You are on page 1of 11
Atysson LEANDRO Mascaro Doutore Livre-Docente cm Filosofia e Teoria Geral do Diveite pela USP Professor Associado da Fuculdade de Dircito da USP LIGOES DE SOCIOLOGIA DO DirEITO 2* EDICAO Editora Quartier Latin do Brasil Sao Paulo, primavera de 2009 quartierlatin@ quartierlatinarbr wwweditoraquartierlstin.com.br EDITORA QUARTIER LATIN DO BRASIL Rua Santo Amaro, 316 - Bela Vista — Sie Paulo Editor: Vinicius Vieira Produgio editorial (24 edigdo): Miro Issamu Sawada Diagramagio e Revisio: Ménica A. Guedes Mascano, Alysson Leandro Ligoes de Sociologia de Direito — edigao, Sio Paulo: Quarticr Latin, 2009. ISBN: 88-7674-227-6 1. Socialogia do Direito — Brasil 1 Titulo Indices para catdlogo sistemético: 1. Brasil Sociologia do Direite 2 Broil: Direire Contato: quartier@quarsierlasin.art. br worse editoraguariierlatin.cam.br AULA 8 ~ A SOCIOLOGIA DO DIREITO CONTEMPORANEA CRITICA A ESCOLA DE FRANKFURT De todas as tradigdes do marxismo ocidental, 0 conjunto de pen- sadores da denominada Escola de Frankfurt foi o menos rejeitado den- tro do mundo universitario burgués. E a corrente menos revolucion4- ria, a menos explosiva do marxismo, tanto é assim que Habermas, hoje um pensador liberal, foi também um dos expoentes da Escola de Frank- furt nas décadas seguintes ao pés-guerra. A Escola de Frankfurt repre- senta um tipo de andlise marxista que jd renunciou parcialmente a transformar 0 mundo. Nio era propriamente uma escola no sentido de que todos seus tedricos tivessem as mesmas vis6es sobre a sociedade. Na verdade, era um corpo de pensadores diferentes entre si, mas que estavam vincula- dos a um certo tipo de reflexdo geral do marxismo. Por apregoar, em linhas gerais, uma critica & racionalidade burguesa, era também cha- mada de escola da teoria critica. Pode-se considerar como pai da Escola de Frankfurt 0 alemo Max Horkheimer. No infcio das reflexdes do grupo, na década de 1930, foi Horkheimer quem estruturou as linhas gerais de seu pensamento. Além dele, pertenceu também & escola um fildsofo alemao, talvez o mais estudado de todos do grupo, Theodor Adorno. Mas também um dos mais conhecidos popularmente, cujo pensamento foi inspiragao de muitas revoltas politicas, é Herbert Marcuse. Além deles € preciso lembrar Walter Benjamin, Erich Fromm e Wilhelm Reich — estes tiltimos também dois grandes psicanalistas. Houve ainda alguns ju- ristas, como Franz Neumann, que se agregaram em certos tempos a esse grupo de pensadores. A Escola de Frankfurt frutificou em uma época bastante impor- tante para o pensamento politico marxista, porque comegou a produ- zir as suas reflexdes na década de 1930, chegando depois, nas décadas 147 ‘LigOzs DE SocloLociA DO Dirziro / Atysson LEANDRO MASCARO de 1940 a 1970, ao seu auge. Nesta época, pelo menos na Europa e nos EUA, as grandes questées do capitalismo, como o conhecemos hoje, j4 estavam dadas. A industtializagZo, a cooptacao das massas trabalhado- ras a beneficio da sociedade de consumo socialdemocrata, tudo isso j4 estava no quadro dos pensadores de Frankfurt. Ainda que alguns, para afastar Marx, digam que seu pensamento seja datado, porque analisa- ria apenas o capitalismo do século XIX, a Escola de Frankfurt tratava do hoje, pois ja falava de todos os grandes problemas do capitalismo desenvolvido na segunda metade do século XX. Além disso, os pensadores da Escola de Frankfurt nunca estive- ram na perifcria do capitalismo, sempre estiveram no centro das ques- tées politicas e do poder econémico. Na sua grande maioria, eram judeus alemies que a partir da década de 1930, com o nazismo, fugi- ram da Alemanha e se encaminharam para os EUA. Voltaram no pés- guerra para a Alemanha Ocidental, e tiveram um peso decisivo nas questGes centrais das lutas sociais contemporaneas, como no caso da revolta estudantil de 1968. O denominador comum da Escola de Frankfurt é a centativa de entender a sociedade por um vics critico, ¢ nZ0 como ela se nos apre- senta 4 primeira vista. O problema da razdo é central para esse entendi- mento critico. E a Escola de Frankfurt é genial por conta disso. As pessoas em geral imaginam que a ordem existente, injusta, dominadora, exploradora, é assim porque a humanidade ainda no usou as armas da tazo pata compreender esta ordem e imediatamente denuncid-la. Quando as armas da razo fossem usadas, a dominagio seria denunci- ada e a sociedade entao se transformaria. O senso comum imagina que a sociedade € injusta porque lhe falta razdo. A Escola de Frankfurt, no entanto, disse que a dominagao da socie- dade ocidental, do capitalismo, nao é feita irracionalmente, nao é feita contra a razao. Pelo contrario, a ordem social capitalista é construida a 148 AULA 8 — A SOCIOLOGIA DO DIREITO CONTEMPORANEA CRITICA partir da prépria razéo. O capitalismo é um modo de produgo, uma ordem moral, social, econdmica, politica, juridica ete., que se estabele- ce a partir de uma certa razao, e nao fora de qualquer racionalidade. O capitalismo impulsiona uma razdo de dominag&o. Ele fomenta a racionalidade para dominar melhor e mais. A Escola de Frankfurt diré que ha uma racionalidade intrinseca na sociedade capitalista contempordnea, que é chamada por razdo ins- trumental, uma razo contabilista, calculista, cientificista e técnica. E essa racionalidade cria mdquinas, constréi computadores, faz robds, cria novas armas de guerta, inventa institutos juridicos, utiliza-se de toda uma estrutura de engrenagens racionais para dominar a socieda- de. Sé que esta raz4o, instrumental, se presta 4 dominacao. Contra essa razao ~ € nao sé contra o irracional, portanto — deve se levantar uma razéo critica, que perceba para onde estd indo essa razdo instrumental e saiba criticd-la, apontando o seu cardter de exploragio, dominacio, injustiga. Vem dessa aposta num outro tipo de razio o fato de a Escola de Frankfurt ser também chamada por Escola da Teoria Critica. Levanta-se assim o fato de que a sociedade capitalista nao é irra- cional; pelo contrdrio, € profundamente racional, Sé que a racionalidade do capitalismo ¢ uma raz4o instrumental. E aquela de meios ¢ fins, quantitativa, de dados estatisticos, de saber fazer, da instrumentalizagio das coisas. A Escola de Frankfurt ndo reputava que esse tipo de razdo instrumental fosse apenas tipico de engenheiros, cientistas, homens de contas. Pelo contrdtio, a razdo instrumental invade o senso comum, e chega até mesmo a distorcer as préprias ciéncias humanas, os valores morais, os principios ¢ as aspiragdes e ideais sociais. Hitler, na Alema- nha, no auge da dominagao capitalista, usava a sociologia ¢ a psicologia de massas para buscar melhores dados estatisticos sobre a sociedade, tencionando entender como dominé-la melhor, por meios racionais. Como é que um homem médio alemfo poderia aceitar com empolgacao 9 poder de Hitler? Os seus socidlogos o respondiam: por meio de gran- 149 ‘Licoes D8 Soctotocia 06 Direrto / Alyson LEANDRO Mascaro des eventos, grandes passeatas, desde que os nazistas se valessem de tais € quais palavras € gests, usando o cinema, os jogos olimpicos, a arte, tudo isso, enfim, para a dominagao. Trata-se de uma andlise socioldgi- cae psicolégica empirica, bastante racional, ¢ completamente voltada para dominar, A Escola de Frankfurt, assim, entendia que 0 capitalismo, como modo de dominagao, nao se valia apenas do irracional, das crengas cegas, do fanatismo obscurantista que era proprio, por exemplo, do mundo medieval. A velha dominagao da Igreja se fazia com base em crengas irracionais, mas Hitler nao se baseava em meras crengas absur- das, ele dizia coisas que o alemo queria ouvir. Essas coisas soavam profundamente racionais. Se duzentos anos atrds o Iluminismo apregoava a era da razio, contra uma sociedade feudal feita de crengas irracionais, a Escola de Frankfurt argumenta de modo diferente. A sociedade capitalista nao ¢ apenas a razao que se levantou contra 0 irracional. Quando se trata de analisar as contradices do prdprio capitalismo, 0 problema é muito mais dificil, porque se trata de opor uma razao libertadora, crftica, a uma azo dominadora, que € tipica do capitalismo. Para melhor entender a sociedade capitalista, pois, é preciso cons- truir uma critica racional que enfrente a prdpria taz4o, porque a racionalidade est4 contaminada de cima a baixo pela légica da domi- nacio. O homem sabe operat uma maquina, construir um carro, de- senvolver uma bomba atémica, mas nao sabe dar comida para quem estd ao seu lado. Que razdo € esta? Que manda o homem para a Lua mas nao sabe dividir 0 pao com o vizinho? Um dos grandes artefatos desta razio instrumental, que torna a so- ciedade capiralista plenamente dominada, é 0 direito. Toda a nossa racionalidade juridica é um tipo de razao plenamente instcumental. Disso resulta um dado grandemente problemdtico, nao percebido pelo jurista & 150 AULA 8 = A SOCIOLOGIA DO DIREITO CONTEMPORANEA CRITICA primeira vista: as injustigas nao se fazem apenas quando se vai contra 0 direito, mas, principalmente, pelo préprio direito. Observadas socialmen- te, as injusticas juridicas nao sao apenas os atentados contra as leis, mas as préprias leis, Ea dominagao social ndo é um procedimento de forga bruza, violéncia fisica, mas sim um processo refinado de institucionalizagao social do dom{nio. Nas faculdades de direito se ensinam complexas e dificcis operacionalidades juridicas para que a sociedade seja dominada, mas de tal modo que nés chamemos a tudo isso de ordem. Na cabeca do jurista e do estudante de direito, que passa cinco anos tentando aprender o minimo sobre as leis, percebe-se que nao é fécil entender o aparato racional dessa dominagio juridica. O direito é uma dessas complexas raz6es instrumentais — demora para ser com- preendido, tem uma strie de pré-requisitos, pode ser tao dificil quanto a fisica quantica, mas toda essa imensa estrutura racional é também um instrumento de dominagio, porque nao pergunta a que se presta. A sociedade ocidental estd, pois, permeada dessa complexa razao ins- trumental. Falta-the a razio critica, que é reflexdo profunda a respeito das raz6es da prépria sociedade, suas opressGes e injustigas, ¢ os cami- nhos por ela escolhidos para libertar-se ou nao. A filosofia ¢ a sociologia analiticas, que so aquelas que estudam os dados da realidade fragmentando-os, sio a tipica razio instrumen- tal. O método azalitico é instrumental por exceléncia. O homem sabe fazer o robd, a bomba atémica, mas nao sabe para qué. Sabe quantos sao pobres, quantos se suicidam, quantos nao tém acesso a justica, mas de todo esse conhecimento nao se levanta a transformagao. Constréi- se uma técnica de conhecimento da injustica para manté-la ou, sim- plesmente, para bem qualificd-la. Por isso a muitos nao sensibiliza dizer que um direito que dé po- der ao rico ¢ tira do pobre seja irracional, porque cle aparenta ser pro- fundamente racional — tem uma légica de dominago e de injustica 151 Ligoes pz Sociotoia Do Dikerro J ALysson LEANDRO MASCARO perfeita. O homem vive uma tragédia profunda porque a raziio é a tragé- dia. A falta de razfo é a tragédia, mas a raz3o também é a tragédia. Tanto aquele que resolve um problema na bala quanto o que o maneja pelas leis resolvem tragicamente, dominando, apartando, segregando, injustigando. Walter Benjamin é um desses pensadores de Frankfurt extrema- mente marcantes quanto 4 questdo da tragédia da raz4o. Benjamin era um pensador judeu que no comego da vida foi muito caro as questdes do messianismo. Benjamin tornou-se marxista a partir do judafsmo. Foi profundamente injustigado academicamente, pois teve as portas da universidade a si fechadas, mesmo sendo um dos maiores intelectu- ais da histéria contempordnea. Em uma das suas famosas andlises, Benjamin diz o seguinte: todo 0 ato de civilizagao é um ato de barbarie. Tudo o que o homem faz de civilizado ele faz de barbaro, porque aquile que ele civiliza cle explo- rou. Alguém ganhou um titulo universitario; varios perderam. Milhées no tém acesso 4 universidade, alguns tém. A universidade, que ¢ 0 dpice da civilizagao, ao ser analisada no todo social, é também um dos apices de barbdrie. O direito também, porque chancelamos em tribu- nais e procedimentos complexos a barbdrie de nossa sociedade injusta. Dentre os pensadores da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse é quem mais leva adiante a idéia de uma sociedade dominada racional- mente. Uma de suas grandes inovag6es tedricas foi ter trazido, para o campo do entendimento da sociedade, a psicandlise. Freud passa a ser um dos pensadores mais importantes para a reflexdo de Marcuse, a0 lado de Marx. Uma das obras mais importantes de Marcuse, Eros ¢ Civilizagao, da mostras dessa interessante jungio. Para a psicandlise, hd impulsos naturais em todo individuo, que buscam o prazer, mas tais impulsos so reprimidos por barreiras que 0 préprio individuo adota a partir da sociedade. Ao impulso do prazer Freud dé 0 nome de id; as barreiras psiquicas que sao alimentadas pela 152 Auta 8 — A SOCIOLOGIA DO DIREITO CONTEMPORANEA CRITICA sociedade, d4-se o nome de superego. Essa estrutura é proposta por Freud para os impulsos individuais. Mas tais estruturas podem ser transpostas para o plano social, e € assim que postulard Marcuse. Pois bem, o capita lismo acentua as necessidades, mas nao distribui riquezas nem possibili- dades, daf necessitando refrear os impulsos de prazer dos individuos, que se tornam reprimidos, recalcados, frustrando desejos e aspiragées. O consciente é a instancia psfquica que busca somar o maximo de prazer com o m{nimo de repress4o. Mas, numa sociedade que incenti- va 0 consumismo, o ter, a futilidade, multiddes trabalhadoras nada tém. Elas serdo privadas de seus desejos em prol da manutengio da exploragao capitalista. Entre 0 amor, a fraternidade, a alegtia, o sexo — tudo isso que Marcuse chama por Eras — ¢ 0 ddio, a divisao, 2 explora- Gao, a injustiga, o poder sé para alguns, a morte — por ele chamados de Thanatos — a sociedade capitalista se encaminha a passos largos pata esta hima direcao. Individualmente, o consciente reveste-se sempre de um equili- brio muito fragil entre os pélos da castragao e da busca do prazer. Na proposta freudiana, o id € um impulso de prazer inato dentro de nds, uma busca de prazer que se revela desde muito cedo. As proibicdes do superego, no entanto, nao nos s4o inatas, sio-nos en- sinadas; trata-se aqui da castra¢do dos prazeres. Essa repressao vem da sociedade: o pai e a me ensinam as boas regras, o vizinho zom- ba dos maus jeitos, a escola doutrina. O adulto bem educado é a crianga bem castrada: faz. tudo direito, conforme lhe mandam, nao tem impulso contestador. Mas alguns dos grandes principios de castracao também hao de se revelar, fundamentalmente, no Estado e no direito. O policiamento, as boas condutas, 0 respeito 4 propriedade alheia, 0 sofrimento, a misé- ria, tudo isso esté institucionalizado. O direito eo Estado, de tal modo, representam imediatamente os imperativos de ordem. O resultado dis- 153 EEE_—_£_ CO Licées De Sociorocia Do Direrro / Atysson LEANDRO MASCARO so, a civilizagao, é o superego dominando 0 id, ou Seja, a repressao do- minando o pracer. Para Marcuse, bem como para alguns pensadores que também, ao seu modo, tentaram juntar o pensamento de Freud com o de Marx — como Erich Fromm ¢ Wilhelm Reich - a sociedade capitalista é pro- fundamente neurética, doente em sua psique coletiva. O Brasil tem terras mas quais haveria facilmente comida para todos, pois nao falta solo agriculturdvel, sol, dgua, gente para plantar e maquinas para co- lher. No entanto a maioria da populacio nao tem as minimas condi- goes de comida, casa, satide etc. Resplandece a exuberante felicidade de alguns ao lado da mais profunda miséria da maioria. A sociedade brasileira s6 pode ser analisada a partir desse profundo desarranjo. A sociedade capitalista é, pois, profundamente esquizofrénica. Ela vive do consumo, incentiva o consumo, mas impede a maioria de con- sumir. Se a pessoa que ¢ incentivada a consumir néo tiver dinheiro ¢ roubar, serd presa, O capitalismo incita o prazer, mas castra as possibi- lidades da maioria. Dirgo os pensadores da Escola de Frankfurt, entao, que a sociedade capiralista ¢ estruturalmente doente. A elite talvez nao percebe sua doenca porque o que ela quer, ela tem. Mas a maior parte do povo aprende a nem querer porque nao pode ter. Eo direito é um dos grandes instrumentos de manutengao dessa doenga social. O direi- to dd e chancela a possibilidade de alguns terem 0 que o resto nao tem. E essa razio instrumental, pois, que a Escola de Frankfurt consta- ta esparramada na sociedade moderna. O capitalismo é racional para dominar. A razfo nao é emancipagao, ¢ dominagao. Contrariamente a isso, ¢ preciso apontar para uma sociedade que no se baseie na exclu- S40, mas no prazer: uma sociedade que seja socialista. E Marcuse dird que € preciso apostar que a felicidade pode ser conquistada. Para ele, 0 socialismo nao é a distribuiggo de sofrimentos e PrivagGes; mais que tudo, é a distribuicao do prazer. 154 AUIA 8 ~ A SOCIOLOGIA DO DIREITO CONTEMPORANEA CRITICA A Escola de Frankfurt — principalmente por Marcuse, que foi muito lido pelos jovens e desprezado pelos podetosos — diz que quando acon- tecer a libertagéo do homem em relag4o ao trabalho e a exploragao, todas as coisas serao reerotizadas. O corpo humano, os objetos, a natu- reza, tudo serd objeto de prazer, e a natureza ¢ o homem serao respeita- dos. Dai vem por decorréncia uma preocupagao socialista com a ecolo- gia. Os primeiros movimentos ecologistas em geral foram discipulos de Marcuse. Foi ele que inspirou diretamente também os hippies. Ten- do se postado contra a Guerra do Vietnd e a favor das revoltas dos estudantes na Europa, em 1968, foi chamado de louco nos EUA nas décadas de 1960 e 1970. A inquietante pergunta socioldgica, que ainda hoje ressoa da Jei- tura dos textos dos pensadores de Frankfurt, é justamente a respeito do papel do direito como instrumento racional de manutengao social da ordem, da exploragao, da divisio, da injustiga, muito longe de uma gtande fraternidade socialista de distribuicdo das riquezas, das felicida- des e das possibilidades.

You might also like