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6 Estudos de Género no Brasil: 20 Anos Depois' Isadora Lins Franza €& Regina Facchini Em 1999, Maria Luiza Heilborn e Bila Sorj publicaram um 5 balango bibliogréfico intitulado “Estudos de Genero no Brasil” (Heitborn; Sor}, 1999), compreendendo 0 periodo de 1970 a relizazio conto como api 2 *Ginero e Sewaliade na Pesci 28) SOCIOLOGIA BRASILEIRA Hoje 1995". O artigo tratava dos processos de institucionalizagio que vivia o campo dos estudos de géneto no Brasil selecionava qua~ tro campos temiticos para a discussio: “trabalho, v Tidade e familia” Nos quase vinte anos que nos separam daquele balanco, os estudos de genero passaram por um processo de expansio e di- versificagto, responsivel pela multiplicacéo das pesquisas ¢ de recortes empiricos, com renovados questionamentos tedrico- -metodoldgicos. Um dos nossos pontos de partida neste artigo 6 justamente a constatagio das dificuldades de realizagao de um bbalango compreensivo sobre um campo que comega a se constituir nos anos 1970, se institucionaliza esp. 1990 ¢ presencia um crescimento notivel desde o infcio dos anos 2000. Aqui, a0 nos referitmos sobre “estudos de género”, lovamos em conta essa trajetdria ¢ indicamos um campo de estudos que também tem concentrado trabalhos acerca de mulheres, feminis- ‘mos e sexualidade, Nossa preocupagao inicial é ofrecer uma abor ‘mais panorimica, reconhecendo também os limites impostos por nos- s0 proprio lugar nesse campo, como pesquisadoras ¢ professo- 12s, coordenadoras de atividades em eventos cientificos de am- nacional na antropologia ¢ nas ci 3+ Em acoso com 0 que, generosamente, nos chamou atensio Bila Sorj em ambas as ocasibes de debate deste texto, reconhecemos que no ESTUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 385 realizagiio de um balango exaustivo da produgdo bibliogrifica no campo dos estudos de género no Brasil érarefa para outro tipo de investimento: pretendemos, antes, apontar transformagdes mais amplas nesse campo nas duas tiltimas décadas, bem como algumas tendéncias e discussdes tedricas mais abrangentes. trabalho de pesquisa para este balango* nos levou a duas constatagées, esteios deste artigo. A primeira, jf mencionada, é a de que as duas tiltimas décadas no campo de estudos de gé- nero foram marcadas por extraordindrio crescimento, intensa diversificagio regional, disciplinar, temitica e de perspectivas tedricas, Ea segunda é de que houve um adensamento dos debates jé existentes no periodo anterior, que ganharam corpo com a continuidade do trabalho de pesquisadores presentes na a Violénia i me Escola e Doséncia a Desenvaimento¢ Meio Ambiente Se a7 Or Esporte ‘Ponte Pesquisa Gener Peridsices Interdisciplinares Especificos do Campo de Estudos No que diz respeito aos perisdicos especiticos do campo, incluimos artigos ‘ados nas décadas de 1990 até 2011. O recorte “Poder, Politica e Cidadania”é 0 que tem sido mais mobi- Taado 20 considerarmos o conjunto geral dos artigos, aparecendo em 18,9% dos artigos eujos autores sio cientistas sociais, Esse ‘sma mais amplo agrupa as seguintes subcategorias: cidadania; movimentos sociai direitos reprodutivos; interseccionalidades, O mesmo tema & 0 que mals aparece no Cadernes Pagu e na Revitta Género, Outro tema aque é bastante presente no geral e em especial na Revista Fitudon BSTUDOS DE GENERO NO BRASIL! 20 ANOS DFPOIS jor © Tecnologia". Contudo, a principal chave itura desse dado est relacionada & presenga do debate sobre “teoria feminista”, temitica em que tais periédicos apresentam. destacada contribuigio. Na Bagoas 0 tema mais frequente é “dis- curso, imaginsrio e representagio”, o que talvez se dé pela maior presenga de artigos da area de letras, linguistica e artes nesse pe~ riddico, Ji na Sexualidad, Salud y Sociedad, 0 toma mais frequente é“satide, corporalidade ¢ priticas corporis”, confirmando 0 perfil da revista, Algo que merece destaque é a forte presenga da temé- tica “sexualidade” em todas essas publicagdes, para além da Bagoas € SSS, que focalizam diretamente o tema. Vale destacar ainda que o percentual de 10,6% se refere a identificasio do tema principal do artigo; em outra chave de an: cesté presente de modo transversal em 24% do conjunto de artigos analisados. Trabalbos Apresentades em Grupos nos Encontros Nacionais da Anpocs Dada a abrangéncia temporal do material analisado (1979- 2012), 0s trabalhos apresentados em c1/st nos Encontros da An- Pocs permitem observar processos de mudanga no modo como as temiticas aparecem no campo de estudos, Vale lembrar que 81% dos grupos em que foram apresentados trabalhos relativos 4 género, mulheres, feminismos ¢/ou sexualidade no eram espe- cificos ¢ que cerca de 46% dos trabalhos apresentados teve lugar em grupos especificos, contra 53% em outros grupos. A categoria “géncro”, se considerarmos os Gr e st direcionados, éa que apa- rece com maior frequéncia nos trabalhos apresentados (45,8%), seguido pelas categorias “mulheres” (30,4%) e “sexualidade" (26, 3%). Esse movimento de maior presenca da categoria “género” se da justamente quando tal conceito se consolida no campo no 402 SOCIOLOGIA BRASILEIRA HOE Brasil, durante a década de 1990. A categoria “sexualidade” passa Por um crescimento acentuado a partir de meados dos anos 1990, Com relagao aos recortes temiticos dos trabalhos relacionados 4 género, mulheres, feminismos e/ou sexualidade, cerca de 20% estiveram concentrados no tema de Poder, Politica e Cidadania, seguidos por Satide, Corporalidade e Priticas Corpora Familia (22%) ho (11%), Sexualidades (6%) ¢ Violéncia (6%). Tais dados so importantes para a compreensto mais geral das contribuisdes 20 longo de 33 anos de encontros da Anpocs, ‘mas uma leitura mais refinada permite pensar hipsteses sobre a variagio de temas ¢ tendéncias no campo. Assim, seo tema Sexualidades retine cerca de 6% dos trabalhos cas que nos ocupam, conjunto se concentra entre 0s anos de 2000 ¢ 2012. No que concerne & tematica de Familia, observamos 0 caminho inverso: se cerea de 12% dos trabalhos apresentados nos cr e sr diziam 1es- peito a Familia, apenas 1/12 foi apresentado entre 2000 ¢ 2012. Esse «lado nao nos permitiia, porém, deduzie um abandono das questes relacionadas a familia no campo dos estudos de género: como ve= remos adiante, o tema vem apresentando desdobramentos em que 8 discussto sobre Familia pussa a se eruzar com temas relacionados @ novas tecnologias reprodutivas, a direitos reprodutivos e a homo- Parentalidade. A interpretacdo mais apropriada para esse dado, pot- tanto, seria a de que sexualidade passow a atuar de forma transversal 4 outros temas que se firmaram no campo desde o seu inicio, Além de Familia, o tema Trabalho também participa de modo decrescente a0 longo do tempo e Poder, Politica e Cidadania ¢ Ciéncia e Tecno- logia se mantém estiveis, Os temas em que se verifica crescimento ‘ais acentuado a partir de 2000 sio Sexualidades; Midi, Produsio. tv de busca em etulot ¢resumos dos trabalho, 26. Aantlse das categon ESTUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 303, Cultural e Consumo; Violéncia, Geragio; Raga, Etnia, Ruralidade; Escola ¢ Docéncia. TEMAS, INTERSECGOES COM OUTRAS DIFERENGAS E PREDOMINANCIAS DISCIPLINARES EM PERIODICOS DAS CIENCIAS SOCIAIS. A tendéncia crescente, desde os anos 2000, articulagio entre género e outras diferengas, como sexualidade, geracao, raca, etnia, remete a incorporacio de reflexdes bascadas em perspectivas in- terseccionais ou da consubstancialidade de género, Considerando a relevineia dessa tendéncia para a compreensio de processos em curso no campo de estudos, realizamos um exercicio preliminar tendo como base artigos publicados em revistas nio especializadas, Assim, foram analisados 130 artigos relacionados a mulheres, gé- nero, feminismos e/ou sexualidade situados entre os publicados de 2000 a fevereiro de 2017 nas quatro revistas atualmente editadas pelas associagoes cientificas na drea das ci€ncias sociais no Brasil: Revista Brasileira de Ciéncias Sociais (racs/Anpocs); Revista Brasi- eiva de Ciéncia Politica (nacel ance); Virtual Brazilian Anthropology (Vibrant/awa); Revista Brasileira de Sociologia (xas/sas)". A distrbuigdo dos artigos relacionados a mulheres, género, femmi- nismos e/ou sexualidade entre os titulos varia de modo significativo. A razio de quantidade de artigos por periédico nas tematicas que nos interessam nas quatro revistas € a seguinte: a acs teve 33 artigos pu- blicados em 54 niimeros entre acoo-2027, uma média de 1, 8 artigos! ue nos interestam mas quatro rtgos plicados em 54 niimeros. 394 SocTOLOGIA BRASILEIRA HO}E ‘no; a RecP teve 47 artigos publicados em 21 niimeros entre 2009-16, tuma média de 5,8 artigos/anosa Vidrantteve 44 artigos publicados em 26 niimeros entre 2004-2016, uuma média de 3,4 atigos/ano;a xas/sns teve scis artigos em oito nimeros publicados entre 2013-2076, uma média de 1, 5 artigos/ano, Contudo, tal variacio nao deve ser relaciona~ da producdo disciplinar dado que: r. exceto a f0s,as revstas no tem Publicado exclusivamente artigos de autores de dada érea disciplinar; © 2. publicasao de artigos na tea temstica que nos ocupa esta tam bém relacionadla & organizagdo de dossiés temiticos,0 que nos leva a diferencas relacionadas & politica editorial e mesmo a sensibilidadle do corpo editoral aos temas". O surgimento de novas revistas ¢ a onga- nizasio de dossiésresponcem pela clevagZo da quantidade de artigos Publicados em alguns anos: até 2003 nao havia artigos publicados em todos os anos, apd 2008 ha uma média de tree artigos publicados por ‘ano, variando a partir da iniciativa de onganizagio de dossies Do ponto de vista da produgao disc! amos e valorizem interior das ciéncias inca que reconhe- nares, que serto aqui abordadas como tendéncias ou predominancias,a serem com- preendidas em contexto, a partir da referéncia & érca disciplinar de formagio ¢ 20 departamento ou programa de pés-graduasio de vinculo de autores dos artigos analisados. Tendo isso em conta, assinalamos que, do ponto de vista disciplinas, 51% desses artigos sto dh autoria de pesquisadores institucionalmente mais préximos da antropologia; 27% de mais préximos da sociologias 189% de mais eTUDOs DB GENERO No Be, prximos da ciéncia politica; 4% de outras éreas do conhecimento.O detalhamento abaixo procura qualificar a participagio das diferentes ‘reas disciplinares das cincias sociis em relago aos temas ¢ as arti- culagdes entre género e outras diferencas soci, conforme aparece nesse perfodo nesse conjunto de artigos. No quadto a seguir podemos perceber que nese conjunto de artigos, o tema mais tratado ¢ 0 que chamamos de Podes, Politica e Cidadania, que concentra 52% dos artigos localizados nas tevistas disciplinares. E também nesse tema que se encontra a participagio de autores formados e/ou atuantes nas trés dens disciplinares das cineias sociais. Iso se da em todos os subtemas & excesio de “po- -as sexuais”, que concentra 45% dos artigos envolvendo 0 mar- cador de sexualidade. Embora formados e/ou atuantes na area de antropologia estejam presentes em todos os subtemas relacionados a Poder, Politica e Cidadania, eles se concentram mais expressiva- mente em subtemas como “direitos reprodutivos/aborto” e “poli- ticas sexuais”, Formados e/ou atuantes na ciéncia politica estive~ ram mais concentrados em subtemas como ‘participayio politica’, especialmente no que diz respeito a participasio de mulheres na politica partidiria ou eleitora, ¢ “teoria politica feminists”, Esses sio também os subtemas que mais coneentraram a autoria de for- mados e/ou atuantes em Sociologia, embora eles estejam presentes em todos os subtemas. Contudo, nota-se entre estes maior presenga de artigos refletindo sobre feminismos e/ou seus impactos nas po- liticas pablicas, sobre politicas piblicas propriamente ditas e sobre articulagdo entre género e outras diferengas, sobretudo género e classe ou género, raga e classe. A autoria de pesquisadores formados e/ou atuantes na cién- ‘a apareceu neste conjunto de artigos concentrada nesse ro tema e quase exclusivamente restrita ao marcador de gé- nero, com excegao de trés artigos focalizando 0 movimento LawT 306 SOCIOLOGIA BRASILEIRA HOJE. ou a participago de Leer na politica partidatia. Essa tendéncia 4 concentragéo no marcador de género ¢ favorecida pela voca~ siio tedrica ¢ pelo formato ensaistico presentes em boa parte da produgio na rea, embora haja artigos tratando de temas como ‘multiculturalismo e mesmo a publicagiio de textos clissicos do fe- minismo negro pela xecP. Os temas seguintes contam com artigos de autoria de formados e/ou atuantes na antropologia e na socio- Jogia. Entre os formados e/ou atuantes na sociologia predominou a abordagem de articulagdes entre género ¢ classe; género, raga € classe ou composisées envolvendo regionalidade, nacionalidade ou rural, Entre os formados e/ou atuantes na antropologia foram encontradas articulagdes com todos os marcadotes presentes no conjunto de artigos, contudo respondem pela totalidade dos arti- g0s envolvendo etnicidade, geragao, deficiéncia e a maioria (85%) dos artigos envolvendo sexualidade. Para além de Poder, Politica e Cidadania, foram localizados nessas revistas artigos nos seguintes temas: Trabalho (18%); Fa- atide, Corporalidade e Priticas Corporais (6%); Violéncia (3%); Midia, Produgio Cultural © Consumo (3%)s Masculinidades (2%); Cigncia e Tecnologia (1%). Autores for- ‘mados ¢/ou atuantes na sociologia sé nio estiveram presentes na léncia e Saiide, Corporalidade e Priticas Corporais, embora concentrem-se mais significativa- ‘mente no tema Trabalho, além de nos subtemas relacionados a politica ¢ cidadania. Autores formados e/ou atuantes na antro~ pologia, por sua vez, concentraram-se mais expressivamente nos temas Familia, Satide © Corporalidade e Violéncia, além da con- centrago nos subtemas aborto” no tema autoria de artigos nos temas tos reprodutivos/ ica. Entre os ternas, vale ressalear a estreita articulagiio com que aparecem “trabalho” ¢ “familia”, sobretudo em parte significativa da literatura mais recente que se dedica a0 Quadrot. Distribuigdo Tematica e Disiplinar de Artges Publicados em Revistas Nao Expeializadas (em Niimeros Absoutos) sTUROS DE GENERO NO BRASIL! 26 ANOS DEPOIS 397 ireitosreprodutivos/aborto nas politicas piblicas a partir da ineidéncia polities participacdo politica (nudances no ferinisiap & feminist; participagio das mutheres e de text na Genero (14) /Gineroe politica puridiziae/ou eletoral; movimento ont) classe (x)/ Senulidade () Ganer (20) / Géner> teoriafeminista~reagdes socials de poder, sutonomia, const social utialiraimo, interseccionalidades/consubstancialidade edase (3)/ Gener e ‘aga (3) Género, raga classe (r) (Genero, raga ‘esemualidade (1) Poder Politica cidadania @) Género (2) / Género © classe 2} / Génex, classe, ral (2) ppoliticas pablicas (violencia; trabalho e familia; deserwolvimento; geragao de renda) hhomossexulidae, prottugio,envelhecimento {ene hereosseais e homosewta), vente (veligisidad,pedofis) politicas sexuas (artculagdes entre atozesestatas, ativistas celigiosose/ou cientficos) em relagio a ‘Género ¢sexualidade (3) 1/Genero,sexualidade c sgravio (7) / Sexuaidade ‘ernie (2)/ Sesualidade (3) ener (9) sults em carreirasespecfcas (de nivel superon ates, cigncias) S35 Género (3)/ Géner ¢ oe. Coo) fim eaahoymaterida: cea cakado nae (ern mbit famtir ou de modo proisionaizadc) 6 Goer semlidade © 5 ae aes rostiuigio e mercadoseransnacionais do sex0 oars < familia etbalho doméstico; gener,¢ I= 5) onjugalidade e afeto = 3 Datentesco em contextos culturais diversos ee See teenologias (reprodutivas ou de identifcagao semicidade(x)/ Genero e {) cde paternidade); adorio; cizculasio de exiangasy tees classe (3) / sewualidade (2) njugalidade; hom lidade Cra mts cin ast teen es Gene) Gtoame $a ato opus nm cade meal mide Corporate sexual do homer; v/s interemalidades Tee see) @) semalidade e deficiéncig poltcas publica de combate a violencia Género (4) Violéncia (4) contra mulheres; homens, masculinidades ¢ 4 z contextosvolentos Mii, pe hE Sy ie = ee programas televisives; mercado 3 (1) / Género ¢ sexualida~ a ‘segmentado de lazer; midias 3 (2) /Seradade (2) NS Sm Gener (2)/Géneroe Maculisida- _eticidadee produszo de mascolinidade; a semualidade (2) des(3) ‘consumo cle aloool;teoria queer Geaexo (1) Gault) eitemologia feminist 23a 6s ‘Ponte Estados sobre gine ¢sewalidade no Bras: process demuadaaga ede (eolprodusto de conbeciacata. Alon vuratisyas vi90101908 50S Gof siodia SONY oF :TISvaa ON OWaNG9 2a soanusa yo SoctoLogrA BRAsitEER, O18 tems do cuidado, ¢o fato de que “violencia” aparece em atigos ue foram clasificados sob outros temas, como politicas publics € politicas sexais, © marcador de género aparece em 92% dos artigos loca lizados neste tépico, cendo que aparece isoladamente em 49% do conjunto analisa ¢ em todos os temas. B, seguido, em quantidade de artigos, pelo marcador de sexualida- ds, que, isoladamente ou em interseeg4o com outrasdiferengas, concentra 26% dos artigos analisados neste tépico ¢ se desdo- bra, por quase todos os temas (s6 nfo foi encontrado nos temas Violéncia ¢ Ciencia e Tecnologia). Outros marcadores presentes em diferentes ees: classe (em 18% dos artigos); gera~ ‘ionalidade (8%); raca (4%), etnicidade (2%); rural stando prese As tendéncis indicadas encontram similaidades com o que notamos nos grupos de pesquisa e na trajetéria dos encontros da Anpoes edo Fazendo Género jé mencionados neste trabalho, Nusn oar mais geal, podemos afirmar que os trabalhos no campo dos estudos de género tém tido uma presenga notivel nas revstas dis ciptinares,ainds que muitas vezes a partir da publicagdo de doses, Ao mesmo tempo,o crescimento do nimero de artigos publicados nas revistas desde fina da década de 2000 pode ser pensado em re lest a0 processo de cidadanizagio de mulheres vos no periodo, bem como ao entendimento da multiplicidade do sujeito politico dos ferinismos.Trta-se de um conjanto redusdo de artigos, que no permite conclisdes generalizantes sobre o campo, mas pos- Stilts, junto com outras informagées exploradas neste trabalho, ‘wentar hipsteses sobre suas dinémicas. No préxino item, procura- ‘mos explorar os temas selecionados para acensamento, sinalizando tendéncias e perspectivas mais amplas, ESTUDOS DE GENERO No BRASIL: 20 ANOS DEEOIS 311 ‘TEMAS E CONCEITOS As discusses nos diferentes recortes temiticos tém sido in- formadas por algumas abordagens tedricas. Em primeiso lugas, vale destacar a perspectiva das interseccionalidades, considerada atualmente como uma das pritcipais contribuigoes do feminismo & teoria social. Fruto de intensos debates politicos e intelectuais no ambito do feminismo, surgidos na passagem dos anos 1980 ara 08 1990, ess perspectiva explora os entrelacamentos entre categorias como género ¢ raca, originalmente, mas incluindo tam- bem geragio, sexualidade, classe social, entre outras (Crenshaw, 1991 € McClintock, 20105 Brah, 2006). Embora a preocupagio 4 estivesse presente no Brasil s dos anos 1980, na perspectiva da consubstancialida- de (Kergoat, 2005), referéncia tesrica internacional de tradigi0 ‘marxista francesa que explorava a miitua constituigdo entre géne- 1, raga e classe social, a nogao de interseccionalidades represen= tou um grande impacto no campo desde meados dos anos 2000, especialmente no que conceme as articulagdes entre genero e rag, Embora o termo “intersec inde” tenha sido canhado apenas em 1989 por Kimberlé Crenshaw, a preocupagio em en~ trelayar distintas formas de diferenciagio social (¢ de desigual- dades) entre mulheres é bem anterior. As primeiras formmulagSes nessa direjio estio relacionadas & atuagio de feministas negras na década de 1970,a partir de organizages como o Combahee River Collective” ou a owaan, Organization of Women of African and 9 Coletivo de feminista lsbieasnegrs, cua inftuenteatuasSo nos Estatos {dos nos anos x570 ¢ amplamente ctada na literatura. O Coletivo defendia urna uta articulada néo apenas conta a epreteto sexta das mulheres, mas tambon contra outas formas de dominagi ede des 432 SOCIOLOGIA HRASILEIRA HOJE Asian Descent™. Durante a primeira metade da década de 1980, autoras identificadas com o feminismo negro como Angela Davis (c98x), bell books (1981) ¢ Audre Lorde (1984) teceram criticas a estabilidade homogeneizante da categoria “mulher”, com ba- se nos entrecruzamentos entre raga, classe, sexualidade e género. Desde enti, o “campo do discurso feminist” tem se estruturado ao redor de conceitos que refletem a critica a um sujeito mulher “universal, a parts de combinagBes complesas que evidenciam 0 cariter multificetado do “posicionamento social de mulheres” (Haraway; 2004, pp. 238-239). Esse contexto politico e intelectual originow uma produgo bastante diversificada, na qual ha concepgbes distintas sobre idlen- tidade e poder, bem como sobre a relagio entre estrutu © agéncias (Prins, 2006)". Trata-se de aspectos centrais & teoria social nos seus desenvolvimentos mais contemporsincos (Ortnet, 2011), que vio ganhar inflex6es originais no campo dos estudos de género. Mais do que relagdes estruturais de poder pensadas a partir de polos fixos entre opressores ¢ oprimidas (ou da pers pectiva de poder como dominagao ~ masculina, no caso), parcela importante das andlises passam a considerat as possibilidades de agéncia das mulheres em contextos de assimetria relacionados a _genero. Em certa medida, essa inclinagéo também pode ser en- tendida como fruto das reflexdes gestadas na década dle 1990 nas inistas internacionais, recusando identidades estaveis e iar Brah paricipow da ciao em 1978 e que pro- ia artelada de clase social as de, das sus diferentes vertentes edo impucta eat leita, ver Bae Prins (2006), Adriana Pisitell (2008) e Laura M ESTUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 313 ‘As possibilidades de agéncia e de transformagao social se dariam, assim, no interior do proprio campo de relagdes de poder que conforma género como “natural”, deslocando e desestabilizando esse campo (Butler, 2003; Strathern, 2006). No encontro com as teorias relacionadas as interseccionalida- des e com as tensdes sobre posicionalidade no cenario feminista, as abordagens pés-estruturalistas e pés-coloniais desenharam um, conjunto de estudos que procurou sofisticar a reflexio sociolbgica sobre diferensa, identidade e poder. Tais contribuigdes encontra- ram, no Brasil, um terreno maduro para que fossem incorporadas, diante de um campo mais consolidado e legitimado, que prescin- dia da demarcagio de género como conceito isolado, explicati- vo da vida social, ¢ que podria ser pensado em articulago com outras categorias. A importincia da nogdo de agéncia, junto as transformasées pelas quais passava 0 conceito de género, condu- ziu também 20 reposicionamento da abordagem sobre relagdes de poder deslocando nogbes de dominagto masclina¢ E preciso reforgar que o debate envolvendo a tensio entre estrutura e agéncia esté longe de ser um ponto pacifico no cam- po, embora nio seja possivel no escopo deste trabalho abordar 10 contenciosos e disputas relacionados a esse processo sob pena de reduzir uma complexa discussio a uma descrigao superfi Destacamos aqui perspectivas que ganham espago nas tltimas décadas, mas isso nao significa que outras abordagens possam ser descartadas ou que nao sigam exercendo influencia sobre as pesquisas atuais, Especialmente no que refere a uma dimensio estrutural das desigualdades e assimetrias relacionadas a genero, hi importantes contenciosos. Se 08 conflitos relacionados & ten~ fo estrutura/agéncia nio sio exclusives do campo de estudos de .género, nesse campo se revestem de uma importincia pecul 314 SOCTOLOGIA BRASILEIRA Hope que remetem as diferentes estratégias feministas de combate as desigualdades de género e & propria constituigio do sujeito poli- tico do feminismo, No mais das vezes, em que pesem os confitos ‘no campo dos femninismos, consideramos que as tensdes atuam de ‘maneira produtiva, mais do que desagregam. ‘Tratamos de contenciosos que, por afinidade e por transitos diversos, também informam as reflexes associadas aos denomi- nnados estudos queer. Adotando como marca a critica as identi- dades € sujcitos s estiveis, bem como o foco nas priticas, ides “dissidentes", os estudos que tomam para si essa categoria apresentum diferentes incorporagées disciplinares ‘no Brasil: na sociologia, a leitura critica das teorias do desvio apa~ ecem como centrais ao projeto de elaboragto de uma “analitca da normalizagio” (Miskolci, 2009). Na antropologia, as referéncias associadas ao queer tém circulado de maneira um pouco mais di- fasa (Sides ¢ Carrara, 2014), 0 que talvez possa se explicar pela ‘radigio mais consolidada de estudos na articulaio entre género ¢ sexualidade e pelo menor impacto que as teorias do desvio tive- (Os efeitos dessas perspectivas operam de maneira transversal aos temas selecionados adiante, possibilitando novas inflexées a 32. Desde a passagem paca os anos 1970, etudos que aticulam o que hoj ‘mamos de género e sexualidade na antropologia tecem estas cot nero etesossexalidate obrigatéra ena repression ide das mulheres € que 0 parentesco cra sstsmas de sexo/gtnero. sde pelo menos 0 [Néstor Peslongher (2008 [r987]},é ritca a uma perspectva do desvio nos moldes propostos pela esTUDOS De GfiERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 315 recortes jé estabelecidos. Tomando em conta a diversidade de te- mas hoje presentes nesse campo de estudos e a impossibilidade de contemplé-los na totalidade, bem como nosso interesse em estabelecer contrastes entre diferentes perfodos, optamos por re~ visitar os temas selecionados por Heilborn e Sorj (t999)-A seguir, procuramos indicar desenvolvimentos recentes nos temas Traba- Iho, Familia, Violéneia, que haviam sido abordados no balango realizado pelas autoras nos anos 1990. Optamos também por icionar tema “Poder, Politica e Cidadania’, tendo em vista a importincia com que emerge em nosso mapeamento. Ao mesmo tempo, entendemos que “sexualidades” figura co~ mo transversal aos diferentes eixos ¢ por isso decidimos tratar dessa temitica no interior dos demais temas, quando pertinente. Essa escolha se deve & jd mencionada expansio dos estudos na interface entre género e sexualidade nos tltimos vinte anos, 0 que observamos pelo levantamento realizado nos periddicos especifi- ‘cos e da fea de ciéncias sociais e nos encontros da Anpocs, bem como pelo que sugerem balancos bibliograficos parciais do campo dos estudos de género. Por outro lado, o processo de incorporagio transversal dos estudos sobre sexualidade nos demais temas a0 mesmo tempo nfo se trata de algo exatamente novo no campo: & preciso lembrar que, ao contririo de paises em que estudos sobre sexualidade geraram campos com contornos especificos, como fo~ ram os “estudos gays Iésbicos” nos Estados Unidos, no Brasil os estudos sobre sexualidade nfo produziram um desenvolvimento paralelo a0 campo dos estudos de género nas ciéncias sociais. Se cexistem diferengas entre as maneiras pelas quais as diversas tra~ digdes te6ricas e disciplinares articulam género e sexualidade nas ciéncias sociais, deve-se notar também modos especificos pelos quais, tanto o campo cientifico quanto os movimentos sociais que com cle guardam estreita relacio, constituiram historicamente kA HOSE desde 0s anos 1970, na pritica, essa relagio no contexto brasileiro (Simoes ¢ Carrara, 2007; Facchini, Daniliauskas ¢ Pilon, 20135 Facchini, 2016; Carrara, 201 GENERO E FAMILIA ntribuigdes da teoria feminist: A visio da “familia patriarcal” como forma de organi~ da famitia no Brasil, eventualmente em vias de subs Pela “familia conjugal moderna’, num modelo explicativo {que (re)produzia teoricamente a marginalizagio de outras formas de organizagao fumiliare doméstica (Coréa, 1981). Novas perspectivas Permitiram no s6 desestabilizartais modelos, como posicionaram no centro da anilise aquilo que via de regra era tido como mazginal: relayées familiares — consanguineas, mas nfo somente ~ que perme- aavam redes mais extensas ¢ que niJo necessariamente pressupunham tum Snicleo familiar” cujo centro era um casal heterossextal, logias reprodutivas e sobre a diversidade de relagées que atravessam a nogio de “familia de mensuras, Ain- dla, 0 escopo dos temas ¢ articulagdes possiveis expande-se para alm das conexdes mais evidentes, levando a interface com pro- cessos relacionados a violencia entre casais © geragées na fatnt- lia, a0 reconhecimento de direitos, a novos saberes ¢ tecnolo entre outros. A inflexio feminista tem colaborado central para tas desdobramentos, devotando especial aprego por recortes empfricos capazes de revelar ir de anilise desde 0 campo do social. Mais do que rastrear esses investimentos, vamos destacar algumas de suas tendéncias contemporineas, ESTUDOS DE GENERO NO AKASHL: 20 ANOS DEPOIS 317 ‘As dimensdes do afeto, do cuidado e do trabalho ganham desta- «que.a partir dos novos enquadramentos sobre familia produzidos nas décadas de 1980 € 1990, especialmente no que concerne 2o trabalho reprodutivo (de criago de pessoas ¢ de manutengio da casa) nas suas intersecpées com desigualdades sociais ¢ raciis no Brasil. As experigncias de pesquisa em bairros pobres de grandes cidades bra- sileiras colaboraram para o alargamento da abordager sobre fimilia, de modo a rever criticamente categorias que evocavam a ideia de “desestruturagio familia”, Tl alargamento permitiu falar em “redes familiares” ¢ em “cireulagio de criangas” como pritica de densidade térica (Fonseca, 2002) ou em familia como “mundo de relagées” (Gatti, 2004).Os estudos,em didlogo com outras etnografias em con= textos populares, evelaram tamanha diversidade que tornava difci estabelecer intespretagses que associavam determinado universo de relagdes a setores populares, em oposiso a outros setores, Por outro Iado,os estudos se tornavam mais complexos a0 dialogar com dimen- s6es de classe, etna, género e gerapo (Fonseca, 20: sgéncia ¢ popularizagio de novas teenologias de reprodusio, outros temas ena em pasta. A questo da“homoparentaldade’ em refe- réncia &s familias formadas por pais ou mies homossexuais, travestis ou transexuais,passou a despertar consideravel investimento analitico ‘no campo (Grossi, 2003). Ao mesmo tempo em que permitiam novas inflexbes, esses trabalhos retomavam temas dos estudos sobre fumilia, evitando pressupor algo de intrinsecament 10 nas relages familiares em contextos homoparent 1003; Grossi, Uziel ¢ Mello, 2007). © tema da parentalidade se desdobrava em estudos enwohendo maternidade e mulheres lésbicas, adogfo entre casais do mesmo sexo € convengdes associadas 4 homoparentalidade no Brasil 8 SOCIOLOGIA BRASILEIRA (Souza, 2005; Uriel, 2007; Tamovski, 20025 2010; Zambrano, 2008), articulando-se muitas vezes ao tema do reconhecimento de direitos € da conjugalidade entre pessoas do mesmo sexo, que jf vinha sendo explorado desde a década de r990 (Heilborn, 2004) ¢ que ganhava renovada visibilidade no contexto politico marcado pela emergéncia dos direitos sexuais (Paiva, 2007; Mello, 2007; Uziel e Grossi, 2007). As articulagdes entre familia ¢ tecnologias foram exploradas tanto no que conceme ao emprego de novas tecnologias reprodu- tivas como no que concetne ao acionamento ¢ popularizagao de testes de DNA para o reconhecimento de lagos parentais negados, propondo uma discussao sobre familia, mas também sobre os des- ocamentos entre natureza ¢ cultura ¢ sobre a atuagio do cam po médico ¢ juridico nessa seara (Souza, 20053 Ramirez-Galvez, 2003; Fonseca, 2010; Finamori, 2012, Tamanini, 2009). Por fim, vale mencionar também as conexSes com o tema da violencia e a contribuigao da perspectiva feminista ao problema tizar as relagées entre espago doméstico, familia, afeto e violéneia: a recusa da familia como lugar naturalizado do cuidado e do afeto petmitiu explorar dindmicas da violéncia em contextos familiares. Nesse ponto, contuclo, ha de se ter cautela diante do risco de, 20 enfatizar a violéncia em contextos familiares, néo produzir o efei- to do reforgo da familia como lugar onde essas questdes devem ser resolvidas, como vémn demonstrando os estudos sobre a repriva- tizacio da velhice (Debert e Oliveira, 2007) ¢ 0s estudos jé men- cionados nos itens envolvendo cuidado e violéncia neste balango. GENERO E TRABALHO icavam Heilborn e Sorj (1999), inicialmente os ando mulheres e trabalho se situaram na érea ‘mais geral da sociologia do trabalho, jé legitimada no contexto ESTUDOS DB GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 319, das cigncias sociais no Brasil. 0 referencial marxista compartilhado ‘conduzia a uma reflexio sobre a pari de trabalho diante da ago de forgas econdmicas e sociais. Esse tema, importante na década de 1970, segue presente no periodo ao qual nos dedicamos, tendo incorporado também um referen- cial que, aliado ao marxista, concedeu atengio A participagio das heres na vid familiar e doméstica como condicionantes da sua wves, 2013). Ao mes~ Iho em contextos urbanos, o trabalho de mulheres em contextos rurais tem provocado atengao, destacando as dinfmicas que mar- cam as ocupagées no campo ou na pesca,a produgio de artesanato ow a coleta de caranguejos ou sementes, entre outras (Brumer, jucira e Alvares, 20225 Macha~ esses estudos compéem um diverso conjunto, muitas vezes pouco circulando para além dos seus contextos mais imediatos de pro~ dugao no Norte e Nordeste (Cordeiro e Scott, 2007) Perspectivas mais recentes buscam também compreender como o género atua tendo em vista trabathos e carreiras desem- penhados por homens e mulheres ¢ as desigualdades relaciona~ das a remuneragiio, ascensio € prestigio. No caso das carreiras de prestigio, os estudos demonstram 0 impacto desempenhado por género no modo como carreiras especificas se distribuem: no caso da ciéncia e tecnologia, por exemplo, as mulheres so Maio ria dos profissionais com pés-graduagio formados no pais, mas ainda apresentam baixa participago em dreas como as de exatas po SOCIOLOGIA BRASILEIRA Hoje (Abreu ef at, 2026)..A nosio de “teto de vidio” segue como uma referéncia para 0 debate sobre género, carrera, ascensio e presti- gio: a imagem alude & estagnacio das mulheres em determinado ponto da sua trajetéria profissional, em se tratando de ocupagio de prestigio, como se uma barreira invisivel as impedisse de conti- nuar progredindo (Lombardi, Gi maior parte dos estudos sobre carreiras destacam as desigualdades em termos de género. Outras perspectivas analiticas, poré emergido a partir de dindmicas particulares as diferentes carreiras, como as artisticas, pelas proprias possibilidades de manejo dos constrangimentos sociais que oferecem (Pontes, 2009). Outra faceta do debate diz respeito a maior presenga femi ‘na em postos com menores salirios, piores condigées de trabalho € de protegio de riscos, 0 que agrava os efeitos sentidos trabalhadoras diante de processos de reestruturacio produtiva—¢, por outro lado, como o crescimento de um mercado de trabalho informal aprofunda as desigualdades de género (Aratijo ¢ Olivei- 14, 2006; Leite, 2004; Bruschini, 2007; Castro, 2014). A presenga feminina também vem sendo apontada como maior no trabalho informal, com remuneragées mais baixas para mulheres negras, concentradas desigualmente no emprego doméstico em relagio a hhomens negros ¢ a mulheres brancas, mas sendo pior remunera- das em quaisquer que scjam as ocupagées analisadas,o que coloca questdes importantes em relago ao modo como se perpetuam as desigualdades sociais envolvendo género, raga e classe no Brasil (Arnijo ¢ Lombardi, 2013; Lima e Rezende, 2004; Brites, 20073 Brites e Picango, 20143 Brites, 20135 Os empregos precatios ou em traball lorizados, vistos como trabalhos femininos, também sio foco de atengao: o setor de empregadas domésticas ¢ mais recentemente © de cuidadoras tém provocado interesse. O referencial tedrico ESTODOS DE GENERO NO BRASIL! 20 ANOS DEPOIS 321 informando parte dos estudos versa sobre relagées sociais de sexo = que tetiam no trabalho sua base material -, assinalando a exis- ‘encia de uma divisto sexual do trabalho ¢ expondo as assimetrias em relagio & valorizagao do trabalho de homens e de mulheres (Kexgoat, 2005; Hirata e Kergoat, 2007). As intersecgdes entre género ¢ cuidado tém possibilitado no- vas frentes de reflexio ¢ investigagao, conotando um amplo cam- po de agaes envolvendo o Estado e politicas piblicas, bem como priticas, atitudes e valores (Hlirata e Debert, 2016). Considerando que as tarefas relacionadas ao cuidado sfo via de regra associadas socialmente 20 feminino € majoritariamente atribuidas as mu- Iheres, ndo s6 ganha relevancia a questo do care, como oferece uma reflextio original capaz de desestabilizar as fronteiras ents trabalho doméstico, trabalho familias, mercado e politicas p cas (Guimaraes, Hirata e Su Novamente, trata-se de um recorte em que mulheres participam do mercado de trabalho com baixos salérios ou com baixo reconhecimento, muitas ve~ zes de modo precitio. No Brasil, as discussbes tém abordado as dificuldades de conciliagio entre trabalho ¢ familia, o emprego doméstico € 0 trabalho familiar nfio-remunerado, colocando em questo o enfrentamento das desigualdades de classe e de género nesses contextos (Sor}, Fontes e Machado, 2007; Debert e Hirata, 2016; sor}, 2016). Nas décadas de 1980 € 1990 consolida-se uma perspectiva de entendimento da prostituigao como trabalho, explorando a «20 entre o emprego doméstico e o papel assumido pelas mulheres na reprodugo da vida familiar como temas que stravessam 2 vida cotidiana da batalha nas ruas (Gaspar, 1988; Fonseca, 1996). Atu- almente, os estudos sobre prostituigio—e mais amplamente sobre as circulagées entre afeto, amor, sexo, cuidado e dinheiro em rela~ ‘ses transacionais ~ tém contribufdo para colocar em perspectiva 2 SOCIOLOGIA BRASILEIRA Hoye noses relacionadas ds desguldades © as condigoe de agéncia das mulheres em diferentes contextos sociais (Pasi ¢ Blanchette, 20055 Piscitelli, 2008; 2013; Olivar, 2023; Tavares, 2014). Tis discussBes se movem num terreno bastante espinhoso, mareado pelos conflitos entre diferentes posigées no movimen- to feminista e pelos tensionamentos constantes entre feministas abolicionistas, prostitutas politicamente organizadas pesquisa doras. As controvérsias e tensdes relacionadas 4 nogio de trafico sexual, & regulamentagio da atividade de prostituigio e aos em- bates legislativos entre regulamentagiio ¢ criminalizagio apontam para disputas politicas que atravessam 0 campo. A consolidada produgio sobre participagio feminina no merca- do de trabalho, prestigio ccarrcira, juntamente com as pesquisas que articulam trabalho precétio, trabalho familiar, trabalho doméstico e trabalho reprodutivo, tém possibilitado uma contribuigio singular dos estudos de género A sociologia do trabalho. A incorporagio da teoria feminista nesse campo tem trazido aportes muito rentaveis, deslocando o senso comum que associa trabalho reprodutivo a gra~ tuidade. Um arranjo original desses aspectos pode ser encontrado, por exemplo,nos debates sobre prostituiga0 ¢ profiss6es do cuidado, Ambos os temas colocam em relacio nogées como afeto, dinheiro, trabalho, profissionalizagio, precariedade ¢ familia, situando sexo ¢ ceuidado nom fin centre aquilo que as mulheres teriam obri- ‘gacio social de providenciar e aquilo que as mulheres podem trocar por dinheiro ~ profissionalmente ou nao. GENERO E VIOLENCIA As pesquisas que articulam género e violencia sentem a tematica com maior acimulo no campo dos estudos de ‘género no Brasil e, devido & longa tradigo,o tema mereceria um ESTUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 525, trabalho mais aprofandado, em que figuasse como objeto prin- cipal. Por isso, mais uma vez vale a ressalva de que nos resttit remos a alguns recortes temiticos e seus desenvolvimentos mais recentes, com particular atenciio para como a articulagio entre violencia ¢ género tem contribuido para a compreensiio de pro- cessos envolvendo o Estado e a produgao de categorias, sujeitos e direitos, temas centrais para as ciéncias sociais. ntensamente presentes desde a formagio do campo, os tra- balhos tiveram de lidar com categorias polissémicas, dada sua cir- culagio entre universidade, movimentos so stado, Apesar dos riscos de deslizamento conceitual inerentes ao trinsito de categorias, os estudos no tema trouxeram reflexées criticas ¢ de qualidade, com 0 desdabramento de novos problemas e saidas analiticas. Essas caracteristicas ja se faziam notar nas pesquisas que, nas décadas de 1980 € 1990, se firmaram como referé das quais hoje o enorme conjunto de estudos que invest gbes entre género € imais uma vez ressaltar a infiutncia do trabalho de Mariza Corréa (1983) para a propria construgdo do tema nas ciéncias sociais no Brasil. Ainda, os estuclos realizados a partir do trabalho de enti- dades feministas como 0 0s Mulher (Pontes, 1986; Grossi, 988; Gregori, 1993) foram fundamentais e continuam reverberando no cendrio atual. Atualmente, uma tendéncia importante tem abarcado pro- cessos de politizagio da justiga, buscando compreender os limites colocados pelo tratamento da violéncia contra as mulheres nos aparatos do Estado e da justiga. Além do reconhecimento da vio~ léncia como crime”, os limites da forma da justiga como meio A diferonga fundamental entee crime ‘ogo indica etpificagan de abusos ¢ soa resolugio na impo, que envolve o ro- 4324 SOCIOLOGIA BRASILEIRA HOLE de resolugio da violencia esbarrariam também nas desigualdades que atravessam seu funcionamento € 0 acesso aos seus servigos, Esse tema tem sido especialmente caro ao campo de estudos de _género, particularmente no contexto dos tiltimos vinte anos, que ‘observaram estratégias variadas no enfrentamento da violéncia, is (Jecrim) e pela Lei Maria da Penha, ‘As respostas piblicas aos erimes de violencia contra a mulher do um tema presente nos trabalhos (Grossi, Minella e Los- 3; Corréa e Souza, 2006). As ppm, criadas em 1985, vem. cocupando desde entio lugar privilegiado para as pesquises empi- ricas sobre o tema (Grossi, Minella ¢ Losso, 2006; Debert, 2006), € seguem sendo abordadas pelos mais diversos angulos no perfo~ do a que nos referimos neste trabalho (Conrado, 2000; Saffoti, 2002; Debert e Gregori, 2002; Machado, 20033 Blay, 2003; Rifiotis, 2004; Taube, 2002; Carrara, Vianna, Enne, 2002; Debert, 2006; Soares, 2002; Teixeira ¢ Ribeiro, 2008; Pasinato, 20113 Andrade, 2012; Scott ef al, 2016).A Lei Maria da Penha,de 2006, também tem suscitado uma variedade de trabalhos que se dedicam a avaliar seu impacto ¢ aplicacio, especialmente considerando certo acdmulo » passados mais de dez anos desde que passou a vigorar (Bandeita e Almeida, 2015; Sardenberg, Grossi, 2016; Pasinato, léncia sexual tem aparecido menos no conjun- to dos trabalhos (Grossi, 2010), embora esteja presente em pes- quisas realizadas no perfodo, como tema central ou perpassando seus contextos etnogrificos (Landini, 2006; Vieira, 2007; Nadai 20123 Motta, 2006} Souza, 2015). As praticas de mediagao extra~ ‘conhecimento sorial ds abusose as disputas em diferentes eserassociais em torno desseresonhecimento (Deberte Gregori, 2008) BETUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 325 -judiciais também foram abordadas por estudos que apontaram, deslizamentos em que os casos de violencia contra as mulheres passam a ser tratados como problemas de familia (Debert, 2006; Beraldo Oliveira, 2006, 2008, 2010). Talvez seja no conjunto de trabalhos que se debruga sobre vio~ Tencia que as relagécs entre movimento feminista e producio de conhesimento tornam-se mais explicitas. Se os trl tilham via de regra o feminismo como horizonte ético e politico, no adotarem perspectivas criticas, so também atravessados por tensdes. A visio relacional sobre género e sobre as dintunicas da incia desloca fortemente o papel desempenhado pela figura da vVitima ~e do seu necessétio algoz — na produgao de discursos dua- listas (Gregori, 1993; Debert e Gregori, 2008). A reflexdo sobre as categorias acionadas pelo movimento e por agentes do Estado tam- bbém vém sendo discutidas, ainda que mais timidamente, na chave da diversidade cultural, em que as dimensbes da negociagio ¢ do tas ganham relevo 2005; Machado, 2014; Slenes, 2015). Outro aspecto do debate sobre género, sexualidade, violencia «¢ processos de Estado diz, respeito ao contexto em que as pautas feministas e 0s direitos sexuais emergem como pega fundamental das politicas de Estado, indicando transformagoes do dispositi~ vo da sexualidade (Carrara, 2015). Aqui, a vitima readquire lugar central para a andlise ja desdle um patamar que rejeita dualidades ¢ investiga seus processos de produgio no (nao)reconhecimento da violencia, como nos trabalhos sobre violencia letal contra gays ¢ travestis ¢ sobre a producio de categorias politicas como a de homofobia (Carrara e Vianna, 2004, 2006; Efrem Filho, 2015). (Os recentes estudos também tém investigado como género opera ‘em contextos marcados pela violéncia do Estado e/ou pelo crime, descortinando novas posig6es pelas quais as mulheres aparecem {86 SOCIOLOGIA BRASILEIRA KOE como agentes, nas penitenciarias femininas ou na mobilizagio em tomo da violencia softida por seus filhos (Vianna e Farias, 2021; Lago, 2014; Padovani, 2015; Negretti, 015). Quando tratamos das nuances das articulagées entre género, sexualidade, erotismo e violéncia no terreno dos s da se- xualidade (Gregori, 2016), assistimos ao deslocamento e disputa «em torno dos significados atribuidos a diferentes praticas sexuais, ‘Nessa literatura, a diade prazer e perigo tem dividido espago com © par consentimento ¢ vulnerabilidade como chaves para a com- preensio de novas formas de gestio da sexualidade e da emer- géncia de sangdes criminais ou morais (Gregori, 2016; Carrara, 'm surgido trabalhos que exploram desde a circulagao de saberes sobre “sexo saudavel” (Ferreira, 2013) até as formas consentidas de gestio de prazeres tidos como estig- matizados, como no caso do apps (Bondage, Disciplina, Do- minagio, Sadismo ¢ Masoquismo) (Zilli, 2007; Facchini, 2008; Gregori, 2016). Ao mesmo tempo, também tém sido estudados 08 novos pinicos morais ¢ os sentidos conferidos a priticas que se situam entre a criminalizagao e a reprovagao, como a pedofilia e a pornografia (Lowenkron, 2015; cia do que se convencionou cl realizagio de estudos sobre sexualidade que recusam a distingio entre hetero e homossexualidade ou as identidades af demarcadas como eixo central, deslocando a perspectiva pela qual 0 tema das sexualidades tradicionalmente vinha sendo tratado no campo. GENERO, PODER & PARTICIPAGAO POLITICA Os estudos de género sio fortemente atravessados pelos en~ trecruzamentos com género, poder ¢ politica, na medida em que A teorizagio feminista dificilmente pode set compreendida como dissociada do horizonte ético politico dos femninismos de modo sgeral. Assim, a politica e as relagées sociais de poder so dimen- ses quuase inerentes a boa parte dos trabalhos mencionados nas segGes anteriores. A diversidade de entradas do tema, bem como a dimensao da produeao sobre o assunto,demandam o espago que dedicamos a este item, no qual delineamos apenas algumas gran~ des tendéncias: participagao e representagio politica; feminismos; direitos sexuais e direitos reprodutivos; movimentos sociais ¢ pro- cessos de Estado; politicas piblicas; relagées sociais de poder ¢ interseccionalidades. No que concerne & participasao politica, @ assimetria entre homens e mulheres tem sido desde sempre uma preocupagio cen- ‘ral para o projeto feminista, que tem tateado as posstbilidades cxplicativas da baixa representacao politica das mulheres e as ten s0es relacionadas a democracia ¢ a0 funcionamento do Estado no Brasil numa perspectiva de géneto (Miguel e Biroli, 2010; Araijo, 2012; Matos e Paradis, 2014). As pesquisas apontam criticamente para as restrigdes da cidadania no Brasil e para as respostas ~ icionais € também partindo do movimento social — que se aptesentam. O estabelecimento de cotas para candidatas mulheres nas eleigdes tem sido analisado em diferentes pesquisas que, vi téncia da baixa presenca de mulheres itucional diante dos mecanismos adotados, embo- idade das candidaturas femininas como resultados positivos das cotas (Costa, 1998; Aratjo, 1999; Grossi, Miguel, 2001; Avelar, 2001; Pinto, 2001, 2070; Miguel, Queiroz, 2006; Araujo e Alves, 2007; Araijo, 20103 Sacchet, 2012; Ma- neguello ef al, 2012; Spohr ef al, 2016). Em diilogo com essa inha, a atuagio de mulheres em ‘ras e as trajetérias de candidaturas ¢ legislaturas femnini- nas tém sido objeto de investigagio (Pinto ¢ Moritz, 20093 8 SOCIOLOGIA HRASILEIRA HOjE 2010; Almeida, Luchmann e Ribeiro, 2013; Reis, 2014; Romero, Kerstenetzky, 2015; Mano, 2015). As eleigdes presides mandatos de mulheres também foram abordados pelas pesqui- sas, especialmente na chave dos vieses relacionados a género que ‘permearam os discursos nas eleigdes e gesties executivas (Mota e Biroli, 2010; Bi Mlendonga e Ogando, 2013) ional, os movimentos fe- também tém suscitado um conjunto vibrante de estudos. O momento atual, em ambos os casos, é de reflexto & enfrentado o desafio de tratar de um campo miltiplo, que tem se renovado fortemente. Embora a discussio sobre o complexo ico implicado nos feminismos seja bastante ante- rior ao momento atual, hé hoje uma grande atengio aos desdo- bramen da diversidade terminolégica empregada no tratamento para se referit ao tema “campo fe- minista”; “fer smos”; “movimentos feministas”; “movimento feminista’;“feminismos brasileiros”; “ferninismos latino-ameri- canos"; “feminismo”) (Alvarez, 2000; 2014; Pinto, 20033 Costa, 2004; Ramos, 2004; Miguel, 2003; Sarti, 2004; Moraes, 2007; Machado, 2010; Adriao, Toneli e Maluf, 2021; Ferreira, 2015). Os arranjos politicos originais diante dos contextos hist6ricos mais contemporaneos silo tematizados a partir de um esforgo de situar os ferninismos no Brasil num cenario internacional mais, amplo, sublinhando as intensas trocas com os feminismos | no-americanos de modo geral ¢ tensionando 0 sujcito politico do feminismo. Esse esforgo produziu um conjunto de pesquisas relevante, explorando notadamente as articulagées com geracio; com classe social e com os feminismos no campo popular; ¢ ESTUDOS DE GENERO NO URASIL: 20 ANOS DEFOIS 329 com raga. Em relagio aos feminismos jovens, a transmissio ge- racional e processos de renovagao e Ao geracional sao i versidade de pro~ ito de mulheres limites das categorias mais institucionais também. tém sido uma marca dos trabalhos (Zanetti, 2009; Facchi Franga, 201; Gongalves e Pinto 2011; Goncalves, Freitas e Oli- veira, 2015; Alvarez, 20143 Ferreira, 2015). ‘No campo popular, os trabalhos buscam compreender a pré- tica politica cotidiana de mulheres na cidade ¢ no campo (Bru- ‘mer, 2004; Paulilo, 2004; Boni, 2004; Bonetti, 20073 Sales, 20073 Salvaro, Lago e Wolff, 2014; Schwade e Paiva, 2014; Rodrigues, 2014; Aguiar, 2015). Parcela expressiva dos trabalhos dedica-se 4s trabalhadoras rurais organizadas, devido a visibilidade da sua atuagio e dos movimentos sociais de trabalhadores e trabalhado- ras rurais nas tiltimas décadas, dialogando nao s6 com 0 campo dos estudos de género, mas também com os estudos rurais. Por fim, o debate na intersecsSo entre género e raga dé pros~ seguimento 20 trabalho de feministas negras nos periodos an- teriores ¢ ganha novo impulso com a centralidade que o debate sobre raga tem assumido nos femninismos desde a virada do século. contexto internacional, marcado contra o racismo, em 2001, ¢ nacional, caracterizado pelo surgi- mento dede mutheres negras nas iltimas décadas e pelo debate transversal entre raga e género no campo das politicas pablicas, tem sido abordado pelos estudos, que exploram as priticas poli- ticas e organizacionais relacionadas aos feminismos negros ¢ as tenses no campo feminista e no movimento negro, ao mesmo ‘tempo em que questionam apagamentos e recuperam trajetérias, intelectuais e ativistas (Carneiro, 2002; 2003; McCallum, 2007; Santos, 2009; Damasco, i0 e Monteiro, 20: 480 SOCIOLOGIA BRASILEIRA Hoye O avango do conservadorismo 0 que tem sido eventualmen- te lido como Backlash, aspectos que devem concentrar esforgos analiticos nos préximos anos, jé apareciam como preocupasio no io dos anos 2000 (Costa, 2004). Outro modo pelo qual essa sussio tem sido feita se dé por meio do debate sobre o aborto, que também € uma via para a andlise critica sobre os limites da Inicidade do Estado no Brasil e sobre o (ni) reconhecimento Jjuridico aos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, passando pela leitura de como a questo tem sido instrumentalizada nos processos cleitorais mais recentes, em meio a pressio de distintos atores politicos. Os deslizamentos entre campos médico e jur dico em relagio ao aborto tém sido explorados no apenas no que concerne a pauta da legalizagao, mas também as controvérsias envolvendo o acesso e garantia do direito a0 aborto nos casos pre~ vistos em lei, bem como as ameagas aos direitos adquiridos nesse caso,’Tema central da agenda politica feminista, que dialoga com a questo da autonomia feminina e dos diteitos socia funciona como espécie de termémetro que permite ler avangos € retrocessos no que diz respeito as pautas sobre igualdade de género e a incidéncia social do movimento (Ramirez-Galvez, 19993 Porto, 2009; Diniz e Vélez, 2008; Scavone, 2008; Motta, orn ef al, 2012; Ramos, 20225 Machado, zor guel, 20123 Almeida e Bandeira, 2013; Ruibal, 20143 Biroli, 2014; Lana, 2013, 20142, 2014; Macedo, 2075). Outra vertente importante na articulagao entre feminismos ¢ politicas piblicas e/ou Estado diz. respeito as politicas de comba- te A violéncia e a pobreza, envolvendo também trabalho e renda. Em segio anterior, tratamos do grande contingente de estudos voltados para a avaliagio e andlise critica das politicas destinadas a0 enfrentamento da violencia contra mulheres. Outra acepsio possivel do tema diz respeito 20 modo como as mulheres tém ESTUDOS DE GENERO NO BRASIL: 20 ANOS DEPOIS 331 sido interpeladas por politicas de combate violéncia urbana 4 pobreza implementadas no Brasil desde os anos 2000, junta- mente com nogées de famili -adas nessas politicas. Nessa chave,o tema do cuidado ressurge em articulagdo com a dimensio econdmica das relagSes sociais ¢ das desigualdades de género. As es nesse tema tém articulado as iniciativas de combate violencia e & pobreza em diferentes ambitos, das agendas inter- nacionais as polticas locais, analisando suas metas, os discursos € priticas por elas instituidos e, mesmo, fazendo uso dos dados obtidos por meio dos programas existentes de modo a produzir analises sobre género, raga e pobreza (Sos), 2016a, 2016b; Guima- ies, 2016; Pinheiro ef al, 2008; Mariano, Carloto, 2009). No caso de Lesr, 0 renovado interesse no tema a partir da década de 2000 acompanha © que tem sido considerado como ‘um reflorescimento desse m. ciativas de mercado e sociabilidade voltadas para gays e lésbicas € das ages no Ambito do Estado brasileiro, Nesse cendrio bastan~ te contemporineo, a constituigio da populagio designada como Losr como sujeito de dircitos no Brasil, as conexdes ativas entre movimento € atores sociais como Estado e mercado e a relagio centre campo e arena do movimento (Facchini, 2005), assim como as reflexdes acerca dos processos de Estado na “cidadanizagio” de Lent, tém sido foco do investimento analitico em diferentes pesquisas (Facchini, 2005; 2008; Franga, 2006; Barbosa, 20r05 Carvalho, 2011; Aguito, 204), bem como, mais recentemente, 4 participasio de Lepr na p al efou nos partidos po- liticos (Santos, 20162, 2016b). Os estudos empreendidos nesse sentido permitem sugerir um novo regime da sexualidade, ope~ rando na linguagem dos direitos (Carrara, 2015) e deslocando a satide como principal via de acesso 4 cidadania para LeBr, como J apontara a leitura critica das politicas de satide para essa popu- J SOCIOLOGIA BRASILEIRA Hoye lacao, especialmente no que diz respeito a epidemia de m1v/Aids © a0 processo transexualizador no sus (Facchi 2009; Teixeira, 2013; Bento, 2006). Tais processos também tém sido encarados a partir da leitura da teoria gueer, essaltando uma tendéncia ao deslocamento de padres normativos relacionados 8 sexualidade, que se alargam ao mesmo tempo em que apenas 1am mecanistnos de controle social (Miskolci, 2007). Por fim, 0 ltimo ponto que gostariamos de destacar diz respei- to as possibilidades analiticas relacionadas 4s interseccionalidades. E importante lembrar que, antes mesmo do intenso debate pro- vocado pelas interseccionalidades, o campo dos estudos de género ‘no Brasil ja demonstrava o interesse por processos de produgio da 2007. 8 SOCIOLOGIA BRASILEIRA OTE icdadania Incompleta: O Impacto da Lei de Cotas Sobre a Repre~ 1 das Mulberes no Brasil. Tese de Doutorado, Rio de /vrHy, 1999. Rotas de Ingresso, Trajetérias e Acesso das Mulheres 20 Le~ gislativo: Um Estado Comparado entre Brasil e Argentina’. Revis- sa de Pstudos Feministas, vol. 18, n. 2, pp. 567-584, Florianépolis, 2010. “Cidadania Democritica e Insergio Politica das Mulheres”. Re- ‘sta Brasileira de Ciéncia Politica, n.9, pp. £47-x68, Brasilia, 012. Anaujo, A. M. C. & Lontnart, M. R. "Trabalho Informal, Genero ¢ Raga no Brasil do Inicio do Século xx1”. Cadernos de Pesquise,v0l. 43, 1. 149, pp- 452-477, Sto Paulo, 2015. Averan, L. Mulberes na Elite Politica Brasileira. ed. Sto Paulo, Editora Unesp, 2001. Azzneno, S, & StoLcKE, V. (coord,). 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Escorado em pesquisa empi- rica de folego, fornece um panorama detalhado da sua expansio ¢ diversificagio no perfodo em que o campo se consolida institu cionalmente e novas abordagens teéricas ¢ teméticas germinam com muito vigor. “As autoras so muito cautelosas ao afirmar que nio se trata de um levantamento exaustivo, até porque, o proprio crescimento da fvea dificulta qualquer tentativa de percorré-In no espago de um artigo. Também reconhecem que, na medida em que o conheci- mento 6 situado, é possivel que, desde outros lugares do campo, ou fora dele, outras tendéncias poderiam emergir. Prevalece, pois, no texto um Angulo de observacio mais sintonizado com a an- tropologia e com os desenvolvimentos das pesquisas na tex da sewualidade, éreas de especializagio das autoras. Todavia, tal predominancia disciplinar e temdtica nfo limitam, a meu ver, 0 alcance do balango. Isto ocorze porque o campo de género com- partitha importantes referéncias analiticas comuns,apesar da ine- 360 SOCTOLOGIA BRASILEIRA HOE sxisténcia de uma esse ialismos ¢ a visio critica das concepgoes dominantes dh normas de género criam uma maneira propria de interpelara reas dade, que atravessa fronteiras disciplinates, A enfase do balango no tema da sexualidade, por sua ver, € consistente, pois acompanha o préprio desenvolvimento dos cstudos de género/sexualidade. Tendo como parémetro a andlise Auantitativa feita pelas autoras do temairio dos congressos e dos artigos em periédicos do campo de género e das cigncias sociais, ivel a expansio dos temas como sexualidade, género.e sexuali- dade, diversidade sexual e de género e/ou queer studies nas iltimas . Acesso 23.3.2017. ht- tp://dx.doi.orp/10.1590/1809.4449201600460129. Ker Rosa. Génerae Trabalbo ne Brave na Franga, Si0 Paulo, Boi Mecats, Leslie, (2005). 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Doutor em Sociologia pela Universidade de Sio Paulo em co-tutela com o Instituto Max Planck do livro Selling "Cultures" The Traffic of Cultural Representations from the Yawanawa, Colénia: mues-spce ¢ de artigos diversos, dentre os quais 0 recente Conversées da Divida Entre os Yawanawd: Um Modelo de And is da cigncia e tecnologia. Realiza pesquisas etnogréficas a respeito da construgio de mercados ¢ transagées que representam a insergao de populagdes periféricas em circuitos globais do capital. Seus interesses esto centrados nas cesses circuitos comerciais € na constituigio simultanea de mercados © novas identidades.

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