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¢MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO-MA © SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL-SDR Ri v ~~ INTRODUCAO A PERMACULTURA Brasilia, DF Novembro de 1998 PNFC-Projeto Novas Fronteiras da Cooperagao para o Desenvolvimento Sustentdvel (PNUD BRA 97/015) INTRODUCAO A PERMACULTURA FRANCISCO SERGIOTURRA . Ministro de Estado da Agricultura ¢ do Abastecimento MURILO XAVIER FLORES Secretrio de Desenvolvimento Rural . LUIZ ANTONIO GONCALVES DOS REIS Coordenadior-Geral do PNFC ELABORACAO Bill Mollison Reny Mia Stay TRADUCAO André Luis Jaeger Soares PNFC (PNUD BRA 87018) APOIO PNEC Aioysio Costa e Silva Junior PNEC (PNUD BRA 97/015) Catalogagao na fonte, MA/SDR/CENAGAI, Preservagao da Meméria Agricola Nacional ison, Bil Introduce & permacultura / Bll Moliison, Reny Mia Stay; tradugao de André Luis Jaeger Soares — Brasilia: MASDRPNFC, 1998. | 204 p, ‘Tradugae de: Introduction to Permaculture, 1991 1. Permacultura - Agricultura alternativa. | Slay, Reny Mia. II, Projeto Novas Fronteiras da Cooperagao para o Desenvoivimento Sustentavel, Ill, Titulo AGRIS £14 CDU 631.151 Impressono Brasit ». AGRADECIMENTOS DO AUTOR ‘Somos gratos ao grande ntimero de estudantes @ profissionais em Permacultura de todo o mundo que, com 0 passar dos anos, tém experimentado com espécies de plantas, projetado propriedades, escrito artigos informativos, organizado instituigdes de Permacultura em seus proprios paises & estados, ensinado outros estudantes, ¢ que tém ajudado a transformar uma parte da Terra em um melhor lugar para viver, nao somente para nossas criangas, mas para todos nés agora. NOTA DO TRADUTOR Para melhor compreensao do texto, algumas palavras da lingua inglesa, como dasign @ muich, entre outras, foram mantidas para conservar a integridade da tradugao. Essas palavras esto incluidas no texto, com uma definig&io de seu significado na frase. (Os nomes populares das espécies so sempre acompanhados da nomenclatura cienlifica para evitar confusao em relagdo as ze yariadas nomenclaturas existentes em diferentes regides brasileiras. Algumas espécies so citadas somente pélo nome cientitico. IMPOSTO PARA AS ARVORES Cada volume desta Introdugdo a Permacultura contribui_ com $0,50 (Dolares Australianos) pagos por Tagari Publicagdes a0 Instituto de Permacultura. O Instituto mantém, esses fundos para o plantio de arvores doagao.a grupos selecionados que trabaihem em reflorestamento permanente. Desta forma, ambos, editora e leitores, podem manter a consciéncia trangiila sobre 0 uso de papel neste volume ou em qualquer outro livro Publicado por Tagari Publications. CONVENGOES UTILIZADAS Estagdes do ano e diregdes: para que 0 texto e as ilustragdes sejam tteis e legiveis em ambos os hemisférios, o Norte e o Sul, as palavras “lado do sol” ou “lado da sombra” sao utilizadas em lugar de “norte” e“sut”, O simbolo abaixo € usado nas ilustragbes para indicar a dirego do sol, PREFACIO DA EDICAO BRASILEIRA A Permacultura considera 0 que finalmente comecamos a entender - que 0 homem 6 somente um componente da natureza, que esta ligado aos outros elementos, e que a Terra € uma comunidade organicamente entrelagada de plantas, animais @ microorganismos, sustentando outras formas de Vida. Sendo assim, as praticas da Permacultura seguem estratégias Que estabelecem a utlizageo e a produce sem desperdicio, implemen-tando sistemas produtivos interligados, mantendo a diversidade, a fertilidade e a estabilidade dos processos naturais. Esses principios basicos podem ser reproduzidos em qualquer bioma do nosso Pais, sendo adequados as condigbes ambientais @ sociais do Brasil Como poderemos ver a seguir, no contetido deste livro, a Permacultura abrange todos os aspectos do nosso ser: 0 corpo, a mente, a familia, nossa casa 'e 0 nosso relacionamento com a comunidade, com a natureza e com 0 mundo. Ac mesmo tempo em que junta os conhecimentos tradicionais & tecnologia da ciéncia moderna, a Permacultura 6 simples e direta: é a pratica do dbvic. Eo despertar para um entendimento consciente com a natureza, traduzido em solugoes efetivas e vidveis para ‘95 nossos problemas de degradacao. O fato de as praticas sustentaveis da Permacultura estarem sendo aplicadas criativamente em campos pelo mundo n&o Indica, apenas, a grande utilidade dessas préticas: torna clara, também, a necessidade de se garantir, de aiguma forma, que 0 seu legado educativo ndo seja dilufdo ou fragmentado com o passar do tempo. Com a crescente variedade de interpretacaio das praticas de Permacultura, é necessario certiicar as publicagdes que relatem fielmente 08 principios, os ensinamentos e a ética da Permaoultura. Este live é uma tradugao fiel dos ensinamentos do préprio idealizador da Permacultura: Bill Mollison - a0 qual agradecemos pelos direitos de publicagdo no Brasil, onde pretendemos preservar a integridade das suas diretrizes metodoldgicas, mantendo viva a forca ea autenticidade onginal da Permacultura. Cabe aqui destacar a intuigdo e a sensibilidade dos membros diretores da Tectoy indistria de Brinquedos, mantenedora da Fundagao Daniel Dazcal, que viabilizou a tradugao e a publicacdo conjuntas deste livro. So executives exemplares, atentos aos problemas ambientais do mundo, e foram Fapidos em reconhecer a Permaculture como 2 fonte renovadora e holistica que estabelece uma integracao harmoniosa entre 0 homem e 98 ecossistemas naturais. O Instituto Permacultura da AmazOnia (IPA), 0 Projeto Novas Fronteiras da Cooperacao para o Desenvolvimento Susientével (PNFC) e a Escola Agrotécnica Federal de Manaus (EAFM), em conjunto com a Fundacao Dani Dazcal, iniciaram um trabalho pioneiro no Brasil,’ estabelecendo uma Unidade Referencial de Permacuttura em Manaus. A publicagao deste livro 6 mais um fruto dessa parceria institucional, 0 que visa semear e disseminar as praticas da Permacultura no Pais, buscando 0 estabelecimento de novos instrumentos que possibilitem a verdadeira ordenagdo do homem com a terra, Promovendo, assim, o equilibrio e a Tanutengao da vida no nosso Planeta, Carlos Miller Fundagdo Danie! Dazeat PREFACIO DA EDICA 0 ORIGINAL Eu cresci em um pequena:vila na Tasmania. Tudo de que precisévamos, faziamos. Faziamos nossas brrias boas, nossos artefatos de metal. Nos pescdvamos nosso proprio peixe, produziamos a comida € fazlamos pao. Eu nao conhecia ninguém vivendo ld que tivesse sé um trabalho, ou qualquer coisa que pudesse ser definida como emprego. Todos trabalhavam em varias coisas. Até 0s 28 anos de idade, eu vivia uma espécie de sonho. Passava a maior parte do ‘tempo no mato ou no mar. Pescava e cagava para ganhar a vida. Nos anos 50, eu comecel a perceber que grande parte dos sistemas naturais, nos quais eu vivia, estavam desaparecendo. Cardumes de peixes estavam diminuindo. As algas que cobriam a praia comegavam a desaparecer. Grandes areas de floresta estavam morrendo. Até entao, eu nao tinha me apercebido que esta ‘natureza me era muito querida, que eu estava apaixonado por minha terra. Depois de muitos anos como cientista, trabalhando para o CSIRO (Organizacao para @ Pesquisa Cientifica do Reino Unido) na secao de Pesquisa de Vida Silvestre e para o Departamento de Pesqueios Interiores da’ Tasmania, comecel a protester contra os sistemas politicos e industriais que, eu via, estavam nos matando e ao mundo & nossa volta. Mas, logo decidi que nao bastava persistir com esa oposi¢&o que, no final, nao atingia nada. Sai da sociedade por dois anos. Nao me opus a nada, jamais, e nao mais perdi © meu tempo. Eu queria voltar somente com algo muito positivo, algo que nos permitisse a todos viver sem a destruigao desenireada dos sistemas biolégicos, Em 1968, comecei a ensinar na Universidade da Tasmania e, em 1974, com David Holmgren, desenvoivi uma estrutura de trabalho para um sistema agricultural sustentavel, baseado na policultura de érvores perenes, arbustos, ervas, vegetais, fungos © tubérculos, para o qual criamos a palavra Permacultura. Passamos muito tempo desenvolvendo os principios da Permacultura € construindo um jardim rico ern espécies. Esse trabalho culminou em 1978, com a publicagao do livro Permacultura Um, saguido, um ano mais tarde, por Permacultura Dois. A reagao do piblico & Permacuttura foi variada. A comunidade profissional estava enraivecida, porque estavamos combinando arquitetura’ com biologia, agricutura com estudo de florestas e florestas com zootecnia. Quase todos os que se consideravam especialistas se sentiram um pouco ofendidos. Mas, a resposta popular foi bem diferente. Muitas pessoas jé estavam pensando dentro das mesmas ideias. Elas estavam descontentes com a forma que a agricuitura é praticada, e j4 contemplavam sistemas mais naturais; sistemas ecoidgicos. Nos anos 70, eu via a Permacultura como uma associagdo benéfica de plantas e animais em telagao aos assentamentos humanos, em sua maioria direcionados para a auto-suticiéncia doméstica 6 comunitaria, @ possivelmente com uma “iniciativa comercial” a partir do excedente daquele sistema. Todavia, a Permacultura veio a significar mals do que suficiéncia alimentar doméstica. ‘Auto-suficiéncia alimentar nao tem sentido ‘sem que as pessoas tenham acesso & terra, informaggo e recursos financeiros. Entao, nos anos mais recentes, a Permacultura veio a englobar estratégias financeiras e legais apropriadas, incluindo estratégias para o acesso a terra, negocios ¢ autofinanciamento regional. Desta forma ela é um sistema humano completo. Em 1976 eu estave palestrando sobre Permacultura e, em 1979, me demiti de meu ‘emprago de académico @ joguel-me, jd em idade avancada, em um futuro incerto. Havia decidido fazer nada mais que tentar persuadir as pessoas a criarem sistemas biolégicos Positivos. Projetei varias propriedades 0 sobrevivi por um tempo pescando e apanhando. batatas. Em 1981 0s primeiros graduados de um curso padrao de Projetista de Permacultura comecaram a projetar sistemas Permaculturais na Australia. Hoje, existem mais de 12.000 graduados em todo 0 mundo, todos eles, envolvidos, de_alguma forma'em trabalho ambiental é social. Bill Mollison APRESENTAGAO Desde 0 surgimento da Humanidade sobre a Terra, ha dois milhGes @ meio de anos, © até dez milénios atrds, quando surgiu a —~ agricultura, 86 havia cagadores e coletores como os povos indigenas que, até hoje, em varios pontos do Planeta, sdio bem-sucedidos na resolugdo de seus projetos de vida, cagando e colhendo o que a natureza poe no seu caminho. Pode-se dizer, entéo, que a Permacuitura tem dez mil anos de existéncia, porque, no nascedouro dessa atividade humana, estavam presentes a observacao e © respeito & natureza que caracterizavam 0 ser humano, Aquela época, e que, até hoje, servem de sustentacao conceitual e pratica desta que é chamada, também, de Agricultura Permanente. E foi nesse tempo, ainda, que surgiram as primeiras ecovilas, que, em nossos dias, como marca de modemidade, estiio de volta para o futuro e jd se muttiplicam per todo 0 Pais, combinando, de forma sustentével, a Permacultura e a Agricultura Familiar. Meio século depois de 0 modelo bélico do Pés-Guerra, com suas maquinas ¢ quimicas, ter sido imposto a agricultura dita ortodoxa, causando desequilibrio ao meio ambiente, 0 produtor rural, ainda preso Aquele modelo predat6rio e invasivo, vé-se margem do proceso de globalizacaio da economia, na qual o mercado ¢ cada vez mais demandante por muita quantidade, melhor quatidade menor prego. Tudo o que a Permacuttura pode possibiltar, sem que, com isso, o ser humano perca sua paz e a natureza seja destruida. Ao mesmo tempo em que o Brasil reinventa a Agricultura Familiar e@ retoma o Associativismo/Cooperativismo como forma de meihor se organizar para 0 3° Milénio, buscando a integracao sistémica entre Homem, Sociedade e Natureza, 0 Ministério da Agricultura e do Abastecimento- MA propée @ construgo de um Novo Mundo Rural em parceria com toda a sociedade brasileira, no campo @ na cidade, com o acesso, desses agricultores e de suas familias, a modemas metodologias e tecnologias que, somadas & sabedoria popular, Ihes Serao disponibilizadas por meio de suas organizagoes cooperativadas. Nesse Novo Mundo, a Permacultura, depois de ter suas praticas validadas e incorporadas pelo. PNFC-Projeto Novas Fronteiras da Gooperagao para 0 Desenvolvimento Sustentavel (PNUD BRA97/015), vinculado a Secretaria de Desenvolvimento Rural-SDR/MA, serve as politicas de govemo, aos niveis federal, estadiiais e municipais como fortalecimento da Agricultura Familiar e da geragao de emprego, renda e sustentabilidade no meio tural brasileiro. Editada pelo Novas Fronteiras, a presente tradugdo daquele que é tido, em todo 0 mundo, como o texto introdutério baisico, para a compreensio ea adogaio dos principios € das praticas permaculturais, é muito mais do que, no papel, a configuracao de um Novo Mundo Rural com sua agricultura absolutamente sustentavel. E, principalmente, um desafio a ser por todos nés compartithado: 0 de ndo nos enxergarmos mais como “mestres’, e, sim, como sujeitos da Criagdo - para podermos, 86 entéo, mudar para methor este Velho Mundo Real, cujo futuro estara, sempre, sob a nossa _irrestrita responsabilidade, Murilo Xavier Flores ‘Secretirio de Desenvolvimento Rural 4 | | i { | | | 4 42 13 14 15 16 17 18 19 4.10 wn 4.12 24 22 23 24 25 26 27 28 -BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA... SUMARIO INTRODUCAO, A ETICA DA PERMACULTURA PRINC{PIOS DA PERMACULTURA INTRODUCAO LOCALIZACAO RELATIVA CADA ELEMENTO EXECUTA MUFTAS FUNCOE: ADA FUNCAO IMPORTANTE & EXECUTADA Pt PLANEJAMENTO ENERGETICO EFICIENTE UTILIZANDO RECURSOS BIOLOGICOS CICLOS ENERGETICOS 0.0 SISTEMAS INTENSIVOS EM PEQUENA ESCALA. ACELERANDO A SUCESSAO E A EVOLUCAO. DIVERSIDADE. EFEITOS DE BORDA! PRINC{PIOS E ATITUDES DESIGN DE S{TIO EM GRANDE ESCALA. INTRODUCAG IDENTIFICANDO RECURSOS TOPOGRAFIA (Forma da terra) CLIMA E MICROCLIMA.. SOLOS AGUA... . POSIGIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA IMPORTANTE, DESIGN PARA CATASTROFE...... BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA.... COMPREENDENDO PADROES. INTRODUCAO PADROES DA NATUREZA . PADROES EM DESIGN. BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA. EDIICACOES. INTRODUCAO.. A CASA TEMPERADA. A CASA TROPICAL A CASA DE TERRA SECA... CASAS DE PLANTAS. sents RECURSOS DOS DETRITOS D4 CASA.. ESTRATEGIAS TECNOLOGICAS.... BIBLIOGRAFIA. E-LEITURA RECOMENDADA. 57 73 14 1s 76 1 8.1 8.2 83 RA a5 86 87 DESIGN PARA O JARDIM DOMESTICO... a 4 INTRODUGAO, 7 estes . na PROJETO DO JAKDIM M4 G JARDIM INSTANTANEO 123 0 JARDIM PERMACULTURAL URBANO E SUBURBANO 126 DESIGN PARA JARDINS EM REGIOES FRIAS 132 JARDINS TROPICAIS. . 136 JARDINS DE TERRA SECA...... : 139 BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA. 143 POMARES, AGROFLORESTA E PLANTIO DE GRAOS .. ‘144 POMARES --...0-----ese0 . M4 FLORESTAS ESTRUTURAIS.. 1s4 SISTEMAS DE PLANTIO DE GRAOS EL EGUMES 1ST COMBUSTIVEIS NO SITIO. se . 163, SISTEMAS COMERCIAIS......... Mid BIBLIOGRAFIA £ LEITURA RECOMENDADA. . 166 SISTEMAS FORRAGEIROS ANIMAIS E AQUICULTURA...... INTRODUCAO ANIMAIS DE ZONA 1 SISTEMAS FORRAG! SISTEMAS FORRAGEIROS PARA SUINOS.... PLANTIG GRANDE ESCALA. AQUICULTURA E ALAGADOS. IIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA. ESTRATEGIAS COMUNITARIAS E URBANAS. PRODUZINDO ALIMENTO NA CIDADE...... AREAS SUBURBANAS PLANEJADAS (VILLAGE HOME! RECICLACEMNA COMUNIDADE...... ACESSO A TERRA PARA A COMUNIDADE SGNOMIA COMUNITARIA ANVESTIMENTO ETICO. A COMUNIDADE PERMACULTURAL. - PURLIOGRABIA H LUATURA RECOMENDADA... ABENDICE ce ccetnent ines INTRODUCAO A Permacultura é um sistema de design para a criagao de ambientes humanos sustentaveis. A palavra em si nao é somente uma contragao das palavras permanente agricultura, mas também de cultura permanente, pois culturas nao podem sobreviver muito sem uma base agricultural sustentdvel e uma ética do uso da terra. Er um primeiro nivel, a Permacultura lida com as. plantas, animais, edificagdes e infra-estruturas (agua, energia, comunicagées). Todavia, a Permacultura nao trata somente desses elementos, mas, principalmente, dos relacionamentos que podemos criar entre eles por meio da forma em que os colocamos no terreno, objetivo é a oriagao de sistemas que sejam ecologicamente corretos ¢ economicamente vidveis; que supram suas préprias necessidades, no explorem ou poluam e que, assim, sejam sustentaveis a longo prazo. A Permacultura utiliza as qualidades inerentes das plantas e animais, combinadas com as caracteristicas naturais dos terrenos e edificagées, para produzir um sistema de apoio a vida para a cidade ou a zona ural, utifizando a menor area praticamente possivel A Permacultura 6 baseada na observagaéo de lemas naturais, na sabedoria contida em sistemas produtivos tradicionais e no conhecimento moderno, cientifico e tecnolégico. Embora baseada em modelos ecolégicos positives, a Permacultura cria uma ecologia cultivada, que 6 projetada para produzir mais alimentagao humana ¢ animal do que seria encontrado naturalmente. Fukuoka, em seu livro The One Straw Revolution (A Revolugao de um Fio de Patha), declarou 0 que 6 provavelmente a melhor detini¢&o da filosofia da Permacultura. Resumidamente, 6 uma filosofia de trabalho com (¢ nao contra) a natureza; de observacdo atenta e transferivel para o cotidiano, em oposto ao trabalho descuidado; ede observagao de plantas e animais em todas, as suas fungdes, em oposto ao tratamento desses elementos como sistemas de um s6 produto. Eu tenho sugerido, em ocasiées menos formais, a utilizagdo de aikidé no terreno, rolando com os golpes, transformando adversidade em forga, utilizando tudo positivamente. O outro enfoque seria o karaté ‘no terreno, tentando fazé-lo produzir usando a forga bruta, atingindo-o com muitos golpes duros. Mas, se atacarmos a natureza, atacamos (e, em tiima instancia, destruimos) a nés mesmos. Acredito que a harmonia com a natureza é possivel somente se abandonarmos a idéia de superioridade sobre ‘© mundo natural. Levi Strauss disse que 0 nosso efro mais profundo é 0 de sempre julgarmo-nos "mestres da criagao”, no sentido de estarmos acima dela. Nao somos superiores a outras formas de vida; todas as criaturas vivas so uma expressdo de Vida. Se \pudéssemos ver essa verdade, poderiamos entender que tudo que fazemos a outras formas de vida, fazemos a nds mesmos. Aquela cultura que compreende isso, jamais, salvo necessidade absoluta, destruiré qualquer ser vivo. ‘APermacultura 6 um sistema pelo quat podemos existir no planeta Terra utilizando a energia que esta naturalmente em fluxo © & relativamente inofensiva: ¢, da mesma forma, polo uso de alimentagao e de recursos naturats que sejam abundantes, sem destruirmos a vida na Terra. Todas as técnicas para a consérvacdo e a restaurago da Terra ja so conhecidas; 0 que nao é aparente é alguma nac&o ou um grupo grande de pessoas que esteja preparado para efetuar a mudanca. No enianto, milhées de pessoas comuns esto comegando a fazé-la sozinhas, sem a ajuda das autoridades politicas. Onde vivemos 6 onde deveriamos Iniciar algo, Podemos iniciar pela redugao do nosso consume de snergia- voce poderia, na realidade, viver com 40% da enercia que esta usando agora, sem sacrificar nada de valor. Podemos ajustar nossas casas para a eficiéncia energética. Podemos cortar o nosso uso do automével, utlizando transporte puiblico ou 0 dividindo com amigos. Podemos armazenar @ agua que corre dos nossos telhados em tanques, ou reciclar a agua cinza para o sanilario ou para o jardim. Também podemos participar da produgo de alimentos. sso néo significa que todos precisamos plantar nossas préprias batatas, mas que podemos compré-las diretamente de uma pessoa que esteja plantando responsavelmente. Na verdade, alguém que organizasse um grupo na vizinhanga para a compra cooperativa cestaria, provavelmente, realizando mais do que plantando. Em todas as agriculturas permanentes, ou, genericamente, em culturas humanas sustentaveis, as necessidades energéticas do sistema s&o supridas pelo mesmo sistema. A agricultura medema de {atifundios 6 totalmente dependente de energias externas. Essa mudanga de sistemas permanentes produtivos (onde a terra pertence a fodos) para uma agricultura anual @ comercial (onde a terra é considerada uma mercadoria), envolve a mudanga de uma sociedade de baixo consumo energstico para uma de alto consumo, com 0 uso da terra de uma forma exploradora e destrutiva, com uma demanda de fontes de energia extemas, princioalmente supridas por pafses do “terceiro mundo”, corno combustiveis, fertilizantes, proteina, trabalho e habilidades. © A produgao agricola convencional nao reconhece © nao paga seus custos verdadeiros: a terra é minada em sua fertilidade para produzir graos ¢ vegetals anuais; recursos nao-renovaveis sao uliizados para apoiar a produgdo; a terra softe erosao pelo excesso de animais nela mantidos e pelo cultivo demasiado; terra & gua sao poluidas com produtos quimicos. Quando as necessidades de um sistema ndo séio supridas de dentro dele, nés pagamos 9 prego em consumo de energia e em poluicao. Nao podemos mais arcar cor 08 custos verdadeiros de nossa agricultura, Ela esid matando nosso mundo, ¢ nos matard. Saindo pelo porta dos fundos, tudo de que necassitamos para uma vida boa esta nos esperando. Sol, vento, prédios, pedras, mar, saros e plantas nos cercam. A cooperagio com todas essas coisas nos {raz harmonia; a oposigdo a elas, traz desastre e caos. Componentes do local: ‘agua, tera, paisagem, lima, plantas Componentes social apoio legal, pessoas, cultura, comércio @ Fnangas A pessoas, Ne ; _— . Yo ODesigné {a integragéo hammoniosa (entre a paisagem @ as Componentes energétices: tecnologias, conexdes, /— ostruturas 0 fontes a“ Componentes abstratos: tempo, dados, stica A ETICA DA PERMACULTURA 4 um conjunto de crencas e atitudes morals em relagdo & sobrevivéncia em nosso planeta. Na Permacultura, adotamos uma ética explicitada em trés éreas: culdado com 0 planeta Terra; cuidado com as pessoas & culdado com a distribuigéo do excesso de tempo, dinheiro e materials para atingir esses, fins. Cuidado com a Terra significa 0 cuidado com todas as coisas, vivas ou nao: solos, espécies e suas variedades, atmostera, florestas, micro-habitats, animais e Aguas. !sso implica em atividaces inofensivas e reabllitantes, conservacao ativa, uso de recursos de forma, ética e frugal, e um estilo de vida correto (trabalhando para criar sistemas tteis e benéficos). ‘Cuidado com a Terra também implica em Cuidado com as pessoas, de forma que nossas necessidades désicas de alimentago, abrigo, educacao, trabalho satistatério e contatc humano saudavel sejam suprides. O cuidado com as pessoas é importante porque, mesmo que as pessoas sejam apenas uma pequena parte da totalidade dos sistemas vivos do mundo, nés causamos um impacto decisivo neste, Se pudermos suprir_nossas nocessidades basicas, néo necessitaremos da indulgéncia em grande escala de pralicas destrutivas a Terra. O tercoiro componente da ética basica de “Cuidado com a Terra’ 6 a contribuigao do excedente de tempo, dinheiro e energia para alcangar os objetivos de cuidado com a Terra € cuidado com as pessoas. Isto significa que, apés tenhamos suprido nossas necessidades basicas @ projetado nossos sistemas da melhor forma possivel, poderemos expandir nossas influéncias ¢ energias para auxiliar outros no aleance desses objetivos. A Permacultura também mantém uma ética da vida, a qual reconhece o valor intrinseco de tudo 0 que vive. Uma arvore é algo de valor em si mesma, mesmo que néo tenha valor comercial para nés. O qué importa é que esieja viva ¢ funcional. Esta fazendo sua parte na natureza: reciclando biomassa, suprinde oxigénio e didxido de carbono para a regiao, abrigando pequenos animais, construindo sol assim por diante, Assim vemos que a ética da permacuitura permeia todos os aspectos dos sistemas “ambientais, comunitarios, econémicos e socials. 15 Cooperagéo (e no competi¢ao) é a chave. AS FORMAS PELAS QUAIS PODEMOS IMPLEMENTAR A ETICA DE CUIDADO COM ATERRA SAO AS SEGUINTES: + pensar, a longo prazo, sobre as consoqi- éncias'de nossas agdes. Planejar para a sustentabilidade; * onde possivel, utilizar espécies nativas da area, ou aquelas adeptadas sabidamente benéficas. A introducao impensada de espécies potencialmente invasoras pode romper 0 balango natural da érea; + cultivar a menor érea de terra possivel. Planejar sistemas intensivos, eficientes ein energia e em pequena escala, em oposto aos sistemas extensivos de grande escala @ alto consumo energético; ‘+ praticar a diversidade policultural (oposta & Monocultural). Isso traz estabilidade e nos ajuda @ estarmos prontos para mudangas ambientais ou sociais; ‘+ aumentar a soma de produtos: focalize na produgao total do sistema suprida por plantas anuais e perenes, plantagoes, arvores e animais. Considere também & energia economizada como sendo parte da produgo; + Utilizar sistemas biolégicos (plantas e animais) e ambientais (sol, vento @ agua) de baixo consumo energético para conservar e gerar energia. + trazer a produgio de alimentos de volta as cidades e vilarejos, onde tem ocorride tradicionalmente "em sociedades sustentaveis; + ajudar as pessoas a tornarem-se auto- suficientes @ promover a responsabilidade comunitaria; © reflorestar a Terra e restaurar a fertilida- de do solo; + utiizar tudo até 0 maximo @ reciclar todos 98 detritos; * ver solugdes, nao problemas; + trabalhar onde conta (plante uma anc onde ira sobreviver; ajude pessoas que gueiram aprender). FONTES a ‘AARVORE DA PERMACULTURA [Ecies fo os olamantos do design. Ac ralzas ecto em muitas dscplinas, ore umn mundo abstato. Os produts ests no mondo real. A germinago de uma ois se tracuz na formato de produits (Os cinoo olamantos: madera, £090 (kz), er, ar © Agua 886 ofgani2acos Bela drvere, assim como a infermagso 6 organizada por ia). 16 CAPITULOL PRINCIPIOS DA PERMACULTURA 1.1 INTRODUCAO Existem dois passos basicos para um bom projete permacultural. O primeiro trata de leis e principios que podem ser adotados em quaisquer climas ou condigdes culturais; 0 segundo jé é mais associado a técnicas ¢ a préticas que mudam de um clima ou cultura para outro, Os principios discutidos nas paginas seguintes so inerentes a qualquer projeto permacultural, em qualquer clima e em qualquer escala. Sao selecionados a partir dos principios de varias disciplinas: ecologia, conservago de energia, paisagismo e ciéncia ambiental. Sao, em resumo, os seguintes: * localizagao relativa: cada elemento (casa, tanques, estradas etc.) & posicionado em relagéo a outro, de forma que auxiliem-se mutuamente; + cada elemento executa muitas fungdes; + cada fungao importante € apoiada por muitos elementos; + planejamento eficiente do uso de energia para a casa e os assentamentos (zonas & setores); * preponderancia do uso de-recursos biolgicos sobre o uso de combustiveis fosseis; + reciclagem local de energias (ambas: as humanas e as combustiveis); * utilizagao e aceleragéo da sucessao natural de plantas, visando o estabelecimento de sitios e solos favoraveis; + policultura @ diversidade de espécies benéficas, objetivando um sistema produtivo e interativo; + utilizacao de bordas @ padrées naturais para um melhor efeito; 1.2 LOCALIZACAO RELATIVA © ceme da Permacultura ¢ 0 Design, que representa a conexdo entre elementos. Nao 6 a dgua, a galinha ou a arvore. E comoa gua, a galinha e a arvore esto ligadas. E exatamente © oposto do que nos ensinam na escola. A educagaéo desmonta tudo em pedagos, sem fazer qualquer conexéio. A Permacultura faz a conex4o porque, tao logo vocé tenha compreendido a conexao, vocé pode alimentar a galinha a partir da érvore. Para permitir que um componente do projeto (tanque, casa, arvoredo, jardim, quebra-vento etc.) funcione eficientemente, devemos colocé-lo no lugar certo. Por exemplo: agudes ¢ tanques de gua séo melhor localizados acima da casa e do jardim, de forma que a gravidade (e néo uma bomba) seja usada para ditigir o fluxo. Quebra-ventos caseiros sic colocados de forma a defletir 0 vento, mas no a sombrear @ casa, do sol de inverno. O jardim é posicionado entre a casa e o galinhelro, de forma que os restos do jardim sejam coletados no caminho para 0 galinheiro, o estrume das galinhas possa ser facilmente removide para Ojardim, e assim por diante. Iniciamos com 0 planejamento dos relacionamentos de cada elemento, de forma. que as necessidades de um elemento sejam supridas pela produgaio de outro, Para i: necessitamos descobrir suas caracteris-ticas basicas, suas necessidades e seus produtos (veja quadio). Os elementos, em uma pequena fazenda tipica, poderiam incluir: casa, viveiro de plantas, horta, galinheiros, tanques de dgua, pilhas de composto, caixas de abelhas, estuta, arvoredo, acude, tanque de aquicultura, quebra-venio, galpao, barracdo de ferramentas, pilha de lenha, casa de haspod pastagem, sebe, minhocario ... @ assim por dianie, Esses elementos podem ser movimentados & vontade, no papal, até que estejam posicionados para o seu melhor funcionamento. Para cada elemento, podemos basear nossas estratégias de tigacdo nas seguintes quesi6es: “Que uso tém os produtos deste elemento, em particular, para as Recessidades dos outros elementos?” “Quais so as necessidades deste clemento que seréo supridas pelos outros?” ‘De que forma este elemento 6 incompativel com os outros?” “De que forma este elemento beneficia outras partes do sistema?” E methor comegar pelo ponto de atividade mais importante (a casa, ou, até mesmo, pontos comerciais, como o viveiro de piantas, 0 galinheiro ou a aqiicultura comerciais). Para que as coisas funcionem corretamente, devernos lembrar que: *° as necessidades de um elemento so supridas por outros elementos dentro do sistema; @ * 08 produtos de um elemento s&o utilizados por outros elementos (incluindo nds préprios}. 13 CADA ELEMENTO EXECUTA MUITAS FUNCOES Cada elemento no sistema deverd ser ‘escolhido e posicionado de forma a executar ‘0 maior numero possivel de fungées. Ura tanque pode ser uiiizado para irigacao, dar gua aos animals, cultivo de plantas aquaticas = controle de inc&ndios. Também é um habitat para pdssaros aquaticos, piscicultura e um refletor de luz (Figura 2.8). A parede de um agude pode servir como estrada, quebra-togo uma area de produgdo de bambu. Podemos fazer 0 mesmo com as plantas, selecionando espécies titeis 6 Posicionando-as em um local onde serdo utlizadas para um ou mais objetivos: Quebra-vento " Forragem animal Privacidade Combustivel Treliga Controle de eros&o Quebra‘fogo Habitat selvagem Mulch, Controle do clima Alimentagéo Condicionamento do solo PRODUTOS E COMPORTAMENTOS Figura 1.1. Analicando as caractr 108 otthas elementos do ti jas, nevessidades © produce de ceda elamente para coloci-o no hagar certo, em relago ‘Andlise Funcional da Galinha Primeiramente, listamos as caracteristicas inatas da galinha: cor, tamanho, peso, toleréncia térmica, habilidade no cuidar de seus pintos ete. As galinhas tém caracteristicas diferentes, de acordo com a raga: as de cor clara toleramn calor melhor do que as de cor escura; racas pesadas no voam tio alte quanto as mais leves (0 que significa que requerem diferentes alturas de cercas); algumas ragas séo melhores maes; outras, poem mais ovos. Taibém vamos observar 0 comportamento da galinha: qual 6 a sua ‘personalidade"? Percebemos que todas as galinhas esgravatam 0 solo para comer, caminham, voam, dormem em galhos ou poleiros a noite, formam grupos @ poem ovos. Em segundo, listamos suas necessidades basicas. Galinhas necessitam de abrigo, gua, banho de pé para evitar piolhos, uma area protegida para dormir e ninhos. Precisam de uma fonte de cascalho para poderem moer a comida na moeta. Também gostam de estar com outras galinhas. Uma galinha solitéria é um acontecimento muito triste, é methor dar-lhe companhia. Tudo isso é facil de providenciar, € nao leva mais do que alguns dias para organizar. Galinhas também necessitam de comida, € 6 ai que comegamos a fazer conexdes com outros elementos de nosso sistema, levando agalinha a uma situagdo ideal, de esgravatar para satisfazer suas necessidades. Cada vez que atrapalharmos a galinha em seu comportamento natural (esgravatar), teremos que executar mais trabalho para compensar. Trabalho e poluigao compdem o resultado de sistemas projetados incoerentemente. 19 Por tikimo, listamos os produtos *saidas” da galinha. Ela produz came, ovos, penas, p6 de penas, esterco, didxido de carbono (da respiragao), sons, calor € metano. Também queremos posicionar a galinha de forma que seus produtos sejam utilizados por outros elementos do sistema, Se nao utllizarmos esses produtos para auxiliar outras partes do sistema, estaremos frente a mais trabalho e poluigao. Agora, temos toda a informacao necessaiia ao rascunho de um plano para o galinheiro, decidindo onde posicionaremos cercas, abrigos, ninhos, arvores, produce de sementes ¢ forragem, tanques, estulas e centros de processamento em relagdo & galinha. A casa precisa de comida, combustivel para cozinhar, calor em tempo frio, 4gua quente, luzes etc. Ela da abrigo e calor as pessoas. A galinha pode suprir algumas dessas necessidades (comida, penas, metano), como, também, consumit a maioria dos detritos alimentares oriundos da casa © jardim demanda fertilizantes, mulch, agua... Ele da folhas, sementes, vegetais... A galinha fornece 0 esterco come 0 excesso que 0 jardim produz. Galinheiros perto de jardins garantem a coleta facil de esterco e um sistema de alimentagio do tipo “Joga por cima da cerca’. Em situagdes controladas, as galinhas podem entrar no jardim, A estufa necesita de didxido de carbon para as plantas, metano para a germinagao, esterco, calor e Agua, Durante o dia ela irradia calor, nos alimenta e produz sobras para as galinhas. Estas podem, obviamente, utilizar a maioria das sobras, além de suprir muitas das necessidades da estufa, inclusive produzindo calor noturno (calor do corpo), se posicionarmos 0 galinheiro ligado a estufa (Figura 7.8). ‘© pomar necessila de retrada Ge ervas daninihas, controle de prages, esterco e alguma poda. Ele da comida (frutas & nozes) e oferecs insetos para a forracem das galinhas. Entéo, o pomare as galinhas. podem interagir beneficamente, se permitirmos que as galinhas entrem, de tempos em tempos. © arvoredo requer manejo, controle contra 0 fogo, controle de pragas e algum esterco. Ele dé combustivel sdiido, algumas frutas, sementes, insetos, abrigo algum calor. Galinhas podem dormir nas 4rvores, alimentar-se das larvas de insetos e ajuidar no controle ao fogo, esgravatando nos possiveis combustiveis (como os capins) A plantagao necesita de aragao, esterco, semeadura, colheita e armazenamento da produgéo, Ela oferece comicia para galinhas ¢ pessoas. Gaiinhas podem ajudar, tornecende o esterco © arando, Um grande nimero de galinha em uma area pequena, limpa a vegetagao e vira 0 solo de forma muito efetiva, A pastagem precisa de semeadura, fnnita, esterco @ armazenamento da a. Ela dé comida para os animais {incluindo minhocas ¢ insetos) Otanque precisa de algum esterco. Ele da peixe e plantas aquaticas como alimento, reflete a luz e absorve calor. Deixando, simplesmente, as galinhas comportarem-se naturalmente e passearem em locais onde oferecem beneticio, podemos delas obter uma grande quantidade de “trabalho”. Utilizando a informagao acima, colocamos as galinhas proximas ao jardim (cerrado), adjacente & estuta. Portdes so abertos em ocasibes apropriadas para @ entrada no pomar, pastagem e arvoredo, de forma que as galinhas possam calar frutas caidas, sementes e insetos, esgravatando © arrancando ervas daninhas e deixando 0 seu valiogo esterco. 20 ‘Um quobra-vento pode ser feito com érvores que fomegam forragem € agicares para 0 gato (Salix sp., Gleditsia iriacanthos, Chamaeeytisus paimensis, Coprosma repens, Ceratonia siiqua); corte para pequenos gaihos 6 lenha (Leuesena leucocephala), néctat & pélen para abethas (Acacia fimbriata); e que supram suas proprias necessidades de nitrogénio (arvores leguminosas). Acacias cumprem muitas fung6es: elas fornecem sementes para a forragem das aves, folhagem para animais maiores e fixem nitrogénio no solo, enquanto que as flores suprem 0 pélen para abelhas. Também so as plantas pioneiras que preparam e protegem 0 solo para as outras mais sensiveis e de crescimento mais lento, A selecdo de espécies apropriadas requer um conhecimento amplo das variedades animais ¢ vegetais em sonsideragao, bem como suas tolerdincias, necessidades e produtos. Quando estamos considerando plantas. por exempio, necessitamos saber se so caducas ou permanentes; se as raizes sao invasoras; a que altura crescem; se crescem rapido e vive pouco (ou vice-versa); se t&m uma copa densa, ou nao; se tém resisténcia ou susceptibilidade a doengas: se podem ser cortadas ou comidas; ou se morrem, se forem. podades por animais ou pessoas. Para comegar, inicie um indice de espécies, ou mantenha notas sobre cada planta (suas caracteristicas, tolerancias © sos) em fichas ou em um sistema de arquivo (veja, no Apéndice, a lista de espécies). Algumas das coisas a registrar sfo as seguintes: 1 Forma: tipo de vida (anual, perene, caduca oupermanente) e forma visual (arbusto, vinha, Arvore), incluindo altur 2 Tolerancias: zone climética (éride, temperada, tropical, subtropical); tolarancia de sombra 2u Sol (parcial ou total}; habitat (umido, seco, mothado, alta ou baixa etevagao); tolerancia de solo (arenoso, argiloso, rochoso); e tolerncia do pH (Acido ou alcalino); 9 Usos: comestivel (alimentacao humana, tempero); medicinal; forragem animal (para animais especificos: galinhas, porcos, veados); melhoramento do solo (fixadoras de nitrogénio, plantacao de cobertura, fertilizante verde); protegao do sitio (controle de erosio, cerca viva, quebra-vento); corte (lenha, postes, estacas); material de construgao (postes, madeira, mobilia) e outros usos (fibras, combustivel, controle de insetos, omamental, néctar @ pdlen para abelhas, raizes uteis, anilinas). Existem varios fatores que podem limitar a selegao das espécies: + impropriedade para o clima ou solo; + invasora ou nociva localmente; + rara ou nao disponivel (geralmente nao comercializada fora do pais de origem): + preferéncia (vegetarianos exciuem espécies forrageiras ou animais para a carne); + drea de terra disponivel (espécies menores, para propriedades menores); + utilidade em relagao & dificuldade de Produgao, pequeno retorne ou tempo de chegada & maturidade 14 CADA FUNCAO IMPORTANTE & EXECUTADA POR MUITOS 0S Necessidades basicas importantes, como agua, alimentag&o, energia e protegao contia o togo, deveriam ser supridas em duas cu mais formas. Um projeto cuidadoso de fazenda, por exemplo, incluiria ambas as pastagens, as anuais e as perenes, além de arvores forrageiras (Prosopis, Salix, Gleditsias, tagasastes), as quais seriam cortadas e oferecidas ao gado, oua este sendo permitido alimentar-se diretamente das folhas, vagens € galhos, periodicamente. Da mesma forma, uma casa com um sistema de aquecimento de agua solar poderia, também, manter um fogad a lena com reservatério para fomecer agua quente em dias nublados. Para o controle do fogo, muitos elementos (0 tanque, a estrada, o quebra-vento de drvores que queimem lentamente ¢ os canais de infiltragao) sao inclufdos no projeto da casa, ou vila, para reduzir o dano em casos de incéndio no mato, Em outros exemplos, a dgua 6 captada or uma variedade de técnicas, desde agudes @ tanques até canais de infitracdo ¢ arado (para reabastecer as aguas do subsolo). Em regiSes costeiras, os ventos sao contidos, primeiramente, por um quebra-vento forte, de Arvores @ arbustos; e, mais proximo a casa, por cercas ou sistemas de grades semi- permeaveis. 1.8 PLANEJAMENTO ENERGETICO EFICIENTE A chave para planejamento energético eficiente (na verdade, 0 planejamento econémico eficiente) é 0 posicionamento de plantas, areas para animais estruturas de acordo com zonas @ setores, com as tnicas excegGes para os fatores de mercado, acesso, inclinagao do terreno, nuances climaticas locais, areas de interesse especial (planicies alagadigas ou encostas rochosas) e condigdes de solo especiais, como lateritas duras ou solos de banhados. As segdes a seguir cobrem planos de zonas, setores @ inclinagao para um sitio “ideal”. Digamos, um terreno com inclinagao leve, de frente para o sol, onde encontramos poucas varidvels. Terrenos ‘reais’, todavia, serao tratados diferentemente, de forma que seus projetos serao mais complexos do que aqueles iiustrados. PLANEJAMENTO POR ZONAS © planejamento por zonas trata do posicionamento dos elementos de acordo com a quantidade ou a freqiiéncia em que os utilizamos ou necessitamos visité-los. Areas que precisam ser visitadas todos os dias {estula, galinheiro, jardim) so localizadas inais préximas, enquanto que locais visitados, menos freqlentemente (pomares, pastagens, arvoredo) so posicionados mais adiante (Figura 1.2). Para posicionar elementos por zanas, comece por um centro de atividades, geralmente a casa, embora possa ser, também, um galpao, viveiro de plantas comercial ou, em escala maior, uma vila inteira. (0 zoneamento & decidido a partir de: (1) ondmero de vezes que voeé precisa visitar elemento (planta, animal ou estrutura) para cotheita ou relirada da produgao; ¢ (2) numero de vezes que 0 elemento necessita que voc8 o visite. Por exempio, anualmente, nés visitarfamos 0 galinheiro: + 350 vezes para apanhar ovos; + 20 vezes para recolher esterco; +» 5 vezes para apanhar galinhas; + 20 vezes por outras razdes. Temos um total de 395 visitas anualmente, a0 passo que um carvaiho seria visitado somente duas, para a colheita das sementes. Quanto maior o nimero de visitas necessarias, mais préximos os elementos precisam estar. Aqueies componentes que necessitam de uma observacdo constante, visitas freqientes, trabatho intensivo ou técnicas de manejo complexas, devem ser posicionados bem préximos, ou desper- igaremos uma grande quantidade de tempo, esforgo @ energia visitando-os. Aregra basica 6 a de, primeiramente, cesenvoiver a érea mais préxima, assumir 0 controle 6, s6 entéo, expandir a partir das bordas. Freqiientemente, 0 iniclante escolhe um jardim longe da casa e acaba por nao Figurs 1.2 0 relacionamento one @ dsénsa @« Intensidade de manejo. Areas vistadaes treqtantomente aio cslocadas mais prowmas da casa colher as plantas de forma eficiente, nem cuidé-las de forma adequada. Com tempo, quaiquer solo pode ser meihorado para jardinagem; entao, priorize o fator “perto da casa’, quando esiiver posicionando um jardim ou um pomar, A Zona zero é 0 centto da atividade (casa, galp&o ou vila, se o projeto for em grande escala), a zona é planejada para a conservagio de energia e para ajustar-se as necessidades de seus ocupantes. A Zona | esta perto da casa, 6 a mais controlada e intensivamente utlizada, podendo conter 0 jardim, oficinas, estufas e viveiros de propagagao, pequenos animais (coelhos, porcos da india), combustiveis para a casa (948, madeira, composto), mulch, varal para roupas e area para a secagem de grdos. No existem animais de grande porte soltos ©, possivelmente, teremos poucas arvores de grande porte (dependendo das necessidades de sombra). Qualquer arvore pequena @ essencial, que seja visitada frequentemente, pode ser colocada nessa zona (um limoeiro prolifico, por exemplo), A Zona il ainda é mantida intensivemente, com plantio denso (arbustos maiores, pomares mistos e de pequenas frutas, quebra-ventos), podendo incluir terragos, sebes, grades e tanques. Existem algumas arvores maiores com uma camada complexa de ervas e plantas’ baixas, especialmente, as pequenas frutas. Espécies de plantas @ animais que requeiram ‘observacao e cuidado séo localizados nessa zona, ea Agua é reticulada (irrigagéo por gotejamento para drvores). Galinhas ¢ outras aves domésticas séo permitidas em areas selecionadas (pomar, arvoredo) para passeio livre, e uma area para uma vaca de leite pode ser cercada a partir da préxima zona, A Zona Ill contém pomares nao- podados e sem mulch, pastagens maiores are animais de abate ou para manter uma plantagao principal. A agua é disponivel apenas para algumas plantas, embora haja bebedouros para os animais, ou seja, gado, ovelhas e passaros semimanejados. AS plantas incluem quebra-ventos, moitas, arvoredos e arvores maiores (como carvalhos ‘@ noguciras), para a forragem animal. A Zona IV 6 somimanejada, semi- selvagem, utilizada para a coleta de alimentos tesistentes, possuindo arvores néo-podadas manejo de vida selvagem e floresta. A madeira é um produto manejado @ outras, produgées (plantas e animais selvagens) séo possiveis. Tabela 1.1. Alguns fatores que mudam no planejamento de zonas a medida que a distin- cia aumenta. FATOR OU ESTRATEGIA, ZONAT ZONA ZONA Tit ZONAIV Palo pare Gi da casa suo | Peotone pana] Paniayie panopa[ Call Taegan Bo suticiencia domés-| rea r00n ‘naa, pasagem fica Estabelecimente 3e | Uso tial de mush | Uso de mich bealzae «| Cordesman dose | Somnie conn pints emeamadas | prctetores de sores | 0m vorse sie dco Pod de anore | lens GETS TFamiae, grades | sem poon grades rats | wudne, vanedades oe pata constvices ra selocenadas Seno do artes « | Siecone miiauras | Varden encnacas | Midna solecionadas | Variodades se plata cu mutiovetass para enxeros posto | clas ou mej a por aime Ta Sap Pons coagn | REPT csrmtwma cane | amaznanennoane [Ape tx wen "pe G—8. 0 tog 9 agudes los © borbas eslicas tags Estutoras (Casa, estula, arma- zenagem Integrada | galinheiros ———L Vivetos, gaipeee, Abrigo de campo come sabes ¢ anor redo ‘Atmazém de forragem, abrga de campo ——_——____. 23 A Zona V compSem os sistemas no- manejados “selvagens". Até esse ponto, Uinhamos executado o design. Na zona V, somente observamos © aprendemos; ¢ 0 nosso loca! essencial de meditagao, onde somos visitantes ¢ nao gerentes. Zonas s4o: uma forma abstrata @ convaniente de lidar com distncias; todavia, na pratica, as bordas de cada zona se misturam umas as outras; a topografia e 0 acesso podem significar que, em alguns casos, a area menos utiizada (Zona V) fica préxima a érea utiizada mais intensamente (Zona |) - por exemplo, uma encosta ingreme loresta diretamente atrés da casa, Podemos, na verdade, trazer “ounhas" da Zona V até 2 nossa porta da irente, como um corredor para 2 vida selvagem, passaros @ a naiureza em geral. Ou poderlamos estender a Zona | juntamente com uma trilha reatientemente usada (uma volta que nos leve da casa para 0 galpao, passando pelo galinheiro & pelo jardim, proximo & pilha de tha, @ ds volta a casa). As figuras 1.3 1.4 mosiram exemplos do planejamento de zonas para uma fazenda pequena. Padres zonais podem muder, quando estivermos trabalhando com dois ou mais centros de atividade. Digamos, entre a casa © a cabana de héspedes, a casa e o galpao ou, em grande escala, entre os prédios de uma vila. Neste case, devemos organizer nossos elos cuidadosamente entre esses centros, ern sua maioria, conexdes de acesso, suprimento de agua © onergia, esgoto © cercas, 0 que David Holmgren chama de “rede de anaitise”, a qual faz 0 planejamento de sitios mais complexos, fazendo conexdes enire estradas, canos, quebra-ventos e assim por diante, para servis a mais de um centro. Figura 1.3. Corredor (corcade) para vida svestre (Zane mu | 28 eetnndendo até 2 zone 2er0, Jgura 1.4 Exempla de plane para uma pequena propriedade de predugao mista PLANEJAMENTO DE SETORES Setores tratam das energias nao contioléveis, os elementos do sol, luz, vento, chuva, fogo e fluxo de agua (inctuindo enchentes}, que vém de fora do nosso sistema ‘e passam por ele. Para isso, organizamos um diagrama de setores baseado no sitio real, uma éraa em forma de cunha a partir do centro de atividade (usualmente, a casa, podendo ser outra estrutura). Veja a figura 1.5. Figura 1.8 Comprocnder as direpdee da Incidéncia do sol, vento, fo90 © enchentes. ajuda no pasicionemento dus estuturas fda vogetagae. Alguns dos fatores que podem ser rascunhados em nosso diagrama sao: + setor de perigo de fogo; + venitos trios e danosos; + ventos quentes, com pé ou sal; + Angulos do sol para verdo e invemo; + reflexdo a partir de acudes; + dreas sujeitas a enchentes. Posicionamos espécies de plantas e estruturas apropriadas a cada setor (1) para bloquear ou diminuir a energia que entra ou uma vista distante; (2) para canalizéta para usos especials; ou (3) para abriro setora essa energia, permitindo, por exemplo, maior luz do sol. Assim, nés posicionamos elementos de nosso design manejando energias que entram para o nosso beneficio, Para 0 setor do fogo, escolhemos elementos que ndo queimem ‘ou que criem quebra-fogos, como agudes, paredes de pedra, estradas, areas limpas, vegetacéio que telarde o fogo ou animais herbivoros para manter a vegetagao baixa. A B INCLINAGAO (Declividade) Finalmente, observaremos o local em perfil, anotando elevagdes relativas, para Posicionamento de agudes, tanques de Agua ‘ou vertentes (acima do sitio da casa); para o planejamento de estradas de acesso, drenos, desvio de enchentes ou de correnteza; para 0 posicionamento das unidades de efluentes ou biogés, e assim por diante. As figuras 1.6 @ 1.7 ilustram alguns relacionamentos ideais entre estruturas ¢ fungées, assumindo uma inclinagao razoavel. Iniciando com o plat no topo teremos: + agudes sao posicionados acima da casa, recebendo o excesso de aqua de tanques elevados, 05 quais recebem a captacao dos telhados, dos galpées de armazenamento, oficinas ou sales. Todos eles necessitam de pouca dgua, mas tém uma grande rea de captacao no tethado. O mesmo resultado pode ser obtido com canais de divergéncia direcionados aos agudes; + todos os tanques cobertos em elevacdo 820 muito iteis e podem, na verdade, ser construidos na base de'edificagGes, for- mando um regulador térmico no pordio das Oficinas. A agua armazenada em tanques sn Ht eric en Soalcia twee Figura 1.6 Andlice da encosta @ 0 plano para o iio em reiagao ao aspecioinluarciam muito no pasiclonamenta do acesso, Ssuprimento de Sgus, florestas@ plantas em geval (zones umes). aT cobertos é seguramente livre de potuigao biolégica e deveria ser utiizada para be- ber soments nos niveis mais baixos da area de assentamento. Quantidades mai- ores de agua para uso doméstico (chuvei- fos, banheitos, jardins) s80 suprides por agudes altos; + acima da casa, particularmente em terro- NOs rochosos @ Secos, deveria haver uma selegao cuidadosa de plantas adaptadas as condigdes aridas que necessitarn de uma irrigaeo localizada somente na fase de estabelecimento. Essas florestas ou pomares ajudam no controle da erosdo € ha retengao de Agua. Para sitios mais bal- xos, escolha plantas com maior nacessi- dade de agua; na casa, tanques pequenos séo rios para © suprimento de 4gua I. A localizagao da casa deverd tras dos agudes ou lagos mais baixos, para proteoao contra 0 fogo. A dqua cinza Griunda da casa (égua descartada nas pias @ chuveiros, mas nao do vaso sanitério) € absorvida pela vegetacéo densa do jardim ou pomar; + mais abaixo, a agua do lago, no vale ou em armazenamentos maiores, é bombeada para tanques ou agudes mais los, em emergéncias come fogo ou S Um fator frequentemente _ne- gligenciado no planejamento é a necessidade de acesso a locais mais altes, tanto na forma de trihas quanto na forma de estradas. Um acesso assim pode ajudar na drenagem ou no desvio da agua para acudes ne melo da encosta, no controle de foge e, & época da golheita, servir como acesso & floresta e 20s galpdes ¢ oficinas. Felizmente, em pequenas propriedades, o mulch das floresias @ os estercos dos galpdes acima da encosta podem ser, facilmente, levados mais abaixo para estabelecer um jardim “do galpao para a case’. Pisos sélidos nos gaipdes de tosquia, casa das cabras @ estabulos nos permitem um facil acesso aos estercos. Para relembrar as regras basicas da conservagao de energia: + posicione cada elemento (planta, animal ‘ou estrutura} de forma que ele execute, no minimo, duas ou mais fungdes; + cada fungao importante (captagao de gua, protegao do togo) 6 servida de duas ou mais formas; + elementos s40 posicionados de acordo com a intensidade de uso (zonas), 0 controle de energias externas (setores) € um fluxo eficiente de energia {inclinagao). Figure 1.7 - Piano Wealizado para équa, ef 9808 © eovseo (a vagatagie nao esté desenhada pare wor apresentar os me ‘imentos da igus). Canals de Inragio dlstiouem a agua cobre uma encesta pare preverir vogoroeas durante a= hues, Uma vez compietada essa andlise de bom senso, sabemos que cada componente esid posicionado corretamente por trés razGes {relalivas aos recursos do local, as energias extemas e a inclinacdo ou elevacao). Nao deve haver planta, drvore, estrutura ou atividade que nao esteja posicionada de acordo com esses critérios. Por exemplo: se plantamos um pinheiro, ele vai para a Zona IV (visitas, infreqiientes), longedo setor de perigo de fogo (pinheiros acumulam combustivel e queimam como um barril de piche), voltado para o setor de ventos frios (sao resistentes ao vento) e fornecendo pinhas comestiveis como forragem. Se quiséssemos posicionar uma pequena estrutura como um galinheiro, ele deveria ser rentea borda da Zona | com a zona II (para visitas treqtientes), longe do setor de fogo, ligado ao jardim anual (para coleta técil de esterco), junto ao sistema forrageiro e, em climas temperados, figado a estufa, além de fazer parte de um sistema de quebra-vento. 1.6 UTILIZANDO RECURSOS BIOLOGICOS —m um sistema permacultural, utilizamos, onde for possivel, recursos biologicos’ (plantas e animais) para economizar energia € realizar o trabalho da fazenda. Plantas animais so usados para, fomecer combustivel, fertiizante, aragdo, além de serem titeis no controle de insetos, controle de ervas invasoras, reciclagem de nutrientes, methoramento dos habitats, aeraeao do solo, controle de inc&ndio, controle da erostio € assim por diante. © acumulo de recursos bioldgicos em um sitio é um investimento a fongo prazo que necesita culdado e manejo nas fases de planejamento, pois é uma estratégia-chave para a reciclagem de energia e para 0 desenvolvimento de sistemas sustentavels. Ulilizamos “esterco verde” e arvores leguminesas, ao contrario de fertilizante nilrogenado; gansos na capina e ervas, rasteiras, em lugar de cortadores de grama; Controle biolégico de insetos, ao contrario de pesticidas; € outros animais, como galinhas ‘ou porcos, em lugar de arados mecanicos, venenos e fertilizantes artifciais. 29 No entanto, o uso cuidadoso de alguns recursos nao-biolégicos (maquinaria baseada em combustiveis fésseis, fertilizantes attiliciais, equipamento técnico) nos estagios iniciais de um sistema permacultural & aceito, se forem usados para criar sistemas biolégicos sustentaveis a longo prazo, com uma infra-estrutura fisica duradoura, Por exemplo: — equipamentos tecnolégices como células fotovoltaicas, aquecedores de agua solares e tubos plasticos utilizam recursos ndo-renovaveis na Sua fabricagéio; mas, podemos utilizd-los efetivamente para produzir nossa propria energia no local. {qualmente, podemos aiugar maquinaria de tefraplanagem para construir estradas, agudes, canais de infiltragao e de divergéncia ¢ drenos; tratores para passar 0 “arado-chisel? em solo duro ¢ improdutivo; ou © disco, em terras secas, coletando lodo e sementes para um eventual crescimento das Planta: aminhdes para trazer esterco e mulch de fontes proximas, de modo a dar partida em nossos proprio sistemas. Da mesma forma, fertilizantes artificiais aplicados em solos desgastados produzirio uma colheita de esterco verde para iar a acumulacdo de fertiidade biolégica. © problema ocorre quando estamos aprisionados em um ciclo anual de uso de fertiizante ou maquinaria, ao contrario de utilizar esses recursos sabiamente para construir,nossos préprios sistemas biolégicos, no sitio du na comunidade. Utilize cuidadosamente o que esteja disponivel; faga-o pelas melhores razdes @ desenvolva altemativas, o mais rapido possivel. A seguir, damos alguns exemplos da utilizacdo de plantas @ animais para aumeniar 8 produgio € o vigor e reduzir a necessidade de fertilizantes @ pesticidas. Ao invés de depender de méquinas ou de forga bruta, Podemos, ao contrario, pensarnosso caminho fo manejo @ na manutengao de nossas propriedades, Animais-tratores ~ galinhas e porcos ‘840 conhecidos por seus habitos de ciscar e cavar © solo procura de minhocas, insetos @ raizes. Embora 08 sistemas de animais- tratores sejam descritos no Capitulo 7, resumimos: galinhas, porcos ou caprinos, se confinados em uma area de ervas daninhas ou em caposira, rao dastruirtoda a vegetagao, cultivar parcialmente a terra @ adubar a area com estarco. Por isso, deverao ser levados para outre area fechada antes que possam, na verdade, causar dano pelo excesso de esterco ou pelo distirbio do solo. Controle de pragas - Plantas umbeliferas @ compostas, como o anis, 0 funcho, as margaridas e as tagetes, posicionadas em voila de canteiros e no pomar, alraem insetos predadores (que se alimentam ou parasitam pragas). Tanques abertos no jardim atraem anfibios comedores: de insetos (ras). Caixas de ninhos adequadas, ‘ou atbustos espinhentos, oferecem habitats para passaros insetiveros. Fungos e bactérias, benéficas ou nematéides tém sido usados para controlar insétos, e muites plantas fealizam o controle de insetos ou nematdides. Fertilizantes ~ Todos os animais reciclam nutrientes comendo a vegetacao ou outras animais e excretando esterco nitrogenado nos campos, pomares ¢ jardins. Esterco de patos @ porcos, em um grande langue ou lago, aumenta 0 nutientes para muitas espécies de peixes. Minhocas bombeiam ar para deniro dos solos e formecem himus @ nutrientes para as plantas, ou sao colhicias como alimento de galinhas ou pelxes. Os restos do jardim @ do pomar sao reciclados pelas minhocas, sendo limpos de pestes e oengas em potancial © contrei pode ser combinado com estercos @ compostado ou fermentado em uma mistura liquida para prover os nutrientes essenciais as plantas do jardim. Muitas espécies de drvores vigorosas e com raizes profundas penetram o solo abaixo da camaca uperior, *razendo” nutrientes para plantas de ralzes menos profuncas. Assim, as folhas podem ser utilizadas como muich e para auimentar 0 hummus do soto. Os legumes e érvores leguminosas (alfafa, feijes, leucena, acdcias) abastecem de nutrientes 0 solo, através da retirada do nitrogénio do ar e processamento do mesmo nos nédulos nas raizes. Existe uma bactéria apropriada (rizdbia) que, adicionada de forma correta ao solo de plantio, pode aumentar 0 ‘rescimento das plantas em até 80% acima das plantas que nao forem inoculadas. Nota: nem todas as leguminosas sao fixadoras de nitrogénio; excegdes notdvels sao a Gleditsia e a Ceratonia sifiqua. Existem mais de 150 plantas nao-leguminosas, como o alder (Alnus $9), @ Oliva Russa (Eleagnus umbellata, E. angustifolia) 6 as casuarinas, que S20 conhecidamente fixadoras de nitrogénio. Pastagens leguminosas, arbustos e Arvores sao interealados com drvores de pomar e de floresta; legumes, como feljoes © ervilhas, sao plantados em jardins e utilizados como primeiro andar em pomares. Se forem cortados ou podados antes da floracdo, o nitrogénio dos nédulos nas raizes é liberado para dentro do solo, para ser utilizado pelas plantas na redondeza. ‘Muitas dessas plantas, espe-cialmente 0s legumes, t8m outros usos; 0 arbusto da ervilha siberiana (Caragana sp.) ea tagasaste (Chaemocytisus palmensis) por exempio, nao somente melhoram o solo, mas so tteis como quebra-vento ou cerca viva, alimento para as galinhas (sementes) e forragem para animais maiores (folhas). Outros recursos biolégicos incluem abelhas (polinizacdo de flores e colheita de néclar), plantas espinhentas (cercas), plantas alelopaticas (que suprimem 0 crescimento de ervas daninhas) e caes (quardas para outros animais, particularmente as ovelhas). Achave para ouso efetivo de recursos diolégicos 6 0 manejo. Se no forem manejados, esses recursos ficardo fora de controle © se tornarao destrutivos, freqiientemente terminando como poluentes. Isso pode ser visto no gado nao-cercado comendo os brotos da floresta; caprinos que escapam para 6 pomar; galinhas que poluem: © cercado @ arvores ieguminosas n&o- manejadas, que acabam por sombrear 0 jacdim. | | ‘A maioria das estratégias de manejo so baseadas na temporalidade. Gansos, por exemplo, iréo capinar os capins de uma horta de morangos, amoras, tomates e outras colheitas de raiz, como cebolas, batatas etc. O importante 6 permitir a entrada dos gansos somente apés as plantas estarem grandes 0 suficiente para prevenir 0 dano causado por seus pés @ antes do amadurecimento das frutas (gansos comeréio morangos e tomates maduros). As galinhas, apesar de todas as vantagens de adubagao e do controle de insetos @ sementes de ervas daninhas, nao deveriam ser permitidas em um jardim ou pomar com mulch, pois irao espalha-lo quando ciscarem & procura de insetos. Se o pomar no contém mulch e, 20 contrario, é manejado ‘com um andar de leguminosas fixadoras de nitrogénio, as galinhas sao permitidas para catarem frutas caidas, insetos e brotos. O mulch fo cercado das galinhas pode ser coberto com pedras ou com uma tela metalica. 1.7 CICLOS ENERGETICOS Em nossos sistemas de suprimento alimentar modemos, nutrigao completa e uma dieta variada sao obtidos através de uma rede mundial de transporte, armazenamento publicidade. Obviamente, essa reticulagao de alimentos gasta muito mais energia do que uma diversidade agricultural local, @ so é possivel devido ao subsidio de combustiveis fosseis. Hoje em dia, jd notamos que os cusios dessa reticulacdo de alimentos estao fora de controle, e sentimos seus efeitos nas fazendas @ sitios onde so produzidos. Métodos “eficientes" 16m sido forgados ao produtor, mesmo que em prejuizo da terra e da qualidade do produto a longo prazo. Pesticidas, grandes quantidades de fertiizantes, técnicas de cultivo e sequancias de plantio pouco sabias tém-se tornado comuns, num esforgo para reduzir custos aumentar a produgao @ na va corrida para manter a viabilidade econémica. Uma comunidade apoiada por uma Permacuitura diversa 6 independente desse trafico de distribuigdo, e capaz de garantir uma dicta variada, provendo todos os requisitos 31 nutritivos sem sacrificar a qualidade ou destruir aterra a partir da qual se alimenta. As maiores economias energéticas esto na eliminagao dos custos de transporte, embalagem e Publicidade, Sistemas Permaculturais visam interromper esse fluxo de nutrientes 6 energia que saem do local e, 20 contratio, transtorma- Jo em ciclos, de forma que, por exemplo, restos de cozinha sejam reciclados para -composto; esterco de animais seja levado para a produgdo de biogés ou de votta ao solo; a gua cinza da casa flua para o jardim; esterco verde seja transformado em terra fértil; folhas sejam levadas de volta as arvores, como mulch. Ou, em uma escala regional, esgoto seja tratado para produzir tertilizante a ser usado em terras produtivas, dentro do distito. O bom design utiliza energias naturais que entram no sistema com aquelas geradas no local para garantir um completo ciclo energético. A segunda lei da termodinamica enuncia que a energia é constantemente Perdida, ou se torna menos itil ao sistema. Todavia, 6 através de uma constante reciclagem que a vida na Terra se prolifera. A interagao entre plantas e animals, na verdade, aumenta a energia disponivel no local. O objetivo da Permacultura néo 6 somente reciclar e aumentar a energla, mas, também, captar, armazenar e utilizar tudo 0 que estiver disponivel no ambiente, antes que acontega a degradacdo até onivel de uso energético mais baixo e se perca para sempre. Nosso trabalho é utilizar a energia que entra (sol, agua, vento, esterco...) no nivel de uso mais alto possivel, no nivel seguinte mais préximo e assim por diante. Podemos criar pontos de uso.a partir da“fonte e até 0 depésito natural’, antes que a energia escape da nossa propriedade. Sistemas de captagao_e armazenamento de égua, por exemplo, so construidos em elevagdo no terreno para a utilizag&io em um padrao complexo de cacimbas, acudes @ armazenamentos menores, geragao de energia e assim por diante, até quo, finalmente, a agua escape da propriedade (Figura 1.8) Figura 1.8 © trannino ao proetcta¢ ena armazensmentos Hols de anorgias na palsagemn ou nas ediicages (maudando da ‘stuagae A para B. Tas armazeramenios so torram fecursos pars maior produvidade 32 Se ignorarmos os morros @ as elevagies € colocarmos uma barragem no fundo do vale, teremos perdido a vantagem da gravidade 6 necessitaremos de energia para bombear a ‘gua de volta para cima. Na verdade, nao 6 a ‘quantidade de chuva que conta, mas 0 ntimero de cislos que podemos organizar para utilizar essa Agua para o nosso melhor beneficio. A medida em que criamos mais armazenamentos titeis, aos quails dirigimos a energia que entra ou aquela gerada no local, antes que saiam, melhores designers (projetistas) Permaculturais seremos. 18 SISTEMAS INTENSIVOS EM ~ PEQUENA ESCALA ‘Ao contratio dos sistemas centralizados em grandes colheitadeiras e carretas de transporte, 0 sistema permacultural & sintonizado nas ferramentas de mao (tesoura de poda, carrinho de mao, foice, machado) em um sitio pequeno, ou motores com uso modesto de combustivel (pequenos tratores, rogadeiras, moto-serra), em sitios maiores. Embora, a principio, a Permacuttura aparente ser de trabalho intenso, ela ndo é um relorno aos sistemas proietarios de colheftas anuais, escravidéo e sofrimento sem fim & dependéncia total na servidao humana. Pelo contrério, ela prioriza o design da fazenda (ou sitio, ou quintal urbano, ou cidade) para o melhor beneficio, utilizando uma certa quantidade de trabaino humano (que pode incluir amigos e vizinhos), uma acumulacao gradual de plantas produtivas perenes, mulch para o controle de ervas daninhas, 0 uso de Fecursos bioldgicos, techologias alternativas que gerem e economize energia @ um uso moderado de maquinas, de forma apropriada. -__ Sistemas intensivos de pequena escala significa que (1) uma parte da terra pode ser utilizada por completo # eficientemente, e que (2) o local esta sob controfe. Em um pequeno Sitio isto ndo é problema, no entanto, em sitios maiores 6 mais facil cometer o erro de multiplicar jardins, hortas, pomares, arvoredos ® galinheiros. isso é um desperdicio de tempo, energia e gua."Se voce quiser saber como controlar o seu sifio, coméce a parti da porta 33 da casa! Se vocé avistar uma fazenda onde a porta da cozinha leva a ervas daninhas, elas existio até os limites de propriedade; a area de terra é muito grande em termos de tempo, trabalho, dinheiro ou interesse disponivel. Se ndo podemos manter ou melhorar um sistema, devemos deixd-lo em paz, assim, minimizando danos e preservando a complexidade natural. Se nao regulamos nossos proprios niimeros, apetites e a area que ocupamos, a natureza o faré por nds, pela fome, eroséo, pobreza e doenca. O que chamamos de sistemas econdmicos e politicos esta apoiado (ou decaindo) de acordo: com a nossa habilidade, ou no, de conservar Oambiente natural. Um controle rigido da terra disponivel e o uso muito cauteloso de recursos, naturais é a nossa Unica estratégia para ur futuro sustentavel, Talvez devéssemos controlar somente aquelas areas em que podemos estabeleces, manter e colher através de tecnologias brandas, como uma forma de controle dos nossos apelites. Isso significa que assentamentos deveriam sempre incluir a provisao total de alimentos, ou, de outra forma, atriscaremos a combinacao fatal de cidade estéril e terreno delingiiente, onde a cidade, a floresta e as fazendas sao negligenciados e sofrom até a falta de recursos basicos para a auto-suficiéncia. © que observamos frequentemente, no mundo ocidental, 6 um tertitério delingaente ~ lotes suburbanos cobertos de gramados ¢ flores cosméticas; areas de decadéncia urbana em volta das cidades; mais e mais desmatamento nas bordas da floresta e a ullizacdo da terra de forma desesperadamente incorreta, nos intervalos. Esse sistema nao é sustentavel. Neste momento, nos parece Sbvio que 0 planejamento da produgao alimentar altamente intensiva e biol6gica, a parr da porta de casa, 6 0 Unico caminho para a saida das crises futuras. Compare as _enormes reas desmatadas da Austrélia e dos Estados Unidos ‘com as pequenas ¢ intensivamente cultivadas das Filipinas, onde a drea total a volta das casas € normalmente em toro de 12 metros quadrados: neste jardim é produzida a maior parte da alimentagao para a familia. A casa 6 geralmente apoiada em esteios ¢ os animais 40 mantidos sob 0 piso, O jardim cerca toda a casa, Restos e podas so dados aos animais; estercos So usados no jardim. Treligas com maracujés, cabacas, feljbes 6 outras plantas trepadeiras abrigam a casa do calor extremo e provéem de comida a familia. Arvores de crescimento rapido, como a Leucena, s40 podadas para Jenha. Ento, fique perto de casa e trabalhe para o desenvolvimento de sistemas pequenos ¢ intensivos. Podemos plantar 10 arvores cruciais e cuidar delas, enquanto que, se plantarmos 100, poderemos perder até 60% por falta de preparacio do local e falta de cuidado, Dez Arvores e, talvez, quatro metros quadrados de jardim, bem protegidos, adubados e regados, so um bom comego para um sistema nas Zonas | ¢ I O planejamento de nucleos menores sempre deve ser relacionado a um plano maior. Eles so os designs que circundam a ‘casa, fazer o pomar ou ocarrem nos espagos do galinhelro. © importante ¢ desenvoiver 0 nicieo por completo, antes de ir adiante. Nucleos poem ser téo simples coro um ‘grupo de arvores pioneiras mantidas com pouca frequéncia, mas estabelecide cor um bom preparo do solo e provisdo de agua, se necessério. Ou podem ser jardins, sistemas forrageiros animais, pomares ou margens de tanques completamente plantados, cercados, com mulch e irrigados. Para economizar agua e energia e prevenir a invasdo de ervas daninhas, 0 sistema desenvolvide deve ser totalmente ocupado com plantas, mesmo que algumas devam ser arrancadas mais tarde. Mesmo que, a principio, isso aparente gastar mais energia e tempo, a longo prazo é econémico, gragas as reduzidas perdas & "cil manutengao do sistema. Empithamento de plantas Em todos os ecossistemes ocorrem ospécies de plantas diferentes em altura profundidade variadas, @ partir do solo. As plantas crescam em resposta & luz disponivel, 34 de forma que, em uma floresta, as arvores maduras formam. a camada (ou andar) mais alta (copa), com uma cameda um pouco mais baixa de drvores menores que utlizam um pouco da luz restate, A camada de arbustos, adaptada a niveis baixos de luz, cresce 1ogo abaixo, ¢ se ainda existir alguma luz de sobra, uma outra camada herbdcea se forma no nivel mais baixo (Figura 1.9). Podemos construir nossas proprias varlagdes da floresta, estabelecendo um plantio intercalado de espécies altas e baixas, trepadeiras e ervas, posicionadas de acordo com suas alturas, tolerancia 4 sombra 6 necessidades de gua. Por exemplo: em terra com fertilidade adequada e alguma fonte de qua, colocamos o nosso sistema todo de uma vez, com espécies de climax (arvores de pomar de vida longa, como nozes @ améndoas); frutiferas de vida mais curta menores (ameixas, péssegos); pioneiras leguminosas de crescimento rapido (acdcias, oliva russa, Eleagnus sp., tagasaste para mulch, sombra @ nitrogénio); espécies perenes de vida curta (contrei, Achillea miliefolium) para ‘© controle de ervas daninhas e para fomecer mulch; arbustos perenes (groselhas, amoras); ©, até mesmo, anuais como funcho (Anethum graveotens), faijao e abébora. O espacamento entre as plantas depend, principaiments, da disponibitidade de gua 6 dos requisites de luz. Piantios em terras secas requerem mals espaco entre elas, enquanto que plantas em regides quentes € Umidas podem ser posicionadas muito préximas. Design para climas frios requer sistemas relativamente abertos para permitir 2 chegada de luz &s camadas mais baixas para superar a falta de calor no amadurecimento. Também, muitas arvores frutiferas do clima temperado e, até mesmo, algumas plantas de ambientes quentes € Umidos, necesita movimento do ar entre elas para reduzir a possibilidade de ataques de fungos quando ocorrerem chuvas fora de estagao. a D a y SONAXONONO 3 DS ODO Soe Me Noo OG: RIX NONE en ie ee My RY OG 35 Empithamento de tempo Os ingleses crieram um sistema de picdhigdo no qual as pastagens sio divididas, ‘apds os animais terem permanecido nelas por alguns anos. A rotacao apropriada ocortia a cada periodo de sete anos. A pastagem ers arada e cultivada com alguma espécie de alta demanda de nutrientes, digamos alfafa, seguida de um plantio de cereais e, em soguida, de um plantio de raizes. Depcis, 0 local era abandonado por um ano para 0 dascanso do solo. Isso era sustentavel, mas © ciclo durava um longo tempo. Masanobu Fukuoka, um mestre estrategista, lida com empithamento do tempo. Eie nao precisa aiqueivar (descansar © solo) porque nunca ira do solo a parte principal da colheita, Ele empiiha os legumes com os cereals, com os patos e com as 148, Ele coloca seus animais ria plantagao de tempos em tempos, sem stabelecer um local para os animais @ outro ara a plantacdo. Ele empilha tipos diferentes de plantagées e, ainda, vai um passe adiante: pilha seqiiéncias umas dentro das outras, inisiando 0 préximo piantio antes que a titima colheita tenha terminado. Podemos fazer a mesma coisa colocande pioneiras, frutiferas jovens, palmeiras (ou arvores para esteios), arbustos, quebra-ventos, coberturas rasieiras @ até mesmo canteiros anuais, todos juntos, a0 mesmo tempo. Eventualmente, as anuals sombreadas por arbustos perenes es menores €, em 20 anos, as Arvores. dominarao a maior parte da area. Enquanio 1sso, teremos colhido muitos anos die produgo @ aumentado 0 solo fértil pela acigac de restos 36 vegelais ¢ esterco verde. Ao invés de esperar pela producao de frutas e nozes por 6-20 anos, feremos uma produgao a partirde 6-6 meses. 1.9 ACELERANDO A SUCESSAO E A EVOLUCAO “ Ecossistemas naturais desen-volvem- s@e mudam com o tempo, dando. espago para a sucesso de diferentes espécies de plantas e animais. Pastagens abandonadas, por exemplo, serBo sucessivamente colonizadas por uma camada de ervas daninhas, plantas pioneiras e, eventualmente, espécies de climax apropriadas aos solos, topografia @ clima. Cada estagio cria as condigdes certas para o préximo estagio. Plantas pionelras podem fixar nitrogénio, afofar solos pesados, reduzir a salinidade, estabilizar encostas muito inclinadas, absorver umidade excessive ou prover abrigo. Elas colonizam novos habitats, tornando mais facil, para as outras espécies, seguir esse trabalho de modificagéo do ambiente até um momento mais favordvel. A figura 1.10 mostra 0 processo de sucessao 6m um pastagem. Na agricultura convencional, a vegetacao 6 mantida ao nivel da camada de ervas (ex.: verduras, grdos, legumes, pasto), utilizando-se energia para manté-la cortada, capinada, arada, fertilizada €, até, queimada; isto 6, estamos constantemente ajustande o sistema para trés € incorrendo em custos de trabalho e energia, quando interrompemos a ocorréncia da sucesso natural ‘A Eiabelecimento do sistema: uma draa 6 cercada, sto plantadas diversas especies © proteaidas do gado. Soments gansce, patos «@ alguns planios anuais sie produzidos. ©. Um sistema evoiuide produ forzagem, fenha @ produtes animals, além de prosizir seu prépro mulch ¢ adubos. © sistema maduro ‘equer manejo com pouca necessdade da energia,# oferece uma variedade de produtos comerciatzves. Figura 1.10 7 Ao contrério de lutarmos contra esse processo natural, podentos dirigi-lo e acelerd- Jo. para incluir nossas préprias espécies de climax erm tempo mais curto. + _Utilizando 0 que jé estd crescendo no local, gerelmente uma camada de ervas ‘daninhas”, para melhorar a fertiidade do solo. Ervas macias podem ser cobertas por uma camada de mulch de papelao carpete velho, ou cortadas antes da tloragao @ utilizadas como mulch em volta de outras espécies. Arbustos perenes lenhosos, como a Lantana camara e 0 gorse (Ulex europaeus), criam solos éxcelentes quando apodrecem, apés serem cortades, e so eventuaimente sombreados pelas arvores. As raizes podem ser arrancades, se quisermos uma mudanga mais rdpida, mas, no caso das ervas daninhas anuais, caver ou virar 0 solo somente produz mais ervas daninhas, a medida em que as sementes brotam em resposta @ luz eA Agua. + Introduzindo plantas que sobreviveréo facitmente no ambiente em particular, além de ajudar a aumentar a lertilidade do solo, Dependendo dos tipos de solo com que estamos trabalhando (que podem ter problemas de erosao, salinizagao, cansago, alagamento, —_acidez, alcalinidade,ser argiioso ou arenoso), podemos plantar ambos os tipos, anuais e porenes, de uma leguminosa localmente adaptada (para esterco verde @ mulch) é arbustos perenes Utels conhecidos localmente, pela sobrevivéncia 6 resisténcia. E possivel que tenhamos que. esperar para plantar nossas espécies de ‘climax’, até que solos mais favoraveis tenham se estabelecido, + Aumentando os niveis organicos artificialmente pelo uso de mulch, plantios de esterco verde, composto @ outros fertiizantes para mudar 0 ambiente do solo. sso nos permite plantar mais repidamente. ou, se utilizado em combinagao com 0 nétodo anterior, plantar um nuicieo de arvores de climax.e solo marginal, s@ estamos dispostos a inoluir 0 trabalho de cuidar dessas arvores. 38 + Substituindo por nossas préprias espécies de ervas, pioneiras e climax, as quais S40 mais uteis a nés do que a vegelacao perturbada ou natural’existente. Confrei, por exemplo, brotaré mesmo. através da camada das daninhas, ajudando a controlar a area; se plantado em densidade suficiente, dard produgao no primeiro ano. 1.40 DIVERSIDADE No seu livro Plants, Man, and Life, Edgar Andersen descreve os plantios de Jardins/pomares agrupados em volta das casas na América Central: perto da casa e mais ou menos cercando-a, existe um jardin pomar compacto de aproximadamente 20 metros quadrados de extenséo. Nao se encontra dois destes exatamente iguais. Existem plantios ordenados e agrupados mais (ou menos juntos. Ha varias érvores frutfferas (citricas, Annona sp., sapotis, mangas e abacates) e moitas de cafés & sombra de Arvores maiores. Também ha mandioca, de uma ou duas variedades, plantada mais ou menos em finhas na borda das Arvores. Frequentemente, existem areas de bananas, milho feij4o, aqui ¢ ali, em fileiras ou grupos. Subindo e se espalhando por tudo, existem Vérias abéboras @ suas variedades: chuchu plantado pela truta e pela raiz; a esponia (Lutia aegyptiaca), com sau esqueleto utlizado para a limpeza em geral. As cucurbitas sobem pelos beirais dos telhados e pelos esteios cumeeiras, subindo alto nas érvores ou sobre a cerca, Por todo 0 jardim, ha flores @ varias espécies de ervas (délias, aleorim, Glaciol Sp. sosas trepadeiras, Asparagus selaceus, canas @ Amarantos sp. Andersen contrasta o pensamento linear, ordenado, resirito e segmentado dos europeus com a policultura produtiva, mais natural, dos tropicos secos. A ordem que ele descreve 6 uma ordem seminatural de plantas em seu relacionamento correte umas com as outtas (consércios), mas no separadas em varios agrupamentos artificiais. Nao esta claro onde ficam os limites entre pomer, casa, campo e jatdim, onde existem anuals e perenes, ou, na verdade, onde o cultive dé espago para sistemas evoluidos naturalmente. Para o observador, isso pode parecer um sistema desordenado e desarrumado; no entanto, nés ndo deveriamos confundir ordem com arrumagao. Arrumacao separa espécies, cria trabalho 6 pode, também, convidar pragas, enquanto que a ordem integra, reduz trabalho e dissuade o ataque de insetos. Jardins europeus, freqientemente arrumados de forma extraordinéria, resultam em desordem funcional e baixa produgdo. Criatividade raramente arrumada. Poderiamos dizer, provavelmente, que arrumagao € algo que acontece quando a atividade compulsiva substitu a criatividade imaginativa Embora a produgao de um sistema monocultural seja provavelmente maior para uma espécie em particular do que a mesma produgdo desta espécie na Permacultura, a soma das produgdes de um sistema misto seré maior. Na anterior, um hectare de verduras produzira somente verduras durante todo 0 ano, enquanto que na outra, verduras sa0 uma parte menor da produg&o total de nozes, frutas, dleos, gros, madeira, galinhas, lenha, peixe, semontes e proteina animal. Para a auto-suficiéncia, isso significa que a familia pode satisfazer todas as suas necessidades nutritivas com as frutas, verduras, proteinas e minerais disponiveis. Economicamente, ter mais produtos vendaveis. em épocas diferentes do ano protege a familia das viradas do mercado e das perdas severas que podem ocorrer en uma plantag&o devido 5 pragas ou mau-tempo. Se o mercado para came estd baixo um ano, por exemplo, serao vendidos somente lenha, nozes, frutas, gros © ervas, mantendo-se o gado para melhores épocas. Se a geada aniquila a produgdo de frutas, outros produtos estardo disponiveis para comer ou vender. 39 Nosso objetivo deveria ser o de dispersar a produgdo ao longo do tempo, de forma que produtos estejam disponiv durante cada estacao. Esse objetivo é alcangado de varias formas: + selecionando variedades de principio, meio e fim de estacao; + plantando a mesma variedade em situagdes de amadurecimento precoce e tardio; + selecionando espécies que frutiiquem por longos periodos; ‘+ com um aumento geral na diversidade e na multiplicidade de usos das espécies no sistema, de forma que folha, frulo, semente € raiz sejam parte da produgao; * utilizando espécies que se auto- armazenem, como tubérculos, sementes duras, nozes e rizomas, os quais podem ser usados na medida da necessidade; * com técnicas de preservacao, como conservas, secagem, congelamento € armazenamento a frio; + por meio de um camércio regional entre as comunidades, ou adquirindo terras em diferentes altitudes e latitudes. A diversidade 6 freqientemente relacionada & estabilidade, na Permacultura No entanto, estabilidade s6 ocorre entre espécies cooperativas, ou espécies que n&o causem prejuizo umas as outras. Nao 6 0 bastante, simplesmente, incluir 0 maior numero possivel de plantas e animais em um sistema, pois poderéo competir pela luz, nutriente e dgua. Algumas plantas, como nozes e eucaliptos, inibem o crescimento de outras excretando hormdnios de suas raizes no solo (alelopatia). Outras plantas oferecem habitat de inverno para pragas e dosncas danosas.a espécies préximas. Gado e cavalos, deixados no mesmo pasto, eventualmente causarao degradagao. Arvores grandes competem pela luz com cercais, Caprinos no pomar ou no arvoredo iro comer a casca das rvores. Assim, se vamos utilizar todos esses. elementos em um sé sistema, devemos ser cuidadosos na colocagao de estruturas ou plantas que intervenham entre elementos potencialmente prejudiciais. Entéo, a importncia da diversidade no esta muito no némero de elementos de um sistema, mas no nimero de conexdes funcionais entre esses elementos. Nao 6 0 numero de coisas, mas 0 ntimero de formas nas quais as coisas trabaiham. O que procuramos & um consércio de elementos plantas, animais ¢ estruturas) que trabalhem armoniosamente juntos. CONSORCIOS Consércios so feitos a partir de uma associag&o proxima de espécies agrupadas, em torn de um elemento central (planta ou animal). Esse agrupamento age em relagao ao elemento para assisti-lo na sua sade, ajudar no manejo ou amenizar efeitos ambientais adversos, Ha muito, temos reconhecido plantas companheiras nos jardins e misturas de sairas ricullura que. juntas, se relacionam bem. Vern dai 0 conceito de consércios, os quais dependem oa composigao e da colocagao de species que beneficiem umas 4s outras (ou, nu minimo, que nao se prejudiquem) Benelicios podem ser: + aredugiio da competigao nas raizes de capins invasores, Guase todas as drvores frutileras cultivadas gostam de uma cobertura herbacea no solo, néio de capins. Confrei, por exemplo, permite as raizes das arvores alimeniarem-se na superficie e produz mulch @ comida de minhoea, quande morre no invemo, enquanto que dulbos de primavera (espécies de Allium, Narcissus sp.) morrem no verao @ nado competem com as arvores peia agua, durante os periodos de seca no calor; + aprovisdo de abrigo fisico da geada, do sol, cu dos efeitos dessacantes do vento. Exemplos sa0 sabes e bordas de arvores rbustos resistentes que causem deflexo nos ventos fortes, bem como arvores espalhadas que provenham sombra parcial para culturas como 0 café eo cacau; 40 + a provisdo de nutrienies na forma de anuais, arbustos ou drvores teguminosas; + a assisténcia no controle de pragas através de restringentes quimicos (Tagetes fumegam 0 solo contra cartos tipas de nematéides) abrigando insetos predadores (plantas umbeliferas como 0 funcho, anis e cenoura) e utilizando animais forrageiros, mo galinhas, para a limpeza de frutas caidas. E este ultimo item que nos interessa, com respeito &s pragas no jardim, pomar e plantacdo. Plantas podem ser definidas como interacdo positiva ou negativa. As interagdes entre pragas e as fungdes das espécies de plantas sao de grande importancia na mistura de plantios, envolvendo: + plantas insectarias que agem como anfitrido (um alimento} para insetos predadores que, por sua vez alimentam- se de pragas; > plantas sacrificiais que sd atacadas preferencialmente pelas pragas, o que nao as impede de florescer e dar semente. Outras plantas préximas escapam ao aiaque; + anfitrides de estagao nas quais as pragas passam o invemno ou nelas vivem de vez, 0 que Ihes permite aumentar a populagdo (ex.: pragas das citricas s4o hospedadas nas oleandras); + plantas atrativas para predadores ou polinizantes cujas espécies da plantagio ou das sebes produzem flores para alimentar os pradadoras adultos (ex.:tigo -Fagopyrum esculentum ~ préximo 20s morangos); * plantas-armadilhas que atraem e matam as pragas, ou permitern que elas sejam apanhadas e destruidas nestes plantios. Essas fungdes importantes sao desempenhadas por arvores, arbustos, flores evinhas, de forma que qualquer agricultor que selecione culdadosamente as espécies para asebe, apartir de uma ou mais das categorias acima, tenha um grande potencial de controle de pragas. Se tivermos um sistema com uma diversidade de plantas, animais, habitats e microclimas, a possibilidade de uma infestagao de pragas é reduzida, Plantas espalhadas umas com as outras dificultam a movimentacao das pragas de uma planta para a outra. Todavia, uma vez que a praga se reproduza em qualquer planta, insetos predadores irdo perceber isso como uma fonte concentrada de alimentos, e também so concentrardo para aproveltar-se. Na situagao monocultural, a alimentaggo para as pragas é concentrada: em uma policultura, a propria praga 6 uma concentracdo de alimento para os predadores. LI EFEITOS DE BORDAS Bordas (no sentido de fronteiras ou limites) s8o interfaces entre dois meios: 6 a superficie entre a Aqua e oar; a zona em volta de uma particula de solo onde a agua se liga; a linha da costa entre a terra ¢ o mar; a area entre a floresta e o campo. E a capoeira, a qual podemos diferenciar do campo. E a area em uma encosta entre 0 nivel que congela na geada e 0 que nao congela. E a fronteira do deserto. Em qualquer lugar onde espécies, clima, solos, encostas ou quaisquer condigbes naturais ou limites artificiais “se encontrem, existirdo bordas. Bordas siio lugares de ecologia variada. A produtividade aumenta nas frontelras entre dois sistemas (biomes). Ex.: terra/4gua, floresta/campo, estudrio/oceano, plantagao/ pomar. ISso porque os recursos de ambos os. sistemas podem ser utilizados. E, também, porque a borda, freqiientemente, tem espécies, unicas de si propria. Na natureza, ecossistemas de corais (a borda entre o coral - € 0 Oceana) S40 alguns dos sistemas mais produtives do mundo, como 0 S80 0s mangues, (intertace entie terraimar). Existem pouquissimos assen-tamentos humanos, sustentaveis e tradicionais que nao estejam situados nessas jungdes eriticas entre duas economias naturais. Aqui é a area entre 0 pé do moro e a floresta € 0 planalto, em outros locais, nas bordas entre a planicie e 0 4 pantano, terra e estudrio, ou alguma combinacao entre estes. Um territério com uma borda complexa é interessante @ bonito; pode ser considerado a base da arte do paisagismo. E, certamente, mais @ maiores bordas resultam em uma paisagem mais produtiva, Planejadores que colocam um assentamento residencial em uma planicie podem ter a “vantagem? de um planejamento plano, mas abandonam os habitantes ao fracasso se o combustivel para transporte secar, quando teréo que depender de um ambiente natural limitado em relago as sues variadas necessidades. Assentamentos bem- sucedidos @ permanentes tém, sempre, a disponibilidade de utilizar recursos de, no Minimo, dois ambientes. Igualmente, qualquer assentamento que fracasse na preservagao dos beneficios naturais e, por exemplo, desmate todas as floresias e envenene os estuaiios, rios ou solos, esté caminhando para a eventual extingdo. ‘Temos as opgbes de posicionar nossas casas € assentamentos para se beneficiarem dos recursos de dois ou mais ecossistemas, ou podemos aumentar a complexidade de nossas propriedades, projetando e construindo: nossos préprios ecossistemas variados. Se no nos assentamos perto da agua, podemos construir agudes e cacimbas: se estamos err terra plana, podemos utilizar maquinas para criar montes de solo ou canais @ ribanceiras & nossa volta; se ndo temos floresta, podemos. plantar um arvoredo, nao importando 0 quéio Pequeno ele seja. Até mesmo dentro de uma. propriedade maior podemos pensar em termos de "bordas” para elementos menores. Por exemplo, um tanque pode ter somente uma forma e uma profundidade (e, assim, abrigar uma ecologia simples), ou podemos construi-lo com profundidades e formas variadas e com ilhas. Assim, podemos plantar juncos na borda do tanque, aguapés 6 castanhas d'agua (Eleocharis sp, Trapa sp.) na parte rasa e, ainda, vegetagao superficial para a alimentagao de carpas e bagres, limpando o fundo ¢ com passaros se abrigando naitha (Figura 1.11). Figura 1-11) Camathdes 6 has tele dent © na votla da agua oferacem multaa bordas (richos) para plantas, animals © pessoas A borda age como uma rede ou peneira: energias ou materials se acumulam nas bordas, solo @ datiitos so soprados pelo vento contra uma cerca; conchas marinas formam uma finha nas marcas des marés da praia; folhas se acumulam na sarjeta das cidaces. Percebendo como bordas coletam materiais na natureza, podemos projetar para Jevar vantagem sobre 0 movimento natural de materiais e de energia, em nosso sistema. AS soas que constréem estradas em locais ‘onde neva reconhecem o valor da consirugao de cercas de treligas especiais, para interceplar a neve de forma que nao se assente na estrada. Em desertos, onde 0 mutch é escasso, podemos construir “armadilhas do mulch” nos leitos dos césregos, simpiesmente, com a adigao de um tronco grands ou uma cerca em Angulo com o o6rrego. Durante as cheias, os detritos (lodo & vegetacao) earregados pela agua sao depositados imediatamente antes ou apds estas armadithas, Bordas definem areas e as quebram em segdes manejéveis. Bordas podem ser definides ao longo de cercas, estradas de acesso, margens de agudes, 4 area entre a casa e a entrada do carro, o caminho em volta do Jardim, terragos e, na verdade, qualquer rea que possa ser definida por urna estrutura (oerea, treliga, casa ou galinheiro), acesso (caminho, trilha ou estrada) ou linha de vegetagao (quebra-ventes ou sebes). Entdo, bordas sao importantes, também na Permacultura, do ponto de vista da implementagao 6 da manutencéo de uma segdo em um sistema projetado. 2 ‘Somente definindo as bordas em volta de uma area é gue poderemos comegar a controlé-la. Se no controlarmos @ borda em volta de nosso jardim, plantanco uma barreira de plantas @ supressores de daninhas, os elementos de fora do jardim (animais, ervas) irdo invadi-to. Além disso, caminhamos até a borda e ld paramos; nossas energias s40 dedicadas a especies as quais temos acesso, @ no aquelas que possam estar no meio de um vasto territério sem limites definidos. Agora chegamos ao conceito de borda por um caminho diferente: a partir de sua ‘geometria, ou padrdo. Pense um pouco sobre a configuragao de nosso cérebro e de nossos intestinos. Existem metros de material ‘guardados em um espago pequeno, e muitas bordas ou fungdes possiveis. Quem sabe nos também possamos aumentar a produgao de nosso sistema, manipulando a forma das bordas? Uma borda curva pode ser mais tt! do que uma reia, particularmente se a curva também forma uma espiral que sobe. Uma borda ondulada (crenulada) 6 ainda mais iti, permitindo acesso a uma area maior. Pequenos montes @ bancos de terra também apresentam muita borda; mais plantas podem ser colocadas em uma rampa espiral em volta de um monte, especialmente em um espaco equeno, de jardim. Entdo, vejamos oque pode ser feito quando brincamos com aigumas configuragées de bordas. Espiral: quando fazemos nossos canteiros, geralmente pegamos a linha @ passamos o ancinho em tudo para nivelar. Se 0 jardim ja nao fosse nivelado desde 0 principio, logo 0 fariamos no nivel. Mas, 0 que aconteceria se nossos canteiros subissem em direcdo ao céu ou, mesmo, descessem para dentro do solo? A forma de um tipo de concha marinha que tem uma espiral ascendente 6 um método muito eficiente de acumular um bocado de digestéo dentro de um pequeno espaco. Uma espiral de ervas é exatamente isso (Figura 5.1). A base é de 1,6 metro de didmetro, com uma rampa de plantio que forma uma espiral para cima e para o centro, Ervas so plantadas dentro da espiral de acordo com suas necessidades: as que apreciam o scl, na posiga0 de frente para ele; as que preferem sombra, posicionadas do outro lado. Com somente um movimento condensamos espago, criamos uma variedade de microclimnas, aumentamos a borda para maior produgao e aliviamos a monotonia de uma paisagem achatada. Lobular ou Crenulada: eu costumava viver perto do mar, e minhas drvores estavam sempre sofrendo jatos de areia langados pelo vento. Todavia, passando a estrada, eu tinha um agrupamento grande de Lycium ferrocissimume, um dia, paguei a foice & cortei uma série complexa de entradas (baias, Figura 1.12), deixando o perimetro imacto para protego contra o vento e as vacas. Agora, eu finha uma variedade de microclimas: espagos quentes, areas com ventos frios, espagos com sombra, reas secas e dmidas. E também tinha muita borda na qual plantar, entéo, plantei minhas rvores frutiferas cercadas por uma pequena camada herbdcea de confrei ¢ tagetes. Uma linha de gotejamento irrigava a rea e, para o mulch em volta das arvores, eu cortava um pouco mais do Lycium. Figure 1.12. Um pasiéo lobular cartado em uma area de capocira protagerd as vores dos animals e do vorto,pariculamanta em zona costars, Pneus velhos om vota das érvares protegem-nas dos animais herbivaras. Uma isha de inigagao por gotejo serve 2 todas as arvores ‘Peteceneececoenee A forma crenulada (grandes ou pequerios idbulas, ou crenas) da muito mais borda que uma linha rela (Figura 1.13) e, por consequgncia, mais produgao. O agude rodondo da esquerda tem exatamente a mesma area do da direita, mas a produgo fol duplicada na direita, devido ao aumento de pbordas agua/terra. Chinampa: o sistema de chinampas, originario do México e da Tailéndia, consiste quase inteiramente de bordas (Figura 1.14). Essas uragdes de canais-e-canteiros sdo sistames altamente produtivos; as piantas, crescendo nos bancos, tm acesso & Agua; os peixes na vala utilizam a vegetagao das bordas. © lodo do fundo da vala trazido para cima, em baldes, @ usado para manter os canteiros nos banicos férteis. Plantio de bordas: 0 plantio de bordas tem sido usado extensivamente em muitas partes do mundo onde duas culturas (ex. tigo ¢ alfafa) s20 plantados em faixas. Podemos desenvolver sistemas mais complexos {Figura 1.15) plantando faixas de uma cultura dig arvores, contrei (mulch permanente e planta nutriente), legumes (para @ coiheita ou para uso como esterco verde), girasséis (para consumo, humano ou animal) € verduras. Os residucs vegetais (girassoi ¢ hastes do milho) 40 usados como mulch e nutrlentes para as arvores. A colhelta e a manutengao séo assistidas por trilhas em curvas de nivel ou plantios em faixas. Vintuas no tad da sombre — © da boraas Canto do 4 ha Cantlra do ha nidades de plantas | -2¢- nidades de plantas 42 botdse Figura 1.43 Sem aiterar a érea do campo (eu a5uce) pode mas duplicar © nimoto de plantas nas bordas madificando 2 forma destas para aumentar a interlace ene o8 cols sisters. Em areas tropicals, um sistema de avenidas emprega drvores leguminosas (leucena, Sesbania esp., Cajanus, acdcias, glicidias) plantadas em faixas com outra cultura vegetal {milho, abacaxi, batata-doce). A leguminosa, podada ou usada para sombrear, prove de nitrogénio e mulch a cultura, além de produzir fenha (Figura 5.10) Padrdes de bordas podem ser em ziguezague {cercas assim, sesistem ao vento melhor do que cercas retas); lobulares (canteiros em forma de buraco de fechadura criam microclimas diferentes); elevados (bancos € montes protegem do vento e oferecem maior superficie para crescimento, além de boa drenagem); favos (para canteiros, em climas. secos, @ para captar mulch e detritos que vagam pelo terreno); curvados suavemente (caminhos cortados em curva de nivel, a volta, da encosta, dao acesso 2o plantio, & Irrigago 2 & colocagao de mulch) e ourvados abruptamente (o desenho de um catassol para aumentar 0 calor e proteger dos ventos frios). A figura 1.16 mostra alguns tipos de padroes de bordas. Figura 114 Canals » camathées (Chinampas) slo al 44 Precisamos selecionar padrées de bordas apropriados ao olima, a0 terreno, ao tamanho e a situagao, pois tipos diferentes de sistemas @ espécies de plantas necessitam de abordagens diferentes. Sistemas em pequena escala permitem uma complexidade de padrdes maior; sistemas em grande escala devem ser simplificados para minimizar 0 trabalho. 1.12 PRINCIPIOS E ATITUDES As idéias a seguir so principios ambientais ¢ Permaculturais que tratam do sitio, do ambiente ou do projeto, na realidade. Tudo funciona em dois caminhos Cada recurso é uma vantagem ou uma desvantagem, dependendo do uso que se faa dele. Um vento persistente vindo do mar é uma desvantagem para o plantio de culturas, mas podemos tornd-lo uma vantagem, construindo um cata-vento gerador @ posicionando nosso jardim dentro de faixas abrigadas ou em estufas. Desvantagens podem ser vistas como ‘problemas" e, entéio, escolhemos 0 caminho mais caro, energéticamente talando para “resolver o problema’, ou podemos pensar em tudo como sendo um recurso positivo: depende de nés descobrir como poderemos fazer uso disso. “Problemas’ podem ser ervas. daninhas dificeis (ex. lantana, nos trépicos), pedras enormes no lugar perfeito para a construgao da casa e animais comendo 0 produto do jardim ou pomar. Como poderfamos transforméd-los em componentes, eis para o nosso sistema? Lantana é uma excelente construtora de solos; pode ser eliminada com a sombra de uma vinka vigorosa, como o chuchu, ou cortada e utilizada como mulch duro, a volta de érvores. pioneiras (que irdo, eventualmente, sombrear e matar a lantana, se plantadas densamente). Rochas no lugar perfeito para a casa podem ser incorporadas dentro dela propria, pela beleza e para 0 armazenamento de cater. ‘Animais podem set apanhados € comidos: a torta de corvo era a comida favorita na Inglaterra, por uma boa razio; peles de possum (marsupial australiano) s40 quentes: © veado é, sem sombra de diivida, uma fonte de proteina bem melhor do que a came de gado. 45 Eco Figuea 1.18. Plantios de bordas em pomates ¢lavouras, Note que o campe A ® o campo Ba dcea thm a mesma droa, com o memo ‘espagamenio entre nfs. No enter, ne campo B podems inttodusi 45 plantas enquanto que na campo A existe espago para 36 somente, Permacultura 6 intensiva em informagéo & imaginagao ‘A Permaculture nao ¢ intensiva em energia ou em capital, mas 0 € na informagao. Ea qualidade das idgias e da informagao que usamos que determina a produgao, ¢ nao © lamanho cu a qualidade do local. Estamos usando Néo somente os nossos recursos fisicos, mas a nossa habilidade em acessar @ processar a informagao. Informagao 6 o investimento mais portatile flexivel que podemos fazer em nossas Vidas; ela representa conhecimentos, experiéncias, idéias @ experimentacho de Figura 1.16 Paces A ziguezaguo 2B burace do fochadara ©. 9. feo de walle" tndee o boncos E catasso milhares de pessoas, antes de nés. Se reservarmos tempo para ler, observar, discutir @ contemplar, comegamos a pensar em termos muliisciplinares e a projetar sistemas que economizem energia e nos déem produgdo.. - Aprodug&o, ou 0 ganha-pao que pode Ser retirado de um sitio em particular, por ‘exemplo, do é limitado pelo tamanho, mas, 20 contrario, pelo quao elelivamente podemos utilizar um nicho em particular. E 0 numero de nichos em um sistema que permitiré um inimero maior de espécies dentro de um projeto; nosso trabalho € descobrir como podemos crid-los. Por exemplo, 0 numero de pares de pombos acasalando-se em um penhasco depende do niimero de saliéncias na rocha. Se quisermos pombos em nossa propriedade (por seu esterco ou para comer), podemos prover mais saliéncias na forma de casas de pombos em volta do jardim. Vernos como as coisas funcionam na natureza, e tiramos nossas idéias dai, Até mesmo se tivermos uma propriedade eficiente energeticamente (onde os produtos @ restos de um elemento sao usados para as necessidades de outro), completamente plantada e sob controle, ‘sempre haverd alguma forma methor na qual possamos trabelhar, sempre outro nicho a ser preenchido. © tinico limite no nmero de usos de algum recurso possivel, dentro de um sistema, esté no limite de informagao e imaginagao do projetista. 47 BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA. Anderson, Edgar, Plants, Man and Life, University of California Press, Berkeley, 1952 Kem, Ken, and Barbara Kem, The Owner- Built Homestead, Charles Scribners’s Sons, 1977. Odum, Eugene, Fundamentals of Ecology, W.B.Sauders, Toronto, 1971 Phillbrick, N., and A.B. Gregg, Companion Plants, Robinson and Watkins, London, 1967. Quinney, John, Designing Sustainable Small Farms, Mother Earth News (July/August 1984) Whitby, Coralie, Eco-Gardening: The Six Priorities, Rigby Pub. Ltd, 1981 CAPITULO2 DESI N DE SiTIO EM GRANDE ESCALA 21 INTRODUCAO Este capitulo fovalize 0 projeto de sitios em sentido amplo, analisando recursos; trabaihando com as limitagSes de forma, microclima, solos e agua do local; posicionando a casa, 0 acesso e os cercados para o maximo beneficio e para evitarem catastroles como inc&ndic e enchentes. 1anejamento do design é @ coisa mais, importante que podemos fazer, antes de colacar qualquer outra coisa ne local, O plano geral, se feito rinuciosamente, id economizar lempo, dinheiro e trabalho. Existem varias formas de iniciar 0 processo de design, dependendo da sua natureza e de suas necessidades. Vocé pode comegar detinindo seus objetivos tao precisamente quanto for possivel @, entdo, othar para o sitio com esses objetivos na mente. Ou voo8 pode comeger pelo sitio, com todas as suas caracteristicas (boas e ruins), 2 deixar os objetivos aparecerem por si proprios. Das duas perguntas - “O que posso azer para essa terra produzir?” € “O que esta terra tem para me oferecer?” ~ a resposta & primeira pode levar a exploraggo da terra sem jevar em conla as consequéncias a longo piazo, enquanlo que a resposta & segunda poderd levar @ uma ecologia sustentada, uiada por noss¢ controle inteligente. Definir objetivos e identificar potenciaig elimitagées do sitio andam de maos dadas. E sempre mais facil de ver o sitio com os objetivos em mente, mesmo que esses objetivos, mais tarde, darnonstrem serem nao- realistas, De fato, objetivos podem necessitar 48 de uma redefinicdio, em vista das limitagoes do sitio. Design € um processo continuo, guiado na sua evolucao pela informagao e pelas habilidades derivadas da experiéncia € de observacies anteriores. Todos 0s projetos (designs) que envolvam formas de vida passam por um processo longo de mudanca; até 0 estado de “climax” de uma floresta é um conceito imagindrio. 22 WEI NTIFICANDO RECURSOS. Observacao e pesquisa sao usados para identificar os recursos 6 as limitac5es de um sitio em particular. Usamos mapas da propriedade e consultamos dados de vento, chuva, enchenta, fogo e listas de espécies da area. Perguntamos aos moradores locais sobre pestes, problemas e técnicas utllizadas, informac6es que nos dao uma visao ampla da rea. Elas fazem o cenario e, no entarito, no dizem nada sobre o sitio em si, Somente caminhando por ele e observando todas as estagdes & que poderemos descobrir suas limitages e seus recursos. Podemos modificar muito disso com 0 tempo e com um. bom design, espécies de plantas e animais apropriadas, atmazenamento de agua, quebra-ventos 6 assim por diante. ° Mapas Um bom mapa de caracteristicas do terreno é uma grande ajuda no design; ale revela cursos d’égua, vegetagao, solos, geologia 8 acesso, que sao informagées @ssenciais. Podemos fazer um mapa, comprar um, combinar varios mapas especiticos ou fotos aéreas, para figurar otto. Se 05 mapas mostram boas curvas de nivel, estas podem nos ajudar a projetar sistemas de Agua e posicionar componentes que demandam urn aspecto espectfico, inclinagao ou vantage na altitude. Coisas a mapear so as caracteristicas naturais que incluem a forma do terreno (tamanho, contorno, caracteristicas geolégicas, inclinagao e aspecto), vegetacéio existente, o6rregos e solos assim como o que jd esta construido (*benfeitorias"), como cercas, estradas, prédios, acudes @ terraplanagem, energiae conexdes hidraulicas etc. Se caminharmos pelo sitio e colorirmos todos esses fatores no mapa, o sitio como que comega a desenhar a si préprio. Arvores plantadas, pastagens ou quebra-ventos podem ser consideradas como parte do ambiente natural ou construido, dependendo se séo claramente methorias recentes ou se ha muito estabelecidas, que evoluiram coma paisager, Mapas sao titeis somente quando séio usados em combinac&o com a observagao. Jamais tente projetar um sitio somente olhando Para o mapa, mesmo que este seja cuidadosamente detaihado com curvas de nivel, vegetacao, linhas de erosdo e tudo 0 mais. Mapas nunca so representatives da realidade complexa da natureza. Obtenha bons mapas, se puder, mas preste mais atenodo 9 local, a0 comportamento dos organismos, pioneiras, Agua @ vento, bem como as mudangas de estagao. Lembre-se: “O mapa nao € 0 territério” (Korzybski, Semantica Geral) + Observagio A medida em que conversamos sobre 0 sitio com outras pessoas, podemos melhor perceber nossas observagdes. Nesse estagio, tentamos armazenar a informagao que ganhamos de alguma forma acurada, carregando um bloco de anotagées, uma ‘camara, ou um gravador; fazendo pequenos desenhos. As anotagées poderao ser utllizadas mais tarde, para criar estratégias de design. Nos nao apenas vemos e ouvimos, chelramos e saboreamos. Também podemos, sentir calor @ frio, pressdo, estresse de esforgos para subir encostas ou plantas espinhentas, encontramos locais compativeis ¢ incompativeis no terreno. Percabemos uma vista boa, mirantes, cores e texturas do solo. Na verdade, nds usamos (conscientemente) 49 todos os nossos muitos sentidos ¢ nos tomnamos cientes de nossos corpos e de suas reagdes. Além disso, podemos sentar por um tempo e perceber paarGes-e processos. como algumas arvores preferem crescer em rochas, algumas em vales, utras no campo ou em grupos. Podemos ver como a agua flui onde incéndios deixaram cicatrizes, ventos tem dobrado galhos ou deformado a forma das Arvores, como 0 sol @ as sombras se movern, ‘onde encontramos sinais de animais descansando, se movendo ou se alimentando. O sitio é cheio de informago em cada sujeito natural, e devemos aprender a ler tudo isso muito bem. Ler a paisagem é procurar por indicadores da paisagem. A vegetacao, em particular, oferece informacao sobre a ferlilidade do solo, disponibilidade de umidade @ microclima. Juncos, por exemple, indicam solos encharcados ou vazamentos; Tarascum officinale @ Vaccinium sp. indicam solos Acidos; € Fumex sp., solos compactados ou argilosos. Arvores grandes crescendo em regiGes secas indicam alguma fonte de agua subterranea. Uma abundancia de espécies herbaceas espinhentas ou de sabor ruim (Cnicus benedictus, Oxalis sp., Solanum sp.) Indicam uso excessivo e falta de manejo da Pastagem; vossorocas (erosao) e caminhos Compactados iro confirmar isso. Uma planta florescendo e dando frutos antes que outras da mesma espécie o facam, indica um microclima favoravel, arvores crescendo com a maioria dos galhos de um lado indicam a direcdo dos ventos fortes predominantes. Esses exemplos so especificos para climas, diferentes @, até mesmo, palsagens diferentes, Regras desenvolvidas localmente advém do conhecimento da regio. A freqiiéncia e a diregao do fogo podem, também, ser vistas por meio das mudangas na vegetacdo. O fogo produz espécies secs emaranhadas, caducifdlias de verao, de semente grossa: a falta de fogo desenvoive espécies de foiha larga, sempre verdes ou caducitdlias de inverno, de semente pequena @ uma camada grossa de cobertura vegetal morta sobre 0 solo. Freqdentemente, arvores outras plantas indicarao linhas de geada, na encosta da propriedade, pela mudanga do tipo de vegetacao. Como podemos observar, “problemas” em potencial podem ser peresbidos, como vegeiagdo nociva, erosao, solo ancharcado, seas, tochosas ou compactadas e solos empobrecidos. Sao areas de consideracdo especial e podem ser selecionadas para plantios especiais, ou deixadas intactas como areas de vida selvagem. Alguns problemas, com um pouco de criatividade, podem virar vantagens. Solo encharcado é um indicador dos padrées naturais de drenagem da area, retletindo subsolos impermedveis; estes podem ser feilos em uma area de pantano ou cavados para fomecer agua. Algumas vezes, existe acumutacao de turta ou, até mesmo, argila de ceramica, Se tanques sao feitos no pantano, a turfa pode ser retiraca para 0 solo de plantio em potes ou para melhorar areas arenosas. Existem muitos recursos a serem procurados. Podemes encontrar cursos d'agua ou fontes em elevagao (para suprimento de agua e possivel geragao de energia)? Ha florestas contendo madeira valiosa ou, até mesmo, ironcos mortos titeis para a vida selvagem ou para lenha? Ha um bom local ventoso para @ energia edlica? Existem muitas categorias de recursos: recursos da terra; recursos biolégicos (plantas, animais, insetos); recursos energéticos do vento, dgue, madeira, dleo e gas; 6 0s recursos socials, que incluem 0 potencial de um sitio para o ensino em semindrios ou atividades recreativas, as quais dependem, princi- palmente, ‘da localizacao, facilidades disponiveis ou que possam ser construidas, @ da fegisiagdo local. Observando a paisagem, retiramos inspiragdo das estratégias de sobrevivéncia seguidas pelos sistemas naturais @ as imilamos, usando espécies de uso mais direto para nos. Observamos, por exemplo, que Arvores grandes crescem no lado da sombra das grandes gargantas de terra seca: 6 ai que colocaremos nossas préprias Arvores. | 50 Qu vemos que plantas pioneiras estéio se estabelecendo nas linhas da cerca © nos moirées, a partir da defecacao dos passaros, podemos, entdo, fixar dezenas de postes poleiros para encorajar tais plantas, ou colocamos poleiros perto de érvores frutiferas para fornecer fostato para nossas rvores. 3s Recursos fora do sitio Podemos descobrir oportunidades na rea local. Serrarias, lixdes, feiras, estébulos, restaurantes e granjas so recursos em potencial; produtos desperdicados podem ser usados para melhorar o local, enquanto nossos préprios recursos estéo sendo desenvolvidos. Um dos fatores mais negligenciados 6 © acesso.aos recursos fora do sitio, como lojas, escolas e feiras, entre outros servigos. Imobilidrias reconhecem o valor da logalizagaio perto de cidades, com os pregos das terras subindo & medida em que se aproximam dos servigos essenciais, A Permacultura coloca maiot énfase em recursos do sitio; recursos externos sdio, multas vezes, criticos nao somente no estabelecimento de um sistema, mas em tempo € no dinhelro que custam para chegar & cidade (para o trabalho ou a escola). ‘Morando longe da rodovia, os pais necessitarao viajar duas vezes eo dia para apanhar e deixar as criangas na escola. Também 6 importante levar seus préprios recursos em consideragao. Veja se sua habilidade e recursos financeiros sao compativeis com design que vocé gostaria de implementar. Suas habilidades @ produtos podem ser usados na area local? Existe um mercado para ervas finas, produtos de viveiro, galinhas caipiras, frutas e verduras organicas, Sementes, plantas aquaticas, peixes de agua doce ou qualquer coisa que’seu sistema de Permacuitura possa produzir? Vocé pode usar fundos de umia cooperativa de crédito local, caso tenha um plano de negécios realista? 2.3. TOPOGRAFIA (Forma da terra) Topografia ou forma da terra € uma caracteristica imutavel de um sitio; embora pequenas escavagdes possam alterar a natureza do sitio, terraplanagem extensa é cara e, geralmente, desnecessaria. A topografia exerce um efeito no microclima, nos padrées de drenagem da gua, na profundidade do solo e no cardter acesso, e na vista de um sitio. Para compreender sua influéncia na terra, as caracteristicas topogréficas que devem ser notadas e mapeadas so: * encostas voitadas para 0 sol ou para a sombra; + gargantas ou montes de rochas; + linhas de drenagem (cursos d’égua); + terreno dificil; + Vistas boas ou ruins; * + alturas, inclinagdes @ acessos das elevacies; + areas encharcadas, éreas suscetiveis & erosao, Obviamente, um sitio pequeno seré mais facil de mapear, enquanto que uma area grande pode levar alguns dias ou até semanas. Um sitio variavel, com muitas das caracteristicas acima, é muito titi em relagao 4 inclinagao. Inclinagées sao notadas pelo aspecto (se voltadas para o norte, sul, leste ou oeste) € pelo gradiente (genti,, médio ou acentuado), 0 Ultimo, sendo um bom indicador para problemas de erosao em potencial, se vores tém sido cortadas de um morro com gradiente acentuado. O efeito da inclinagaono microclima é discutido na sego seguinte. E importante notar que a Permacultura pode ser desenvolvida em qualquer tipo de terreno: morros rochosos, alagadicos, regides sl alpinas, planicies aluviais ou desertos. Nao 6 necessério tentar mudar uma paisagem estével para conseguir algumas condigoes em particular, pois toda palsagem ou ecossistema natural ira ditar a natureza geral da Permacultura possivel; isso 6 necessdrio, se 0 sistema objetiva estabilidade a longo prazo. 24 CLIMA E MICROCLIMA Clima 6 0 fator limitador basico para a diversidade de plantas e animais de uma drea. Embora qualquer planejamento de sitio deva considerar o clima geral da regiao (imido- quente, quente-seco, artico, temperado etc.), devemos prestar atengao aos diferentes microclimas ocasionados pela topogratia, solos, vegetagao e outros fatores. Duas propriedades, localizadas a uns poucos quildmetros uma da outra, podem variar em Pluviosidade, velocidade do vento, temperatura ‘@ umidade relativa. Entdo, se torna vital analisar © clima do sitio em detalhe, sem depender de estatisticas climéticas amplas do distrito. Esse passo importante pode significar a diferenga entre viver em cercanias agradaveis ou em condigées miseraveis, em uma propriedade que provavelmente ira mudar de dono de tempos em tempos. So estudarmos 0 microclima de nosso io, seremos capazes de: ‘+ posicionar estruturas, plantas e animais fos locais mais favoraveis (a casa voltada para o sol, em climas temperados, ou no lado da sombra de um morro, em climas quentes); + focalizar energias benéficas e dispersa: energias hostis que entrem no sitio (Plantar barreiras para o vento, perto da casa e da horta, ou plantar arvores, « forma a canalizar brisas em dire¢zo & casa); + estender microciimas favordveis, As proximas seg6es iro discutir os tatores que mais afetam o microclima de um sitio @ que, por conseqiiéncia, devem ser ‘cdnsiderados ao escolhermos os locais para a casa e para 08 piantios em mente. + Topogratia Topografia refere-se as caracteristicas da paisagem de um sitio, até que ponte ela seja plana ou ondulada. Areas planas terao poucas diferengas na topografia (0 que significa pouca ou nenhuma diferenga no microciima), enquanto que dreas onduladas mostram uma grande variagZo no microclima, Aspecto © aspecto refere-se & direpdo que a inclinagdo do terreno esta orientada, em relago ao sol, e afeta as condigSes do sitio devido & quantidade de luz solar direta que Efeitoe da inclinagdo com © anguio de sol recebe. Encostas voitadas para o sol (norte, no Hemistério Sul; sul, no Hemisfério Norte} recebem a maior luz; se elas também esto voltadas para o leste, a temperatura maxima 6 alcancada pela manha, se for para 0 oeste, alcangada pela tarde. Uma encosta voitada_ para “o lado da sombra” (sul, no hemisfério Sul) ird receber pouca radiagao solar direta Ainiluéncia do aspacto nas plantas em comunidades vegetais naturais pode ser vista Quando numa encosta voltada para o sol esta coberta por floresta escleréfila seca, enquanto ‘que, no lado mais frio, mais timido, voltado para a sombra da encosta, podem estar ocupados, por floresta mica (Figura 1.1c). O uso do aspecto na Permacultura significa aproveitar as inclinagdes voltadas ao sol, titeis para 0 amadurecimento de frutas, 0 posicionamento da casa para maior conforto térmico no inverno, e para plantar uma vegetagao que sea “marginal” em reagao ao clima em particular, ‘como, por exempio, uma arvore tropical e uma regiao subtropical, eer vn / I~ we taverno. Nascer e por do sol sazonat Figura 24. A deco do sl, © sun ature em relagdo ao horizonts durante @ ano, afta o projoto ca casa e das comunidades Ge partes, ‘Sol de verso 20" Ingolagde méxima Queda 10° ‘Solde verko seo Insolacio (inverno) Figura 2.2 Como a incinagio do terreno ateta a quantcade de iradiacso solar local am dllerentes épocas do ano Por outro lado, plantas ou estruturas que necessitem de sombra ou frieza sao colocadas nas encostas voltadas para a sombra, como um celeiro fio para 0 armazenamento de vinhos, ou amoras de clima frio em climas subtropicais. Para um design de uma casa eficiente en1 enoigia, assim como para a colocagdio de jardins @ pomares, 6 essencial notar as variagdes de estagao no caminho do sol, particularmente sua altura absoluta no céu, entre 0 verao € 0 invemo (Figura 2.1a), bem como a disténcia que passa em seu caminho, co loste para 0 oeste (Figura 2.1b). O aspocto nfo 6 um fator tao importante cm climas nublados, ou quando o sol é sombreado por elementos topograficos ainda ‘maiores, como uma montanha ou crista oposta ao sitio. © efeito do aspecto somado a inclinagao verdadeira do terreno é marcante. Como pode ser visto na Figura 2.2, uma inclinagao suave é mais quente no verao pois recebe luz solar incidente em um Angulo 33 favordivel. Todavia, a melhor inclinacdo para o inverno é uma acentuada, pois recebe 0 sol de um Angulo melhor do que a suave. Drenagem de ar trio © cardter da inclinagao afeta a estabilidade do solo @ a passagem de aqua. Em termos de planejamento para o microclima, a drenagem de ar frio é mais influenciada. Ar frio é mais pesado que ar quente, ¢ tende a fluir do convexo dos morros Para 0 céncavo dos vales. Ele se acumularé os vales, aumentando as possibilidades de geada. Os topos dos morros também tendem @ congelar, quando quantidades de ar frio permanecem na crista plana dos topos e planaltos. Os sitios livres de geadas estao, geralmente, nas partes médio-superiores dos vales acima de 20 metros. Porque so mais quenies, noite e dia, do que 0 fundo ou 0 topo do vale, tais éreas so conhecidas como faixas termais (Figura 2.3), usadas hd muito para localizagao de vilas € casas, sendo as éreas favoritas para o plantio (vinicultura, na Franca e Alemanha). lat de ar fio plantio Faixa termal «melhor ras para Plats de a fro Figure 2.4 Come o ar fo desce a encosta, Note as formas de evilar bolstes de gsada pola uilizagio da vegslagso para No entanto, essa ceterminagao simples da geada funciona somente em paisagens simples. A paisagem real, com suas caracteristicas vegetais & topogrdficas, compiexas, necesita de mais observagao planejamento. Porque 0 ar frio fui como um corrimento, quase como agua, move-se devagar em volta, sobre, @ sob objetos sétidos, 6 bloqueado por obstéculos (prédies, arvores @ formas do terreno). Por exempto, ar frio fluindo morro abaixo, ém diregao ao fundo do vale, pode ser estancado pala floresta acima; nese caso, 0 af fio 6 efetivamente represado @ ira acumutar-se acima da floresta, ¢ n3o no vale. Para o ar frio mover-se para baixo, aberturas grandes devem ser cortadas para a drenagem do ar (Figura 2.4); a nao ser que a floresta esteja, de fato, protegendo uma casa ‘ou vegetacdo imediatamente abaixo. £ comum que um obstdculo na encosta, ou préximo ao fundo do vale, permita a0 ar frio represar-se, e que geadas possam s4 ocorrer em qualquer ms (om climas frios ou temperados). Casas colocadas acima dese obstaculo serdo sempre frias, enquanto que, 20 metros mais além, pode existir 0 perfeito sitio para uma casa. Alé nos subtrépicos, vales abaixo de grandes platés desmatados podem, produzir geadas regulares ou ocasionais, apés noltes claras. Ventos Embora qualquer sitio esteja sujeito a padres globais de vento, ou até mesmo a ventos catastroficos (ciclones e furacdes), somente os ventos locais prevalecentes importam, quando se planeja para o microclima. A topografia pode causar um Grande efeito nos ventos persistentes locais e regionais; em algumas areas montanhosas, ‘08 ventos regionais predominantes podem até virda diregao “errada’, devido a forma particular dovele. Em vales, ventos de inclinagao sao causados pelo aquecimento e 0 resfriamento rapido da terra, em dias @ noites claros. Ar mais frio, sendo mais pesado, flui morro abaixo. Em um grande sistema de vales, pequenos ventos locais seguem um ciclo diario (morro acima vale acima, durante 0 dia; morro abaixo e vale abaixo, anoite). ‘As velocidades aumentam no lado do vento em cristas; e diminuem do outro lado. Para qualquer protegao significativa do lado reverso ao vento, todavia, as velocidades do vento necessitam ser de no minimo 5 metros por segundo e a inclinagao de 5° ou mais. A velocidade do vento aumenta na direcdo encosta acima, diminui na dirego oposta (Figuras 2.54 e 2.5b) e aumenta ao passar por uma constrigao (seja na forma do terreno ou na vegetacao) 0 chamado efeito “Venturi” (Figura 2.5¢). Nas proximidades de lagos ou do ‘oceano, brisas s4o uma parte importante no microclima. Por causa da marcante diferenca, de temperaturas enire os grandes corpos de ‘gua e a superficie da terra, correntes de ar fixam um ciclo de brisas da costa. Durante 0 Gia, 0 ar quente sobe sobre a terra, permitindo a0 ar frio 6 pesado do mar entrar rapidamente. A noite, como a terra esfria, 0 processo & revertido (Figura 2.6). Nos tropicos e subtrépicos, essas brisas trazem um alivio bem-vindo quase todo 0 ano, enquanto que, em regies temperadas, elas sio mais sazonais, geralmente aparecendo no verao. As casas, especialmente aquelas situadas nos ttOpicos, ‘so construfdas para aproveltar a ventilagao natural oferecida pelas brisas do mar. Contrariamente, em climas frios 40 usadas sebes para defletir esses ventos, da casa e do jardim. Figura 2.5 Como 0 vonto se comooria para cima ou para balxo nos menos (Ae 8). A volocdade do vento aumenta nas ‘Sfunlamentos da paisagom ou da vegeta. Podemos dizer de que diregao 0 vento ver, pelo exame das arvores e arbustos no sitio, Se estao dobradas em uma diregéio em particular, significa que estao respondendo a ventos freqiientes. No lado do mar, arvores Sao, quase deitadas em resposia aos ventos fortes: © a pulverizagao de sal vindas do oceano. Sa nao existe vegetagao no sitio, estacas (1,5 - 1,8m altura) com tiras de pano ou plastico aiadas 20 topo podem ser fincadas no solo, em varios locais. Observando a freqiiéncia ¢ eGa0 em que essas tiras esvoagam, podemos determinar a diregao usual do vento. Eese método, obviamente, significa abservar O sitio durante 0 ano todo; portanto, 6 melhor analisar a vegetacao da redondeza, se A informago sobre como controlar os ventos com a yegelagao ¢ dada na secao seguinte. Altitude 6, também, um fator microclimatico importante. As temperaturas caem & medida em que subimos; 100 metros de altitude séio equivalentes a 1° de latitude, Assim, a 1000 metros no equador, as temperaturas 40 equivalentes a um cima de 10° de latitude a partir do equador.1sso significa que, em uma regio montanhosa subtropical 0 tropical, diferentes vegetagées podem ser plantadas. Uma seqiéncia _ tipica ‘seguidamente encontrada nos trépicos, da costa maritima até a montanha, 6 a de coco, cana-de-agiicar, banana, cha @ abacaxi (Figura 2.7), com cada plantio sucessivo necassitando condigbes mais frias. Figura 2.6 Como grandos massas do gua exercem umn eleito ne cima cesta Figura 2.7 Efeio de atitude na vegetagso: encosiae mais hse, alé maema em elimas topicaie, pormitem plano de espécioe lemperadas em slides mates. + Massas de Agua Grandes massas de Agua, como 0 mar @ os grandes lagos, aquecem e resfriam jentamente, modificando a temperatura da érea 4 volta, Em climas temperados, a geada raramente é problema préximo ao mar, enquanto que, 20 km adentro, geadas podem ‘ocorrer na maior parte do invemno. Agua também modifica a temperatura, por causa da evaporagao. Durante a ‘evaporagao, a energia é relirada do arem volta; enquanto a temperatura cai, a umidade aumenta. Até mesmo pequenos lagos, piscinas e tanques podem ser moderadores climaticos eficientes, especialmente em regiées aridas. Por exemplo, fontes sao encontradas em muitos paises mediterraneos para prover evaporacao e resfriamento para o patio A luz refletida da 4gua também 6 uma consideragdo quando projetamos um sitio. Embora a reflexdo difusa das superficies da agua seja baixa, a reflexao espelhada 6 geralmente alta, principatmente durante 0 invermo (quando o sol esta baixo no horizonte). No vale do Main na Alemanha, a luz refletida do rio é usada para amadurecer as uvas nas encostas ingremes. Ent4o, bancos ou ribanceiras voltados para o sol e atras de tanques, agudes, lagos e rios podem ser considerados areas favordveis para plantas marginais necessitande luz e calor extra. Casas situadas nestes bancos ou lombadas ganham calor extra (Figura 2.8) «+ Estruturas Estruturas como treligas, bancos de terra, estufas, carcas, muros 6 coretas podem afetar 0 microclima em pequena escala, modificando a velocidade do vento e a temperatura. A estufa é a estrutura mais titil para 0 controle do microclima em regides temperadas, permitindo o plantio de quase qualquer planta. Estufas ligadas & casa sao otimas para 0 aquecimento no inverno, economizando combustivel durante o dia. Bancos de terra, montes ou ribanceiras afetam o microclima de formas variadas (Figura 2.9). Eles podem: + bloquear oso! baixo no lado oeste, aliviando casa @ 0 jardim a tardinha; + bloquear ou canalizar ventos; + dar isolamento térmico (solo retém calor perde temperatura, gradualmente); Figura 28 Acudes ou barragens como rfletoros do gol de inverne aumentam a temperatura das bordas & noe © 40 amanhecer, Deneficiando as editicaroes e a vogalagdo (bordas de fente para’6 ol methoram o amiadurecmanio), Pode ma us ar frame _ ated da cna ou, erie Um / local antre c-eamaingo. { docanale a casa, com \\_aiabre ventas » \ minhooas. Bancos criam uma palsagem mate comploxa Invoregeanto om tortae planas com microctimas Evcortimento af Taverna Figura 2.9 Banoos ou camalnses cram elstos microctimatcas eapeciais, 58 « dar privacidade e bloquear vistas desagradaveis; bloquear o barulho do tréfego (até 80%); grandes bancos, entre super-rodovias subUrbios, ja S40 comuns hoje em dia; proporcionar um espago mais complexo para as plantas, aumentando 0 espago vertical. . Muros de lado para o sol também sao importantes no controle do microclima. Como 0 lado da floresta voltado para o sol, muros oferecem abrigo contra os ventos e podem ser usados para refletir ¢ sol de invemo, Muros de pedra escura absorvem calor ¢ irradiam-no durante a noite, reduzindo o risco de geada. Plantas colocadas a frente desses muros iro crescer a0 maximo. Paredes pintadas de branco refletem calor (2, assim, reduzem sua - acumulacdo); plantas & frente dessas paredes iro amadurecer melhor. Na Alemanha, experiéncias com tomates @ péssegos - plantados contra paredes brancas e negras mostraram crescimento mais répido naqueles contra a parede negra: no entanto, a produgao, devido ao amadurecimento melhor, foi maior naqueles contra a parede branca Treligas (grades) s&o wteis como protegao contra a vento; para dividir 0 espago em volta da casa e 0 jardim; para fazer um (pelo sombreamento ou microclima aquecimento) € como um abrigo temporério para pequenas arvores, prevenindo a queima pelo sol, " Pequenas estruturas a volta de érvores ou plantas individuais criam um microclima mais umido, com menos vento e, ocasionalmente, mais calor. Para drvores, uma variedade de quebra-ventos esta sendo usada em varias partes do mundo: pneus, fardos de palha, sacos velhos, tambores etc. (Figura 2.10). No jardim, pequenas estufas ¢ gras ete Figura 228 - Dus ‘eamente quando esvaziacos, ” inicie-se a acumulagao de folhas. Na vida de um swale n&o-plantado, a absorgao de agua pode ser lenta, mas a eficiéncia da absoreao aumenta com a idade, devido aos efeitos das raizes das drvores e do himus. Swales sdo usados em terras dridas para coletar lodo, recarregar a agua subterranea e retardar a erosdo. Em todos esses casos, eles também servem como reas de plantio. ‘Tanques e agudes ‘A maior parte da Agua utilizével € armazenada em tanques @ agudes. Tanques so feitos de tela galvanizada; concreto; ferro- cimento; madeira ou argila (reboco), e podem coleiar Agua do tethado; do fluxo sobre uma superficie selada para um cata-lodo (se necessario) ou bombeada de um acude, Os menores problemas associados com tanques sao resolvidos facilmente. Para mosquitos, Gambusia ou outro tipo de peixe pequeno comedor de larvas sao introduzidos, ‘uo lanque pode ser completamente telado € coberis. A entrada é telada para excluir as folhas que vém do telhado ou da superficie selada (Figura 2.23). Algumas pessoas nao gostam que a alga cresga no interior dos lados e do fundo do tanque; todavia, essa camada veludosa 6 composta de organismos de vida, filtrando e purificando a agua. O cano de saida da agua deveria estar, no minimo, a 6 cm do fundo do tanque, de forma a ndo perturbar a alga. formas de rojetar a primeira dgua do telbado (para Iavagom), Amibos os sistemas so roajustados automat Pequenos agudes e tanques subterraneos tém dois usos primdrios. 0 uso menor 6 0 de prover os animais domésticos e selvagens, assim como o gado, de pontos de bebida. O segundo @ maior uso é 0 do armazenamento do excesso de agua para periods secos (uso doméstico) ou para irtigagao. Eles —_necessilam ser cuidadosamente desenhados, com relacao a fatores como seguranga, coleta d’agua, insergao na paisagem total, sistemas de saida ¢ posicionamento relative as areas de uso (preferiveimente, utiizando a gravidade).. \ wo bam Be BL Sangradoures || 1 Airigidos para o proximo agude L -] Cort ao longo de uma linha da ersta primaria Figura 225 Ayudes de porta do efista so construldes fem areas planas ae arenstes, Figura 2.24 Aguies do sola oto utes para controle do togp, vida siveste 0 iigaga0 poquana. 6 a forrsa mais ala de agude em uma palsagern ‘que cota escomimento superical (ea), canatae oO [ Finest rot tes Corte tanversal AA Figure 2.26 Agude de ponto chave, Se uizados em sé fies) nao exigem lacrao, © o excesso @ are Cionade para 0 prdxime apace e, eventua ‘onto, para. um eorraga. Uilzade para sste- ‘asd nigagao para encostas mais bala, 8 Armazenamentos de dua abertos so mais apropriados em areas Gmides. Existe um perigo, onde armazenamentos semelhantes, criados em areas éridas ou sub-Umidas, teréo efeitos negativos, pols a evaporagao de armazenamentos abertos, inevitavelmente concentraré sais dissolvidos. Estes so 0s tipos comuns de agudes © seus usos em paisagens Umidas: Sela: acudes de sela so, geraimente, oarmazenamento mais ao possivel, em selas. ou baixadas no perfil da finha de crista dos mortos, Podem ser totalmente escavados abaixo do solo ou emparedados em um ou ambos os lados da sela (Figura 2.24), serido usados para a vida selvagem, gado e armazenamente alto. Ponta de crista ou ‘Yerradura™ acudes- ferradura sho construidos em subplatés ou cristas planas, geralmente, em uma linha de crista descendante @ abaixo dos aqudes de seia, A forma ¢ tipica de uma ferradura ou pé de cavalo, Eles podem ser bem abaixo do nivel do solo ou emparedados com bancos de terra (Figura 2.25), com os mesmos usos dos acudes de sela, Linha-chave: agudes de linha-chave S60 localizados nos vales dos cursos d’égua secundérios ou menores. Sao construidos no ponto mais alto possivel do perfil do morro; esse local pode ser julgado a olho, quando uma curva descendente ird, entéo, marcar todos os outros pontos-chave no vale principal (Figura 2.26). Os usos sé0, primariamente, ‘ostde armazenar qua para irrigagao. Note que uma segunda ou terceira série pode existir abaixo dessa série priméria de agudes direcionada para agudes de represa maiores, @ que o ladrao (escorredouro) do titimo agude ‘em uma série pode ser direcionado em curva do nivel para encontrar vate principal, efotivamente alirneniando 0 excesso para os curses d'agua (Figura 2.27). Agudes de esa So perpendiculares a um curso Ja permanente ou intermitente e, por essa razo, necessitam de ladrées amplos @ de uma construgao cuidadosa Figura 2.27 -O sistema de nha chavo de PA. Yeoman, oferece inigagio a prova de de opera muflo bax, seus livros abordam o design para elciénca hidrulca para fazendas, acessos, Cinturdes da divors, melhona de sole @ armazenamadto do dgua eiavos. { Figuea 2.28 Aguies em cura do nivel slo vidvols ein encostas de 8 graus ou manos, como pate da série de apudes da fazenda, Agudes de curva de nivel: As paredes desses agudes podem ser construidas em curva de nivel onde a inclinago for 8% ou menos, ou suficientemente plana. As curvas de nivel e as paredes do acude podem ser céncavas ou convexas, em relagéo a linha de queda da inclinagao. Os usos séo para itrigago, aquicultura ou varzeas de enchente em regides semi-dridas (Figura 2.28). Divergéncia e armazenagem de agua em terras secas, Na maioria das dreas de terras secas do mundo, as aguas sublerraneas e o lengol {freatico sao super consumidos; agriculturas @ cidades dependentes de tais eventos temporarios estéo condenadas & falha. Na verdade, dizemos que, ao contrério de estarem sendo usadas para o plantio sustentavel de rvores e sistemas florestais, essas preciosas fontes e lengdis so usadas, em sua maioria, na produgao de culturas para a exportacao de gréios ou legumes. Finas camadas superticiais de agua, que geralmente aparecem apés 1 ou 2 cm de chuva, podem ser direcionadas. perpendicularmente_a inclinagao, para armazenamento. Esses drenos de divergéncia sao feitos de terra, pedra, conereto, encanados para o armazenamento ou terminar em buracos ou varzeas escavadas para recebé-los. Como regra geral, tais varzeas de plantio, terracos ou buracos sao construidos para captar o lencol superficial de agua de uma area em tomo de 20 vezes sua propria (8 a 10 hectares de area so direcionados para 0,4 hectare de drvores € piantios sazonais). n Arvores nativas ou adaptadas sdo a methor opgao para tais sitios; em épocas de boa chuva, graos, meldes, ou verduras podem ser plantados em uma base oportunista. Quando nos concentramos no fluxo d'égua na superficie, especialmente nos ambientes frageis de deserto, devemos considerar um ladrdo ou saida segura para 0 excesso de chuvas ou arriscamos a criagao de vossorocas (regos de erosaio). Onde for possivel plantar capins, um ladrao cercado e coberto de capim ird resistir & eroszio; ou podemos, cuidadosamente, construir um ladrao_pavimentado com pedras em inclinagdes ingremes ou em terragos. Cada situagao em terras secas, dado algum estudo do movimento da agua, movimento de areia e alguns dados sobre a infiltragao e 0 lengol superficial, pode ser moldada para fazer um sitio de plantio. Se areas regeneradas forem protegidas dos animais € da exploragao, arvores utels como figueiras, Morus sp., pistacios e acacias ira persistir e, até mesmo, espalhar-se. 2.7 POSICIONAMENTO DA INFRA- ESTRUTURA IMPORTANTE Qs limites da propriedade tém sido examinados durante a observacao e os estagios de pesquisa, e muitos nichos favordveis e recursos tém sido descobertos. Podemos, agora, lidar com outros fatores envolvidos no posicionamento de infra- estrutura, como acesso, casa e cercas. Acesso Oacesso para 0 sitio onde est acasa @ & volta da propriedade é importante para 0 estabelecimento e a manutengao. Durante os primeiros anos, materiais sao continuamente trazidos para construir a infre-estrutura. Dependendo do tipo de transporte utilizado (carro, 4X4, trator, carrinho de mo), estradas, trilhas e caminhos deverao ser projetados, feitos e mantidos. O acesso deve sar sitiaco de tal forma que necessite pouca manutencéo, pois uma estrada mal colocada custaré mais, em tempo heiro, do que qualquer outra coisa, ra 0 projeto do dasign varie de acordo com oclima, tapagrafia e recursos dispaniveis, alguns poucos principios so os seguintes: Figura 2.29 - © escorrimento euporical da cetada ¢ diigl do.a uma cola do site, Ese pode ser etira Ge periodicamente para utizag0 ne lai, 8 1 estradas deveriam correr em curvas de nivel, ser inelinagdes ingremes e com boa drenagem, para reduzir a erosao. Se pos- sivel, em terrenos ondulados, elas serao sitiadas no cantro de uma linha de crista, de forma que @ agua possa ser drenada facilmente. Estradas construidas em va- les ido requerer maior manutengdo, es- pecialmente em dreas de grande pluviosidade. 2. estiadas deveriam, sempre que possivel, servit para outvas fungdes, como paredes de agudes © quebra-foges. A estrada ‘como um coietor de Agua pode, também, ter 0 excesso direcionado para swales € agudes, ou acumulado e usado como cata~ lodo para material de viveiro ou mulch para arvores (Figura 2.28). SS permite excorcer pf SS Baixo sobre uma ‘grande araa pl Brevenir woeio Figura 2.20 - A dgua das estiadas nas encostes ¢ dirgids ‘param cana seb a estrada que a leva pare ‘nas de infiragso para previnw a e1eséo 19 sole. j 3. nas encostas, uma estrada alta, ou um acesso pata o tralor, deveria ser estabelecida para dar acesso, de cima, 2 todas as areas (8 mais facil mover maicri als para baixo), 4 esiradas menores e caminhos sao feitos, para complementar as estradas de acesso, em um plano intagrado no processo de design. A Grenagem da agua é 0 aspecto mais importante da construpdo de uma estrada, que deveria ser moldaca para acomodar drenos & outras saidas. Se a 4gua nao puder ser drenada no mesmo lado, com um canal do iado de dentro, precisard ser canalizada por baixo (Figura 2.30) para um dreno direcionado @ um curso d’agua ou para outra area, onde do ocorra erosdo (agudes, canais de ivergéncia, swale). Sempre termine a entrada de automévet subindo em diregao a casa, mesmo que tenha que rebaixa-lo um pouco, para que fique nessa situagao. Existem varias 1azbes para isso: a maioria das entradas que descem para a casa carregam agua de volta para a area, dificultando a drenagem. Também, quando a bateria do carro esté descarregada, vocé poderd usar a gravidade para empurré-lo, Em climas de neve, é sdbio ter uma estrada no sol para 0 derretimento rapido;-o mesmo & verdade em um clima molhado, em particular quando as estradas esto embarradas e escorregadias, Posicionando a casa Embora 0 posicionamento da casa varie com o clima, existem certas regras a seguir e enganos a evitar, Quanto mais préxima a uma estrada principal, melhor. Longas entradas para a casa S40 caras, dificeis de manter e dao oportunidade para um sentimento de isolamento. Em climas onde o aquecimento da casa @ necessario, escalha 0 espaco que feceba o sol, especialmente no inverno. Em reas tropicals ou equatoriais, qualquer espago € possivel, sendo a casa orieniada para receber as brisas refrescantes, e ndo a luz solar direta Nao construa em nenhuma encosta acima de 14® ou abaixo de 2° ou 3? (para drenagem adequada). O meio do caminho de uma inclinago gent é 0 methor local para evitar a geada e para receber brisas refrescantes. 9 Posicione a casa de forma que sua fonte de agua esteja mais acima, para alimentagao por gravidade. Também assegure- se de que residuos (esgoto, 4gua cinzal nao sejam descarregados onde irao poluir os cursos d’agua ou o lengol freatico. Utilize Aivores ou vegetagao, como filtros ou esponjas de nutrientes. Construa préximo a fontes de energia, sejam elas a fonte publica de agua, eneraia solar ouediica. E muito caro canalizara energia da fonte para a casa pois existe uma perda de Capacidade na transmissdo (para energias alternativas) e postes caros e fios (fontes publicas). Para as necessidades de vilas, utilize fontes comunitarias de energia para ‘economizar dinheiro Utilize a forma do terreno ou a vegetacdo existente para o abrigo de ventos danosos, ou localize a casa para aproveitar as brisas refrescantes. Nao construa a casa nos melhores solos. Confira, também, a drenagem do subsolo (leste-a, escavando um buraco de um metio de profundidade, e encha-o de agua; dentro de um minuto, 0 rebaixamento do nivel deverd ser visivel) Considere as necessidades de Privacidade atuais e futuras; para evitar barulho 6 poluigao, as casas deveriam ser construidas a distancia de rodovias principais. A privacidade é alcaneada pela vegetagao; para diminuir o barutho de tréfego, so necessérios bancos de terra maiores, construfdos entre a estrada ea casa. Embora a maioria de nés coloque a “vista” como prioridade, isso pode levar a um posicionamento errado da casa, usualmente, no topo de um morro, onde 0 acesso ¢ dificil @ 08 ventos sio freqlientes. Entao, 6 possivel que tenhamos que sacrificar a vista e, a0 contrario, construir um pequeno retiro com assentes confortaveis no lopo de morro. Voce pode levar seus héspedes atravessando as Zonas te ll, pasando pela Zona Ill e chegando a0 feito panordmico, ou ficar em casa para a vista préxima. Vooé pode ter arbusios que atraiam passaros bem proximos & janela, ou um grande tanque com peixes © patos, com uma iiha, ou duas, onde sempre haja algo se movimentando, sempre algo para observar, Em alguns casos, vocé pode construir para cima, ¢ olhar para a vista de uma ciipula na tethado. Um capitfo do mar apesentado: pode construir uma casa com uma ponte de pros no alto, de forma que a vista para o mar seja sempre ampla, Ele tera um telescdpio na ponte, Quando as tempestades se aproximam, ele sobe pata a cabine de comando e sai para ponte. Ele estd Id para assegurar-se de que nenhuma pedra surja no meio da noite! (Os enganos mais comuns no posicionamento da casa sao: « construir no topo de um morro ou orista expostos. Ventos podem vir de qualauer diego, @ a casa estd em risco de incéndio {@ velocidade do fogo aumenta subindo a encosta). A dgua necessita ser bombeada, aumentando os custos energéticos (0 maior custo energético sera o de aquecer e restriar @ casa); + posicionar a casa na mata, eriando uma competic&o entre a floresta (e seus habitantes} @ voc8, por luz, nutriente @ espago. A vegetagao deve ser limpa para a casa, jardim e pomar, * construir em varzeas de rios ou regos (passiveis de enchentes e alagamentos); encostas ingremes, terra instavel (deslizamentos, lodo, avalanches); aterros (rebaixamento); préxima a vulcées ativos; préxima ao nivel do mar (efeito estufa aumentara 0 nivel); ou, de fato, em qualquer lugar ameagado por desastres inevitéveis. 80 Cercas Cercas e cercados sfio essenciais e as prioridades deveriam ser decididas cedo, nos estagios de planejamento. Os limites gerais podem ser estabelecidos primeiro, para manter fora 0 gado e animais selvagens. O controle total de animais (especialmente pequenos animais silvestres, como gambas ¢ lebres) n&o é possivel em grande escala e deveria ser cconfinado & Zona I. A partir dessa cerca interior forte, com tela pequena, outras cercas podem ser construidas, 4 medida do necessario, possivelmente cercando a Zona Il, eventualmente (com tela maior ou, mesmo, arame farpado, arbustos espinhosos ou cerca elétrica). As prioridades devemincluir também, galinheiro ¢ pomar. No lugar da cerca de arame, espécies no comestiveis podem ser, com 0 tempo, plantadas em linha. Uma cerca viva densa, ‘espinhosa, com uma murada de pedra baixa, 6 virtualmente impenetravel para a maioria dos animais e sa0 usadas por todo o mundo, onde ‘ arame para cercas é muito caro ou dificil de ‘encontrar. Cercas, fossos, muros de pedra @ cetcas vivas no deveriam funcionar somente como confinamento ou protegéo, mas ter, também, outros usos. Cercas servem como treligas @ muros de pedra como areas especiais de amadurecimento. Cercas vivas forecem protegao, frutos, nozes, forragem animal, forragem para abelhas, habitat para passaros @ produtos de madeira (bambu). Em climas temperados, uma cerca viva mista de tagasaste (crescimento rapido, da sementes para as galinhas, forragem de abelha e abrigo), Crataegus sp. (crescimento lento, resistente @ espinhosa, dé frutos, forragem de abelha e sitios para ninhos de pequenos passaros) @ aveld (forma uma sebe impenetravel, da nozes) & muito mais util do que uma cerca viva de uma 96 espécie. Plantas diferentes, como as Prosopis, Euphorbias e as acacias espinhentas, cumprem a mesma fungdo em reas tropicais e em regides desérticas. i + Decidindo prioridades Uma vez que os sitios para o acesso 8 para 2 casa tenham sido escothidos, o plano pode ficar mais complexo e concentrar-se na area construida e suas cercanias. E af que as Zonas, Setores @ a inclinago devem ser analisados em um sentido ampio (deixando os detalhes para mais tarde). Neste ponto, a localizagéo da casa poderia mudar, como resultado dessas investigacSes. Setores s&0, entdo, desenhados come areas que definam a diregéo do vento, aspecio, vistas boas @ ruins, areas sujeitas a enchente ou fogo, @ @ direcao do fluxo das ‘aguas. Zonas so desenhadas em um plano, coma Zona zero marcando.a casa e as Zonas. la V marcando areas de dificil acesso ou aumantando a dist&ncia. Uma vez que tenhamos amplamente posicionado nossos elementos por zonas, selores, elevacda e fungi, irernos mais fundo dentro do processo de design, considerando espécies de plantas e animais, piano deve ser projetado para ser usade em estagios, dividindo o trabatho em parles facilmente atingiveis. Componentes importantes séo posicionados nos estagios iniciais do desenvolvimento e podem incluir: Tuas de acesso, provisdo de agua, cercas ou sebes, sistemas de energia, quebra-ventos, casa ejardim e viveito de plantas. Prioridades secundarias podem inctuir controle de incéndio, controle de erasao @ reabiltagao do solo, S40 necessérios tantas espécies e nimeros de plantas nos primeiros 2 a 6 anos, que um pequeno viveiro de plantas deveria ser estabeigcido para fornecer de 4.000 a 10.000 plantas, que podem ser postas em um hectare. Enquanto estas esto crescendo em seus potes e tubos, podemos cercar preparar 0 solo, colocar 0 sistema de gua e, entZo, planté-las de acardo com um plano de longo prazo, cuidadosamente desenhado, 81 A provis&o para futuros sistemas de conservagao de energia dave ser deixada em aberto, de forma que toda a propriedade seja demarcada para sistemas de agua, sol, ventos ‘ou maré. Meso que estes nao possam ser implementados nos primeiros anas, o espago € reservado com plantios anuais ou usos a curto prazo. Quando ocorrer a oportunidade para a implementagao, as primeiras estruturas e designs deveriam ser aqueles que gram energia; em segundo, aqueles que economizam energia; e somente no final, aqueles que consomem energia. Aplicando esse critério, muitas questes serao resolvides por si préprias, por exemplo: Onde devo construir a estuta? Considerando somente 0 uso de energia: + primeiro, junto as habitagdes, como fonte Ge calor ¢ armazenamento e para plantar alimentos; + Segundo, junto a estruturas ndo habitadas, como fonte de calor, * terceiro, como parte da habitagéo animal, com trocas de calor, esterco e gazes; * @, finalmente ou talvez nunca, como estruturas envidragadas isoladas. ‘Como devo lidar com o vento que prejudica © crescimento no local? + Primeiro, plantando qualquer rvore ou arbusto, Util ou nao (Artemisia absynthium, pampas, pinho, Coprosma repens que seja barato ou gratis, localmente, cresca rapidamente, possa ser plantado em estacas ou divis6es e que sobreviva. «Segundo, com a montagem de estruturas, especialmente treligas, muros de pedra, fossos, bancos e pequenas sebes por todo ojardim, + Terceiro, pelo plantio, em grande escala, de sementes ou estacas de espécies resistentes. + E, por Gitimo, com sebes Uteis € permanentes plantadas sob a protegao das estratégias acima citadas. Qual seré o meu plantio principal? Somente poucas espécies de plantas so validas para 0 plantio extensivo. Ignorando, no momento, 0 valor comercial, existem trés consideragdes principais: 1 plantios que necessitem pouca atengo, apés 0 estabelecimento deles (batatas, milho, abdboras, frutas resistentes € vinhas); 2. que sejam faceis de colher, armazenar usar, 3 @, também, que formem uma base para a dicta (batatas, inhame, mandioca, mitho, abobora, nozes @ frutas de alto valor energético), Comercialmente, _deveriamos considerar, também, plantios de: ito valor econémico, mesmo que sejam dificeis de colher (cerejas, Crocus sativus para agafrio, bagas, etc.); 5. dificeis de manejar (meldes, péssegos, mamao); & raras, com grande demanda (ginseng, especiarias, chas, corantes, dleos); ov alustados, paiticularmente para o sitio (plaianos de agucar, goma de cidra, pistacios, castanha d'gua, oxicoco, Gactos). ‘O projetista deverd estar sempre alerta para ag caracteristicas locais, microclimas & necassidades, procurando aproveiltar o que ja esta no lugar, ao contrdrio de trazer novas estruturas @, assim, Novas energias. DESIGN PARA CATASTROFE Todas as regides do mundo tém potencial para eventos catastréficos como incéndios, enchentes, secas, terremotos, vuledes ou furacdes. O melhor que podemos fazer é projetar o sitio com tais eventos em mente, de forma a diminuirem o dano & propriedade e a perda de vidas. Fogo € a caléstrofe mais comum, ocorrendo em periodos secos e ventosos apés 0 atmento dos depésitos secos no piso da floresta. A intensidade do togo depende da quantidade, tipo e distribuigao do combustivel, velocidade e diregiic do vento e topografia geral (0 fogo viaia répido, subindo encostas; entdo, linhas de crista tém maiores possibilidades de serem queimadas severamente). O maior perigo é 0 calor radiante da linha do fogo, que mata, rapidamente, plantas e animais. © fogo, geralmente, vem de uma diregao especifica (que varia de acordo com a localizacao e a topografia), de forma que existe, geralmente, somente um setor de fogo com 0 qual se preocupar. No entanto, 0 fogo pode vir de qualquer direcéio; entao, ¢ meinor proteger a maioria dos elementos valiosos do sistema principal (construgdes, habitagdes de animais, maquinas € pomares). Estratégias para lidar com 0 fogo incluem + reduzir 0 combustivel no setor do fogo pelo (a) manejo do piso da fioresta (limpando detritos, cortando troncos mortos para lenha), (b) aparando ou utilizando animais (gansos, cangurus) para manter © capim curto, e (0) ulizando superficies nda-combustiveis como estradas, tanques @ agudes, mulch em camadas ou plantio verde, entre 0 setor do fogo e a casa; + crlar sombras de fogo para reduzir os efeitos do calor radiante com (a) estruturas nao combustiveis (tanques, bancos de terra, muros de pedra) e (b) plantio de espécies que retardem 0 fogo, como ities, coprosmas, chordes, que podem morrer, mas retardardo 0 fogo (Figura 2.31); + plantar um quebra-vento de espécies Tetardatarias do fogo, para reduzir 0 vento durante o incéndio (Figura 2.32). Bordas baixas _ acude Figura 2.31 © design eombinado para segurana conta 6 tage: bareiras, queba Todos milfs, planias sclecwradas pala ‘esstencia 0 logo w redurdo do combust! existe préxime a casa, Amora, acacia prt opuntia phatinia i sombre do ~ Fogo Sor ALT é prmgpcoprosma =| mal . Bay Sein / angola. Figura 2.92 Delesa contra logo com pantios # animals para subtrbis e residéncias. 83 Como a casa ¢, geraimente, a parte mais cara e dificil de substituir no sistema, & importante planejar @ seguranca dela, providenciando: + uma murada de fijolo ou concreto (até 1 metro) em volta da casa, sem tapetes ou capachos; + telas de metal nas janelas; + telhado de zinco ou outro material resistente ac fogo; + regadores grandes no telhado e & volta da ‘asa; 6, no minimo, uma_quantidade de ‘Agua da fonte relativa a uma hora de uso, trazida faciimente para a casa (fogo queima mangueiras plasticas superticiais @ bombas elétricas podem falhar); » bolas de ténis para selar as calhas (que podem ser enchidas de agua). Piantas resistentes para 0 setor do fogo so aquelas que combinem as seguintes caracteristicas: (a) alto contetido de agua, (b) alto contetido de cinza, (c) pouca queda de detritos ou mulch, ou de répida decomposigao, (d) sempre verdes € (€) carnudas ou leitosas., Algumas plantas resistentes 20 fogo s&o: figos, chorées, amoras, Coprosma, Monsierae algumas acdcias (Acacia dealbata, A decurrens, A saligna, A sophorae, A baileyana, entre outras). Algumas coberturas _rasteiras resistentes ao fogo incluem: maracu4, heras, confrei, taioba, varias suculentas, artemisia, Dichondra repens, espécies de aloe e agaves, Mesembryanthemum, batata-doce, Tradescantia albiflora, Allium triquetrum, girasséis ¢ abébores. Terremotos, enchentes e furacGes Em dreas sujeitas a terremotos, construa a casa com materiais que dobrem ou respirem (bambu, ferro-cimento, madeira). Durante um terremoto, fuja para um bamibuzal; o bambu tem uma estrutura de raizes fortes, a qual é muito dificil de romper. Para enchentes, confira os dados de periodicidade e altura, calcule uma margem maior, para seguranga, e nao posicione a casa 84 em varzeas. Encostas ingremes, que tenham sido desmatadas, s4o armadilhas moriais durante chuvas severas, pois deslizamentos de terra aceleram rapidamente para baixo. Em Areas sujeitas a furacdes ou ciclones, construa com materiais flexiveis e faga o telhado da casa com um angulo agudo ‘em torno de 458, de forma que a forea do vento empurre o prédio para baixo. Plante um quebra-vento de bambu (inclina-se com 0 Venio) e considere um jardim de sobrevivéncia emlocal protegido. Muitos habitantes das ilhas do Pacifico mantém tais jardins com estoque de plantas importantes em uma dérea protagida da ilha, de forma que esses jardins possam ser replantados, depois que tudo o mais tenha ido embora. BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA Geiger, Rudolf, The Climate Near the Ground, Harvard University Press, New York, 1950. Chang, Jen-Hu, Climate and Agriculture, Aldine Pub. Co., Chicago, 1968. Cox, George W. © Michael D. Atkins, Agricuitural Ecology, W.H. Freeman & Co. San Francisco, 1979. Daubenmire, Rexford F., Plants and Environment, Witey International, 1974. Fukuoka, Masanobu, The One-Straw Revolution, Rodale Press, Emmaus, PA, 1978. Impress&o encerrada - disponivel em bibliotecas. Howard, Sir Albert, An Agricultural Testament, Oxford University Press, 1943. Moffat, Anne Simon _& Mare Schiler, Landscape Design That Saves Energy, Willlam Morrow & Co., New York, 1981. Nelson, Kenneth D., Design and Construction ‘of Smal Earth Dams, inkata Press, Melb., Australia, 1985. Yeomans, P.A., Water for Every Farm/Using the Keyline’ Plan, Phone (075) 916 281 Queensland, Australia. CAPITULO3 _ COMPREENDENDO PADROES: 3.1 INTRODUCAO, Desenhos em elevagao e mapas topograticos podem ser usados para demonstrar varios componentes de uma paisagem, @ nao na demonstragao da qualidade viva ou dinamica de um sitio. “O mapa nao € 0 territério” (Bateson, 1972). Em paisagens naturais, cada elemento 6 parte de um todo maior, uma teia. sofisticada ¢ intrincada de conexbes ¢ fluxos energéticos. Se tentarmos criar paisagens utilizando um ponto de vista estritamente objetivo, produziremos designs grotescos e nao-funcionais, porque todos os sistemas vivos sao mais do que apenas a soma de suas partes. Nossa cultura tenta, em vo, definir a paisagem cientificamente, coletando dados ‘extensos sobre suas partes. Esses métodos sao como se um grupe de cegos tentasse descrever um elefante, conforme a antiga lenda Sufi: “Veja bem’, disse o primeiro cego, agarrando uma perna, “um elefante é como uma arvore”. *Veja bem’, disse o segungo cego, ‘segurando 0 rabo, “um eiefante € como uma cobra”, E outro, tocando a orelha do bicho, disse: “um elefante é certamente muito parecido com um tapete grosso”. Sociedades tradicionais tém usado padres para compreender ¢ interagir com suas paisagens de forma sfetiva— esses povos nao separam a4 si mesmos do meio ambiente, mas véem os elementos como paremfies. Assim, todo o conhecimento e as cléncia tradicionais foram gravados na forma de marcas ou padres em entalhes, tecidos, construgdes de pedra e terra e em tatuagens. Cada tema 6 acompanhado por cangdes ou histérias que falam do seu significado; e a musica, zeforgada por dangas sagradas para assegurar uma memoria ‘muscular’ das historias. As gravagGes importantes eram de histéria, sagas, mitos da criagao, genealogias dos ancestrais, navegacao e fenémenos ciclicos como marés, o tempo, ciclos estelares e colheitas silvestres ou plantios com as estagdes. Todos, em sociedades tribais, tinham acesso @ uma boa parte desse conhecimento, incluindo os nomes @ 0S usos de plantas importantes. Muitas tribos ndo- molestadas ainda mantém esse conhecimento. Apés a invengao da escrita, o conhecimento padronizado foi negligenciado; Sistemas modemnos funcionam inteiramente com alfabetos e nimeros, com simbolos, livros ou armazenemento eletrénico de dados, Grande parte da sociedade humana no pode acessar, e nenhum individuo pode lembrar acuradamente, © conhecimento armazenado dessa forma. Assim, 0 conhecimento padronizado ¢ ritmico 6 inesquecivel; € 0 Conhecimento simbdiico é imemorével. Por todo este livro, nés envolvemos padrées de planejamento basico, como em todo design, e todas as partes de qualquer design devem ser adaptadas dentro de um gabarito ou padrao de bom senso, Para compreender 0 padre basico dentro do qual cabem todos os sistemas naturais, iremos dissecar uma drvore e tentar fazer sentido as regras de fluxo (mavimento da seiva) e forma, de crescimento @ expanséo, Utiizaremos a forma de uma drvore, a qual & tipica de todos 08 fenémenos natureis (Figura 3.1), Figura 3.1 Modelo gadrio gerat 3.2 PADROES DA NATUREZA As linhas essenciais de uma drvore podem ser impostas em uma arvore real @ formar uma espécie de kimina de machado dupla (Figura 3.2a) Esse é o tema de tribos européias mais antigas - 0 “simbolo da mulher’, Se cortarmos a arvore pela linha A- Al (Figura 3.2b), vemos as pontas dos galhos no plano, nao muito diferentes de marcas sobre uma pedra; cada seco de galho é de diametro aproximadamente igual. Se coriarmos a arvore pela linha B-B1 (Figura 3.2c), percebemos outro padrao graduado, 0 qual € come liquen sobre uma pedra, os mais velhos ao centfo, os menores na periferia. Um. corte transversal do tronco, C-C1 (Figura 3.2d) nos dé um padréo classico de alvos, que 6 uma gravacéo anelar das estagoes de crescimento, também encontrados em conchas marinhas e escamas de peixes. Poderiamos conseguir este padréo em um ninho de potes. Como o Letim para ninho é Nidus, vamos chamar esse padr&o de anidado ou aninhado (um dentro do outro). Na verdade, a drvore inteira é um aninhado de drvores mais jovens que cresceram sobre ela, ano apds ano, Figure 8.2. Secres de um pacréo goa! Figura 3.3 - Modcios de faxo do selva Figura 8.4 - Pacréo sendrtce (como Arvores tipicos de trovies, cristal, ceaulagéo sanguines ete Como sabemos que a arvore espiraia a partir do solo, a forma gathada acima descreve uma espirdide ou, mais espesificamente, 0 caminho do tluxe de uma molécula de seiva espirala (Figura 2.34). O fluxo de seiva nos estames acorre no lado de fora (as células xilema) e nas raizes, em sentido opesto (Figura 3.3b). O fluxo de selva, nas raizes ocorre ao longo do centro (células ficema). Se combinarmos as espirais de hos € rafzes (Figura 3.3c), temios duas espirais superpostas que encontramos em todas as folhas, flores e pétalas, cabecas de girasscis, pinhas, abacaxis e, obviamente, no ponto onde @ semente germinou, na origam, temos um tecido de células mudando de interno para externo, giro esquerdo para giro Gireito ou de mais para menos. A arvore se divide em galhos de 5a 8 vezes, como 0 fazem os ios; 0 numero de divisSes saindo de cada gaiho maior é em média de 3, enquanto que cada um é mais ou menos 2 vezes mais longo do que o seguinte. © Angulo entre cada gatho esta em torno de 36" a 38° (Figura 3.4). Essa forma é tipica de ralos, cristais minerais, vasos sanguiineos etc., que seguem, aproximadamente, as mesmas egras. Tais padrées sao’ chamados Gendriticos ou ‘na forma de drvores” Os numerais romans de 1a V sio chamados de Ordens das Divisdes e, raramente, excectem o numero de 7, a0 todo! 87 cada um representa uma contagem para tamanhos maiores ou mais longos. Esse numero de ordens de tamanho é comumaum, grande numero de fendmenos, os quais podem ser organizados om grupos de tamanhos; para essentamentos, chamamos esses grupos de cidades, vilas, vilarejos, povoados. Também as nuvens, montanhas, corpos celestes, dunas, ondas, etc.: todos tém um conjunto limitado de tamanhos, como os galhos das arvores. Poderiamos falar de cascatas de tamanho, ou quanta, € isso significa que a maioria dos tamanhos se enicaixam em conjuntos especffices, e que ha poucos (se houver aigum) tamanhos intermedirios. Por exemplo, dunas de areia se ajustam em 5 ordens, como ilustrado na Figura 3. Assim, tudo na naiureza (gatos, cangurus, correntes de agua, ventos, caminhos etc.) ocorre em uns poucos tamanhos, é a velocidade do movimento em cada tamanho é diferente. Coisas maiores se movem lentamente devido a inércia maior, coisas menores $80 mais rapidas, e coisas muito pequenas se movem devagar devido a viscosidade. Ordens so fimitadas em seus tamanhos na escala maior, simplesmente devido propria massa. E, na escala menor, por forgas moleculares, Esté ficando claro que padroes em uma unica forma de arvore representam todos, os padrées encontrados na natureza. Até mesmo a casca de muitas Arvores apresenta corrugados como uma teia de células ou uma sede de favos alongados. A aroia deponite-se nestas pnsgson anne oF Saltitos Dunae (gros) ondulas (iajam Imidiay Viajamtevano) (yigjam tevS0 anos) AS \ v ‘an grondes dunss fisas 2hourgs) {nines ee movimentam) Dunae ostrala Figura 2.5 Dunas de ateia formam cinco ardens ds tamanho, comuns @ ume grande variedade de fendmenos. Para tetornar aquela forma geral de rvore como um todo, vernos que a ilustracdo. do machado (Figura 3.2a) 6 a forma simples. Um conjunto de tais formas eria uma vertebra, ou um esqueleto (Figura 3.6a), que se ajusta ber, coma se fosse pavimentado. O Latim para’ azulejo é Tessera, e podemos chamar superticies azulejadas de Tesseladas. Uma formagao de nuvens contém um térus ou rosca (Figura 3.8), e varios “caminhos tinicos” de uma molécula, no modelo, demonstram temas tracicionais (Figura 3.6c). Um sentido geral de forma emerge, e pademos: ver muitas dessas formas na natureza, ganhando, assim, uma compreenséo de fungdes e um entendimento claro, sobre como projetar em ordem com a natureza. Muitas formas ‘crespas’ naturais existem em explosées ou fungos de crescimento rapido (Figura 3.6¢). S40 chamadas ‘Overbeck Jets’ (Jatos de Overbeck) ocorrem em fiuidos e, frequentemente, em dobras complexas. ‘Também aparecem como temas, como nas. tatuagens Maori, como galhos de samambaias, estilizados. Voce os vera quando rios penetram no mar, no fluxo de lava e quando 0 mar ataca a terra. Nés podemos construir todas as formas naturais a partir das partes de uma rvore, e tais formas S40 chamadas “auto- similares", conchas do mar demonstram a mesma espiral geométrica das arvores. Foi 0° estudo dessas formas naturais, e de seus significados, que proporcionou a proficiéncia com padrdes nos poves tribais; um padrao simples, que contém um conhecimento vasto. Figura 8.6. Como vértebras, paces se encabxars 3.3 PADROES EM DESIGN Bons projetistas tentam acomodar todos os seus componentes em uma forma agradavel e funcional, obedecendo as regras. de fluxo e ordem e compactando 0 espago. Uma casa bem desenhada permite fluxo de ar para aquecer e resfriar sua massa. Um sistema de estradas para uma vila ou cidade, baseado em divisdes naturals, no sofrerd engarrafamento do trnsito. A espiral de ervas (Figura 5.1) 6 um bom exemplo da aplicagao de padrées. Todas ‘as ervas culinérias podem ser plantadas em uma espiral ascendente, com uma base de “guebraaas: Figura 9.7. Sistema de microbacias de torras aides, domonstranco ordens. Cada uma com suas caracersticas diferentes em eda tater, 2 metros de didmetro, subindo a uma altura de 1 metro. Todas as ervas sao acessiveis, existem aspectos variados, boa drenagem, ¢ a espiral pode ser regada com somente um jato. Utilizando nossas observagées de consércios de plantas, ou assembiéias, harmoniosas, podemos projetar florestas qua imitem sistemas naturais e que usem plantas. alimenticias adaptadas ao clima. ‘Como 0 diagrama de um rio de terras secas (Figura 3.7) mostra, o lengol superficial, as espécies, os sedimentos ¢ 6 fluxo, todos variam de acordo com a ordem em que se encontram os cursos dégua; uma vez que vosé absoiva esse tipo de informacdo, voc8 poderd pianejar mais facilmente a estabilidada © a produgdo nas paisagens (Figura 3.8). Come ilustra esse tio, todas as formas de vida, todos os sedimentas, todo o escorrimento superficial em tempestades de 12 mm, ou mais, variam de acorde com a rdem dos cursos d'agua. Se soubermos eo onde estamos na ordem, saberemos que vegetagao encontrar, @ 0 que plantar, quanto escorrimento superficial esperar, também, 0 espagamento dos canais de infiltragao (swales) ou sistemas de captacao de agua. A maioria das vilas do deserto sao localizadas nas ordens Ill ou IV, onde o escorrimento superficial é ampio, ocorem alguns bons solos © minerais e onde a distancia entre os cursos d'égua 6 grande o bastante para permitir plantag6es, e ndo téo grandes para causar seca. ‘Se observarmos as cercanias dos ros nas ordens IV e V, descobriremos que arvores, grandes e frondosas, freqilentemente com a casca clara (sicamores), crescem no lado intemo das curvas onde o rio deposita areia: que Arvores escuras, com casca escura e fissurada (juniper, casuarinas, alguns eucaliptos) crescem no lado de fora das curvas, acime dos barrancos onde o rio corta para dentro do terreno. Em cada curva, esses grupos de drvores mudam como mudam 0 barranco ou os sedimentos. Entao, temas um. efeito yang-yin-yang-yin. pedras angulares sedimento: arbustes escuros, arbustos altos vegetagio ascortimonto superficial (%e) do totat 2 astablidade © 2 proauvidade nas paisagens. A observacdo culdadosa mostraré que os roedores & 08 répteis habitam, os babuinos. vem, e 0S papagalos procuram frutas nas ordens dos rios e nos galhos das drvores a que pertencem. Peixes, obviamente, sao altamente adaptados a uma orcem de fluxo- velocidade, ou péem os ovos em uma ordem, fe vivem em outra, Projetando com a natureza, e nao contra ela, podemos criar paisagens que funcionam como sistemas naturals saudéveis, onde @ energia é conservada, detritos s80 reciciades recursos criados abundan- temente, LAT] 0 angulares | cascalho | areias grossas 86-00% | 85-65% "3.8 Formando urea tabela de acordo com 9 briens @ ftores, podamos bsower informagées para 0 planelament para . areias profundas érvores: frondosas e vinhas arvores ocasionais arvores, maiores 30-35% (média) BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA Alexander, Ci otal, APattem Language, Oxford University Press, 1977. Mollisson, B., Permaculture - A Designers’ ‘Manual, Tagari Publications 1988. Murphy, Tim and Kevin Dahi, Patterning: A Theory of Natural Design Landscape Ecology, Conference paper 1990. ‘Thompson, D'arcy W., On Growth and Form, Cambridge University Press, 1982. 90 CAPITULO 4 EDIFICACOES 410 NTRODUGAO cesign eficiente de casas deve ser baseado nas energias naturais que entram no sistema (sol, vento, chuva), na vegetacao a volta e nas praticas de construcéio baseadas no bom senso. Muitas casas j4 estéio construidas, ou estéio sendo construidas, sem nenhum planejamento para a futura escassez de petrdieo @ 08 crescentes pregos de combustiveis da atualidade. No entanto, com um posicionamento corieto e um design para © clima, implementos tecnoldgicos simples, como aquecedores de agua solares, e talvez algum ajuste no comportamento (para que aprendamos a escolher roupas mais quentes ou a abrir e fechar a ventilagdo que liga a estula), poderemos reduzir ou eliminar nossa dependencia de energias baseadas em combustiveis fésseis para aquecer ou restriar casa. As regras gerais para o posi-cionamento dda casa @ 0 planejamento das areas de ‘aga0 @ voita dela, para o controle do icroclima, sao discutidas no Capitulo 2, que daverd ser lido juntamente com esta. A CASA COMO UM ESPACO DE TRABALHO Casas tém s¢ tornado os espagos mais ooupades, especialmente com a tendéncia moderna da utlizagao da casa como espago de trabalho. E mais barato adaptar a casa a uma pequeina manufatura ou escritério do que comprar ou alugar asses espagos separadamente (é ainda mais barato, 0 custo de transporte). Algumas indtstrias e ocupagées caseiras S80: fabricagao de mobiia; cerémica; Pequena companhia de sementes; produgéo de mel; publicagdes (revistas, jomals, livros); conservas e compotas; contabilidade, servigos de computaco e secretariado; alendimento médico e psicolégico; publicidade, fotografia 2 servigos imobilidrios. As dreas de trabatho/amenidades necessitam de um planejamento cuidadoso e de um novo design. Quartos, por exemplo, so convertidos em escrilérios, sala de computador ou estiidio, com elevagao da cama @ utilizag4o do espago inferior; cu elevando 0 forra @ construindo a cama deniro de uma alcova, acima do escritério. design para a economia de espaco envolve o mesmo tipo de ‘empilhamento” encontrado na natureza, onde prateleiras, camas elevadas e estruturas no telhado imitam os andares da camada herbdcea, 0 primeiro andar de arbustos @ a copa das arvores. INTEGRAGAC ENTRE CASA E JARDIM. Assim como nao existe razio para separar rigidamente o jardim da fazenda, a casa e ojarcim sdo, também, muito integrados. Teihados de grama, vinhas nas paredes e treligas adicionados a casa ajudam no isolamento térmico extemo; estufas e viveiros produzem alimentagao e a modificagéo do clima, Uma das vistas de verao mais agradaveis 6 a da cozinha de Elizabeth Souter em Ballarat (Australia), olhando para um patio/ jardim refrescante a partir do balcao. Patios Internos sao fontes importantes de ar fresco, ‘que pode ser conduzido para refrescara casa noverdo. Figura 43 Projetande casas novas ou modificando cutras existentes, podemos organizé-las de forma a sairmos da cozinha para o viveiro, ou estufa, com uma vista direta a partir da area de lavagem (Figure 4.1). Ponha mais vida dentro dessas éreas; quem sabe, um pequeno bando de codornas. As codornas corem & volta, a procura de insetos; anffbios sobem pare o tanque, para as folhas e, até mesmo, agarram-se a janela da cozinha, Se vocé precisa parar em algum. lugar para fazer algum trabalho entediante, 20 ‘menos faga-o de um jeito interessante. Ponha algumas tartarugas no tanque. Elas, freqientemente, desaparecem no mutch, comendo lesmas e minhocas. Em climas, quentes, as lagartixas so melhores. A lagartixa média € especifica para a estufa; andam por todo tado: de cima para baixo, de baixo para cima e por toda a volta. (O chuveiro pode ser parte de uma estuta ligada a casa, eliminando vapor, calor e agua para as dreas de crescimento (Figura 4.2). Depois de usada, a agua da banheira ou O2areeetrontat so Vivairo removida paca ‘Tangue com plant aquatieae, anfibios ¢ Gm ouduse feroruges Visualizacae do. Gerenho, \Viveiro ligaco @ eozinha para cekigerago e porto de interesse enquant lavando pratos. Cchuveiro é mantida em um tanque subtesraneo ou encanada sob o piso da estufa que mantém. a temperatura da terra alta. ©. caminho do jardim para a entrada deve ser projetado para economizar o trabalho doméstico. Terra ou barro trazidos para dentro sc, geralmente, um problema. Entao, o tempo gasto para elevar, drenar ou cobrir (com lajes, Pedras, concreto ou terra estabilizada) este ‘caminho é tempo bem gasto, Um pouco antes da entrada, uma grelha especial pode ser instalada para raspar o barro das botas (Figura 43). De interesse particular para o cozinheiro/jardineiro 6 a inclusao de uma dependéncia para a preparacdo e 0 armazenamento de alimentos, imediatamente ligada & cozinha, chamnada “despensa’ (Figura 4.4), e que serve como umn elo entre o jardim acozinha, podendo conter: « reas para o armazenamento de comida tipo prateieiras, congelador ¢ refrigerador, potes de conservas ¢ compotas; _t- ‘earae« concrete (pes, pare ses) [Rss trangadae lantaga para pevscaade REO ESTLOURPONES Agua quinte para o bana & provide porn alot pls ealula Eveesso Iga a ert por gate Figura 4.2. Estulasbanheiro, Chuveiro sobre cama de seixo mantém a umidade das plantas, Pede ger Igedo a um banheiro xstente, Banneim estio Japonds na estuta utliza dgua cinza @ calor das forte: foglo, 4qua da bana, dreno, eaainha, levenderia. Armazenamenios de ais massa teal $80: gua anheira, tanque, pared de gavratas) ‘pedras @ concrete coberto (oanhers, ps0, parades). 93 ‘+ dreas para a lavagem e 0 preparo para o uso imediato ou para a preservagao de pro- dutos do jardim e do pomar; um balde para composto préximo a pia que racebe folhas, cascas, raizes € restos vegetais para se- tem davolvidos ao solo. * rea escura para cogumelos; * espaco para pendurar capas, roupas de chuva e de jardinagem, botas e outros itens importantes na jardinagem (tesouras, facas, cestas): Figura 53. Grade o tapete para remover a ama das ‘boas na erivada da asa * um balc&o para o trabalho simples com madeira e para o armazenamento de ferramentas; «area seca e fria para 0 armazenamento de sementes @ espago para calendarios de jardinagem, planos e didrios; + armazenamento de lenha com uma portinhola de acesso para 0 fogao a lenha. 42 A CASA TEMPERADA A menos que estejam localizadas & beira mar (onde as temperaturas S40 mais amenas), dreas temperadas sao frias no inverno e quentes no verdo. Assim, 0 design da casa deve acomodar dois objetivos diferentes. Durante o invemo, 0 frio deve ser mantido do lado de fora, ¢ 0 calor dentro. Durante 0 verdo, 0 calor deve ser excluidoe, a casa, aberta para as brisas noturnas refrescantes. Casas eficientes em energia podem acomodar ambos os abjetivos, a partir de um design cuidadoso. Os elementos essenciais de uma casa temperada bem desenhada sao descritos a seguit. Figura 44 A*sala de barre 6 uma éroa de preparacao o armazenamanto de alimento, ada a cozinhs © & hora 94 Figura 4.5 Design de uma casa para cima temperado, Aprosenta um dosent dos qua‘tos para 0 lado fro ds casa. a as éreas de ‘estar no lade do sol para aquoeimento ne inv. A cazinha e o banhoiro param 0s canoe de agua e deveriam eer posicionndos juntos PROPORGOES DA CASA E POSICIONA- MENTO DAS JANELAS Casas nfo devem ter mais de duas dependéncias (10 metros) de profundidade, com um eixo leste/oeste 1,5 vez mais longo em relagfo ao eixo norte/Sul. O eixoleste/oeste deve estar de frente para 0 sol (norte, no hemisfério sul; sul, no outro hemistério). O Gesenho da casa 6 planejado de forma que quartos e outras dependéncias pouco usadas 40 posicionados no lado da sombra do prédi enquanto que dreas de atividade sa localizadas no lado do sol, para o aquecimento no inverno (Figura 4.5), Os beirais do telhado da casa e a altura ou profundidade das janelas so desenhados de forma que o sol de inverno entre diretamente na casa pelas janelas (para um piso de conereto ou para uma parede interna, de tijolo ou de outra massa térmica boa), desde que ndo entre no verao (Figura 4.6). Janelas menores so localizadas no lado leste, voltadas para o sol matinal. Existem poucas janelas no lado ceste e no lado da sombra do prédio. Janelas so dotadas de umbrais e cortinas pesadas, do forro ao teto, que sao fechadas nas noites de inverno. No vero, as janelas so deixadas abertas durante @ noite, para permit o resfriamento da casa, e fechadas pela manha. Cortinas de bambu, colecadas no exterior das janelas dos lados leste e oeste, previnem contra a incidéncia direta do sol, em dias muito quentes, na casa. © espago da sombra (sul, no hemisfério sul; norte, no outro) acomoda um viveiro sombreado com uma janela bem isolada termicamente, trazendo o ar frio para dentro em verdes quentes. Figura 46 Os teirais do tehad # 2s jansias s20 colocados da forma que o sol da invainn ponetre na casa, enquario que a sol Ue vera no penstie A tera sbabko do pi 6 iolada 0 as janelas do lado bho co do vidro dupe, ISOLAMENTO TERMICO, A casa é bem isolada (pisos, forros e, a0 menos, 1 metro no sole & volta do perimetro da casa, se utilizar piso de concreto). © ‘olamento do piso é de espuma rigida de 4.4 5 om de espessura, Geraimente, um isolamento mais pesado, ou mais espesso, é colocado no forro para manter o ar quente no interior, durante os meses de invemo. A ventilacao 6 colocada no sélao para controlar 0 dano causado pela condensagao © permitir, ao excesso de calor, escapar durante © verde. Frestas & volta de portas ¢ * janelas s8o impermedveis. bloqueadas com tiras © sol que entra pelas janelas no inveino encontra massas termais (um piso de concreto, uma parede de tijolo ou pedra, tanques de gua). tsso funciona como um banco de calor, que reirradia calor paraa casa, durante a noite. Durante 0 verdo, eles permanecem frios durante o dia, se ficarem expostos a0 ar frio da noite (janelas abertas noite). Outras edificagdes exteriores, desde que ligadas & casa no lado da sombra ou do vento, isolam-na desses ventos frios de invero, Existem muitos isolantes térmicos encontrados no mundo natural. Alguns [4 tem sido utifizados na indistria da refrigeragao, na construgao de casas e no isolamento sonoro, Pousos sao inflamaveis, ou podem ser tratados com Cloreto de Calcio para reduziram a possibilidade de chama. Alguns sao imunes a pragas (ex. serragem das drvores imunes @ pragas), mas todos podem ser tralados para este fim utlizando produtos nalurais como 0 leo de cedro branco e outras substincias similares. Uma lista de isolantes naturais em potencial segue: + Sertagem: utilizada por muito tempo em camaras frias; uma barreira de vapor & necessdria, Ou a serragem pode ser ensacada e selada. | | + La: excelente para retardar 0 fogo e para o aquecimento, assim como feltro @ outras peles animais, + Penas: utilizadas por séculos em cogertores, também sao titeis em paredes @ foros; necessitam ser ensacadas. * Capim do mar (Zostera, Posidonia, Ruppia): Secas e parcialmente compactadas; um material tradicional para lamento de paredes ¢ teihados @ de PLANTIO A VOLTA DA CASA Arvores caducifélias piantadas no lado do sol e no lado leste da casa permitem que 0 sol penetre durante 0 outono/inverno. Quando as folhas retornam, elas sombreiam a casa no verso, impedindo que 0 sol bata em todas as partes do telhado. Trelicas de vinhas caducifolias (uvas, Wisteria floribunda), localizadas erm lugares estratégicos a volta da casa, oferecem aiguma sombra enquanto as arvores maiores crescem (Figura 4.7). As paredes voltadas para 0 oeste e para a sombra estéo disponiveis para trelicas @ arbustos sempre verdes, como protegao conira a exposic&o (calor no verao e ventos frias no inverno} © objetivo do design da casa é 0 de reduzir 0u eliminar a necessidade de energia elétrica ou do uso de gas para o aquecimento MATERIAIS NATURAIS PARA ISOLAMENTO TERMICO. 97 baixo risco de fogo, ‘+ Paha: um bom isolante onde o fogo n&o seja um problema; agora disponivel comercialmente em placas para forros. + Cortiga: em pedacos, placas, blocos prensados. «Lixo fibroso: da fibra da casca do coco ou da raiz do anis. Também pode ser encontrada em rolos. Imune a pestes na maioria dos casos. + Papel: picado e encharcado em uma saludo. de 1 parte de bdrax para 10 de gua é um bom isolante. + Balsa: a madeira ¢ 0 algodao da semente tem sido ulizados como isolante por muito tempo. Como a arvore cresce rapido nos trépicos Uimidos, apresenta uma boa utilizacdo para a’ terra na produgdo de blocos. laminas ou © isotamento térmico € essencial em areas de clima temperado ou irio, no entanta, devemos tomar cuidado para garantir uma ventilagéo adequada, especialmente em casos onde as casas séo posicionadas proximas a locais de emissao de Radénio (um 985 emitido do granito, dolerito e a maioria das rochas igneas). € 0 resfriamento internos. O calor do sot é regulado e armazenado nas massas termais dos pisos, paredes 9 tangues de agua, com as frestas vedadas. Entéo, a pequena produgao de calor do corpo humano e do Cozimento de alimentos, além de ur pequeno fogao a lenha, é tudo que necessitamas para manter o ar quénte, Em éreas de invernos severamente frios, os problemas especificos da casa sao 08 custos de aquecimento, o peso da nave, a condensaciio, 08 venios frios @ a umidade. Os tipos de casa encontrados nessas dreas incluem multipisos, telhados Ingremes, calor radiante ¢ isolamento térmico. Em zonas rurais, 2s casas sao ligadas aos galpes e, se possivel, com isolamento de terra de até 1,2 metros.’ Pordes ou celeitos sao comuns para armazenamento de carvao/lenha, minhocarios, fossos de esterco (abaixo do galpo) e armazenamento de raizes. “TRELICAS PARA A embra x. was, casa estos sm toeatragoee Verde espace ee ar (nsx wae Fintona go indo este “TReLigas mu pREDOS Male ALTOS -variee localsagbeae eas de séovmrenTo DAs ‘pale bar pation sm Fouts PoR DIRE EstAGao -(ue Das Natarne Ras wel 1382 Figura 47 Troigas oom vinhas om edeapSes pornitom samba no verZo. Se as vinhas so cada = ‘Glas, pormitem a luz solar penetrar a casa du- rante © Invema, A cozinha e o bunhair partham 08 cars de gua © deveram ser posicionsdos Juntos. ESTUFA E VIVEIRO LIGADOSACASA Uma estufa ligada casa ndo precisa ser muito grande para fornecer calor (Figura 4,8). Os ciitérios mais importantes so 0 bom isolamento da base, especialmente em volta dos alicerces © em qualquer parede exposta, ea ventilagdio, bem vedada @ isolada no topo @ por baixo, garantindo uma circulagéo adequada de ar na casa. Vasilhames de agua de 45 a 180 litros s40 0 melhor banco térmico, podendo ser colocados sob balcdes ou atras da estufa, acima das prateleiras de propagacdo. Barris pintados de preto absorver&o calor solar rapidamente, ao passo que barris brancos Corsi es Naurhaus refletem mais luz para um crescimento vegetal mais parelho. A mistura dos dois 6 0 ideal, 98 Figura 4.8 Uma eatula no lado do sol ajuda com 0 aquecimento da casa, paficularmente em climas ros. Venilagéo 6 essenciat para © controle cimalice da caea, tanto no invea quanto no verso. ‘Acvores tas para o sul © lest (ov oeste) Figuea 49 Ar fo crcula do vivelo para a casa, sugado pola estula. Vinbas caducilias (tas) esto no lado do 30 onquanto que vinhna pererilas ast ne lado da somba. vy ee Painéis de vidro duplo so os mais duraveis e eficientes, mantendo 0 calor mais tempo do que painéis Gnicos. Estruturas de madeira sao usadas para prevenir a fuga do calor (metal perde calor rapidament), Para circular uma brisa refrescante no verao (geralmente, & tardinha), um sombreio (ou viveiro) ligado ao lado da sombra da casa uma parte importante do sistema de estufa. A figura 4.9 mostra como esse sistema funciona, No verao, quando a casa esta muito quente, abra a ventilagao (1) no topo da estufa; ‘© ar escapa, puxande ar frio da venttiagao (4), sobre o mulch Umido e através do sombreio coberto de vinhas e samambaias, onde um fino jato d'agua, ou um gotejador no mulch, mantém o ar frio, No inverno, feche as ventilagées (1) e (4), abra as ventilacdes (2) € (3), de torma que, durante o dia, 0 ar quente da estuta circule nas dependéncias isoladas termicamente, Feche noite, mantendo o ar quente no interior. ‘Tanques de agua podem ser cobertos com vinhas no sombreio, como um bloco frio de arlégua. Ambos, viveiro e estufa, produzem alimento para a familia, enquanto cortam os custos com combustiveis. MODIFICAGAO DACASA Muitas casas jd construidas devem ser modificadas para tomarem-se eficientes no uso de energia. O problema principal esté no arranjo frequentemente perverso das casas mais antigas, dirocionadas para a rua ¢ nao para 0 sol, bem como na mania de incluir Janelas de vidro em todas as paredes externas, Nés podemos resumir as formas para fazer as casas antigas mais eficientes em energia, na ordem de preocupagdes a seguir Figura 4.10 Estua igada a janela e clarabéta, Noto 0 icclamenta térmico para rler o calor € evita 0 fio. cuidadosa vedagdo de todas as portas, Janelas e rachaduras, essenciat para pre- venir 0 vazamento de calor da casa ea entrada de ar frio; isolamento das paredes e forros, reduzindo as contas de aquecimento € Tefrigeragao em 50%; construgiio de uma estufa tigada ao lado do sol, se possivel; até mesmo uma estufa/janela ¢ uma clarabéia, que traréo luz do sol e vegelagao (Figura 4.10). O vidro duplo é essencial em areas temperadas; em regiées frias, a estufa necesita ter a parte que fica encostada a casa bern fechada; acréscimo de massa termal, como concreto, tanques, tiolos ou pedras, dentro da estufa ou dependéncias isoladas; construir um sombreio {viveira) no fado da sombra, para, em verdes quentes, empurrar 0 ar fio para dentro da casa, economizando em ar condicionado; colocar um aquecedor solar de dgua no teihado, pata reduzir ou eliminar aquecedores movides @ combustivel; utilizar vegetagéo no controle microclimatico, plantando drvores em forma de catassol, ligando treligas ou arbustos no lado da sombra @, no oeste, plantando arvores ou vinhas caducildlias, do lado do sol, € posicionando drvores quebra-vento, no setor do vento; Casas bem desenhadas so mais econdmicas na manutengao do que casas que demandem aquecedor e ar condicionado, caros @ grandes consumidores de energia. Com isso, permitem as pessoas viver com conforto térmico, sem recorrer a combustiveis fosseis. Nao & mais necessario, nem de bom senso, construir uma casa que nao seja do tipo que economize cu gere energia. O design para as casas de clima subtropical e dridoffrio é similar ao design sob clima temperado, pois as temperaturas podem baixar até perto de zero em quase todas as areas, exceto nas de meias-encostas para cima. Todavia, a casa subtropical pode também apresentar algumas caracteristicas da casa tropical. 4.3 A CASA TROPICAL Os trépicos Umidos sé0, geraimente, mais sujeitos 8s catastrofes periédicas do que as terras temperadas (com excegao do fogo); assim, 05 Unicos locais seguros para as casas, a longo prazo, S40: * acima do alcance de maremotos (tsunami); * abrigados das trilhas de ciclones e furacées; + acima do fundo dos vales sujeitos a deslizamentos ¢ fluxo de cinza vulcanica; Figura 4.11 Posicionamento de casas em {A) subtopica, onde a orlntagdo exlsto om relacéo ao sol, (8) nos bépicus, onde a ‘ofientseao & em diregce ds usas rokescantes @ para sombrear todo 0 parimeto, «em linhas de crista ou planaltos fora do caminho de deslizamentos de rocha e terra causados pelo desmatamento, chuva torrencial ou terremoto; + no interior, longe de praias arenosas que sofram facil erosao, © objetivo principal, em regioes quentes © umidas, 6 0 de evitar que 0 sol incida diretamente na casa, dissipando a acumulagao de calor (de humanos, aparelhos, domésticos, cozimento) na casa. Assim, 0 sombreamento da casa e a orientagdo para captar as brisas frias sAo consideragées primarias (Figura 4.11). Encontte sitios onde ‘oprem ventos moderados, onde florestas ou vaies profundos ajudem a sombrear ¢ restriar a casa, ou em areas de ventos fortes, onde a estrutura é protegida dos ventos severos por florestas, e bancos de terra ou, naturalmente, 6 abrigada em vales estreitos perpenciculares, a0 vento. A forma da casa é alongada ou irregular, para aumentar a area. Nao ha paredes sdlidas ¢ isoladas que acumulem, calor, @ as casas sao na sua maioria, de estilo aberto para a circulagao do ar. Se paredes internas forem usadas, serao feitas de materiais leves (tecidos, venezianas, trangados) e mais baixas do que 0 forro, para permitir ventilago livre. A ventilag&o & essencial, pode ser obtida pela colocacéo das janelas (com venezianas verticais Captando 0 vento) ¢ pela ventilagao no telhado. Um sombreio pode ser adicionado no lado da sombra de uma casa, ventiiando para um forro aberto ou chaminé solar (Figura 4.12). Existem beirais amplos (varandas) em todos os lados da casa, freqientemente apoiando uma vinha. Nos subtrépicos, a varanda é parcialmente omitida no lado do sol, para pormitir a entrada do sol de inverno. A vegetagéo sombreia a casa; particularmente ttels s&o drvores altas com troncos lisos (sem muitos galhos), como palmeiras que crescem passando a varanda @ dao sombra ao telhado. Deve-se tomar cuidado, todavia, para nao cercar a casa completamente com plantas, pois a vegetagao densa bloqueia as brisas ¢ aumenta a umidade a volta. Areas gramadas sao preferiveis ao pavimento, evitando a reflexao do calor para as paredes ou beirais. Fontes de calor, como fogdes & sistemas de dgua quente, so desligados da estrutura principal; muitas casas tradicionais, nos trépicos, tém cozinhas externas para uso noverao. Figura 4.12. Tolhados vonilados pemitom o ar quente escapar @ uma trelga piantada pormito ao ar ta entrar loz , , ci i nO ne i a > moet *S, Figura 4.13 Baseado nas cosas a prova de tutes das costas joponceas. Platiog de bambu sto uma barra faxvel contra © ‘vento, AS casas sao Sempre eforgadas @ ancoradas em Existem telas para insetos em todas as portas e janelas, nas areas com grandes concentragées de mosquitos é outros insetos noeivos. © tethado 6 pintado de branco ou é refletor, mandando o calor de volta para a aimosiera, Os angulos do telhado sao ingremes para suportar chuva pesada @ ventos fortes. Em areas de furacdes, amarragao cruzada muito forte (triangulag4o), ancoras profundas e madeiras amarradas sa necessarias. Grandes bambuzais posicionades no lado do vento dobram mas ndo quebram com ele, protegendo a casa (Figura 4.13). Um celeiro para furacéo ou um centro de pedra e concreto (ex.: banheiro) podem ser construides dentro ou fora, para emergéncias Deveria haver um telhado de concreto. Alternativamente, uma gruta ou caverna sublerrdnea, de preferéncia com teto sdlido, pode ser feita do lado de fora. Todas as janelas © portas sao dotadas com venezianas & trancas sélidas de madeira. 4.4 A CASA DE TERRAS SECAS Existem varios desenhos para casas de terra seca, dependendo das temperaturas sazonais. Algumas dreas de terra seca tm Figuea 4.23. A casa de terms sna com pandas gross, jardin Intornos 6 logan sobre a enbe 103 invernos fries e verdes quentes, enquanito que outras (mais préximas ao equador) tem invernos amenos. Na forma e na orientagao, a casa basica de érea temporada se acapta As zonas quentes @ aridas com invernos frios. Todavia, ha uma énfase maior em supri-la com fontes de ar frio: Patios internos Preferivelmente cobertos com treligas ou sombreedos por drvores (Figura 4.14), so ainda mais efetives quando tm dois ou mais andares @ estéo sombreados naturalmente pelo proprio prédio, mesmo que pequenos patios com sombrite possam, também, ser acicionados a casas de um piso. Vanos sombreios fechados com vinhas Com pisos de mulch e irrigados por goiejamento (Figura 3.7), estes servem para habitagdes de piso Unico. Precisam ter em torno de 30% da area total da casa, para fornecer ar frio; plantas em cestas penduradas. ajudam no restriamento, como, também, lanques de agua. Tunel de terra Uma vala de 20 metros de comprimento, 1 metro de profundidade com uma inclinago para baixo em diregao a casa. Potes grandes de ceramica cheios de agua, carvao molhado ou cortinas de tramado de fibra de vidro grosso podem ser alimentados com gotejamento dentro do tiinel para suprir refrigeragao evaporativa. O ar, frio e umido, desce continuamente por esses tiineis até as dependéncias da casa (Figura 4.15). Ventilagéio cruzada induzida & conseguida mais facilmente pela colocagao de uma chaminé solar feita de folha motalica pintada de preto, com saidas no topo do telhado. A medida em que aquecem, puxam oar para dentro da casa, vindo das fontes de ar frio mencionadas anteriormente, criando um fluxo de ar frio. (Figura 4.42). Para o controle de ambos (frio e calor), paredes grossas, pisos isolados nas extremidades, vedagao de portas ¢ janelas, forros isolados e ventilagao cruzada eficiente, sao formas importantes de moderar os extremos do temperaturas didrias e sazonais. tipicos de muitas areas desérticas. Figura 4.38 Tine cia fuxo daar fio € Umido am casas no desono. incknaco para a casa, 0 tine! tem una entrada sombreada, {uma cama de rocha imida © um pote de dgua na salsa. Comprmento: 20 metros. Torre do retageracto {Ol Treigas de TN Figura 4.16 ‘Terragos para climas quentes e secos, onde 9s casas s8o frequentemente geminadas @ existe povco ou nenbum ‘intl. Matas fungbes do quietal podam ser executadas no tetnade Paredes exteriores brancas ajudam a refletir © calor excessive, e drvores bem posicionadas, palmeiras, treligas com vinhas © tanques ou fontes no patio, colaboram no allvio desses extremos. Como em climas tropicais, uma caracteristica do design que economiza energia 6 a localizagao de uma cozinha de verao externa, com telas para insetos e parcialmente coberta por uma treliga, onde os Ocuparites possam passar fora a maior parte do dia. a coo Em muitas reas de terra seca os telhadas sao planos e contém muitas das caracteristicas geralmente encontradas em volta das casas temperadas ou tropicais. Essas incluem tanques de dgua para 1a 2 semanas de suprimento; lavanderia e varal, Pombais para ovos, carne, esterco; planos Para secagem de gréos ¢ vegetais; areas de lazer noturno e plantas em potes (Figura 4.16). Em areas de deserto, 6 particularmente importante conservar a égua de uso doméstico. O uso modesto de agua é facilmente alcangado, se um chuveiro eficien! for usado para o banho, e se ambos, chuveiro Figura 4.17 Formas para desvisr @ igut da pia do banhoir e da lavanderia para o use nos vasos sanittos. 105 © pia ou a agua da lavanderia, passarem, anies do descarte, pala caixa de descarga (se existir esgoto central), ou diteto para a jardim. Para levar a agua do chuveire até a descarga do saritério, o local de banho e a pia podem ser clevados uns poucos degraus acima do nivel do piso, utilizando-se uma caixa de descarga baixa (Figura 4.17). Todas as éreas com isthado deveriam coletar agua para tanques de armazenagem localizados no lado da sombra da casa, sob trelicas, pare supri-la de gua hia para beber. * Casas Subterréneas Nos tempos antigos e modernos, vernas e casas subterraneas sempre foram as habitacdes preferidas nos desertos, particularmente naqueles com invernos amenos. Sua praticalidade depende da focalizagao sobre rocha macia ou estrato macio abaixo de um teto de *calereto” ou “terrooreto”. Casas em cavernas podem ser totalmente subterraneas, com clarabdias; ©, mais fragientemente, construldas com uma parade aberta para o lado do sol de um morro. Salas solares podem ser construidas a frente das salas subterraneas, ou salas de frente construidas como fachada, can Fachadas decoralivas podem ser construfdas entrada e sombreadas por uma treliga com uvas. Onde se espera chuva ocasional, partes da inclinagéo do morro acima da caverna podem ser seladas em concreto, com umn telhado para a captagao de gua direcionado as cacimbas; isso também fortifica o estrato acima das salas e previne a inflitrag&o de Agua para dentro da caverna. Uma casa fria para desertos, dupticando as condigdes da caverna, é a habitacdo com bancos de terra epoiados até os beirais (se necessério, cobrinde 0 teto), como visto na Figura 4.18, As condig&es frias das cavernas, tanques de tijolo, refigios de incéndio e celeiros de raizes dao uma grande vantagem no armazenamento e na preservagao de uma grande veriedade de coisas. Cavernas frias prolongam muito @ vida dos citricos, tubérculos, raizes e folhas, quando armazenados, ¢ séio fontes de ar trio no Vergo. Uma caverna proxima a casa também tem valor como refugio familiar contra os ventos, fogos, guerra ou ondas de calor. Figura $18 Casa protegita por tancos de terme para cimas étides, A essa 6 mantda iolade @ treoea, Vinhas podem somorear a parades no lado da sel “reigns sobre o barace, Aparas nas portas Javetas. Figura 4.19 Formas diterentes de utiizartreligas no fetio de casas vias. Os pioncitos australianos teinavam vinhas para cobrit ‘8188 casas, que em alguns cases arem fetes de mola. Vinhas perenflizs mantém ea tanques de agua sombteados Tais estruturas podem ser escavadas para dentro, com bancos de terra. Também sao possiveis 08 celeiros abaixo do piso, com ‘acesso por algapdes ou portas externas, ou estruturas acima do solo, reforcadas com ago ‘ou canos de ferro cobertas com terra para protegao. A radiagéio do fogo evitada com uma forma de ‘T” & entrada do abrigo. 45 68 SAS DE PLANTAS Existem varios graus de integragao da casa com as plantas: desde a casa totalmente plantada até estruturas convencionais cobertas por vinhas ou grama. Rudolf Doernach, na Alemanha, projetou uma casa com estrutura de aco leve € madeira, coberta com trepadeiras perenes, de folha cerosa (varias espécies de hera, geranios, ¢ trepadeiras costeiras cabem nessa Gescrigao). Somente as portas e as janelas necessitam ser mantidas limpas das vinhas; como a estrutura é projetada para suportar trepadeiras, o corte é desnecessario. O prédio € como um iglu, na forma, uma necessidade Wernos frios. 107 No principio desse Século, os pioneiros das regiées dridas do oeste da Australia consiruiram uma estrutura sobre seus prédios de zinco, na qual direcionavam trepadeiras para, eventualmente, cobrirem todo o prédio (Figura 4.19) e moderar os extremos de calor e frio, Essa técnica pode, também, ser usada ‘em qualquer zona climatica, com espécies de vinhas apropriadas. Em zonas temperadas amenas ou moras, os exempios de vinhas 840: caducifolias de crescimento rapido: Campsis grandiflora, Louichera caprifolium, Mandevilla laxa, Parthenocissus quinquefolia, uvas, Wisteria floribunda, + _ trepadeiras com frutas comestiveis: quivi, maracujé (Passitlora mollissima suporta geada leve), uva: + trepadeiras auto-aderentes a tijolos © pedras: Bignonia capreolata, Dexantha unguis-cati, Ficus pumila, hera ‘inglesa ou variegada, Phaedranthus buccinatorius. = Telhados de grama Os tethados de grama s&o outros sistemas de casas/plantas @ podem ser canstruidos novos ou desenrolados sobre uturas fortes jé existentes, utiizando uma ‘ada tie plastico grampeado abaixo de uma contra a umidade. Um rolo de metal carrega a €gua pata a calha, enquanto as Inas s&o descertadas (Figura 4.21). O ngulo metélice ou viga (indispensavel, em iethados ingremes) segura a leiva para nao desiizer. Provavelmente, o methor caminho para aperfeigoar a técnica e as espécies corretas 6 construir tathados experimentais para jtacdo anima! ou galpSes; os apoias devem er caloviades ouidadosamente, pois 0 pes o telhado, quando molt A No 6 brincadeira, quando 6 sugerido gue mudemos os gramados para o telhado. Telhados gramados so dtimos isolantes iérmicos, @ qualquer telhado forte (ou seforgads) poderia suportar a grama, como leiva desenrolada em areas tmidas, suculentas como Mesembryanthemum sp. em areas secas, ou margaridas, bulbosas @ ervas em outras dreas. Evapotranspirago, além da irigago regular, mantém o calor do verao fora. No inverno, o ar € a folhagem mantém o frio afastado. Telhados gramados agem, na yerdade, como trepadeiras nas paredes. ‘Também ‘diminuem o tisco de fogo na casa. Para telhados pré-existentes fracos, especialmente aqueles de zinco ou aluminio, fa ou vinhas leves sobre o teto servem como, isolamento leve, desde que as calhas sejam adaptadas para telhados de grama. Figura 420. Abyigo de animais barao: (A) plano e (8) eons. Piso de conereto ou tolee, com uma esfitel de bembu como pier cerita. As paredes sie do cerca cam eras alé 0 tabhaco, 108 Figura 421 Constructo de thao de grama. 4.6 RECURSOS DOS DETRITOS DA CASA Os “detritos” de uma casa s40, muito freqdentemente, vistos como problemas de descarte, e no como recursos. Esses recursos/lixos 840 a agua usada nos chuveiros, pias e lavanderia (agua cinza); ‘esgoio; restos de comida; papel, vidro, metal e plastico. Vidros @ metais podem ser reciclados, enquanto que pldsticos podem ser cansumidos ao minimo, s6 yoo levar sua propria sacola & feira. Jomais e papéis de escritério sao usados como mulch em camadas (em jardins e pomaras), ou ensopados e servidos as minhocas (em. quantidades limitadas). Os produtos mais importantes sao a agua cinza @ 0 esgolo, tratados de formas ciferentes, de acordo com o clima e as preferéncias. Em terras secas ou estagdes secas, onde ou quando a agua tem um grande valor, a agua da pia e do chuveiro é desviada para uma caixa de gordura (graxeira) 2, de ld, utilizada nos canteiros do jardim. A agua da pia também pode ser usada para encher a caixa de descarga do sanitério, duplicando, assim, sua func&o. Toda a agua do telhado 6 cuidadosamente dirigida para os tanques de armazenagem. Nos trépicos, onde as torrentes de veréo sao freqdentes e os tanques de asmazenagem sao iacilmente cheios, 0 excesso de Agua do telhado deveria ser Gireclonado para longe da casa e do jardim, para dentvo de valas com cascalho e canais de inflitrac&o (swaies) plantados para prevenir 2 e10s&o na entrada do automével, jardim & redondezas. Durante a estago seca, quando a chuva é irregular, as calhas do telhado dirigem essa Aqua para 0 armazenamento, O esgoto de sanitérlos com descarga pode ser direcionado, por meio de fossa ou biodigestor, para sistemas de plantas (pomares) como mostrado na Figura 4.22. 0 composto de sanitérios secos é enterrado ‘embaixo das drvores; em caso de sanitérios (atrinas) mévels, uma rvore é piantada em cima do ultimo fosso fechado. Restos de comida sto oferecidos aos animais (incluindo minhocas) e somados a seus estercos usados no jardim. Aiternativamente, restos sao compostados ou, até mesmo, enterrados diretamente nos Canteiros, embora estes esquentem sob 0 solo & medida em que se decompéem. Seja culdadoso para n&o plantar na area imediatamente. Assim, 08 produtos do lixo caseiro sho usados no sistema para produzir comida e nutrientes para plantas e animais, Metter, shobara,rulbarba, apargos, ments, Para ners, come mule erat Pete 20 lado do dren ce peda 47 ESTRATEGIAS TECNOLOGICAS Casas ocideniais modemas utilizam em torno de 5 quilowatts de energia; mas usando uma combinacao de estratégies, especiaimente com um bom projefo da casa, agua quente solar, isolamento térmico € ‘comportamento responsavel e de bom senso, isso poderia ser reduzido para 1 quilowatt ou, menos, permitindo que sistemas de energia muito menores sejam instalados. Para conservacao de energia na casa utilize: Controle do clima — aquecimento e refrigeragéio do espago: + fogdes a fenha de queima rdpida; aquecedores radiantes de massa ou de queima lenta; fogdes de ferro fundido eficientes; * estufa conectada para aquecimento no inverno; + viveiro conectado pata refrigeragao no vergo; * sistemas de treligas para deflexao do sol; refrigeragao; * calor conduzido; usualmente, sistemas grandes sob o piso, utilizando canos agua ou fios elétricas conectados para produzir calor; Figure 4.23 Caixa de cozinna isolnda para cazimenta lento legumes ¢ cere) 1 Fogées de cozinha e cozimento + Fogdes de cozinha & lenha (melhor, em climas temperados) suprem calor & medida em que cozinham. * Fog6es a gas (propano) servem melhor a climas timidos @ quentes; um sisteria de 198s deixa aberta a possibilidade de acessar © metano de biodigestores, utilizando esgoto e outros detritos. + Unidades de cozimento solar séo divididas em dois tipos: arcos parabélicos teflexivos, que focalizam em um s6 ponto, ¢ fornos solares (feitos em casa), nos quais uma tampa de vidro cobre uma caixa termicamente isoiada, forrada com aluminio refletor. Ambos 0s tipos devern ser movidos & mao, para seguir 0 sol; a nao ser que sejam adaptados a um mecanismo de acompanhamento solar. + Panelas isoladas compéem um método eficiente para a apresentacao de alimentos que necessitam longo tempo de cozimento. Assim, uma panela 6 levada & fervura com os alimentos (ensopado, feijdo, sopa etc.) em torno de 1a 3 minutos. Em seguida, 6 colocada na caixa isolada, onde continua a cozinhar com seu préprio calor (Figura 4.23). Suprimento de dgua quente * Foges & lenha com um tubo de cobre ou ago inoxidavel curvado por dentro da foralha (atrés ou em um dos lados) iréo suprir de agua quente um tanque de armazenamento isolado. * Coletores solares de telhado podem ser comprados comercialmente ou feitos mao, @ incluem coletores de kimina (caixa de pao/ou cilindricos). Eletricidade e iluminagao © Células fotovottaicas solares e baterias de armazenamento sao usadas para suprir de eletricidade as lampadas e demais aparelhos, * Eletricidade edlica (do vento) ou hidroslétrica de pequena escala, em localidades apropriadas, suprem todas as necessidades de iluminagdo e dos eletvodomésticos. + Lampadas conservadoras de energia ede longa duragéio, como as de sddio de baixa presse, so recomendadas para dependéncias de use quase constante {cozinhas). « Lampides a gas e querosene sho titeis para interiores que nao necessitem de muita [uz ou onde nao haja condigSes de se comprar sistemas mais caros. Lavar e secar as roupas. + Na Australia e na Europa, pequenas javadoras (Jordashe, Bamix, Presawash) sao operadas a mao pela pressdo da agua em uma mangueira; elas t@m uma capacidade pequena 6 $40 indicadas para individuos ou casais. + Para fainilias maiores e comunidades, uma maquina de lavar industrial, operada com moedas, economiza dinheiro. + Roupas podem ser secas em varal, estula, drea similar coberta e arejada ou, para ilens menores, em um armario isolade circundando um cilindro de Aqua quenie nao-isolado. Em regides imidas temperadas, um varal sobre 0 fogao & lenha 6 usade tradicionalmente para a secagem de roupas e, no outono, de ervas, frulos ou flores (Figura 4.24) Refrigeragdo e secagem de alimentos + Retrigeradores a gds @ querosene sao, geraimente, pequenos @ eficientes. OS sistemas fotovoltaicos grandes, e¢lico ou hidsoelétrico, podem, faciinente, servir a etigerador. + Qualquer armario arejado com telas e aberto em um lado para 0 sombreio, em areas temperadas, pode ser usado para armazenar frutas e verduras, ovos @ qualquer outra coisa que nao necesita de refrigeracdo intensa, Para a secagem de frutas e verduras, um secador solar ou uma estufa semivazia, no verdo, cumprirao a tarefa. Conservagao de agua © Tanques de dgua nos telhados da garagem ou do galpdo, —_—localizados preferencialmente na encosta acima da casa, para fluxo com a gravidade. + Adgua da pia 6 utiizada para a descarga Tio sanitario; as aguas da pia @ chuveiro so desviadas para o jardim ou a estula, + Chuveiros com baixo uso de agua sao comercialmente disponiveis. * Sanitérios com dois modos de descarga (11 litros para sélidos; 5.5 litros para Jiquidos) sao hoje usados na maioria das ‘casas novas da Australia. © Sanitérios compostaveis, ou latrinas, nao usam agua e fornecem composto para uso volla de drvores e arbustos. Enormes economies de petréico hacional e internacional, carvéa e gés S20 possiveis, se os lares @as comunidades forem Projetados @ equipados para a conservacéo de energia. © sistemas caseiros de energia, acima citados, 840 bonéficos e nao-poluentes. Dada a emissao radioativa ea chuva dcida de reatores, estagdes termelétricas @ automéveis, nosso Unico futuro possivel 6 0 desenvolvimento de energia limpa ea redugao do consumo; isto é, a maior economia que possiveimente tenhamos que fazer ¢ a da nossa propria vida © a da vida das florestas @ lagos do planeta. Figura 4.28 Sistoma de roidanes para secagem de roupas e eras acima do foglo @ lenna em cimas tmios BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA Corbett, Michael, and Judy Corbett, A Better Place do Live, Rodale Press, 1981. Farallones institute, The integral Urban House, Sierra Club Books, San Francisco, 1979. Leckie, Jim, et. AL, More Other Homes and Garbage: designs for self-sufficient living, Sierra Club Books, 1981. 113 ‘Technical Assistance Group, Low cost Country. Home Building, Dept. of Architecture, Univ. of Sydney, Hale & Iremonger, 1983. Vale, Brenda and Robert, The Autonomous House: design and planning for self- sufficiency, Tames & Hudson, 1975. Vasella, Alessandro, Permaculture or the End of the Myth of the Plough, Pamphlet. CAPITULO 5 DESIGN PARA O JARDIM DOMESTICO $4 INTRODUCAO A Zona | 6 aquela area mais préxima da casa, imediatamente & saida da porta da cozinha, incluindo o jardim.anual, pequenas perenes importantes, drvores frutiferas miniatura ou espaldeiras, canteiros de mudas € viveiro, além de pequenos animais, como coelhos @ pombos. E a zona que visitamos, controlamos @ na qual plantamos intensamente. © tamanho e a forma da Zona | dependem principalmente do tamanho do sitio, 208880, objetivos @ do tempo disponivel. Se ha visitas didrias ao galpao ou galinheiro para colstar ovos, a Zona | pode ir da casa ao galpaio. Aqueles com tempo para dedicar-se a terra @ a uma familia grande, podem ter uma grande Zona 1, enquanto que equeles que trabalham fora podem limitar sua Zona la 4 ou 8 metros quadrados @ frente da porta de sua cozinha. As estruturas assoviadas a Zona | so a3 estufas @ viveiros (discutides no capitulo 9); 8 galpao de jardinagem; as prateleiras de propagacéo; a area de compostagem; o varal; & churrasqueira ¢ a area de armazenagem, no jardim, Outras estruturas podem incluir um pombal, no telhado ou fora da casa, para colstar esterco ou ovos; pequenos cercados, para costhos ou porcos da india e uma pequena oficina. Ao iniclar 2 Zona | , precisamos atentar para: * Clima e aspecto De que diregaio vem 0 vento? Qual 6.0 ido do sol? E 0 das areas de sombra? Onde rea geada? + Estruturas Onde podem ser colocadas, para que cumpram, simultaneamente, duas ou mais fungdes? Podem elas ser usadas como coletores de agua, suportes para trelicas, quebra-ventos e areas de produgao de imento? 1a + Acesso Como deveré ser organizado? ‘Estradas? Entradas? Varai? Area de brinquedo? Piiha de lenha? Churrasqueira? ‘Caminhos? Pithas de mulch? + Fonte de égua ‘Quais so as fontes de agua para o jardim (lanques, mangueiras, 4gua cinza da casa)? Como a agua ser distribuida (regadores, irrigagao por gotejamento)? + Animais Quais os animals pequenos 6 titels que estarfiona Zona |? Que sistemias demandaréo (alimentag&o, abrigo, agua)? Como impedir a entrada de animais maiores (com sebes ou cereas)? ‘Tudo deve ser considerado de forma integrada e sistémica, para que os produtos de cada elemento supram as necessidades do outro. Se voce precisa decidir por onde comegar, escoina a saida da porta, pols acasa oferece um foco central e uma borda a partir da qual pode-se iniciar o trabalho. Se necessitar, faca primeiro o mapa com a casa, 4rvores, cercas, caminhos e outras estruturas. ou caracteristicas existentes. Entao, decida o que _voo8 quer mais préximo a casa (edificagées do jardim, cantelros, pequenos animais, tanques etc.) e posicione cada item de acordo com as regras basicas de conservagao de energia. - 3.2 PROJETO DO-JARDIM Ojardim 6 caracterizado pelo muich e por solos arejados ¢ ricos em hiimus. As plantas sao constantemente recictadas; brotos do comidos; foinas, descartadas; estercos verdes, introduzides no solo para suprir de nuirientes a colheita de verdo; Anethum graveolens, cenouras © Foeniculum vulgare forescem para atrair marimbondos predadores; tomates e pepinos voluntarios da pitha do composto so plantados ao longo da carca. Nao ha necessidade de arrumar 0 jardim em fileiras; 0 jardim é um conglomerado de arbustos, vinhas, canteiros, flores, ervas, poucas drvores menores (limo, bergamota) e, até mesmo, um tanque pequeno. Os caminhos deverao ser sinuosos e os canteiros, redondos, em forma de fechadura, elevados, espiralados ou rebaixados. No importa que métodos vocé usou para fazer seu jardim, se escolheu a dupla escavagao dos canteiros ou, simplesmente, sou mulch em camadas com jornal e palha. E uma questo do que é melhor para vocé. Se sou preguigoso, mulch por completo me serve. Se sou vigoroso, escolho escavagao dupla, mais ainda se sou jovem. Mas, aos pouces, voe8 gostard de usar mulch. A técnica ‘nao é uma coisa fixa (nemo é a Permacultura, em goral); 6 somente algo apropriado & ocasido, idade, inclinagdes e conviegdes. Entéo, 0 mais importante 6 projetar 0 Jardim com base na freqiiéncia de visitas e no amano do plantio, permitindo uma variedade de plantas para maior controle de insetos. Até mesmo projetando areas pequenas, como um jardim, podemos seguir o principio geral da Permacultura, o de posicionar os canteiros de acordo com 0 numero de vezes que eles sao visitados. Figura 8.4 Espralde eres com pequena tenque para ‘agno. Um aspersor¢ suicants para wage ¢ ERVAS CULINARIAS PARA APORTADA COZINHA Imagine um plantio de salsa a 6 metros, do jardim principal. Vocé esta terminando a sopae precisa temperé-la antes de servir. Esta chovendo la fora e vood esta de meias, sem « Sapatos. Vocé nao pode correr para a rua @ apanhar aquela salsa! Esta e muitas outras ervas do jardim ficam sem ser colhidas porque est@o muito longe. Mas se tivermos um canteiro de ervas do lado de fora da porta da cozinha, apanhar ervas frescas no sera problema, A espiral de ervas (Figura 5.1) acomoda todas as ervas culindrias basicas em um Pequeno monte de terra, com uma base de 1,6 metros de didmetro e uma altura entre 1 1,3 metro. Essa espiral oferece varios aspectos e drenagens, com sitios ensolarados @ secos para ervas ricas em éleo, como tomilho, salvia e alecrim, e sitios Gmidos ou sombreados para ervas de folhagem verde, ‘como horteld, salsa, cebolinha e coentro. Abaixo, fica um pequeno tanque forrado com plastica, no qual agriao ou castanhas d'égua podem crescer. A espiral de ervas 6 convenientemente aguada por um aspersor colacado no topo. * CANTEIROS DE CORTE PARA ‘SALADAS. Esses canteiros, localizados nao muito longe da espiral de ervas, sao estreitos proximos a casa. Neles, planta-se mais ervas {aquelas que ndo couberam na espiral, ou que vocé queira plantar em quantidade) e pequenas ervas de salada verde, como cebolinha, tempero verde, mostardas, riculas, que podem ser corladas com tesoura. Elas 8&0 de crescimento muito rapido, por toda a primavera e no verdo, produzindo uma grande quantidade de verdes. Sao visitadas seguidamente, aguadas, colhidas e cobertas ‘com mulch para restaurar a superficie de hiimus. (Figura 5.2a) 15 Figua 52 Cantcites de hodas: (A) canteras estetos para folhagam de care, (6) vegeta m beim da passagam {espages 80 “presnchicos ‘com alia, oebotina, salsa alc} (6) Rataeaa io plants, 116 © VERDURAS DE ARRANQUE AO LADO DO CAMINHO ‘S&o as verduras Utels, de producdo fonga para saladas ou cozimento, cujas folhas podemos cortar ou arrancar, durante os meses de produgao. A maioria é transplantada do canteiro de mudas e Angloba vegetais como Couve-de-Bruxelas, aipo, couve, cebolas, brécolis, mostarda, espinafre, funcho etc, Pimentdes e abobrinhas s&o, também, vegetais que podem ser colhidos frequentemente. Esses vagstais s40 plantados ao longo dos caminhos @ removides constantemente, transplantados e replantados. Seguidamente, uma foina ou estame é colhido para saladas ou fritadas; raramente a planta ¢ inteiramente colhida. Algumas sao deixadas para se auto- semearem ne jardim (Figura 5.2b). * PLANTAS DE CANTEIROS: ESTREITOS, Agora chegamos aos canteiros do jardim, propriamente ditos, 05 que so divididos em canteiros estreitos e largos. Amos contém plantas que necessitam de um, longo periodo de colheita (durante o vorao & no outono, usualmente). Os canteiros estreitos contém piantas que necessitam de acesso maior e mais freqlente, podendo incluirfelides, tomates, abobrinhas, cenouras, ervilhas, beringelas, feiéo fava e ervas como erva doce, cominho, camomila e chervil (Anthriscus cerefolium), como vamos na Figura 5.2c. tomateiros necessitam canteiros estreitos para que sejam alcangados @ apanhados facilmente, & medida em que amadurecem. Como n&o gostam de vento, podem ser plantados em um “canteiro- fechadura” e cercados por alcachofras de Jerusalém (Figura 5.3). Figura53 Canleio burace de fechadura, densame planted, com girssdis coma quobra ve ais canlaios 20 etmmas para tomatvs, 22 Ventos fortes ou caress ae sat spins pines 20 aa: coprosna a excuides Be cone sn Ccerénios * CANTEIROS LARGOS Aqui, plantamos espécies que requerem um longo tempo para amadurecer, ou que sejam colhidas todas de uma vez, para armazenamento ou processamento. Incluem- s@ 0 mitho (ambos, 0 milho verde © as variedades de milho duro), melées abdboras, cebolas, batatas, alho-porro, beterrabas e nabos entre outras. Sao plantadas proximas, com mulch autopro-duzido, sem caminhos entre eles, @ em blocos. Alguns desses canteiros podem, também, fazer parte da Zona II, como planto principal + SEBES DE BARREIRAS A volta do jardim, e possivelmente dividindo-o em segbes manejaveis, esto os plantios de bordas. Sebes sao ulizadas caro plantas-barreiras contra 0 vento, invasores & dependend das eontlgées foals Figura 5.4 Barroia de boda para proteger do vento, doa arimtis e sombraar graminoas invesores (come quicui) Rordas ‘baias ne Interior ba hota permitem uma detrigsa melhor dos cantsires, animais, também podendo ser usadas como fortes de mulch, forrageiras, fixadoras de ritroganio e plantio comestival. ~ Seja a partir da cerca do vizinho ou de bordas no controladas do seu cultivo, a area coberta de mulch da Zona | esté sempre sob © constante ataque de invasores: capins quicuiu e couch, entre outros, invadem para cobriras anuais delicadas. An&o ser que voc tenha condigdes de manter uma fossa de jo sob a cerca, terd que orocurar solugdes na natureza. Apos utilizar camadas de muich no jardim (discutido, mais tarde, neste capitulo}, plante uma barreira viva 4 volta da érea protegida e cubra-o com mulch de papeléo e rragarn, ou palha (Figura 5.4). Use plantas vigorosas com raizes entrelagadas imunes 20s capins invasores (bambus nao-invasores, confrei); uma inspecdo na sua érea local revelara mais espécies que nado permitern a entrada de invasores. Alcachofras de Jerusalém (Helianthus fuberosus), plantadas em uma faixa de aproximadamente 1,2 metros de largura, agem quase que imediatamente como quebra-vento para Suplementar as sebes de crescimento lento. O arbusto da ervitha siberiana (Caragana aborescens) fixa nitrogénio, forma uma borda grossa, pode ser plantado em climas trios € Bambu Alcachotta erusalere Figuea $8 Bards suas semnentes s4o usadas para alimeniar as galinhas. Taupates (Coprosma repens), plantadas préximase — podadas ocasionalmente, formam uma barreira entre ~ as Zonas | li. Suas bagas s4e adorades pelas galinnas e suas folhas sao uma fonte excelonto de potdssio. Entéo, podem ser utiizadas produtivamente em ambas as Zonas, como plantio forrageiro e como mulch para as plantas do jardim. Canna edulis, plantada com capim cidreira (Cymbopogon citratus) © contrei (Symphytum officinale), forma uma Darreira impenetravel para o capim quicuiu, em 4reas subtropicais. Outras plantas de barreiras bem-sucedidas séo a Artemisia absynihium e o Eleagnus umbellala. Sebes internas ao jardim s&o menores, usualmente teitas de alecrim, outras ervas perenes @ arbustos. Existem plantas de barreiras excelentes para todas as condigées climaticas. Em areas muito ventosas, como na costa, vocé pode estabelecer barreiras de Jardim com um jogo de 3 a 5 pneus empithados em um arco contra 0 vento (Figura 5.5) Primeico, coloque joral e mulch na base dos pneus como defesa contra as daninhas; enlZo, encha com tera, composto, restos, palha etc. e plante espécies que resistam 20 vento, O arco de pneus nao somente bloqueia 0 vento forts, como age tal qual um banco de calor, protegendo contra a geada © equilibrando as variaghes de temperatura, sarin brotegido axeias bra vents uilizande pneus velhos para um jr protegldo om reas de vantos fortes. Figura 5.8 Pergola com vinhas sobre os canteres para protegélos + PLANTIO DE VINHAS E TRELICAS Usar treligas para suportar plantas anuais © perenes é 0 mecanismo economizador de espago mais importante para jardins urbanos e rurais, Treligas so colocadas contra paredes, cercas, garagem, galpao, viveiro e patio: poder ser especialmente construdas como um arco auto-sustentado (Figura 6.6) ou, até mesmo, ser estabelecidas sobre canais, como sombra para os peixes, em climas quentes. Treligas tm uma grande variedade de usos, incluindo: + bordas de barreiras permanentes a vol-ta do jardim (perenes, como maracuja, lupus ebaunitha); » sombras caducifdlias, na casa, contra 0 sol do verao (uvas, Wisteria); + sombra permanente préxima as paredes do este (hera, rosas trepadeitas); * casas de brinquedo, no verao, e dreas de lazer. A figura 5.7 mostra alguns sistemas de treligas. ‘Treligas firmes devem ser usadas para todas as plantas trepadeiras, com cuidado, para nao permitir que invasoras fiquem fora de controle, especialmente em regides tropicais e subtropicais. Plantas de vinhas perenes € comestiveis incluem 0 quivi, maracuja, uvas e Humulus lupus. Existem muitas outyas perenes e trepadeiras uteis flores, vegetacdo folhosa) servindo de mulch @ sombra. Vinhas anuais incluem 0 pepino, o melo ea familia das abdboras, bem como os legumes-trepadeiras (feijées, ervilhas). ‘Tomates (especialmente 08 do tipo miniatura) devem ser tratados como vinha, e podem ser estacados ou ligados & tela ou cordao. Treligas no jardim s&o visadas para trepadeiras pequenas, enquanto que os melées sao treinados a subir na cerca, nos arcos ou no telhado, om dreas urbanas. Monte uma estrutura de treligas consistenie com o mecanismo da planta. A figura 5.8 mostra os tipos diferentes de trelicas como apoios para sistemas de vinhas diferentes. ‘Treca Tap Gor muleh ro interior para fees Floura 5.7 Sistomss do reigas na lavoura cu na hata sumentaim maiko 9 espago pros, 120 Vinhas devem ser plantadas em intervalos frequentes, garantindo um crescimento, vertical. * TANQUE DO JARDIM Um pequeno tanque de jardim, utilizado para manter plantas aquaticas e castanhas d'agua, é um paraiso para anfibios comedores de insetos. Embora tais tanques estejam & venda comercialmente, eles pociam ser feitos, com bacias velhas, banheiras ou qualquer material que no vaze. Tanque de pneu: Um pneu velho(sem cinto de ago) de caminhdio ou trator & facilmente transformado em um tanque, cortando-se um dos lados com uma, faca afiacia. Escave um buraco no soio, com largura suficiente para acomodar 0 pneu (Figura §.9). Forre o buraco com plastico, grosso, assente o pneu e coloque um pouco de terra no fundo. Pedras sao colocadas a volta do pneu, para cobri-lo, bem como uma pequena flor perene, plantada para decoracao. Plante as espécies aquatica no fundo do tangue. + CANTEIROS DE MUDAS E VIVEIRO Os canteiros de mudas dover estar perto, no jardim, ¢ com acesso facil aos caminhos. A terra dos canteiros de mudas & sempre retirada & medida em que os vegetais so transplantados, devendo ser reposta de tempos em tempos. Eleve as mudas em bandejas ou potes, contendo um substrato de manipulacdo facil entre o viveiro, a estufa e ojardim em condigdes oliméticas apropriadas. Taterl cota se fen aac ea) Figura 59 Tenque de prev para a hora, com thos, ‘antitios, inselas a pales. Figura 58 Apuus e valgas pata eerentestigos de vine Paredes para plantas com — Suporte sotido para ventosits, vinhas fortes, CO viveiro é um importante elemento em qualquer Permacultura inicial, ficando posicionado onde iré recaber muita atengao e ‘agua. Uma estuta ou viveiro completos podem sér Necéssarios em operagées de grande escela, ainda que, geraimenta, uma estrutura com sombrite ¢ uma pequena cupula de pidstico sejam tudo 0 que é necessario. Dependendo da escala das operacdes, 0 viveiro estaré sitado na Zone | ou Zona Il considerando-se 0 acesso de vefculos (para materiais e, possivelmente, vandas), agua, aspacto, québra-ventos, drea de descarga etc. A figura 6.10 mostra uma Zona | idealizada para um jardim temperado. * ANUAIS MANTIDAS PERENES: Em climas temperados amenos, varias técnicas tém sido desenvolvidas por Jardinelros para manter as anuais “perenes” Se para uns poucos alhos-porrés so permitidas floragéo @ semente, e entao crancados, muitos pequenos bulbos podem. ser encontrados a volta da base das hastes. Estes s80 plantados da mesma forma que grupos de cebola. Alhos-porrés, cortados no 1 do solo (oom a raiz deixada no local), iro brotar novamente em outra colheita, menor. Figura 540 Um 5 emg ava a ras, Area de compost iealiade de uma hota para a cozinhs em dreas temperadas. prowondo nuttgso comeleta,coniarto Jom de baixa manuiongao (proximo no Hovis) @ axial do ora, No grupo das cebolas/alhos, muitas so, de qualquer forma, perenes. Proximo & porta da cozinha, podemos plantar duas variedades de cebolinha (de folha rugosa ou de folha fina), asidtica oude varios outros tipos. ‘Mais adiante, como uma borda, plantamos uma variedade de cebolas (em toro de 6 a 10 cebolas para cada uma plantada), cebolas gaulesas, € plantamos os alhos no canteiro dos morangos, no outono, ou em qualquer ‘espaco deixado em canteiros elevados. Alhos, ‘se [hes for permitido se multiplicarem por dois anos, daréo uma cotheita constant Se as vagens grandes do feijao-fava forem deixadas no solo para secar, cobertas com mulch no fim do vero, irBo brotar novamente no outono; as plantas podadas apés a colheita broteréo novamente. Batatas deixadas sob 0 mulch brotardo na primavera, ea alface florada espaiharé mudas a volta da base, para transplante. Salsa e muitas espécies de semente atilada rebrotam livremente em mulch, e suas mudas podem ser iransplantadas. Na verdade, uma pequena propargao (em tomo de 4 @ 6%) de todos os plantios poderao amadurecer até a formagao de semente se espalhar sob 0 mulch, 20 contrario de comprar anualmente’ as sementes. i i Varias frutas e vegetais (tomates, melSes, abdbora), quando Colocados inteiros. sob o mulch na hora da colheita, iréo fermentar apodrecer, espalhando mudas para novos plantios, Os topos das cenouras, mantidos no escuro ou em lugar fri, irdo brotar novamente e poderao ser plantados em solo macio (Figura 5.11a). Repolhos séo cortados rasieiros, com a haste cortada em forma de cruz, com uma faca. Pequenos repothos iro brotar, seréo colhidos ou divididos e replantados (Figura 5.11b). Em climas momos, os brotos axilares dos tomates © de espécies relativas podem ser retirados e plantados como plantas ‘menores, por todo o verdo (Figura 5.11). O ultimo lote pode ser plantado em potes @ trazido para dentro, no invemo. Pimentées @ pimentas, tratados dessa forma, poderéo ser podados no inverno e, entao, colocados para fora na primavera, Todos esses métodos minimizam o replantio ou a necessidade de canteiros de mudas, mantendo o jardim produtivo, constantemente. 3 O JARDIM INSTANTANEO: Mulch em camadas para jardins é uma técnica que tem sido descrita por muitas pessoas, com muitas variagdes. Esta, por exemplo, Ihe dé um inicio imediato, sem o trabalho extenuante de escavar 0 solo para canteiros. Vocé pode comegar em quase qualquer tipo de solo, exceto naqueles empobrecidos, duros como pedra, que se Paracem mais com concreto. Com esses, vocé constréi caixas’elevadasi® traz terra @ composto para enché-las. Mulch em camadas réprime “as daninhas: hera, quiculu e capim biifalo, Rumex sp., Tarascum, Oxalis, Allium e, até mesmo, amoras. O importante é preancher a rea com plantas, de acordo com um plano anterior de plantio Que vocé tenha feito no papel, e cobrir a area com mulch. Por essa razo, comece com uma area em torno de 4 metros quadrados, aumentando a medida em que 0 tempo @ os materiais forem permitindo. Sua primeita tentativa deverd ser bem perto da casa, preferivelmente, comecando por um caminho ou fundaeao os que sejam livres de daninhas. Assim, vocé estara protegido de 128 Figura 5.14 Tepos de cenouas em papel maltado no at, Translate quando topes eieren om dom Farendo apuais tone so pores uma invasdo de daninhas por rds. A Figura 5.12 demonstra a Sequéncia para.a mulch em camadas, Primero, piante as drvores grandes, cu arbustos. E mais facil planta-los agora, do que escavar através do mulch, mais tarde. Em sihe pela area um baide de dolomita (com gesso, se o solo for particularments argiloso), esterco de galinha ou farinha de sangue @ osso (para adicionar nitrogénio, comegando 0 processo de redugo do carbon nas camadas seguintes). Um aide ou dois de restos de camposto podem, também, ser distribuidos As minhocas. Se tem uma fonte de palha (ou material ilar), coloque-a, também, sobre a area. Nao se preocupe em escavar, nivelar ou pinar. Agora, prossiga com @ cobertura da com as camadas de materials. Estes ipeldo, jornal, carpetes velhos 5), feltro ou qualquer outra coisa que se decomponha eventualmente e fornega frientes para as plantas. Cubra a érea completamente, no deixando espago para 6 daninhas aparecerem. Se vocé igm uma arvore rara ou arbusto valioso no caminho, rasgue 0 papel um pouco e circunde o tronco. Faga o mesmo. pelo outro lado. Somente as arvores ou 2roustos Valiosos ficardo a vista. Regue bem essa camada dando inicio .cesso. Entéo, aplique uma camada de cm de palha de estabulos de cavaios, esterco de galinha na serragem, folhas, algas, ou capins marinhos (um deles ou varios, ses materiais contém slamentos essenciais © segurambem a agua. Asseguir, adicione 15 om de material seco livre Ga seméntes, como aguihas de pinho, casca de arroz, cascas de nozes, casca de cacau, fothas secas, capim cortado, paiha serragem, entre outros. Regue até ficar ben molhado. Agora, pegue sementes grandes (feijdes, ervilhas), tubércules (betata, aleachofra de Jerusalém). 14 plantas médias (ervas, tomate, aipo, altace, fepolno) @ pequenas plantas em potes, Com a méo, abra um pequeno buraco até a base do mulch solto. Finque um buraco no papel, carpete etc. com uma faca ou lémina. Coloque dois punhados de terra nesse buraco, empurre a Semente, ou tubérculo, & plante a muda. Para sementes ou tubérculos cubra de mulch. Para mudas, segure gentiimente as folhas com a mao e traga 0 mulch de volte, até a base da planta. Se voc necessitar usar sementes pequenas, faga assim: abra uma canaleta no mulch, coloque uma linha de areia ou solo peneirado e Semele as pequenas sementes de cenoura, rabanete etc. Regue e cubra com um cartao estreito por alguns dias, até que as sementes tenham brotado (ou, primeito, faca com que brotam em papel mothado). Entao, Temova 0 cantao € traga o muich de volta, 4 medida em que as plantas crescam. Plantios de raizes néo produzem muito no primeiro ano, pois o sola abaixo ainda est compactado, podendo haver esterco demnais. Plante rabariete daicon (Raphanus sativus), 0 qual tem uma raiz de 30 a 60 cm que comegaré a quebrar 0 solo compactado, Plante a maioria das culturas de raizes no segundo ano (ou escave um canteiro em separado), quando s6 seré necessario espathar mulch para revelar um solo rico e escuro. Actoma do finat do primeiro ano, o solo estard transformado e conterd centenas de minhocas ¢ bactérias. Adicione um pouco de mulch para manter os niveis, geraimente uma mistura de serragem, cascas, folhas e palha. Espalhe algum cal ou farinha de osso/sangue. Plantas anuais necessitam de mulch fresco ocasional, apés a colheita; suas folnas mais extemas s&0 escondidas sob 0 mulch, como 0. 840 os restos da cozinha. As minhocas sao to alivas que as folhas e as cascas desaparecem durante a noite. Botas de couro duram mais um pouco. Roupas de brim, aproximadamente uma semana. Patos mortos, uns poucos dias, No primeiro ano, vocé precisaré rogar frequentemente, pois as camadas de fungos e plantas, na base do mulch, sao lentas no Figura 8.12 Os pacaos pace usm desenvolvimento. Como em jardinagem normal, todas as mudas recém-plantadas. necessitam de agua. Nao ha necessidade de fazer a rotagao das piantas, ou de descansar o solo. Batatas 840, simplesmente, colocadas no topo de mulch velho © recobertas de mulch. Nao ha necessidade de deixar espaco para capina ou escavagao, pois as plantas podem ser colocadas “muito mais préximas, preferiveimente em canteiros mistos e jamais em fiteiras restritas Com um repiantio freqiente e fandémico, © jardim comegaré a assumir a aparéncia saudavel de uma pastagem herbdcea mista, Essa diversidade de plantas rico de mulch om eainadae age como hospedeira para uma variedade de insetos, sapos e passaros, sendo fatar essencia! no controle de pragas, Algumas daninnas podem forgar através da canada. Empurre-as para baixo do mulch novamente, ponha papel molhado por cima, cubra com serragem, Se 10% do quicuiu reaparecer, cubra com papel e mulch, novamente. Eventuaimente, todas iro morrer com esse tratamento, deixando a area timpa de daninhas; somente as suas plantas é permitido ter a cabega no ar. vamais enterre serragem ou detritos de madeira; coloque-os por cima, onde o nltrogénio atmostérico decompée @ madeira, \Minhocas adicionam esterco suficiente para suprir a base. Mantenha 0 mulch foto, néo permita que forme um carpete @, para isso, misture cortes de grama ou serragem com material duro e se00, como pinhas, detritos, ete. £4 O JARDIM PERMACULTURAL URBANO E SUBURBANO design urbano e o suburbano usam os mesmos principios da Permacultura, aplicados em escala menor. Geraimente, 36 existe espaco para plantas, animais @ estruturas de Zona I, além de uns poucos de Zona Il. O importante é que, quanto menor o ‘espaco dispontvel, maior cuidado deve-se ter ra intensificag&o da produgao de alimentos e na minimizagao do espago desperdicado, usando sistemas de espirais, fechaduras, trelicas, minimo caminho e plantio em andares e consércios. * PEQUENOS ESPACOS URBANOS Essa situagad requer 0 maximo de planejamento, mas é surpreendente quanta comida pode ser produzida nos beirais de janelas, telhados, varandas, caminhos estreitos € patios. Plantas podem, até mesmo, crescer dentro de casa em potes, desde que sejam levadas (sobre rodas) para um local ensolarado; a maioria das plantas necessita, no minimo, de 6 horas de luz solar por dia, durante a estagdo de crescimento. Potes podem ser feitos de quase tudo: pldsticos, baldes, castas vethas, sacos, caixas de brinquedo etc. Fure o fundo, para que @ gua escape, ¢ confira se 0 peso deles n&o sera excessivo para 0 suporte. Uma mistura de solo leve pode ser feita especialmente para ‘0 plantio em sacadas ou balcdes e telhados, podendo necessitar de uma rega mais freqtente. Potes mais tundos séo ideais para tubérculos. Batatas sao plantadas em uma Pequena drea usando uma caixa feita de tonel, caixa de madeira, dormentes de madeira (do lado de fora) ou, mesmo, pneus de autorndvel. As batatas S20 colocadas sobre um apoio de mulch dentro da caixa, com mulch por cima. A medida em que as batatas brotam e crescem, mais mulch é empithado por cima, até que os topos verdes estejam acima da beira da caixa. Dessa forma, as batatas surgem da haste coberta e séo apanhadas mais faciimente do que quando plantadas em solo duro (Figura 5.13), Escolha as plantas que vocé come, que Ihe sejam particularmente nutritivas e que possam ser colhidas uma ou duas vezes por semana, tais como pimentées, tomates, salsa, cebolinha verde e alface. Se o espago é limitado, plante somente as ervas que sao freqiientemente usadas (tomilho, manjericao, mangerona), ‘rasgam. Dicita: caiaa constraids om soeqGee adicionadse quando neces. © espaco no belral das janelas 6 melhor utlizado se pendurarmos potes ou sa 2 ou 2 prateleiras forem adicionadas (Figura 5.14), Ainda melhor, seria uma estuf dejaneia presa a parade no lado do soi, corno ilustrado no Capitulo 4 (Figura 4.19). Em _varandas e patios pequanos, as plantas sero colocadas de forma que as mais, altas fiquem atrés, para no sombrearem as menores. Duas ou trés prateieiras de potes ou caixas longas podem ser empilhadas, diagonalmente (Figura 5.158). Outras formas bem conhecidas de plantar alimentos em pequenos espagos inoluem brotos de alfaia, girassol e feijées, bem como piantar um ou dois sacos de cogumelos em um local trio e escuro. Restos de cozinha s&o compostados em um sistema de dois baldes sob a pia, adicionando-se podas do jardim. Alguns restos, como cascas de jaranja e cascas de ovos inteiras, levam muito tempo para se decomporem, mas isso é facilmente resolvido, se vocé corté-los ou esmagé-los. Para moradores de apartamentos, trelicas s80 colocadas & voita da varanda/ sacada ou contre as paredes, do lado de fora da janela (Figura 5.15a ¢ ¢). + LOTES SUBURBANOS ‘A maioria das pessoas tém ou aluga uma casa com um quintal pequeno ou médio, na frente @ atrds. Muitas degsas casas Podorlam acomedar ume-pequena.estula ou Viveiro, sistemas.de treligas, arvores frutiferas, ‘ume policuitura de plantas anuals e perenes 6 alguns pequenos’s quistos animals, como codornas, abelhias ¢ galintias garnizés. Veja a Figura’ 6.16 para uma vista: “antes 2pois’, idealizada’ para Un lote’ suburban pico, Treligas tomar 6 ugar de’ divorés dis Sombra, qué S40 grafides demais para ites sburbanos. Seja culdaddss:.ng, design dos: stemas de treligas, de forma que,nao facain ~mbbra para 0s canteiros ou planias menores, « 0 Ser que estas plantas se beneficiem com ” sombra, 177 Figura 5.14 Vegetais para saladas podem ser preduzidos, fom vases pendontos © nos peitoras das jane Jas para quom mora om apartament. Arvores Frutiferas - Frutiferas em miniatura, plantadas no solo ou em potes grandes, S40 compactas (geraimente, em tomo de 2 metros de altura, quando adultas) © do frulos de tamanhe normal dentro de poucos anos. Suas desvantagens so 0 custo inicial, maior cuidado necessério 6 um tempo de vida mais curto, Arvores enxertadas também sao muito vallosas em um jardint pequeno. Galhos de ulna vatiedads dé mapas, por exemplo, podem Ser énxertados ei outras variedades para garantir polinizacSo crazada owpara que frutas amadutecam em épodas diferentes. Melhor alfa: € possivel énxertar trés ou mais tipos de frutaés emuma sé drvore. Um pessequeiro, 0 éxériplo, pode dar eméndoas, nectarinas, abricés'e dois tipes de amaixas. Macas, eerejas € péras nao crescario em Besseguieiros, mas qualquer uma delas pode Ser enxertada para suportar variedades Giferémtes daquela-espécie, em particular. Considere a altura 6 a largura da copa * a facilidade dos jardins circulares Poderem $E8, NOS, pois elas podorto, mals took. eneonstruidos om climes diticers et © Iatdim. Quase todas as anne Fertcularmente, em regides éridas) s ere frutiferas podem ser podadas colocadas [bcais onde 0 solo nao é proprio pare Emborg a Parede Ou cerca (espaldeiay Blanlio (como tampées de argila, casceane Embora isso requeira poda ¢ amatragao ne ia), Pois Sao plantacos intoiramente Cuidadosas, as vantagens so colar facil, 20 Solo que tenha sido coletado na ares de ong BEOt°R80 Contra passaros.e econoras ou compostade no local de espago, Canteires - Quaique’ tipo ‘ © fata construir um canteiro circular elevado imjeiros - Qualquel tipo de canteiro Figura 5.172), proceda assim: pose ser usado: elevados, rebaixados, a Proce lechaduras, citculos, ate cateae cheias de 1 8€ Possivel, escave um buraco croular 0 dure 39 © lea. Uma técniea para ce eyes gelo, um pouco maior do que a heloe ois ce COnstUr canteiros cincule® Gieunferéncia desejada O wiser: cheios de compesto. As Maiores vantagens devera ser a distancia Que voc’ pode desses canieiros circulares sac alcangar com os bragos a Partit do centro ; . Pera fora, digamos, 1,2 metros no total * 2sconomia de 2gua, jd que um Circulo 6 profundidade 6 uma lamina da Pa, com a ohne, COM UM Jato de agua, maie (ena posta de lado (em uma lone 3a éficientemente do q iastico). © fundo do buraco € vidoe vegetais; afofado; © 8 Sontentracao cle nutrient 2 sologue um circulo de tela de 60 om de elima “area de despajo” p. sata em volta do buraco. Jogue terra restos de cozinha, co Volta da tela, para manté-la no lugar. Para SMeTCOS & OutFOS orgénicos, formant ovilar que a terrae os outros matenals figs sma érea rica de composto e humus. Plantacs com on (0) Tretipa do varena po 2s, vegelais © Bequonas tnifons 2 tas & combra cats © vases. (8) Canicko Figura 5.16. Verso } Poiheives le Shy antes & depos de um trrdho subsna. AN TES: ata manutongio, baiea praduzse, DEPOIS: baka manuten ‘RO, als Prosi. (Adaplado de um deserinie Robin Francis) derramem para fora da tela, use a palha como uma barreira, junto a tela. A medida em que o.material é colocado dentro do circulo, a tela vai sendo forgada ¢ ficando mais firme, comece enchendo 0 buraco com restos de comida, composto, tolhas, galhos, etc., em camadas com a terra posta de lado, anteriormente. Allernadamente, aspaihe os nulriontes: esterco de vaca, estarco de galinha, alguma forma de fostato, um ouco de cinzas, cal, farinha de osso/ sangue, aigas etc; empilhe até 0 topo da tela @ cubra com uma camada fina de terra, 129 © crescimento acontece nesse Pequene espago, s6 que as plantas utlizam uma area maior, porque se espalham 5a além do circulo. Pepinos e abobrinhas espalham-se em varias diregdes, enquanto que tomates so apoiados de fora do Dentro do circulo, qualquer combinac&o de bom senso pode ser seguida,; particularmente, plantando uma cultura dé crescimenio répido juntamente com uma lenta (cenouras, cebolinhas ¢ rabanetes; brécalis ¢ alface), pois um 6 removido enquanto o outro ainda esta crescendo. Deve-se tomar cuidada no jardim de inverno, para nao sombrear pequenas plantas com espécies mais altas. Figura $178 Cantola creular com protepio plistica. sso n&o 6 um problema no jardim de verao, quando 0 Sol esta sobre a cabega. Enquanto aigumas plantas sao colhidas, outras sao colocadas em seus lugares, Se houver luz suficiente. Com agua nutrientes suficientes, @ Unica limitagao 6 a luz. Trés canteiros podem manter tr88 pessoas com saladas € outros vegetais 0 ano todo; e, uma vez feitos, necessitam de pouca manutengao. - Alitrigacao é facil, pois um jato de Agua & colocado no topo de uma estaca no meio do ciroulo, ou um sistema de tubo de irrigacdo, com emissores de gotojamento, 6 amarrado As esiacas. Parao plantio precoce de vegetais 130 de primavera, cubra 0 cireulo com uma folha de plastico apoiada em estacas, dexando uma abertura pequena & volta da base, para circulagao (Figura 5.17b). Adicionado aos jardins de circulo e aos sistemas de troligas, um teinado semi-plano pode ser usado para apoiar abdboras @ Melancias. Se vocé tem uma cerca préxima & casa, construa uma coluna de plastico preto (no-transparente, para no queimar as raizes) @ tela, no canto (Figura 5.17c), pregando tela na cerca. Encha a coluna com terra rica em nutrientes ¢ plante sementes. A medida em que as mudas forem crescendo, retire todas, menos duas plantas de cada, € guie- as até 0 telhado, onde poderao espalhar-se livremente. listen preto| om tla para fazer um lingo Figure 5.17% Coluna do tela de galinhsir pare produnio de vagatas no tohado, £ importante lembrar de regar freqdentemente, pois a coluna seca rapidamente; 6 melhor ter um sistema de gotejamento operando no automatico, se for possivel. © GRAMADO SUBURBANO © gramado americano utiliza mais recursos que qualquer outra area agricola no mundo. Utiliza mais fosfatos do que a India e mais venenos do que qualquer outra forma de agricultura, © gramado americano poderia alimentar continentes, se as pessoas tivessem mais responsabilidade social. Se colocassemos a mesma quantidada de mao- de-obra, combustiveis e@ energia em reflorestamento, poderiamos reflorestar o continente inteiro. Uma casa com dois carros, um cachorro @ um gramado utiliza mais recursos @ energia do que uma vila de 2000 africanos. 13 \ envi opis 0 ‘no de acordo com ‘alr ou fro Figura 6.172 Cantaro crear com protepSo pldetica, Usualmente, vocd v8 uma casa, em um lote residencial, cercada de flores e gramado, talvez alguns arbustos. Atras da Casa, Ié no fundo e escondido por uma treliga discreta, estaré uma pequena horta. Vocé reconhece esse padrao. Ele é to universal que plantar um repolho nesse gramado seria uma causa de preocupagao geral, na vizinhanga. Uma historia interessante 6 aquela de um homem na Tasmania que artiscou-se a plantar repothos na sua “faixa natural” - aquela faixa sagrada @ formal de gramado, entre 0 lote @ a tua. Tendo, assim, demonstrado sua tolal falta de senso de limites, ele foi duramente criticado por seu erro quando a preteltura local mandou homens e caminhées para ratirar os vegetais (os quais eram meramente tteis e, assim, sem valor estético). Isso ocorreu em 1977. Por volta de 1979, a prefeitura jd havia iniciado um piantio de 4rvores frutiferas nos passeios piibiicos. Mesmo assim, por que deveria ser indecente plantar algo utiina metade da frente de sua propriedade ou & volta da casa onde ‘as pessoas, pudessem ver? Por que o fato de formar uma area produtiva é relacionado a um baixo status? A condi¢ao é peculiar & ética de paisagismo britanica. O que realmente observamos ali foi a miniatura de uma propriedade da realeza britanica, projetada para pessoas que tinham escravos. A tradigao foi para as cidades, até os lotes suburbanos. Tornou-se simbolo cultural de status, apresentar uma fachada no-produtiva. O gramado e seus arbustos sem fungao Tepresentam a natureza eo terreno sendo forcados a saudar a riqueza e o poder, sem qualquer outra fungao ou objetivo. A Gnica coisa que tais projetos demonstram 6 que o poder pode forgar homens @ mulheres a desperdigarem suas snergias em trabalho controlado, sem significado e Sem resultado util. O jardineiro de gramados 6 servil e, ao mesmo tempo, senhor feudal, com seu cortador de grama é passando os aparadores de bordas, contorcendo rosas em formas exéticas sem significado. Se vocé herdou um grande gramado, no tema: a ajuda esté a caminho! Ele & facilmente transformado em um espaco produtivo, em umas poucas horas, com mulch em camadas de jomal e palha (dependendo das necessidades familiares, um pequeno espago pode ser mantido como area de brinquedo para as criangas), podendo ser projetado para ser, ao mesmo tempo, esteticamente agradavel e produtivo. E sé plantar: + _arbustos: Aibes grossuleria, Vaccinium sp., Ries nigrum, R. aureum, R, rubrum, Rheum rhaponticum; + flores para saladas: borragem — (Borago officinalis), Trapaeiolum majus, Calendula officinalis, Hemerocallis fulva’ (pata uma lista de flores comestiveis, veja apéndice); '» ervas: tomilho, iavanda, alecrim, oré-gano, mangeroni + _vegetais coloridos: couve variegada, pimenta malagueta, pimentées (vermelho, verde, amarela), beringela (alongada, 132 preta, amarela), pepinos, melancias, abéboras, feljées (bonitas flores), tomates miniatura, aspargos, abdboras. + plantas rasteiras: camomila, morangos alpinos; = rvores: citricos, caquis (frutas cor de laranja penduram-se em 4rvores sem = folhas, no outono}, améndoas e abricés (fiores brancas e rosas, na primavera). Assim, um gramado antes improdutivo e consumidor de energia é transformado agora em uma grande drea de producao alimenticia, contendo 100 a 200 espécies de plantas, em menos de seis meses. Se todos os gramados ‘suburbanos fossem assim, as necessidades de alimentagéio urbanas poderiam ser reduzidas, no minimo, em 20%. 55 DESIGN PARA JARDINS EM REGIOES FRIAS Os fatores a considerar no design para regides frias s&o: a curia extensdo da estacao de crescimento, com a utiizacao de pldstico ou vidro; @ protecdo das plantas contra a geada; a utilizacdo de arbustos e arvores focalmente adaptados para quebra-ventos; mulch e forragem, Devemos plantar variedades de vegetais que sejam especialmente desenvolvidas para a curta estacao de crescimento e planejar o armazenamento de frutas e verduras no outono, para uso no inverno. Hortas devem ser sitiadas perto da casa, Com acesso facil, para que as plantas possam ser protegidas rapidamente em noites geladas. Se a horta for em um terreno inclinado, garanta que 0 ar frio possa drenar para baixo do morro, € que no haja barreiras, tais como uma borda densa ou parede, que possam agir ‘como represa do ar frio. Tente criar uma Passagem por esta barreira para permitir que Carrio desca pelo terreno. Em areas de geada mena, canteiros elevados podem salvar as plantas de geadas ac nivel do solo. A estrutura mais importante para a casa/jardim 6 uma estula bem isolada termicamente da terra fria do lado de fora. Massas termais podem ser tonéis cheios d'gua, ou até mesmo tanques plésticos servindo para peixes. Uma estratégia bem sucedida, utilizada pelo New Alchemy Instituie em Massachussetts, é 0 "bioabrigo” (Figura 5.18). As Areas abaixe dos balcdes de plantas, se usadas para coeihos, preds ou passaros, ira suprir calor de inverno considerdvel (veja também 9 Capitulo 6 para um design de estufa aquecida por galinhas).. Caixas isoladas, de composto ativo (‘cozinhando’), localizadas dentro ou proximos & estufa, irao suprir calor, como também canos de agua quente @ armazenamentos cheios ligados a coletores, solares, Até mesmo canos d'agua conectados ao ralo do chuveiro podem ser usados sob canteitos, apés passar por um filtro. Outro estilo de estufa, particularmente apropriade para habitantes da cidade, ioi projetado pela Dra. Sonja Wallman para a producdo intensiva de alimentos em uma area de populagdo densa de Berlim. Sendo uma entusiastica jardineira, Dra. Wallman tem desenvolvido estufas similares em dreas de clima frio de New Hampshire, nos’ Estados Unidos. Esta estufa difere de outros modelos em que, até mesmo em climas frios continentais como Berlim, nao necessita aquecimento adicional Isto 6 conseguido pelo uso dos seguintes prineipios de design: » aestuta é ligada a uma casa existente; + — orientada para o setor do sol (nordeste para noroaste), seguindo os Angulos exatos do sol no verdo e inverno; » a parede da casa 6 vidros duplos proporcionam isolamento de calor extensivo, Assim, a estufa pode até mesmo conservar energia, pois age como um catassol e uma zona de equilibrio; + também age como um circulador de ar, melhorando a qualidade do ar por toda a casa, uma importante consideragéo em reas com poluigao do tréfego. 33 No inverno, o sol aquece a parede da casa, que serve como armazeriagem de calor. calor coletado durante o dia irradia para a casa durante a noite 6, assim, ajuda a economizar energia, durante 250 dias por ano, em média, quando a temperatura da casa requer aquecimento. No verao a parte s6lida do telhado inclinado protege a parede dos raios diretos do soi, Venezianas de ventilago na estula 6 na parede da casa dirigem o fluxo de ar. Sobrepondo espécies @ tamanhos variados de plantas, assim como métodos de colheita, (cortando as fothas extemas da alface e ndo arrancando a pianta toda), 6 possivel produzir, dentro da estufa de 20 metros quadrados (Figura 5.18a), aproximadamente 70% das necessidades de frutas e saladas para uma familia de trés a quatro pessoas. Resfduos organicos da cozinha, da casa e da estufa séo transformados pelo minhocdirio em composto de alto valor. Junto com 0 mulch, o solo regenerado continuamente. Ao fongo da parede da casa so plantadas ervas, enquanto que ao longo do lado de fora do vidro, tipos diferentes de repolhos @ alfaces. Quando a temperatura do solo atinge 23°C, o plantio de vero com anuais pode ser iniciado. As plantas de inverno serdo Tepostas, uma a uma, por tomates (em treligas), pepinos, feijSes, capuchinha, manjericdo etc. As plantas resistentes ou perenes permanecem em seus lugares. Canieiros elevados isolados so construidos de tijolo. A uma altura de 80 cm, Ppermitem o trabalho e a colheita sem dor nas costas. © trabalho necessario estimade 6 de um fim de semana para os plantios de verao ¢ um para os de invemo, respectivamente. As necessidades de manutengao esto em torno de 15 a 20 minutos por dia. No entanto, este trabalho 6 mais do que compensado pela grande economia de dinhoiro e de tempo, pois diminui a necessidade de ir 8s compras de frutas e verduras diariamente. Figura §.182 Plano de estufa produzindo 70% das neceesidades de saladas de uma familia tpi. 134 | tt il Veja a tabela para uma lista de plantas propriadas para uma estufa urbana. iy Outras " “pequenas-estufas” |e mcanismos que tém sido usados qor ardinelvos de dreas frias sdo jarros de vi invertidos e estruturas méveis de plastica} varias formas (Figura 5.19). Paredes de pedra ao lado de arvores refletoras, como Betula sp., propiciam um sitio momo para o plantio precoce de vegetais. Paredes de pedra em atco formam sitios dé crescimento precoce, como fazem os semicirculos de pneus voltados para o sol baixo. Estas baias podem ser cobertas de plastico ou vidro para assistir na retangao do calor, ou pilhas de pneus podem ser cobertas Vegetais anuais, Ervas & Flores Comestiveis Espécies de Repotho Oriental (‘esistentes, crescimento rapido) Hon tsai Tai (haste verme!ho purpura com Htolhas verde escuras) \Verde Deficado (folhas verde escuro, sabor Imédio, similar ao espinatre) Couve Chinesa (folhas verdes comestiveis, flores corn perfume de rosas) Brocoli chinés (como brocoli, flores, hastes je folhas comestivels) Kayona Mijuna (mostarda japonesa bienal, jcom sabor médio, produz sob temperaturas lvariadas extremas) Nabos, Brocoli, Quiabo, Repotho, ‘Lamb's Lettuce”, “Sorrel, Endive,” JAlface,“Corn salad”, Swiss chard”, fErvas Anuais Coeniro (importante no cicio de vida das joaninhas) |Manjericao escuro (um tipo de manjericio com foihas purpura escuro mais resistentes Jque 0 manjeriedo comum) Pepino (fémea do pepino sem sementes treinada sobre treligas em estufas ) [Anis,Camomila, “Chervi’, ‘Dellsoup’, Sals4o, Caraway”, Salsa itafiana! Flores comestiveis jcapuchinha om vidro, como colunas de erascimento, ‘especialmente Se os pets SA terra pera reter o calor do dia! Os chineses usam_ bambu dobrado e,paiha para conseguir estes sitios de crescimento precove de vegetais, para estender a estacao de crescimento. 0 lado da sombra de tais abrigos acumula neve para isolamento. Vegetais que suportam a maioria das geadas sao cenouras, alho-porro e nabos; estes devem ser cobertos com fardos de palha para evitar 0 congelamento do solo. E melhor agrupar tais plantios, embora 0 jardim inteiro venha a beneficiar-se de uma camada grossa de palha no inverno. A couve também suporta oft, Frutas, Ervas e Flores Resistentes e Comestiveis, Frutas Morangos Alpinos Quivi (ou kiwi: uma planta tipo vinha, cordao trepador com fruta doce: necessario plantar: masculinas e femininas para garantir Iutificago) Citricos (Limo Meyer, Lim&o Persa, & Laranja Calamondin 'séo_variedades apropriadas para estufa; estes tigos produzem flores de aroma doce ¢ frutas comestiveis por todo 0 ano.) Tomates (Variedade miniatura 100, cresce bem ¢ frutifica por anos em uma estufa se a temperatura nao baixar de 0°C) Ervas Hortelé, Menta, “Bergamot, “Sélvia’, “Sorrel”, “Mugwont’,’ Cebolinha”, Woodruff, Tomilho, Estragao, Alecrim. Flores Jasmin (ché) Plantas Especiais para Insetos Pelargonium (hospedeiro do marimbondo Encarzia formosa - patasita da mosca branca) “Sun Dew” (Drosera - planta comedora de insetos que apanha pequenas moscas; atrativa, cresce bem) Plantas Arométicas de Fiores Néo Comestiveis Lavanda (infuséo para problemas nervosos| como aditivo 20 banho, uso externo para 0 Teumatismo, machucados, dor cidtica, doves nevrdigicas) dasmim, Hibisco. Muitos vegetais podem ser colhidos no ‘outono mantidos limpos e secos em celeiras; estes sao freqientemente postos em camadas com areia (cenouras) ou enrolados individualmente em jornal (tomates). Tomateiros podem também ser arrancados inteiros do solo e pendurados de cabega para baixo no celeiro, assim os tomates irao amadurecer lentamente. Uma olhada pela regio ir revelar espécies para uma borda ttil, quebra-ventos, mulch ¢ forragem animal apropriadas ao clima. Existem muitas variedades de frutas para reas frias como mac&s, quinces, Vaccinium, uvas, caquis, e até mesmo quivis resistentes (Actinia arguta). Nozes incluem a noz comum ea castanna americana. Forragens animals séo Gieditsia, carvalhos, e Eleagnus umbellata, © Seed Savers Exchanges, nos Estados Unidos e Australia, tem uma variedade fascinante de sementes tradicionais de polinizacdo aberta, incluindo muitas especialmente adaptadas a climas trios. ab Figura 5.29 Vanes estios de min-estutas para semeadura promatut. 136 Toa teen tag bende oy ee ye A ee oe ee te tle 5.6 JARDINS TROPICAIS Como em jardins temperados, o jardim tropical necesita de uma variedade de perenes, anuais, vinhas sebes de protec. Além disso, ela contera mamao e arvores de folhagem fina fixadoras de nitrogénio, com uma copa acima do jardim fornecendo sombra. Solos tropicais séo rasos e empobrecidos davido as chuvas pesadas; entao, 6 essencial um plantio intercalado com leguminosas (perenes e anuais) dentro do jardim, com um sistema de corte-e-mulch. ‘Mulch pode ser cortado, durante todo 0 ano, de uma variedade de plantas baixas € leguminosas, como Nicotiana, gengibre silvestre, capim cidreira, bambu (folhas), ‘capim vetiver e detritos de outros plantios de milho. Sesbania, ieguminosas macias ou confrai formecem muich constanta, de forma que 0 corte de arvores leguminosas seja reduzido. Todos os residuos do jardim s&o devolvidos aos canteiros, @ estes séo roplantados @ medida em que s&o colhidos. Uma cobertura de mulch de patha, casca, esterco seco ou gravetos é adicionada anualmente, ou quande for necessatio. “aa We yi . la we ay CANTEIROS Canteiros devem ser elevados, para que possam drenar a agua, particularmente a estagao das chuvas; de outra forma, eles se tomariam empogados e as plantas apodreceriam. Existem varios formatos posstvels para os canteiros (Figura 5.20), dependendo do clima. Resumindo: canteiros olevados sao melhores para tropicos umidos; ¢ canteiros rebaixados, melhores para tropicos secos. Bancos de 0,5 m X i m aumentam a produgao de mandicca, batata-doce, batata e cara. Mulch @ plantio verde podem ser produzidos entre os bancos. Abacaxi e gengibre também preferem bancos em areas urmidas. Para muich, 0 plantio intercalade de leucena é feito em montes, enquanto o mitho eo mulch verde (feijdes) ocupam os espagos. Bancos possibilitam mulch profundo para plantios baixos como abacaxi, com o mulch ‘sendo aplicado entre os bancos. Bacias rasas e escavadas séo boas para a laioba do seco ¢ a banana, bem como para as areas de castanhia d'’égua chinesa. O solo se satura mais facilmemte e 0 mulch profundo evita que ele seque. Caixas feitas de toncos de palmeiras so mantenedores de mulch ideais para card, banana, orquideas de baunitha, vinhas em geral e para as laterais dos canteiros, em jardins domésticos. ‘Troncos de palmeiras cortados so, também, Utois para segurar a terra nos terragos construfdos em inclinagbes médias, CIRCULO DE BANANAMAMAO Um circulo imido com mulch cercado de bananas, mamao e batata-doce 6 uma area, Util para a compostagem, para acomodar o ‘excesso de chuva ou para conter um chuveiro de quintal (Figura 5.21). Os passos no processo so: 1 inscrever um circulo de 2metros de diametro e escavar 0 solo (ou subsolo) em forma de prato, com os bancos (ribanceiras) do lado externo, em torno de 0,8. 1 metro de profundidade. Uma pequena entrada no nivel do solo pode ser escavada, para Teceber 0 excesso de chuva; 2 cubra o circulo com papel molhado ou papel, folhas de bananeira ou qualquer outro material de mulch com galhos, paiha, cascas de arroz etc. Adicione estercos, Figura 5.20, Bancos, caas, camalhtes @ baciss oo algumas das formas eprepadas pera cantairos da horas em dimas repens 137 cinza, cal @ dolomita ou qualquer outro: adubo. Levantando tudo em camadas de 1520 cm, enchao circulo até que passe -da altura dos bancos e forme um monte (ogo, ird rebaixar-se). Caso haja pedras disponiveis, coloque-as do lado de fora do circulo; 3 plante os bancos com 4 ou § mambes (uma variedade alta), 4 bananas (tipos baixos) e 8 a 12 batatas-doces. Cards ou jaioba/inhame podem ser plantados no lado. de dentro dos bancos, ou uma plataforma. ‘de madeira pode ser colocada paraa base de um chuveiro externo. SUPRIMENTO DE MULCH E BARREIRAS CONTRA DANINHAS Devido ao crescimento prolifico nos trépicos, ervas daninhas podem ser um problema. A volta dos jardins anuais com mulch, uma faixa de plantas de protegdo. contra capim previne a reinvasao. Esta combinagao, funciona: + plantas de raiz profunda (contrei); * capim de toussira que nao produza sementes ou n&o seja comido (vetiver, cidreira); ‘+ uma planta-carpete, como a batata-doce; ‘* um bulbo, como 0 Canna edulis. geralmente Nas bordas do jardim, legumes Jenhosos como a moringa, sesbania, leucena, Calliandra @ Crotalaria fomecem mulch para 05 canteiros e forragem para os animais. Atrés destes, um renque de mandioca, banana, , maméo, feijéo guandu ¢ leucena formam uma sebe, ou quebra-vento. 138 Figura 8.21, Circulo de bananas 6 mamdes com maleh, ‘Chuveiro extern, Para atastar animais, sebes espinhen- tas ou néio-comestiveis so plantadas & volta do jardim. Plantas que fazer boas cercas- vivas so: mandioca, cactos, hibiscos, bambus @ abacaxis espinhentos em carreira dupla. POLICULTURA TROPICAL Como de costume, a diversidade de espécies de jardim funciona melhor. Estes so alguns arranjos de piantios comuns encontrados nas casas do sudeste da fsa (do UNICEF Home Gardens Handbook, 2 Somer: * plantios de érvores em andares - andar mais alto de coqueiros; mais abaixo, jacas @ abacates; préximo andar de bananas, maméo e café; e, abaixo destes, feijdes 6 outras vinhas’ comestiveis trepando nos tronoos; na camada mais baixa, abacaxie taioba/inhame; + legumes trepadeiras - feijao longo, lima e outros, plantados com uma estaca de leucena ou pedago de bambu; | : + plantios em cfrculos - bananas crescendo no centro, cercadas por mandioca e tomate; feijao junto & banana; batata doce como cobertura; cogumelos crescendo no lado interior dos montes com bananas; + canal de égua a partirda cozinha/chu-veiro, irrigando bananas, cana-de-agticar, kang kong (Ipomoea aquatica) e taidbas; + _treligas sobre o canal de irrigacdio-meléo amargo, abdboras, legumes trepadeiras. Ao se plantar érvores no jardim, préximas umas &s outras, 6 importante saber suas caracteristicas, como a altura quando maduras; hébitos de frutificagao (plante uma rvore que frutifique do lado de fora dos galhos proxima a uma que frutifique no interior, para diminuir a competigaa pela luz); resistencia & ‘seca e a forma. Geralmente, pequenas drvores ‘com folhagem aberta so preferencialmente plantadas préximas ao jardim anual; arvores maiores so plantadas & medida em que se afasta para a borda da Zona |, em diregdo & Zona ll. Enquanto uma policultura complexa de centenas de espécies é um paraiso para os naturalistas @ para as pessoas da casa, se toma dificil controlar uma policultura rica extensiva ¢ coletat seus produtos. Policulturas muito complexas funcionam melhor em escala ‘menor, com alengéo proxima das pessoas. PROBLEMAS DE JARDINS TROPICAIS Existem muitos problemas em jardins tropicais, especialmente insetos e roedores, porcos selvagens, lesmas e, algunas vezes, ‘macacos e animais maiores. Entao se fazem necessérias cercas espinhosas de Euphorbias, Butia yatay e bambu. Com 0 plantio de um sistema mistoem andares, os problemas de insetos sao Teduzidos; anfibios, aranhas, pequenos passaros inselivoros, lagartixas @ morcegos ajudam a controlar as pestes, como o fazem patos, galinhas e um porco, que come as frutas caidas. Se nematéides sao um problema, plante Crotalaria juncea e Tagetes €m todos os canteiros, um ou dois, a uma Bg distancia de poucos metros. Organismos associados As raizes da Crotalaria apanham nematdides, enquanto as excregdes das raizes das Tagetes oprimem daninhas @ fungos nocivos, nematéides @ capins. 5.7 JARDINS DE TERRA SECA Ojardim do deserto é passivel de sofrer saturago de luz e excesso de evaporagao. A saluragéio reduz a fotossintese ¢, por conseqiiéncia, o volume de folhas; a evaporagaio em excesso causa redugao do crescimento ¢ enfraquecimento. Para superar ‘08 problemas de pH alto, estresse por calor luz, riscos de salinizagaio dos solos, ventos secos e suprimento deficiente de agua, necessitamos criar um ambiente especial & volta da casa 6 do jardim, no deserto. DEFICIENCIA DE NUTRIENTES E SOLOS ALCALINOS As piantas necessitam de tras principals nutrientes para crescerem bem: 1. Nitrogénio (N), encontrado naturalmente em urina, raizes e folhas de espécies de Acdcia, casuarinas, legumes, cabelos, la, roupas de I& velhas ou cobertores; 2 Fésforo (P), encontrado em estercos de péssaros @ animais; facilmente coletado 0b poleiros e em galinheiros; 3 Potassio (K), encontrado em folhas de confrei, cinza e em algumas cinzas vulcénicas. : As plantas também necessitam de slementos secundarios; embora estes possam existir em solos de terra seca, estao geralmente n&o-disponiveis quimicamente para as plantas, devido & alcalinidade do solo. Mulch @ composto so essenciais para criar o humus, um ambiente no qual os elementos ‘secundarios podem ficar disponiveis. Além disso, cantsiros deveriam ser tratados com um pouco de enxofre para baixar o pH entre 6 & 7,5. Se as plantas aparentam ser deficientes em elementos secundérios, estes podem ser supridos quimicamente por um borrifo folhar ‘ou adicionados em pequenas quantidades ao composto, jamais colocando-os diretamenie no solo. Figura $22 Cano perfurado dist a qua da pia para as plantas, Plantos de ata demanda de irigagdo deveriam ser loalizados rats proximos da casa, PROTECAO CONTRA O VENTO E G SOL Os jardins devem ser cuidado- samente posicionados e protegides da agao do vento com 0 uso extensivo de quebra- ventos grandes @ pequenos, que deveriam ser construides @ volta da casa e do jardim. Cerces de madeira, pneus empithados entre 3 a 6, bordas e estruturas de troligas, com vinhas grossas, servem para deffetir os ventos secos. Arvores leguminosas (acdcias, mesquita, albizia etc.) podem ser plantadas nas bardas do jardim, como quebra-ventos. Para proteger plantas jovens do sol do deserto, construa um viveira mével com estacas e sombrite, ou plante proximo 2 arbustos que j4 déem sombra, . Crie sombras no deserto usando treligas com vinhas sobre a cabeca, ou plante palmeiras de copa aberta e espécies de acacias ou mesquitas de copa aberta ou podadas. © sistema de treligas deverla ser integrado com @ casa, 140 AGUA A dgua é 0 fator limitrofe em jardins de terra seca. Com um design cuidadoso, & possivel ter muita agua disponivel. Conservaeao ¢ reutilizacao de agua sao essenciais para plantios no jardim, coma agua da pia e do chuveiro dirigida a canos perfurados ao longo de canteiros estreitos, forrados com plastico (Figuras 5.22 e 5.23). Canteiros sao irrigados por gotejo, de preferéncia sob 18 centimetros de mulch ou 18 cm abaixo da superticie do solo. Onde a gua for salobra (na maioria das regides aridas), é necessério aplicar a Agua na superficie de montes ou bancos achatados, e no em canais entre os plantios; no primeira caso, 0 sal se acumula sem dano nos espagos entre os montes e banoos, enquanto que, no segundo, o sal se acumulanas raizes. A Figura 5.24 demonstra algumas formas para canteiros. A inigacdo por gotejo, com sistemas comerciais, sistemas caseiros de potes de barro introduzidos no solo, garrafas invertidas, Figure 8.23 Gano (com final cobeto por msia de nylon) csisbui dretamente para um canteiro de fundo de plistica, ‘anos cheios de cascaiho, esté em amplo uso por todo © mundo. Sob a copa das arvores (citricos, per exemplo), pequenos aspersoras so utilizados na érea sombreada para irrigar 70% ou mais das raizes, aspersores, em escala maior, S80, todavia, nfo somente um Gesperdicio como, também, danoses para a fofhagem, pela evaporagao de sal, causando a tormagao de crostas. E preferivelinigar a tardinha, durante a noite ou pelo amanhecer, para evitar a evaporacdo durante o dia, Geis de solo podem ser adicionados a uma razao de 1:100 no jardim, como, também, gilas para ajudarna retengaio de Agua, a estrategia-chave para a retenodo de umidads e o aumento de himus. fothas, algas, esterco curtido, roupas velhas ut de algodéo au Id, folhas de plstioo, gravetos e carpete ou feltro velho. As fontes de mulch, podem parecer raras, 56 que, na verdade, existe uma grande quantidade de material que pode ser plantado no jardirn (confrei, legumes), coletado apés a colheita (vinhas @ outros materiais verdes) ou recolhidos da area. Arvores como casuarinas, pinhos @ algumas acdcias produzem folhagem abundante, Estercos de gado existem em abundancia nos galpdes e fazendas; préximos as linhas de cheia, em cursos d'Agua, depositam-se folhas e gravetos. Este mulch 6 recolhido dos cursos ¢'agua epds as chuvas, especialmente se 0s troncos forem colacados em um angulo para apanhar dettitos. Pedras so freqiientemente encontradas em terra seca, 2 sao titeis, especialmente, @ volta das arvores. Quase todas as plantas se do bem no jardim do deserto, desde que sejam intigadas adequadamente, 0 que, usualmente, 86 6 possivel na Zona | a, possivelmente, na Zona ll, com irrigag&o por gotejo. Cucurbitas, feljoes, alguns gros, tomates e pimentdes so plantas de deserto bem-sucedidas na horta, como o sao, também, as arvores adaptadas, como as tamareiras, jujubas, amoras, figos, roms, azeitonas, péssegos 6 damascos. Com uma boa selegao de. local, algum fluxo d'agua, por canal de infiltrapao ou superficial, e 0 cuidado no estabelecimento, rosso Figura 5.24 (A) bacias com mulch, para drvores,(B) canteives ciculares a volta do uma bacia com muich, (C) camathes, } ‘cestas de mulch pars plantos em nucle, (E) caizas de troneos com mulch em soles alcaline, (F) canteiros argos para lnvouras inigadas por lagarentos, (G) camalhes krigados no tope, quando 0 suprimento de qua {el 120 pom). Forro de papet tais Arvores iro produzir na maioria das estagdes, por longos periodos. Assim, 6 essencial uma estratégia de longo prazo, selecionando plantas adaptadas & pouca 4gua, com raizes profundas e tolerantes ao calor. ino BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA Conacher, J., Pests, Predators & Pesticides | (@lgumas alternativas para pestioidas sintéticos), Organic Growers Association | wa, 1980. Dean, Ester, Ester Dean Gardening Book (plantando sem escavar), Harper & Row, 1977. French, Jackie, Organic Control of Common Weeds, Aird Books, 1989. French, Jackie, The Organic Garden Doctor, ‘Angus & Robertson, 1988. Figure 5.25 Plano iealizado para uma hota subtropical Johns, Lestie & Violet Stevenson, Fruit for the Home and Garden, Angus & Robertson, 1979. (fora de linha, tente a biblioteca). Francis, Robyn, Mandala Gardens Booklet {com video), 1990, Mandala Gardens, PO Box 185, Lismore Heights, NSW 2480. Kourik, Robert, Designing and Maintaining Your Edible Landscape Naturally, Metamorphic Press, 1986. (PO Box 1841, Santa Rosa, CA 95402, USA). CAPITULO 6 . POMARES, AGROFLORESTA E PLANTIO DE GRAOS A Zonal se estende a partirda Zona le € planejada e mantida intensivamente com mulch, em pontos ou pomares préximos; canteiros de plantio principal 6 animais domésticos forrageiros, os quais tém abrigo ou galpées, que podem lazer parte da Zona |. Aqui, podemos plantar pomares caseiros, gr40s, ou plantios principais de verduras. Pomares comerciais @ plantios, principals iréo, provavelmente, estar aqui e se ender até a Zona ill, utlizando a Zona Il para uso basico da casa. Lembre-se de que zonas nao sao fixas e, na verdade, nao sao laimente delineadas. Podemnos colocar os tos importantes de um sistema onde 1 mais acessivel, 61 POMARES ‘A melhor forma de iniciar um pomar é mo plantio de leguminosas (fixadoras de niiogenio), pequenas espécies como o trevo branco, 0 feijio lab-lab (Lab lab purpureus) e a allafa. Espécies maioras, como a acacia, a albizia © a Robinia pseudoacacia, além de variedade de arbustos (tagasaste), também poderdo ser plantadas. Prepare o sitio do pomar a partir do condicionamento do solo, se necessario, e introduza as espécies leguminosas. Intercale com arvores frutiferas selecionadas. Em pomares domésticos, as arvores nao precisam estar em linha; no entanto, se planejar um pequeno pomar comercial, fileiras sho mais féceis para a maquinaria de colheita © a manutenedo. Se plantar em uma encosta, que seja ao longo das cutvas de nivel ou em bancos feitos sobre elas (Figura 6.1). PLANEJANDO AS ESPECIES A INTERCALAR Cada elemento, espécie e variedade serao escolhidas para complementar o design, Pomares serdo feltos com plantios principais de arvores resistentes a doengas (frutas ¢ nozes); possivelmente, um quebra-vento (espécies que nao irao competir por dgua, luz @ Nutriente) @ drvores alternativas (para o controle da pestes @ como airativas de abelhas). Além disso, vocé teré que decidir sobre o andar mais baixo do pomar, que poderd ser utilizado no plantio de esterco verde ou nos trevos para a fixacdio de nitrogénio; para suprit de forragem os animais (gansos, galinhas, ovelhas); para plantar uma variedade de espécies repelentes de inselos e capins; ou ara o plantio de verduras (até que a area soja sombreada). Tentativas com groselhas pretas € vermelhas, alfafa, feijao, tagasaste, trevo, Narcissus sp., dalias perenes, alcachofra comum ¢ Jerusalém, entre outros, revelaram um primeiro andar bem sucedido de espécies para o local. Quaiquer arvore caducifdlia, depois de removida por doenga, pode ser substituida por uma perenitdla (feijao, citricos, néspera, oliveira) @ uma variedade mista de espécies no intercalado de castanha, nozes, améndoas e ameixas. Se vocé tiver a pouca sorte de herder um pomar monoculiural, adicione 3 ou 4 galinhas, um porco e 4 a 6 Arvores leguminosas por 1000 m2, com muitas leguminosas menores. Para decoracdo e vatiedade, plante Fuchsias sp,, Banksia sp. @ Kniphofia ‘sp, para 03 passaros insetivoros; borragem @ trevo branco para as abelhas, adicionando mais espécies & medida em que © sistema evolui. Sempre tente otimizar as plantas florais abaixo do pornar, como refiigio de marimbondos predadores. (Ep eran tenia Coprnme tapane © OSrruT Ba Figuea 6.1. Arvovoe futforas om curva do nivel, om lnhas, Lavouas sio protegidas entre estas inhas de ister, isectéras, legumewnas » castahas. Aigamas érvones s20 Coradas = macida que © pomar amacuace. - Para um pomar comercial, 0 mesmo + amaduregam de uma vez, facilitando a numero de drvores frutiferas pode ser colheita; plantado, com a érea aumentada de modo a F inciuir as espécies intercaladas. Produgdes + amaduregam emparethadas; secundarias como mel, nozes, folhagem e «© tenham mais tempo de prateleira @ um bagas dessas espécies contribuem para a bom valor de mercado. renda total. Variedade planejada resulta em uma boa mostra nas tendas da feira e permite ‘Quando decidir sobre as arvores que o marketing direto de produtos variados, desde crescem melhor juntas, é importante conhecer flores a frutas e sementes, nozes, ervas etc alguns detaihes, _ . Aestrutura da drvore madura: em forma de Quando da daciséo sobra as arvores ‘quarda-chuva, (mangas e nozes), ou abertas de pomar mais vdlidas para» um (goiaba¢ améndoas}? empreendimente comercial, selecione frutas ~ ou castanhas que: Geralmente, arvores em forma de guarda-chuva produzem uma sombra densa, impedindo muitas outras plantas de crescerem abaixo delas. Arvores abestas ot com folhas finas permitem luz suficiente para outros plantios no solo, + frutifiquem factimente no clima ou microclima; 1s Arvores que toleram condigées de sombra = Café, mamao, Crataegus oxycanthus, a maioria das citricas e as amoras pretas crescem sob arvores maiores e podem néo necessitar de sol aberto para produzirem frutos. Altura das drvores na maturidade - Essa informagao € titi! para decidir a localizagao e as necessidades de espago. Arvores pequenas, plantadas abaixo de maiores, sera eventyalmente sombreadas, desde que seja feita uma poda severa, como em pequenos Jardins domésticos do sul da ltdlia, onde figos, oliveiras, néspera e, até mesmo, pinheiros s40, podados para permitir que a luz do sol atinja as uvas nas treligas e as verduras na horta (Plantada entre as uvas). Necessidades de umidade - Posicione arvores resistentes a seca (Ceratonia, amndoas, goiaba) @ érvores que precisam de umiciade (mamao, banana) em grupos rados, para facilltar a irigagao. Alelopatia - Contirme se as Arvores selecionadas crescerao juntas. Nozes, por exemplo, excretam uma substdncia de suas raizes que causa um crescimento pobre em muitas outras arvores frutiferas. Deveriamos, também, considerar a necessidade de polinizagao cruzada, posicionando espécies masculinas ¢ femininas préximas da mesma arvore. ANIMAIS NO POMAR Uma vez que as arvores jovens do pomar e seus consércios de espécies associados estejam estabelecidos, pequenos animais podem ser introduzidos. No principio, pequenos passaros (frangos) podem entrar, esporadicamente, para consumir as frutas caidas @ podres (e as larvas das pestes); ajudar no controle da vegetagéo daninha; prover de estercos 0 pomar e catar sementes e verdes. Galinnas (120 140 ha) ndo afetam muito @ densidade de coberturas de arbustos. Quando as arvores do pomar estiverem com 3.7 anos de idade, porcos forrageiros podem. ser introduzidos, & medida em que as frutas amadurecam, para retirar aquelas derrubadas 46 peo vento, que reproduzem pestes. Em pomares comuns, podados com 7 a 20 anos de idade, primeiro as ovelhas e, mais tarde, o gado controlado, podem ser permitidos. Cuide para que as ovelhas e as vacas nao danifiquem @ casca das arvores; se isso acontecer, os animais devem ser removidos ou as arvores, protegidas. CONSORCIO DE PLANTAS TEMPE- RADAS PARA 0 POMAR © grande inimigo dos pomares de caducifdlias 6 0 capim. Assim, o plantio de coberturas néo-gramineas abalxo das copas 6 0 ideal (Figura 6.2). Uma mistura dos seguintes grupos de plantas pode ser felta. Bulbos de primavera (Narcissus sp) - Eles florescem e morrem no inicio do verso, como acontece com a maioria das espécies de cebola (Allium), e criam uma area tivre de capins abaixo das rvores om processo de trutificagao, além da produgao de bulbes, flores 6 mel. Flores com raizes tuberosas também ajudam no controle de capins. Raizes profundas (confrei, Tarascum sp, alcachofra) cobrem 0 solo e multiplicam minhocas, produzindo muich e colheita. O solo abaixo da folnagem é macio, frio, com boa drenagem e aberto para a alimeniagao de raizes préximas a superficie. Plantas insetivoras @ pequonas plantas com flores: funcho, anis, Daucus carota, Tanacetum vulgare, cenoura, e flores de Pastinaca sativum — (umbeliferas)- marimbondos predadores, joaninhas e abelhas polinizantes sao atraidos para as plantas do pomar. Na camada herbicea, Nepetea cata funcho, anis, pequenas variedades de margaridas (ou qualquer uma da famitia Compositae), coberturas de solo com flores geralmente atraem marimbondos, abelhas € passaros insetivoros. Plantio para nitrogénio e nutriente - trevos intercalados de tagasaste ou acacias formecem nitrogénio, a0 nivel das raizes. Tagetes sp. plantadas & volta das arvores -omo 0 fazem as Crotalarias Figure 62 Consércio ideaizado para um pomar de raceias. Anvores leguminosas so podadas na altura do poto para mulch; Flores perenes a anvais sjudam no contole de insetos;o capim & elminade com cane! ¢ ers, 17 Tais consércios de plantas sao necessdrios, especialmente, nos primeiros anos de estabelecimento do pomar. Arvores de 10 ou mais anos de idade so bem menos suscetiveis A competicao dos capins e, por consequéncia, os plantios de cobertura sao menos necessarios. Em geral, objetivamos eliminar ou teduzir 0 capim, plantando tantas plantas forais quantas for possivel, para atrair uma variedade de polinizadores, predadores & passaros insetivoros (geralmente, especies de Kniphophia, Fuchsias, Echium fastuosum, Saivia) e para suprir de cobertura o solo. Pilhas de pedras, troncos, valas e buracos, atrairao sapos é lagartixas. Pequenos tanques, por jodo © pomar, reproduzirao anfibios para o insetos nas foihas. ruras-macias, como o Trapaeolum sp. previnem a secagem do solo zm mulch, como 0 fazem as arvores -yenl0s € dos intercalados, bem ia herbacea em geral. ninco: as espécies de pestes, no podem ser reduzidas por uma iacao destas estratégias’ + selogao de variedades resistentes as doengas, para o plantio principal; » plantio de llorais ¢ refligios para predadores, como passaros, sapos, lagartixas, marimbandos € outros ingetos; + intercalado de arvores leguminosas € pequenas arvores, além do plantio principal; + _ redugdo do estresse do pomar pela “remogao do capim @ pela protegéio com ‘quebra-ventos e mulch; + forrageiros no solo, como galinhas, por- cos é, gansos, para limpar frutas dertubadas pelo vento e depositar estarcos, 0, enlao, a coleta cuidadosa dessas frutas caidas, visando 0 processamento ou 0 descarte. POMARES TROPICAIS Uma mistura de arvores leguminosas, frutas, bananas, mamao, Canna edulis, mandioca, batata-doce e confrei pode ser plantada em solos fofos e em canais de irrigagdo (swales) com mulch. Deveria haver espécies grandes plantadas a cada intervalo de 8 a 10 metros (mangas, abacates, jacas) com espécies pequenas (citricos, Cyphomandra betacea, goiaba), intercalados com coqueiros durante o periodo de estabelecimento. Arbustos plantas menores s&o plantados para preencher as lacunas (Figura 6.3) Figue63 04 Ievoanea si aiieg & necessno paw aa Lay ceria da forest de almentog doméstiea pode ser similar 90 “emethamenio” de plantas que ecore om uma esta nati, onde ae platas de vans aus parvPiam a uz e 08 nutientes, Neste ipo de sistema um suprimento| aa estagdo da soca A drea de plantio em votta das drvores. pequenas pode também ser someada com Trapaeolum sp., feiZo lab tab, trevo Haifa, feljao fava, Fagopyrum sp. funcho, anis, lupin, ervilhas, ervithaca ou com qualquer mistura ‘ndo-graminsa disponivel e apropriada aoclima, terreno © Agua Go local. O objelive 6 0 de acarpetar e sombrear o solo completamente, nos primeiros 18 a 20 meses de crescimento. De preferéncia, plantios dénsos dese tipo deveriam ser com mulch em camadas com jornais/papelao e cobertos com capins cortados disponiveis; mais tarde, viriam a folhagem de Canna ediutis, o confrei, a banana, ia e o plantio verde, Ainda mais tarde, viram espécies que gostem de sombra, como 0 café ¢ 0 inhame, que podem ser colocadas em qualquer locei aberto. Turmerico, taioba, gengibre, batata- doce @ mandioca sao plantados abaixo dos sistemas de arvores. € muito methor ocupar um quarto de hectare, completamente, do que espalhar arvores e ervas por uma grande érea. Muito da vegetac&o menor usado para mulch € nutriente, e deveria ser apiicado em massa pare suprimir capim. Quando plantadas em encostas, as Arvores deverdo estar em curva de nivel, com plantios em faixas de Canna sp, vetiver, erva cidreira ou capim elefante, colocades para formar uma borda cruzando a encosta Plantadas nas paredes de agudes, dispersam a dgua e criam armadilhas para o lodo. Por rds dessas paredas sustentaveis, 0 solo & mais profundo e as arvores podem ser plantadas. Colonizando em pastagens ou expandinds os sistemas, utllizamos espagos Umidos, pequenos acudes e canais de infitragéo (swales) para segurar a agua da estagdo chuvosa (Figura 6.4). Em volta, plantamos legumes resistentes como leucena, ingd, Acacia mearnsif e outras acdcias, gliricicias, Cathandta, Céssia, Gmelina, Albizia, Bauhinia, tamarindo etc. Todos eles suportam capins apds 0 segundo ano. Espécies invasoras, como a lantana e © Pennisetum sp. dao uma cobertura precoce excelente © sao, mais tarde, cortadas pilhas de muich de 3 a 6 metros de diametio, nas quais as vinhas, as palmeiras e os legumes Uiteis s&0 bem mais facilmente estabelecidos. Também use espécies de vinhas invasoras vigorosas (chuchu, card, maracujé) para espaihar e cobrir as daninhas de arbusto, que serfio, mals tarde, cortadas como mulch para as arvores. Figura 6.4 Arvores plantadas absizo do canal de infitzacio @ no camila part aprox 149 PEQUENA LISTA DE ESPECIES PARA POMARES E INTERCALADOS SUBTROPICAIS. Organizar um consércio para pomar significa que, em primeiro lugar, tanques, swales, estradas de acesso, trilhas, pocos circulares de mulch e areas de sub-consércios ‘ou aberluras naturais 50 desenvolvidas e conactadas para infitrar agua e suprir uma boa drenagem na estacao chuvosa (montes para abacales e citricos, bancos e pequenos monies para card e abacayi). Tubos e tomeiras sao pastas para 0s dois ou trés primeiros anos essenciais de isrigagao das arvores jovens durante a estacao seca. E muito mais facil colacar estes elementos permanentes no principio do que trabainar em volta das plantas mais tarde. As areas de sub-consércios sao melhor mantidas pequenas (300 a 400 m2) e “pordejadas” com espécies perenes baixas como capim cidreira @ confrei (cortado sazonaimante para mulch) ou com swales. Plantas maiores (pioneiras, arvores grandes, legumes quebra ventos) podem ser plantados por tudo, bem espagadas e mais tarde, cada bioco € plantado completamente e adicionado mulch, um pequeno bloco de cada vez. ‘Quebra ventos principais: Grevillea robusta, casuarinas, Pongamia pinata, Sesbania esp., Prosopis esp., bambu de touceira, fazem um quebra vento denso quando plantados e adicionados uma linha ou arco de mulch. Quebra ventos internos: Gliricidia, Tipuana tipu, @ acacia plantados como arvores individuais as quais poderao ser eventuiaimente corladas e utilizadas como mulch. Plantas pioneiras: Usualmente jé existenies no local, @ uteis como sombra, mulch e methoramento do solo, ‘ex. lantana, tabaco selvagem, macaranga, acécias. Legumes: Albizia esp. E Acdcia esp. (A. fimbriata, A auriculiformis, A longifolia}, teucena, Ingé, Crotalaria, Cassia muitjuga esp. Arvores grande: noz pecan, abacate, lichia Macadamia, manga, jaca, Arvores médias: sapotis branco e preto, graviola, oliveira, figos, rambutéo, néspera, carambola, amora, caqui 150 Pequenas arvores: Tamarilo (cyphomandra), citricos, feijoa, café, mamao, banana, jabuticaba, pequenas goiabeiras, rosela (Hibiscus sabdariffa), maga rosa, pitanga. Palmeiras: Damasco, coqueiro, butid, palmeiras altas adaptadas em geral. Vinhas em treligas: Estas podem ser colocadas entre Zona | ¢ 11, dentro ea volta do pomar nos primeiros anos. Maraculé preto ¢ amarelo (5 ou 6 variedades boas), chuchu, uvas (existem espécies adaptadas aos trépicos), noz de ostra (uma cucurbita vigorosa produzindo uma castanha, produzida extensivamente no sul da Africa), quivi, lufa, uma variedade de feijao e cabagas. Tubérculos @ coberturas de solo: batata doce (cobertura viva permanente, pode ser colhida a cada 3 anos se necessario), turmerico (Curcuma domestica), gengibre, Cardamao (Elletaria cardamomum), Canna edulis , Chilecaiote (uma trepadeira ‘perene, deve sér retirada das érvores ocasionalmente), envilhaca (Cajanus cajan), abacaxi, confrel, capim cidreira. Areas alagadicas: Castanha d'4gua chinesa, inhame, Sagitfaria, lotus, lirios, Melaleuca. Bananas se dao melhor em saidas de agua cinza. Nos tropicos e subtrépicos, os nutrientes sao reciclados pela vegetagao, nao pelo solo, poristo a énfase em plantios densos @ empilhamento da vegetacao em andares. Se 0 piantios se tornam densos demais (2 medida que arvores maiores amaduregam), simpiesmente corte @ use como mulch, ou transfira para outro local. O pomar, especialmente nos primeiros cinco anos, é um componente dinamico do sistema, e em constante mudanga. Os elementos dos andares mais baixos podem ser divididos em bulbos, estacas, divisdes e assim por diante. As demandas de agua so maiores ‘nos primeiros anos; todavia, quase todas as especies mencionadas’ acima estao dormentes ou em crescimento lento no invemo, a estacéo seca dos trépicos. Irrigagdo pode ser necessdria nos poucos meses antecedentes as chuvas de veréo embora um pomar completo com mulch e sombreado no necessitara tanta agua como um de solo nu. Depois de 2 ou trés anos de culturas de arvores leguminosas, havera uma grande meihoria nos Solos; $ a 7 anos, uma copa alta e fina de palmeiras, bem como de leguminosas finas ou leguminosas caducifclias de estagdio imida (ex. acdcia aibida) iré permitir uma assembiéia complexa de vinhas, arbustos, drvores em falxas, Ervilhaca, cau pi (Vigna sinensis), rabanate daicon, trevo e alfafa podem ser espalhados em areas de soio perturbado, & volta de mudas de drvores, para afotar e criar solos htimicos (organicos). Espécies que crasgam em estacas (aigumas amoras e espécies locais) podem ser colocadas na borda dos plantios de consércio, para serem rapidamente propagadas, depois de alguns anos, pelo corte. POMARES DE TERRAS SECAS Qualquer area de tesa seca podera ‘suportar arvores frutiferas e nozes, se existir um suprimento adequado de agua. Arvores normalmente utilizadas em terra seca incluem paimelra damasco, jujuba (Ziziphus jujuba), carvalho cortica, pistacio, ameixa, cedro branco, tamarisco (Tamarix apeiala), castanha, Gleditsia sp., Ceratonia sp., Tagasaste sp., Mesquita sp., ¢ Patilownia sp, com estacas de uvas, figos © amoras. Outras plantas que suportam as condigdes secas sao: abricd, améndoa, roma, oliveira © cactos (Opuntia sp.). Estes, representam uma variedade de frutas, nozes, legumies fixadores de sirogénio € outras espécies uteis (Figura 65). Devido a falta de agua na terra seca, as plantas nao esto téo préximas quanto nos, trépicos Gmidos e, na verdade, os porsares imitam normaimente as estruturas ‘encontradas em terras secas naturais, onde as plantas esto espacadas de forma a nao competirem pela égua e pelos nutrientes. Todas as arvores importantes deveriam ter mulch @ irrigagao por gotejo. Em desertos pedregosos ou encostas secas, onde pedras estao disponiveis na ‘superficie, estas faréio um mulch permanente volta das drvores. Nas llhas Candirias, rochas vulcanicas sao usadas livremente nos pomares como mulch de pedra. Pedras beneficiam as planta: + protegende as raizes do calor intenso; * libarando para o solo, 4 noite, 0 calor acumulado durante o dia; * evitando que animais denifiquem as raizes; evitando que o vento exponha as raizes; * _ servindo de abrigo para minhocas e Pequenos organismas do solo; ‘causando a condensagéo de dgua nas suas superticies, em noites muito frias. Figura 65 Palmeiras podom sor usadas ooma sombra alta sobre oultas drvoros © plans, Is} Cobar mation Protege fine Much Molen depose Gurr vent F. Protest ele D 1 Sombra ho ge Gass Testa eign porate Lege de mentmaien te raungbe de agua lnteeia de Iegume (ques ynt, ated, Figura 6.6. GSTARELECIMENTO DE ARVORES NOS DESERTOS: (A) O plano pertaio" ¢ c2rcado, sorbent, com mulch. @ ‘Som iigaeao por gate para umedacor um meio de protundisade no solo (B) Bacias Foxtadas com barra so 213 ho Euito para Sevres valovas, preverince o clapso da asia. A estratégia melhor de plantio de + plante arvores arbustos juntos, em um Arvores em terras secas 6 a de plantar as cons6rcio, nao to perto, de forma que no bordas dos swales. A agua do telhado da casa passem a competi; € go tluxo superficial acumula-se nos swales, os quais a filtram lentamente para a terra. O + instale irrigagdo por gotejo para cada excesso das estradas e de cursos d'agua arvore; pode ser levado até swales plantados com + irrigue o solo profunda e fentamente, érvotes para grande beneticio. encorajando as raizes a enterrarem-se mais fundo, até encontrarem sua prépria A seguir, uma lista para 0 plantio de agua; arvores valiosas em terras secas: mantenha a égua a volta da arvore fa-zendo ‘one espécies adaptadas a 4rea; se uma pequena bacia, forrando com jornal as forem nativas, dé preferéncia as colocando palha € pedras em cima, para sementes locais; : a penetragao lenta da umidade: « plante mudas avangadas e garanta «- suprimia todos os capins a volta das arvores methores taxas de sobrevivéncia; com mulch, pare que plantas adequadas . possam crescer no mulch: * plante na época das chuvas para garan- tir Agua suficiente para a drvore; 152 © proteja a drvore da queimadura de sol 6 da agao do vento e dos animais, criando espagos de sombra, com o plantio de quabra-venios ou protegao com cercas (Figura 6.6) Plantando em morros O padrao de piantio ‘rede e bacia’ da Figura 6.7 6 um controls de erosao eficients em areas com excesso de pastagem, erosio, mines ou terraplanagem. Se pneus estiverem disponiveis, as "bacias" podem ser feitas com eles, desde que cheios de mulch com os drenos divergentes direcionados acima do nivel. Se troncos astiverem disponiveis, sero estaqueados zando a encosta, em um grau minimo para baixo @ de forma que a agua flua em Ziguezague pela face da erosdo e seja absorvida pelo solo. Até mesmo pequenos troncos e galhos, presos contra os canais de srosao, irao fazer uma camada de lodo @ detritos, ao lado dos quais tagasaste, acécia @ quaiquer outra com raizes fibrosas e esistentes poderdo ser plantados. Agirao, ‘entao, como um colstor de iodo permanente. Mulch, atras de troncos @ barreiras, rapidamente estabiliza a area para o plantio. —m encostas muito Inclinadas, existe poucos racursos além de plantar bambu @ pioneiras @ fazer plantios de castanha, acacia, Ceratonia sp, Oliveira ou outras espécies grandes, que i180 propagar suas sementes pata baixo, com o tempo. Plantio em corredores Embora pomares caseiros devain estar perto da casa e de uma fonte de dgua, ouiro método para estabelecer sistemas de Arvores em ferras secas ¢ 0 de abandonar o design restrito de zonas e setores, nas Zonas iVaté IV, e adotar uma estratégia mais flexivel de desenvolvimento de corredores. Estes seguem os vales ou cursos d'égua intermitentes para aproveitarem-se da sombra da agua e da acumulagao de mulch. Assim, a pattir da Zona Ile pata fora, plantamos nossas fivores ao longo de corredores de fluxo desenvelvidos pelos sistemas aqua plantando arvores resistentes ao longo das bortias @ das bases de riachos, bem come na somibra dos vaies. Palmeiras e damascos, em particular, gostam dos bancos arenosos dessas bases. ‘Observando a forma com a qual as plantas jé crescem na natureza, podemos posicionar novas plantas com muito mais SUCeSSO, que tentando trazer a agua até elas, em terras secas. Areas de rocha nua agem como superficies de coleta para concentrar ‘Agua nos solos. Encontrando esses sitios, que S80, naluralmente, Gmidos ou ricos em nutrientes, podemos plantar améndoas, oliveiras, citricos, castanhas, bambu, amoras, figos ¢ damascos em areas préptias. 'sso nos da menos trabalho de que plantar uma “floresta’ em um sitio plano, pois as arvores crescem mais onde jé esto adaptades. Existem varios métodos de grande escala para o estabelecimento de arvores em terras secas, Mudas de arvores de um viveiro sdo levadas para fora, durante a estagdo da chuva, com minimo preparo e manutencéo {exceto 0 mulch de pediras), para ver quais as espécies gue irdo crescer, mesmo negligenciadas, em regides aridas. Essa estralégia funcionaré meihor se a area for carcada para manter, fora de seus limites, os animais com patas de casco e outros forrageiros. Outro método ¢ 0 de peletizar as sementes com jama, usando um moedor de carne velho, sem as iminas, e uma mistura Umida de barro, fostato de pedra, uréia sementes. A mistura é passada no moedor, sacudida em forma peletizada, eas sementes so entdg cuidadosamente enterradas, a espera da chuva. © barro evita que os passaros as formigas comam a semente. Existom muitas formas de colocar Arvores em Areas secas e com chance de crescer. Em vales rochosos, a volta de ctipulas de rocha, em canais arenosos entre as pedras, em encostas secas e rochosas, nos bancos dos riachos e bases de cheia, as, arvores podem ser plantadas com sucesso. Figura 6.7. PLANO DE PLANTIO PARA ENCOSTAS ARIDAS. (Arvores de crista: fobs afladas ou estas para solos rasce) ex casuaina, pinhas, alia, acdc, (B) Arvores conhecidas pela resisténcia a seca, ex ‘edcias. (C) No meio da encosta, com soles mais profundos, parmite a intodupdo de eens, ge, pit figos, cstantas, somas, ios, (0} so los mais protundes cam algun humus pormitem amoras eefticos, O objetivo do design em grande escala para um semi-arido sustentavel é atingir os. seguintes lins: 4 excluir, do plantio ou pomar, animais for- rageiros de grande porte, plantando sebes espinhentas e nao-comestiveis; diversificar as bordas com madeiras Uleis, arvores forrageiras ¢ arbustos baixos, Uteis para abrigar péssaros © ingvlos pradadores e garantir um local para cucurbilas @ outras vinhas produtivas, feljoes e frutas; 3 excluir ventos dessecantes: (a) quebra- ventos principais (5 a 8 arvores de largura a cada 50 a 100 metros); (b) um quebra~ vento interno de leguminasas (a cada 30 metros, aproximadamente); (c) uma terceira faixa de plantio mais alto, intercalada as duas anteriores (a cada 2.a 10 metios}, ou faixas mais largas (a eada 5.a 10 metros) ‘Moldar 0 terreno para colher todo o fluxo superficial das chuvas @ absorver a Agua no ola. Esses sistemas necessitam ter uma ‘acidade de conter 10 a 30 cm de chuva coniinua, e de absorver essa quantidade entre 2. 40 horas. 1580 pode ser feito com swales, Go 0 Solo, campos, trajetos de cheia uurados @ terragas em encosias. pertu 154 6.2 FLORESTAS ESTRUTURAIS Em décadas recentes, os produtores iniciaram o desenvolvimento de sistemas florestais em fazendas, os quais tém sofrido uma mudanga de plantio anual para uma cultura mista de capins anuzis (ou lavouras) @ rvores. As principais razdes dessa mudanga estao: * na conclusao de que drvores garantem forragem para 0 gado e a vida silvestre em ‘tempos dificeis, e a de que elas equilibram as condigdes extremas de calor é frio; + na preocupagao com a erosio do solo em encostas ingremes e nos bancos dos cursos d'agua. Arvores também rebaixam 0 lengol freatico e, assim, previnem a salinizag&o dos solos; * -nanecessidade de diversificar os produtos da fazenda ¢ enfrentar as mudangas de prego. A diversificagao precoce pode ‘ocorrer com a produgéo de mel e pélen, com diversificacao posterior para uma variedade de produtos vegelais e animals (frutas, nozes e vinhas); + na necessidade de ter uma fonte local de lenha e materiais de construgao; + na preocupagao com as dreas de reftigio para a vida silvestre, especialmente com 08 passaros, importantes no controle de pesies. A Maxime nomete de érvoresiéven, Tronoos altos. Oma ‘madeira, pouca fra Figua6.a. ESTRATEGIAS DE MANEJO PARA FLORESTAS:8 ‘resta sbenta: numero minimo de vores por Unda 2728, Dossel dense, mas alguns planes infenores s80 poss= 5. Balza qualidade da madeira. C. oresia de tipo A mans Jnaa para ciler aberturas: 0 corte produz postes. As anvores Femanescertes produzem boa megais. O das ‘ite plants mais baie, iSvima area de supe por snore Os projetos de agroflorestas podem varias, dependendo do maquinério ou da mao- de-obra disponivel, caracteristicas do terreno € prioridades ou objetivos da fazenda. Alguns sistemas serao enunciados, a seguit. PLANTIO DE MADEIRA EM PASTAGEM Arvores selecionadas de alto valor sao espagadas amplamente, em linhas, para permitir um bom desenvolvimento da pastagem entre elas. Preferivelmente, as finhas das drvores sero em curvas de nivel. Animais $6 serao permitidos no local quando as arvores estiverem resistentes (a época depende, geralmente, das espécies plantadas); antes disso, 0 pasto 6 colhido para armazenamento. Culluras podem ser introduzidas, ou a area ser coberta com plantio continuo, para aumentar a fertiidade. Alguns sistemas bem-sucedidos de pastagem-madeira incluem Jugians nigra, pinhos (Pinus pinaster, P caribaea, P. elliott), Populus sp, Paulownia, Grevillea robusta, Calltris columetiaris. Aiguns destes poderao demandar aigum manejo (corte dos galhos mais baixos) para produzir madeira de valor. PRODUCAO DE LENHA Alenha é produzida em nés de pinhos, galhos caidos, corte, manejo da fioresta ou Arvores pionelras, cortadas no final de sua vida util, A medida em que a floresta amadurece, no entanto, esses tipos de madeira se tomam mais escassos, quando, entao, 0 sistema devera ser expandido pelo plantio frequiente, visando uma produgae permanente. Arvoredos so, freqdentemente, plantados em fazendas para garantir uma Produgao continua de lenha, Eles tém, geralmente, uma rotacao de 2 a 7 anos (com © corte anual de % a 1/7 ). Dependendo da rvore, a lenha pods ser cortada como poda ou corte final, em troncos de 4 a 10 cm de didmetro. Na maioria dos casos, espécies para lenha s&o escolhidas pela habilidade de rebrotar @ partir do tronco e pelo bom valor combustivel. Alguns eucaliptos e acdcias tém essa habilidade. POSTES Postes (moirdes) sao importantes como cercas e para a construgao da.casa e da mobilia. Madeiras duraveis para o uso extern sao: castanha, acdcia framboesa (Acacia acuminata), Maclura pomifera, Gleditsia sp ou Robinia sp, cedros em geral & os eucaliptos, conhecidos pela resisténcia ao apodrecimento. Postes menos durdveis s40 usados internamente na mobilia e como andaimes ou formas de construcdo. MADEIRAS FINAS DE LONGO PRAZO Uma drea da fazenda pode ser reservada para 0 crescimento de madeiras de longo prazo, como Juglans nigra, Pterocarpus indicus, Tectona grandis, Cedrus sp., Acacia melancxyion, carvalho, Sequoia sempivirens e qualquer madeira valiosa local. Embora possam ser plantadas em terras menos ites, para o lazendeiro, elas precisam ser manejacas para poderem manter os troncos, eretos. A Figura 6.8 mostra exemplos diterentes de florestas em relagao a diferentes, espacamentos, espécies e manejo. Algumas arvores muito valiosas, como a Juglans nigra, produzem drvores jovens para tes, podem ser vendidas como estoque enxerto @, na maturidade, permitem ao produtar uma fonte altemative de renda, Madeiras podem ser intercaladas com espécies de crescimento répido e uso maltipio. Robinia pseudoacacia, por exemplo, € uma arvore pioneira e uma construtora de solo. A madeira duravel crescera a uma altura de poste entre 6 e 10 anos, podendo ser podada para ienha. Por ultimo, garante forragem para galinhas. © bambu é outra madeira que tem iniimeros usos domésticos. Embora de ‘cumento lento, touseiras grandes podem 1 quebsadas e propagadas para & produgao Especies de bambu cressem desde (oes temperadas até os trépicos, com especies tropicais @ subtropicais de tamanho " 1 serem utilizadas como 156 andaimes, mobilia, calhas @ reforgo em conereto. Brotos de bambu so, também, comidos, ¢ suas pequenas folhas utlizadas como mulch no jardim. Deve-se tomar cuidado, todavia, com as situagdes onde 0 bambu pode espaihar-se e deslocar a vegetagao nativa importante, particularmente ao longo de cursos d'égua. E melhor utilizar uni'bambu de touceira, de preferéncia a um corredigo, BORDAS Cinturdes de protegéo, bordas e barreiras animais so sistemas de florestas que tém formas especiais, como quebra- venlos & volla da casa ou do sitio ¢ abrigos contra 0 calor e 0 frio, para os anim: Espécies de bordas e quebra-ventos s40 escolhidas pela produgéo de frutas e nozes, forragem, mel, alimentacdo silvestre, mulch e lenha (a0 mesmo tempo), Diferentes de outros tipos de florestas, as bordas e os quebra-ventos podem conter limeras espécies, pois suas arvores no S40 cortadas para a produo&o: so 0s frutos € as nozes que s&o selecionados e colhidos. Bordas de protecao feitas de plantas espinhentas, n&o-comestivels ou impenetréveis, mantém a maioria dos animais fora dos jardins e plantios. Veja, no capttulo 2, um comentario completo sobre quebra: ventos e bordas, Para construir uma floresta mista, os precursores essenciais sao as espécies pioneiras. Estas sao de crescimento rapido, drvores laguminosas que constrdem solo garantem mulch e abrigo para as drvares de crescimento mais lento. Dependendo das espécies selecionadas, elas também garantem néctar para as abelhas e sementes para as galinhas, com sous galhos sendo cortados para lenha, Arvores sao estabelecidas em grupos (elimentadas por varios pontos de gotejo, se hecessério), pois isso Ines permite se abrigar @ espalhar sementes. Plantios individuais tendem a ficar ignorados e, freqientemente, acabam secando, podados pelo vento e sufocados por capins em competigao. Arbustos mais baixos sao uma parte importante do sistema de florestas, pois ajudam a estabelecer__condigdes microcliméticas @ na supresséo de capins. ‘Arbustos leguminosos enriquecem 0 solo 6 S30 necessarios em um sistema de corte. Todo sistema de florestas deverd ser projetado como um sistema de varios andares; e as piantas, escolhidas para produzirem varios, produtos. Os produtos das fiorastas, além da madeira, so mulch, cogumelos (shiitake), mel, rernédios de ervas e dleos. FLORESTA NATURAL Em qualquer floresta, devemos reservar uma érea que n&o sera manejada, deixada em seu estado natural para habitat e forage da vida silvestre, bem como para a protecdo de encostas fragels contra a erosao. Essas dreas protegidas seréo muito bonitas, lugares tranguilos € de valor intrinseco, onde poderemos contempiar a natureza e aprender bre nés mesmos, no mundo netural Aqueles de voc: icaram a 56s na floresta por um longo periodo de tempo - mais de cinco semanas -, sabem que podemos perder totalmente nossa identidade ‘como ser humano. Vocé nao se distingue das arvores, dos animais ou de qualquer outro ser Vivo, no meio da florasta. Todos os povos aborigines, 08 povos tribais, necessitam passar por um periodo assim, ent seu proprio ambiente, apés o qual eles jamais se perceberao separados da natureza (eu aqui, a arvore la}. Vocé se torna uma parte de toda a vida. Florestas tropicais sAo de grande diversidade e de grande importancia na satide ea manuteng3o da atmosfera global. Um grave erro €se assentar permanentemente em tais florestas © desmatar parte deles (como acontace hoje em dia na Sumatra e no Brasil). Muito methor é fazer dreas ja assenladas forarem-se mais produtivas, e controlar 0 aumento da populagao. A protegao @ 0 crescimento de florestasremanescentes sdo uma preocupagao global e individual. Florestas so, 137 os maiores recursos da Terra; valorize-as por seus muitos remédios, agua limpa, ar respirdvel e materiais para o nosso futuro; seu mel, diversidade de espécies, borracha, frutos € Nozes que podem ser coletados somente de Arvores vivas. 6.3 SISTEMAS DE PLANTIO DE GRAOS E LEGUMES: As segdes a seguir contém exemplos de um sistema temperado e de um tropical de plantio de gros. Estes podem ser tao pequenos ou tao grandes quanto desejarmos colocados nas Zonas Il ou Ill, de acorde com © tlamanho e © acesso. PLANTIO DE GRAOS PARA REGIOES. TEMPERADAS ESTILO FUKUOKA Até 0 momento em que Ii o livro de Masanobu Fukuoka, The One Straw Revolution, acreditava nao haver uma base satisiatéria para a inclusdo de gras e legumes como plantio principal na Permacultura. Depois de lé-1o, verifiquei que 0 estilo Fukuoka resolveu os problemas da cultura de gros sem escavar. © estilo Fukuoka combina a rotagao usual de legumes/graos/raiz/_plantio/ pastagem/descanso/legume em um tnico plantio misto, de graoflegumne. A idéia é a de ‘semear o proximo plantio dentro da cultura que esté amadurecendo. O sistema utiliza 0 principio de mutch continuo (com trevo), além do plantio dupio, uliizando graos de inverno & primavera semeados. Isso toma possivel o uso de pequenas areas (200 m2 ou menos) para suprir as necessidades de graos de uma familia Se 0 arroz é para ser plantado, a area deverd estar nivelada ou em terragos, com um pequeno banco (retantor de agua) construido em volta do local, de forma que 5 om de agua possam permanecer no solo, durante o verAo. Apés o nivelamento, cal (ou dolomita) 6 espalhado, o local é inigado e preparado para © plantio de owtono (Figura 6.9). 4 Outen, rogade (A) atade form © mulch (B.C). Adicionado esterc plantados arroz, centeio © tevo branco. Figura 69) Esquoma de uma produgio de eros o lngumes som o arad. No outono, a semente é espalhada forma: Sitio 1: Arroz, trevo branco, centeio Shtio 2: Arroz, trevo braneo,-cevada Sitio 3: Arroz, trevo branco, Pennisetum Sitio 4: Arroz, trevo branco, trigo/inverno Sitio 5: Arroz, srevo branco, aveia O arroz permanece até a primavera; ovtras culturas germinam logo apés a semeadura. Cedo outono - Uma camada fina de esterco de qalinha é espathada sobre a area, Use trevo 1 kg/ha, centeio e outros gr0s a 7 - 16 kg/ ha, @arroz.a 6-11 kg/ha. Utilize trevo inoculado, 158 se for 0 primeiro plantio. A semente pode ser espalhada primeiro e, enlao, coberta para se proteger dos passaros. Como altemativa, as sementes de gro podem ser misturadas com barro, passadas por uma tela metalica, formatadas em pequenas bolas ou umedecidas e sacudidas em uma bandeja de p6.de argila, num processo de peletizagao. No segundo ano, centeio e trevo sdo semneados dentro do arroz maduro A época. Meio outono - O arroz do ano passado é colhido, a colheita 6 seca om prateleiras por 2 a 3 semanas e, enldo, o arroz descascad Toda a palha do arroz e todas as cascas sao devolvidas a0 campo. Arroz com casca 6, agora, ressemeado dentro de um més da colheita ¢ logo antes da palha devolvida. Inverno — Um pastoreio eve das culturas de inverno com patos ajuda no ajuste das plantas e adiciona esterco. Confira e semeie qualquer area “rala’, assim que possive!. Quando a cultura atingir mais ou menos 15cm, em tomo de 100 patos (marrecos) por hectare irao reduzir as pestes ¢ adicionar esterco. Campos (para o arroz) sao mantidos drenados durante esse periodo. Primavera - Confira se 0 arroz esta crescendo e semeie os locais onde se fizer necessario. Primavera tardia - Centeio, covada etc. so colhidos € secos por 7 a 10 dias. O arroz 6 pisado, se recupera. Quando outros gros so descascados, a palha e as cascas séo devolvidas aos campos, movendo cada tipo do palha para sitios diferentes: Sitio 1: Aveia Sitio 2: Centeio Sitio3:Cevada Sitio 4: Pennisetum Sitio 5: Trigo Cedo vero - S6 o arroz permanece. Ervas daninhes de vero podem brotar e serao enfraquecidas pelo alagamento por7 a 10 dias, aié que 0 trevo esteja amarelo, e n&o morio. O arroz cresce até a colheita, Verdc - O campo é mantido a 50 - 80% de saturagao sob 0 arroz, enquanto as sementes dos outros graos sdo preparadas para a semeadura cedo no outono. O ciclo, eniao, continua como antes, utilizando agora ‘a pala do plantio como mulch, Cada pessoa deve evoluir em suas préprias técnicas e misturas de espécies, sabendo que, uma vez que um ciclo esieja aperieigoado, nao haveré mais cultivo, ¢ que o mulch de paiha € 0 Unico controle de daninhas. A drea dos bancos em volta sera plantada com Coprosma, confrei, citricos, amoras, cidreira, tagasaste ¢ pampas, entre outras plantas de abrigo controladoras de 159 daninhas. Coloca-se mulch com serragem dentro dessas bordas, para prevenir a invasao_ de daninhas dos bancos dos sitios vizinhos, Onde um campo alagado nfo for possivel, arroz de terra seca ou outras espécies de gréios podem ser usados, com a irrigago por jatos substituindo 0 alagamento de verao. Em areas de mongdo, a chuva de verao dave ser suficiente. Onde 0 arroz néo possa ser plantado (éreas muito frias), outros graos poderao ser desenvolvidos (trigo Primavera ou mitho semeado cedo na primavera, por exemplo, com aveia, cevada ‘ui trigo como plantio de inverno). Outros legumes podem, — também, ser experimentados, Outros sistemas titeis e dados sfio mencionados em No-Tillage Farming de Phillips e Young, Reiman Associates, Wisconsin, 1973 {infelizmente, um livro orientado para o uso de maquinas pesadas 6 borrifo quimico). Centeio e trigo sao espalhados em lavouras de soja quando as folhas desta tikima comegam a cair -as folhas caidas escondem a semente dos passaros. ‘Sementes de soja (ou de outros legumes) so espalhadas em restolhos de aveia, cevada, trigo ou centeio, como também Lespedeze sp., que 6 colhida no outono, Ervithaca é plantada @pés 0 miiho e as ervilhas sdo seguidas pelo milho. Outros plantios apropriados a0 “no- tillage” (sem arado) so pepinos, melancias, tomates, algodao, tabaco, beterraba, Pimento, girassol e Vicia sp. O livro de Fukuoka nos da muito mais dados sobre a jardinagem sem arado para verduras ¢ frutas, Para as trés culturas ele usou. 12 acacias (acécia prateada, por exemplo) por hectare, no lugar da trevo. Este ciclo tem sido ‘mantido por sie por 35 anos, e seus solos tm enriquecido sem a ajuda de fertiizantes além dos estercos de galinhas e patos, nenhum bortifo nem herbicidas. 2 PLANNI@ EM ALEIAS: (1) S80 os rile tes (3) © clea © copat CNICAS PARA © PLANTIO EM AVENIDAS EM TROPICOS DE MONCAO Plantio em avenidas € a cultura entre faixas de arvores lequminosas frequentemente podadas, como a leucena @ as gliricidias, Lilizando-se os gathos € folhas destas como fertiizante mulch para as culturas. A medida en que as camadas de mulch se decompéem, elas contribuem com nutrientes valiosos para © solo ¢ come alimentagao para 19a. Uma ares de plantio principal de arroz, semente de mostarda, inhame, trigo, milho, pode ser piantada em faixas de 2 entre as foixas de legumes, as repetidamente cortadas até 0,3 metros, brotar novamente. Plantios de inverno 260} S40: mostarda, trigo, mulch de 15, pennisatum sp. Plantios de estagao chuvosa sao: milho, aroz, inhame, feijdes. lantios Semicomerciais $40: gengibre, co, abacaxi, meldes e cabagas sntxdos a avoura @ 25 divoros 20 mesma tempo, (2) Os gubios so. pra Tena, quando afavonna 6 gold podem comcaar a lavoura, a que om alguns cases, & dosejivl vanes podem st cota alr do peo ps (porongos). Para reduzir os riscos de doengas do solo, planeje a rotagao de canteiros de forma que o mesmo plantio nao se repita em determinado local por um periodo de 5 anos. © solo é preparado escavando e construindo bancos em curvas de nivel. As deficiéncias s4o corrigidas neste momento, com farinha de osso e sangue adicionada, ea rea é coberta com mulch. Ambos os plantios sf introduzidos coro mostrade na Figura 6.10. No Instituto Internacional de Agricultura ‘Tropical (IITA) na Nigéria, estudos mostram que Leucaena leucocephala ¢ Gliricidia sepium podem ser cortadas cinco vezes por ano por sete anos antes que tenham que ser substituidas. Dependendo das necessidades, a @ssas bordas pode ser permitido crescer {deixando descansar a area de plantio, ou plantando espécies tolerantes da sombra, como © abacaxi) para produzir forragem durante a estagao seca. O plantio dessas, bordas com capins como Panicum maximum e Pennisetum purpureum permite 0 suplemento da alimentagéo de ovelhas @ cabras. Algumas fileiras podem crescer até um tamanho de uso como Iénha, util em paises onde a ienha é necesséria para a cozinha. A idéia de piantio por avenidas (aléias) no deveria ser limitada aos tépicos (embora seja mais adequada para aquela aiima, devido: a umidade e ao calor que produzem vigor acentuado). Sistemas de corte-e-mulch ou corte-e-alimento tém sido desenvolvidos para ciimas temperados e incluem tagasaste, Populus @ Salix, SISTEMAS __TRADICIONAIS OE INTERCALAGAO PARA AREAS SECAS DE MONGAO | Deccan é uma regio érida no sul da india onde muitos pequenos produtores planejam plantios de campo com métodos tradicionals, utiizando sementes nao hibridas. ‘Os pequenos campos tradicionais da Deccan formam um consércio com as arvores © aS sebes, as quais suprem mel, nitrogénio (legumes), frutas e nozes, @ consisiem dos seguintes grupos crescendo juntos: Plantic principal: geralmente um cereal, leguminosa, tubérculo ou raiz como: sorgo, Pennisetum, milho, arroz, trigo, aveia, cevada, centeio, batata, mandioca, batata-doce, agairao, gengibre, grao-de-bico, ervilhaca, feijdo Legumes: arvores, arbusios ou vinhas que provéem de nitrogénio e himus os solos, formecem micronutrientes das. folhas (decomposigio}, proporcionan a pradugito de mel ¢ refugic para predadores. As arvores S20 Prosopis esp.. Acacia, Sesbania, Cassia, Gliicidia, Pongamia. Legumes menores feijoes, caupi, ervithaca, vicia, trevos. Arvores, permanentes, plantadas entre 35 a 50 por hectare, permanecem nos campos todo 0 ano. 61 Flores: Geralmente ervas Umbeliferas (anis, funcho, coentro etc.) e Compositae (girassol, Cartamus tinctorius, tagetes). SA0 também Liteis muitos dos plantios de sementes para Gleos come gergelim e mostarda. Fumegantes e nematicidas para o solo: Tagetes, mulch e raizes de gergelim, Trapaelolum majus, muitas espécies de Crotalaria, plantas de feij&o castor, raizes de tamarindo e graviola ete. Tais consércios séo_raramente atacados por insetos. plantio que seja ocasionalmente atacado peadamente pode ser deixado para atrair e permitira reprodugao dos prodadores; no entanto, a perda de um plantio representa pouca perda no total da produgao. Todes os produtores sabem desta perda ocasional devido a efeitos sazonais, © também sabem das estagdes especiais com uma produgao pesada. Bordas, juntamente com areas pioneiras, beiras de estrada, tanques, espacos cheios de rochas, pilhas de madeira velha, buracos cheios de mulch e troncos caidos abrigam muitas espécies de predadores como antibios, passaros, lagarlixas, cigarras etc. os quais ajudam na erracicagao de pestes. Intercatages comuns em Deccan Um padrao comum de plantio de arvores 6 0 de sorgo, cau pi e ervill piantado em avenidas distantes 2 metros. O sorgo é colhido primero, @ as hastes secas Zio armazenadas para forragem. A ervilhaca é colhida em outubro e novembro @ pode ser podada, se for perene: 0s topos S80 adicionados 4s avenidas, com paiha de sorgo @ vinhas de caupi, Girasso} é plantado nas bordas do campo. & possivel semear aveia ou trio como um plantio de inverno entre as idas de ervithaca, criando, assim, urna sorqiténcia de4 plantins, a quat poderia ser fei 560 anilio substluisse 0 SOryO. Um espaihamento randémico de plantio contém coentro, celosia, Carthamus & Trigonella tonumgraecum, Carreiras de linho (Linum sp.) podem ser plantadas nesta cultura, juntamente com gergelim preto, Ocasionalmente anis ou funcho Figura 6.11 so adicionados. Um piantio assim fica cheio de flores @ insetos no meio de novembro. Celosia é mais uma daninha, cothida para forragem de bufalo, 6 a erva dominante em campos abandonados neste periodo. Feijéo mungo pode também ser cothido no final de outubro inicio de novernbro. Outra mistura de plantio 6 a cana de agar com a Sesbania dominante, e um primeiro andar de acaftao. Aqui, a cana 6 0 plantio principal irrigado. Em outubro a cana é amarrada para permitir mais luz para o acatrfo, ou a cada 3 anos ela é cortada, e a ‘Sesbania é deixada no campo ou cortada para postes ou forragens. Uma variag&o ocorre onde o agafréo é o plantio principal, e a ‘Sesbania é espalhaca com plantas de dleo de ‘icin (Ricinus communis) por todo 0 campo, de forma que pareca uma savana baixa, Mosaicos fronteirigos de girassol, ricino, taixas de milno ou Sesbania bispinasa podem abrigar pequenos plantios. Bordas de 30 a 50 metros fornecem muita produgao € ajudam o piantio principal. As Figuras 6.11 e 6.13 ilustram os campos com bordas, quebra~ ventos, plantios em avenidas e ‘swales” Geometria dos plantios em areas ce mengao As formas nas quais os solos sia moldades em bancos para evitar o escorrimento da agua e a erosdo subseqilente 162 LLevoura com érioves leguminoses, canals de infitragao, carcas vivas © quebra ventos so importantes em sistemas agriculturais tropicais e subtropicais. Muitos produtores nas encostas utiizam terragos, “swales", canais e bancos, enquanto que produtores de terras planas (menos que 3% de inclinag&o) podem adotar plantios simples de sementes mistas. Alguns dos principais métodos geométricos de plantio de campos policuiturais so dados na Figura 6.12. Os solos sao freqientemente elevados em bancos (até 20 om de altura nas paredes), em padrées de losangos chamados campos de “ferro de wafle", nos quais cada Josango mede em tomo de 2x3 a 3x4 metros, de forma que, em periodos de chuva, nenhumn escorrimento ocorra. Até mesmo uma chuva fora de estacéo ou chuva de inverno pode proporcionar a produgao de verduras € Pennisetum com a utilizagao deste método de configuracao do terreno, Obviamente, todos estes sistemas podem ser combinados. Linho e gitassol, em faixas, podem estar entre avenidas de ervilhaca com espagos de 2 a 3 metros, e nestes podem ser plantadas algumas drvores leguminosas grandes, ou outras drvores, em torno de 40 por hectare. Algumas faixas sio plantadas de forma alealdria, com até 5 espécies ou mais, e “daninhas encorajadas” como Chenopodium e Amaranthus. Faixas de grdos ficam entre as avenidas de ervilhaca. Figura 6.12 Padites goométicns vaiadoe pars o plano isto 64 COMBUSTIVEIS NO SiTIO Combustiveis, tais como o metano, podem ser derivados no somente de estercos, animais, como também das folhas e galhios depositados sob a floresta madura. Foihas e gaihos moidos s&o processados em um biodigestor para produzit metano para a cozinha, aquecimento e necessidades de transporte. Todos os detritos, desta digestio no entanto, deveriam ser retomados a floresia como nutrientes para 0 crescimento. Para uma explicagéio completa sobre tais sistemas bio energéticos veja Anoiher Kind of Garden por ida e Jean Pain (veja bibliografia no final deste capitulo). Para combustiveis, liquidos, espécies produtoras de agucares para a conversdo em Alcoo! (palmeitas, Ceratonia, drvores frutiferas) 163 0 plantadas. A prdpria &rvore nao contada, mas a seiva (palmeiras) ou as frutas sa0 coletadas. cereais € plantios de raizes farinhentas ou vagens de Ceratonia, zicas em agiicares, ameixas, cana de agticar e beterrabas podem ser fermentados para a produgao de combustivel de alcool. Apés a fermentagao, produtos descartados sao retornados ao sitio em forma de mulch, forragem e aditivos para 0 solo. Nenhum material critico desperdicado, pelo conirario, todos os produtos nao ullizados diretamente pata a producao de combustivel sao reciclados via forragem animal (porcos, minhocas, peixes) ou para nutriente vegetal, fechando assim 0 ciclo de nutrientes no sitio. Em tomo de 5 a 10% da area, dedicada & producao de combustivel, dara uma auto suficiéncia com algum excesso. Uma area ainda menor seria necessdria se, plantios de Arvores com vagens de aglcares forem desenvolvidos. A tecnologia é bem conhecida, mas a desculpa é que precisamos mais “pesquisa” para desenvolver isto na Australia, Mentiral Sessenta por cento dos vefculos no Brasil sao Movidos a 4tcool, e milhares de produtores nos Estados Unidos utilizam destilarias domésticas. Estas sic especialmente importantes, a medida que os custos com energia continuam subindo. Talvez 0 melhor argumento para 0 alcool seja a eliminagéo da Perniciosa poluigao com chumbo das descargas de automéveis, assim reduzindo os problemas de satide nas cidades. A vantagem a longo prazo é que as mudaneas climaticas resullantes da queima de combustivels fésseis e da derrubada de florestas poderia ser reduzida ou evitada. Propriedades rurais e centros de reciclagem urbanos sao as fontes potenciais futuras de energia para combustiveis essenciais. Com melhores “freeways” para bicicletas, @ transporte ferrovidrio, por canais e pelo mar, qualquer sociedade pode ser auto suficiente nas necessidades de transporte essenciais. © problema € a centralizagdo da energia em grandes usinas. Enormes somas sao gastas em advertir as pessoas per economizar petréleo, enquanto que a mesma Panic pom somo a ese taser Figura 6.12. PolicuRura nigerana para os tépicas Umidos: nla suinas ou cabras e plantio de femageias, Plantos em faixas 50 frm curva de nivel, sem movimentar 2 agua. quantia para usinas comunitarias de destilacdo de baixo custo “nao esta disponivel” para tomar as comunidades auto suficientes. A inlongaa 6 dbvia: somos pressionados a continuar dependentes de petrdleo, gas, Chumbo @ poluigao, até que as companhias de potrdileo ganhem controle da producao de alcool. Ocasionaimente alguem pode ser perdoado por pensar que somos todos loucos, tr estipiddos, ou que existe uma conspiracdio. gigantesca para manter as pessoas pobres. 1 inclinado a pensar que ambos os $ estao operando, lot JAS COMERCIAIS Para pomares comerciais, plantios de coreais © somentes, vegotais @ sistemas de pequenos animais (passaros, porcos), pequenas Areas de 2 hectares ‘ou. menos funcionam melhor que grandes propriedades dedicadas a uma ou duas culturas. E impossivel cobrir de mulch completamente, inigar e manter uma grande variedade de plantas ¢ animais para tungdes e produgdes miltiplas em uma rea muito grande (como pode ser feito no nivel das Zonas 1 ou Il} Sistemas extensivos, portanto, tendem a simplificar. Todavia, este fator pode ser ullrapassado com um modelo de “trabalho ern comum” (cornmonwork), onde familias ou grupos conecrdem em dividir o trabalho e a produgo, de forma que um seja responsavet pelo pormer enquanto que outros produzam vegetais ou mantenham gatinhas. Algum outro poderia trazer abelhas durante a floracdo para a polinizacéo (e produpao de mel), e manejar ‘a produgdo de lenha intercalada com as frutas e nozes. Pequenos sistemas sao geralmente manejados facilmente por uma familia rural com ajudantes sazonais, ¢ tm produgées alias devido a mistura de plantios ao manejo intensivo. Algumas regras para_plantios comerciais $0 como segue: © Escolna uma cultura de baixo volume (nozes, bagas, dieo, mel) o que cortara nos custos com transporte, © Escotha uma cultura adaptada ao processamento em pequena escala, a qual reduz 0 tamanhe do produto @ prolonga a vida na prateleira, e retoma um lucro methor {por exemplo, venda de geleia de amora em preferéneia a venda de amoras) + Comercialize seus produtos primérios em (3) feiras organicas. ou (2) mercados de Produtos especiais como lojas @ restaurantes (para trufas, ervas @ sogumelos) * Produza nao pereciveis (graos, nozes, mel, enha} para vendas todo o ano. + Reduza os custos pela utilizagao de produtes reciclados, cothiendo de todas as arvores nao utilizadas no distrit. » Produza em quantidades razoavelmente comercializaveis; tente também alguns Produtos pouco conhecidos para testar a aceitagao local (Cyphomandra, melao pepino, feijoas). As estratégias de venda incluem: venda direta local em feiras ou na beira da estrada; cooperativas de mercado; vendas colha & 165 pague; catélogos pelo correio e por assinatura (cooperativas de produtores e consumidores ‘onde 0 produtor planta com um contrato com a comunidade de consumidores). Esta estratégia iniciou no Japao e hoje est ganhando popularidade nos Estados Unidos onde familias pagam $20 por semana adiantado para frutas e verduras da estacao; 0s produtores entregam uma variedade de até 50 produtos a cada semana em casa Alguns produtos © ocupagées sugeridas seguem: Viveiro de plantas aqudticas: incluindo forrageiras para pelxes, espécies atrativas de insetos, perenes de pantano para forragem de abslhas, forragem de patos e marrecos & Tefligios para a vida silvestre. Também para a venda de plantas aquaticas ornamentais comestiveis, ex. castanha d’égua e lirios. Viveiros de bagas e vinhas: especialmente em regides temperadas, com plantas a venda, servigo de coiha e pague e projetos de paisagismo. Vivelros especiais: com plantas tteis, comestiveis, raras_e permaculturais {tagasaste, Gleditsia, feljoa, Cyphomandra, Cynara cardunculus, Eleagnus umbellata, confrei, feijZio , ete.) Também forragem para abelhas, passaros e borboletas; e plantas atrativas para insetos a insetivoras, Companhia de sementes: coletando, plantando e vendendo sementes tteis é incomuns; pode ser combinado com viveiros acima. Animais titeis @ incomuns: ex.: galinhas miniatura, sedosas, para jardins, gansos capineiros, bicho da sed e minhocas, cavalos de tragao, cabras de leite ou vacas, cabras ou ovelhas para ls finas, cadomas para estufas. Também pode manter aluguel de servigos de animais (lratores de galinhas ou porcos para esterco, cortadores de grama de ovelhas ou gansos e cabras comedores de amoras). Viveiro para bordas e quebra ventos: especifico para a regiao local; inclui arvores para regenerac&o de flcrestas, quebra ventos, forrageiras, pioneiras, bambus € espécies selecionadas pelo alto valor, Produgo generalizada de fazenda: com frutas orgdnicas, nozes, vegetais, ovos, leite, peies de ovelhas, lenha, cames, produtos de aquicultura, flores. ‘Suprimentos para artesanato: de podas de choréo, vime, taboa (Typha esp.) 6 bambu. Também corantes naturais de casces, flores e frutas. Preparados inseticidas: como folhas de cedro branco moidas e bagas; também venda Gs plantas inseticidas (ex. alho, Tanacetum vulgare, Achillea millefofum, Pyrethrum esp., tagetes, Crotalaria). Preparados de ervas: como xampu natural, sabao, produtos de beleza, confrei e outras: pomadas naturais. Chas de ervas (camomila, folha de framboesa, capim cidreira, hibisco, hortela). Acomodagao: hotel fazenda, pousada de saude, campo de verdao, local para cursos € consultoria em sistemas de Ensino: permacultura, uma carreira que comeca localmente e pode leva-lo pelo mundi Existem muitas formas de ganhar a vida que podem ser criadas pelo uso intenso @ aticiente de até mesmo pequenos pedagos de terra. Tudo que 6 necessario é um planejamento inicial, algum capital @ imaginagao. BIBLIOGRAFIA E LEITURA. RECOMENDADA Breckwoldt, Roland, Wildlife in the Home Padock: nature conservation for Australian, faimers, Angus & Robertson, 1983. Dept. of National Development, The use of Trees and Shrubs in the Dry Country of Australia, Forest & Timber Bureau, 1972. (Uso de arvores na conservacao do Solo, florestas, ens, produgao de mel). 166, Douglas, J.S. and Robert A de Hart, Forest Farming, Watkins, London, 1976. Fukuoka, Masanobu, The One .Straw Revolution, Rodale Press, Emmaus, 1978. Fukuoka, Masanobu, The Natural Way of Farming, (No Brasil: Agricultura Natural), Japan Publications Inc., Tokyo & New York, 1985. King, F.H., Farmers of Forty Centuries: permanent agriculture in China, Korea, and Japan, 1911, Rodale Press, Emmaus. Logsden, Gene, Small-scale Grain Growing, Rodale Press, Emmaus, 1977. NSW Forestry Commission, Trees and Shrubs for Eastern Australia, NSW University Press, 1980. Pain, Ida and Jean, Another Kind of Garden, self-published in France, 1982. Disponivel d Biothermal Energy Center, PO Box 3112, Portland, ME 04101, USA. Reid, Rowan, and Geoff Wilson, Agroforestry in Australia and New Zealand, Goddard & Dobson, Box Hill, Victoria 3128, 1985. Smith, J. Russell, Tree Crops: a permanent agriculture, Devine-adair, Old Greenwich, 1950. Snook, Laurence C., Tagasaste (Tree Lucem) High Production Fodder Crop, Night Owl Publishers, Shepparton, VIC 3630, 1986. ‘Tumer, Newman, Fertility Pastures and Cover Crops, 1974. Disponivel em: Rateaver, Pauma Valley, California 92061 (Um guia vatioso para agricultura biolégica € produgdes temperadas). CAPITULO 7 SISTEMAS FORRAGEIROS ANIMAIS E AQUICULTURA —SESTEMASFORRAGEIROS ANIMAISE AQUICULTURA_ “Vocé no tem um problema com lesmas; voca tem uma falta de patos!” Bill Moltison 7.1 INTRODUGAO Considerando a Permacuttura como um ecossisiema completo, 03 animais so essenciais no controle de pestes e da vegetagao, bem como para completar o ciclo de nulrientes do sitio. Apesar de sua inoficiéncia na conversao de proteinas, seus Giversos produtos 0s fazem muito valiosos. A Figura 7.1 mostra as necessidades, os produtos € as fungdes dos animais no sistema. Em resumo, animais podem ser utlizados como: + provedores de estercos de alta qualidade; + polinizadores e forrageiros, coletando materiais dispersos; * fontes de calor irradiante (do corpo) para uso em sistemas fechados, como estufas 2 galpoes; * _produtores de gas (diéxido de carbono 6 '@tano), nlovamente para uso em sistemas -chados como esiufas € biodigestores; = “tratores”, por escavarem o solo Gatinhas © poroos ‘sao eficientes como arados, capineiros e ‘maquinas” de estercar espagos cercados; + animais de tragae operando bombas veicuios; + pioneiros para limpeza e fertilizagao de areas dificeis, antes do plantio (ex.: cabras em Areas invacidas por amoras); * _mecanismos de controle de pestes, devorando larvas e ovos de pestes em frutas caldas ou em arvores ¢ arbustos; + concentraciores de nutrientes especificos Como nitrogénio e fosfatos (ex.: moscas © marimbondos); 167 + fillros limpadores de {ex.: mariscos); + cortadores de grama, ajudando no con- trole de incéndio. agua Comunidades vegetarianas também podem utilizar animais (de um s6 sexo ou esterilizados) como provedores de fibras, ovos e Isite; como cortadores de grama (para controle de incéndio) © como provedores de esterco para jardins e pomares. Em sistemas Permacutturais, uma variedade de comida natural (rutas, folhagem, vagens, nozes, sementes € tubérculos) é plantada para que 0s animais se alimentamn, Totirando a maioria de suas necessidades do mundo natural e, ao mesmo tempo, fertitizando, controlando as pestes 6 4 vegetacao e convertendo plantas em proteina, Animais, em um sistema forrageiro livre, engordarao mais fentamente do que quando alimeniados com ragdes concentradas, so que com uma acumulagao de gorduras menor @ com as gorduras macias e ndo-saturadas. A diversidade © a regularidade de uma dieta livre 6 basica para a satide animal, Para projetar forragens importantes, devemos estudar as necessidades e as caracteristicas de cada animal, planejando nosso sistema de plantio de acordo com essas observagées (ex.: galinhas ciscam, gansos pasiam e porcos fugam). As segdes a seguir darao uma breve nogao de varios animais importantes, incluindo suas necessidades, earacteristicas e produtos. 7.2 ANIMAIS DE ZONA I Os seguintes animais podem ser incluidos em qualquer zona apropriada, de acorde com suas populagées: coelhos, pombos @ codomas estao, geralmente, rOximos (Zonas | ¢ fi), enquanto que outros passaros podem lazer parte das Zonas il alV. Forragem raggo ragdo e cria controle de doengas abrigo contengéo alimento habitat manejo decomposigéo methoria da pastagem necessidades| controle da vegetagao controle de pragas ‘controle de fogo fungdes forga para transporte fertilizagao produtos éleos, gorduras Ieite, quello esterco, sangue ossos Figura 7.1 Animals em pemnacutura COELHOS solo @ A vogetacao, se néo forem cercados Coethos produzem esterco para o jardim e carne para a mesa. Eles pastam @ passeiam, comerao capim, vegetagao macia @ galhos, restos de cozinha selecionados. Eles fazem tocas no subsolo e causarao dano a0 adequadamente. Coelhos produzem pele (coethos angora produzem um pelo valioso, que deve ser penteado periodicamente para venda ou uso doméstico), came e esterco, 168, ‘Quando em gaiolas sobre minhocétios, suas fezes sao transformadas em composto rico (Figura 7.2). Gaiolas de coslhos 40 ligadas a cercados plantados com forragem de alfafa, tagasaste e trevo. Coelhos podem, também, ser colocados no jardim pera comer a grama em gaiolas méveis, enire as fileiras. POMBOS E CODORNAS Pombos so criados em todo o mundo e valorizados pelo esterco rico em fosfato. Eles, so confinados acima do solo e séu esterco vartido de baixo, ou casas de pombos sao construidas e as pithas de esterco coletadas, perlodicamente (Figura 7.3). Pombos comem. sementes @ gros, 0s quais podem ser plantados e colhidos no jardim (mitho, sementes de girassol, erviihas, trigo). Produzem ovos e came. Codomas, no Jano, sfo parte integral de pequenas propriedades, formecendo ovos @ carne © necassitando de pouca atencdo. Como sd0 comedoras de insetos, ndo daniticam os vegelais do jarcim e podem ser colocadas na estufa (desde que possam sai durante 0s meses quentes do verao). wi wa 8 Pg Nw 7 “ 4 whe hy Figura 7.2 Oestarca de cuvhhes cal pola tela para ce rinhoririos abaiwo. Panos de juta e asper- ‘ores mantém ae casos ra tomperaiura ade vada. wy Figura 7.3. Pombais podem ser eonstruldes de aversos materiale: (A) bar, (B) madeira 6 (C) tol. 69 PORCOS DA INDIA (PREAS) Porcos da India ou preds sao importantes fontes de proteina, em alguns paises da América do Sul. Sao criados muito préximos & casa (ou podem, até, viver nela) ¢ alimentados com restos do jardim e sementes, por uma gaiola de tela ou, até mesmo, sozinhos (eles necessitam de uma pequena casa, ou abrigo, como protegao contra os gavides). PATOS: Patos sao animais excelentes para a Permacultura e tém muilas vantagens. Podem ser criados sem abrigo elaborado e se dao muito bem com alimentacdo natural. Limpam. cursos d'agua de algas verdes, invasoras aquaticas e tubérculos, ao mesmo tempo em. que fertilizam a agua, o que ajuda na produgio de peixes © muguns. Patos comem insetos, lesmas e caracdis em pomares e jardins. Porque nao ciscam, nem comem a vegetaco, podem ser colocados dentro da horta, em. perfodos apropriados, para consumir insetos. Atengao: eles destruiio pequenas mudas, com seus pés; © algumas espécies de patos (Moscovitas) comem a vegetacao, embora prefiram os capins. Porque patos nao ciscam, eles podem ser deixados livres em jardins e pomares com mulch. Poem 98% de seus ovos antes das 10 da manha, entdo, podem ser libertados cedo; eles se adaptam a rotinas e voltam para casa & noite (mas devem ser treinados nisso com punhados de graos). Existem _algumas__poucas desvantagens. Eles n&o comerdo muitos dos restos da cozinha, que as galinhas podem comer, @ transformarao 0 cercado em um. lamagal, a ndo ser que 0 solo seja arenoso, facilmente drenado, ou coberto com 10 a 18 cm de cascalho fino e localizado acima, na encosta. Comidas de pato incluer: + came - crustaceos d'’agua, lesmas, caracdis, vermes e larva: + verdes - confrei murcho, trevos, alfafa, Tarascum officinale, capins suculentos; + plantas aquaticas - Azolla, Lemna; Trigiochin, Glyceria e Zizania aquatica; + Amores - carvaihos, lex, Amelanchier, amoras: + Graos - mitho, aveia, trigo (preferivelmen- te moido ou ensopado por alguns dias até ficar macio e parcialmente brotado). Figura 7.4 Protege dos predadores (rapocae): (1) gaiole eobora, abort para 2 4gua, (2) ihe com eapim pampas, barmbu, roncos ‘ces (3) ea rasa slagada com bordas de tabon, 170 A Figura 7.4 jlustra as formas pelas quais 05 patos podem pdr ovos sem medo de raposas, iguanas ou cobras. GANSOS Gansos sao baratos de alimentar: vivem de capins, trevos, alfafa e varias daninhas, como Ambrosia sp. Eles nao gostam de muitas plantas de folhas largas @, or isso, tém sido usados como controle de Capins em plantios comerciais, cursos dégua @ gramados. Eles irdo retirar as daninhas de morangos, tabaco, algodao, horteld, aspargos, milo, cana-de-acticar, beterraba, flores, uvas, pomares @ viveiros de drvores, Gansos fertiizam o campo ¢ os pomares sem arrastar ‘ommulch. Eles trabalham sete dias por semana, sem pagamento, férias ou greves. Quem poderia pedir mais? Gansos podem, também, ser usados como guardas, pois lazem um alarme barulhento quando estranhos so aproximam. Eles tém, até, sido treinados para 0 pastoreio de ovelhas. Outras vantagens sao 0s ovos, a came @ as penas. Gansos necessitam de um manejo cuidadoso, se forem ser utilizados como capineiros em plantios e pomnares, pois seus pés destruiraéo pequenas plantas e eles comergo frutas maduras. Excelentes aparadores de grama, ainda assim preferem pasto curto e suculento: entdo, as areas, podem necessitar de corte na primavera, uma ou duas vezes durante o crescimento rapido. ABELHAS Abelhas sao muito titeis no jardim eno pomar, como polinizadoras. Seus produtos, io 0 mel, 0 pdlen, a cera e 0 prépolis; suas necessidades sao agua e uma fonte constante de néctar (llores). Para manter as abelhas no sitia 0 ano todo, um sistema completo de forragem deve ser plangjado para cada més. Todavia, a iloragdo e a producao de néctar variam muito de ano para ano, dependendo das condigdes do tempo. Em aigumas ocasides, as abelhas séo alimentadas com mm gua e agticar, ou as colmeias so mudadas para outro lugar, préximo a uma fonte de tar, Forragens de abelhas a considerar sfio as vegetagées nativas e espécies de pastagem como trevos e alfafa; drvores de pomar (maga, cereja, améndoa, péssego, ameixa); arbustos de bagas; ¢ ervas (iavanda, menta, borragem, confrei). Tais combinagdes iro assegurar_um suprimento quase constante de néctar, exceto em areas com invernos severos (neve). 7.3 SISTEMAS FORRAGEIROS DE. PASSAROS DOMESTICOS Sempre que possivel, a Zona Il deveré inciulr 0 cercado de alguns animais esterqueiros, como galinhas, e estas deverao morar no limite entre as Zona 1 Il, ou muito préximas a ele. Aqui, poderemos explorar um sistema maior (Zona Ii), pelo uso de um conversor animal. Galinhas, além de fornecerem ovos, came, penas ¢ esterco, também comem insetos, verdes e frutas caidas. Elas esgravatam ¢ limpam uma area pequena, se forem confinadas, e podem ser ullizadas para patrulhar uma rea cercada (ex.: entre a horta € 0 pomar), para manter fora as espécies invasoras. Essa caracteristica, a de ciscar, é especialmente util para o controle de incéndios no setor do fogo. Embora os passaros domésticos necessitem de cuidado e de manejo, o sistama Permacultural é projetado para que es galinhas alimeniem-se e culdem-se sozinhas. Assim, fazemos 0 planejamento de um sistema forrageiro que acomode suas necessidades e ullize seus produtos Area da patha (Terreiro) A dea da palha é um pequeno espaco ligado ao galinheiro, contendo arvores produtivas, arbustos, plantas forrageiras @ abrigos espinhosos para a eriacao dos pintos. Essa area é plantada antes da introdugdio das galinhas, ou 6 protegida delas nos primeiros anos. Para proteger drvores, pode-se usar um mulch duro de galhos e pedras, com tela de protecao para evitar sua retirada pelas galinhas, AT Figura 7.5 Cercados rotates de galinha Sistoma de “Watores* com forragens A propria area, é acrescentado mulch continuamente, com palha, serragem, hastes de mitho, podas de bordas, gravetos moidos, folhas, cascas de drvores etc. Com essa area ligada a horta, verdes @ podas podem ser * jogados por cima da cerca, para as galinhas. A area da paiha (ou terreira) tem abertura para vatios cereados do galinhieiro que tenham sido plantados em sucessao com verdes, gréos, tubéroulos ¢ frutas. As galinhas so colocadas em rotagao sazonal ou quando a vegetagao estiver pronta (Figura 7.5) Adicionalmente, a drea da palha pode ser aberta para os sistemas forrageiros das Zonas Neu, Espécies de plantas Espécies tteis de plantas deverdio ser escolhidas de acordo com o clima ¢ com a quantidade de agua disponivel, inclvindo plantas que oferegam: * _arbustos espinhosos e protegidos, para a protego dos pintos contra os predadores (geraimente, gavides). Ex.: Prosopis juliflora, Acacia armata, Lycium ferrocissimum ou qualquer planta espiniiosa local; + frutos que possam ser comidos & medida em que amaduregam e caiam das arvores. Ex.: amoras, —Lycium ferrocissimum, Taupata, Sambucus sp., maracujé; + grdos alimentares. Ex.: mitho, trigo, aveia, feij6es e ervilhas, ervithaca, Taupata, Pennisetum, Fagopyrum. Muitos alimentos em gréios e sementes. podem ser coletados e armazenados para os meses de inverno, quando o alimento natural 6 escasso, incluindo castanhas, sementes de girassol, milho e vagens de Ceratonia: + alimentos em sementes, como tagasas- te, girassol, amaranto, acacias, Robinia pseudoacacia, Gleditsia e Atriplex sp.; + Verdes - galinhas gostam de qualquer muda verde jovem, incluindo as da horta, um pouco de confrei, Lespedeza sp,, aifafa, Fagopyrum, Galium aparine, capim novo, salsa etc.; Figura 7.6 Desenho do um cercado rural para gafrhas, mastrando todos os possivuis companentes (estula, tereto @ acesso ‘0s jarcins © pomares). Note 6 gainheio mével sobre og canis, de forma que as galinnasestciam em areas Inmtadas ra hon, + Outros - restos de cozinha, exciuindo as cascas de citricos, café, cha e pele de cebola. Minerais: cascalho, cascas de ovos moidas, farinha de osso, cinzas, conchas mojdas. Ervas medicinais: alho, artemisia, urtigas cortadas. Além disto, as galinhas necessitam de proteina na forma de insetos. Um pega- cupim pode ser construido colocando troncos velhos na area de palha e virando ocasionalmente, para que as galinhas comam. Jornais enrolados e colocados nas drvores @ nos arbustos a tardinha, sao sacudidos na manha seguinte, dentro da area de palha, para 2s galinhas. Galinhas, se colocadas na hora em ndicdes controladas, “trabalham" a area @ a deixam completamente fertilizada (trator vivo). Estruturas portéteis ou permanentes. (cercadas por tela) so desenhadas para so ajustarem aos canteiros e as areas do jardim, com as galinhas colocadas apés a colheita © antes do replante. Isso, geralmente, funciona somente em canteiros largos, onde uma cultura é colhida toda de uma vez, e menos em canleiros iaterais proximos 4 casa Galinhas garnisés sao pequenas e comem, principalmente, insetos, minhocas e lesmas, deixando os vegetais em paz. As Figuras 7.6 e 7.7 dao sugestdes para a montagem de florestas forrageiras de galinhas, centradas na casa rural e no quintal Suburbano, A Figura 7.8 explica uma estufa auto- reguladora aquecida por galinhas. No inverno, a estufa aquece o galinheiro (por venezianas) © o calor dos corpos das galinhas mantém a temperatura morna, enquanto que, no verao, as venezianas sao fechadas e as galinhas passam a maior parte do tempo do lado de fora. Os dois lados so separados um do outro por telas, com uma porta ou outro meio de acesso para a coleta de ovos dos ninhos & para alimeniar as galinhas com os verdes da estufa. As galinhas fornecem didxido de carbono e po de penas para a estufa, juntamente com o esterco ¢ os detritos que ‘S80, eventualmente, compostados. SISTEMA TROPICAL DE TRATOR DE GALINHAS A seguir, temos um exemplo do sistema desenvolvido por Dano Gorsich, de Molokai - Havai. O sistema, em si, nao 6 Design adaptado de um lolheto de “Rebia Francs CGatinhae na Permacuitra, Jaci supra aimonto para G a 8 galnhas e tutac para a fartia. Viotas plantadas na cores: ~ maracujé - chucha = virias was tambeasa - pepinos shoboras = envihas 2 fees ~eantetros para cereais, tego, centeo, avela, mito, gras: somente para os trépicos; com alguma modificagéo, pode ser adaptado a regides temperadas e, até mesmo, terra seca, se existir uma fonte abundante de agua, AS Plantas nao crescem tio rapidamente nesses Climas quanto nos trépicos; enttio, ajustes devem Ser feitos. Para preparar uma area de 0,2 hectares, divida-a em 5 cercados de aproximadamente 10X6 metros. Introduza em torno de 50 gaiinhas (poedeiras) em um cercado, até que todos os capins e ervas tenham sido removidos. Os cercados podem ser organizados como na Figura 7.5, deforma que somente um galinheiro seja necessario. Adicione um pouco de cal, mova as galinhas Para 0 proximo cercado, passe o ancinho no primeiro cercado e plante uma cultura vegetat {meloes, couve chinesa, tomates etc.). Plante, iambém, leucena ou outros legumes do lado de fort do cercado, juntamente com 18 mudas de mamao ou banana, Cada 2 un ninho, dos, prcado tem um pequeno polaira pees Figura 7.8 Esiuta auto requiada, aquecida pelas gainhas. As gaSonas dea = estufa qua voligm durants'0¢ meses fos e a noe Depois de as galinhas terern limpado © segundo cercado (de 6 a 10 semanas), 0 primeiro cercado é cothido e replantade com culturas de raizes. O segundo cercado 6 plantado como o primeiro. Em alguns cercados, frutas tropicais importantes séo plantadas. Depois de as galinhas terem limpado © terceiro cercado, 0 segundo 6 colhido (10 semanas), © primeiro 6 escavado para os tubércuios, 0 terceiro é plantado com uma cultura verde (ervilhas, feij6es, brdssicas) e assim por diante, para 0 resto dos cercados. As galinhas voltam para o primeiro cercado, apés a cultura de raizes ter sido colhida © 25 atvores frutiferas estarem bem crescidas ou adequadamente protegidas. Esse cercado foi sameado com Fagopycur girassol, ervilhaca, arroz ou cevada de 10 a 12 semanas, antes que as galinhas retomassem. Gréos e favos de sementes so armazenados © pendurados sob uma cobertura e so oferecidos as galinhas na medida do necessario, juntamente com mamao @ banana. AS semontes de teuc caem dentro do corcado. A Figura 7.9 domionstia # sequéncia da rolagay de um cercado. 180 ast mito quente (verso) galinhas no capim @ daninhas semeado com hortaligas © arvores frutiferas. colheita, plantio de tubérculos colheita de raizes plantio de gros galinhas voltam Figure’ 73” Eaquama de lalor de gaknhae para oo Wplcss. Podo ser mouiicado para outros clmas, Apés um ano, as galinhas podem se auto-alimentar com grdos, restos de plantio mamao. Elas podem, também, sair do cercado uma vez por dia, pata catar comida. Se érvores frutiferas forem plantadas densamente e derem sombra aos cercados, o sistema pode ser expandido em novas areas (préximas aos cercados anteriores), as quais so, entao, relidas para plantios de vegetais, tubérculos, gros ¢ frutas. Depois de dois anos, uma area de % hectare esta em plena produgao. Vemos aqui um sistema combinado, utilizando galinhas com unidades de trabalho e produtores. Porcos poderiam ser facilmente utilizados, também. 7.4 SISTEMAS FORRAGEIROS PARA SUINOS Porcos sao forrageiros de florestas € banhades, gostam de passear e fugar (escavar tubérculos e raizes). Eles comem todos os capins, ervas @ vinhas rastelras; procuram frutas caidas e nozes (amoras, caquis, figos, mangas, abacates etc.); & escavam carés, batatas, bambu e alcachotra Jerusalém. Porcos livres so mais saudéveis, mais econémicos de alimentar @ tem menos gorduras saturadas do que porcos confinados. Nem sempre sdo préprios para toucinho @ podem necessitar de uma alimentacéo de gros por 2 a 4 semanas, para endurecer (caturar) as gorduras. Abrigo de inverno pode ser riecessario em climas frios; e um abrigo exclusive é necessério para a leitoa eas crias. 176 Porcos sao criados mais economicamente onde existam restos de algum pomar ou produgao de raizes, leite ou came, e se dao bem com restos domésticos @ de restaurantes. Uma boa pastagem 6 a de legumes (trevos, alfata), confrei, chicoria € capins jovens. Porcos comerao 11kg desse material, por dia, pois t8m apetite maior do que 0 de porcos confinados. Eles também precisam de sementes, frutos ou gréos. Para preparar um plantio forrageiro, 0 solo deverd ser cortado (ndo arado), adicionando-se cal e, entéo, semeado com uma boa mistura de legume e capim, com contrei, alcachotra Jerusalém e estacas de Canna edulis entre as linhas de corte. Arvores podem ser plantadas do lado de fora do cercado @ nos cantos, protegidas por cercas elétricas. Qualquer drvore frutifera é util, ¢ os porcos sao benéficas em pomares maduros. Em um sisterna bem maior, 20 porcos por 4000 metros quadrados (aprox. % ha) irdo “arar’ essa érea (fugando) para o plantio de confrei, aleachotra, aifafa, chicéria e trevo. Em seguida, a area necessitard de descanso. Porcos removerdo Ulex europaeus, amoras & arbustos menores, seguindo-se um plantio de pastagem, a colocagao de gado e, na seqiéncia, os porcos, novamente. Sao necessdrios de 3 a 5 anos para desenvolver um complemento de alimentos completo para porcos livres; mesmo assim, alguns alimentos deverdo ser jogados sobre a of mo “papper iy fev . - a nec ade 1 i $ Ae kad amen babedeure * pla do eter om trnepo do ates saboque seb pede Figura 7.28 Conte waneversal de um sistoma de sulnos cor posstbtidade de coleta de asterco © a * fs ; 2 ie at % li oe i E VM i ‘ Fars - ow itt aqeoracer peor 5 © pariae 4 Figura 7.11 Vista de um sistema foragekro para culnos, com drvores @ corcas auplss pare evar o dana as raizes. 7 sonsirugioe manutengée. Areas de malar movimento cam pice de concrete (portes« coches). rosso taminho de esse ara linger sles de eteee. Pa smaver as pers ¢ pam alimenio suplement areas dpi pam preg as inka es eaen.Amsiria da ‘hoa, agen, falas ca noe creado. Glink: podem ser permis nos estedres pare lpaz. (ve iura 7.1) Figura 7.12. Trator rotatvo de suinos. Os cercads podem ser plantados com conte, acachota de Jerusalém, alate, chuchu, balalas ¢ outtas culuras. AS dvores incluer canvalhos, amoreiras,fgos olveiras, eastahas, mamoaires e bana ras Gropical). ferrayom dove ser moritorada para eronemetrar a muxana don osreade para our. 178 a cerca, para eles, como ¢ 0 caso da banana € do mamao, ou os porcos destruirao as Arvores jovens. As Figuras 7.10 até 7.12 mostram exemplos de sistemas para porcos. 7.5 CABRAS Além do seu valor na produgdo de leite 2 came, as cabras sao dteis na limpeza de novas areas. Em pastos abandonados com invasdo de amoras e gorse, cabras podem ser utilizadas para tomar o controle da drea para um plantio futuro, temporariamente cercadas {um certo numero) ou amarradas iadividualmente, movidas em poucos dias. Se cabras de leit forem usadas para esse proceso, 0 alimento concentrado também serd necessério, para ume boa produgdo de leit. Para um pequeno niimero de cabras (1 a 3), podemos fazer um cercado com tela de 2 metros, tendo, a volta, arvores e arbustos. Para mais bordas, inclua duas carreiras de tagasaste dentvo do cercado, como ilustrado na Figura 7.13. Algumas érvores que suportam forragem limitada de cabras s&0 os chordes, as amoras, aigumas acacias, ieucena, tagasaste, e Sambuccus sp. Cabras gostam de vagens de Ceratonia e castanhas, Gleditsia e Prosopis esp. Cabras séo muito destrutivas com plantas cultivadas; elas descascam as Arvores. Com um controle rigido e a ufilizagao de uma protegao, pode-se permitir a presenca de cabras nas partes mais delicadas do sistema por periodes curtos. A criacao de caprinos em grande escala no & compativel com a Permacultura. 76 PLANTIOS DE PASTAGEM E SISTEMAS DE FORRAGEM ANI- MAL EM GRANDE ESCALA Pastagens e sistemas forrageiros para © gado e as ovelhas s4o, geralmente, bem mais extensos (8 ou mais hectares podem suportar gado suficiente para a sobrevivencia modesta de uma familia, dependendo do clima @ de terreno apropriado). Embora muito da rea seja semneada com capins e legumes, como 0 trevo, existe uma dnfase nas arvores dentro do sistema, servindo as seguintes fungdes: Figure 7.13 Cercado para produgo de cabras de iile e onagem. Aaptado de um desonhe de Lea Hartison 19 Prinavere vate eatane invetna Figura 7.14 Gritico de crescimento de capins (para climas temperades) mostrande dois periodos de Sit: Inverna no fim do verso. + forragem para épocas de seca ou quando © pasto ficar escasso; * protegao do gado contra ventos fortes, neve, chuva e sol (quebra-ventos @ drvores de sombra}; * restauracdo da fertilidade em solos empobrecidos, com legumes fixadores de nitrogénio e tolhas caidas; + protegdo do sistema de captagio de agua acima de agudes e nas encostas ingremes (0 gado deve ser mantido fora dessas areas); + prevencao contra a erasao nas encostas evales. PLANEJANDO A __DISTRIBUIGAO EQUILIBRADA DE FORRAGEM Animais de pastagem necessitam de uma fonte de agua, de abrigo do tempo, de um lambedor de sal e de comida, a qual pode ser classificada em (a) capins e legumes anuais @ perenes, (b) vagens doces como 0- Ceratonia ¢ Glecitsia (verao), (c) carboidratos, em grdos brotados e armazenagem (inverno), © (@) folhagem verde para produgao equilibrada Ge forragem, durante todo o ano. O problema antigo de forragem sazonal ou escassez é ilustrado na Figura 7.14, Em climas temperados, onde a chuva de inverna domina, anuais e perenes na Pastagem alcancam o cume da produtividade na primavera, com uma produgao menor no outono, se houver chuvas precoces. hed gett ae ; ? Figura 7.15 Tagasaste cu taupata cereados. A planta cresce atravis da carca © ¢ comida. A tela pose tami cabrio topo desta faa, 180 Embora a venda de gado jovem ou a diminuigao dos rebanhos apés a reprodugo reduza as necessidades de forragem no verao, 6 dbvio que existe uma escassez no meio do verao e no meio do invemo; a primeira devido & estiagem; a segunda, devido 20 frioe diminuigao do crescimento das plantas. Piantios de drvores deverao ser Pianejados para preencher essas lacunas, que @ pastagem sozinha deixa. Por exemplo: alguma forragem de meio de verdo 6 suprida pelas vagens de Ceratonia e Gleditsia, ¢ pela folhagem da Taupata, capim pampas e tagasaste; a alimentago de outono/inverno vira pela folhagem dessas mesmas planias, mais a grande variedade de carvalhos (castenhas), Castanea sp. @ Jugians nigra. Amos os tipos de alimento s80 concentrados de alta energia, permitindo um uso mais eficiente da pastagem seca. Tradicionalmente, a folhagem de Brachychiton populneum, chorao @ Populus tem sido cortada e fornecida ao rebanho durante a seca. Para sistemas de auto- alimentacao sob floresta forrageira, plante faixas de forragem baixa onde o rebanho possa ser levado por pequenos periodos. Bordas onredadas de tagasaste tém sido usadas com grande beneficio na Nova Zelandia; gado e ovelhas no conseguem destruir a planta, mas comem as folhas suculentas que crescem para fora da rede, se levados & area a cada més, durante 0 periodo de crescimento da planta (Figura 7.15). Uma substituigo gradual (4 a 10 anos) ard o balango correto de espécies de drvores eliminaria a necessidade de colheitadeiras caras, armazenamento dos gréos e processamento, bem como o feitio de fardos, que 6 uma atividade essencial em pastagens isoladas. isso também melhoraria 0 conforto © obem-estar dos animais, os quais poderiam abrigar-se nas florestas, quando as temperaturas fossem extremas, ¢ ocupar as pastagens nos periodos tolerdveis de primavera e outono. Como efeito secundario, entao, 0 rebanho sofreria menos estresse com o calor @ ofrio, necessitando de bem menos energia do produtor ¢ dele préprio, durante o ano. Estima-se uma perda de 15% na producao da Figura 7.18 Coreados rotativos com coroas vivae entre as fakes carcadas om curva de nivel. © gaco pode ser movide a0 longo cins curvas do nivel peles pertes & ou entre as curvas polos pores 8. Estes podom ser semeados som forageras, Unia vez estabelecidos, as cereas vvas podem acomedar viitaa periddioas do gado. Potges » cereas davon’ car ‘sempre lecalzados nas cites (ndo nos vales) para prevenir a ercofo que acorTeneatas areas muslo ullzadas ‘Adaplado de um decent de Tory Gitedder. Ist Figure 7.17. SISTEWADE PLANTIO PARAUMA FAA DUPLAMENTE CERCADA DE 5A 15 METAOS ESTRUTURA: Fixe central cam arvores matoros Planias resistentas ao ongo 0 Planias deleacas na zana interior protesida NOTAS: ——Gereas éuplas nernitem uma boca espace cereado pode ser tomar ros forzagesras om uma dree de pastagem extensiva, se balslat para via sivast © ambianta dent sa aia @ seabxe fe outras plantas ito irigadas por goo. Esta faixa pode supa uma produc para an Cereas podem permite a passagam de espe 2 fais pode Gero principio de um sistema d & came, somente com a falta de abrigo. Richard St. Barbe-Baker provou que, onde 22% das terras s&o plantadas com érvores produtivas, a produgo é dobrada nos restantes 78% da superficie, de forma que nenhuma produgao soja perdida pela introdug&o da floresta. Para criar bordas que cerquem a érea, semeie alfata, confrei, chicdria e Tarascum « officinale, com um plantio intermediario de tagasaste, ervilha siberiana, Taupata, capim Pampas, @ um andar alto de chordes, Populus (variedades selecionadas pelo valor forragsiro), carvalho branco, castanhas, Gledltsia © espécies conhecidas e desejéveis (Crataegus oxycanthus @ Rosa sp.) Tais bordas poderiam ser projetadas para ocupar 10% da drea por ano, até o 4° ano, quando 40% da area total seria de bordas largas complexas em curvas de nivel, de arbustos de raizes profundas com drvores altas a, alé mesmo, madeira de alto valor (Figura 7.16). Apos os anos 4 a 5, ovelhas e gado jovem poderio ser colocados, sob observagao & controle, para alimentarem-se na area. A partir de 6 a 8 anos, os periodos de entrada sero mais longos; em emergancias, espécies como 0 chorao @ 0 Populus poderao ser cortadas @ oferecidas aos animais, como raguo de seca, Um sistema de cercas duplas 6 uti! no estabelecimento de uma borda Permacuttural ou de um quebra-vento, em propriedades Pastorais com gad e outros animais de grande porte livres no terreno (Figura 7.47). As linhas das cercas sdo locais Sbvios para a Iocalizacao de arvores quebra- vento; nas dreas internas, pilhas de rochas ac longo das carcas e o plantio de bordas podem, eventuaimente, substituir algumas cercas. Uma borda mista e densa, de arbustos espinhosos com um muro baixo de pedra, 6 virlualmente impenetrdvel aos animais, Bordas piantadas adicionam muito A produtividade co sistema e fornecem frutos, nozes, madeiras (ex. bambus), forragem para © gado e abelhas, habitat para paéssaros e alimento. Também agem como quebra-ventos @ catassol, Alimentos concentrados tm 0 seu lugar no sisterna, para a alimentag&o durante 08 periodos de forragem escassa, para a ‘engorda e para a manutengo da produgao de leite e ovos. A tendéncia de produzir somente alimentos concentrados para um aumento rapido de peso deveria ser evitada, Alimentos naturalmente concentrados deveriam fazer parte do sistema (vagens de Gleditsia Ceratonia, castanhas, gros). Embora alguns animais possam ser alimentados com esses concentrados —ndo- processados, pode ser necessario um processo de quebra ou molho o brota, ‘especialmente porque o broto aumenta muito a qualidade de algunas vitaminas. Gros que brotam em temperaturas moderadas sao muito recomendados: trige, Fagopyrum, altata, aveia, cevada, arroz, Soja, feijo mungo, lentilhas, ervithas, grio-de-bico, abéboras, gitassois, feno Grego (Trigonelia foenumgraecum), gergelim e centeio (obviamente, todos eles podem ser brotados, para alimento humano). Paiha e armazenamento de forragens mais valiosas para o sitio, como a alfafa, podem ser utlizacias, como alimentagao, nos meses de inverno. Os objetivos de tais sistemas forrageiros de pastagem/arvores sao a constante reciclagem de nutrientes, das plantas para os animaise de volta ao solo, por Meio de estercos e leguminosas fixadoras de nitrogénio, bem como a diversificagao da produgao da fazenda. Produtos de drvores ‘como Ceratonia e castanhas podem ser mais prontamente convertidos em agucares, combustiveis, aditivos alimentares, farinhas etc. Isso é de grande valor quando os mercadios pata la, couro e came estdio em fluxo, e permite ao fazendeiro de florestes uma grande vantagem sobre o produtor de “pastagens, somente”, que estd atrolado a um Unico mercado ou produto. Em um mundo no qual a economia & governada pelo custo da energia, produtores Necessitam estar conscientes do potencial da policultura. Um sistema de uma espécie pode falhar em um fator. Como a Permacuttura local 6 zoneada, assim 0 s&0 os produtores Figura 7.18 Permacuitura ‘olan: paslagem é cercada com cerca eltica nos eantras # nos canto, plantas com érvores, At especies de dnores proxmas s cercas devem ser aquelas que podem ser comidas pelos armas Sem MiROS anes, ou davem ser de gosto desagranavel para eviar © pasto pelo gad, zoneados do mercado e dos centros de abastecimento. Aumentar a distancia significa aumentar os custos e gerer maior dependéncia na producao caseira de materiais vitais, especialmente combustiveis e estercos. Deve- se prestar atencdo, assim, as espécies de arvores @ animais selecionados, com relagao as necessidades locais @ a distancia do mercado. PERMACULTURA _ROLANTE PARA GRANDES PROPRIEDADES Permacultura rolante é um método para a evolugao lenta de uma pastagem isolada para um sistema mais diverso @ 0. Quase todas as propriedades grandes, de aproximadamente 20 hectares ol mais, contém dreas que podem ser cercadas ¢ isoladas com pouca perda na produtividade. Isso 6 particularmente verdadeiro em solos problematicos, terrenos ingremes, pedregosos au sofrendo erosao, cantos dificeis 6 vales frios e batidos pelo vento. Podemos plantar 14 4rvores que, primeiramente, oferecaro abrigo. (como sebes) e, mais tarde, se tomarao um Tecurso diverso de forragem @ produgao arbérea (Figura 7.18). Os primeiros plantios, nucleares ou estreitos, contém tantas espécies titeis quantas forem vidveis em uma organizagao quase randémica, plantada densamente, de forma que alguns cortes possam ser feitos para madeira roliga. Os passos a seguir, Permacultura rolante, sao: 1 delimitar espagos para animais com cercas, geralmente elétricas, em carga solar. Prepare a area com reabiltagao do solo (arado formao) e calcéiio, se necessario; 2 plantar um nucleo de drvores apropri- adas para quebra-vento e forragem. Fertiize as drvores com uma solugdo de algas marinhas e ponha mulch, farinha de sangue @ 0850 ou esterco de galinha curtido. Uma estratégia excelente é a de introduzir o mulch em pneus & volta das para uma drvores. 1880 as protegeré do vento, cosihos e seca, inicialmente. Mulch espinhento, em pneus, desencoraja pequenos animais; 3 introduzir aves ou animais leves, gradualmente, dentro da area, cuidando para que nao haja dano: 4 mudar ouadicionar cereas, & medida _em que o sistema exija, continuando a rolar pelo terreno; 5 cortar as espécies de pouco desenvolvimento pata madeira roliga, deixando drvores e arbustos selecionados por boa producao ou resisténcia para 0 crescimento continuado. ASSOCIACAO E INTERACAO ANIMAL Come no resto do sistema, animais sio capazes de interagdes benéficas e simbidlicas, bem como associagoes ‘competitivas ou negativas. O design, que tira vantagem desses relacionamentos, vird com a experiéncia e a observagdo; alguns ‘exemplos podem ser considerados, como os a seguir enunciados. Aves sé revolvedoras e iréio recuperar © alimento que é desperdigado por outros animais. Por outro lado, galinhas podem transmitir tuberculose ac gado e, conseqdentemente, aos humanos. Suinos so, também, facilmente infectados por galinhas, de forma que ambos nao se misturam. Esterco de gado fornece nutrientes para suinos, que podem seguit o gado na pastagem. Quatro bezerros novos, em uma pastagem de graos, poderéo sustentar um porco, apenas com seu esteroo. Patos também revolvem e seguirao 0s porcos, freqlentemente recuperando migathas onde eles tenham fugado. Gatos so totalmente destrutivos para pequenos animais (pdssaros, lagartixas, pererecas etc.) @ $40, definitivamente, uma desvantagem. As pestes e os insetos dos subtirbios seriam reduzidos por pererecas e lagartixas, se os galos fossem removidos. A sucessio de espécies de pastagem, bem como sua mistura, deve ser reguiada em consideragaio a transmissdo de doengas entre as espécies e as condigoes especificas da pastagem. oP] AQUICULTURA E ALAGADOS: Um tanque ou lago pode agir como um espelho, uma armazenagem de calor, um limpador de poluentes, um sistema de Figura 7.49 ha de pneus para lanque do dgus fresca 185 transporte, uma barreira contra 0 fogo, um recurso de lazer, um banco de energia, ou parle de um sistema de itrigagaio. Além de tudo isso, é naturalmente produtivo. Sistemas de tanques, ou aquiculturas, ‘so muito mais produtivos e eficientes do que sistemas baseados em terra, devido 20 constante suprimento de agua e nutrientes, em uma forma facilmente assimilavel, e de uma variedade de plantas e animais que podem servirde alimentacdo ou serem vendidos. Uma mistura de peixes, lagostins, moluscos, passaros aquaticos, plantas aquaticas, plantas de margem e até animais de terra, cercados, leva vantagem sobre os diferentes nichos de alimentos do sistema. A maioria dos livros trata a aqiiicultura como piscicultura, mas existem tantas plantas leis para seem plantadas na agua quanto lem pores; muitas algas, moluscos @, até 10, inselos comestiveis e r&s podem ser considerados. Nés podemos projetar 0 sistema para considerarmos em nossa produgao principal qualquer um dos seguintes itens: peixes, castanhas d’agua, arroz silvestre, mel do tupelo de pantano, pelxe para seas, mariscos lesmas de agua doce, peixes de aquétrio, flores aquaticas, camardes, ovas de peixe, juncos ou chordes para artesanato, fungos desenvolvendo em paus podres etc. Todos eles sGo “agiliculturas”. E melhor suprir um mercado especialista menor © confiavel - plantar alga vermelha para caroteno, por exemplo, do que penetrar em um mercado enorme de trutas alimentadas com fagao_ ou outras iniciativas altamente capitalizadas. Este capitulo $6 pode dar aigumas ‘dias para o produtor em pequena escala ou para a produgao caseira. E importante reconhecer que, quanto mais intensive o sistema, mais necessitara de pesquisa, planejamento cuidadoso e manejo adequado. CONSTRUCAO DE ACUDES Antes da construgdo de agudes ou tanques para aqdicuttura, deve-se planejar a incorporagao de ifhas e refugios para passaros aquatics, margens rasas no interior para plantas forrageiras e um reftigio profundo para peixes, em areas onde as temperaturas de 186 verdo sejam altas. Além disso, refiigios submersos, como pneus velhos, canos de barro @ troncos cos protegem as espécies menores dos peixes e passaros predadores, A estabilizagao dos bancos dos acudes é feita com troncos, pneus ou degraus cortados e plantados, utilizando bambu, capim Pampas ou outras espécies de raizes superficiais. Embora arbustos possam ser Plantados, a estrutura de raizes de grandes espécies de drvores poderd danificar os bancos, eventualmente. Quando da construgdo de um novo agude ou tanque para aqiicultura de peixe, no introduza os peixes imediatamente. Novos acudes nao tém a habilidade de agudes bem estabelecidos para prover uma variedade de alimentos naturais. Depois da 0 agude ter sido cheio pela primeira vez, coloque de 5 a 10 er de palha a volta da linha d’égua e caminhe por cima, para introduzi-ta no solo mottiado. Isso minimizard a erosao do solo, oferecendo cobertura e uma fonte de alimentos para 0s Pequenos insetos aquaticos. Plantas aquaticas como 0 litio, a taboa, a castanha d’agua e, até mesmo, um pequeno niimero de ervas aqudticas, também ajudam nesse processo. Novos acudes séo, algumas vezes, barrentos e podem necessitar de uma aplicagao de caleatio (adicionado a uma razio de 560 kg/ha). Reduza a quantidade de iodo penetrando no acude a partir da entrada, cobrindo com capins 0 dreno ou encosta imediatamente superior ao acude. © manejo cuidadoso da area de captacdo (plantando vegetaco, dirigindo o fluxo d’égua) é critica para evitar 0 assoreamento completo do agude. ‘Uma itha 6 construida dentro do novo agude, simplemente, emputrando terra em um grande monte ¢ cobrindo com soio: alternativamente, pneus sao arranjados em uma pilha ¢ cheios de terra (Figura 7.19). Animais devem ser cercados fora dos agudes de aqiicultura; eles tomam a agua barrenta, destroem a vegetagao @ podem causar sérios problemas de erosao. PROFUNDIDADE E FORMA DO AGUDE © namero de peixes que pode ser introduzido em um agude é relativo a area de superficie, no & sua protundidade ou a volume. A area de superticie controla a quantidade de alimento deniro e & volta da Agua. Todavia, a profundidade também 6 importante, para que os peixes possam escapar para fundo, resftiarem-se em tempo quente @ evitarem passaros e outros predadores. Um numero comum é de 2a 2,5 metros de profundidade. As configuraoes seguinies so utlizadas regularmente, em todo ‘© mundo. Acudes em série - Peixes de idades diferentes podem ser seqtienciados no curso, em um estilo linha de montagem (Figura 7.20a). Dessa forma, o alimento é fornecido a0 pelxe em uma *escada tréfica” de tanques, isos s10xim0s © pantanos, a qual oferece um excesso continuo de alimento vivo para 08 acudas principais, ainda que estejam isolados seguramento dos predadores, para que os osganismos de reprodugao rapida possam habitar livremente. Como a alimentacao 6 responsdvel por 70 a 90% dos custes, forna- se bem mais barato produzi-ta do que compra- fa. Tal arranjo tem a desvantagem de que quelquer parasita, doenga ou poluente ird fluir para lodos 0s agudes; embora isso nao seja comum em operagdes pequenas, é um risco que deve ser considerado, Acudes em paralelo ~ Cada acude pode ser isolado de doengas e, também aqui, um agude com espécies para alimento pode ser instalado acima de cada agude de Produgao (Figure 7,20). Note que “espécies, alimento” podem, elas mesmas, ser escolhidas para ser diretamente comestiveis u para uso como iscas. Em geral, agudes em paralelo sao controlados, drenados manejados mais faciimente do que agudes em série Acudes canalizadds - Estes so, especiticamente, préprios para peixes que dependam da alimentagdo nas margens (carpa-capim, tildpia) ou da terra (Irutas). 187 Algumas das pisciculturas mais produtivas conhecidas sdo aquelas de canals de fluxo lento com estoque alimentar amplo ao longo destes (algunas fazendas de trutas, na Suica, ‘$40, virtuaimente, canais em curvas de nivel em encostas argilosas ingremes). E geralmente mais facil apanhar peixes em canais do que em agudes grandes, de formas variadas (Figura 7.20c). A localizagao ideal e a forma do aude podem ser de canais construidos através de um pantano onde espécies de alimenio se multipliquem, de forma que os canais sojam 20 - 30% do total da area de pantano. Os canais so estocados com peixes predadores, que exploram o pantano a procura de Cruskiceos e pequenos peixes. A relirada dos peixes ocorre quando a drea de pantano adjacente estd baixa, digamos, na estaglo de vero seco. TAMANHO DO ACUDE Nao necessitamos pensar que culturas de acudes so préprias somente para _agudes- padres, de 14 de hectare. Aqui esto alguns Produtos iteis para pequenos ou grandes agudes: + 1-2 metros quadrados - agriéo, inhame, castanha d'agua chinesa € algumas rs para 0 controle de pragas no jardim; um lirio raro, uma pequena populacéo de peixes raros 04 plantas de aqui 5-50 m2 - uma grande variedade de plantas alimenticias 6, em tamanhos maiores, peixes selacionados cuidadosamente, suficlentes para uma familia; 50-200 m2 - cultura comercial especializada, estoque de reproducao, lantas de alto valor e suprimento completo de proteina para uma familia, comportando um bando de patos; 200 - 2000 m2 @ maiores - comercial para peixes de alto valor @ crusticeos, tamanhos maiores permitem uso recreativo. (Note que, a cada aumento de tamanho, todos 98 usos de tamanhos menores estao inciufdos) Figure 7.20. ContlauagSes pare tongues. ou POLICULTURA BENEFICA CONSORCIO Embora um sistema de aqvicuitura deva ser projetado com uma proposta principal (um peixe em particular, crustdceo ou planta, aquatica), é importante combinar uma vatiedade de espécies aquaticas benéficas, para preencher os nichos disponiveis ou para subsidiar 0 produto primario. As classes amplas de organismos aquaticos s8o as seguintes: + plantas, desde os arbustos de margem até a vegetagao submersa e o fitoplancton; + invertebrados, microrganismos crustaceos; + peixes, desde os forrageiros e até as plantas, moluscos e espécies predatérias, até seis espécies de peixes culdadosamente selecionadas podem ocupar um agude de forma lucrativa e aumentar a producao; «aves aqudticas, especialmente os patos, 05 gansos e, até, 05 pombos, com casas sobre 0 agude. nh NY Plantas associadas com agudes sdo: «= espécies de raiz comestivel, como 0 inhame, o lirlo d’égua, o lotus ¢ a casianha d’agua, plantados submersos nos bancos OU no funda, possivelmente cercados por um pneu velho, para marcar a localizagao; + aguéticas flutuantes como kang kong, agrido e aquaticas carpete coma Azolla 6 lentiina d'agua (Lemna) poderao cobrir todo ‘o.agude, ainda que possam ser arrastadas © comidas pelos animais (patos adoram) ou utilizadas como mulch em jardins ou cercando as plantas de margens; + plantas de margem rasa alagada, de haste longa, Typha (taboa) ou arroz silvestre, como reftigios para 1s e passaros, plantas de margem timida como o bambu, mamao, banana, confrel, Sambucus esp. uma cobertura verde curta de capim ou Desmodium (uma espécie invasora); essa cobertura mantém os bancos estaveis @ verdes, sendo uma fonte de foragem para patos é gansos. Para animais aquéticos, uma vartedade de alimentos de niveis diferentes 6 mutto dtli. Comedores de fundo de agude alimentam-se lde detritos filtrantes ou alimentadores e do _ Zooplancton, enquanto que comedores de! Superficie s80 herbivores, comendo algas & capins, Vagando pelo sistema estéio 0s pre- dadores de nivel intermadiario. Comedores de dettiios so mariscos e mexithdes de Aqua doce, que vivem no odo, no fundo do agude. Eles podem filtrar até 900 litros de gua poluida por dia, por meio de seus sistemas, e ejetar solugdes concentradas (geralmente, fésforo) no lodo, as quais podem ser utlizadas como fertilzante em pomares ‘ou lavouras, quando os agucles s40 drenados. ‘Outros comedores de fundo (plancton) sdo crustéceos, caranguejos e lagostins. Peixes herbivoros sao aqueles que como @ carpa-capim, podem limpar a vegetagao de margem de um agude. S20 peixes de crescimento répido e alcangam um tamanho para mercado em 3 meses, com um suprimento adequado de alimento, No Havai, ‘acudes so estocados com camarées de agua doce como produgao principal, com uma produg&o secundaria de carpas-capim ‘comendo o capim quicuiu das margens. Patos fornecem nutrientes para os agudes (patos e peixes séio uma combinagéo excelente, de alta producéo). Peixes predadores (ex.: truta) so aqueles que se alimentam de outros poixes e, ‘em uma policultura compiexa, s80 confinados do resto das espécies no agude. Pequenos peixes e crustéceos entram na drea cercada € so devorados. Tais areas cercadas podem ser usadas para: « alimentadio e aeragdo de emergéncia; isso é usado para mucuns, por exemplo, ‘economizando energia naquelas poucas noites de verao em que a aeragae do agude inteito se tomaria cara; + que, nos agudes menores, peixes predadores de alto valor possamn ser mantidos para eliminarem os peixes de 189, ‘tamanho insuficiente dos agudes maiores, por meio de uma separacdo de tela que permita a esses peixes nanicos penetrarem na area; que ab segées de agudes menores possam reproduzir camardes ou minou ppara palxes maiores, no agude principal. De acordo com Swingle (veja referéncias no final do capitulo), 30% de quaiquer acude poderia ser cercado para peixes forrageiros e camardes; nutrientes so adicionados a essa parte do agude, onde (0s camaroes rapidamente se multiplicam. QUALIDADE DA AGUA E FERTILIZAGAO DO AGUDE Quando montar um consércio de espécies para um acude, as consideracées primdrias serao quanto aos estercos {ertlizantes) para sistema; alimento para os outros organismos; a moderagao do clima do acude (vegelacdo de bordas) e a methoria da QUalidade da agua, especialmente em relagao A.utilizagdo dos detrtos e ao uso completo dos alimentos. Agua de bea qualidade, com um pH de 7.28, 6a melhor. Se a agua for muito acida, os nutrientes no solo serao ligados e no poderdo ser liberados para dentro dela. E comum, 0 fundo dos acudes se acidificarem eventualment mbore possa-se adicionar calcdrio na superlicie, 0 agude pode ser produzem artigos durdveis, sdlidos, itsis @ necessdrios. Assim, os fundos locais podem estabelecer pequenas ou grandes empresas que sejam necessirias & regio, utilizando 0 dinheiro arrecadado pelos residentes Agéncias ou fundagdes podem direcionar 0 excesso de investimentos para indiistrias responsaveis, nas areas social e ambiental, ¢ para 0 desenvolvimento de novos empreendimentos, como vilas bem projetadas. 8.7 A COMUNIDADE PERMACULTURAL A.comunidade da aldeia global tem sido desenvolvida durante a tltima década. E a revolugéo mais marcante em pensamento, valores @ tecnologia que jé aconteceu. Este livro tema intengao de acelerar menos 0 arado , muito mais a filosofia de um enfoque novo e diverso em relagéo a Terra e & vida, fazendo, assim, 0 arado obsoleto. Para muitos, no existe outra solucdo (politica, econdmica) para os problemas da espécie humana que nao a formacao de pequenas e responsdveis comunidades que ‘envolvam a Permacuitura e uma tecnologia apropriada. Os dias de poder centralizado estdo contados e a retribalizacao da sociedade 6 inevitavel, mesmo sendo, as vezes, um processo doloroso. Mesmo nao querendo agir como alguns, devemos encontrar formas de agao em prol da nossa prdpria sobrevivéncia. Nem todos nés somos, ou precisamos ser, jardinéiros & fazendeiros. Todavia, todos nés temos habilidades @ talentos para oferecer, bem como para formar partidos ecolégicos ou grupos de ago local para modificar a politica dos governos locais e estaduais, para exigir a uiilizagao de terras piblicas em nome das pessoas sem terra @ para nos unirmos internacionalmente para modificar 0 uso de recursos, a criagao de lixo e a destruigéo em conservagao e construgao. Devernos mudar nossa filosofia, antes que qualquer outra coisa mude. Mudar a filosotia da competi¢ao (a qual, hoje, penetra nosso sistema educacional) para a filosofia da_ cooperagao, em associagses livres. Mudar nossa inseguranga material para uma humanidade segura; trocar o individuo pela tribo, petréleo por calorias e dinheiro por produtos. A grande mudanga que necessitamos fazer 6 a de consumo para produgéio, mesmo que em pequena escala, em nosso préprios quintais, Se 10% de nés fizessemisso, haveria © Suficiente para todos. Assim, vé-se a futilidade dos revolucionarios que néo tém Jardins, que dependem do proprio sistema que atacam, que produzem palavras e balase nao alimento e abrigo. Algumas vezes, parece que somos apanhados, todos nés, na Terra, em uma conspiragao consciente ou inconsciente para nos mantermos sem esperanga. E, mesmo assim, sdo pessoas que produzem todas as necessidades de outras pessoas. duntos, podemos sobreviver. Nés mesmos podemos curar a fome, toda a injustiga e toda a estupidez do mundo. Podemos fazé-lo compreendendo a forma com que funcionam os sistemas naturais, pelo reflorestamento @ a jardinagem cuidadosos, pela contemplagao e pelo cuidado com a Terra. As pessoas que forcam a natureza, forgam a elas prdprias. Quando plantamos somente trigo, nos tornamos massa. Se buscamos somente dinheiro, nos tornamos latéo. Se permanecemos na infancia dos esportes de equipe, nos tomamos uma bola de couro cheia. Cuidado com os monocultores, na religiéo, na sade, na fazenda ou na fabrica. Eles sao levados a loucura pelo tédio, podem criar a guerra € tentar assumir 0 poder, porque S40, na verdad, fracos. Para se tornar uma pessoa completa, devemos viajar muitos caminhos. Para realmente termos algo, devemos primeiro ofertar. Isso ndo é uma charada. Somente aqueles que partiinam suas habilidades talentos miltiplos, amizades verdadeiras, um senso comunitario @ o conhecimento da terra sabem que estdo seguros em qualquer lugar. Existem muitas lutas e aventuras para serem vividas: a luta contra o trio, a fome, a pobreza, a ignorancia, a superpopulagdo ¢ a ganancia; as aventuras em amizade, humanidade, ecologia aplicada e design sofisticado ~ que nos trariam uma vida muito melhor. Uma vida que podemos estar vivendo agora @ que significaria uma vida melhor para nossas criangas. Nao existe outro caminho para nés do que 0 da produtividade cooperativa e da responsabilidade comunitaria. Tomemos esse este caminho, e ele mudara nossas vidas de uma forma que jamais poderfamos imaginar. BIBLIOGRAFIA E LEITURA RECOMENDADA Morehouse, Ward, 1983, Handbook of Tools for Community Economic Change, TDG Group of North America, PO Box 337, ‘Crotonon Hudson, NY 10520 (@ venda pelos editores). Uma explicagéo basica das fundagdes, automanejo e bancos comunitarios, autofinanciamento de investimentos sociais, e SHARE. Muito recomendado. CELT (Cooperative Enterprise Loan Trust): peopie's banking and seminars advisory services; inclui SCORE (Service Corps of Retired Executives) PO Box 6855, Auckland, New Zealand. 201 LETS (Local Employment Trading System): organised credit/debit non-currency systems. Jogos, software, kts, de: Michael Linton, Landsman Community Services Lid., 875 Johnston Ave., Courtenay, 6.C., Canada VON 2¥2. Ou na Australia: Maleny and District Community Credit Union, 28 Maple St., Maleny Qld 4552, Australia. MONEY MATTERS, Messanine Level, 27-31 Macquarie Place, Circular Quay, Sydney, NSW 2000, Australia. Servigo de informacao em investimento ético. SHARE (Self Help Association for a Regional Economy), PO Box 125, Great Barrington, MA01230, USA. APENDICE LISTA DE ESPECIES UTEIS EM CATEGO- RIAS Alista a seguir define algumas categori- as dentro da Permacultura, sem a intengSo de descrever as plantas em particular. PLANTAS QUE PRODUZEM ALIMEN- TOS HUMANOS NAS RAIZES, TUBER- CULOS OU BROTOS Arracacha — Inhame Nabo Chuchu — Bambus —Cenoura Taboia Cebola Rabanete Aspargos Amendoim — Chicéria Cara Beteraba Batata PLANTAS QUE SUPREM ALIMENTOS. ARMAZENAVEIS, Améndoas Pinhao Castanha do Brasil Carvalhos Nozes Castanha Portuguesa Pistachios Caju FRUTAS (PARA SECAGEM E ARMA- ZENAGEM) Maga Jujubas Cerejas Mangas Abrice Péssegos Peras Bananas . Figos Ameixas Abacaxis, Uvas 202 FARINHAS ‘Ceratonia Castanhas Castanha D’égua —Amoras Brancas Gledista ‘Guandu OLEOS Améndoas Mostarda Olivas Girassol Nozes FRUTAS FRESCAS Morangos Uvas Abricés Citricos Ameixas Amoras Cerejas Quivi Nésperas Jujubas Péssegos Calu Figos Framboesa Maracujas Feijoa Macas Pomelo Peras Goiaba FRUTAS COM ALTO TEOR DE VITAMINA C Citricos Rosela Goiaba Rosas Caju FORRAGENS ANIMAIS > Carvathos Acacias Taupata Ceratonia > Amaranto Améndoas - Guandy Ingas - Gledista Foljao de asa - Mesquita Tagasaste - ‘Sesbania Leucena . Mozes - FOLHAGEM - Bambu Lespedeza - Tagasaste Giressol ~ Taupata Chuchu . Labe labe Chicéria Alfata Batateiro Capim pampas Feijao da asa Chose Contre’ = FLORES COMESTIVEIS Calenduie Feijoa ~ Abobrinha Rosa ~ Borragem Capuchinha - Feige de asa Sesbania ~ PLANTAS DE BORDAS - Taupata Aveloz Roma Coprosma BARREIRAS PARA ANIMAIS ~ Euphorbia sp. Gleditsia._ = Cactos” yoy) Bambus de touceira Sansdo do Campa VINHAS PERENES Uvas Era Maracujé Wisteria Jasmin ‘Chuchu : Quivi Cara Baunilha Labe labe PLANTAS PARA CONTROLE DE PRAGAS Cravo de defunto —Crotolaria (agates sp} Cedro branco Rubardo Tabaco PLANTAS UMBELIFERAS ipo Funcho Erva doce Coentro, Cenoura Salsa Angélica Comino Anis PLANTAS AQUATICAS EDE ALAGADOS. Azola Castanha d’ agua Juncos Arroz Selvagem Horteia Chorao Taboa PLANTAS MELAFERAS Améndoas — Abricd Salvia Tangerina Péssego —Eucaliptos Pera Citricos ——Alfata Tagasaste tavanda —Gledista Maga Horteli —Alecrim ESPECIES PARA LOCAIS MUITO SECOS Ceratonia Capim pampas Jujubas Lavanda ‘Améndoas Tagasaste Romas LEGUMINOSAS ARVORES Tagasaste Mesquita Tamarindo Leucena Casuarina Albizia Acacia Amora Acacias Figos Olivas Pistachios Alecrim Inga Cassia Oliva Russa Sesbania Tipuana Gliricicia PEQUENAS ESPECIES Azola Feno Grego Atfafa ‘Amendoim Labe labe Feljées e Ervilhas “Trevos Guandu

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