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CAPíTULO 7
.Materiais didáticos
no ensino de línguas1
Roxane Rojo
Apresentação
s investigações na área de Linguística Aplicada sobre ensino de lín-
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MATERIAIS oIDAncos NO ENSINO DE LlNGUAS .•
~
.3
vam qualquer livro ou apostila (escola pública ~ privada de ensino' básico).
esse panorama em vários aspectos, como por 'exemplo, limitando a compra e
distribuição aos livros de autoria nacional e exigindo, em seus editais, obedi-
I
Para esses professores, havia quatro recursos didático-pedagógicos indispen- %
i>l sáveis, pela ordem de importânoia: O aparelho de som, dicionários de inglês, 1 ência aos referenciais nacionais (PCN e OCNEM). No entanto, no que tange -
. livro didático e quadro de giz. Para os professores das redes pública e privada a esses "novos" livros distribuídos à rede pública, quase não há estudos ainda
~
sobre o tratamento dispensado ao currículo e às metodologias de ensino.
~ de educação básica, o LD era visto como um "subsidio/apoio" e um 'comple-
menta" ao ensino do professor e à aprendizagem dos alunos. Já nas escolas de Outra característica que tem sido apontada para o LD brasileiro é a
idiomas, por outro lado, o LD ou apostilado era visto como guia norteador, tendência a propor-se como tlalternativa" ~o (não )planejamento e à prática
um instrumento indispensável para o processo de ensino e aprendizagem. do professor. Segundo Batista (2003: 28), os estudos sobre o LD brasileiro a
Em geral, o LD assumia as seguintes funções para as professoras pesquisadas: partir de meados dos anos 1960 mostram que
(b) os livros par.didáticos ou paraescolares; da Câmara Brasileira do Livro, de 1981, mencionado na obra de Oliveira el
(c) os livros de referência, como antologias, compêndios de gramática, alii (1984), em que um "novo tipo de professor" é caracterizado por assu-
.livros de consulta e dicionáriosj mir uma "grande sobrecarga de trabalho" e por ser malformado e apresentar
(d) as edições escolares de "clássicos", como a popular coleção "Para "falta de condições [...] para preparar e corrigir exerCÍcios e desempenhar
gostar de ler", muito presentes em nossas salas de aula. outras atividades didáticas.
Como vemos, há maneiras diversas de servir ao ensino e de encarar e Nesse sentido é que o manual escolar oU LD se apresenta fortemente
dialogar com os interlocutores - alunos e professores: atuar como fonte de como estruturador da ação didática do professor, propondo-se a substituir
referência a seu ensino e estudo; complementar e ampliar os conteúdos; for- seu planejamento e escolhas didáticas, a definir metodologias de ensino e
mar leitores apresentando coletâneas de bons textos. Mas o livro didático, enfoques teóricos e a deixar-lhe o papel de gestor apenas da disciplina e do
tempo escolar, de "gerente" da aula (Bunzen, 1999; Geraldi, 1987).
ou manual, tem outras vocações além dessas.'
Que outras alternativas, sem ser a completa submissão ao LD, restam
Ainda segundo Batista (2003: 46-47),
ao professor em sala de aula? Muitos advogam a não adoção de nenhum
há um modelo de manual escolar que se constituiu} 110 Brasil} ~ntre os mater,ial e a "autononli~" do professor no preparo de suas aulas. Mas C01110
anos 1960 e 1970. De acordo com esse modelo, o livro didático tem fazê-lo - em especial, o professor de língua portuguesa, que tem muitas
turmas -, já que, de fato, graças à sobrecarregada jornada de trabalho, ele
por princípal função estruturar o trabalho pedagógico em sala de aula e,
raramente tem condições de realizar um planejamento de suas aulas, deta-
para isso, deve se organizar em torno:
lhado e diferenciado segundo as necessidades dos alunos, e já que nunca tem
• da apresentação não apenas dos conteúdos curriculares mas tam~
condições de apresentar aos alunos materiais impressos que deem suporte à
bém de um conjunto de atividades para o ensino-aprendizado desses
aula, por razões logísticas - dificuldades em obter e distribuir cópias, falta
conteúdosj
de aparatos tecnológicos em sala de aula, por exemplo?
• da distribuição desses conteúdos e atividades de ensino de acordo
É complexa a questão! Frison et alii (2009, s.p.) afirmam que "a realida-
com a progressão do tempo escolar, particularmente de acordo com
de da maioria das escolas mostra que o livro didático tem sido praticamente
as séries e unidades de ensino.
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11 UNG\J1S11CAAPLlCADA NA MODERNIDADE RECENTE i MATERIAIS DIDÁTICOS t:'0 ENSiNO DE LíNGUAS
11
1
o único instrumento de apoio do professor e que se constitui em uma impor- I via seria, além de gerenciar o tempo e a disciplina escolar, selecionar bons
I
J tante fonte de estudo e pesquisa para os estudantes", mas que, ainda asslm}
! livros, afinados com suas concepções tanto sobre o ensino-aprendizagem %
~ como sobre os objetos de ensino, e deles extrair seu melhor, combinando-o
"l o professor" deve buscar no livro didático as contribuições que possibilitam
.a ele mediár a construção do conhecimento científico pelo aluno, para que com outros recursos disponíveis.
~
:3 Esta alternativa parece ser a mais equilibrada entre as outras duas, po-
este se aproprie da linguagem e desenvolva valores éticos, mediante os avan-
lares _ «autonomia" X "submissão" - e tem sido a mais recorrentemente
ços da ciência, contextualizad~ e socialmente relevante",
indicada aos docentes tanto pelo MEC como pelos pesquisadores e forma-
Ora, como fazê-lo se a proposta autoral do LD pode ir - e quase sem-
dores. No caso da rede pública paulista, é quase um "princípio" de trabalho
pre estará indo - por outro percurso, sem transpor ciência situada ou so-
equivalente ao da autonomia. Vejamos uma manifestação a esse respeito,
cialmente relevante e sem um trabalho no campo da ética?
comparando \> LD a apostilados que quase sempre são seguidos compul-
Para Lajolo (1996: 4), For exemplo, por um lado, "o livro didático é
soriamente, de uma doe"ente cursista de um curso de especialização em
um importante mecanismo na homogeneização dos conceitos, conteúdos e
Língua Portugues~ (Ensino a Distância)8, durante um fórum ae discussão
metodologia educacionais", mas, por outro, "apresenta conteúdos fragmen-
tados" para torná-los acessíveis à compreensão do aluno, o que, certamenT sobre esse tema:
Aqui se indica uma terceira alternativa para o professor no uso dos ma- determinado tempo.
teriais: a primeira seria estar refém do livro escolhido; a segunda seria ter
uma "autonomia" impossível a partir da organização do tempo escolar) da
ta um livro único com unidades de ensino disparatadas, sem progressão e apresentando diferentes
jornada de trabalho e das tecnologias disponíveis'; finalmente, a terceira visões de diferentes autores, para ser usado peio conjunto de professores e alunos do Estado, esses,
não autônomos.
8 Especialização em Língua Portuguesa, organizado pelo Instituto de Estudos da
o Livro Público do Estado do Paraná pode ser caracterizado como uma tentativa de
Linguagem da UNICAMP (IEL/UN lCAMP) em convênio comaSecretaria de Estado da Educação
contemporizar o conflito" entre as duas primeiras alternativas: propõe-se um livro público úni-
de São Paulo (SEE-SP), no âmbito da Rede de Formação Docente do Estado (REDEFOR), que
co ("submissãon), mas con~truído pt:los próprios professores. em formação no Programa de
atendeu aos docentes de c':lsino fundamental e médio. "
~esenvolvimento Educacional (PDE) do Estàdo do Paraná ("autonomia"'). O ptoblema é que resul- "
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11 UNGU!sTlCA APUCADA NA MODERNIDADE RECENTE MATER1AIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE LiNGUAS
11
o em uma Sequências didáticas: um material mais flexível?
~
problelna dessa alternativa é que, quase sempre, ela resulta
colagem de textos e atividades retirados de LD com propostas muitas vezes
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ij-
~
disparatadas ou contraditórias, sem uma "espinha dorsal" que sustente tais
o "liv:;,:odidático e os I1lateriais educacionais que dela resultam são
~
pouco adequados para responder às exigências apresentadas pejo contexto
~ .disparates ou contradições. Ou então, no caso dos LDP, no uso exclusiva~
j educacional contemporâneo" (Batista, 2003: 49):
mente de coletâneas de textos ou, no caso da matemática, por exemplo, no
uso exclusivo dos exercicios para fixação.
Esse contexto é marcado pela afirmação da diversidade e flexibilida-
Isso ocorre porque,_ de acordo com Bunzen e Rojo (2005), o LDP é
de das formas de organização escolar, originadas pela necessidade de
também ele um gênero discursivo que, como tal, apresenta unidade discur-
atender aos diferentes interesses e expectativas gerados por fatores de
siva, autoria e estilo. Para Bunzen e Rojo (2005: 86-87),
ordem cultural! social e regional. Para isso, é necessário dispor de um
livro didático também diversificado e flexível, sensível à variação das
os autores de livros didáticos e outros agentes envolvidos em sua produ.
ção produzem também enunciados num gênero do discurso,~que pos. formas de organização escolar e dos projetos pedagógicos, assim como
à diversificação das expectativas e interesses so~iais e regionais9•
sui temas (os objetos de ensino)! uma expectativa interlocutiva especifica
(professores e alunos das escolas públicas e privadas/ o editor! os avalia.
dores do PNLD) e um estilo didático próprio. São requeridos - e não é de hoje - materiais e impressos didáticos que
permitam "novosmodos de relação do manual com o trabalho docente" (p. 49).
Assim, quando os autores e editores de LDP selecionam/negociam de-
Apesar da percepção e da afirmação dessas necessidades, só muito re-
terminados objetos de ensino e elaboram um livr? did~tico, com capí-
centemente (em 201I), o MEC sinalizou com algumas alterações em seus
tulos e/ou unidades didáticas, estãC' produzindo um enunciado em um
editais; tratarei disso adiante. Do ponto de vista da política pública do li-
gênero do discurSai cuja função social é re(a)presentar, a cada geração
vro escolar, tudo continuou mais ou menos da mesma maneira nos últimos
de professores e estudantes, o que é oficialmente reconhecido ou au~
quinze anos.
torizado como forma de corihecimento sobre a lingua(gem) e sobre 'as
Isso abriu espaço para que, nesses quinze anos, outros materiais im-
formas de ensino-aprendizagem, Não se pode esquecer que determi-
pressos didáticos, vindos de outras fontes e em geral não avaliados exter-
nados objetos de ensino (e não outros) são selecionados e organizados/
namente, adentrassem as salas de aula de muitos estados e tnunicípios bra-
em determinada progressão} levando-se em consideração, principal-
sileiros. Em especial! os apostilados, tanto de empresas escolares privadas
mente/ a avaliação apreciativa dos autores e editores em relação a seus
- as "redes" - como os propostos pelas próprias redes públicas estaduais
interlocutores e ao próprio ensino de língua materna, para determina.
do nível de ensino.
Há dez anos, o autor já aconselhava ao PNLD e ao MEC certas mudanças: são necessá-
rios, pelas razões apresentadas, esforços para que o PNLD contribua para o desenvolvimento de
Este é o problema com a terceira proposta intermediária: cada auto-
novas concepções de livro didático; dê acolhida a propostas de novos modos de relação do manual
ria de cada manual escolar tem sua própria apreciação de valor sobre o quê, com o trabalho docente; possibilite uma renovação dos padrões editoriais associados ao conceito
de livro didático que se cristalizou na tradição brasileira. Em outros termos: para que o MEC atue
sobre como ensinar e para quem. Combinar essas diferentes vozes em uma
de modo mais significativo na promoção de um ensino de melhor qualidade, é necessário ampliar
aula neID: s.empre resulta em "conhecim~nto prudente para uma vida decen. a concepção de livro didátic0i possibilitando que a oferta de materiais inscritos se diversifique e se
te", como diria Boaventura de Souza Santos. eilriqueça.{Batista, 20Ó3: ~9),
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MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE LíNGUAS
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11 UNGutsTlCA APLICADA NA MODERNIDADE RECENTE
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e municipais e que receberam diferentes denominações (fascículo, caderno,
de Francês Lingua Materna
da Educação (FAPSE)
(DFLM)
da Universidade
da Faculdade
de Genebra
de Psicologia e Ciências
(UNIGE), elas são o
I
jornal etc.). E também, as sequências didáticas!'.
%
~ .resultado de um processo de transposição didática que, procedendo à mo'de-
.i'J Vou, nesta seção, examinar as sequências didáticas, visto que os aposti-
~ lização didática de dado objeto de ensino, transforma-o em saber ensinável,
li: .lados são extremamente heterogêneos em termos de concepção e finalidades
que possibilita o planejamento de uma unidade de ensino modular.
:1l e quase sempre são pouco flexiveis para o uso do professor, tendo controle
A transposição didática (Chevallard, 1985) é o movimento pelo qual
de uso compulsório, seja pelas redes públicas, seja pelas redes privadas. Já a's
passamos do saber teórico (aquele qU? os cientistas e teóricos elaboram) para
sequências didáticas se apresentam como material mais flexível, que se esgota
o saber a ensinar (planejamento e materiais didáticos) e, através deste, ao sa-
em si mesmo em uma relativamente breve unidade de ensino, que deve ser
ber ensinado (aquele que reaimente acontece em sala de aula)_ Os diagramas
adaptada pelo professor a suas necessidades de ensino e às possibilidades de
abaixo repre~entam o processo.
aprendizagem dos alunos, como querem os PCN. Além disso, esgotando-se
e~ si mesma, isto é, examinando apenas um ou poucos objetos de ensino, sem
propor uma progressão entre esses objetos - o que ficaria a cargo do profes-
sor, da escola ou, mais raramente, da rede de ensino - pode ser mais facil-
mente co~binada com outros materiais e conteúdos, por ser modular.
E o que são as sequências didáticas (doravante, SD)? São um disposi-
tivo de organização didática de planos de ensino; são uma ferramenta da
engenharia didáticall (De Pietro, Schneuwly, 2002) ...
Propostas para o ensino de francês como língua materna feitas pelo
Grupo Grafe", de pesquisadores pertencentes ao Departamento de Didática
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UNOutsnCA ÃPLTOOJA NA MODERNIDADE RECENTE
MATERlAlS DIDATICOS NO ENSINO DE LlNOUAS
li
forma de composição como de estilo (teorias textuais, teorias linguís- •.o que
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:> ticas no sentido amplo - semânticas, sintáticas, lexicaisJ.fonológ'icas questão?
se sabe sobre'; objeto de ensino, isto é, sobre o género em
I
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'ô.
~ etc.). E essa referência é altamente seletiva, em função de critérios • O que se sabe sobre o que o aluno específico a quem se dirige o ensino
~ nem sempre evidentes, mas que estão provavelmente ligados a repre-
:!l já sabe sobre o gênero em questão? Quais suas capacidades de leitura
sentações implícitas do que pode ser ensinado (o que é ensináve/); e produção de textos nesse gênero?
• os gêneros semelhantes já ensinados e que podem funcionar como • Que outras atividades de ensino anteriores prepararam esse aluno para
ferramentas de aprendizagem para o novo objeto de ensino (o gêne- as novas aprendizagens?
ro em questão) - referência em parte pré-teórica e relacionada ao Os diagra.mas abaixo representam o processo:
senso comum e à experiência vividaj
• as capacidades de linguagem dos alunos para o trabalho com o gê-
nero em leitura e produção de textos - referência ligada tanto ao
conhecimento da aprendizagem dos alunos quanto às pesquisas em
. psicologia da linguagem e psicolinguística;
• os conhecimentos implícitos das práticas dídáticas regulares (tipos
de objetos comumente ensinados; possibilidades e práticas regu-
lares de ensino de certas dimensões do gênero etc.) - novamente
uma referência em parte pré-teórica e relacionada ao senso comum e
à experiência vivida.
Portanto, a modelização didática envolve tanto uma descrição e um co-
Figura 2; Diagramas da modelização didática.
nhecimento sobre o objeto de ensino, a partir da teoria e dos saberes práticos13,
como a avaliação formativa ou. diagnóstica dos saberes dos alunos sobre o Feita a modelização didática do objeto de ensino - no nosso caso, O
objeto de ensino - o gênero em questão - e de suas capacidades de lin- gênero - o modelo didático obtido é, em seguida, operacionalizado em
guagem para ler e produzir textos nesses gêneros, assim como das práticas uma SD que preveja:
de ensino relacionadas a este objeto já efetivadas. • situações de leitura, análise e produção de texto.<, cuja configuração
Assim} para um autor de material didático ou um professor realizar a depende) entre outras coisas, do modelo didático de referência, mas
modelízação didática de um gênero discursivo, será necessário perguntar: também de teorias mais gerais de leitura e produção de textos, que
digam respeito aos elementos necessários para se criar boas situa-
13 É sempre preciso lembrar que, muitas vezes, não há saberes teóricos disponíveis, no cam- ções de produção;
po dos estudos linguísticos (linguística textual, análises de discurso, teorias de enunciação, retóri- • os objetivos de aprendizagem visados nos diferentes módulos de ensino,
ca, dentre outros) para descrever as características de um conjunto de textos em um gênero. Nem
sempre a ciência os valorizou o suficiente para descrevê-los. E o que acontece com grande parte dos sendo que um módulo se define como um espaço-problema relativa-
gêneros orais e com os gêneros chamados por Garcia Canclini (2008[1989]) de "impuros"', como mente homogêneo, trabalhado por meio de tarefas diversas;
as HQ, os videoc1ipes etc. Nesses casos, temos de recorrer aos saberes práticos de seus produtores
e receptores críticos} que, aliás, são sempre úteis, mesmo qu"ando há conhecimento de natureza • a. tarefas ou atividades propostas aos alunos para iltingirem esses ob-
científica disponível.
jetivos (De Pietro e Schneuwly, 2002: 48).
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MATERIAIS DIDAncos NO ENSINO DE L1NCUAS
instrumentos
as SD maximizam,
das atividades e dos exercícios, as chances de cada aluno se apropriar dos
e noções propostos! respondendo, assim, às exigências de di~
das que
pela diversificação
tos de conhecimento
necessárias
gem de linguagem
comum do(s) gênero(s)/esfera(s)
A fase inicial da SD permite fornecer
p~ra que conheçam o projeto
a que está relacionado.
discursivo
serão discutidos.
aos alunos todas as informações
visado e a aprendiza-
A ela se segue a produção inicial. .I
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..•. ~
ferenciação dç ensino. No momento da produção inicial, os alu.nos elaboram um primeiro tex-
A partir desses princípios, uma SD se organiza conforme o diagrama a to do gênero em questão (ou 1eem refle':ivamente um conjunto de textos ~
seguir, retirado de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004[2001]: 98).
j
d~ gênero), revelando a si mesmos e ao professor as representações que têm
dessa atividade. Logo, a primeira produção é a realização prática de uma
avaliação formativa eJ ao mesmo tempo, enseja as primeiras'aprendizagens.
••1.:
888
. Figura 3. E~quema da sequência didática.
PRODUÇÃO
FINAL
Para o professor) eSsas primeiras
vilegiados de observação, que permitem
de maneira mais precisa às capacidades
Permite-lhe (re)compor
Nos m6dulos, trata-se
e/ou selecionar
de trabalhar
produções constituem
refinar a SD, modulá-la
reais dos alunos de uma dada turma.
os m6dulos de ensino.
os problemas
momentos
que apareceram
pri-
e adaptá-la
na
)
-~
••
),:
radamente,
O objeto de ensino (no caso, a leitura e produção
no gênero) é, de certa maneira, decomposto,
seus diversos elementos. Portanto,
para abordar, um a um e sepa-
a composição
de textos
dos módulos
•• ~
mente" na produção final. A apresentação da situação é, portanto, o momen- deve responder às questões: 'I'J
to em que a turma constrói uma representação da situação discursiva e da • Qjle aspectos do(s) gênero(s) e de sua leitura/produção abordar? ••
b.
• Como construir um módulo para trabalhar um aspecto particular?
atividade de linguagem a ser executada.
Por meio de quais exercícios e atividades?
14 Esse conjunto de atividades não necessariamente precisa se configurar como um mate- Ao final dos módulos selecionados e compostos, que são em número
rial didático impresso. Ele pode consistir simplesmente em um conjunto de atividades descnvolvi- variado, mas de cujo número depende a extensão em número de aulas da
das pelo professor, com o apoio de impressos diversOS (textos, instruções) configurados em supor-
tes divcrsos (folhas, fichários, pastas, portfólios, xérox 4e textos avulsos etc.). No Brasil, entretanto,
referimo-nos mais frequentemente a 5Ds como materiais didáticos impressos. 16 Que pode ser também uma atividade de leitura reflexiva de textos do gênero, por exem-
, 15 O trabalho de Ferreira (2001) mos.tra que os LD de inglês como Hngua adic,ional tam- plo. O objet.ivo é sempre a ~VJ.liação diagnóstica ou formativa. .
. bem começam a abri.r espaço para a perspectiva. baseada em gêneros de texto/discurso.
I.
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separadamente nos módulos e permite tanlbém ao professor realizar uma
riência extraescolar pela escolai por outro} cria instrumentos para que
a escola possa ter maior valor para o cotidiano do aluno, favorecendo,
'ii.
I.
[], -r1;r&;
MATERIAIS DlDAnCOS!'lo ENSINO DE L1NGUAS
LIVROCOMPÚMENTAR
17 E aqui não estou somente me referindo a uma imputada insuficiência ou carência na ~
. ... - '.
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formação inicial e continuada do professor para a docência} mas, principalmente, ao fato de que a .Eduçadore's o~vidos pela Folha dizem" entretail)~9f_que.o_uSo. desses disposi-
produção de impressos didáticos é em geral muito mais complexa do que se leva em conta, exigindo tlvÇ>s.tequcr cuidado: como funcionam como uma proposta diferente da do
compet~ncias que vão desde as capacidades de busca e seleção de bons corpus ou baseS de dados, até
Fvro de papel, não devem subs,tituí-Io. Os dois devem convivet.
diagramação e editoração, que ,,50 muito espcc.íficas de um campo que não é o do professor e, sim,
o do editor, . .
11 LlNGU!STI.CA APUCADA NA MODERNIDADE RECENTE
MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE LINGUAS
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se não for lá (na escola), será cá (em casa), apesar dos conselhos apocalípti-
No entanto,
(2006) nos ajudam a refletir, ao diferenciarem
a questão vai muito além disso. Lankshear
os letramentos
e Knobel
tradicionais
I
, cos dos "educadores". Mesmo oS alunos de classe C e O podem ter acesso: %
~ ~os "novos" letramentos, dizendo que esses últimos se caracterizam não,
~ no trabalho, em casa, na casa de amigos, em centros comunitários ou lan
apenas por novos aparatos tecnológicos (que, para os autores, incluem os
~ .houses e em
J
um futuro breve, na escola. Claro que os alunos dessas classes
programas, as ferramentas ou aplicativos - de texto, cálculo, áudio, vídeo,
~ e da escola pública ficam mais desvalidos e mais "barrados no baile", "isto é:
imagem, animação, comunicação em redes -, assim como os dispositivos
na escola e na vida.
_ computadores, consoles de games, tocadores de mp3 e mp4, celulares,
Se essas mudanças de tecnologia significam mais do que acesso à hi-
tablets etc.), mas principalmente por um novo "ethos".
permidia _ significam, como quer Chartier, acentuadas mudanças nos mo-
Para os autores, o que e definidor dos "novo~" letramentos é princi.
dos de ler e de produzir textos - então o que mais elas trazem consigo, em
palmente ess~ novo, "ethos" e não as tecnologias em si. Inclusive, é possível
especial para o ensino de línguas?
(e frequente nas escolas) ,usarem-se as novas tecnologias para letramentos
Bem, para o ensino de português nas escolas, de saída, podemos visium~
tradicionais, como escre-ver cartas ou ensaios e dissertações, assrm como
brar novas e interessantes possibilidades - em relação aos LD impressos
também é possível uJ!l 'tnovo" letramento sem as novas tecnologias da quar-
_ de trabalhar com textos e gêneros que eram abordados com dificuldades,
ta revolução de Chartier, como era o caso dos DJS antes dos notebooks, que
como os gêneros orais e os multimodais e hipermidiáticos. No PNLO, dife-
remixavam e ~lteravam sons a partir de "bolachas" rodando em vitrolas (ve-
rentemente dos LD e materiais impressos para línguas adicionais (inglês e es-
lhas tecnologias para um novo "ethos").
panhol), os LO impressos de português nunca foram, até o momento, acompa-
Como os autores caracterizam este novo "ethos" vem sintetizado na ta-
nhados por satélites (fitas, CDS ou DVDS), que eram vetados no Programa para
bela que apresentam (p. 38, tradução minha):
esta disciplina, e que permitiriam um pequeno acervo desses textos com todas
as suas propriedades. Evidentemente, a transcrição de um texto oral não é um
texto oral e os impressos não permitem imagens em movimento ou áudio.
Mentalidad-;' r:' . .Mentalidade 2
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IO~niú1ído;L1jncib1ireiHa:.v~i1riãíS"a~.'ti~
No casO dos materiais para línguas adicionais, os satélites acompa-
~~~(p;i}i~pi~';~~J;~~~1
nhando o livro podem ser considerados até tradicionais. Como dizem os ','I tfeiJáis
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\po'i.;eíte.mplo; ftiberesJil1Ço)i~
professores da pesquisa de Xavier e Urias (2006), o aparelho de som e os .-r~ós~i~:~~~~~~.:'~:
f dicionários são mais importantes que o livro didático e até que o quad:o de O m.~nd:6 é "cent.rado" e hierárquj,co. ".' ~.o
.inu~do.~:: ~es~ent.r,~~o"~.~<pl_~b~".
giz, nas aulas de inglês.
Nos dois casos, no entanto, a presença das TICs e de dispositivos digi-
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tais conectados em sala de aula tem efeitos de alcance mais amplo, como, por
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exemplo, poder acessar outras amostras e acervos que não somente aqueles
valorizados e selecionados por autores e editores de impressos, tais como, no
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do português do Brasil (que quase nunca são abordados nos LDP) e, no caso
;.t"ur~,e.~munidad~.s ou centros (por ~.,c~.titíflUa.'- ' ..:.,..
de inglês, o mesmo: textos de diferentes culturas e de diferentes variedades . 'exemp~o)tl~afirma ou.co~panhia): ..~to- ,,-_?l.
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~~ MATERIAIS DlDAncos
i,nte.ligência. '".:'1":1 ~~ , ..,;..." , '~.• vas dos LDDI descortinam um novo universo de possibilidades de ensino-
-aprendizagem em que os objetos de ensino e estudo, anteriormente abstra-
tos, longínquos e que tinham de ser captados e compreendidos por meio de
'. .
O' e.spaç~é:-.be.r~oJ,cp~.ç.tínuo e,fluido.
~. uma linguagem verbal escrita altamente complexa, agora podem se presen-
tificar no livrol por meio de imagens estáticas e em movimento e de áudio
.' •• Jo."'", •. ; f.'.,......... ,. + ".",.,."
e vídeo (objetos e animações 3D interativos, galerias de imagens, imagens
interativas, vídeos e áudios, gráficos, tabelas e infográficos animados, as-
sim como quizzes, PDFS e apresentações Power Point animadas)} facilitando
muito a compreensão e análise de conceitos mais abstratos, como o de DJ\!A
Tabela 1.1. Algumas dimensões da variação de mentalidades.
ou de átomo, por exemplo.
Vemos, pois) que esse novo "ethas" traz consigo mudanças fundamen- Tudo começou com um
tais, tanto no campo do trabalho e da produção como da vida pessoal e da jovem, Mike Matas, que, em
vida pública. A educação não pode continuar a ignorar essas mudanças na 2010, publicou, por sua edi-
formação de nossos alunos. tora de LDI (Push Pop Press),
Portanto, trata-se de muito mais do que simplesmente dar textos a ler seu primeiro título, que foi o
em um novo suporte ou colocar em fablets PDFS de livros impressos: trata- polêmico livro de AI Gore so-
-se de novas relações com o mundo, o trabalho, a produção e o consumo, as bre o aquecimento global Our
pessoas e coletivos, a cidade e a vida pública e - por que não? - também e Choice (Nossa escolha), feito
Figura 1: Disponível em: <http://www.youtube.com/
principalmente com o conhecimento livremente distribuído. watch?v:::LV-RnXGH2Y>, acesso: 26 sct. 2013 para rodar em dispositivos
Para retornar a nosso tema do papel dos materiais didáticos na prática de tela de toque. Ele ajudou a
docente do professor, vamos comentar três tipos de materiais digitais que reinventar o livro eletrônico com essa façanha19. O livro já apresentava todos
funcionam segundo esse novo "ethos". E o primeiro deles é justamente o li- os recursos de interatividade para telas de toque que mencionei acima.
vro didático digital interativo (LDDI). Em janeiro de 2012, a Apple lança um programa distribuído gratui-
tamente aos seus usuários, bastante baseado no que Matas desenvolveu no
Os livros didáticos digitais interativos (LDDI)
19 Vale a pena ver a palestra de Mike Matas no TED, apresentando seu novo livro digital Our
Falei acima de :um livro digital interativo - Os fantásticos livros voa- Choice, em abril de 2011. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=LV-RvzXGH2Y>.
dores do Sr. Morris Lessmore -, um conto infantil sobre leitores para novos acesso: 26 set. 2013 .
•
MATERIAIS DIDATlCOS NO ENSINO DE LlNGUAS
11
\,
li LrNGUlSTICA APLICADA NA MODERKIDADIl RECENTE
•,
p
Our Choiee, chamado IBooks Author - um programa editor de livros digi-
, São novidades importantes quando os governos federal e estaduais
anunciam compra e distribuição de tablets a professores e alunos, e o PNLD
i
~ tais interativos para serem lidos em IPads, disponível a qualquer autor {no- %
abre, por primeira vez, a possibilidade de que as coleções de LD sejam com-
i
;j
tem: author e não publisher, ou editor) - maS principalmente para autores
plementadas por um DVD-satélite que pode contar com esses mesmos ele-
~ de didáticos _ que queiram editar seu LDDI e distribuí-lo - gratuita ou
mentos (objetos digitais, animações, vídeos etc.) relacionados ao conteúdo
~ remuneradamente - na web. Há também outros editores de LDI gratuitos, •
do LD impresso. São novidades importantes e possivelmente tenhamos,
para outros dispositivos digitais de telas de toque (Androids), disponíveis
cedo ou tarde, de lidar com elas.
como apps na web. Não temos ainda condição de saber o quanto esses LDDI podem ou
Da distribuição desses
não ser flexíveis ao uso do professor! mas alguns de nossoS estudantes já
programasresultaram livros di- "
estão cOIneçando esse tipo de investigação} tanto no que diz respeito à lousa
ciáticos com recursOSimpressio~
digital, quanto aos tablets e LDDI. Mas já sabemos que o professor - ou
nantes, em geral destinados ao
ensino superior, tais como Life
I qualquer outro usuário de tecnologias - já pode editar seu próprio material
didático, se quiser e tiver te;"po para isso, no formato de LDDI para tablets
on Earth (Vida na terra), de E. O.
e celulares.
Wilson, sobre assuntos da bio-
logia, e Solar System (O Sistema
Solar), de Marcus Chown, so- Os recursos educacionais abertos (REA)
Figura 2: DisponlvclcmLift: onEarth, de Eo,..O. Wuson. bre astronomia. Por exemplo,
Um dos principais problemas que enfrentamos quando" queremos
na imagem ;0 "lado, retirada do
editar ou} principalmente, publicar nossos próprios materiais didáticos é a
livro Life on Earth, vemoS uma animação sobre os "níveis de organização do
questão dos «direitos autorais" dos muitos textos de todos os gêneros que
DNA", que apresenta as representações em forma sólida, por átomos ou por I temos, n6s, professores de línguas, de inserir em nossos materiais para poder
traços, da cadeia de DNA, do "nuc1eossomo, das estruturas de ordem mais alta,
trabalhar com eles. Muitas editoras seguem rigidamente as leis de direitos
dos cromossomos e da célula completa, de maneira interativa e animada:
Mas) no caso dos LDDI, embora apresentem meios nunca antes imagi-
\
I
autorais e de direitos conexos} o que torna ou a obra muito cara ou inviável.
Assim, os recursos educacionais abertos20 contam com uma lógica pú-
nados de favorecer a compreensão de conceitos pelos alunos e sua interação
com o texto) com os conteúdos e, por vezes! c.om o autor (quando este opta I blica e colaborativa para minorar esse problema:
por incluir vídeos de miniaulas)} ainda não sabemos que papel livros como 20 O Projeto Brasileiro sobre Recursos Educacionais Abertos: Desaftos c Perspectivas
esses desempenharão em sala de aula, nas práticas dos professores. Sabemos (Projeto REA-Br) teve início em 2008 com a visita de uma delegação internacional ao Ministério
da Educação ccom a realização de uma série de eventos de sensibilização emSão Paulo e Brasília. O
que se apresentam claramente como mais um interagente em sala de aula e
projeto REA-Br foi fundado por Carolina Rossini em 2008 e é um dos primeiros projetos no Brasil
tndo dependerá de como o professor e os alunos estabeleçam agora a intera- que tenta aproximar da realidade e das perspectivas brasileiras a discussão internacional acerca dos
recursos educacionais abertos (REA) e da cducação aberta. Mas isso não seria possível semo apoio
ção com o livro digital. de uma entusiasmada comunidade: a Comunidade REA-Brasil. Essa comunidade é formada por
No entanto, são c1ara~ente ferramentas muito mais sofisticadas do educadores, cientis,tas, engcnheiros, profissionais de T~Cs,jornalistas, advogados e todos aqueles
que acreditam em educação abcrta e recursos,educacionaL~ abertos (disponível em: <http://rea.
que a mera digitalização de texto impresso e podemos prever que alterem a
net.br/sit~/.rea-brasil/historia/>! acesso: 26.set.20 13).
dinâmica da interação em aula.
•
fi
11 LlNGU1snCA A1'UCADA NA MOOERNIDADE RECENTE ., ' MATE'IAlSDlDÁTICOS NO ENSINO OE LINGUAS
11
j Recursos educacionais abertos são materiai
~rotótipo é um produto que ainda não foi comercializado, mas está em ~
.g e pesquisa em qualquer suporte ofrnídia, q'
fase de testes ou de planejamento. Pod~ se referir a um automóvel (como
;
"
~ blico, ou estão licenciados de mantEra abert" %
um carro conceituaI), avião) nave espacial, navio ou qualquer outra embar-
~ utilizados ou adaptados por terceiros. O uso c1
".3 tos facilita O acesso e o reuso pote~al dos rel
cação) veículo de transporte ou produto da engenharia) como, por exem-
plo, um porto ou uma usina hidrelétrica) uma turbina, uma bomba hidráu-
mente. Recursos educacionais abe~s podem
lica etc. Geralmente estes produtos são testados antes em modelos físicos 1
partes de cursos, módulos, livros d~ticosl ar'
em laboratórios especializados de aerodinâmica ou de hidrodinâmica.
testes, software e qualquer outra fl'ramental
possa apoiar o acesso ao conhe:li ento (Un. Na informátical protótipo é um sistema/modelo (pode ser um site web
Learning; Comunidade REA-B L,2011, o.u um software) sem as funcionalidades inteligentes (acesso a banco,
rea.net.br/site/o-que-e-rea/>, aces : 26 set. 2 sistema legado)} apenas com as funcionalidades gráficas, e algumas
lCO.
SD como um dispositivo da engenharia didática. Um protótipo
seria um "esqueleto"
ser "encarnado"
de ensino
de SD a
ou preenchido
fessor produzir
pesquisas
~l
seus próprios materiais
mais recentes sobre os rnuJiletramel
•
Commom Creative Licenses - o Creative Common
sem fins lucrativos, com representantes em quas~O países, c
éo
:;ana
:gais
ores
" pelo professor,
um modelo didático
um gênero ou conjunto
por
I
impressos e digitais nas práticas de ensino de línguas. Analisei os LD, as
principias de ensino-aprendizagem adotados e aos possíveis objetivos de ensino
SD e, em seguida, os LDDI, REA e protótipos de ensino_ Tentei salientar os
a serem selecionados para compor os módulos de ensino. ! ganhos que as TICs trazem para os <'novos"letramentos, para o aprendizado
Ao professor caberia a parte de avaliação diagnóstica:
do aluno e para a autonomia c flexibilidade do professor. Espero ter contri-
Ca)da cultura local e dos conhecimentos e capacidades de seus alu-
; buído para uma avaliação mais crítica e menos preconceituosa dos avanços
nos, para poder selecionar tanto os objetivos mais adequados a eles
como os textos multimodais e hipermidiáticos mais interessantes l,, que o digital pode; se cuidarmos, apresentar.
do acervo ou do bancoj
(b) das atividades de ensino já desenvolvidas em sua escola que pos-
sam estar relacionadas às novas aprendizagens.
O passo seguinte do professor seria a montagem de sua SD propria-
mente dita, adequada ao contexto escolar e aos alunos visados, a partir dos
objetivos e textos selecionados do acervo e observando os pri.ncípios de en-
sino-aprendizagem e a descrição de gêneros presentes no esqueleto. Seria
um trabalho de colaboração entre o docente e a academia. Coautoria.
Cabe ainda, por último, observar que os prot6tipos seriam otimizados
• se fossem armazenados nas nuvens, isto é, estivessem disponíveis
em ferramentas gratuitas coro alta capacidade de armazenamento e
acessibilidade democráticaj
• se contassem com ferramentas colaborativas, também públicas e
gratuitas, que permitissem in~eração colaborativa tanto entre o pro.
I
ponentc e O professor, como entre o professor e seuS ahmosj