You are on page 1of 12
quecimento Global, struicao da Camada de Onio e Residuos de Calor trodugao : E. Efeitos Ecolégicos da uecimento Global e Efeito Estufa Poluigdo Térmica postos do Carbono F. Torres e Lagoas de Resfriamento a e Aquecimento Global G. Usando os Residuos de Calor igdo da Camada de Ozénio H. Resumo luigéo Térmica oducgao scutido nos capitulos anteriores, a conversao de combustivel em energia util tam- oduz residuos de calor e libera na gua e no ar atmosférico uma série de poluentes. ente existe uma preocupagao crucial com a possibilidade de que o clima da Terra permanentemente alterado pelas emissées de diéxido de carbono resultantes da de combustiveis fésseis. Este “aquecimento global” pode ocasionar efeitos climati- ca antes experimentados pela espécie humana. Outro problema atmosférico é a o da camada de oz6nio localizada na atmosfera superior, resultando em aumen- ntimeros de casos de cancer de pele, decorrentes do aumento da exposigao aos avioletas. Este capitulo ira examinar os problemas de longo prazo relacionados quecimento global e decorrentes das emissGes de CO; e outros gases, assim como oblemas ambientais causados pela destruigéo da camada de ozGnio da atmosfera Iremos estudar os efeitos dos residuos de calor sobre 0 meio ambiente, resul- 9s processos de conversao energética e, também, a recuperacao da energia util pre- malguns destes residuos térmicos. ecimento Global e Efeito Estufa io de um cientista pode ser um lugar notavel. Béquers e réguas, voltimetros e 0s, computadores e instrumentos pequenos e grandes sao alguns exemplos dos ipamentos que podem ser encontrados 14. Um dos objetivos de um cientista 218 Energia e Meio Ambiente explorar um determinado componente da natureza da matéria ou a interacao de uma com outra (vivas ou inanimadas), obter algumas conclusoes e, entao, levar estas conch para 0 mundo exterior ao laboratério. Ao estudar os efeitos de certas drogas em peqi animais, por exemplo, podemos desenvolver hip6teses sobre seus efeitos nas pe estudar diferentes materiais em baixas temperaturas, podemos descobrir caracteri matéria que podem nos levar ao desenvolvimento de novos supercondutores. Estes mentos nao sao sempre reversfveis (os animais podem ser afetados para sempre), m sao implementados em uma escala pequena, o bastante para causar o minimo de sobre as coisas localizadas do lado de fora do laboratério. Contudo, nés também parte de um laborat6rio muito maior — a propria Terra — e nossos experimentos n¢ oratério nao sao necessariamente reversiveis ou benignos. Com a combustao dos bustiveis fosseis, nossa atmosfera se transformou em um grande laboratério experin levando a conseqiiéncias que podem causar desastrosas alteragdes em nosso clima. As evidéncias indicam que a medida que continuamos a queimar combusti seis, liberamos gases em nosso grande laboratério, que podem elevar a temperatu Terra em pelo menos alguns graus e potencialmente modificar o clima do planeta in Areas agricolas férteis podem se transformar em desertos, ao mesmo tempo em qued tos podem florescer. Areas costeiras podem ser afetadas pela elevacaio do nivel do Provocando a migracao de milhdes de pessoas de regides, como o sul da Fléridae desh. Um dos problemas relacionados com estes experimentos massivos é que talve sejamos capazes de interrompé-los, apesar de eles poderem ser desacelerados. Os ¢i tas tém os mais diferentes pontos de vista com relagao a esta questao e nao existe con sobre quais atitudes, se 6 que existe alguma possivel, devem ser tomadas. Todavia sultados de estudos recentes levaram o United Nations’ Intergovernmental Pa Climate Change (IPCC)! a concluir que “existe uma nitida influéncia humana s clima global através das emissdes de gases estufa”. A justificativa para esta afirmagi em parte, da grande semelhanca entre as previsbes feitas por computador (para mosfera aquecida por gases estufa) e o real perfil de temperatura da Terra. O efeito estufa é causado por gases presentes na atmosfera terrestre e quea determinados comprimentos de onda da radiacao infravermelha emitida pelo pla de outra forma, iriam ser irradiados para 0 espaco exterior. Relembre, do Capitulo 5, Energia Solar (Figura 5.3), que a temperatura da Terra depende do equilibrio entre gia que chega do Sol e a energia que é irradiada de volta para o espaco pelo p Aproximadamente metade da energia que entra na atmosfera do planeta é absorvid nuvens e pelas particulas ou é refletida de volta para o espaco. O restante é abso: superficie terrestre, aquecendo os continentes e oceanos. As superficies reirradi energia sob a forma de radiacao infravermelha ou térmica. O vapor d’agua ¢ 0 CO; ralmente presentes na atmosfera absorvem certos comprimentos de onda desta Uma parte deste calor absorvido é, entao, reirradiado de volta para a Terra. Este mantém a temperatura da superficie terrestre aproximadamente 30°C (54°F) mais do que ela seria caso nao existisse a atmosfera. O aumento nas concentragées de C com que mais calor fique retido dentro da atmosfera do planeta. 1 _N-T; Painel Intergovernamental sobre Mudanca Climética da Organizacdo das Nagbes Unidas, 1988 pela Organizacéo Meteorolégica Mundial — OMM e pelo Programa das Nagies Unidas para Ambiente — PNUMA, apés a realizacdo em Toronto, no Canadéd, da Conferéncia Mundial sobre Mud Atmosféricas: “The Changing Atmosphere: Implications for Global Security’. E constituido por cientistasd versos paises e dreas de conhecimento, sendo dividido em trés grupos de trabalho complementares forca-tarefa que estuda os gases relacionados com o “efeito estufa”, Foi criado em fungio do re pela Organizacao das Nacdes Unidas e pela comunidade académica internacional da enorme co do sistema climatico, do elevado risco trazido pela mudanga climatica e da urgente necessidade da cia de uma fonte de informagio técnica, cientifica e socioecondmica sobre as causas e os impactosd rentes da mudanca climética e, também, de uma anilise imparcial das possiveis medidas de res incluindo a analise custo/beneficio da acao em comparagio a da nao-implementagio de nenhumaag Cap. 8 Aquecimento Global, Destruigéo da Camada de Ozénio... 219 IVIDADE 8.1 Para entender como o efeito estufa funciona, realize a seguinte atividade. Junte trés grandes recipientes de vidro e trés termémetros. Coloque um termémetro dentro de cada recipiente. Cubra um recipiente com uma placa de vidro, deixe 0 segundo sem cobertura e coloque um vaso com planta dentro do terceiro, cobrindo-o com uma placa de vidro. Exponha os trés recipientes a luz solar direta ou a uma lampada e registre as temperaturas a cada dez minutos durante uma hora. Coloque os resultados em um grafico e compare-os. A Figura 8.1 mostra a correlacao entre as concentragdes de CO, atmosférico e as mu- de temperatura durante dois perfodos de tempo. Estes dados foram obtidos por Ode uma andlise das bolhas de ar presas dentro de amostras de gelo glacial coletadas intartida e na Groenlandia. Durante os tiltimos 160.000 anos, parece haver uma clara acao entre a temperatura do planeta e as concentragdes de CO; atmosférico (veja a 8.1a). O final de um perfodo glacial ha aproximadamente 130.000 anos e de outro ha 0u menos 10.000 anos parecem ter sido refletidos em fortes mudangas tanto na tem- fa quanto na concentragao de CO; (em partes por milhao). Os dados mostram que inte 0 século passado (Figura 8.1b) ocorreu um ligeiro aquecimento global de aproxi- lamente (ou melhor) 0,5 °C, assim como um aumento de 20% nas concentragées de atmosférico. Desde o inicio da era industrial, as concentragdes de CO, atmosférico au- 30%. Estudos recentes mostraram que o século XX foi o mais quente dos tlti- anos, até agora. ‘Outros gases que estéo se acumulando na atmosfera também desempenham papéis antes no aquecimento da Terra. Enquanto 0 diéxido de carbono e o vapor d’égua em apenas fracamente a radiagao infravermelha com comprimentos de onda entre 7 12 um, outros gases “estufa” s4o potentes absorvedores do calor emitido nesta faixa liagao. Estes gases sao o metano, os 6xidos de nitrogénio e os clorofluorcarbonos ou (como o Freon)’. Apesar de estarem presentes em quantidades muito pequenas, gases permanecem na atmosfera por muitos anos e possuem uma grande capacidade sorver calor. Uma molécula de CFC pode ter o mesmo efeito que 10.000 moléculas de 0s CFCs sao resultantes apenas das atividades humanas, enquanto o 6xido nitroso ))se origina dos processos agricolas e industriais. O metano pode ser relacionado em com as crescentes populagées de gado bovino, com a decomposigéo da matéria ica em plantagées de arroz e aterros sanitérios e com a produgao de combustiveis A Figura 8.2 mostra as concentragées de metano durante os tiltimos 10.000 anos. entraces de metano permaneceram estaveis desde o final da tiltima era glacial, h adamente 10.000 anos, mas comecaram a aumentar mais ou menos cem anos auma taxa anual de 1%. NT: Nome convencional do gés clorado e fluorado derivado do metano ou do etano, que é usado como agente refrigerante ou gas propulsor de aerossdis. De maneira geral é pouco t6xico, mas quando disperso na alla atmosfera é um dos principais responsdveis pela destruicéo da camada de oz6nio. A composigéo do Freon 12 ¢ CIF». 220 Energia e Meio Ambiente Mudanga de temperatura até 0 presente (°C) 160 140 120 100 80 60 40 Milhares de anos atras (a) 2 2 3 8 3 S 3 Z Mudanga de temperatura até o presente (°C) Concentr -8 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 5 Ano (b) FIGURA 8.1 Acorrelagao entre as concentragées de didxido de carbono e a temperatura da Terra durante os Ultimos 160.000 anos é mostrada no grafico superior (a). A correlagao nao é tao obvia durante os ultimos 100 anos, como mostrado no grafico inferior (6) (veja também a Figura 1.1). (H. IkEN. SCIENTIFIC AMERICAN, 1989; 261:74 [SEPTEMBER].) Cap. 8 Aquecimento Global, Destruigéo da Camada de Ozénio... 221 FIGURA 8.2 A concentracao global de gas metano durante os Ultimos 10.000 anos indica um dramatico aumento comegando aproximadamente cem anos atras. Os dados foram obtidos a partir da analise de bolhas de ar presas em gelo glacial na Groenlandia. (rH. ken, SCIENTIFIC AMERICAN, 1989; 261:63 500 - [SerEMBRO],) 10.000 5.000 2.000 1.000500 200 100 50 Anos antes do presente ATabela 8.1 fornece informagées sobre os gases estufa: suas fontes, atuais concen- vida média na atmosfera e potencial de aquecimento global (PAG) — a capaci- Bede cada gas estufa de capturar calor. O aquecimento estufa é claramente uma questio acional. A Figura 8.3 mostra a di: tibuicdo global das emissdes de COs, assim como lontes deste tipo de emissao nos Estados Unidos. Aproximadamente 60% do volume de gases estufa é representado pelo CO>. Atividades relacionadas com energia so onsiveis por algo em torno de 80% do CO, jogado na atmosfera todo ano. A Figura 8.4 @as emissGes per capita de CO, nos paises que apresentaram as maiores emissoes le gas em 1995. Os Estados Unidos emitem aproximadamente 21 toneladas métri- Pessoa/ano. Nuimeros compardveis de outros paises s4o os da Alemanha (11), do #0 (9,3), China (2,8) e India (1,1). A mais alta emissao de CO, per capita é a dos Emi- abes Unidos, de aproximadamente 30 toneladas métricas por ano. Como os paises fssenvolvimento continuam a se expandir, estes ntimeros devem crescer. Alguns espe- sprevéem que dentro de cinco anos a China ird substituir os Estados Unidos como fremissor de CO2. A Tabela 8.2 lista as emissdes anuais de carbono pelos paises Iideres 8.1 GASES ESTUFA Emissées Vida mé Concentragao dos EUA atmosférica em 1995 Fontes (MT/ano) (anos) (ppM) Combustiveis fésseis, 5.500 100 360 desflorestamento Campos de arroz, | 300-400 10 17 gados e aterros sanitérios Fertilizantes, 310 0,31 desflorestamento Sprays aerossdis, 1.300-12.000 0,003 refrigerantes (étomos de cloro) de Aquecimento Global: é a capacidade da molécula de absorver radiagao térmica em relagao 8 ca- fa molécula de Oz, ahha 222 Energia e Meio Ambiente Japao e Australia (7%) ameres do (27%) China _ (11%) ~~ Paises em__— desenvolvimento i) Russia e Europa de economia certamente planejada Europa (21%) Ocidental (16%) Distribuigdo das emissGes globais de CO, (22 x 10° toneladas CFC de carbono/ano) (11%) Atual contribuigao do CO, e outros gases Residéncias para 0 aquecimento esperado (19%) Transporte — (32%) Comércio (16%) Distribuigdo das emissées de CO, dos Estados Unidos (5,5 x 10° toneladas de carbono/ano) FIGURA 8.3 Distribuigaéo das emissGes de didxido de carbono a partir de combustiveis fosseis, 19 (ELECTRIC POWER RESEARCH INSTITUTE [EPIR] JOURNAL) Cap.8 Aquecimento Global, Destruigao da Camada de Oz6nio. 223 Estados Unidos Russia China Japao Alemanha india Reino Unido Australia Canada Italia Franga Sis i Rae ee ae México Polonia Africa do Sul Republica da Coréia oO 5 10 15 20 25 30 Toneladas métricas de CO, per capita FIGURA 8.4 Emissoes anuais per capita de didxido de carbono (CO?) dos 15 paises com maiores emissdes totais, 1995. (wort Resources INSTITUTE, WASHINGTON, D.C.) ‘Uma das primeiras observacées do nosso “experimento” com gases estufa aconteceu os 70, a partir de mensurac6es dos niveis de diéxido de carbono na atmosfera. Dados juna Loa Observatory, Havaf, mostraram que as concentracées de CO, atmosférico am aumentando constantemente, passando de 315 PPM em 1985 para aproximada- nte 360 ppM atualmente (Figura 1.1). A partir destes dados, foi estimado que se 0 con- mundial de combustiveis fésseis continuar a crescer a uma taxa real de 1% a 2% ao uma duplicacao da concentracgao de CO, pode ser esperada em meados do século. mo 0 CO2 atua como um “cobertor térmico” na atmosfera, esta duplicacao da sua con- agao pode significar um aumento da temperatura média global de 1,5°C a 4,5°C; no ex- mo, 0 clima da Terra seré o mais quente desde dois milhdes de anos atras. Apesar de 0 a ja ter experimentado mudancas agudas em seu clima (no tiltimo bilhao de anos m quatro eras glaciais), estes aumentos projetados na temperatura sao substanciais. ltimos 125.000 anos, as variacées de temperatura tém sido de aproximadamente ape- is 45°C. Nos tiltimos cem anos, a temperatura média da Terra aumentou entre 0,3°C e - Um acréscimo de 2°C por volta de 2050 (como Projetado por alguns modelos climati- corresponde a mais 0,3°C por década —o que equivale a sete vezes a taxa hist6rica. Evidéncias adicionais do aquecimento global podem ser encontradas na rapida re- ao das geleiras fora das Areas polares e na diminuigao das areas cobertas por neve em mas regiGes como a Europa. A geleira do Monte Quénia encolheu 40% entre 1963 e Em termos de temperatura, dez dos 15 anos mais quentes de todos os tempos foram ados nos tiltimos 16 anos. Outras observacées incluem a ocorréncia de primaveras ipadas e de invernos tardios nas Tegides localizadas em altas latitudes do Hemisfério € e uma alteragao na distribuicdo geografica de algumas espécies animais em direcdo polos. Um recente estudo britanico mostrou que os passaros estao pondo seus ovos is cedo na primavera. 224 Energia e Meio Ambiente Tabela 8.2 EMISSOES DE DIOXIDO DE CARBONO POR PAIS, 1996 Pais Emissées Emiss6es per capite (bilhGes de toneladas/ano) {toneladas/ano) Estados Unidos 5.310 21,2 China 3.370 2,78 Russia 1.582 10,7 Japao 1.170 93 india 998 1,06 Alemanha 862 10,5 Reino Unido 558 95 Canada 41 13,8 Repiblica da Coréia 407 9,0 Italia 404 vA Ucrania 396 11 Franga 363 62 Polénia 356 9,2 Mexico 349 Australia 308 (Oak Ridge National Laboratory) A determinacao dos impactos do aquecimento global no século XI é muito repleta de incertezas. Isto se deve muito ao fato de que os enormes modelos dorizados utilizados para fazer as simulagdes e prever os climas futuros si0 quados para simular como as coisas podem mudar em dreas locais. Os modelos sao representacdes numéricas dos complexos processos fisicos que dependem d de 4gua e calor entre a atmosfera e os oceanos, das composicdes atmosféricas, da solar, da cobertura de nuvens e de outras condicdes ambientais. As potenciais im} desta tendéncia de aquecimento sao numerosas e assustadoras. 1. O aumento das temperaturas globais nao seré geologicamente uniforme e po ser maior nos pélos, levando ao derretimento das calotas polares e elevando nivel dos mares de 0,3 metro a7 metros (1 pé a 23 pés). Praticamente todos 6 portos do mundo podem ser cobertos pela agua, assim como as Areas agricol costeiras de muitos paises. No ultimo século, o nivel do mar elevou-se de 10¢ a 25cm. . Mudangas na precipitacao e padrées de tempestade alterados podem ter efeitos sobre a agricultura por causa de uma mudanga na localizacao das produtivas e de uma alteragao na temporada de crescimento das plantas. Um previsao indica que o cinturao de produgo de graos norte-americano esté se movendo lentamente rumo ao norte, entrando pelo Canada. Cap. 8 Aquecimento Global, Destruigéo da Camada de Ozénio... 225 @-Alguns graus mais quente pode parecer agradével no meio do inverno, mas os lias de verao podem se tornar insuportaveis. Em Washington, D.C,, estima-se Gueo ntimero de dias com temperaturas superiores a 90°F pode ultrapassar 87; alualmente, a média é de 36. Como as correntes ocednicas sdo controladas por diferencas de temperatura entre 5polos e o Equador, algumas areas (como a Europa) podem se tornar mais frias Emconseqiiéncia das alteragdes nos padroes de circulacao dos oceanos. Um dos [tieitos mais observaveis pode ser o aumento da intensidade das tempestades tropicais. inda que a grande maioria dos cientistas (mas nao todos) concorde que as crescentes feliagdes de diéxido de carbono irao afetar a atmosfera do planeta, a questo é quanto e Gite Velocidade as temperaturas irao aumentar. Um elemento chave na previsao deste bilo um entendimento do ciclo do carbono (Figura 8.5). Sem a influéncia humana, os Hide carbono entre o ar, as plantas e os oceanos seria praticamente equilibrado. A ima de combustiveis f6sseis adiciona algo em torno de 5 bilhées de toneladas de carbono imusfera.” Aproximadamente metade desta quantidade é absorvida pelos oceanos e pelas las, enquanto a outra metade permanece na atmosfera. Apesar de as plantas serem um Bde dibxido de carbono, o desflorestamento pode transformd-las em uma fonte produ- fo Bas. O carbono adicionado a nossa atmosfera como resultado do des lorestamento — imadas e derrubad: estimado como préximo de 1 bilhao a 2 bilhdes de toneladas ano. Como os oceanos contém mais ou menos 55 vezes mais carbono que a atmosfera e HWezes mais que as plantas terrestres, alteragdes na capacidade dos oceanos de absorver e enar carbono sao cruciais no entendimento do ciclo do carbono. 2,5/anos permanecem no ar Total de 2,5-6,5/anos Total de 5—9/anos Absorcao pelas plantas Equilibrio natural das S/anos| trocas entre oceano e atmostera : a Equilibrio natural das trocas Absorgao entre as plantas pelos oceanos eaatmosfera | 1 Queima de combustiveis fésseis " Desflorestamento Teg URA 8.5 bdo carbono na Terra, mostrando os fluxos de carbono entre o ar, as plantas, os a queima de combustiveis fosseis e o desflorestamento. (Emissdes em bilhdes de las por ano.) Sem a influéncia humana, os fluxos de carbono entre o ar, as plantas e Gteanos seriam praticamente equilibrados. (Err Journal) BPara converter para emisses de CO2, multiplique por “is = 3,67, que 6 a razao entre a massa de CO} e jarbono, 226 Energia e Meio Ambiente Boa parte da incerteza associada com as previsdes das tendéncias de aquedil relaciona-se com uma compreenséo das dimensées das varias retroalimentat podem ocorrer em resposta as alteragdes que estamos provocando no clima. Aofa um sistema tem “retroalimentacao” ou feedback, queremos dizer que uma parcela duto ou da safda (output) do sistema retorna a entrada (input) para afeta-lo nega positivamente. Retroalimentacao negativa ira gerar um efeito de resfriamento quel teré ou amortecer a tendéncia de aquecimento, enquanto uma retroalimentagao pi iré aumenté-la. Por exemplo, temperaturas mais altas iriam fazer mais 4gua do ma porar e, como o vapor d’agua é um melhor absorvedor de radiagao infravermelhag CO,, ele poderia criar uma retroalimentagao positiva sobre a mudanca de temperalil fornecer uma barreira térmica melhor. Todavia, ele também poderia produzir uma tura de nuvens mais espessa, a qual iria refletir a luz solar; isto seria um exemplode retroalimentacao negativa que iria reduzir a tendéncia de aquecimento. Em outtog plo, foi demonstrado em condicées de laboratério que niveis elevados de diéxidoda bono estimulam o crescimento das plantas, o que iria aumentar os drenos naturais del uma retroalimentacao negativa. Por outro lado, temperaturas elevadas provocamg mento das taxas de decomposicao de matéria organica no solo, uma retroalimentagi sitiva. Um incremento na temperatura da Terra poderia diminuir a cobertura dem gelo, o que iria reduzir a quantidade de radiagao solar refletida pelo planeta (0 Isto iria aumentar a absorgao de energia solar e assim estimular a tendéncia de mento. Na Figura 8.6 so examinados alguns destes feedbacks potenciais relacionadd © aquecimento climatico. A compreensao de quais mecanismos de retroalimentagil dominantes é importante para a realizacao de previsoes. O sistema climético da Terra é muito complexo e o nosso conhecimento sobred danga climatica esta se desenvolvendo rapidamente. Novas descobertas sobre 0s desempenhados pela poluicao atmosférica local e pela destruigao da camada dead no abrandamento do efeito estufa tém reduzido as projecdes computacionais sh taxa de aquecimento global. Recentemente surgiram algumas dtividas relacio com o aumento percebido de CO, na atmosfera. Lembre que o ar aprisionado lotas de gelo da Antartida mostraram que as concentracées de CO; eram maishl durante as eras glaciais do que sao agora. Contudo, tém surgido algumas diividas as técnicas de amostragem. Parte do CO; presente nas bolhas de ar poderia pem aprisionado quando o gelo fosse esmagado e, desta forma, nunca ser notado ms dicdes laboratoriais. Mesmo persistindo uma boa quantidade de incerteza sobre os impactos dag centes concentragées de gases estufa em nossa atmosfera, se formos esperar ate qi torne 6bvio e indiscutivel que as tendéncias de aquecimento estao ocorrendo, tale tarde demais para fazer qualquer coisa com relagio a elas ou a suas conseqj Durante os préximos anos é certo que, como parte do processo, ocorrerao debates nos circulos cientificos quanto nas esferas politicas. Um ponto de vista sustenta que nao sabemos 0 suficiente sobre o que esta acontecendo para sermos capazes de tof atitudes apropriadas. Mais pesquisa é necessdria. Este ponto de vista argumentag grandes quantidades de incerteza presentes nas projec6es climaticas tornam polidh comendavel o investimento de grandes quantias de dinheiro tentando evitar cons@ cias que podem nunea se materializar. Um segundo ponto de vista afirma que deve aceitar o fato de que a mudanca climatica é inevitavel e comecarmos imediatamentell adaptar a temperaturas mais altas, nivel do mar mais alto, alteracées nas éreas de duco agricola e assim por diante. Outro ponto de vista é o de que j4 devemos oo implementar mudancas em nossos estilos de vida e tecnologias para reduzir a seveti destas potenciais mudancas climaticas Cap. 8 Aquecimento Global, Destruigao da Camada de Ozénio... 227 pode ser feito, se é que existe algo que possa ser feito, para evitar que as con- de gases estufas cheguem a niveis inaceitéveis? A area de politicas puiblicas com a questdo energética certamente é uma na qual mudancas podem ser se reduzir as emissGes de CO;. Algumas das opcGes so uma maior énfase na io de energia, incentivos econdmicos, tecnologias alternativas e energia nuclear. ade gerada pela combustéo de gas natural produz 60% menos CO, por kWh @0 carvao, ea utilizacao de gas esta crescendo. Também devemos estar atentos a 0; as nossas proprias atividades produzem. Um norte-americano emite, em i toneladas métricas de CO Por ano — seis vezes mais que uma pessoa que vive pais em desenvolvimento. A Tabela 8.3 apresenta a produgao de CO; decorrente de atividades comuns. O aumento da eficiéncia energética também ird reduzir as §,a0 mesmo tempo que nos permite manter o mesmo nivel de atividade. Aquecimento: A retraco . i gracial diminui a Aquecimento: O degelo polar acelera 5 decomposicao e a liberagao refletividade dos pdlos. e si e do carbono ainda aprisionado no solo congelado. mento: O aumento rapido temperatura nas latitudes das reduz o diferencial mperatura entre o Equador Resfriamento: As plantas Polos, paralisa as correntes crescem mais rapido ase reduz 0 bombeamento em uma atmosfera de CO, para as regides ¢ rica em CO, e _ profundas do oceano. J absorvem mais carbono. - Resfriamento: lAquecimento: A medida que| oe O desflorestamento 08 oceanos se aquecem, : torna as regides sua capacidade tropicais de reter 0 CO, mais refletivas. dissolvido diminui. Aquecimento: O desflorestamento libera CO Aquecimento: O aumento adicional. da temperatura Provoca maior evaporagao e aumenta a umidade Resfriamento: O aumento da umidade leva ao aumento da cobertura de nuvens. ciais retroalimentagdes ou feedbacks ao aquecimento global. Espera-se que feedbacks Vos aumentem o aquecimento, enquanto os negativos provavelmente terao um efeito Tesfriamento. (EPR: JouRNAL) 228 Energia e Meio Ambiente Tabela 8.3 PRODUCAO INDIVIDUAL DE DIOXIDO DE CARBONO Uso Base Emiss6es de CO, (Ib) Automével Por galdo 20 Eletricidade Por kWh (utilizando carvao) Gas natural Por therm (para aquecimento) Uma recente proposta para a reducao da quantidade de CO> adicionado 4 atmosfera é 0 seqiiestro de carbono. O objetivo aqui é capturar 0 carbono na sua fot direciond-lo para drenos nao atmosféricos. Isto pode ser feito por meio de (1) abso do CO, diretamente da corrente de gases pelo contato com um solvente, (2) injegit gas em velhos pocos de petréleo, (3) bombeamento nos oceanos para captura pors mentos, (4) direcionamento mais eficiente para ecossistemas terrestres como flo vegetacdo e solos. Uma companhia norueguesa esta atualmente seqiiestrando CO, reservas de sal profundas sob o Mar do Norte. Esta abordagem ainda demanda mi ta pesquisa. Para estas abordagens serem efetivas, estratégias internacionais terdo de ser volvidas e implementadas. Muitos governos possuem um preconceito estrutural conti resolugao de problemas de longo prazo. Os passos rumo a desaceleragao do aqueci global serao custosos e controversos. Regulacées legais sobre o uso de combustiveis {6s certamente irao sobrecarregar alguns grupos e as nacdes em desenvolvimento $ mente pressionadas a concordar com controles sobre a queima de combustiveis f6 para o aumento da conservagao de energia. E j Quadro 8.1 IMPOSTOS DO CARBONO Um método para reduzir as emissées de gases estufa é a imposigao de um imposto do carbono que seria atribuido aos combustiveis de acordo com a sua intensidade de emissao de carbono. Isto iria encorajar os consumidores a optar por combustiveis alternativos, incluindo a eletricidade produzida por fontes edlicas, fotovoltaicas e solares. O imposto do carbono iria impactar mais fortemente o carvao, que produz 21% mais CO? por unidade térmica de produgdo que o petrdleo e 76% mais queo gas natural. A agao de forcar a transigao para outras fontes que nao os combustiveis fésseis seré muito cara. A nogao de tempo é importante; uma mudanga cedo ou tarde demais no desenvolvimento de tecnologias alternativas provavelmente vird com uma etiqueta indicando um prego bem alto.

You might also like