Arte © mercado 348 Intervengses artistcas Camila Rocha Campos afro-brasleiras ‘Arte e Mesoamérica 350 eae ‘Antinio Beros Monumentos: Africae Brasil Ménica Linhares Arte e psicologia 352 Renata Rinhafer Panga Paisager ‘Arte e politica na China 355 beeeebiesats Bony Braga Perspectiva Leidiane Carvalho 279 281 296 306 321 357 359 361 363 365, 369 an 374 376 379 382 384 388 390 Pintura 392 Gikon Monte Retrato 394 Raphael Fonseca Bibliografia geral Indice remissivo Sobre os autores Sistema de arte na Africa Tade Lepes Tradigdo cléssica Feranda Marinho 396 399 401 421 445 : : Arte e politica Paulo Knauss ure Ponto de partida Os tacos entre arte e Politica s4o profundos. Primeiramente, porque 08 Estados ¢ seus governantes tém um Papel importante na construcéo dos sistemas de arte. Ao longo da historia, o mecenato do Estado foi decisivo Para o desenvolvimento das artes. Por meio de suas encomendas, o Estado definiua Participacao das artes na vida Politica, seja em, ‘contextos palacianos aristocraticos de corte ou: em contextos de afirmacao da esfera publica. Assim, coube também as artes Tepresentar as formas de governo. Até os dias de hoje, monumentos, como a Esfinge. Do mesmo modo, o Partenon nos oferece a imagem da Grécia classica, assim como 0 férum romano permite configurar Na rau Bode ser contada em grande medida pelahistéria dos paléios noes Na Franca, as diferentes partes do Palcio do Louvre identi em diferentes ‘sinados, assim como o Palécio de Fontainebleau represents » govern de Francisco I. Na Espanha, o Palacio do Escorial Tepresenta o perfodo da Bourbon, Em Portugal, os palicios de Sintra representans diferentes épocas da monarguia portuguesa, asim como o Falco de Matta €a imagem do Boverno de D, Jodo V, € o Paldcio de Quelur, a da época da “viradeira” do Srandes construgdes ~ resultado do encontro de intimerse artes ~, que também erain enriquecidas por atividades artisticas que povoavam a vida Palaciana, Desse modo, as formas artsticas dos governos com frequéncia definiram estilos plésticos que permitem teconhecer ac caracteristicas das obras de arte de seu tempo, Por sua ver, gosto oficial influenciou igualmente 0s parametros da vida das elites politicas, que reproduziam em escala menor © gosto dominante do Estado. Mas no contexto da politica também h4 muita divergéncia e concorréncia de poder, Por isso, frequentemente as artes também servitam Para exibir as tensdes entre grupos politicos. No século XVII, 0 luxo excessivo e as formas artisticas inovadoras da arquitetura externa e de interior, assim como a dos jardins, do palécio privado de Vaux-le-Vicomate foram interpretados pelo rei francés como um sinal de tivalidade politica, levando seu proprietério, o ministro Nicolas Fouguet, a desgraca politica, Esse evento marea a nova era do reinado do rei Sol, apds a moste do cardeal Mazarino, quando o rei extingue 0 cargo de primeiro-ministro e assume diretamente o controle do governo. O monarea acaba convacando os artistas de Vaux-le-Vicomte para realizar a construgio do Palécio de Versalhes, que entearia para a hist6ria como 0 simbolo do reinado de Luts XIV. Jé no contexto pés-Revolucéo Francesa, Napoledio mandou erigi na Ponte da Concérdia, em Paris, estétuas em homenagens a genetais mortos nas campanhas de guerras promovidas pelo seu governo, substituidas Posteriormente no contexto da Restauragao por estétuas de personagens da hist6ria da monarquia. £ nesse mesmo contexto de disputas politicas que tum grupo de artistas neocléssicos, marcados pelo ostracismo em sua tetra natal, fol organizado e deu origem & chamada Missto Artistica Francesa, que chegou ao Rio de Jarieiro em 1816 renovandoa cena artistica do Brasil eafirmando a estética neocléssicada monarquia nos trépicos. Importafrisar que 0s movimentos da politica frequentemente resultam na promoco das artes, entrelagando a vida politica e a artistica. No entanto, os vinculos entre arte e politica estabelecem também referéncias para o pensamento da politica e fundam, em certa medida, 2 disciplina da hist6ria da arte. Voltaire, no contexto de sua filosofia da historia, comava as artes como medida da raao de Estado e da afitmagao da civilizagio, Historiografia A interrogagio sobre as relagdes entre arte e politica aponta também ata duas outras direcdes posstveis. A primeira conduz a problematizar a autonomia da historiografia da arte colacando em questo © campo disciplinar da hist6ria da arte. A segunda coloca em questo a prépria (5) ties HISTERA OA ARTE cHSAOS CONTENPORANEOS autonomia do objeto e da experiéncia artistica e de seus eventuais limites ou condicionantes ¢ leva a um questionamento do papel do artista enguanto sujeito da arte. E comum dizer que a hist6ria da arte, ao menos no Ocidente, se inaugura com a publicagio, em 1550, de A vida dos antistas, de Giorgio Vasati (1511- 1574), fundando uma abordagem evolutiva da arte europefa. No contexto do século XVII, identifica-se a tendéncia do pensamento das Luzes para afitmar a autonomia da arte, a0 ado de uma teoria da beleza objetiva. Nesse sentido, a referencia comum ¢ a obra de Johann Joachim Winckelmann (1717-1768),

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