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companhia do latao Um inédito de Paulo Lins Dossié Heiner Muller Vinicius Dantas sobre Antonio Candido Depoimentos de Eug&nio Bucci, Wate GT MM Cllenlt ale (OM eae) O Mercado do Gozo vintem companhia do latao indice 3 Um inédizo de Paula | ins 10 Entrevista com Vinicius Dantas: A critica como intervencao MIDIA E PODER 19° Raimundo Pereira: 0 jornalismo como instituicéo burguesa 20 Mino Certa: Os sabujos da imprensa brasileira 22 Cugénio Bucci: 0 capitalismo da produgio da imagem DOSSIE HEINER MULLER 25 Encreysta com Heine’ Muller: Necrofifa é amor ao futuro 37) Envevsia com Heine: Miller: Para sempre em Hollywood 44 Conversa com Hans Thies Lehrrann: No coracéo das trevas 47 Hans-Thies Lehmann e Uta Atzposien E (quem sé} os nossos mortos? 49 Wolfgang Storch: Carta a Sérgio de Carvalho 55. Sérgio de Carvalho. Acontamentos sobre Maller COMPANHIA DO LATAO 56 Mariargela Alves de Lima: Leto crie inquietanre jogo de desiiisio 58 Helio Ponciano: A dialética do Fetichisino 59 Jogo Carlos da Tonsece: O mercado de gozo Expeciente Editores ode Carvalho (vib. 231 81:5P) Jada Carles Guedes da Fonseca Paice Marian are Pato Penatie Colanraddates ‘Altres Kee, Christine Roherig, Dante Pata Ramos, Davos Estevan, Edu Teub! Dtoils Han hies Lehrann, Moareio Burgos, Maina eniue, Marth Cikmiser Miter Ohata, Mey Pacentin, Rafae Canale, Renate Deuse, ard Mitins valle, Uta Alzatien, Wale Gatea, Tatuna 2 Helena Alberostia Fotos de Vinicius Dantas Ia@ Coutinho fern areh-corvinacouticho tmagccutinto@ul.com.br| Agradacimente especial {Goethe Invitut (une Pec, Carmina ‘Géngora, Joach’n Beinavnt, MaianeHemcath » toda equpe) Forelito ABC Color Impressao Povo Grece Tiragem 1200 2xemolares ‘Apoio Programa Muriopal ce Fomenie a0 Testo pare 2 Cid de Sie Paulo 2004 A rosita Yntémé um projet esitonal Compantic do tarae, gruse Hedy éCuuyeratioa ‘guts do Toot. Ceinteressaoos 6°15 comuntcacom os ores devem escrave’ pare ce endorogo el n®yoteam brow scessar 0 se wa compathiadolates.con } 2 romance, ainda sem titulo. E uma obra de ficgao e qualquer semelhanga com a realidade é pura coincidéncia. Paulo Lins Rio de janeiro 2004 bla sempre foi assim: pacata com a vida sempre acertadinha. Os £i1hos indo bem na escola, nada de vicio de bebida, nem de cheiracdo nos becos, > nais velho fuma um, mas ninguém sabe, apenas desconfiam poz ele sonhecer todo mundo que fuma, mas nurca se v:u um baseado na mio do garoto. Ble, s6 no domingo, joga sueca na birosca do Hira, d4 um teco no sapatinno junto com Breno, amiyo de inféncia do mea cumpadi Aloysio- vedreirn de méo certa, natural Toma um quente e umas ga Paraina, j4 boton vagabundo pra correr no peite, se garante neeno na mas se ndo mexer com ele, ele nio mexe com c goladas @ s porrada, igual ao Carne Se nixguém, nem nunca botou a mdo em arma Ela tem de vez de trabalhar até aos Domingos na casa duma familia rica 14 debaixo, cozinheira de m&o ckeia, u patraéo come que nem miluco ae Teceitas yue passou de m&e pra filha, evS pra mée ¢ aseim por diante. sempre leva a cobra da cozinha: og £ilhos e ele conem da comidinha 4 os meninos s&o fortes que sdo uma Deleza. Um até joga basquete no Botafcgo, tiram onda de ténis de marca, tio sempre arrumadinhos, bem humorados, edcados, ndc tem velhos; mulheres e criangas que sobem 0 morro de bolsa quando eacontram com ele na subida. Uma Lelesa de A filha eaiu de casa depois que terminou a faculdade ce letras na Puc/ Rio. Foi para o vestibular de negros e carentes, ganhot bolsa de estudss, hoje dé aula no municipio 2 no estado, tendo tempo ainde para fazez mestrado em antropologia 20 IFCS. Nao tem bolsa nem da CAPES, NPQ ou PAPER. - Lamentével, a bolsa ¢ sO pea quem née trabalha. Canhc uma merda de saidrio ¢ nfo poreo ter bolea. Os playhoys chegam de carro do ano na Faculdade @ tem bolsa porque no trabalham © gente que sala o dia todo... Bles nio trabalhan 6 porque n4o precisam. -A filha dizia sempre que era oportunc. Passou a metade das ferias em Lidice com Armando, Daterista da noite, amigo de marido de Yeresa, na casa do irmdo daquela cega gente boa que trabalha na caixa cconémica. Quase ado volta A faveln, quando vai chema 4+ vintem 5 © pesscal de sempre para almocar 2a casa da mée. Bla mesma é quem faz a comida. Tudo natural, organico, nada de tritura. veis copinnos ce cerveja, quaude estd frie saboreia vinhe, fume maconha, mao 06 om ova oaca ou na casa de amigos. Nunca fimon na favele. aprendeu a fumar, apertar, comprar com os amigos da faculdade, sé cheirou duas vezes no ano novo. Nesse carnaval ela afc saiu do Rio. Os amiges insistirem dizendo para ela levar os livros, 0 computador... - vai ser bom, vocé nac precise razer naga, @ gente faz tudo: leva Ta pode acordar code, fazor una Comidinia ua cama se voce quis gaminhada, tomar um hanho de ric e depois vocé estuda... Fica mais relaxada... Eu vou hoje, Carla vai amanha. Vamos hoje comigo! - Rh, ndo, sempre eu levo os livros para passear ¢ nem toco neles na viagem. Eu estcu atrasada, j4 devia ter entregado esses trabalhos para © meu orientador.. Amanha tenno que ir ao arquivo... vou nao. © ude Col. Ficuu sozinha cm casa. Na quinte feira fos smae sompri- has no morsadinhe, exageron nas frutas para fazer suco, néo iria beber dlcool, trancou-se em casa e estudou 0 feriado todo. Certo que teve preguiga, assistiu ao video show, depois que almogou vendo o jornal da tarde e dormiu até as seis na sexta-feira. A Rocitha estava sitiada, 0 tiroteic comeu soito. Uns pandidos amigos meu aqui da de que likestou um pricionsive para tljuca we disseram que foi a pel: ajudar a tomar o mainr ponte de distribuicdo da cidade. Ele que era ceria do morro, poderia surpreender o inimigo, coisa que a policia tentou fazer de meados do ano passado sem sucesso. Conchavo da policia @ do tréfico? Besteira, o pessoal fala mito. Um politico apareceu dizendo que tinha que nurar a tavela, coisa de maluco. wula nao falou eda, sd Tomds Bastes satrou na armadilha do Cesar Maia de colocar o geverna federal em chome com a covernadora. Garotinho aproveitou para fazer piada e pedir dinheiro. Dudu, foi encontrado morto com duas metralhadsres: uma Suiga e oatra Norte-americana. E sobre o negécio do muro ds vice-governador do Rio, 9 PT colecou na boca da Rosinha. Garotinho ficou puto. - tees aqui é Favela, io é Berlin, ado. Sempre The dizia pelos telefonemas que ela me dava antes de dormir e. Eu passei os dias na onde se arrepeadeu de nio termos ido a Li mes GS A paulo | praia junto com uns amigos de Sio Paulo, enchi a cara de cerveja < f em duas festas em Santa Teresa. Comi uma pauliste loura de cabe: curtos que faz mestrado em antropologia na USP. Ela me pedia para bater na bunda dela, aquilo me dava tesiv. Foi ume bela trepada. Bue a filha somoo amigos: sempre liga pra mim, bebemos. descolo maconhe para ela, estou sempre nas festas, jd tentei comé-la varias vezes, mas a irfeliz nunca quis me dar, mas nao desisto. Fiquel amigo intino, pois as possibilidedes de rolar uma trepada aumentem nessa condigzo. Hoje de manhd ela me ligou para falar que acabara de transcrever am documento impuslaute que ackou no Arquive Nacional para sua disserta- gao que trata de uma comparayac entre os sambistas dos finals dos anos cingiienta nc Estdécio e os des anos citenta no Cacique de Ramos. Nessa manh, ela teve a idéia ée ir mais um pouco no passado. Quer saber 0 que estava acontecendo no Estdécic nos anos vinte. Bntrou no mundo de Noel Rosa e acabou encontraadc un documento sobre Brancura. Um ueyru de dois metros de altura, que linha doze prosticutas na sona, chameve tia Capoeira, briga ce navalha, dava tires ae fesse preciso e sambista de boca cheia Morro do S& Carlos 1922. *H por causa dee paihagadas, cakega dura © bussice je certas pessoas, que os deuses se fazem donos de nossas vidac na terra, no céu, no mar © no purgatério. Isso trde pra gente ter loucura, forca, correria, juizo, inteligéncia, respeito prépzio e peito aberto pare ganhar a vida... Pra ser normal, ser feliz com os filhos, os netos ¢ bisnetos na hore da morte por velhice. Issc que 6 morte de gente séria! B pra isso? # 86 levar a vida certa, ter forga pra trabalhar, se instruir... sempre em trente, senao a gente fica parada na vida que nem Brnecto c Valdemar. Parades na vida de ficar metidos com sinuca, ronda, capoeira, samba e mulkeres de vida “Acil na Zona Jo Baixo Meretricio. Valdemar passa anos © anos sem entrar numa igreja pra rezar um pai nosso, uma ave-maria ou um credo. Na macumba sé vei uo dia de Exu pra pedir a Seu Tranca Rua das Almas prote¢do na rua e seguranga no lar, besteira... Bt é que ndo passo Ge vntem = um domingo sequer sem igzeja c uma quarta com macumba, porque se Deus nao der ouvido, Oxald escuta. E é sé no inzerno é que eles nfo podem fazer mais nada... Se o cabra foi pra 14 é porque ele mesmo quis". Pensava Chica, sentada num toco, perto do fogéo de lenha. Escutava meio quilo de peito rechiar na panela de ferro. Tinha acabado de jogar mais um pouquinho de 2gua para colocar as rodelas de batata, dar mais um tempinho © deisa: @ panela do Lado do fogéo pera ficar quentinba até 4 hora de Valdemar almogar. Coisa que s6 fazia de domingo a quinta feira em casa. Era preciso dar uma comida forte pra ele que ficara por conta 4o toxresmo, churrasquinke de gate desde de sexta-feira e o maximo que bebia de bom era um caldo de cana no Largo do Est4cio, mas as vezes, virave na cerveja direto, Um sacana. No passou muito cempo para Chica Le: que descer o morro mentelizan- @o Seu Tranca Rua. Era que Maria chegara assustada @ disse que Valde- mar estava em briga de canivete na Poreira Pinzo, perto da casa de Laurinda. Chica descia calma, com a alma também voltada para Oxald4. Valdemar tinha saido de casa na quarta-feire. Jé era Domingo e nada de voltar pra casa equeia nora Ga tarde. sem que por muitas vezes Tia Chica seyula- © pelas entranhas do morro ¢ pale Lsrgo do Fetcio chamava-o pra casa. R ele nada. - Pode ir m&e que eu ja to indo. E nada de tirar o pé da rua. Tla Chica ia novamente retirar seu filho de uma briga, coisa que nunca fex com Ernesto que morreu de s6 comer tira-gosto e beber Parati nos Ultimos dez anos de vida. Ernesto 96 gostava da micica que também beincava na Zone do Baixo Meretricio desde mito tempo. Sé as mds lingues que falavam dele pra perturber Tia Chica. B néo era porque ela exa bonita a&o. 0 povo tinha era inveja da inteligéncia dela. Chica inha feito até a segunda série do curso normal no institute de educa- ¢&0 e dava aula para criarcada que ia mal no colegio primario, lia jozaais, revistas, livros © ude ere de ficar de andanga de fcfoca em porta doe outros. S¢ no texmincu os estudes porque teve que trahalhar Bra inveja 2 admiragdo de Chica. Mae Valdemar era um caso sério, 6 que quando a lua apita o primeiro lance de sua luz 14 no céu nas cuintas- vieeenies= 7 feiras, 0 cabra fica doido. Acha que o dia comeca de noite, coisa de vagabundo. $6 fica em casa de domingo & noize ate quarta, comenao ¢ dormindo que nem jacaré, pra depols cals cum a alse sa rua que née fas nenhum gosto de nde. Agora. Chica, ateacava pequenas corridas, suplicava ao Nosso Senhor Jesus Cristo que parasse com a briga 2 que o Exu desse @ rapidez de raciociaio a seu filho se a briga continuasse. podia-se brigar por qualquer coisa na zona, mas as brigas wais seceira vos que Chica ts rrequences tinnam ¢ ver vom mulhex, Bra a naquele lugar tivar Valdemar de confuse, porque quando Erresto era vivo. dizie que mulher de familia ndo podia eatrar ne zona, inveatando as mais diversas desculpas, mes ela bem que sabia ha muito tempo das mulheres vadias, que eram capazes de fazer de tudo com um homem por dinheirs. E cs viados? Isso que a macnucava, as viglulas dizien guc seu Marido Jd Linke andado até com travesti. Homem quande sia presta. n&o precta mosmo Ld na zona a briga j4 tinha terminado. Exu pediu a Oxald para colccar Brancura ali e fazer ele dize - Para com essa briga sendo vou bazer nos dois. Valdemar tratou ae opsaecer @ salu para wi Canty se Limpando. Mazion se levantou, virou 9c para Brancura o partix com golpes de Capoeira Byancura se esquivou e correu pra longe. Ria e dizia. - Calma, portugués, eu sé queria parar com a brige. Marlon olhou para Valdenar. = olha s6, se quiser foder com ela de novo o dia todo € morte certa. Agora talanac a srancura: N&> tenho maio argumente com voed, acho ans tu sé entende abaixo de porrada aue nem esses otdérios ai. - Amulher é minha e quem manda sou eu, disse Brancura com uma pistola X na mao. Marlen respirou fundo e foi embora para o bar aa Vivi. = pota usa Perati af pra mim, por favor. Brancura acompanhava Marlon com o olkar - Esse tal de Marloa vai morrer na minha mio, resigncu-se Valdemar. -Toma esse revolver pra vocé. Porque na navalha ele acaba contigo na nora que ele quiser. Ele so ndo acabou contigo porque ele nao quis. Valdemar pegou a arma pensando que Mexlon ado tinha visto de 14 do ber aa vivi. © negécio era que valdemer colocava todo dinheiro que ganhava na bolsa de Laurinda e ficave com ela horas e horas por dias seguidos. Quando acabava o dinheiro ele ia pro bilhar da Rua Machado Coelho, ganhava dinheiro e voltava para o quarto de Laurinde que dera para rejeitar marlon que fazia a mesma coisa com ela, nos Cinais de semana, com 0 ealdrio do Eetado. Brancura, cafstdo de Laurinda, acreditava piamente que Laurinda ndo gozava com nenhum dos dois, até que Suzete confessou-lhe que um dia escutou Laurinde dizer pra Marlon: "tarado, mete com vontade, gostoso, pode a mio na minha boca sendo eu vou gritar, ai, ai, ai. Bu to gozando, ou to gozando - Foi assim nesmo como eu te falei, disse suzete, fazendo gestos ¢e sexo, @ Drancure, numa dessas noites de conversas reveladoras catre amigos Rio de Janeiro 2004. Hoje eu figuei pensando ro ultimo carnaval em Lidice. Fizemos um baile & fantasia na Birosca da Marlene -tnica do local- tomames =rés caixas de cervejas, mazamos um garrafao de pinga mineira e até rolon um churrasco no sébado. A mée dela é aquela vida do ano todo, mas ninguém agui de favela ninguén sabe o gic essa santa mulher de quaren— tae oito anos é capaz de fazer nos quatro dias de folia.. Nesse carnaval, ele foi pra Paraiba 2 ela pra Bahia. Ele fica o tempo codo coma familia. Bla, essa carioca, filha de beianos, fica coma familia no prineiro dia, depoie come com os amigos. Ela que 6 pacata vira o cepeta durante os restos dos dias. Sé quer saber de cerveja, nem Leva o celular, vai atras de qualquer trio @ sua forca sexua_ vai aumentan- do gradativanente. A bicha vai ficando doida, sai pra rua quase nua, dorme de trés 4 quatro horas por dia, quer dar pra todo mundo do [1é, j4 trepou com aquele amigo 4o sujéo 14 no campo Grande, transou com izmde do Douglas na Praga da 66 con o dia raiando, se meteu numa euruba na casa da Olinda no Rio varmalho....- vintém 5 #9 Midia e poder A Companhia de Latao organizou no final de 2002, logo apés as eleighes para a Presidéncia da Repablica, 0 ciclo de seminérics publics Midia ¢ Poder, cue contcu com a presenga de jornalistas e estudiosos da inddstria cultural. O evento dew ao inicio aos ensaics que conduziram ao espetaculo O Mercado do Gozo, apresentado meses depois. Os trechos editados a seguir, por uma equipe coorderada pot Rafuel Carvalho, provém dos depoimentos gravados € das respostas dadas 20 pablico durante os debates ocorrides no Teatro Cacilde Becker, em Sao Paulo. a+ vintem 5 O jornalismo como instituigdo burguesa DEPOIMENTO DE RATMUNDO PEREIRA fal = re o Q © = ea i 8 o Ojomatismo é ama ev 2té boje ue paramim é uma ji brigara ccm essa sublic: semanario que di de: séeulos A grande publicagao ¢ The Econom im mote editorial po gencia, Una heranga do tempo a, quando prevendia intormar e iravar uma dispura pelo .unlecinento. A burguesia desistin disso numa data mais ou menos precisa, que €0 Final do século XIX, Desde er outro padefio, expresso rume mixim: cHindris dle um jor amencano: “Voot nuncaper, queupovo An feuila XX, ¢ ric do and fot o Times de Londres, Era o chamado “jornal popular burgnés”. Um jornal da burguesia pa os trahalhadores f chtha 30, 40 mal exermplares por dia. Mas jt chega sO jormalisina ens miehelee i sen re ay tle: oe capitalismo dos grantes monops. atual esta Sticim que atin, isa mais imediata, istante de _ iujcto que ated o pal, imide, Ojomal jue 3 bungie : se acreditay:, urn Classe cayrae de levar oconheciment envolver a a ils oncentrava nos objetivos ParticiPAGAO —sscuetepatywrsin cpuede saber paicpagte sopelay ony superar 6 dogmatismo du sensacional ¢ Go escandeloso, impesto 2ek ditadurs popula [.99 do wande cepital. m lentro dele crsscia 0 movime exemplares, sse mais, que cheqos oesindalo,o ra fase em gre ela § pove foi avs poucns indo, confceme el ko lucra, de explorar, de tno tual esti muitis f vintem 5 «19 Os sabujos da imprensa brasileira DEPOIMENTO DE MINO CARTA Ea pestengo a uma geracio de jomalistas que tinhaa con- viegdo inabalavel e defnitiva de gue a tarefa do jomalista 6 aelevar o leitor. Nivelar por cima, iluminar consciéncias, Issodentrodos eserssoslimires de uma profissio que é exer- cida a -oque de caiva, Esa grande vontade de iluminaros Teitores,€ 0 grainle senno de sesporrsahilidade decomence, ji nao orientam mais a profissio. O jomal-smo bresileito piotou bru:almente de quarenta anos para ca, que coinci- den. com runka vila profsstonal O golpe de 64 interrompe estupidamente um proceso. iminhcks que estava apenas no alvorecer. Um pais ane va, cue, Dortantc, estava criandouma soce- ene se induscrial dade dite ao prolevariado, que na época ainda ndose definia como tal. Iso acarteraria, claro, cervos problemas 2araa chamada eli te: andicatos fortes © uma nogao de cidudania wt parted lama fatés imensada populagio, 9 que poderia precipitar tas mudancas politices muito importantes. C golbe de O4f01 tanto que ele se deu sem derrama- faram para que osmili‘a- —naqqanl um papel importante era reservado um golpe preventive mentode sangue, poucas horas ba res assumissemo poder. Militares esses que ma vexdade eam apenas os wendarmes da elice, executavam um proeto da elie, daquilo cue » Raymundo Fooro chama os “denosdo pover’, Executavan-nn friamente em cima de uma nagio ainda sm formagio, em citaa de um povo gt ainda nig lombo as marcas do chicote ds eseravid ume lembro cas marenas corn Deus, com faa as rarchas pela libercade .. Me veio na escuina darua Marto- ni com i Bardo de Ttapetininga vendo passar es sécios do Llamonta do Paulistano, acompanhad « perseus choferes, sun aias, porsusis mucamas...redos felizes, enquanto Adhe- mar de Barros, governador de Sto Faule, sobfevoave de he- Hicoptera a passeata trabalhando as coates de am rosé. LLembro que fiquei apavorado e pensei que isso nao dariapé Hé quem diga que a RevolugSo Francesa nunca acon: teveu no Brasil. Evkdeatemtente, sso é um parades ms lum paradoxo que Ge sentide pomyie a huresia nacional nunnce consegui ser realmente independente. Semprees reve atrelada ao iniceresse estrangeiro, sempre teve panica oie. Tanto que € Ub descnvolvimento © do progreaso d dela ave s2 or:gina o golpe mil-tar Foi dela que parsiu essa tragédia krasteira que foi o golpe de 1964, ¢ foi ou sta propria violéneia com » AI, golze da tri de gale de dezembro de 1968. De lé para cd, a hist6ra do jomalismy brasileito: ade= quando-se, adaptando-se, coniliando, cumpnnde seu pa- pel deservo c de face do poder. Essa é.a questic:o jorntlis- ipo brasileiro sempre serviu 20 poder e continua servinco 3: cle porque é um dos rostos do poder. Os donos da midiasao. o poder; entao absol stamente kigico gue ele sirve ao po- der. C;jornalismo brasi.eire fez o possivel eoimpossivel gara “av contririo de eleva: os eitores — criar us trevns a9 meio dia. um trabalho sistemanico pare aviltar a lingua, embru- recur is pessoas, para Ihes servic Ingares-comims e frasesfei- mas pala tas, para obtigislos a falar Freansovelmente as mes ‘yras, como por exemph, “com certeza”, Theo se expliv também pelas cordigces de trabalho. Aqui sefasem joma'scom 500 pessoas. $6 numa sacursal de Brast- finde ur grande jornal existem mais joraalistas que num jor nal inteire da Europa. Alguns poucos ganham uma “orturis, larga mavoria que ganba uma miséria. De um em relag laloesgrandessatujosqne nioperdemo: esseal do mercado financeiro, um bando de lndries! Pou- ‘quissimos se salvam, pouguissimos nao batem carteira! Chei os de divheimo: Ga miffa no poder dis relagées. De cutro lado, os mise-iveis. Entac, toma-se doloresamente ridicule compara oy nussos jottalistes aos eurepew pursue us Lise Isiros, de um modo geral.escrevemmalescievem errado. no sabem fazer célculos, nao sonhecem a operagies hisicas de sictic,Ee gue. venta rs, at ¢ svete Se woes lerem com atrngiin, vie enrconfar comign, Na Foha te jonalisas se ergulham porque escreven em 30 linhas © sam 30 palavras. © que € 0 contririo do que me ensinaratt quando comecei a trabalhar em jomal. No ca do uma tentetiva delibe-ada de nivelar por Faixo, de vulgar «ac tudo, L vulgaiizar nono sentido de eemunicar 20 pove a verdad, mas sm torner grosseiro. Acho que na origen: «existe uma intengao deliberaca. As pessoas acabam se cha furdands na lana que elas vao criando porque acabarr A Miriam Lei:fo, por exemplo, & uma omlista absclu- tamente notivel, uma jornalista simbolo desie estado de il, cu tenho a conviegio de que houve coitos. Bh occrovou a segitnte: 3 parte o lara de Fernanda Henrique sero genio da impada, um Shakespeare -evivido. c estabilidade econdmica conquistad: por ele é definitiva. Os parses dela seus danos—leram Miriam Leieia e cere ditaram. Fernanco Henrique se clegeu e se reelegeu ver endo a estabilidade. E doze dias depois de pose ee desva Inrizoa o Real em 50%. A Miniam Leltao, até 2 véspera, es «eve que a esabilidade era um fato constmado e ainguém poderia mexer nayuilo. Os Marinho sereditarem, achavam due era isso mesmo, tante que se endividaram em dolar ‘Acreditando ras propria mentiras, a Inprensa brasileira sgastou a Todo e se endividou em délar, por iss9 estio todos que: keados. Algurs casos sio irecuperéveis Duvidoque a Globe fossa sair dessa enrascada, por exemple. Gobo, que a certa sleura se apresenteva come uma das televisdes mais imporean- tesdomundo Qual mundo? Edirisida a que pai? Temos,entac, una midia,em geral, quese por ta come se fosee a midis de um pair muito rico, enguanto somos paupértimos. Criamos um pats de 30 a 40 milhioes de pessoas enquanto o pats tem 170 uilGes. Ena rate, ealos nds colabonacnescom iso. Por que ngo fechanos essa relevisic dirigita por publicit mog a eles essa chance marayilhosa ce ser tao im- portantes. Forado Brasilum publictirio ndo exis te, Nem nos Estados Unidos. Ninguém fala deles, ‘Mas também o Brasil € ounico pais do mundo em que ainda existe coluna social nos jomais de eran- irioscretinos? Semos nds que oferece de circulagio. Lagarem gue ficam, Em cue aparecem aguelas ml e duzentas pessoas sobre as quais satemos toda a vida pessoal sssenhorzs pont sociedade de tudoisso,eu ditia como @ Marqucés umes coloearum pouey de urea nes- de Sade, ra onra!”. Poraie rides ise, claro, fo feito com o peopésito evidence deimpedirquea cidadsnia desperte, que « nagio se forme, que terhamos careza quantoaos nossos verdade.- ros intorosses, Niosso jorralismao fila mits nas voaraces de mundo, naguilo que o Brasil pode servir ao muro. Mes, naonoscokea dentio de mundo. £ ess tarefa de mediocr- sage for deternvnada pelos préprissjormalistas, com rarase honrosissimas exceeses, A larga maioria serviu au dono oa como lacai ou com jagungo e sempre ecmo sabujo Nao. tenho a mats palida sombra de divida a respeito. Ollivro de Mario Sérgio Conti, Noticias do Ploualto, € mim 0 “resumo da cpera’, Nele tenta-se demonstrar cue ¢s yornalstas enaram Collor Ora, nao foram es jomaliscas que criaram Collor mas seus patréos atsavés des sabujos. Patroe que naquele momerco agarreriam un flo desencapade pa impedir 2 vit6ria do Lula. Ess livzo, para mim, & muito sin bolico,evendeu muito porque a midis o homboou,o enue ceu, 0 glorficou, o santifcou E este, € uma balela tm gem sfinas histévias contadas peles sabujos. ml «Entre os que ganham uma fortuna, pouquissimos nao batem carteira! » vintem 5 © 20 O capitalismo da produgao da imagem DepommeNnTo DE EuGENIo Bucci En vejo 0 capitalismo cortemporaneo como move de produgio da imagem. A tal ponto.cne nfo Sa nercado- tia corpérea que se bereficia da imagem para circular ‘mas sim a propria imagem que tent na me-cadoria cor pOtca un supocte powivel para sua circulacso, finico, O capitalismo 36s-sociedade do espeticulo se transformou num modo de produgao de imagens. Nes ustrial (ao pos a comw uma vivemes numa soctedade super-in industrisl). Numa sociedade que se orga super-indstria do imaginaric. Dizer que o capitolismo se tors un medo de produ. gaude intaem é un desdchramento de algo que ¢ Guy Debord ja cisse com razi. As mercadorias, se a6s as et rendermos como chietos extesnos, elas mio subssten mais, nto conseguem mais citcular rem miesiv Eom co- modittigs se niio estiverem vtreladas a um processo bricaciode uma imager: o tertor precisa acontece’ imagem, a guetta precisa acontecer eonro imagem, 2 poll- tiva precisa acentocer como insagom. A guerra det noao atentado de LI de setem3ro nearre come imagen, tos processos de legitimecso cas aches militares obedecem mais as leis do esperderlo dy yu piopeamente as kis ca polities el :are modo de produgio busca a imagen, cle tende & imagen. ‘A irnagem ch mereadaria 6em simercadoria, Ouasst- mes forma mercadoria nas.zacrealagio. Pensemos nina marca, num logo. Ee assume at firma mercaloris ¢ proper ciona a tealizacio de renda, ruas a circulaglo na comuni- ‘caglo 85 € poss'vel veka imagen FE imuite comum as peso as dizerem: “Eu vi uma slust que €x suurcara!”, € verde de porque niny.sém tem cara, o que avs di ablusi, 22+ vintem © ons falta da blusa, Eneio, neste sentido, nis conde imegers, nis semos urea civilizagio tiranizada pela gem e isso vale para os ceges A febricagao dat tmagem da mercatlisia merce 6 do porque ela nos deixa ver que-0 consumidor est c prando um acessi-aum significado. Umacesso auma gem. Esta comprando para si uma narrative. Ele com ha vendade, a imagem ¢ nao a coisa, O gue inverte ppouco 1 modo camo se pensava classieamente Sou v ‘Aquilo que parecia vacess6rio é na verdade o principal epitalsme contemporaine. A teminologia "sociedade pos-industrinl” & poral discutivel, Ela nos leva a crarque vivemos numa sori deem que as relagdes industrrats ~as telagies de expld Giodowabalho — perderom lugar para cs re'agoes cha das de serv.cos. O cue me parece mais corre-o € que, 2 dadas as molificagées ocortidas pela emergéncia de nog Clase “crioriva' stu as telagoes tndustrias que, penisting Jo, aringiram o plano das representacoessimbvlicas. O tems | po do capital se igualou ao tempo de sua representagao,e 1ss0 tem Virias conseqencias O que rossi ser processado na lana alinetragem éo que se processav no plane da “br.ca. Neste sentido, oe tra comsegiéncia complicada é que a diferenga enite lin gquagerte trabalho praticumeate deisa de existiz Passat @ ser fabricados signos, rassam a ser fabricadas imagens. simbslico, que antes acontecia sebrerudo aa dimensio da curtura, passa a acontecer na dimenszo da economia ¢ da Joragie de trabalho, Fabricam-se pelavras, signos: sp nificados e significantes gue abrem parto capital a possibic lidode de sua acumulagao ela renda. Nio existem servic os que entram como custos para © capital. Existe, sim, a bm toda a incorparacio teenoldgiea que cli tem. Inovadora no plano da fabricagac da imagem. E a linguagem se torna cho ou se torna tertitsrio da explora- do do teahalho. © capitalismo concemporineo, essa super-indistrie do imaginario, fabricaa imagem se valendo do trabalho ov doy conhecimentodos agentes inovadores. Usiliza ay inovagbes tecnologicas comprando ¢ alienando um fator que antes io conrava economicamente: 0 olhar. A imagem da mer cadoria atual requer trabalho, inovagio, pesquisa ¢ um olhar social. O olhar social é comprado para compor a imagem, da mercadoria, E o capitalismo em outro p: Isto eu também no digo sozinho porque Guy Debord {8idisse isso quando sfirmon:o espeticulo éo capital num tal graude acurmulagio gue se torna imagem. Notem es: frase: ele fabrica imagem e se dirige para a imagem, isso explica purque 0 negécio da midia se tornou um dos, negocios mais importantes do capitalismo contemporé: neo, ¢ isso € um dado de trinta anos pra c4, nfo € um lado estrutural na primeira metade do século. $6 iss explica por que toda indiis‘ria se dirige para o espeviculo eno apenas a chamada indiistria cultural, qualquer in- diistrin se dirige para o espeticulo. A realizagao da imagem da metcadotia nao se dd na pagina do jornal, nfo se di na pigina da revista, nao se di no réculo, ndo se dé no monitor da TV. Ela se dé no olhar social, Portanto, a confecgao da imagem da mer cadoria acontece, como projet dentro das agéncias, en- volvendo um certo tipo de trabalho, may ela de fato se realiza no chao de fabriea ou no imaginério super-in- dustrial contemporiinee, gora, 0 consumidar nao compra a imagem, ele com- pia o acesso an significado que ala conrém, F este acesso & “caper indkistria” imagindrio nele mesmo consumidos. Por isso as cereas do imaginario qt So as patentes. a), Na época da Escola de Frankfurt, diseutia-se ‘como toda arte precisava se converter em merca- doria para circular toda arte gue nao fosse mer- cadoria, nao creularia e nao seria uma realidade 1. © que a indistria cultural fae! Transforma toda obra de arte em mercadoria e a produgie de arte s3 se torna possivel como mercadoria. O que oespeticulo faz ¢ mais recentemente 0 imaging ro super-industtial vai fizer? Que toda mercado ria se nde para © consumidor como se fosse arte, tal como esereve Haug no Critica da Estética ct Mereadomia: um par de sapatos se apresenta para 6 consumidar como se fosse arte porque através = yy eo Cy = ry rm bs} e cde sus imagem cle contém respostas qu prdprias de um objeto estético, dizendo quem sou, de onde vein, 0 que me explica neste munch mi- serivel, o que desejo eu. Bu fico extasiado quan do vejono Louvre turistas forografando a Mona lisa de Da Vinci e nu Sakio do Automével es turistas foto- grafando 0 capo do novo modelo da Volkswagen. A rela gio como feriche & mesma. Ocapitalisma contemport eo do imagindio super-industrial nos abarca completa mente. E¢ dificil enxergar uma saida por enguanto. Como amercadoria adquire uma dimen: snve,de finidora, fundance, ela ¢ feciche de Freul¢ ela 6 fetiche de Mars também. Se vocé pen: i, voce vai ver que o sujeito deseja essa mercudoria ¢ deseja os outros processos ese sente felis. Methor dizendo, ele go: 2, portanto, transitoriamet mats goza imagi- nariamente © , buscando logo a seguir outra fungao de gozo, outra dose de gozo. Dai ‘a analogia com as drogas porque elas promovemt 0 gozo do real, porque é 0 gozo do corpo. Entio, & por isso que as coisas vao numa escalada sem controle, inconsciente, ¢ dat as enormes dificuldades de controlar esse processo. Tudo 1. Como superar, é isso é relativamente ficil de demons: que € o problema. m «Nossa sociedade se organiza como uma super-induistria do imaginario. » vintem 5 * 23 Companhia do Latéo A TEMPORADA DE O Mercabo po Gozo Estreou no Teatro Cacilda Becker, em Sao Paulo, no cia 15 de agosto de 2003 Latdo cria inquietante jogo de desilusao Publica i jormal © Bu uwsorbadas #, ma maior parte ented Toko) ee eee eee ree eats Roar eneles Cee eee age ae Victoria Camargo Cora Ter ec eu Ted poco ece Dee Cee eee Ce eae Proparacio vocal: Alessencra Fernandes Juliana Amaral eee teen ar) ores Ce ee ee en ee cee rT pene try atael Carano Peres Seed ee etry onde se refletem dramaticamente essas relasdes compreende a vide privada oa seja, um bordel onde © patio tpersonagem de releve do filme) ronsnme as operas ¢ as mulheres que vive aa fimbtia da exploragio fabri. Haium loco priv legiado sobre a cadets grodvtiva da prosituigao, onde se caleulam com exat dao o valor do insume, o custo da manurengio do eanipamen fluxo da oferta e da demanda ea depreciagao dos bers ps 30. Com ama comicilade mary # eapeLéculy pire em si uagio de snalogia peoducdo industrial eo cxmércio sexual, Este, por ta ves, distingce-te hikcoricamente pela espertess logistics Exigindo menos capital desloca-ae,no nal da pega, para 9 can. po promissor do einema pornografico, Eo mesmo empresério estrategicamente locando 0 capital na indincris doe bars culurse™ Jontan-ses pontasdo comegore dv fim do espeticulo em um cinema capar de enguadrar com igual proseito, qualquer forma de mersanclizagio. Em resumo, tudo pose viva ser mercainta: a realdade histrice, o sxo ¢ a priptia ate, Essa constaragio, opo-tuna ¢ provozatina - pelo menos para quem ainda depende dos artistas pars vonkiever » para garantiea especificidade da comuré So seria suficieate cagio artistica. A Companh:a do Lavao parece saber muizo Dem disso puryve faz um esrericulo sem acnhume analosia fieil, E de natureza do entreenimento montar aparéncias ¢, por esse razio, es sedugtes da ficgo se realizam cuase cor rlstomente se Foras de trabalho, se prostitui =m um cemité sobseviver. Para evitar o mergulty irremedia do compassive a cena se repete em ourto estilo: o patéricn da logar ae groteseo. mi gens.Eeré ld c optririaaue, depois de cuarce- » para poder 1D mesmo medoasexualidade porverss, ndrogs, obscursdade sedutora do munce norurno, asrelacies de hemilliagac, a earéncia inconsciente das prosnruras ¢ 1 Fiezs do proxeneca cm, en cen sealugiurdus munidon eateevistor. Mes tiloge adgairer densidiade dramitica a beleza pléscica ume interver¢ao analitica deseronta a i. Sto ns Yenquadzamentos’ exibindo a armauilha das s2- dug3es mérb-ds. um jogo de desiusain muo bem feo, complicac, chen de pequcnas arevadithas para detsar inguietos send todes, pelo me nos aqueles esneeraderes rormalmente empeleados com as repre sentagdes herdicas da vitimizagfo. Trehuiae nessa aspeita desensi- mentalismo fil a referencia ao mevimento grevista. Admiramos ‘coms impassibilicade da distancia a corainsa bela de classe vpe- ia? Que relacio tem conosco ess imegerts da "verdade hist Gal" Mais du que sso. que devertim propor © aio gneerdemos hen? Nio hd nad dc efsiente quanta « hom teatro pata picat 0 capete ds nessas cerezas. i 58+ vintém 5 A dialética do fetichismo Publicato nc revita BRAVO! edicts de 3 ig Poeiano roe 2 br! ‘Quco pergunts pel léyica de tudo esragn a marae tas coi- mE com ama frase mais ou mens ecimo acer te se eshofeteia salgum cspestader de O Meveaila do Goo gus estver ainda ereat ra namtiva out seduiido gelo engedo inicialo do lado de fora do teatro, Tem-se asim, 4 pelos mendes da pei, uma chave para com- reender um porco ds ummunda ciae apersenta daminedo re 'A feca, criagio coletiva de Companhia do Latio como ama extensio dorrabilhodo grupoeomo tect éico,arrastanos rel hist6na,situardo-no: num ponto precis» na linha do tempo dos cubs 20 no Brasil paraivestigis fous da burquesia no pats ey ‘ao mesmo tempe, me cura Isso € feito por meio ds histiria do jovem Burad (Emerson Rossin), gue, berdeito de fitbica de cecides do put nn S00 Pouler de 1917 (ano de grande srevede cperiros), xe cesencanta com o papel de prtrio le fanciondries qu: trabalharn 14 horas, bsicando rons Zomo sada, busca xeon. ara fonga veariginosa da indistria eujo qualidade ob prépria nso seredia chego cas prostinitas. Refiio int no corpo & no racer, ele no enconira esénest, mis msereadorias 30 legitnts Gm a ealgo Ihsan fabrica ‘Nao € uma pega ficil E impossivel idensificar uma narrativa confivet nos. derertes niveis em que se desdebra > dram, 01 nether o estadode Rosa (Helena Albergarial,o bem mais preciono deseu cafetto Pl Bubu C¥ey Piacenant. Lozano inkiv,o pubice nfinado e acomodado ELateco ain extesior do teatro como cena de umfilm, ¢ kgo em soguida fieard no sentido anmale doe termon is dus corti Foehada [Nov hastidorss propriamene da esp vida sobre 0 nodt como os fatores se deseeimolam: a inteny 1m spa ate persomagem Sila, a imposturs na sepeticéo das cota .gbes sibcas de comporramento # sentiment dos persona: gens, Ejustamente m instabil panhie do Laraoprocara calvo para minar os recursos de emotive gtcwlariacago ba sergp J desies lementos gue Cm Go horata da culrurade massa yue tent ‘Osdlineintes Séagis de Cansalhioe Marcio Marciano, eam 0 0 oque ven congando ras uma Jeamanursia histétics brasileir ha tre i abrem mau do terrenoairenss0. sSoque ama: fem gue ve do seus see anos de pesqulsas. Alto dos Bumy Trains (2002) retratava of peimeites passos do aucoritarismo no Brasil co Tegal ea visio de Sérgio Bunrque de Holanda, O Mercato do Gero teantinu alinke de trabalho da companhis ereroma tom de fares de A Comeita do Tahalho (2000) A organizicio do araque e do dermancbe que se opera pa es- tratura convencional ds teatrio, da cinema de hoje ou das vereen: {c intimisnas nfo deixa de ser curiosamente,o enuprepo de expe ‘entes que podem até mesmo faseinar antes por estarem sli presen~ tes -apesar de sitirizados, spofdos pelo cinismo dilacerance de toda a pega amisica incidental do piano no palea: as projegdes de ima: seus, e wo de luz ¢ figerinos; om momearo Unico de ternura entre «due prostitutas, diante de um pedago de espelii os discursos me- tulingtisticos... Tentn-se de rico para o enterdimento da obra € também de amadithas para o.psbbice, provecalo a deixar 0 care de figurants neste procase. ‘com a transformagio do atranvo em do consumo. Ao explorar com crae= tunivene, revelaram a igica dese mando. E Se bem ou para o mal de uma a¢to, seja Mi quais fo ‘os defeitos - aquele tentador maravilhamento das cowsas. O mercado do gozo Publicado em Q SARRAFO, n® 6, em agosto de 2003. Por Jogo Carlos Fonseca Nima primeira sproximacio, de carter geal a ago dO merca de da spon = nove espticul da Companhia do Lata enconte tnooum ambiente de ccimomentn da onsSeswcii a Sha Palo IEIDIT.O pane de tno €cornposo pelos movimenton perios e peloavangods masificacao mercanil. No prineito plana ace ‘ieenciada palo hereto ds tecelagem Burg, aredio a ocuar argo de su kei pei Gente Habrica, levies merglhae no tnierso dos tides e das downs ‘Osertinento de nausea provocado pela peeenga incon dos operinnema-vstide en mingnca dem cana de apanentene te oie Pure, pomovedhe o encanta com Rows Bab Gltire Mara Gea, ats provivas de eafedo Bub Newe momento, a a0 convenitese wn dacliica, a pari do ogo de tspalhos, 2 ndetiniga din ements que a consttvem, O expecta dor € conduc por ue caminho que super esrtebon espacial (qucsepatam aida ds Forde «opera da proinnae por din 0 dln de tbrca do ceri citi cs imites ome pos UY vel gragasao insiscente movimento de repetigo dos anscxs. rs ralmenteviolentos, de todas as personagens: Bubs no ques pense «asses negécios, Rasa Bebé deseja abr seu pipet Bonde Calta \jnsexer promovida 3 prosaruca Marta Geelia quer see dems Alestao. Ei vos os casos retera-e a impos de wma saben

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