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mx tse) olc/:) aise VNUs aT N.Cham. 550 C539g 2.ed: Autor: Chiossi, Nivaldo José Titulo: Geologia aplicada 4 engenharia . Yee CEFET-PR BIBCE N° Pat.:1221111779 \ UNIVERSIDADE DE SAO PAULO escola politécnica GEOLOGIA APLICADA a pror. NIVALDO JOSE CHIOSSI )) wy Grémio Politécnico INTRODUCAO E A POSICGAO DA GEOLOGIA APLICADA 1.1. INTRODUGAO Durante a realizago do Il Congreso de Geologia de Engenharia, em agosto de 1974, em Sado Paulo, um dos temas discutidos foi o do ensino dessa especia- lidade. Ficou demonstrado, na ocasido, a necessidade de ser desenvolvida uma linguagem comum entre 0 Geélogo € o Engenheiro. Dentro desse espirito publiquei em 1971 uma apostila na qual se baseia 0 presente livro. A sua filosofia era a de apresentar em uma linguagem simples ¢ ‘objetiva, a0 estudante de engenharia e ao engenheiro, as numerosas aplicagdes da Geologia em projetos de Engenharia Civil Na ocasido, surgiram pedidos da obra de praticamente todas as Escolas de Engenharia do Brasil. Esse fato me leva a agradecer, profunda e sinceramente, a todos os profes- sores, profissionais ¢ estudantes que prestigiaram a obra. Foram publicadas trés edigdes da referida apostila. Esse fato levou-me a proceder a uma revisdo do texto inicial, para publicdJo agora na forma de um livro-texto, Foi mantido o mesmo espirito de dar a obra uma orientagdo onde a quase totalidade dos exemplos sejam nacionais, tanto os fendmenos geolégicos, como as obras de engenharia. Assim, foram ampliados e atualizados varios capitulos, bem como 0 mimero de ilustragGes fotograficas existentes na Ultima ediggo em forma de apostila. 2 GEOLOGIA APLICADA A ENGUNIARIA E meu desejo, pois, que esta nova edigdo yenha contribuir para o desen- yolvimento ¢ afirmagio do ensino da Geotecnia ¢ da Geologia de Engenharia, dentro de uma linha que atenda fundamentalmente ds necessidades nacionais. Alguns capitulos poder parecer aos gedlogos como extremamente simpli- ficados, porém o objetivo foi o de se tentar um meto de comunicacao simples e pritico, entre gedlogos ¢ engenheiros, Dessa maneira, foram abandonados ceftos eapitulos até entao tradicional. mente desenvolvidos nos Cursos de Geologia de muitas Escolas de Engenharia, como Mineralogia: Fendmenos de dinamica interna da Terra, como vuleanismo, terremotos € epirogénese, Fendmenos de dinamica externa como, por exemplo, esttido da alividade do gelo; e em certos casos extremos onde chegavam a set ministradas até Nogoes sobre Palcontologia. © presente texte, foi ainda desenvolvide dentro de um esquema no qual a Geologia Aplicada esté curricularmente ligada 4 Mecanica dos Solos. Dessa maneira, alguns aspectos que podem parecer com tendéncias essencialmente descritivas devergo ser mais profundamente anslisados no Curso ou nos livrostextos de Meciinica dos Solus, Fundagdes ¢ Obras de Terra. Acreditamos. também que certos capftulos como, por exemplo, Mecanica das Rochas, devam ser somente desenvolvides em Cursos de Pés-Graduagao ou com a inclusdo de mais em semestre no Curso de Geologia Aplicada. 1.2, POSICAO DA GEQLOGIA APLICADA No Brasil, s6 recentemente, ou seja, na iltima década, € que a Geologia Aplicada sofreu um grande impulso de desenvolvimento e afirmagao. A Geologia é definida como a cigncia que trata da origem, evolugao e este. tura da Terra, através do estudo das rochas. Compreende um vasto campo, que pode ser dividido em dois grupos gerais que constituem; a Geologis Teérica ou Natural e a Geologia Aplicada, e um grande ntimero de subdivisdes, como exposto a seguir Mineralogia Petrogialia Teorica | Seologia Fisica 4 Sedimentologia Estrutural Pa Geomorfologia Natural oe Paleontologia Geologia Historica Geologia Estratigrafia re Mineragao Economica : Petrdleo Aplicada Problemas de Engenharia Civil: ti- Engenharia 1 nels. barragens estradas, agua sub- ia, findagoes, ete. INTRODUGAO E A POSICAO DA GEOLOGIA APLICADA 3 A seguir, definiremos sucintamente cada uma’ das divisGes € subdivisoes da Geologia anteriormente assinalados: 1. Geotogta natural on tedrica: & subdividida em 2 partes: a [isi L.A. Parte fisica: trata do estudo dos tipos de materiais e seu modo de ocorréncia, bem como de estudo de certas estruturas. Engloba as seguintes especialidade a) Mineratogia trata das propriedades cristalograficas (formas e estruturas), fisicas ¢ quimicas des minerais, bem como da sua classificagao, bh) Perrograjia procura descrever os caracteres intrinsecos da rocha, anali- sundo sua origem. Assim, descreve as rochas sob o ponto de vista de sua composigao quimica, dos minerais que as compdem, do arranjo dos varios granulos minerais, do seu estado de alteragdo, ete. c) Sedimentologia — € ¥ esttido dos sedimentos. Diz respeito 4 origem, trans- porte, deposigao, bem como ao modo de ocorréncia, na natureza, de sedi- mentos consolidados e inconsolidados. d) strutural & 0 ramo da Geologia que se interessa pela investigacso dos clementos estruturais presentes nas rochas ¢ causados por esforgos. Esses elementos sio: orientagao dos minerais, fraturas, falhas, dobras, etc. ¢) Geomorfologia — € definida como sendo a ciéncia que estuda a maneira como as formas da superficie da Terra sao eriadas e destruidas. 1.2. Parte histérica: diz, respeito a0 estudo da evolugdo dos acontecimentos e fendmenos ocorridos no passado, Esta baseada em duas especialidades: 4) Paleontologia — estuda os seres que viveram em €épocas anteriores 4 Epoca Atual, © que sdo conhecidos através de seus restos ou vestigios eneantrados nas rochas. b) Bseratigrafia tala do estudo da sequéncia das camadas. Investiga as con digdes de sua formagdo ¢ a correlagdo entre os diferentes estratos ou camadas, 2. Gevlogia aplicada: esté ligada a0 estudo da ocorréncia, exploragao de minerais @ rochas sob 0 ponto de vista econdmico, bem como a aplicagso dos conhe- cimentos geolégicos aos projetos e as construgdes de obras de Engenharia A Geologia Aplicada envolve, pois, dois campos de aplicagdo: 2a. A Economia: trata do estudo dos materiais do rein mineral que o homem extrai da Terra, para a sua sobrevivencia € evolugdo. Inclui tanto substancias organicas (carvao, petréleo) como inorganicas (Fe, Al, Mn, Pb, Cu, Zn, Au, etc.). b. A Engenturia: entende-se por Geologia Aplicada 4 Engenharia, ou Geologia de Engenharia, © emprego dos conhecimentos geologicos para a solugdo de cerios problemas de Engenharia Civil, principalmente nos selores de construgdo de fetrovias e rodovias, implantagdo de barragens, aberturas dle tinets e canais, obtengdo de dgua subterrénea, projetos de fundagdes, etc A CROSTA DA TERRA 2.1. DEFINIGAO A estrutura interna da Terra pode ser representada por trés camadas distintas @ primeira, conhecida como Litosfera ou Crosta e com espessura atingindo até 120 km; a segunda, conhecida como Manto e com espessura ao redor de 2900 km e finalmente a dltima camada, conhecida como Micleo e com espessura de cerca de 3300 km e teoricamente constituida principalmente de Niquel e Ferro, ——-CROSTA NUCLEO _ 6 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA Damos 0 nome de Crosta ou Lifosfera 4 parte mais externa da Terra, parcial ou totalmente consolidada. A crosta é constitufda fundamentalmente de duas partes distintas: 0 Sial, que é a parte mais externa, composto principalmente de stlicio ¢ aluminio, representado por rochas de constituigdo granttica, e pelo Sima, que é a camada subjacente ao Sial e cuja composigdo bisica ¢ silicio e magnésio, repre- sentada por rochas do tipo baséltico. A espessura do Sial 6 varifvel, podendo atingir 50 km nas areas continentais, e praticamente zero sob os mares e occanos 2.2. CONSTITUIGAO A parte mais superficial da Crosta esté representada por rochas, que sao agregados naturais de um ou mais minerais. (Mineral é definido como toda a substéneia inorgénica natural de composigao quimica e estruturas definidas.) As rochas so divididas em trés tipos principais, de acordo com sua génese: magmdticas (ou igneas), sedimentares e metamérficas. CONTINENTE os ee +eee- VV VRES — vv VY +: + Vv — IVY VY + vyv IVYVVYVY SAMI VV VV IVY VVVV VV VV VV VV VV VV IVY VVVVVVY simavVVVVY VV VV VV iV IVY VV VV VV VV VV VY IVY VV VV VV VV VV VY (VY VV VV YY VV VV VV VY VV VV VV VV VV VV VV VV YM VV VV VY VV VV VV VY VV UY A composigdo da crosta da Terra é aproximadamente a mesma das ro- chas magmdticas, pois a quantidade de rochas sedimentares presentes na Crosta € insignificante, quando comparada com a daquelas. Em volume, ou seja, em profundidade, predominam na Crosta as rochas magmiticas, com uma porcentagerm de 95% do seu volume total, sendo o restante coberto pelas rochas sedimentares. Em drea ocorre o inverso, isto é, as rochas sedimen- tares so mais abundantes do que as magméticas, numa proporeio de 75% para 25% A CKUDA Tia Us Rin 1 Clarke e Washington, utilizando os resultados de 5159 andlises quimicas de rochas, com eliminagao dos éxidos menos importantes, estabeleceram a seguinte composi¢ao média para a Crosta, nas areas continentais: SiO, - sees ss 60,18% | Cao 4 517% Al,O, .. beeen s 1581% Na, 2 3.91% FAG). aos 314% | KO sis mee = AM Feo. 3.88% | Tio, 1,08% MgO... vase 386% | P,0,. 0,30% A composigéo encontrada corresponde a um valor intermedidrio entre as composig¢des quimicas de um granito e um basalto, que sao justamente as rochas mais comuns entre as magmaticas. A tabela a seguir € extremamente interessante, pois mostra que 99% da Crosta so constituidos de apenas oito elementos quimicos: O, Si, Al, Fe, Ca, Na, K, Mg, sendo o oxigénio absolutamente dominante. Elementos quimicos mais comuns na Crosta da Terra Elemento Peso por % Volume por % o 46,60 91,97 si 21,72 0,80 Al B13 0.77 Fe 5,00 0,68 Mg 2,09 0.56 ca 3,63 1,48 Na 283 1,60 K 2,59 214 Verse ainda que mais de 90% do volume total ocupado pelos citados ele- mentos sao destinados ao oxigénio. Os outros elementos quimicos conhecidos, por exemplo, como 0 cobre, zirconio, chumbo, meretirio, terras raras, bario, estanho, ferro, manganés, niquel, Zineo, sao encontrados na Crosta, ora disseminados em minerais como impurezas, ora constituindo Oxidos, sulfetos, silicatos, etc. E curioso que estes mesmos ele- mentos, geralmente disseminados nas rochas, sem qualquer interesse econdmico, podem também ocorrer em concentragSes, por vezes volumosas ¢ econdmicas, constituindo os depdsitos ou jazidas de minérios. Assim, sao conhecidas, por exemplo, jazidas de minérios de cobre no Rio Grande do Sul e Bahia; jazidas de minérios de zircénio e urénio na regio de Pogos de Caldas, Minas Gerais; chumbo nos Estados do Parand, Sio Paulo, Minais Gerais e Bahia; estanhonos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais ¢ Territério do Amapé; niquel em 8 SOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA Minas Gerais e Goias; zinco em Minas Gerais, ferro em Minas Gerais, Mato Grosso e Para; aluminio em Minas Gerais e Para, ete. A Crosta da Terra compée-se quase que inteiramente de compostos oxige- nados, especialmente silicatos de aluminio, c4lcio, magnésio, sdio, potassio e ferro. Os minerais sfo os elementos constituintes das rochas, logo, o conhecimento dos minerais implica conhecimento das rochas. 3.1. CONCEITO DE MINERAL Entende-se por matéria mineral aquela formada por processos inorganicos da natureza € que possui composigao quimica definida. A denominagao tem cardter mais amplo, havendo autores que consideram o petréleo e o ambar como minerais, apesar de serem substincias orginicas, e 0 petréleo nfo ser uma substancia de composiggo quimica detinida. Mmeral nfo significa somente matéria ctistalina (s6lida), pois 4gua e mercitrio em temperatura ambiente so minerais. Mineralogia & a ciéncia que estuda as propriedades, composigao, maneira de ocorréncia e génese dos minerais. 3.2. PROPRIEDADES DOS MINERAIS As propriedades que mais interessam no estudo de um mineral sdo as seguintes: dureza, trago, clivagem, fratura, tenacidade, flexibi- Propriedades fisicas lidade, peso especifico propriedades épticas: brilho, cor, microscopia lo GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA habito (serao dadas nogdes resumidas). Simetria, asso- Propriedadesimor foleaicar { ciagdo de minerais e goniometria, no sero estudadas. ensaios por via seca met (niio serdo estudadas) ensaios por via imida Propriedades quimicas { 3.2.1, PROPRIEDADES FISICAS ‘ 1.1. Dureza E a resisténcia ao risco. A dureza relativa é dada pela escala empirica de Mohs. Tabela de Mohs Mineral Dureza Falco 1 Gipsita Calcita Fluorite Apatita Ortoclasio Quartzo. Topazio Corindon Diamante 10 Os minerals | © 2 sip sise4veis pela unha, os 3, 4 e 5 o sdo pelo canivete e pelo vidro, e 0s 6, 7. 8, 9 2 10 nao sao riscdveis pelo canivete e riscam o vidro. Em aulas pritiers pode-se usr as seguintes durezas: unha (2,5), moeda (3), canivete (5), vidro (5.53, lima (6,5) e porcelana (6,5 ~ 7). Os minerais de maist duteza riscam os de menor. Assim, por exemplo, @ fluorita, de dureza 4, risca todos os de dureza inferior e € riscada pelos subse- glientes da eseala, ow seja, por tndus os outros minerais de dureza superior a 4. Nao existe proporgdy de grau de dureza na escala de Mohs; por exemplo, © topizio ndo € city ve7es mais duro do que o taleo, nem a dureza da fluorita é 0 dobro da gipsita. Isso. s6 € conseguido com métodos mais precisos, onde uma ponta de ago ou diamante com peso ennsiite desliza sobre os minerais a serem estudados. A profundidade do sulco ¢ medida, e entdo € possivel obterse uma escala de proporcionalidade. MINERAIS u A dureza de um mineral depende de: a) Sua composi¢ao quimica 1. compostos de metais pesados como: praia, cobre, ouro, chumbo, sao moles: 2. sulfetos e Oxidos de: ferro, niquel, cobalto, sio duros; 3. sulfetos em geral, sio moles; 4. dxidos e silicatos, especialmente os que contém aluminio, sto duros. b) Sua estructura cristalina Exemplo; diamante ¢ grafita so formados por carbono, Devido a sua estrutura, © diamante tem dureza 10, ¢ a grafita | a2. 1.2. Trago E a propriedade de o mineral deixar um risco de pé, quando friecionado contra uma superficie nfo polida de porcelana branca. Para que isso aconteca, € necessério que © mineral tenha dureza inferior a porcelana. Os de maior dureza causam um sulco na porcelana, e dizemos que tém trago incolor. © trago nem sempre apresenta a mesma cor que © mineral. Por exemplo, a hematita Fe,O3 é um mineral preto ¢ cinzento, e produz trago vermetho-sangue; a pirita FeS, é de cor amarelo-latdo e fornece trago preto-esverdeado ou preto- castanho. 1.3. Clivagem £ a propriedade de os minerais se partirem em determinados planos, ou Ji apresentar esses planos, de acordo com suas diregdes de fraqueza. A clivagem pode ser chamada: a) proeminente — quando o mineral apresenta um plano muito evidente e quase perfeito, como acontece com a mica que se clivaem folhas paralelas, ou a calcita que se parte em forma de romboedro (em planos bem lisos). b) perfeita — quando o plano apresenta certo carter de aspereza, como acontece com os feldspatos. ¢) distinta — quando os planos de clivagem apresentam um pequeno grau de escalonamento, como por exemplo, 2 fluorita. 4) indistinta — exemplo: apatita. 1.4. Praturas Quando os minerais ndo se partem em planos, mas segundo uma superficie imregular. As mais comuns sao: a) conchoidal — em concavidades mais ou menos profundas. Exemplo: quartzo. ) igual ow plana — quando a superficie, embora apresentando pequenas elevacdes e depressoes, aproxima-se de um plano. ©) desigual ow irregular — com superficie irregular. 2 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA 1.5. Tenacidade E a resisténcia ao choque de um martelo, ow ao corte de uma Kamina de ago, e de acordo com eles, os minerais sdo chamados de: a) quebradicos ou fridveis ~ reduzemse a pd, quando submetidos a pressio. Exemplo: calcita. b) sécteis — podem ser cortados por uma lamina. Exemplo: gipsita. ©) maledveis — redutiveis a laminas pelo martelo. Exemplo: ouro. 1.6. Flexibilidade E uma deformagao que pode ser: a) eldstica — se cessat, quanto 0 esforgo for retirado. Exemplo: mica. b) plastica — se permanecer, apés a retirada do esforgo. Exemplo: talco. 1.7. Peso especifico E o nimero que expressa a relagdo entre 0 peso do mineral e o peso de igual volume de 4gua destilada a 4°C. Se um mineral possui peso especffico 3, significa que um certo volume desse mineral pesa 3 vezes o que pesaria 0 mesmo volume de agua. O peso especifico depende de dois fatores: a) @ natureza dos dtomos — Os elementos de peso atomico mais elevado formam minerais de maior peso especifico. Exemplo: (CaCQ;) calcita 2,9; (BaCO3) barita 4,3; (PbCO,) cerusita 6,5. b) estrutura atémica —- O diamante e a grafita, ambos formados pelo elemento carbono, possuem estrutura diferente. O diamante tem estrutura mais com- pacta, com uma elevada densidade de dtomos por unidade de volume. Seu peso especifico & A grafita tem menor densidade de dtomos por unidade de volume, seu peso espectfico é 2,2. Os métodos comuns para determinagao do peso especifico sao: Balanga hidrostitica: Fesa-se 0 mineral no ar. Seja P seu peso. Pesa-se 0 mineral imerso na agua. Seja P’ esse peso. P’ sera menor que P, porque qualquer corpo submerso na gua sofre um empuxo, cujo valor é igual ao peso do volume de 4gua deslocada. P - P’ € 0 peso da dgua deslocada. Portanto, a formula do peso especifico é igual a: Pe. = p_ py Picnémetro: 0 picndmetro é usado quando o mineral é apenas um fragmento ‘ou mesmo pé. O aparelho consta de um pequeno frasco de vidro com tampa esmerilhada que termina por um capilar. MINERAIS. 13 Procedimento: Pesa-se o frasco yazio tampado = A. Introduz-se o mineral no frasco e pesa-se = M, Introduz-se dgua destilada no frasco, onde j existe 0 _mineral, com © cuidado do nivel d’gua permanecer até a parte superior do capilar, e que ndo haja bolhas de ar e pesa-se = S. A Ultima pesada € do picndmetro cheio de agua destilada, observando-se os mesmos cuidados = P. O peso especifico sera: M-A “Peso do mineral oS PEM-A-5 Peso da agua deslocada 1.8. Propriedades dpticas 1.8.1. Britho E 0 aspecto da réflexao da luz na superficie do mineral. O brilho dos minerais pode ser de dois tipos: metdlico € nao metélico. Minerais Metdlicos sao de aspecto brilhante, semelhante ao brilho dos me- tais polidos. Esses minerais geralmente so escuros e opacos. Exemplo: galena, pirita, calcopirita. Os minerais de britho néo metdticos sio geralmente claros, e quando em laminas delgadas sd transparentes. Ainda ha outros tipos de brilho: Britho vitreo: produz reflexes como o vidro. Ex.: 0 quartz. Britho resinoso: possui aspecto Ge resina. Ex.: blenda. Britho graxo: 0 mineral parece estar coberto por uma camada de dleo. Ex.: gipsita, malaquita, serpentina. Britho adamantino: possui reflexos fortes brilhantes, como diamante. Ex.: cerusita, anglesita. Britho perliceo: mostra aspecto de pérolas. Britho sedoso: possur aspecto de seda, Res fibras finas. Ex.: gipsita. ta de agregados paralelos de 1.8.2. Cor A cor num mineral deve ser sempre observada em superficie ou fratu- ra recente, pois a superficie exposta ao ar se transforma, formando peliculas de alteragdo. Em muitos minerais a cor é uma propriedade util para o reco- nhecimento. Os de brilho metélico geralmente apresentam cor constante e bem definida. As alteragdes superficiais por decomposigao -alteram a cor. Assim, por exemplo, os minerais ferruginosos podem apresentar uma pelicula amarela de oxidagdo. As substituigdes moleculares também mudam a cor. A blenda (ZnS) pode ter o Zn progressivamente substituido por Fe, passando a cor de cinza, para preta. ‘As micas podem ser incolores, brancas, pretas, esverdeadas. O quartzo pode ser incolor, violeta, branco, enfumagado, amarelo. O berilo pode ser incolor, verde, azul, amarelo, r6seo, branco. Os feldspatos sio cinzas, 1éseos, brancos. 14 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA 1.8.3. Microscopia Microscopia e outras propriedades épticas como indice de refragtio, pleo- cr smo, figuras de interferéncia, luminescéncia, ultrapassam limite de nosso estudo macroscépico, apesar de serem os métodos mais répidos ¢ eficientes para identificacao de um mineral. Nao ser@o, abordadas nesta obra. 3.2.2. PROPRIEDADES MORFOLOGICAS Sendo a grande maioria dos minerais (cerca de 90%) constituidos de subs- tancias cristalizadas, o estudo das propriedades morfolégicas assume um papel extremamente importante em Mineralogia, constituindo tal estudo o capitulo da Cristalografia. Os minerais amorfos, que constituem a minoria, nao podem ser objeto do estudo morfolégico, uma vez que apresentam formas irregulares e indefinidas, ao contrdrio dos cristais, cuja forma pode ser descrita, estudada e interpretada. As substancias cristalizadas (naturais e artificiais) podem ocorrer com forma externa geométrica definida, constituindo os cristais, na acepgao exata da palavra. Possuem disposigéo regular em fileiras dos atomos, moléculas. ou ions, e com forma externa poliédrica. 1.1. Habito E a maneira mais freqilente como um cristal ou mineral se apresenta. Todos os minerais esto enquadrados em sete sistemas cristalinos. Ndo estudaremos os sistemas cristalinos, mas devemos saber os habitos dos minerais mais comuns, como por exemplo: Topdzio: prismas rémbicos, alongados; Sillimanita: fibroso; Granadas: granular; Quartzo: prismético, terminado por faces de romboedro; Turmalina: prismético trigonal estriado; rismas monoclfnicos ou triclinicos; 05 ctibico, ectadérico; Magnetita: octeédrico; Gilcite e Dolomita: romboédricos; Blenda: tetraédrico; Miegs: placas tabulares; Galena: cibico ou octaédrico; Gipsita: prismatico fibroso. 3.2.3, PROPRIEDADES QUIMICAS Como foi dito, as propriedades quimicas dos minerais nao serao estudadas. Lembramos porém que, de acordo com a sua composi¢ao quimica, os minerais po- dem ser classificados em 6xidos, silicatos, sulfatos, carbonatos, sulfetos, etc. MINERAIS 15 3.3. DESCRIGAO DOS MINERAIS MAIS COMUNS DE ROCHAS 3.3.1. PROPRIEDADES FISICAS GERAIS DOS MINERAIS DE ROCHAS 1. Forma e habito — Os minerais de rochas geralmente nao se apresentam como cristais, isto €, ndo possuem forma geométrica. A esse respeito devemos consi- deréos nos trés tipos de rochas: ; As magmdticas a0 as que tém maior probabilidade de formar cristais com forma propria, pois seu ambiente de formagdo é fluido, isto é, € 0 magma. Os primeiros minerais formados podem impor sua forma ao meio, mas 4 medida que aumenta 0 nimero de ctistais, 0 espaco diminui, ¢ os wltimos minerals formados tém que se adaptar ao espago restante, ficando com contornos irregu- lares. Quando um cristal apresenta forma propria, serd um cristal idiomorfo As metamérficas no apresentam cristais bem formados, porque se originam de transformagées verificadas no estado sdlido. Quando existirem cristais é porque sua forga de cristalizagdo ¢ muito grande, que chega a deformar outros minerais para impor sua propria forma. As sedimentares, formadas por erosio, transporte e deposi¢go de sedimentos, apresentam seus minerais desgastados. Solugdes saturadas podem, porém, se Precipitar em fendas, cavidades ou aberturas existentes nas rochas, dando origem a cristais bem formados. 2. Cor — Os minerais, quando puros, possuem uma cor inerente, que pode variar de acordo com as impurezas, de maneira que um mesmo tipo de rocha pode apresentar cores diversas, conforme as cores de seus minerais. O granito de S40 Roque, em Sao Paulo — € cinza, e 0 de Itu,em Sao Paulo - € rosa, devido 4 colorado cinza ¢ rosa de seus feldspatos. Os marmores sdo de cores mais diversas, de acordo com as impurezas do carbonato de calcio. 3. Cor do trago — Nao € critério para determinagdo dos minerais de uma rocha, Porque 0 pé deixado na porcelana podera ser de varios minerais, especialmente se a granulagdo for milimétrica. 4. Clivagem — Pode ser evidente nos minerais de rochas de granulaco grossa, especialmente em superficies recentemente quebradas. Os minerais cam uma sé boa clivagem tendem a formar placas, como as miczs, taico, elorita. Dues boas clivagens aparecem nos anfibélios e piroxenios. Tres direcSes de clivagens podem formar cubo como na galena ou romboedro, come na calcita, de modo que na rocha o mineral fraturado pode apresentar 0 contorno de um quadrado ou de um losango. 5. Fratura — Para determinagao de minerais de uma techa, consideraremos apenas um tipo de fratura: 2 concdide de quartzo. 6. Reagdes quimicas — Deve-se fazer uso do HCI em solugde 1:1. efervescéncia em carbonatos (calearios e dolomitos). © mesmo efeito po ser obtido com algumas gotas de limao, no material pulverizado. 16 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA 7. Peso especifico - Nao € usual determinar o peso especifico para classificagdo dos minerais de uma rocha. 3.3.2. OS MINERAIS MAIS COMUNS DAS ROCHAS Na tabela esto relacionados dezenove minerais, que sio os mais comuns nas rochas. Em seguida, cada umn é descrito resumidamente 1. Quartzo 6. Ziredo 11. Topazio 16. Amianto 2. Feldspatos 7. Magnetita ‘12. Calcita 17. Taleo 3. Micas 8. Hematita 13. Dolomita 18, Zeblitas 4. Anfibélios 9. Pirita 14. Caolim 19. Fluorita 5. Piroxénios 10. Turmalina 15. Clorita 1. Quartzo — SiO, Esflica cristalizada macros- copicamente. A opala é silica amorfa, ¢ a dgata, silex, Onix, jaspe sido variedades de caice- donia, ou seja, silica microcris- talina. Forma — Nas rochas, © quartzo ndo tem forma definida. Quando formado em cavidades, apresenta forma de prisma hexagonal terminado por faces de romboedros, dando a impressdo de bipirémide hexagonal. Clivagem — Ausenie. Fratura — Concdide. Cor — Nas rochas 0 quartzo se apresenta desde incolor até cinza-escuro. Geralmente é branco. Brilho — Vitreo. Trago — Incolor. Dureza — 7. Peso especifico ~ 2,65. Ocorréncia — Nas igneas: em granitos ¢ pegmatitos, nas metamoérficas: em quartzitos, micaxisto, gnaisses; nas sedimentares: em arenitos, siltitos, conglome- rados. A presenca de quartzo deve ser suspeitada em quase todo tipo de rocha. Caracteres distintivos — Falta de clivagem, brilho e cor distinguem-no dos feldspatos, que usualmente se associam a cle. MINERAIS 7 Emprego — Como adorno em joalheria; areia para construgao; em fundigao; como abrasivo; em porcelanas; em lentes de aparethos Gpticos cientificos; em osciladores de radio, em filtros para barragens, em concreto. 2. Felispatos © grupo dos feldspatos é formado por: \ KAISi,0, — Ortoclisio NaAlSi;O, — Albita CaAl; Sig Og — Anortita Entre ortoclasio e albita, hd termos intermediarios em composi¢do que podem ser a- brangidos pela expresso (K, Na) AISi30g © si0 denomi- nados feldspatos alealinos ou ortoclisios. Entre albita ¢ anortita ocorre 0 mesmo fenémeno e sio denominados feldspatos dleali-célcicos ou simplesmente plagio- dlisios, Forma — Nas rochas os feldspatos sio informes, mas podem apresentar contomos retangulares ou hexagonais. Clivagem — Fles aparecem nas rochas quase sempre apresentando reflexdes dos planos de clivagem, quando expostos a luz, pois os feldspatos tém boa cli vagem em duas diregdes, O grio de feldspato pode aparecer dividido por uma linha distinta. ‘REFLETINOO nao. ——S ner.eyinoo WE G AS FAIKAS BRLXAN ALTERWADAMENTE: Fratura — Urregular em fragmentos quebradigos. Cor Os ortoclasios geralmente sao: creme, tijolo, rdseo e vermelho. devido as impurezas de hematita. Os plagioclisios geralmente sao: cinza, branco, pardo, esverdeado e até preto. Observacées: 1) rochas com muito ortoclasio tendem a apresentar cores avermelhadas; rochas nas quais predominam plagiocldsios tendem a ser cinzas. 2) se uma mesma rocha contém dois feldspatos, um dos quais é avermelhado, enquanto o outro nao, é quase certo que o feldspato vermelho é orto- clésio ¢ © outro plagioclisio 18 GHOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA Brilho — Vitreo em fratura recente. Tracgo — Branco néo caracteristico. Peso especifico — Ortoclisio 2,54; albita 2,62; anortita 2,76. Ocorréncia — Os feldspatos ocortem em quase todos os tipos de rochas igneas intrusivas ou extrusivas © nas metamérficas. Mais raros nas sedimentares, porque se decompéem em argila e caolim Emprego ~ Moidos, em granulagdo finissima sao fundidos misturados com caolim, quartzo e argila, na produgao de porcelana. 3. Micas Mica branca — H,KAl3(SiOg)3 — muscovita Mica preta — (H, K),(Mg, Fe), (Al, Fe),(SiO,); — biotita Mica verde — Sericita Mica roxa — lepidolita Forma — Quando hem cristalizadas, mostram-se em placas hexagonais. Clivagem — Perfeita em uma diregao. Cor — Muscovita é incolor, branca, cinza, parda ou esverdeada. Em laminas as € sempre incolor. A biotita é preta ou pardacenta. Em laminas finas é transla- cida, parda ou verde-escura. Brilho — Acetinado. Alteragdo — Biotita e yariedades de mica preta alteram-se facilmente por hidratagao, tornando-se moles e descoradas e perdendo a elasticidade. A musco- vita nao se altera facilmente. Ocorréncia — Em granitos, pegmatitos, gnaisses, mica-xistos, filitos. Emprego — A muscovita é largamente empregada como isolante elétrico € também na fabricagdo de vidros refratdrios e refratdrios em geral. 4. Anfibolios Formam um gnupo de silicatos que so sais de acido metasilicico (Hy SiO3). Exemplo: Antofilita = (Mg, Fe)SiO3; Tremolita = CaMg,(SiO3)s- Forma — Pertencem ao sistema monoclinico (prisma obliquo de base losangular). Apresentam-se, comumente, sob a forma de laminas longas com termi- nagGes irregulares, por vezes tdo finas que mal se percebe na rocha as agulhas bilhan- tes. Clivagem — Duas boas diregdes de clivagem. Cor — Depende da quantidade de ferro. Branco ou cinza na tremolita. Verde-vivo na actinolita, Verde-escuro a preto na hornblenda. Brilho — Vitreo. Sedoso no amianto. Alteracdo — Sob ago de diversos agentes podem produzir talco, clorita, limonita, carbonato. Ocorréncia ~ Tremolita, em calcérios, dolomitos e rochas talcosas. Horn- bienda é comum em rochas igneas ¢ metamérficas. Determinacdo — Nas rochas os anfibélios podem se confundir com biotita, piroxenio, turmalina. Da biotita o mineral se distingue, porque nao apresenta esfo- MINERALS 19 liaggo em Kiminas. A turmalina no tem clivagem e pode apresentar secedo Uiangular. A seceao dos anfibdlios geralmente é losangular 5. Piroxénios Formam um grupo de silicatos que so sais do dcido metasilicio (H,Si0,). Exemplos. Enstatita — MgSiO, Hipersténio — (Fe, Mg)Si0; Diopstdio — CaMg(SiO,), Expoduménio ~ LiA\(SiO,), Rodonita — MnSiOg — Nas rochas ndo aprésentam faces terminais. Um cristal de piro- ICO, Curto © grosso, mais ou menos eqilidimensional Clivagem — Duas boas diregSes de ciivagem. Alteragdo — Sa0 facilmente alterdveis. Pelo intemperismo podem formar calcita ¢ limonita. Pelo metamorfismo se transformam em agregados de agulhas ou Brllos de anfibélio. Por esse processo, rochas igneas ricas de piroxénio como gabros, diabdsios, basaltos se transformam em tochas metamérficas ricas de anfibdlios, como anfibolitos, anfibélio-xistos e outros, Ocorréncia — Os piroxénios séo encontrados em rochas igneas melano- criticas @ interme: Sao comuns em rochas metamorticas, como gnaisses, anfibolitos, marmores. Determinagdo — Deve-se verificar 0 contorno do prisma (secedo quadrada) © as duas diregdes de clivagem. Podem se confundir com: a) turmalina, mas esta apresenta seogdo triangular; b) epidoto, mas este possui cor verde-amarelo carac- lerfstica; c) anfibélio, mas este possui secgdo losangular Emprego ~ Diopsidio, como jéia. Espoduménio, para adicionar em graxas lubrificantes. 6. Zireao Formula — Z:SiO,. Habito — Prisma tetrago- nal bipiramidado. Cor — Incolor, azulado, arroxeado, pardo, Dureza ~ 7,5. Ocorréncia — Em rochas igneas, metamérficas ¢ sedimen- tares, Sua presenga é quase sem- pre constante em rochas leuco- craticas € arenitos. Determinagao — Pode apresentar seceZo retangular. Emprego — Limpido, usado para gemas: como refratério. 20 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA 7. Magnetita Férmula — FesUq Habito —- Octaédrico. | Sem clivagem. | Cor — Cinza ago a preta. Trago — Preto. i Britho — Metalico. Ocorréncia — Pode aparecer na rocha na forma perfeita de um octaedro, € como pedacinhos macroscépicos ou microscdpicos, em rochas igneas e metamér- ficas. EB magnética. Emprego — Minério de ferro. 8. Hematite Formula — Fe,O3. Habito — “Placas hexagonais”; micaceo. Cor — Preta-metalica; em agregadas finos, cor vermelia de brilho fosco. Traco — Vermelho-sangue. Ocorréncia — corre nos gnaisses e xistos cristalinos, muitas vezes em ca- madas espessas (itabirito). Emprego — £ 0 minério de ferro mais comum, especialmente no Brasil. ‘Também se usa em forma pulverizada, como pigmento vermetho. 9. Pirita Formula — FeS;. Habito — Cabico, octaédrico. E bem cristalizado. Os cubos apresentam estrias. Cor — Amarelo-latao, com brilho metilico. Trago — Esverdeado a preto. } Ocorréncia — Em rochas igneas, metamérficas e sedimentares. Nestas, 6 formada posteriormente 4 rocha. Emprego — Pode aparecer associada a0 ouro ou cobre. Pode também ser fonte de enxofre para a fabricagao de H,SO,; como fonte de SO,, na preparagao de polpa de madeira, no fabrico de papel e como desinfetante. 10, Turrnalins \ Composigéo — Borossilica- aa to de Fe, Mg, Al, Na, Li, hidra- tado. Habito — Prismas de sec- eo aproximadamente triangular © estriados verticalmente. Sem yy clivagem. Cores — Preta, castanha, verde, vermetha, vinho, résea. A variedade mais comum nas rochas é a preta. MINERAIS 21 Ocorréncia — Em pegmatitos ocorrem na forma de cristais grandes (de cen- limetros a metros). A variedade résea geralmente se associa 4 mica roxa (lepidolita). A parda € encontrada em caleérios. Reconhecimento — Distingue-se do anfibélio, piroxénio, Por sua seceao triangular, falta de clivagem e dureza, Emprego — Pela sua dureza 7-7,5, quando limpida é uma pedra semi- Preciosa, geralmente nas cores verde, rosa e azul. Ha turmalinas bicolores Devido as propriedades piezoelétricas, é empregada na fabricagao de calibradores de pressao. 11. Topazio Formula ~ (Al, F),SiO,. Habito — Prismético com secgao losangular. Cor — Incolor, azul, taranja, verde, Ocorréncia — Pegmatitos e yeios profundos. Emprego — Pela sua dureza 8, quando limpido é empregado como jéia © topazio rosa pode ser obtido pelo aquecimento do topazio amarelo-escuro. 12. Calcita Formula — CaCO. Habito ~ Romboedros sao os mais freqientes. Clivagem — Otima em tras diregdes, nao ortogonais. Britho ~ Vitreo a sedoso. Cor — Ineolor, branca, cin- za a preta, amarela, vermelha, Ocorrencia — Ocorre em cavidades, fratutas, amigdalas, estalactites, esta- lagmites, crostas. Eo mineral formador de caledrios ¢ marmoves, Determinasao — Se for confundida com quartzo, é facilmente di ‘inguida pela baixa dureza e pelas otimas clivagens. Dos feldspatos, por sua dureza baixa; das micas, € diferenciada, pois esses possuem separae3o em laminas. Efervesce com HCI, libertando CO, Emprego — A calcita ¢ 0 caleério sio usados para fabricag&o de cimen- tos. Aquecida a 900°C, perde CO, ¢ se transforma em CaO (cal virgem), que com agua forma © hidréxido de calcio (eal hidratada). O caledrio ¢ também 13. Dolomita Formula ~ CaMg(CO3),. Determinagio — As mesmas analogias feitas para a calcita, Difere da calcita por efervescer somente pulverizada. Emprego — Para adoro em constnigao. Usada no cimento para retardar a Pega € também em tijolos refratirios. 2 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA SUBSOLO EM REGIAO CALCAREA ct 1 HAA EEE + commabe a 5 Tot 1 + Poot CAVERNA 1 paveae ia : ttt tf 1 Ty I ei ESTALACTITES E ESTALAGMITES 14. Caolim (argila) Férmula — Hq Al, Siz Ov. Habito — Piacéide hexagonal microscépico. Macroscopicamente, sempre apa~ rece em forma pulverulenta. Cor — Branca ou colorida, dependendo da quantidade de Gxido de ferro. Formagao — © caolim se origina da decomposigao dos feldspatos atacados por gua, contendo CO, 2KAISi;0, + 2. + CO, — > HsAl, 805 + 4Si0; + K,CO; ortoclisio caolim silica (soliivel) (com a albita a teagZo é a mesma, somente com o Na substituindo o K). Ocorréncia — Rochas sedimentares & igneas decompostas. Reconhecimento — Pulverulento; macio e untuoso ao tacto. Emprego — Industria ceramica (porcelana). 15. Clorita Formula — (Sia Oo JMgs(OH), + Mgs (OH). Hibito ~ Placéide como as micas (esfoliagdo em laminas). Cor — Verde, dai o nome. Ocorréncia — Em qualquer tipo de rocha que tenha minerais ferromagne- sianos, ela aparece como produto de alteragao. 16. Amianto (Serpentina) Formula — HyMga Siz 09. Habito — Massas compactas ou granulares finas, A forma fibrosa fina ¢ flextvel € denominada asbesto (amianto). 17. Taleo Férmula — HyMg3(SiOs)a- Habito ~ Laminas microseépicas. MINERAIS 23 Cor — Branca, esverdeada, parda. Reconhecimento — Dureza 1; macio ¢ untuoso ao tacto, Ocorréncia ~ Rochas metamérficas. Emprego — Perfumaria, pintura, ceramica, papel. 18. Zeolitas Constituem um grupo de silicatos hidratados de aluminio. Formadas a partir de feldspatos, por influéncia de vapores ou solugoes quentes. Brilho — Vitreo. Cor — Incolor, branca, amarela. Habito — Ciibico; feixes de cristais achatados; losangulares; fibrorradiados: agregados aciculares; tufos a semelhanga de massa de algodao. Qcorréncia — Encontradas em. aberturas ou amigdulas de rochas tgneas efi sivas. Por exemplo: basalto. Reconhecimento — Préenchendo as vesiculas das rochas igneas extrusivas (basaltos), 19. Fiuorita mutta — CaF. Habito — Cabico, octaédrico, Cor — Branca, amarela, verde, résea, vermelha, azul, violeta, parda. Ocorréncia — Em pegmatitos; em calearias. dolomitos; como acessério do granito. Reconhecimento ~ Brilho vitreo, clivagem octaédrica, Emprego — Fundente. Na fabricag3o de HF; de vidro opalescente ROCHAS 4.1, DEFINICAO Rochas so agregados de uma ou mais espécies de minerais ¢ constituem unidades mais ou menos definidas da crosta terrestre. Hd rochas, contudo, que fogem um pouco a essa definigao. Sio as lavas vulcdnicas, que nem sempre se mostram formadas por granulos de minerais iguais ou diferentes, mas sim consti- tufdas de material vitreo, amorfo e de cores diversas. Mineral é toda substancia inorganica natural, de composic¢o quimica e estrutura definidas. Quando um mineral adquire formas geoméiricas proprias, que correspondam sua estrutura atémica, passa a ser chamado cristal. Rocha nao deve ser necessariamente todo material resistente e duro da Crosta, como parece ser primeira vista. Em geologia, refere-se a rocha sem levar em considerago a dureza ou estado de coesdo. Assim, so tochas tanto materiais tesistentes como granitos, calcdrios, sienitos e gabros, como materiais mais moles e fridveis como argilas, folhelhos, arenitos, etc. Como vimos, as rochas so agregados de minerais. Quando esses agregados Sio formados por um s6 tipo de mineral, diz-se que a rocha é simples. Rocha composta € aquela constitufda por mais de uma espécie mineral. Assim, sio rochas simples os quartzitos que so constituidos somente de quartzo (SiO; ), ©08 mdrmores, que so rochas usualmente formadas s6 de cristais de calcita (CaCO;). 26 GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA Sio exemplos de rochas compostas 0s granitos, constituidos de quartzo, feldspato (ortoclésio ou albita) € micas; diahdsios, formados por feldspato (plagioclasio), piroxénio © magnetita, ete. As rochas simples recebem também o nome de unimineralicas, enquanto as compostas sdo conhecidas pela denominagdo de rochas pluriminerdlicas. Sob 0 ponto de vista mineraldgico, pode-se dizer que as rochas existentes na Crosta se constituem, praticamente, de somente vinte minerais. Entre eles, os feldspaios sio os mais importantes e mais abundantes. Enquadram-se neste grupo 0 ortoclisio e 0 mictoclinio e os varios minerais denominados plagioclsios. Seguem-se-lhes os feldspatdides (nefelina, leucita, analcita); os minerais do grupo das micas (muscovita, biotita, sericita, clorita); os minerais ferromagnesianos (piroxénios e anfibélios); as olivinas e serpentinas; os minerais da familia da silica, 0s silicatos (granadas, epidoto, andaluzita, cianita, sillimanita), os oxidos (magnetita, hematita, ilmenita); os carbonatos (calcita, dolomita, magnesita); os fosfatos (apatita), etc. 4.2. CLASSIFICACAO DAS ROCHAS As rochas que ocorrem tanto na superficie da terra, como no seu subsolo sao divididas, em fungao de sua génese, em trés tipos distintos: a) rochas magmiticas, que sio aquelas formadas a partir do resfriamiento € conso- lidagdo do magma, que € um material em estado de fusdo no interior da terra. Por esse motivo as rochas magmaticas so também chamadas enddgenas. b) rochas sedimentares, aquelas formadas por materiais derivados da decomposi¢ao ¢ desintegragdo de qualquer rocha. Estes materiais sdo transportados, deposita- dos e acumulados nas regides de topografia mais baixa, como bacias, vale e depressdes. Posteriormente, pelo peso das camadas superiores ou pela agdo cimentante da dgua subterranea, consolidam-se, formando uma rocha sedimentar. As rochas sedimentares so também chamadas exdgenas, por se formarem na superficie da terra; estratificadas, por apresentarem normalmente camadas. ©) rochas metamérficas, aquelas originadas pela ago da pressio da temperatura ¢ de solugdes quimicas em outra racha qualquer. Através daqueles fatores, as rochas podem sofrer dois tipos de alteragdes basicas: primeira, na sua estrutura, principalmente pela agao da pressdo que ird orientar os minerais ou pela agaio da temperatura que ird recristaliza-los; segunda, na sua composigao mineralogica pela agao conjunta daqueles dois fatores, ¢ de solugdes quimicas. O mapa geolégico a seguir mostra esquematicamente a ribuigo, no Brasil, dos trés tipos de rochas descritos. NUCLEO GUIANENSE OU D0 NORTE BACIA AMAZONICA NOCLEO CENTRAL BACIA PIAUI MARANHAO. FAIXA SEDIMENTAR DO NORDE BACIA-BAHIA-MINAS- GOIAS. BACIA DO PANTANAT i Locolizas%o dos grandes nicieos de rochas mogmaticas € metomdrticos @ dos principais bacios sedimentares LEGENDA Rochas magmoticos

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