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Figura 1.1 A cavoade ora ‘A cavidade oral (Figura 1.1) se estende dos labios e das bo- chechas externamente aos pilares das fauces, internamente, ‘onde continua na orofaringe. Ela se subdivide em vestibulo da boca (externo) ao dente ¢ a cavidade oral propriamente dita, interna aos dentes. O palato forma o teto da cavidade oral que separa a cavidade oral e nasal. O soalho da cavidade oral con- siste de uma membrana mucosa cobrindo © misculo milo- hhiGideo © ¢ ocupada, principalmente. pela lingua. As paredes laterais da cavidade oral séo limitadas pelas bochechas e pelas regides retromolares. A funeo primria da boca diz respeito & digestio (selegio de comida), & mastigagio e & degluti fungSes secundrias incluem a fala e a ventilagdo (respi OS LABIOS s labios (Figura 1.2) sio compostos de um esqueleto muscular (amusculo orbicular da boca) e de tecido conjuntivo e so cober- tos externamente por pele e internamente por membrana muco- sa. A porgao vermelha dos labios (zona vermelha) é uma carac- terfstica Unica em humanos. A abrupta juncdo de tal zona com a pele € denominada margem vermelha, No ldbio superior, a zona vermelha se engrandece. na linha média, ao formar 0 tubérculo do libio superior. © labio inferior mostra uma leve depressio, na linha média, correspondent ao tubérculo, Da linha média ‘aos cantos da boca, os labios se alargam €, apds, se estreitam, Lateralmente, o labio superior € separado das bochechas pelo suleo nasolabial. Sulcos similares aparecem com a idade nos Aparéncia in vivoda 1 cavidade oral Figura 1.2. Os bio, A = tuoérul:B = sul nasolsba rmarginal’D = sulca mantolaba€ = fire: = comiesura aba ccantos da boca para delinear o lébio inferior das bochechas (sul- 0 labiomarginal). O suleo mentolabial separa o labio inferior da regitio mentual. Na linha média do labio superior, hd um sulco de trajeto inferior denominado filtro. As comissuras dos libios, so normalmente localizadas adjacentes aos caninos superiores © aos pré-molares inferiores. Os labios exibem um dismorfismo sexual: como regra geral, a pele do homem ¢ mais espessa, fir me e menos mole e rigida. Os labios ilustrados estdo levemente fechados, em repouso, e slo descritos como sendo “competen- tes" (Os ldbios incompetentes (Figura 1.3) descrevem uma situagao na qual, em repouso e com os miisculos da face relaxados, 0 se- lamento labial nao ¢ produzido. E importante que isso seja dis- tinguido de condigées nas quais os labios com freqiiéncia so Ve \ Figura 1 competenies mantendo a nelinago normal dos vos. 6 = labios incompetent rultano na icinacso pars anterior Sos apenas colocados separadamente (como com freqiiéncia acorre em respiradores bucais), A postura do labio ilustrado na Figura 1.3 pode ser deserita como “potencialmenite competent gue 0 labios poderiam ser capazes de proxuzir um selamento {em repouso, se no houvesse interferéncia causada pela protru- ‘Go dos incisivos. Nos casos em que os labios sio incompeten: tes. o padio de degluticao é geralmente modificado para produ- zir um selamento bucal anterior. Dess@ maneira, um selamento bbucal poderia ser formado pelo contato entre o libio inferior. ou ‘lingua, ea mucosa palatina, Estimou-se, no Reino Unido e nos de 50% das criangas, na idade cia labial. {0 € a atividade dos labios so importantes no contro- Estados Unidos, que uma média de 11 anos, tem algum grau de incom A posi Je do grav de protrusio dos incisivos, No caso dos labios com= petentes (Figura 1.4a) as marg; ccansam abaixo da margem inferior do labio inferior: esse arran- s dos incisivos superiores des- Figura sO vestouo da boca. A > normal dos incisivos, No caso jo ajuda ‘a manter a inclinag {os labios incompetentes a posigio dos incisivos maxilares tal: vez nio seja controlada e o lio inferior pode até repousar por tris destes, dessa forma produzindo uma protrusio exagerada destes dentes, Se existir uma projegio anterior da lingua que te sulte em um selamento bucal anterior. sero geradas outras for «g88 que tendem a protrur os incisivos, Uma forte ou hiperativa rmusculatura labial pode estar associada com uma inclinago posterior dos incisivos. © VESTIBULO DA BOCA O vestibulo da boca ra 1.5) é uma pequena abertura entre 10 labios, as bochechas, os dentes e os alvéolos. Em repouso, com a boca aberta, 0 vestibulo da boca ¢ a cavidade oral pro- priamente dita comunicam-se entre si diretamente através dos ddentes, Quando os dentes ocluem, 0 vestibulo & fechado. O ves- tibulo ¢ um espago fechado que se comunica com a cavidade ‘oral somente por tras dos iltimos molares (regio retromolar) A mucosa que cobte o alvéolo ¢ refletida sobre as libios e as bochechas, formando uma extensa depressio ou sulco chamado de fomnice do vestibulo. Em algumas regides do suleo. a muco- sa pode mostrar distintas formulas de pregas. dirigindo-se das bochechas e dos libios para os aléolos. O fiénulo do Labi in: ferior ou superior consiste de pequenas pregas na linha media: ra. As outras pregas de dimenstes variadas podem cortar os sul: os na diregio transversal nas regides dos caninos ou pré-mola. res, Esses frénulos so considerados mais pronunciados nos su co inferior. Todas as pregas contém tecido conjuntivo frouxo ¢ rio so inseredes musculares e nem locais de grandes quantida. des de vasos sat CO frénulo do labio superior poder estar localizado bem aba: xo da crista alveolar, Um grande frénulo com uma conexio per: to da crista pode ser associado com o diastema da linha media nna entre 0s primeiros incisivos superiores (Figura 1.6). O frénu- Jo proeminente também pode influenciar a estabilidade de uma dentadura. forme do vestioua: = Irinule do abi superar C = frdrulo na regio dos prémotares superiors Figura 1.6 Diastoma produoo ene as Mesos centas superiors a patir-doalargamenta do frénuio de abi superior A GENGIVA A gengiva, um constituinte da mucosa oral que recobre os ossos alveolares e suporta as raizes dos dentes e sua regido cervical (colo), ¢ dividida em dois componentes principais (Figura 1.7 A porgio alinhada na parte inferior do alvéolo esté frouxamen- te fixada ao peridsteo através de uma mucosa difusa que é deno- minada mucosa alveolar. Ela é delineada a partir da gengiva que recobre a parte superior do osso alveolar ¢ 0 colo dos dentes por tum juno bem definida, a jun¢3o mucogengival. A mucosa al- veolar tem uma coloragio vermelho-escura, a gengiva, um rosa pilido, Essas diferentes cores se relacionam &s diferengas no ti po de queratinizago e na proximidade dos vasos sangilineos da superficie, Com razdo, pequenos vasos sangllineos podem facil- mente ser vistos cruzando por baixo da mucosa alveolar (Fig a L-7).A gengiva pode, além disso, ser subdividida em gengiva inserida ¢ a gengiva livre. A primeira ¢ firmemente colada 30 peridsieo do alvéolo e ao dente, e a gengiva livre repousa sem ‘conexdo em volta da regio do colo do dente. Uma fenda livre pode ser Vista entre a gengiva livre e a gengiva inserida, Essa fenda corresponde geralmente ao soalho do sulco gengival que separa a superficie interna da gengiva inserida do esmalte den- tério (Figural 4.34). A papila interdental ¢ parte da gengiva que preenche espago entre os dentes adjacentes. Uma caracteristica dda gengiva inserida é sua superficie rugosa. O grau de rugosida- de varia de individuo para individuo, de acordo com idade. se- x0 e satide da gengiva. A gengiva livre ¢ lisa, Na superficie lin ‘qual da mandibula, a gengiva inserida ¢ diferenciada da mucosa alveolar em diregao ao soalho da boca por uma linha mucos. val. No palato, contudo. no existe uma divisio Sbvia entre a ‘gengiva inserida ¢ o restante da mucosa palatina, sendo que es- sa superficie como um todo é uma mucosa mastigatsria quera- tinizada. AS BOCHECHAS As bochechas estenclem-se intra-oralmente das comissuras dos bios anteriores & depressdo da mucosa que recobre posterior ‘mente os ramos ascendentes da mandibula, Elas sto delimitadas superiore inferiormente pelos sulcos superior e inferior do ves tibulo (Figura 1.5). A mucosa apresenta-se no queratinizada. sendo firmemente aderida ao misculo bucinador, e ¢ alongada quando a boca é aberta, e se retrai, quando se fecha 2 boca. Glindulas sebéceas ect6picas podem ser evidentes na mucosa ‘como pontos amarelados chamados de granulos de Fordyce (Fi gara 1,8). Poueas estruturas sao visiveis nas bochechas, O due to parotideo desemboca na bochecha na altura do segundo mo- lar superior a sua abertura pode ser coberta por uma pequena camada de mucosa denominada papila parotidea. Uma linha hi- perqueratinizada, chamada de linha alba, pode ser vista na posi- to relacionada ao plano oclusal Na regido retromolar, em frente aos pilares das fauces, ha uma prega de mucosa contendo uma rafe pterigomandibular ue se estende dos alvéolos inferiores aos superiores (Figura 1.9). O espago pterigomandibular, no qual o nervo lingual e 0 nervo alveolar inferior transitam, repousa lateralmente a esta prega e medialmente a crista produzida pelo ramo da mandibu- la, Uma depressio localizada entre a rafe e o ramo da mandibu- la € um local importante para a insercdo de agulha para aneste- sia local dos nervos alveolar inferior ¢ li Flgura 1.7 _Genaive superior (a Ifeios (0), A= mucosa alveolar F =papla ioral G = renuo do fable superar eng 1.8 Superice intoma ds bachesha, maetrando oe granule 68 Figura 1.8 Regi retomelar. A= superticie interna da bochecha B= deprassaolocalzada sobteo amo da mandibula: C = dapressao sobre 8 rae plenigaransioular A eata ala nseande 0 panto de releréncia pare @ ingaredo de uma agufa pares anestesi local dos nervos alveolar inferior © lingual ‘Quando os dentes superiores ¢ inferiores ocluem. um peque: ‘no espaco retromolar esta presente por trés do tltimo dente mo: lar. Isso propicia um local para a administragdo de mutrientes ‘em pacientes que sofreram uma fratura e permanecem com uma fixago maxilomandibular © PALATO (© palato forma o teto da eavidade oral e a separa da cavidade nasal. O palato &dividido em duas porgdes: anterior, correspon= dente ao palato duro, fixo ¢ posteriormente, ao palato mole, mé vel. Como os seus nomes sugerem. a constituigio do palato du- +o 6 6ssea, enguanto que a do palato mole é do tipo fibroso. (© palato duro é coberto por uma mucosa queratinizada a qual std firmemente justaposta ao osso que ela recobre & a qual am- ‘bém contém papilas gustativas, Mostra uma estreita elevagio imediatamente por tris dos incisivos centrais superiores, a papi- la incisiva (Figura 1.10), a qual cobre os nervos nasopalatinos Figura 1.10. Pasto dure A = papla incisive B= rale do palate: = pega palatna:0 = aloe, como eles emergem dos forames incisivos, Estendendo-se, pos- ‘eriormente, a partir da papila. na linha mediana. hd uma erista cchamada de rafe do palato. Nesse caso, a mucosa oral esté inse~ rida diretamente no osso sem a presenga de uma camada sub- ‘mucosa, As pregas palatinas sao elevagbes. na porgdo anterior do palato duro, que se iradiam transversalmente da papila inci- sivae da parte anterior da rafe do palato, Seu padrio € tnico. como impressoes digitais. podendo ser empregado em andlise forense para identificar pessoas. Nessas jungdes do palato e do alvéolo localiza-se uma massa de tecido mole, submucosa na qual correm os nervos palatinos maiores ¢ vasos. A forma ¢ 0 tamanho do palato variam consideravelmente, sendo relativa- _mente rasos em alguns casos ¢ tendo considerdvel profundida- de em outros. © limite entre o palato mole e 0 palato duro ¢ facilmente palpavel ¢ pode ser distinguido por uma mudanca de colora- sho; o palato mole € vermelho-escuro com uma coloragao amarelada. Estendendo-se lateralmente da margem livre do ppalato mole, em cada lado est a prega palatofaringea e a do palatoglosso. A prega do palatoglosso & a mais anterior (Figu- ra 1.11), Essas pregas cobrem 0 muisculo palatoglosso e © pa- Figura 1.11. Palato moe 8 istmo ortaringsa. A= prega do palatogiosso: 8 = Braga palatolringea: C= tonelapalatina:D = Uvcla. Figura 1.12. Vista superior do palto mole, mosrando as foveas palatinas Jatofaringeo. e entre eles localiza-sé a fossa tonsilar que em individuos jovens dé lugar 4 tonsila palatina. A tonsila palati tna é uma colegio armazenada de material linf6ide, de tama: ‘sho variado. que, normalmente, se atrofia nos adultos. Exibe ‘érias invaginagdes chamadas de criptas tonsilares, uma das ‘quais € particularmente profunda, formando cavidades intra fonsilares. A margem livre do palato mole, na linha mediana, chamada de tivula palatina. No istmo orofaringeo estdo loca lizadas a cavidade oral ¢ a orofaringe. Ele ¢ limitado pelas pre- gas palatofaringea e do palatoglosso ou arcos (pilares das fau: ees). O conhecimento da anatomia do palato tem relevancia cli fica quando se desejs ajustar a margem superior de uma den: tadura 8 rea posterior. A dentadura necessita se assentar aos fecidos da margem anterior do palato mole (esta localizagao smuitas vozes ¢ chamada de linha vibrante ou vibratoria, por- ‘que o palato mole pode ser visto movendo-se aqui quando se pede ao paciente para dizer: “ah”), Em muitos individuos, dois pequenos forames. f6veas palatinas, podem ser vistos (Figura 1.12) um em cada lado da linha mediana: esses representam as ‘emergéncias dos ductos de algumas das glandulas mucosas ‘menores do palato. A fovea palatina pode também ser vista em. impresses no palato e a margem posterior pode. normalmen: fe, situar-se alguns milimetros atrds desses forames. © SOALHO DA BOCA ‘© soalho da boca é uma pequena regio em forma de ferradura. ‘scima do muisculo milo-hidideo e abaixo da parte mével da lin- ‘gua (Figura 1.13). E coberto por uma camada de mucosa ndo- @ueratinizads. A linha mediana, perto da base da lingua. uma [prega excessiva (chamada de frénulo da lingua) estende-se para ‘superficie inferior da lingua. A papila sublingual, na qual os aspecto lingual o perfil vestibular e as faces jotadamente menor do {que a do primeiro molar. Os aspectos mesial e distal lembram os do primeiro molar, mas como nao hé cuspide distal, as superti cies proximais sdo semelhantes em termos de convexidade. As cristas marginais mesial e distal nfo convergem e nio so (io marcadamente entalhadas no seu ponto médio. As raizes mesial e distal sto achatadas no sentido mesiodis- tal e sdo menores e menos divergentes do q molar. Elas podem ser parcialmente fusionadas. A raiz mesial e as do primeiro nao é tio ampla como a do primeito molar e a inclinag&o distal das raizes ¢ mais acentuada, Terceiro molar inferior Este dente tem uma morfologia varidvel, embora no tio vari vel quanto a do terceiro molar superior. Sua significdncia clin Ele é grande quanto 0 se baseia no fato de estar frequentemente impactadk ‘menor dos molares inferiores mas pode ser ti primeiro molar inferior. A coroa normalmente tem qu: pil gular ou circular. Se Sua forma é re padrao fissural almente muito iregular. Como regra, as raizes si bastante reduzidas de tamanho e so fusionadas, Elas possuem ama grande inclinagdo para distal Primeiro molar superior deciduo pico de todas os molares d D). Sua form: assemelha a um intermedirio Eo menor dos molares. ccoroa apresenta uma forma quadrilétera ibular ¢ palatal paralelas entre si mesiovestibular é estendida, produz centre um pr um mola Vista de oclusal No entanto, a ares indo um abaulamento pn te, otubéreulo molar. Se as coroas Forem restauradas, esse abauilamento deve ser diminuido devido ao pr atal é marcadamente obtusa, O dent paradas por ma fissura oclusal que corre no sen: Umsule stender a par stibular val também, {ido mesiodist -aso vestibular pode em duas, sendo'a porco mesial maior. A ctspide li pode ser subdividida em duas. Os épices das ctspides convergem em diregdo & linha mediana, reduzindo a superfic dente, Do aspecto vestibular ura mi xara. No lado mesial localiza é 0 ubérculo molar. Do aspecto pa lo vestibular, que se estende latal a superficie palatal ads: ald vestibular, cujo perfil py Angulo, As vistas mesial e distal mostram a perficies vestibular e palatal. Observe o tubérculo molar proemi hente para mesial. Cristas marginais conectam as cispides vest balare lingual. Nao ha fissuras sobre as cristas marginais. O dente apresenta ts ratzes (duas vestibulares ¢ uma pala- al), que se originam de um Gnico tronco. A raiz mesiovestibu Figura 2.39 B= supertce ¢ E _ Ja no sentido mesiodistal; a raiz distovestibular é iz palat menor e mais circular; a tem seegio el As raizes distov atal podem ser parcialmen- Segundo molar superior deciduo 0 segundo molar superior deciduo (Figura 2.40) lembra muito a Figura 2.35) coloragio (mais branco), rafzes grande cingulo vestibular baixo terminem por di meiro molar superior permanente (consult mente divergentes lo. Fr atal 6 o tubéreulo de Carabeli na ctispi de mesiop: Primeiro molar inferior deciduo Diferente possul forma de molar, mas apresenta uma série de cara ente do primeiro molar superior decid sticas ESTE Dein Prmeio molar inferior vestibular superficie lingu eas (Figura 2.41), Do aspecto oclusal, a coroa aparece com ida no sentido mesiodistal e quadrangular ire #F com as Superficies vestibular e palatal paralelas entre si A are tibularsofre uma extensio, formando um tu ulo moka ‘mesiolingual é marcadamente obtusa. A aforma oclusal pode ser dividida em uma parte vestibular e ual através de uma fissura mesiodistal, A parte vestibu- nsiste de duas cuspides, send distovest ular. parte lingual do dente & mais estreita do 4 vestibular e apresente duas ctispides separadas por uma fis ura lingual, sendo a ctspide mesioli tual, As cispides vestibulares sa al maior do que a disto naiores do que as lingua, nsversal pode conectar as ctspides mesiais, divi ndo a fissura mesiodistal em uma fissura distal e uma cova me reqilentemente ¢ encontrada uma ente inal distal. Um sulco complementar partir da fole estender sobre acrista marginal mesial. Do asp ibulat, a céspide mesiovestibular ocupa pelo menos dois os da dtea da coroa e é mais projetada para oclusal do que cispide distovestibular. As vertentes distas das culspides vestibu: ares so mais longas do que as mesiais. O perfil da superticie sal aparece plano e o da superficie distal convexo. O tubs molar na margem mesial da superficie vestibular pode s, igulo. Do aspecto ls ispide distolingual aparece somente como uma protuberiicia em distal. Mesial ¢ al. as cispides so cénieas, mat istalmente, as superficies vestibular lingual convergem em diresio a0 centro da coroa. A crista mar nal mesial é mais proeminente do que a distal. Observe o abau: P x mda lamento associado a0 cingulo vestibular proximo & m: crispide mesiovestibular O primeiro mol enta duas raizes di distal. as quais slo achatadas no sentido me siodistal. A raiz mesial é frequentemente sulcad Segundo molar inferior deciduo Este € uma verso menor do primeiro molar inferior permanen- fe (consulte a Figura 2.37), embora sej ente raizes mais divergentes (F acteristicas que o diferenciam si 0 cingul ular mesial e distal ¢ a fossa central mais extensa sobre a supe ‘oclusal. As euspides m distovestibular nao so un rando 6 padrio Dryopt As dimensdes médias dos dentes permanentes ¢ das tio freqilentemente, g istadas nas Tabelas 2.2 Diferengas étnicas e raciais na morfologia dentaria A descrigao da morfologia dentaria anterior é, por necessidade aos caucasianos. Superpostas is fot mas basicas dos dentes estio pequenas variagées que afetam a generalizada e relacionad: dentigio decidua e permanente. Essas variagses sio herdadas, pendendo de varios Tabela 22 _Dimensoes médias dos dentes permanentes a Compri-—mesi vestibulo: coroa—mentoda distal da (mm) raiz(mm) —coroa (mm) 130 as 20 2 130 65 60 3 17.0 1s 80 4 145 3.0 5 140 3.0 6 125 10 7 5 1.0 8 65 10 0.0 1 90 2 3 3 110 4 as 80 6 75 8 70 Tabela 23 médias dos dentes deciduos Diamen distal da cores (mm) 1090 65 102 52 130 58 100 7A 17 3a 20 40 45 55 ‘a. fatores ambientais, Sua presenga e grau de penetracio for: ‘mam 0 fundamentos da antropologia dentéria e tém sido uili- zados na distingdo entre ragas humanas com base nos dentes. s resultados desses estudos possibilitaram o estabelecimento de relagties entre as racas eda afinidade entre as populagies hu- ‘manas. Uma raca pode ser definids como subdivisio de uma es- pécie contendo membros que compartiham caracteristicas bio- légicas e culturais comuns. Assim, se as mesmas variantes, al- tamente herdaveis, ocorrem com uma freqiéncia semelhante fem duas populagSes, entio essas populagses provavelmente témum alto grau de afinidade. Esses estudos antropolégicos a ralmente utilizam complexas anélises estatsticas de grupos de tragos em vez de uma tinica caracteristica, Onde a freqiiéncia das caracteristicas € baixa, é necessaria uma grande amostra. A lista a seguir relaciona as caracteristicas secundérias mais co- ‘muns encontradas na antropologia dentéria, embora existam rmuitas outras relatadas na literatura 1. Incisivos centrais inferioes em forma de asa, Em ver de 08 in= cisivos centrais serem retos e alinhados no arco dental, eles sto {nclinados mesialmente e suas margens incisais formam um V Incisivos centrais superiores em forma de ps. Cristas margi- nais exageradas ¢ extensas dio ao dente uma aparéncia de pa. A concavidade palatal é exagerada, De fato, a profundidade da fossa palatal é 0 melhor indicador do grau de alteragio, Ele po- de variar, ¢ quando € mais pronunciado envolve também a fa ce vestibular, conferindo uma aparéncia de "pd dupla”. Mesmo sendo predominante nos incisivos superiores, também pode ‘correr nos incisivos inferiores. Esse trago & particularmente ‘comm nos chineses. nos japoneses e nos esquimés, e menos ‘comuns em negras ¢ europeus. 43, Frogliéncia de incisivos laterals superiores permanentes condi des, 4, Presenga de uma nica raiz no primeiro pré-molar superior permanente , Presenca de ciispides acessérias no primeiro molar superior permanente. Elas geralmente ocorrem nas superfcies vestibu: lar e palatal. Como mencionado na pégina 23, freqlientemente existe uma pequena cuispide na superticie palatal da cispide smesiopalatal conhecida como tubéreulo de Carabelli, que po- Ge variar desde uma grande elevacao até um simples sulco. Ele presenta uma baixa ineidéncia em negros. Quando presentes na superficie vestibular, as euispides acessérias so conhecidas ‘como cuspides paramolares. 6. Tamanho reduzido ou auséncia da cispide distopalatal no se sgundo molar superior permanente. 7. Presenga de um terceiro molar superior de tamanho redizido e cem forma de pi 8. Presenca de uma cispide adicional no segundo pré-molatinfe- ror. Embora a ctspide lingual desse dente seja geralmente di vidida em duas, pode exisir uma cispide adicional, totalizan- do quato cuspides, 9. Padrao de fissuras do primeiro molar inferior permanente. A fissura pode ter uma configuracio em “Y ou em "+" (consul- te-a pagina 25 e a Figura 2.43), Outras subdivisbes sto “X" ou °C” (quando a superficie oclusal nfo apresenta um padr3o cla- +0 do Suleo mas € coberta por finos dentritos como o que ocor- re nos tereeiros molares) estou +5 v5 +4 Moss Dial ye v4 noua Figura 243. Molares inter sua ne nimero de eisoises, rmestrando as varagbes no padre de fs 10. Numero de euspides dos molares inferiores: pode haver seis. cinco ou quatro. A sexta eiispide esté associada a ctspide mesiovestibular. Quando estio presentes quatro ciispides, a cuspide distal é perdida (consulte a Figura 2.43) 11, Presenga de ts raizes no primeiro molar inferior permanente, 12. Namero de caspides presentes no segundo molar inferior pe ‘manente. Esse dente pode apresentar quatro ou cinco cuispides, Duas caracteristicas adicionais sio incorporadas com frequén- cia na investigagao antropol6gica das variagdes dentérias, em- bora elas nio sejam estritamente morfol6gicas. Elas sto a hipo- dontia (a frequéncia na auséncia de dentes) e a hiperdontia (a freqdéncia na presenga de dentes extranumeritios) MORFOLOGIA DA POLPA A polpa dentéria ocupa a cémara pulpar na coroa da dente e o(8) ccanal(is) radicularies) na(s) rai(izes). A camara pulpar se con- forma, basicamente, a forma externa da coroa (Figura 2.44). A anatornia do canal radicular varia de acordo com o tipo de dente com a morfologia radicular. No épice da raiz, o canal radicular se continua nos tecidos do periodonto periapical através do fo me apical. O conhecimento da morfologia da cémara pulpar e do canal radicular & clinicamente significativo: por exemplo, duran- Figura 2.44. Secce de um molar mostando cdmara pupar (a) e 03 cs ats acoulares (0) fe a remogio de tecido cariado e restaurago do dente é impor- ante evitar a exposigio pulpar, Além disso. quando a polpa esté ‘comprometida e necessita ser removida e substicufda por um ma- ‘erial de restauracdo (tratamento endodontico). 6 essencial remo- Ver e substituir todo o tecido pulpar e evitar lesGes as estruturas de suporte periapicais. Nas descrigdes gerais da morfologia pulpar dos dentes per: ‘manentes que se segue, cada raiz ¢ilustrada a partir das super- ficies vestibular e distal. A linha vermelha mostra a cavidade pulpar no dente jovem e a linha azul no dente velho. Nos dentes anteriores, a clmara pulpar se transforma quase que impercep- tivelmente no canal radicular, Nos pré-molares e nos molares, & ‘cAmara pulpar e os canais radiculares slo distintos, Os cornos pulpares se estendem a partir da camara pulpar até os angulos mesial ¢ distal da coroa dos dentes incisivos e em diregao das cdspides dos dentes posteriores. Cada raiz, muito freqilente mente, contém um canal, mas dois canais ndo so raros (mola: res inferiores, por exemplo, normalmente tém dois canais na raiz mesial). Quando as raizes esto fusionadas, o dente ainda ‘mantém o nero normal de canais. O tamanho da camara pul par e o didmeiro dos canais radiculares diminui significativa ‘mente com o passar do tempo e em resposta a caries, atrigdo ou ‘outtos estimulos externos, devido a deposigao de dentina secun- daria (¢, as vezes, terciéria) (consulte as paginas 138 a 143) ‘Quando o dente erupciona na cavidade oral, o desenvolvimento dda raiz ainda esté incompleto e © forame apical é amplo (con- sulte a Figura 25.2). forame apical vai se afilando com o de- senvolvimento subseqliente da raiz e a constrigao gerada pela deposigao de cemento. Essa constrigio marca o limite entre 0 tecido pulpar e o tecido periapical (Figura 26.6). Incisivos Incisivo central superior permanente ‘Vista do aspecto vestibular, a cémara pulpar do incisivo central superior permanente (Figuras 2.45 ¢ 2.46) segue o contorno da (0 da margem incisal. Em um coroa, sendo mais ampla na reg dente jovem a camara pulpar apresentetrés comos pulpares que correspondem aos mameldes presentes durante o desenvolvi- ‘mento. Vista de distal, a polpa se afla em diregdo & margem in- cisale se amplia em diregdo & cervical. Uma constrigd (0 abau- Jamento cervical) separa o canal nico e central da cémara pul- par, O canal radicular se afila em dire¢o ao forame apical, on- de pode curvar-se levemente para distal ou vestibular. O canal presenta seco ovide na Sua maior extensio, mas, como os, ccanais dos outros dentes, vai se tornando mais circular quando Figura 2.45. Aooresentagso esquemat contra superior permanente de morologis pulpar do ncisio 0 r oy Figura 2.46 ncisivo central superior permanente seconade demonstra 0a morfologapulpar A = vestibular: 8 = palatal se aproxima do pice. Com a idade. as dimensdes da edmara pulpar e do canal radicular so reduzidas & medida que a de1 na secundaria se deposita. A cdmara pulpar recua e pode desa- parecer completamente, No tratamento endodéntico de dentes mais velhos, a localizagao do canal radicular na auséncia da ci- ‘mara pulpar pode ser o maior desatio, Incisivo lateral superior permanente ‘A.cfimara pulpar desse incisivo (Figura 2.47) é semelhante, mas ‘menor, & do incisivo central superior. O canal radicular €tinico, levemente ovside © normalmente se curva para distal e palatal Incisivo central inferior permanente ‘A cimara pulpar do incisivo central inferior permanente (Figu- ras 2.48 ¢ 2.49) € semelhante a descrita para o incisivo central superior, embora, sendo esse um dente muito menor, ela tena ddimensdes reduzidas. A camara pulpar apresenta seegio oval, sendo mais ampla no sentido vestibulolingual do que no sentido mesiodista, eé mais constrita na margem cervical, O canal radi cularé ovGide, tomando-se circular no tergo apical. Até 30% dos ivos centrais infetiores apresentam dois canais radiculares tembora a maioria deles se fusione préximo ao dpice e se exterio- Fize através de um tnico forame. Incisivo lateral inferior permanente Tanto o dente como o sistema pulpar é maior do que os do inei- sivo central inferior (Figura 2.50). E comum existirem dois c Figura 2.87 Represeniagao os ‘quomatica da meriogspulpar do Inet lateral superior permanente, Figura 248 Represenacso es. quematca da moroioga pulpar do iso canal nfarior permanente. nais radiculares (43%), A maioria desses canais s¢ exterioriza através de forames diferentes. Caninos A camara pulpar do canino superior permanente (Figuras 2.51 2.52) é estreita, com um tinico como pulpar direcionado pa: a a cispide, Tanto a camara pulpar como o tinico canal radi ccular sio mais amplos no sentido vestibulopalatal do que no mesiodistal. O canal radicular nio sofre uma constrigo mar- cada até que seja aleangado seu tergo apical. Este ¢ sempre Uinico, tendo secedo oval ou triangular, exceto no terco apical onde é circular. Canino inferior permanente A cavidade pulpar do canino inferior permanente (Figuras 3 2.54) lembra aquela no canino superior permanente. tembora seja menor em todas as dimensSes. O canal radicular presenta seceo oval, sendo mais amplo no sentido vestibulo- lingual, mas torna-se cireular no ergo apical. Cerca de 6% sentam dois canais radiculares. normalmen: desses dentes api te-com dois forames separados. Pré-molares Primeiro pré-molar superior primeiro pré-molar superior (Figuras 2.55 e 2.56) normal mente possui duas raizes (85% dos casos), embora algumas ve- es clas estejam fusionadas, Os dois canais ge riorizam através de forames separados. Em menos de 10% dos ‘casos estd presente uma tinica raiz, com apenas um canal. Um pequeno niimero (5%) apresenta trés canais (e, algumas vezes, tres raizes). A. samara pulpar é ampla no sentido vestibulopala: tal com dois cornos pulpares distintos apontando para as csp des, Do aspecto vestibular, a cimara pulpar é muito mais estrei- 1a. O soalho da cémara é arredondado, com o panto mais alto no centro, Ele normalmente se localiza no interior da raiz, apical imente a eervieal, No local em que os canais radiculares sur ‘a pantr da cmara pulpar os orificios tm forma de funil. A e- mara pulpar estd mais proxima da superficie na face mesial, on: de a forma da coroa é determinada pela fossa eanina, Nessa érea 4 polpa dentéria € comumente exposta por céries ou preparos ccavitdrios extensos na face proximal. Os canais radiculares di- Vergem mas normalmente sio retos individualmente e vao se afilando desde sua origem até o forame apical. Geralmente eles apresentam secgo circular. Com a idade. a forma geral da cavi- «dade pulpar permanece a mesma mas suas dimensdes, particu: larmente a altura, sio reduzidas Segundo pré-molar superior 0 segundo pré-molar superior (Fig na maioria dos casos (75%), uma Unica raiz com apenas um ca- nal, Sua camara pulpar se estende apicalmente hem abaixo da rmargem cervical. A cdmara pulpar vista do aspecto vestibular é nelhante & do primeiro pré-molar. Quando esto presentes dois canais, eles normalmente tém forames separados, canal 30 oval até o tergo apical da raiz, onde 2.58) apresenta, radicular apresenta sect ele se torna circular Primeiro pré-molar inferior A cimara pulpar do primeiro pré-molar inferior ( 2.60), como a dos pré-molares superiores. é mais ampla no sen- {ido vestibulolingual do que no mesiodistal. Diferentemente do que ocorre nos molares superiores, existe apenas um corno pul- par, que se estende em direso da cuispide vestibular. Normal- ‘mente hé apenas um canal radicular (em 7 fe dos casos) que se toma mais constrito no tergo médio da raiz. A maioria pré-mo- lares inferiores com dois canais apresenta dois forames apicais separados, Segundo pré-molar inferior A morfologia pulpar do segundo pré-molar inferior (Figura 2.61) difere pouco da descrita para o primeiro pré-molar infe- ror. embora uma maior proporgaio (85%) tenha canal tnico, Ele apresenta dois cornos pulpares bem desenvolvidos projetando- se em diregdo das cispides. L~ Figura251 (Orci mates da rot Figura 2.49. Poeve conta nleronperma: (918 pubar A= vestibular. B= igual da morologiapupar do irs ee] Figura 2.82 Carino superior permanente socoionado, demenstande a merlogia ular A= vestbular 8 = plata ino infer permanente sec Figura 254 - (= Figura 2.58 Primal prema ‘n= vestoular,B = palatal Figura 2.58 Segundo premolar superar see: Figura 2.89. Represe morologia pulp do pi Figura 2.60 Molares Primeiro molar superior permanente A ciara pulpar do primeiro molar superior permanente (Fi ‘guras 2.62 e 2.63) apresenta forma romboidal, sendo mais am- pla no sentido vestibulopalatal do que no mesiodistal. Existem ‘quatro cornos pulpares, cada um direcionado para uma das cls- ides maiores, O corno pulpar da cuspide mesiovestibular é © mais alto. O soalho da cémara pulpar gefalmente se localiza abaixo da margem cervical. Esto presentes trés canais radicu- lares (ou quatro, em 60% dos casos), sendo sta entrada em for~ ‘ma de funil. O canal da raiz mesiovestibular deixa a cémara pulpar em uma diregio mesial e, com freqUéncia, ¢ signficati- vamente curvado. Sua sec jo circular é um rasgo estreito, mais, ‘amplo no sentido vestibulopalatal. Sua anatomia pode ser com- plicada por ramificagées irregulares ou bifurcacSes préximo ao forame apical. Quando est4 presente um quarto canal, ele se lo- caliza na raiz mesiovestibular. Dois tergos do quarto canal se junta ao canal principal da raiz mesiovestibular préximo ao pice radicular, O canal da raiz palatal ¢ 0 mais amplo e o mais longo dos trés. © soalho ds cémara pulpar é marcado por uma Figura 2.62 Representacto esquerati 3a ‘morologia puna’ do primero molar superior permanente Figura série de suleos de desenvolvimento que se juntam aos forames dos canais radiculaes. Segundo molar superior permanente A cavidade pulpar do segundo molar superior permanente (Fi- ura 2,64) € semethante aquela do primeiro molar mas é menor, com a forma romboidal mais comprimida. As raizes desse den- te so mais convergentes, fazendo com que seus forames fi- {quem mais juntos no soalho pulpat. Freqiientemente elas so f- sionadas. O segundo canal mesiovestibular € menos comum do ue no peirmeiro molar (40% dos casos). Primeiro molar inferior permanente A camara pulpar do primeiro molar inferior permanente (Fist ras 2.65 e 2.66) & mais ampla no sentido mesiodistal do que no vestibulolingual. Ela também é mais ampla na mesial do que na distal. Existem cinco comos pulpares que se projetam em dire- glo as etispides, senda o lingual mais longo e pontiagudo, O soalho da cimara pulpar fica ao nivel da margem cervical ou um pouco abaixo. Os canais radiculares deixam a ciara atra- Figura 2.64. Roprosartacéo esquemtica da ‘moroiogia pulpar co segundo molar superior permanente Primeio molar superoe erm nente seccionade, demonsvando 2mccciogia plpar O dente da esquerda mosta os canals (ae raizes mesovestilre palatal enauarte © {2 Greta mosis os dois carais vestbuares. A= ‘estoular B= palatal, Figura 2.65 Reprosentagao esquematca da mmorologia plpar do primaire molar inferior per ‘manent Figura 2.66. Primeiro moar inteorpermanen: te secbonado, demanaranco a marl pat As stu = lingua. Figura 2.67. Represeniacdo esquemstica da morologia pulpar do segundo molar iferor er- manente ee vés de forames em forma de funil, dos quais © mesial é mais es- treito do que o distal. ‘Araiz mesial apresenta dois canais, um mesiovestibular ¢ ou- to mesiolingusl. O canal radicular mesiovestibular segue um percurso curvo e © canal mesiolingual ¢ mais retilineo: ambos tém secgao circular. Em 30% dos dentes a raiz distal apresenta dois canais. O canal distal, especialmente quando tinico, é con- sideravelmente maior e mais oval em sua secedo do que os ca- nis mesiais, ¢ segue um percurso mais retilineo, Segundo molar inferior permanente ‘A morfologia pulpar do segundo molar inferior permanente (Fi- gura 2,67) lembra muito a do primeiro molar adjacente, embo- ra haja apenas quatro cornos pulpares e somente em c3s0s raros, (8% dos casos) existam dois canais na raiz distal Forma da camara pulpar.nos.dentes deciduos ‘Como nos dentes permanente, a forma da cdmara pulpar reflete a forma da coroa, mas nos dentes deciduos a cimara € relativa- mente maior e os comos pulpares mais longos e mais préximos dda superficie do dente. Todos os incisivos e caninos apresentam ‘apenas um canal, podendo ser circular ou oval (sendo mais acha- tados no sentido mesiodistal). Em 10% dos incisivos inferiores deciduos existem dois canais radiculares. A cémara pulpar dos ‘molares inferiores deciduos é proporcionalmente maior do que a ddos molares superiores deciduos. O como pulpar mesial nos mo- lares deciduos esta particularmente préximo da superficie oclusal ¢, assim, muito vulnerdvel & exposigo por cérie, a trauma ou a preparo cavitério, Pequenos canais que vio desde a camara pul pparaté a furca sfio comuns nos molares deciduos. Nas raizes del- ‘gadas dos molares deciduos, os canais sio mais estreitos no sen- tido mesiodistal e mais em forma de faixa do que os dos dentes, ppermanentes, Essa caracteristicae a curvatura extrema das raizes OMeTY D.OOSIONYR UO 30M 931"F ta anterior 12.89. Relacto vestbulengual neha em octsso cnt Figura 2.90. Ciassicagso do overt ntricas, embora raramente esse miimero seja aleangado du: ada nas anatémica, Esses contatos sio chamados de “paradas c& alguma tam as posicdes de contato intercuspal, Quando os veres chamados “contatos de suporte”)¢ re- _rante a mordida normal. A maioria d superficies oclusais dos dentes posteriores (Figura 2.91). As ntes da dentigio permanente ocluem, existem 138 paradas _vertentes das eispides palatais superiores tém paradas coinci ddentes com as paradas das fossas centrais dos dentes inferiores posteriores. As paradas das fossas centrais dos dentes superio- res correspondem as paradas das vertentes das clispides vest bulares dos dentes inferiores posteriores, As ctispides que se assentam nas fossas centrais so chamadas de “cispides de su: porte”. De acordo com a relago anatémica de overjer. os dp ces das cispides vestibulares superiores e das clspides linguais permanecem relativamente sem marcas. Os incisivos fam paradas c&ntricas nas margens ineisais, inferiores inferiores apre santo as paradas dos incisivos superiores localizam-se nas Marcas seme antes a paradas céntricas podem ser feitas na s da interposigdo de papel articular entre os dentes 10 paciente para tomar a posiglio de oclusio céntri cca, Com a idade, e com a atrigio, as superticies oclusais se to nam mais planas da instruc quanto as ctspides vao sendo desgastadas consegilentemente, as paradas c&ntricas so significativamente alveradas, Variacdes da relacdo entre as arcadas dentarias na posicao céntrica taradas como variagdes anatdmi pois, embora possam s mente estdo associadas a distur jas. Nossa falta de entendimento das rel ria, os dentes e a forma das arcat stetica estrutura que libera a cabega da mandibula e permite que ela realize movimentos mais livremente ‘Longe de ser propensa a distrbios que afetam outras articu: lagdes sinoviais, como a artrte, @ articulago temporomandibu- lar palco da condigio chamada de desarranjo intemo. No de- sarranjo intemo, o disco articular esta deslocado, normalmente em uma diregdo Antero-medial (Figura 3.11). Isso pode resultar tem dor e clique da articulagio e restrigdes de movimento. Inervagao da ATM A articulagSo temporomandibular é ricamente inervada. De par- ticular importincia nesse contexto so as terminagtes nervosas proprioceptivas, importantes no controle reflexo da mastigacio, {As terminacdes nervosas livres associadas & nocicepgio tam- bem estdo presentes, A inervacdo da articulagio ¢ feita pelos rnervos auriculotemporal, massetérico e temporal profundo da divisio mandibular do nervo trigemeo. MUSCULOS DA MASTIGACAO Embora muitos misculos, tanto da eabeca quanto do pescogo. esigjam envolvidos na mastigaedo. “miisculos da mastigagao" uma expresso coletiva reservada aos misculos temporal, ‘masseter e plerigéideo medial ¢ lateral. Todos os mtsculos da mastigagdo se desenvolvem a partir do mesénquima do prime ro arco branquial. Dessa forma, eles recebem sua inervago a partir do ramo da mandfbula do nervo trigémeo. Intimamente relacionado com os mésculos da mastigacao funcionalmente e a) RUN mostrando a posigho normal do is arteular na peeigao de abertur bucal:(b) RMN mostrando um deslocamento anterior do disco ‘no desenvolvimento esté o misculo digastrico, Os misculos ‘masseter € temporal se localizam superficialmente & face. en- ‘quanto 0s mmisculos pterigéideos medial e lateral ficam mais profundamente, no interior da fossa infratemporal Masseter (© misculo masseter consiste de duas cabegas sobrepostas (Fi- ‘gura 3.12). A cabega superficial se origina do processo zigomé- fico da maxila e dos dois tergos anteriores da margem inferior do arco zigomético. Intemamente, o masculo apresenta Virios septos tendineos que aumentam grandemente sua drea de inser- 20 e que fornecem um arranjo multipenado. aumentando. as- sim, sua forga, A cabeca superficial se dirige para baixo e para. tris para se inserir na metade inferior da superticie lateral do ra ‘mo, A cabeca ptofunda, cujas fibras posteriores sio orientadas mais verticalmente, se insere na metade supetior da superficie Jateral do ramo. particularmente sobre o processo coroncitie. O ‘miisculo eleva a mandfbulae € ativo principalmente na mastiga- ‘gio de alimentos duros. De fato, 0 miisculo exerce uma forga Consideravel quando a mandibula esté préxima da posigio de ‘oclusao céntrica, Com base na orientagdo de suas fibras, as pos- teriores, da cabega profunda, podem ter alguma capacidade de retruir a mandibula. Temporal © miisculo temporal é o maior misculo da mastigagto, Ele se ‘origina do soalho da fossa temporal na superficie lateral do cri nio e da fascia temporal que a recobre, sendo assimn considerado ‘um miisculo bipenado. O masculo limitado superiomente pela linha temporal superior. De sua origem. da linha temporal infe rior. ampla, as fbras convergem em direcdo a sua insergao na ex- jor e posteriore na superficie medial do processo corondide (Figura 3.13). De fato, a insergio se esten- de até mais inferiormente na margem do ramo, quase alcangando ‘altura do teresiro molar, As fibras posteriores do misculo cor~ rem horizontalmente para frente enquanto as fibras anteriores Figura 3.12 Muscula masseter mostando sou fee superficial (A) e po- furdo (8) = margem posto: do ramo da manaioua:D a om ANATOMIA, EMBRIOLOGIA € HiSTOLOGIA Figura 2.13. thiscuo temporal (A) orginando-2e em parte da tscia ter Fra (B) que ofeeabreo se inserinco no grocesso corondide(C) da mand Sula. D = eabeca da mandi: E = superfceprofunda de musculo masse terrevelada com a tomogdo 30 arco 2gomaice. cotrem verticalmente para baixo até o processo corondide. Para alcangé-lo, o misculo passa por baixo do arco zigomatico. A par- te anterior (vertical) eleva a mandibula, enquanto a parte horizon~ tal posterior a retrai e protruf. Em certos locais, o masseter € 0 temporal so tnidos, Isso acontece, particularmente. com as fi- bras profundas da cabega profunda do masseter ¢ do miisculo temporal que se sobrepde a elas. O significado funcional dessa, ‘massa zigomaticomandibulat™ nao esté claro. |Ambos, masseter ¢ temporal sio inervados por ramos da di- visio anterior do nervo mandibular (consulte @ pagina 84). Am- bos recebem suprimento sanglineo a partir da artéria maxilar {ramos massetérico e temporal profundo), da artéria temporal superficial (ramos transverso da face e temporal médio) c. para o miisculo masseter. da artéria facial. Pterigdideos A\ fim de contemplar completamente a anatomia dos muisculos plerigdideos. € necessério um entendimento da osteologia da fossa infratemporal. ji que ambos os misculos se originam de cestruturas dsseas localizadas nessa fossa. O leitor & aconselha- do a consultar a pagina 71 e a Figura 3.30. Prerig6ideo lateral (© miisculo prerigéideo lateral localiza-se no teto da fossa in fratemporal e tem um alinhamento essencialmente horizontal Ele apresenta duas cabegas, superior ¢ inferior (Figuras 3.14 a 3.16). A cabega superior é a menor e se origina da superficie infratemporal da ast maior do osso esfendide (consulte a pa na 71). A cabega inferior forma a maior parte do muisculo ¢ se origina da superficie lateral da Lamina lateral do processo pte: rigéideo do osso esfendide (consulte a pigina 71), Ambas as ceabecas se dirigem para trés e para fora e parecem cmersir an tes de atingirem suas éreas de inseredo. As fibras da caboss St petior se inserem na cdpsula ¢ possivelmente no proceso me dial da margem anterior do disco articular da ATM. As fibr da cabeca inferior do mdsculo pterigéideo lateral se ins f6vea pterigdidea da cabega da mandibula. Entretanto. as inser 64 SERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 3.14 Vista lateral dos misoulos plerigsdeos. A = cabega sunsrior e prgdideo lateral: 8 = cabaca interior co plerigodeo lateral © = cabopa supertcial do pierigéideo medial D = cabeca pofunda do perigee late ‘al E = muscuo bucinador Figura 3.18 Vista medal dos miseuos pergtides (A) na fossa na temporal B = muscu plerigddeo lateral C= ganglo medal tigersnal v0 maxlaE = nerve do canal plenigeidee:F = ganglia ptergoralst no: G = nerves palatinas malar e menor. Coriesis do Professor. Garey, «Bes precisas do musculo ainda so controversas e apresentam relevineia clinica no que se refere aos distrbios de ATM, par- ticularmemte os desarranjos internos, onde o disco € deslocado normalmente para uma posigo antero-medial e a mandsbulafi- cea travada (Figura 3.11). Essas condigdes podem estar as {das a ruidos articulares, limitados movimentos de mandfbula ¢ dor e algumas atribuem as variagdes na insergio, e, dessa for ma, na funclo, da cabega superior o papel de fatores etiol6gi- cos da doenga. Funcionalmente, as cabecas superior e inferior Figura 3.16 Vista posterior des muscuos ptergéideo media (A e lateral B). C= cisco artcuar da ATM D = cabeca da mancoula: E = marger pos nor do rae da manibul: F « margem seccionads do miscule masse ter Conesia do Protesor Garey devem ser consideradas como dois miisculos separadas, A ca- bega inferior esté envolvida na protrusio mandibular, no abai- xamento € nas excursGes laterais. A cabeca superior esté ativa durante a retrusio mandibular (gerando movimentos controla- dos) ¢ durante 0 apertamento dos dentes. Pterigéideo medial O misculo pterigsideo medial consiste de duas cabegas (Figu- ras 3.14 3.16), Sua maior parte se origina como uma cabega profunda a partir da superficie medial da lamina lateral do processo pterigéide do asso esfendide (consulte a pagina 71), AA cabeca superficial. menor, se origina do ter da maxila e em parte do osso palatino. A partir desses sitios de origem. as fibras do muisculo pterigéideo medial se dirigem para baixo, para tris e lateralmente para se inserir na superficie rugosa da face medial do Angulo da mandfbula. Septos tendineos no in- terior do mdsculo aumentam a érea para insergo, aumentan- ddo assim a forga que ele pode exercer, proporcionando um ar- ranjo multipenado. A principal ago do misculo 6 elevar @ mandibula, mas ele também auxilia nos movimentos laterais € protrusivos. Foi descrito um miisculo prerigéideo medial aces- sério como uma faixa muscular separada, proxima da supertt cie profunda do pterigdideo medial. Ele se origina a partir da base do crio, préximo ao forame oval e emerge juntamente com 2 cabeca profunda do pterigdideo medial, Sua funcao é desconhecida. Os misculos masseter e pterigdideo medial juntos formam uma banda muscular que prende a mandibula O misculo prerigéideo medial ¢ inervado por um ramo do nervo mandibular que se origina préximo a divisdo do mandibu- Figura 3.17 _Muiscuo digastric. A = vent posterior B= endo do dgastien:C = miscu est-hiolbe0 ao redor 2 tendo do cigdtico: D- vente anterior so cigs == muscuo mio-noideo. Jar nos troncos anterior ¢ posterior (consulte a Figura 4.17). 0. pperigdideo lateral recebe sua inervagao a partir do tronco ante- rior. Ambos os misculos so irrigados por ramos musculares da aaniéria maxilar, Digastrico Devido as suas associagdes funcionais, o digistrico descrito ‘aqui embora normalmente nao seja classificado como “miiscu- Jo da mastigago”. Ele esté localizado abaixo da margem infe- for da mandfbula e consiste de um ventre anterior e um ventre Posterior conectados por um tendio intermediério (Figura 3.17). O ventre posterior se origina da incisura mastéidea, ime- “Giatamente posterior a0 processo mastéideo do osso temporal; se Sirige para baixo e para frente, em direc20 ao osso hiide, onde ele se torna o tendio digéstrico. O misculo digéstrico passa atra- ‘Nes da insergio do miisculo estilo-hidideo e se liga ao como “misior do 050 hidide através de uma alga fibrosa, O ventre ante- "Bor do digéstrico ¢ ligado a fossa digdstrica na margem inferior “Ge mandibula c se ditige para baixo e para tds até o tendao digés- Geo. O miisculo digastrico faz o abaixamento e a retrusio da hula e esté envolvido na estabilizacio da posicio do osso fe naelevacio desse osso durante a degluticio. ‘Oventre anterior do musculo digdstrico¢ inervado pelo ramo Hlo-hidideo da diviséo mandibular do nervo trigémeo. ¢ 0 ven- posterior pelo ramo digdstrico do nervo facial. Esse fato de- ‘origens embriondrias diferentes, do mesénquima do pri- © segundo arcos branguiais, respectivamente. O ventre 9 € irrigado pela artéria facial e 0 ventre posterior pelas auricular posterior e occipital. ;CULOS DO PALATO MOLE fo mole € sustentado pela aponcurose palatina fibrosa cu- sfoms ¢ posicdo sio alteradas pela atividade de quatro pares os: os msculos tensor do véu palatino, levantador do ipalatino, palatoglosso ¢ palatofaringeo. Além deles, ainda ‘omisculo da tivula, ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 65. Tensor do véu palatino miisculo tensor do véu palatino (Figuras 3.18 ¢ 3.19) se ori- gina da fossa escafdidea do osso esfendide, no teto da lamina pterigéidea e a partir da porcao lateral da parte cartilaginosa da tuba auditiva, A partir dessa origem, as fibras convergem em di- regio ao hamulo pterigsideo, onde o mtisculo se torna tendinco, dobrando-se 0 tendio em um angulo reto ao redor do hamulo pterigéideo para tomnar-se aponeurose palatina. A margem ante- rior da aponcurose ¢ ligada a margem posterior do palato duro, Medialmente. ela se junta com a aponeurose do lado posto. Posteriormente, elas se tornam indistintas, juntando-se a sub- mucosa na extremidade posterior do palato mole. Quando 0 ‘miisculo tensor do véu palatino se contrai, a aponcurose se tor- na uma plataforma de tecido plano e horizontal sobre a qual ou- ‘ros masculos do palato podem agir para alterar sua posicao. Figura 3.18 Dissecagao profunci da fossa Inratomporal para revels ‘misculo tensor do vu palatno (A) B = muscu lvantador do vau pala patoisimante noobarte: C= muscule constr superior = ador E = mosouo etlaglosso; F= muisouloesto'sringss: ‘sto-hoideo:H= vente posterior do musculo igasiica Cores do fessor C. Daan, a 66 8ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 3.19 Dissecardo profunda da fossa inratemporal com © misculo {eneor do vu palaino (A) eortado pare revelaro muscu levantador do v8 fausino (8). = nero mandibular = constitor superior E = atria. car fia intoma:F = masodo extiogossoG = nerve Ingua 398 misculo ho (Gossa = aandula sublingual Certesia do Protessor Garey. AA inervago motora deste & derivada do ramo mandibular do nervo Trigémeo (através do nervo do misculo plerigéideo me: dial e do ganglio ético) Levantador do véu palatino (0 miisculo levantador do véu palatino (Figuras 3.18 e 3.19: consulte também a Figura 3.24) se origina da base do eréinio. no pice da porgdo petrosa do osso temporal, anteriormente & abertura do canal carotideo, e a partir do lado medial da por Go cartilaginosa da tuba auditiva, O miiseulo se curva para baixo, para medial ¢ para frente para penetrar no palato ime dliatamente abaixo da abertura da tuba auditiva, ‘Os maisculos levantadores do palato formam uma banda mus- cular em forma de U. Quando a aponeurose palatina esté co traida pelos musculos tensores. a contragao dos miisculos levan- tadores produz um movimento do palato mole para trés e para cima, Dessa forma, @ nasofaringe ¢ isolada da orofaringe pela aposigio do palato mole na parede posterior da farings Palatofaringeo 0 misculo palatofaringeo se origina a partir de duas cabecas: ‘uma da margem posterior do palato duro, outra da superficie su- perior da aponeurose palatina (Figura 3.20). As duas cabesas se uunem aps arguearem-se sobre a margem lateral da aponeurose palatina, onde o misculo se drige para baixo, sob a membrana ‘mucosa da parede lateral da orofaringe formando o pilar poste rior das fates (arco palatofaringeo; consulte a pagina 4). 0 ‘misculo se insere na margem posterior da cartilagem tiresidea da laringe. A principal agio do mdsculo palatofaringeo é elevar ‘ laringe e a faringe, mas também pode arqueat o palato relaxa- do e abaixar o palato contraido. Palatoglosso (0 miisculo palatoglosso se origina da aponeurose do palato mole ¢ desce para a lingua no pilar anterior das fauces (con~ sulte a pagina 4), onde as fibras se intercalam com as fibras, transversas da lingua (Figura 3.20). A agio do palatoglosso é levantar a lingua a fim de estreitar 0 didmetro transverso do is tmo da orofaringe. ingeo = tuba auatva:F Gos missus palatine efaringeo (a) Vista poster: (b) vista medial Tamulo pteigddeo: G = msc = tensor do vu palatine: B = lvantador conatitor superior H = miso sabingoarn Musculo da dvula ‘© masculo da dvula (Figura 3.20) se origina da espinha nasal posterior. da parte posterior do palato duro e da aponeurose Palatina. Ele se dirige para posterior e para baixo para se inse- rir na mucosa da tivula, Ele move a tivula para cima e lateral- ‘mente ¢ ajuda a completar o selamento entre o palato mole ¢ a faringe na regido da linha mediana quando o palato é elevado, ‘Suprimento nervoso e sangiiineo ‘Com excegdo do misculo tensor do véu palatino, a inervagdo dos misculos do palato ¢ derivada da porgio craniana do nervo aacessério via plexo faringeo. «2 suprimento sangitineo dos misculos do palato mole € deri- ‘vado da anéria facial (ramo palatino ascendente). da artéria fa- singea ascendemte e da artéria maxilar (ramos palatinos). ‘Masculo de Passavant ‘O masculo de Passavant é um misculo do tipo esfineter que ‘circunda a faringe no nivel do palato, dentro das fibras dos ‘masculos constritores superiores. Ele é formado por fibras que ‘ascendem da parte anterior e lateral da superficie superior da ‘aponeurose palatina. A contragio desse misculo forma uma ‘enista (a crista de Pas-savant). contra a qual o palato mole & ‘elevado. _MUSCULOS DA LINGUA A lingua ¢ composta por misculos intrinsecos ¢ extrinsecos. Os ‘mnisculos intrinsecos esto restritos ao corpo da lingua e alte- fam sua forma, enquanto os miisculos extrinsecos se originam. ‘fora da lingua e sao responsaveis pelos movimentos do corpo lingual. uulos intrinsecos ‘Os misculos intrinsecos da lingua podem ser divididos em ‘és grupos de fibras: transversas, longitudinais ¢ verticais, Raramente esses grupos podem ser distinguidos em dissec “Ses, mas o seu entrelagamento confere & lingua sua aparéncia Earacteristica na secedo transversal (Figura 3.21), As fibras Hransversas se originam de um manto de tecido conjuntivo ‘chamado de septo da lingua, que se localiza no sentido longi- ‘tudinal na linha mediana da lingua. Essas fibras transversas se onam lateralmente desde o septo e se intercalam com as ras dos outros grupos de musculos intrinsecos, As fibras, jtudinais podem ser Subdivididas em grupos superiores e feriores, os musculos longitudinais superiores e infetiores lingua. As fibras verticais passam diretamente entre as su- ies superior e inferior, particularmente nas margens late- dda lingua. A contragdo das fibras verticais faz com que @ ia se afine (¢ Se alargue). A contracao das fibras longitu- is encurta (¢ alonga) a lingua. A contragio das fibras sversas estreita (e amplia) a lingua, Os muisculos intrinse- recebem inervagdo motora do nervo hipoglosso. ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA SUCAL 67 Figura 3.21 Secsdo coronal através da ingua e de soalno da boca, Ob- serve 0 entfelacamento dos musculosinrinsecos do corpo da lingua (A) B= sapio aa lingua: C = muisculo geniagioaso:O = museule ganie-no 0; = glanduia sublingual sobre mio-rioideo: = verre antenor do mmuteulo dgasines:G = muscula mic-nsioeo. Musculos extrinsecos ‘Os miisculos extrinsecos da lingua se originam do erdinio e do ‘sso hide, se espalhando no interior do corpo da Lingua. A ‘musculatura extrinseca é composta por quatro grupos de miis- culos: genioglosso, hioglosso. estiloglosso e palatoglosso, © madsculo geniozlosso (Figuras 3.21 ¢ 3.24) se origina da espinha geniana superior, na superficie medial do corpo da ‘mandala, Nesse ponto. os dois miisculos genioglossos no po- «dem ser separados facilmente, Quando os misculos penetram na lingua, uma pequena banda de tecido conjuntivo se interpbe entre os miisculos genioglossos direito e esquerdo. A maioria das fbras se istribui no interior do corpo da lingua. mas as fi- bras superiores se dirigem para cima e para frente até 0 épice da lingua, ¢ algumas dessas fibras se inserem no osso hidide. O ‘midsculo genioglosso faz, prineipalmente, a protrusio ¢ © abai- ‘xamento da lingua Figura.22, Aepresertacto eaquersioe dos mists axtirsacos Se lingua A = anterior 6 = posteror. C= mandibulsD = sso nie cease estisges = ganoglosse, 2 ~hogosso.5 = esiogossa # = naan ssa. ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 3.20 Secoio saga ca cabaga macvando © miscule cenioalesso (a) B=museulo gono-neieo: C = musculo mie-hoeo, D = musovo plats mise levariagor do ve palatn ervo hipoglosso:O = ducto submanaibua (0000: acter lingual Fingao: H= muscule hlogiosa’ | = muscule geniorniideo: riaglosso. Crtesia co Professor C. Dean (O mésculo hioglosso (Figuras 3.22 ¢ 3.24) se origina da mar- gem superior do coro maior do osso hidide e se dirige vertical- mente € para cima para o interior da lingua. Sua fungio é de abaixar a lingua. Em sua origem, 0 misculo hioglosso ¢ separa- do do ligamento do miisculo constritor superior da faring abaixo dele, pela artéria lingual, Cada musculo estiloglosso (Figuras 3.18. 3.22 ¢ 3.24) se ori- gina da superficie anterior do processo estil6ide do osso tempo: ral, a partir de onde se dirige para baixo e para frente para pene- ‘rar na lingua abaixo da inserg20 do muisculo palatoglosso, Nes se ponto, as fibras se intercalam com as fibras do hioglosso an- les de continuar seu trajeto anterior até o Spice da lingua. isculo estiloglosso € retrusor da lingua Cada misculo palatoglosso (Figura 3.22) se origina da apo- neurose do palato mole e desce até a lingua através do pilar an- terior das fauces, onde suas fibras se intercalam com as fibras transversas da lingua. A acdo dos miisculos palatoglossos € le- vantar a lingua a fim de estreitar 0 diametro transverso do istmo da orofarin (Os milseulos extrinsecos da lingua so inervados pelo ner- vo hipoglosso (exceto o palatoglosso, que ¢ inervado pela por- gio craniana do nervo acessério através do plexo faringeo). A irrigaco da lingua ¢ feita principalmente a partir da artéria lingual, MUSCULOS DO SOALHO DA BOCA (© soalho da boca a regio localizada entre a superficie me- dial da mandfbula, a superficie inferior da lingua e os miscu- los milo-hidideos. Os misculos milo-hidideos slo ligados as linhas milo-hiGideas da mandfbula e, consequentemente, es- truturas acima dessas linhas estio relacionadas ao soalho da boca, Esse conceito € de importincia clinica consideravel no que diz respeito & disseminacZo da inflamagao a partir de um dente infectado no interior da mandfbuls (consulte a pagina 74). Os dois misculos milo-héideos formam um diafragma muscular para o soalho da boca (Figuras 3.17, 3.21 e 3.23) Acima desse diafragma so encontrados os mésculos genio- ‘glossos e genio-hidideos medialmente os hioglossos lateral- mente, Absixo do diafragma ficam os misculos digéstricos & estilo-hidideos, Milo-hidideo (© miisculo milo-hidideo (Figuras 3,21, 3.23 e 3.24) se origina da linha milo-hididea na superficie medial do corpo da mand bbula. Suas fibras se deslocam para baixo, para frente e para dentro, As fibras anteriores se interdigitam com as fibras cor- respondentes do lado oposto para formar uma rafe mediana. Acima, essa rafe é ligada ao mento, ¢ abaixo, a0 oss0 hidide. AAs fibras posteriores so inseridas na superficie anterior do corpo do 03s0 hidide. O miisculo eleva o soalho da boca du- rante os estaigios iniciais da degluticao. Ele também auxilia no abaixamento da mandfbula quando 0 osso hidide esté fixo. 0 ‘miisculo milo-hidideo € inervado pelo ramo milo-hisideo do nervo alveolar inferior, ramo do nervo trigémeo. E irrigado através da artéria lingual (ramo sublingual). da artéria maxilar (ramo milo-hidideo da artéria alveolar inferior) ¢ da artéria fa- cial (ramo submentual). nio-hidideo se origina da espinha geniana infe~ rior, Ele se dirige para trds e levemente para baixo para se in- serie na superficie anterior do corpo do osso hidide (Figuras 3.21 24). O miisculo genio-hisideo eleva 0 0380 hiGi- de e é um fraco abaixador da mandibula. Sua inervagio ¢ rea. lizada pelo primeira nervo cervical espinal. que se desloca junto do nervo hipoglosso. Sua irrigagdo € derivada da artéria lingual (ramo sublingual) MUSCULOS SUPERFICIAIS DA FACE (Os miisculos da expressdo facial (Figuras 3.25 3.26) sfo ca- racterizados pelo seu arranjo superficial na face, por suas aivi- dades sobre a pele (cxercidas diretamente através de seu liga- Figura.25 Diagrama esquematco des miscuos da woressio facial. {2 = evaniador Go labo superior eda asa co naib = evantador do bio Superior = oricular do olno: d= zgometice manor. = zigomatico maior Frsoro. 9 = plabsma h = abalxador do angulo da boca; |= abalxadr do Jab inferior je |= menlual k= otcular da boca: m= massotern = Buc fader o = levanador do nguo da boca: p= frame mentua@=posido| {2 custo paralideo perturance o bucnacor. 13.28 _Miisolos da exoresso facial. A 1 abi superior e ca asa o rari: C = levantador do abi supe ticular do ol: B = le "D= nigomatioo menor: E = npomatieo maior. F=levartagor do Angulo {G= abanador do angule da boca: H = abaador do abo infor # 62 boca: J = mental K = vasos fads = glanduls subana TM = duct paroideo:N = glandula parti com ramos do nerve fa: $0 =i aca comum formada pels unio ca veia facial edo remo de velareromandieuar P = vei jugar exteca forma poe ra ds via rtromansiouar ea vein aurelarposteror, Cortesia 0 Dean ANATOMIA, EMBRIOLOGIA £ HISTOLOGIA BUCAL 69 mento ao tegumento facial e por sua inervago motors comm a partido nero facil. Todos ele sf embriologicamente des ‘ads do mesénquima do segundo arco branguial.Funcional mente 0 musculos da expresso facil esto agrupados 20 dor das cvidades da face (6rbitas, naz, orelhas e boca) ¢ vem ser considerados primariamente musculos controladores do grau de abertura efechamento dessasaberturas: as fungSes texpressivs dsses nsculos desemsolveramrse secundariamen- te, Os misculos da expresso facial vriam consideravelment= entre individvosem terms de tamanho, forma e fore (Os misculos superficais a0 redor dos labios ¢ das boche- chas podem ser subaivididos em dois grupos: as wits partes do miseulo orbicular da boca e os miisculosradialmentearran- jados que partem dele, As fibras do orbicular da boca passam 20 redor dos labios, El dvidido em quatro partes, cads una corespondendo a um quadrant dos bio, Suasfbras muscu- lars nao se inserem dretamente em nenfum oss0, mas ocu- pam porgao central dos labios. As fibras musculaes do iro Se insefem no septo nasal. A variedade de movimentos prod- Zidos pelo orbicular da boca incl o fechamento dos labios, a protrus eo franzido, Os misculosraisis podem se divii- dos em miscuos superticiise profundos dos libios superior € inferior. 0 levantador do Iabio superior, o levantador do libio superior e da asa do narz eo zigomético maior ¢ menor So isculos superticias do bio superior. O levantador do angu- To da boca um misculo profundo do dbo superior. Osbaixa dordo angulo da boca € um misculosupericil do labo ife- rior € 0 abaixador do libo inferior e 0 maisculo mentual 0 Iisculos profundos do dbo inferior. Como seus nomes ini am, 0 levantador do libio superior eleva olébio superior. 0 abaixador do lio inferior abaixa 0 Idbo inferior e os ingulos, bets sto elevados eabaixados pelos miscues levantadores © abaixadores do anguo da boca Dois misculos eestendem até ongulo da boca: oristrioe 6 bucinado,estando o primeiro mais supericial em rela 20 Segundo, O masculo rissrio puxa o Angulo da boca lateralmen- te. O misculo bucinador(consalte a Figura 39) se origina da tafe plerigomandibular edo lado vestibylar dos alvéols maxi- Tarese mandibulres,acima dos dentes molares. A maioria de suas firs se insere em uma membrana mucosa que Teoobre 2 ao jugal: otras se intercalam como misculo orbicular da boca nos ldbios. A medida que a fbras do bucinadar conver. gem em diregio ao angulo da boc, as fibras ceatras Se ente- Gruzam. A principal fungi do miseulo bacinador & ante & tensio das bochechas contra os denes durante a mastigasa0. GLANDULAS SALIVARES, Glandula parétida A glandula parstida (Figura 3.27) é a maior glandula salivar secretando saliva serosa, Ela ocupa a regio entre o ramo da mandibula e proceso mastéide. A parétida apresenta uma forma piramidal: seu pice se estende para além do angulo da ‘mandibula e sua base relaciona-se intimamente com 0 meato actistico externo. Uma superficie profunda da glindula locali- za-se anteriormente no ramo e no misculo masseter. se este 70 _BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 3.27 Forma e relages da ganda parétida (A). ‘B= mea acusic extemo;C = ducto paraiso: 1D = masoulo masseter € =ramos do netvo lala F = ner vo auricular magns:G = vases facile cerbuindo-se ae vs dos miscuos da expresso facia H = poredo supa. ‘al da glandulecubmansibula | = vasostemporas 5 Dericias nervo auriouctempora ddendo ao redor da margem posterior da mandfbula onde pode alcangar a faringe. A glindula € circundada por uma cépsula fi brosa firme. a cdpsula parotidea. O ducto parotideo aparece na margem anterior da glindula ¢ se desloca horizontalmente através do muisculo masseter antes de perfurar o bucinador pa. ra terminar na cavidade oral, ao nivel do segundo molar supe- Flor. Juntamente com o ducto no masseter pode haver uma sglandula parétida acesséria, No interior da glndula se encontra a artétia carétida extema, @ ‘ia retromandibular e o nervo facial. Ramos do nervo facial sto encontrados emergindo das margens anterior e inferior da glin- dla. Aparecendo na sua margem superior esto 0s vasos tempo- ‘ais superficiais e 0 nervo auriculotemporal. Na margem inferior a glndula podem ser vistos os ramos anterior e posterior da veia facial posterior (retromandibular). Esta junta-se a veia facial for- mando a veia facial comum, que posteriormente junta-se & auri- cular posterior formando a veia jugular externa (Figura 3.26). Os linfonodos também estio associados & glndula parstida A inervagio parassimpstica da glindula parétida ¢ feita a partir do ramo petroso menor do nervo glossofaringeo (consul: te @ Figura 4.13). As fibras pré-ganglionares fazem sinapse no Binglio stico e as fibras pés-ganglionares alcangam a glindula através do ramo auriculotemporal do nervo mandibular. A iner- vagHo sensitiva da cépsula parotidea ¢ feita através do nervo-au- ‘icular magno, ramo do plexo cervical (Figura 3.27). As raizes desse nervo sio formadas a partir dos ramos anteriores primé- rios do segundo e terceiro nervo cervical. A sensagdo dolorosa a parotidite causada pelo aumento no tamanho da glandula (com @ subseqlente tensdo da firme cpsula parotidea) é media- da pelo nervo auricular magno, Glandula submandibular ‘A glindula submandibular produz tanto saliva serosa quanto mucosa (em uma razdo de 3:2). Ela se localiza no soalho da bo- cae na regio supra-hididea do pescoco. Uma grande parte da ¢glindula (a porgio superficial) é visivel logo abaixo da margem inferior da mandibula (Figuras 3.26 e 3.28). Ela tem uma rela- 40 importante com o misculo milo-hidideo, enrolado na sua ‘margem livre posterior (formando algo pareeido com a letra C), Esse acidente anatémico dé origem & porgio menor e mais pro- funda da glandula (Figura 3.29), Posteriormente, a glandula submandibular se aproxima do dpice da glndula parstida, ha: vendo entre elas apenas © ligamento estilomandibular.O ducto dda submandibular se origina da porgo profunda da glindula e se enrola no nervo lingual enquanto cruza o musculo hioglosso para terminar na papila sublingual do soalho da boca (Figuras 1133.29), Glandula sublingual ‘A gliindula sublingual, a menor dos trés pares de glindulas sa livares maiores. produz saliva mucosa e serosa em uma razo de 1:3. Ela se localiza sobre o miisculo hioglosso no soalho da bo- ca (Figura 3.19), adjacente & fossa sublingual da mandibula, A. glindula estd associada as cartinculas sublinguais. Em sec¢a0 coronal. ela esta sobre o miisculo milo-hidideo (Figura 3.21). A ¢glindula sublingual pode estar unida a porgio profunda da sub- ‘mandibular formando um tinico complexo sublingual-subman: dibular. Ela é subdividida em parte anterior e parte posterior. ductos da parte anterior podem se unir formando um ducto prin: cipal maior, que pode se unir ao ducto submandibular ou drenar ANATOMIA, £1 BRIOLOGIA E HISTOLOGIA n diretamente na papila sublingual. Os ductos da porsio p Jandula sublingual drenam através das carin. A inervagdo parassimpatica das gliindulas subs sublingual ¢ feta a parti do ramo corda do timpano do ner vio desde o | indulas submandibula (Figura 3.14). : FOSSA INFRATEMPORAL A fossa infratemporal ¢ 0 espaco localizado profundamente 20 amo da mandfbula, Junto coma fossa temporal, 0: processos pterigéideos e o tiber da maxila, a fossa infratemporal é consi- derada ppor alguns anatomistas como pa 0 para os muisculos mastigatérios” ou “espago mastigatério ‘A fossa infratemporal (Figura 3.30) € limitada anteriormente pela superficie posterior da maxila, posteriormente pelo apars to estildide, pelo bainha carotidea e pela parte profunda da glan: Jula parétida, Medialmente, esté a lamina lateral do processo plerigéideo e o constrtor superior da faringe. O teto ¢ formado pela superficie infratemporal da asa maior do asso esfendide. A fossa infratemporal no possui soalho, continuando-se com 0 peseogo, Ela s de um “compartimen: nunica com a fossa temporal profundamente imxitico; também com a fossa pterigopalatina através fissura pterigomaxilar. Na base do erinio, 0 forame oval e 0 pinhoso dio entrada para a fossa através do osso esfe- niéide. O forame lacero e as fissuras timpanica e petroescamosa também se encontram proximas & (ossainfratemporal. Na superficie medial do ramo da mandibu- a esté 0 forame mandibulat 72 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 3.31. Conteiso de fossa intatemparal A = arta maxi B= pterigsicoo lateral (cabeoa inition) C = rao veal da dvieso mand Duar do nerve trigémea:D = nerve lingual E = misculo plenigedeo medial F servo alveclar afer: = muscule bucinador:H= vasos sanguineos facials: | = misculo masseter Cortsia co Professor L Garey AAs maiores estruturas localizadas no interior da fossa infra- temporal (Figura 3.31) slo: os misculos prerigdideo lateral e pterigéideo medial (consulte as paginas 63 e 64 para mais deta- thes), ramos do neryo mandibular (incluindo o alveolar inferior, © bucal c o lingual; consulte a pagina 84), 0 ramo corda do tim: ano do nervo facial, 0 ganglio ético, a antria maxilar e o plexo venoso pterigsideo, ESPACOS TISSULARES QUE CIRCUNDAM AS ARCADAS (© conhecimento dos espagos tissulares que circundam as arca- ddas ¢ necessario para entender a possivel disseminacao das in- {eegdes (incluindo o edema e 0 pus) de um sitio dentario para o restante da cabega e do pescoco, A maioria das estruturas do corpo é coberta por um manto tissular de espessura varidvel. Quando ¢ fino ¢ delicado esse te ido conjuntivo oferece pouca resistencia & disseminagao da infeegao: se a camada de tecido conjuntivo é espessa, tendinea ‘ou membranosa, cla resiste & disseminacZo da infecgio (parti- cularmente sobre certos muisculos), Esses tecidos conjuntivos cespessos. capazes de manter suturas cirirgicas, s4o chamados de “fascia verdadeira”. A partir da experiéncia clinica. fica evi- dente que existem certas vias previsiveis ao longo das quais a infeegao se dissemina. O tecido conjumtivo frouxo que une os panos fasciais pode ser destruido e o espago potencial delinea- do pelas estruturas adjacentes ser consideravelmente aumenta- do a medida que o exsudato inflamat6rio se acumula, Tais es: ppagos potenciais so chamados de “espagos tissulares’ Tabela 3.1 Espacos tssulares mais importantes circundando as arcadas ‘Arcade inferior Arcada superior Submentual submandibular Sublingual Bucal Submassetérico Paratideo Pterigomandibular Parataringeo Peritonsiar 10. Palatino 11, Fossa caning 12, Infratemporal A disseminagio da infecgo nos tecidos moles ¢ influenciada plas barreiras naturais representadas pelos ossos, pelos muiscu- los ¢ pela fascia. Ao redor das arcadas existem compartimentos ccorporais. os assim chamados espagos tissulares, delimitados principalmente pelos musculos milo-hidideo. bucinador, masse ter, pterigdideo medial, constrtor superior e orbicular da boca. ‘As camadas fasciais do pescogo so menos importante’ no to- cante & influéncia sobre a disseminagio da infec¢o envoltas dos maxilares. Nenhum desses “espagos” esti realmente vazio: eles sto espagos potenciais normalmente ocupadas por tecido conjuntivo frouxo. Somente quando os produtos da inflamagao (ou sangramento, ou neoplanos) destroem o tecido conjuntivo frouxo ¢ que espagos anatomicamente definidos sao formados, ‘A infecgo pode se disseminar de um espago tissular para ou- tro quando eles possuem comunicacao direta ou a0 longo de es- truturas que passam de um espaco para outro (como vasos san- _ineos ou nervos). A infeceao também pode invadir os espacos Uissulares através da erosfo direta provocads na fascia cireun- dante. Além dessas vias, a infec¢o também pode se dissemninar através dos vasos linféticas ou sangiineos, Os espacos tissulares potenciais mais importantes a0 redor das arcadas so listados na Tabela 3.1. Com excego dos espa {905 submentual. submandibular e palatino todos os espagos | tados na tabela slo pares AA Figura 3.32 mostra a relacao entre os espacos tissulares a0 redor do ramo da mandibula. Devido & ocorréncia de inflama- ¢¢40 no tecido mole associado a terceiros molares inferiores par- cialmente impactados (pericoronarite) e, menos comumente, de abscessos desses dentes. a regio da fossa temporal é muito sig- nificativa em termos de espagos tissulares. Isso se deve ao fato de a fossa infratemporal localizar-se em uma posigio de piv6, sendo intermeditia entre os espacos tissulares da face, acima, do pescogo, abaixo. A expressio espaco tissular mastigat6tio € utilizada para deserever o espaco circundado pela camada de fiiscia que encobre os misculos da mastigago e o ramo da ‘mandibula. Os espacos teciduais submassetérico, prerigomandi balar. infratemporal ¢ temporal fazem parte desse espago teci- dual mastigatsrio, © espago, ou espagos, submassetérico(s) pode tomar forma ‘como uma série de espagos entre a superficie lateral do ramo da mandibula ¢ o misculo masseter, Esses espagos podem se for- mat pois as fibras do musculo masseter apresentam multiplas Figura 3.32 oiaqoes dos sspacos tssulares ao rador do rao da mans: (bus 1 = corpo da mancibula sustentando os molares:2 = rame da mand ‘Bus 3 = muscu bucinador 4 = musculo mileivsideo:S= corsa adipono da [echocha: 6 = misoulo consirior superior. 7 = mucosa ote a tonal plat a6 = muscu piorgdio modal 9 = musculo masseter. 10 = lanaula pa (aca: 11 = igamentoestiorandioulr: 12 = base do cro; A = espago Su ‘igus de soalno da boca sobre 0 muscula mic-icoeo, sobre cua mar (Gem posto, chega-se aE = espaco submanciauarC = vestouo da bo: I=, deinoedo pele bucnador apart oe D = espaga Buca € = espagas su ‘Ssceolireneformacos pela mutola nsergae do muscvlo masseter na Su Beri lateral do remo; F » espagopterigemandibuardalimitado pela su eric lateral do muscuopterigaieo medals 2 superice medial do ramo: [G-= separa aringeo asimiads pelo conatio:auperior ds aringee a super Hite mocial do mscuo ptergsiceo medal: H = espace peronsiar deli Ie pola suporticie macsal do consrtor superior d faring e sua mucos: F= 950850 parotdeo (dentro ao redor da olandula parc Insergdes na maior pate da superficie lateral do ramo,¢ eles po- ‘dem ser encontrados entre as inseredes das partes superficial e profunda desse misculo, Altemativamente, eles podem relacio- nar-se 4 pussagem dos feixes vasculonervosos, Quelquer que seja a explicagdo verdadeira, os abscessos poxiem desenvolver- se entre 0 masseter e 6 ramo da mandbul ( espaco pterigomandibularlocaiza-se entre o ramo éa man- "9, td C2 Fgura 6.17 As sreas da fala no cdrebro sie localize no nemistro co ‘ebraldominante (hemo esquerdo no navi Gest. As reas pina: Das si a rea de Broce em vermeho),envovs na proaurso a fala oa ‘rea de Wernicke (em azul). envolrda na cartficagac oe que a linguagem falaca ¢compreonsivel. Uma tera area (ndoustada), ao red do 9 anguar posterior & area de Wernick, est relacionada 20 sniicade ‘Alem diss, insla do cerebro coordona a avigades da ara oa fl (Observe 2 grande aves do hemistra cerabralreservad al, a5 es lures orais durante 8 ariculagio oe consoartes costal, os ramos laringeo recorrente e laringeo superior do ner- Yo vago, nervos associados ao plexo faringeo e os nervos cra- hianos trigémeo, facial e hipoglosso. A complexidade da fala é indicada, ainda, pelo fato de que, embora 0 discurso com significado resulte da combinagao de sons muito simples de forma que os fonemas se tornem sflabas que as sflabas se tormem palavras, ¢ estas se tornem frases e conceitos, o eérebro necessita trabalhar de forma contréria a fim de que conceitos e idéias. sendo sentengas coerentesinteiras, se- jam estabelecidos antes do processo fisioldgico de fonagdo ¢ ar- ticulagdo. Além disso, a fala ocorre simultaneamente a outros meios de comunicacdo ~ expressio facial, movimentos das Iiios, postura corporal -e requer uma retroalimentagio da pes- soa com quem se esté falando, de forma que os sinais visuais e auditivos necessitam estar coordenados com a fala, ‘Antes de descrever 0 esmalte, alguns aspectos introdutérios de- ‘vem ser abordados em relacao ao tecido dental ede sustentago, (Os dentes sao compostos por ts tecidos mineralizados (esmal- te, dentina e cemento) envolvendo um tecido conjuntive frouxo, ‘a polpa dental, O esmalte € de origem ectodérmica; dentina, ce- ‘mento ¢ polpa dentéria sao de origem ectomesenquimética. A aparéncia dos tecidos depende do método de preparo dos espécimes: em cortes por desgaste 0 tecido duro, mineralizado Permanece intacto, mas os tecidos conjuntivos moles e epite- liais s40 perdidos; em cortes por descalcificasio 0s tecidos con: Jjuntivos moles e as matrizes orginicas dos tecidos mineraliza: ddos permanecem. Como o esmalte é quase completamente mi- neralizado, ele é perdido completamente apés a maioria dos pprocedimentos de desmineralizacao e as suas caracteristicas es- Figura 7.1 Corte por desgaste de um dente in stu meetrando a sstou {0 Gos tecios dentaros.& = esmate: 8 = dantina: C= comento: = po Bs centri E = osso alvgolt. Como este cate fimo am resina. pate {69 boamento periodontal (F) fol ertutamenta, manta be 4) Esmalte 7 Figura 72 Cone po: desmineraizagie de um dente i sit A » osmale B dentin: C= cements D~ polpa dena mento perodontal G = gengiva Comparanao com a Figua 7.1 0 esmale {oi perdido (6). Corisia oo Or D. A Lunt. truturais so descritas principalmente nos cortes por desgaste (Figuras 7.1 € 7.2) A dentina forma a maior parte do dente e € coberta por es- ‘malte na porgo corondria e cemento na poryio radicular (Figu- ras 7.1 e 7.2). A polpa dentéria se origina da papila dental e é responsével pela produgao de dentina, que continua a ser forma- dda durante toda a vida. Ela também age como um érgao sensit- Vo, detectando estimulos e toxinas que afetam a dentina. Ela tem habilidade positiva, mas limitada para responder @ estimu: Jos nocivos, depositando mais dentina Os tecidos que suportam os dentes, conhecidos coletiva- ‘mente como periodonto (Figuras 7.1 ¢ 7.2). incluem 0 osso al- veolar formando 0 alvéolo dentério. o ligamento periodontal (um tecido conjuntivo que une 0 dente ao osso alveolar) © a 101 102 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM gengiva (o componente da mucosa bucal que forma um colar 20 redor do dente). PROPRIEDADES FiSICAS © esmalte cobre a coroa do dente (Figura 7.3), Ele € mais es- pPessornas pontas das ctispides ¢ bordos incisais e mais fino na ‘margem cervical, Sobre as cUspides de dentes permanentes nao desgastados, a espessura é de 2,5 mm (nas ciispides de dentes deciduos ¢ de 1.3 mm) e nas superficie laterais pode ter até 1.3, mm. A espessura decresce gradualmente para tornar-se uma ‘camada muito fina na margem cervical. O esmalte ¢ 0 tecido de corigem biol6gica mais duro, ¢ enquanto altamente mineraliza- do, suporta forgas tanto de cisalhamento quanto de impacto. A. sua resisténcia a abrasio € alta, o que faz com que seu desgas- te seja muito lento, e esta propriedade é importante uma vez ‘que 0 esmalte nao ¢ substituido nem reparado, Embora o es- malte tenha uma resisténcia baixa e seja fridvel. ele tem um médulo alto de elasticidade. e isto junto com o apoio flexivel dda dentina subjacente minimiza a possibilidade de fratura. O esinalte tem ums gravidade especifica alta (~ 3), As propriedades do esmalte variam nas diferentes regides do tecido. O esmalte superficial ¢ mais duro, denso e menos poro- 0 que esmalte subsuperficial. Dureza densidade também decrescem da superficie em diregio a0 interior, © da clispi- 30.000 Da) contém componentes ricos em car~ bboidratos (80 a 95% de agticares, 5 1 20% de aminoscidos), A concentracdo de proteina é maior nos tufos do esmalte na jungdo amelodentinétia. Esta proteina dos tufos se estende em ‘menores quantidades além dos tufos e possivelmente através do eesmalte, e parece estar localizada na perferia dos prismas. Apesar de pouco estudado, © contetido lipidico do esmalte parece se aproximar da quantidade de proteina (aproximada- ‘mente 1% do peso). Pode representar restos de membranas ce~ lulares do desenvolvimento. PRISMAS DO ESMALTE A unidade bésica do esmalte & 0 prisma do esmalte ou barra (Fi- gura 7.8), consistindo de varios milhdes de cristais de hidroxia- patita agrupados em uma barra longa e fina 5 a 6 um de diame- tro e com até 2,5 mm de comprimento. Apesar de as unidades rio serem estritamente prismticas no seu contorno, esse termo ppara a unidade do esmaltc tem sido accito e amplamente utiliza- do. Os prismas correm da jungio amelodentindria para a super- ficie, As margens do prisma refletem mudangas bruscas na orientagao das cristais que dio um efeito éptico diferente da- uele do nicleo ou corpo do prisma: na periferia os cristais des- vviam em 40 2 60° daqueles no centro do prisma, aumentando a porosidade da periferia do prisma, onde um pouco mais de ma- (erial orgiinico pode ser acomodado. Em um corte transversal, o formato do prisma do esmalte aproxima-se de um dos trés padroes principais (Figura 7.9). A distribuigdo dos trés padres varia entre espécies. Todos os ts padres estio presentes em humanos, mas 0 padrio II (Figuras Qo Onn ann Padrao Il Ait and Figura 7. Os tbs padides prismatios visios no eamatts humane. No acide I de esmalie os prismas so crculares, No padtao I do esmale os prsmas est alinnadgs em fs paaleles. No pac Il do esmalie 03 Drsmas est aranjados em colunas embricadas, de tl forma que a cau ‘a de um prsma fica entre duas cabecas dos prisms da inne seguiie, ‘dando um aspecte de buraco de fechacura, Figura 7.8. (a) Prismas do esmaite em corte transversal demonstrando um padi de chave de fechacura visto na malor pate das regides do esmatte hur ‘mano (conraste de fase x 14.500). (b) Prismas do esmalte cortadoslongtudnaimente corendo em diecde a supertci na dtecdo da seta (x 250). As I ‘thas que coxrem obiquaments (A) 880 as esti do esmalis, Cotesia do Dr. D.FG. Poole 7Sa¢ 7.11). 0 padrdo em forma de buraco de fechadura, predo- sina. Ele ¢ encontrado na parte central do esmalte juntamente ‘som o padrio I (Figura 7.10) proximo da juno amelodentind- ‘ia € préximo da superficie, possivelmente porque o esmalte estas ts regibes é formado lentamente. No padivio I os prismas do esmalte aparecem circulares. O es- ‘alte entre os prismas tem sido denominado “interprismstico”. A sua composicao ¢ similar 3 parte interna do prisma, mas tem Jum efeito optico diferente porque os cristais desviam em 40 a 60° dagueles no centro do prisma. ‘O buraco de fechadura visto no padrio III do esmalte mostra slaramente as regides da “cabeca” e “cauda”. onde a cauda de Jum prisma esté entre as cabecas dos prismas adjacentes e apon- fando para cervical, A aparéncia de contomo do prisma é decor- fente de uma mudanca abrupta na orientagao dos cristais (Figu! fas 7.12 27.14). que € responsdvel pela refragio da luz, Como a Juz polarizada identifica mudangas na orientago dos cristais, ela ¢ util para esclarecer estruturas do esmalte, tais como os prismas (Figura 7.15). Figura 7.10 Prismas em um paciéo|creular (MEV: x 4.300), Coresia do Prolessor A. Bova, De DFG Poole ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 105 Figura 712 Orieniagho do otal estutura do prisma em uma repre sertacSo dagramalea de um Beco de esmato, = superfce lateral C = superice superior A vite Yansvetslrevela as ‘araceristics do arranjo am auraco oe feohaduta dae prisms do esmalte, ‘om as auras apontanco covvieaimante # as cabecas para oclisl Na ce bac do prisma os eristats orem paralolos ao longo ako do prisma. Na cada, os cristais graduaimanto dvergem am um angulo de 6 a 70° em re lacao ao longo eke As mudangas dento de um unc prisma ste graduals die tal manera que nenuma givedo cara ante cabega 6 causa de um mesmo pisma pode ser vista. Evento 08 osiasena cada de um pris ma mostam uma dvergéncc abrupia dos cretats na cabega do psa ad ‘A mudarga repentina na crertagso os erste na priea Jo Prisma pode se vista mais claramante na euparie lateral do Hoco (©), Nessa supericie onde os premas foram cortados exatamente no eno ‘raves do eo cabeca-cauda,oxisom Inhas de premes uals. mas 905. Ne face superior). ands o plano oe corte paseou atraves do cabe fas ecaudas adjacent, na uma aparénoka de premas wolumosos,sepe ‘ados pr bandas mais stretas de eerie injorpamaticn, Dave er 00 Servado que ao preparer mate nsioagico end o esmalte sor corado ‘com varios aus de obliuidade, sera procuainaa uma grande varedage de aspectos prsmaticase onentagdes de eral, Cortesia dos Doutores A. H Maciel Wi Grstaton ¢ Neal Jenn Virght ediores Figura 7.13. MET mostrando os pismas do esmats cotados transverse mente, mostande 2 vaiagao na oiatagao dos crisis nas regioes da ca bbaga (A) eda cauda (8) 7.000). Corea do Dr DFG, Poole, 106 8ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 7.14 MET mostande prismas do esmaltecortatos lengitusina- mente mostando a mudanca brusca na orentagao (seta) na parva de Prisma. O espago aparents na pecerla do orem 'e preparagdo (x 13.500), Cones do iN Naabeca do prisma os cristais corem paralelos ao longo ei- xo do prisma. Na cauda os cristais divergem gradualmente se tomnando angulados em 65 2 70° em relaco ao longo eixo (Fi- gura 7.12, face A). As mudangas dentro de um tinico prisma so raduais de tal maneita que nao ha divisdo clara entre cabeca ¢ ccauda de um mesmo prisma; entretanto, os cristais na cauda de lum prisma mostram divergéncia abrupta em relagio aos cristais nha cabega de um prisma adjacente (Figuras 7.12 e 7.13). Ao reparar material histol6gico, o esmalte seré seccionado em vi ros graus de obligiidade, produzindo uma grande variedade de aspectos prisméticos. Apesar de algumas éreas serem denomi hnadas interprismiticas, o que parece ser interprismitico ¢ fre Gllentemente « cauda de um prisma adjacente a outro. ‘Ao examinar esmalte fraturado ou seccionado paralelo a0 lon- £0 eixo do dente (Figura 7.8), a maioria dos prismas (3 a 6 um de didmetro) parece atravessar em uma linha reta da jungio ame- lodentinéria para a superficie (entretanto, veja bandas de Hunter. Shreger, a seguir). Os prismas chegam a superficie em varios én los, dependendo da forma relativa da jungao amelodentindria ¢ da superficie extema. Logo acima da margem cervical, os pris- ‘mas chegam superficie em um angulo reto, enquanto que mais ara oclusal eles chegam a superticie em um dngulo de aproxima- damente 60° (Figura 7.16). Dentro das fissuras os prismas che- ‘gam & superficie em Angulos agudos de 20? (Figura 7.17). Quando vistos em esmalte fraturado ou seccionado longitudi- nalmente, os prismas seguem um caminho paralelo sinuoso. En tre 10¢ 13 camadas de prismas seguem a mesma direcio, mas ‘grupos abaixo ou acima seguem caminhos em diregGes diferentes (Figuras 7.18 a 7.20). Essas mudancas periédicas na direcao do Prisma criam um padrio em bandas denominado bandas de Hun- ter-Schreger (Figura 7.21). Essas bandas tém aproximadamente Figura 7.16 MEV de esmateleverentsconccionado masttando prismas ge esmali chepanao a superiie 260°) x 220) Cortesia do Dt fC, ‘Shore ede CAG Presa, NM Figura 7.17 MEV mostrando 2 onentagde de pismas de esmalte dente 2 fssuraosiusal, Observe o éngulo agudo que os prismas im a0 slean 81 &suverficie dessa rego (x 100) Cortesia do Dr F.C, Shore e da CRC Prose ade lngltudinalmants, lavemen fe conticionado para mostar bandas aternadas de eecgies ansversais Gazonas) ¢ soced0slongtusnas(prazanas) de prsmas (x 500) Cx 6501 F.C. Shore ede CAC Pras. Figura 7.19 A areglo snuesa do prema om cartada a fm bandas reflevasalternacas na supetion de corte, Ci fies oxbem diferentes orentagdee de orsais € po isco di solarzagto 2988 resulta 5 aus de 50 jim de largura slo visiveis & medida que diferentes bandas de prismas refletem ou transmitem luz em diferentes diregdes. Em secgdes de esmalte cortados paralelos a0 longo eixo do dente, 0s ‘tists individuais sero orientadas diferentemente em grupos de prismas cortados mais transversalmente ou mais Jongitudinal- ‘mente. As bandas de prismas que sio cortadas longitudinalmente sio conhecidas como parazonas ¢ as cortadas transversalmen como diazonas. O Angulo entre parazonas e diazonas é de 40° Esse padirio complexo de prismas toma o esmalte resistente a fra- turas e, quando exposto & superficie, produz uma superficie rugo- sa.com microondulagdes. Na quarta parte mais externa do esmal fe, todos os prismas correm aproximadamente na mesma dir enenhuma banda de Hunter. Schreger est presente (Figura 7 ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOG: 107 Figura 7.20 Cort longitudinal o esmate mostrando repies allernadas ‘am grupos de priemas secoinados mais tansversaimente (A) ou mals longitudinalmente (8) que possibita a vsualzaqao das bandes de Hur feget (x 300). Crteia do Dr. B.A. W. Brown Fgura 7.21 Coren do comate mstande a bani ge Hurt tenscvege em rete 12) 5 Figura 722 Cone longitusinal de semalte mostrando as bandas de Hur terSehrager em luz polarzade, Observe que as bands no alcancam oreo mais extema de superie do esate x25), ‘Como os prismas so arranjados em um padro espiral, em algumas areas abaixo das edspides e bordos incisais, as muda gas de ditegio dos prismas parecem mais marcadas ¢ irregula res. Grupos de prismas se torcem sobre outros dando uma apa réncia de esmalte nodoso (Figura 7.23), ESMALTE APRISMATICO (0s 202 100 um mais superficiais do esmalte duo recém-erupeionado e os 20 a 70 jim mais superf 108 8ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM malte de um dente permanente recém-erupeionado so aprismé- ticos (sem prismas). Aqui. 0s cristais do esmalte esto alinhados ‘em Angulo reto com a superficie ¢ paralelos entre si. Essa cama- dda superficial é mais mineralizada que o resto do esmalte devido ‘auséncia de espago (bainha) entre os prismas, onde a maior par- {e-do material organico esta localizado, Sua espessura é variével (Figura 7.24). 0 esmalte aprismatico acontece como um resulta do da auséncia de processos de Tomes nas ameloblastos no esté- sio final da deposigio do esmalte (consulte 0 Capitulo 22) LINHAS INCREMENTAIS ‘Oestnalte ¢ formado em incrementos, periods de atividade al- temados com periodos de quiescéncia, sso resulta em marcas es- truturais conhecidas como linhas incrementais, Existem dois ti- pos: perfodo curto (estriagdo transversal) e perfodo longo (estrias| do esmalte), Estriagoes transversais As estriagdes transversais so vistas como linhas atravessando 0 prisma do esmalte em Angulo reto em relagao ao seu longo eixo Figura 7.25 Microssopis de contaste de fase de um cont longitudinal de ssmalte mastrando a eaagio tansverel inhasMorizontas)atvavss dos fnismas do osmalts (x 50), Cortesia dor, 0... Poole. Figura 7.28 MEV da superticie de osmatte traturade mostrando @ est ‘a transversal através do comprimento do prism paraoonde eorreepondet 1 sibos de esiretamanto da lagura do pisma x 600), Coresia ao Pofes S0'M.C. Dean, Figura 7.24_ (a) MEV mastrando ume camade de esmalte apismatica (A) de espessura constare ecobrin 130) (2) MEV mostando uma camada de esmals aprismatcn (seta) de esnecsur regular recobrnds eum uma camada de esmate pismo (2) ‘prsmatioa, Cortela do Or 0 K Whitaker. (Figura 7.25). As estriagdes transversais refletem um ritmo distio, A sua aparéncia pode se relacionar com a variacao regular em lat- gura (Figuras 7.26 e 7.27) que acredita-se refletem variagies dis- Flas na taxa de secregtio dos ameloblastos (crescimento por incre ‘mentos didrios). Uma explicagao alternativa, menos provavel, é ‘que essa linhas seriam 0 resultado dos cristais dentro do prisma seguirem um padrio espiral (Figura 7.28) apesar que essa varia- ‘glo possa ser também de natureza didria, Em pequenos aumentos as estriagdes transversais aparecem como linhas a cada 2,5 a 6 lum, estando mais préximas junto a jungio amelodentinéria. Tam- bbém tem sido sugerido que as estriagbes transversais s20 0 resul- tado de mudancas stbitas na natureza da matriz organica e/ou ‘orientagdo dos eristalitos c/ou composigdo (especialmente n0 Figura 7.27. MEV de esmalte lovemente condcsonado mestrando cristae indicus do esmalte eats) termnando em constreoes do ome +1600), Certesia do Dr. R, Shore e CRC Press Figura 7.28 MEV lustrando cristale co esmaiteparecend seguir um ir joo espraiado dentro do prisma (sta (x 1.400). Cortesa de Dr. F.C. So re CAC Press ANATOMIA, EMBRIOLOGIA € HISTOLO! ‘componente carbonato), As estriagdes transv sam ser observadas a0 microsc6pio eletrOnico de tran Estrias do esmaite ‘Quando cortes de esmalte obtidos no plano longitudinal da coroa So observados, linhas estruturais sio vistas correndo oblig mente através dos prismas de uma regido proxima & jungo ame lodentinsria em diregdo & superficie (Figura 7.29). Essas repre sentam as linhas incrementais e so conhecidas como estrias do cesmalte (de Retzius). Em cortes transversais da coroa, as estrias ddo esmalte correm circunferencialmente, como os anéis de uma vore (Figura 7.30), Figura 7.29 (a) Corte longitudinal do esmalte mostande as et ‘matte correndo ebiquamente através do told, Deogaste na ponta, ide ex008 algumas das estas na supertiie desse local. Arava Fase do denta ae estas naturalmentssleancam a supericis x {er maior aumento (x40) de tras do esate (A) correndo atraves 6 do dente da juncao ameledentnaria (8) pare a superice 110 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 7.20. Cort tansvarsal do esmalte mostrando estas do aemate endo crcunierencalmente, A= dantina e120), Cortesia do Or. MEA inson Ao realizara desmineralizacdo de rotina toda a estrutura do es- ‘alte € perdida devido ao seu baixo contetido de matriz organica, deixando 0 espago do esmalte (consulte a Figura 7.2), desminera- lizagdo controlada (e provavelmente incompleta), vai permitir a permanéncia de algum material orgdnico para ser corado subse- lentemente. Muitos dos aspectos estruturais vistos em cortes por desgaste serio mantidos. O padrio de buraco de fechadura visto nos cortes por desgaste, pode ser claramente observado (Fi gura 7.31). Apesar de se saber que o prisma nio apresenta uma bainha orginica, a quantidade de material orgénico e 4 b Figura 7.81 (a Corte desmineralizaco de pismas do esmalts crtados ‘eansversaimente mostande matiz do esmalt reid, apresentando uma aparenci priemiic (oranteazullar: x 600) (b) Corte eaneversal dae mineraizado do esmlte mostrando o padrao estiado do esate (seas) ra mata organica doe maior na bainha do prisma, pela presenga de poros maiores pro- Bem toda @cooa (Alea blue apds a fag om solu sia do Professor H.N, Newman, CAMADAS DE REVESTIMENTO ASSOCIADAS AS COROAS DE DENTES ERUPCIONADOS ‘As camadas orgdnicas que re cobrem o dente erupcionado saudi: vel podem ser reveladas por corantes especiais (Figura 8.5). A parte da coroa mais exposta & cavidade oral é recoberta por um epitslio reduzido do esmalte frouxamente aderido, que logo € Figura 8.8 Vista proximal de un pré-molarpareaimante ervoconade, mostande as 2onas de sou intogumento organics, Duas zonas foram core (Ses. camada azuleacurs (A) placa. A camaca a2u-ciara (0) 6 8208 rencle au epi uneonal, qua quando vivo une © date @ gengiva por ‘oclsal oo igamento periodonisl A zona no corada ene a duas (2) ¢ 2 Cutcuaprimara (ou pre-oruptva) do eamalte. Observe que a plans coe onde a uma posieaa cima da crite ca margem gengivale ao redr do nto de contato[ssta) onde oe denise adjaceniss se encontram, e que 8 lula ie na regi do suice gengval- Mais apical em reagso ao aptio lunsona. 9 ssmateesiava coberte in vva peas caus acamente acer {as do opto reduzide da éraao do eamate, que foram gerddas durante 2 ‘enrardo.Coranaimante& placa, a cofoa eats fecobaria pea cuteua pr mara eemale juno com um etemantoerganio ds orger sala (a pe Heulaadguinaa) (Alcan eive~aloeigefossina x), Cores oP HIN. Newman, perdido, permanecendo a cuticula priméria do esmalte, que ime- diatamente adquire um elemento orginico de or em salivar, a < ima da em gengival.o dente tende a set recoberto por placa. Na re- alo dente seré recoberto apenas pela cuticu la priméria do esmalte. Abaixo desta camada o dente sera reco- berto pelo epitétio juncional, a extensio deste estérelacionada ao estigio do desenvolvimento dentirio. Usilizando uma téeniea cui dadosa de desmineralizacdo & possivel remover o integumento orginico: conseqlentemente a placa, a cuticula priméria do es :maltee 6 epitélio juncional aparecem como uma entidade tnicae jo do suleo continua (Figuras 8,6e 8.7). A superficie deste filme orgiinico ad Jjacente ao esmalte pode ate mostrar marcas de pontas de prismas ival, onde ele € formado apenas pela cut- do suleo gengi cula primaria do esmalte, indicando a sua intima associay a superficie do esmalte Figura 8.8) As trés zonas distintas que formam o integumento do esmal- te, como pode ser visto nas Figuras 8.5 ¢ 8. vesicula ‘microfilamentos © ‘mlerotubulos | afetada da movografie mosta uma moroiogia oar mais normal (x 25 Biapht: eremenos ge ae ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 9.60 Core longtusinal por desgaste de ums ora mostiando ma dread rajetos martes (A) abalo de uma 69:0 de ati que fo se laGa no ade pulpar por dentinawereidia(C). Denna secundar (B)rovosto 2 resto da cata pupar (x13). ta mas parece que ele difere da dentina peritubular e portanto no é formado pelos odontoblastos. © mineral € cristalino © possivelmente uma apatita, embora cristais em forma de pla- uetas de fosfato octacalcio também tenham sido vistos, Em ti balos expostos a atricdo ou a cérie algum componente de oclu- slo pode ser derivado da saliva. Ptrajetos mortos $¢ dontoblasts primérios sio mortos por um estimulo exter peritubular oblitere os ti- bul iro surgir buts vazios. Eles poderio ser selados a sua ‘ereginacéo pulpar por dentin tercicia. Quando cortes por de 23 sio preparados ¢ montados, 0 meio de montagem no ir nifar nestestulos seladoseentao eles permancoero preenchi- is com ar. Sobre @ miroscopia de luz, a luz vai se refletir total rete na parte intera destesribalos ¢ eles aparcccrio escuros «(Figuras 9,60 ¢ 9.61). Este aspect, que é devido prcialmente a é rejposta pulpar e parvialmente ao procedimento de preparacd cchamado de “trajetos mortos” CONSIDERACOES CLINICAS Permeabilidade da dentina ‘A cstrutura tubular da dentina permite que as substancias apli- cadas & superficie externa sejam capazes de atingir e afetar a polpa dentéria. Isto depende de varios fatores: (Que a superficie de dentina seja exposta por citi, arigd0, abra so ov trauma Figura 8.61. Core por desgasie longitusinal da sentina corondria mos rando denna secundaria (A) = dents terra (6) abano os rete mo Que 0s tibulos estejam evidentes, Os tibulos podem estar oclu- dos fsiologicamente por dentina peritubular (intraubular) ou por material exdgeno precipitado sob eles perifericamente. Eles tam- bbém podem ser selados a partir da polpa por dentin tercidria, Que o movimento para fora do “fluido dentinsrio” intersticial rio empurre estas moléculas para fora do tabulo. ‘Que estas moléculas sejam capazes de passar através da camada de odontoblastos, que representam uma barreira para moléculas de alto peso molecular. 4 Uma vez que estes fatores sejam considerados, © material nis significativo que atravessa os tibulos so as bactérias da ccérie demtéria e. de forma mais importante, as toxinas que elas produzem. £ possivel, mas ainda no provado, que moléculas capazes de excitar terminagdes nervosas sensitivas na polpa possam seguir esta rota e produzir dor. Componentes de mate- Fiais dentitios, ou condicionadores usados para preparar para sua colocagio. podem passar através da dentina e matar ou di nificar a polpa dentiria. Isto parece no ser uma colocagiio to importante quanto possa parecer. A resposta pulpar pobre aal- guns materiais restauradores patece ser mais decorrente do se~ lamento marginal deficiente que o material fornece, permitin- do a microinfiltragio ¢ a presenca de bactérias na superficie da dentina, cujas toxinas podem afetar a polpa. Embora in vitro alguns componentes dos materiais dentérios passem através dda dentina, in vivo o fluxo para fora dos fluidos dentinérios se opse a isto cate e atricao) A resposia a0 estimulo externo se origina na polpa dentéri mas se manifesta na estrutura de dentina que ela produz. A de- posiglio de dentina tercidria fornece uma barreira para a pro- sressio da cérie e de toxinas. A presenca de dentina secundétia © a sua deposicao continua através da vida, embora nao seja ‘uma resposta ao estimulo externo, contribuem para a funcao de barreira da dentina Figura 9.62 MEV mostango 696 a. dortna cortada com b Sonade: FE lamina etn perio ratrana (x 35) ‘camada de lama dentin na supet ‘ta valeciaade: Ae = supetii aba ia na superficie comnariaatureds; FS = su (Coresia dor. J. Dennison Adesao de materiais dentarios a dentina Muitos dos avangos na odontologia restauradora so um resu! tado do desenvolvimento de materiais que irio ss malte \derir a0 es- dentina. Isto permite preparagdes cavitarias mais con- servadoras. menos leso pulpar ¢ resultados estéticos aprimora- jos, A adesdo & dentina é mais complexa do que a adesio ao es- malte devido ao grande contetido organico deste tecido ¢ devi- do sua arguitetura tubular. Além disso, quando a dentina é cor tada com uma broca dental uma camada de Iama (Figura 9.62) se forma na sua superficie consistindo em dentina que foi fun- dida e reorganizada: também contém bactéria embebida a partir de cérie que foi removida. A produgdo desta lama tem uma van Figura 9.69 MEV uma supertici atu os dentine apse condicionamento cam acto ostrico a 37%. Observe as as cod trade superficial (A) = panda da denna pertuoular (visto nas caradae mas potundas, B). Os {auios dentinari aberos (C) 380 8 ves gonas mineralizadas (sea) s80 erdentes na centinaintertubula x 6.500). Cortesia do Professor B. van Mesrbeck ANATOMIA, EMBRIOLOGIA £ HISTOLOGIA us {agem no fato de que ela oclui os tibulos d desvantagem no fato de que ela pode abrigar ba cer uma superficie dificil para adesdo. Remover s lama ria é portanto um pré-requisito antes da aplicacao de adesio, Como o esmalte, a dentina deve ser inicialment cionada com écidos fortes para remover a lama ¢ forne superficie porosa que possa ser infiltrads pelo age 3 (Figura 9,63), © agente de adesdo vai entdo penetrar nos bu: los dentinarios e no coldgeno exposto da dentina intertubula (Figuras 9.64 ¢ 9.65) Endodontia ‘A continuagio de deposiglo de dentina secundaria através da vida e 0 desenvolvimento de dentina terciéria em resposta a c&- rie e a pracedimentos restauradores pode levar & reduedo no ta manho inclusive, efetivamente, obliterando a cimara pulpar e ‘os cans radiculares (Figura 9,66). A terapia do canal radicular (endodontia) consiste na limpeza, na adequagio de forma ¢ na obturagdo do sistema de canais radiculares. Quando os canais radiculares so pequenos ¢ dificeis de localizar, um tratamento cfetivo se toma dificil © prognéstico é mais reservado, Sensibilidade A dentina exposta frequentemente (mas nem sempre) é sens vel. Tr8s hipéteses principais tém sido colocadas para dar conta desta implicagdo de sensibilidade: Nervos na dentina Processos do odontablasto Movimento de fluidos nos tbulos dentinatios. yevs rad opery pgs 4020 Argumentos contra o ponto de vista de que a dor deva ser de- “Eortente do estimulo direto de nervos na dentina estio relacio- fnados com a sua relativa escassez ¢ com 0 fato de que eles pa ecem ser ausentes na parte externa da dentina, Além disso, « aplicagio de anestésico local na superficie da dentina nao eli- ‘mina a sensibilidade. ‘Com relacao & segunda hip6tese, ndo existe evidéncia fisiol6- sce até 0 momento que indique que o processo do odontoblasto -Eanélogo a fibra nervosa e pode de forma semelhante conduzir “impulso em diregdo da polpa. Além disso, o processo pode nao se estender até a jungo amelodentindria, e nem a aplicagdo de “substincias consideradas capazes de prevenir a transmissao de ‘als impulsos so efetivas. Nao tem sido mostrado que os odon- ‘oblastos sejam sinapticamente conectados a bras nervosas. A hipstese mais plausivel para explicar a transmissdo do esti- ‘lo sensitivo sugere que todo o efeito efetivo aplicado & dent- ‘na causa movimento de fluidos através dos tibulos dentindrios & ‘de que estes movimentos sio suficientes para despolarizar as ter- ‘minagdes nervosas na part intema dos tbulos, na jungao polpa ‘pé-dentina e no plexo nervoso subodontobléstico, Alsuns est: ‘mulos, como calor, pressio osmética ¢ a secazem, tenderiam a ‘usar movimento do fluido para fora enquanto outros, tais co- ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 347. mo © fii irian causar movimento para dentro (Figura 967) “Movimento em qualquer diregio iria mecanicamente alrar terminals, Estes estimulos tém mostrado causar tas movimentos de fuidos in vireo. Substancias quimicas (em solugSes fortes) = «stimulos térmico induzem a resposta muito mais rapidamente 4do que pode ser explicado por conducio ou difuso. Isto tam bbém ¢ consistente com a hipétese hidrodinamica. Em experi :mentos com anithais, no entanto, a resposta dos nervosintraden- {ais aestimulos quimicos ¢ freqientemente mais ena ¢ pode ser ‘mais facilmente explicada pela difusto. Pode ser que ambos 0 1ecanismo“direto”€0 “hidrodindmieo” operem, mas que afor- 6 hidrodindmica predomine sempre que exis inflamacio pul- par e uma redugio no limiar dos nervos intrapulpares @ forgas Imecinicas pequenas geradas pelo fluxo do fluid. ‘A dentina exposta que ¢ sensitiva algumas vezes é descrita como “hipersensitiva”. Tis dentinas tém tbulos que sio evi- dentes (Figura 9.68). A dentina exposta na qual os tébulos nao so evidentes no ¢ sensitiva (Figura 9.69), A eliminagio ou redugio da sensibilidade de dentina exposta nem sempre ¢ fil. O procedimento mais efetivo € ocluir 0s ti- bulos dentinarios tanto por produgdo de lama quanto pela preci- pitagio de floretos cristalinos ou oxalatos. Figura 8.67 0s eotos de movmantos do fie para fora (8) @ para dentro (0) nos tubules dentndrios 148 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM, Figura 9.68 MEV de uma eupertiie de dentna exposte de uma area hie persensiel. Us gfande proporedo de tubules dontnarios (setae) mostra {ule abertos 2.400) Cotesia do Dx M.Yosnivama edo edtor do Jour (setas) al of Dental Research, (ech do Journal of Dental esaarc 969 Imagem obtda em MEV da superficie de dentina exposta de raturalmerta dessensbiizada As luzes dos tous dentnarios 0 em geal oculdas (c 2400), Cortsia do Or W. Yoshiyama & A polpa dentéria ¢ 0 tecido responsavel pela formagio da dentina. Ela esté contida dentro da camara pulpar e dos canais radiculares dos dentes (consulte a pagina 28). Na constri¢Zo apical do canal ra- dicular ela se toma continua com o ligamento periodontal (Figura 26.6), Embora a polpa contribua de forma significativa durante 0 de- senvolvimento ea erupcio do dente, ela permanece ativa durante 10- dda vida & medida que a dentina secundaria ¢ formada e é capaz de responder (dentro de certos limites importantes) aestimulos aplica- ddos sobre ela tais como céie, trauma e procedimenios restaurado- 1s produzindo dentina tercidria(consulte a pégina 141), ORGANIZACAO. AA polpa dentéria é um tecido conjuntivo especializado com um ar ‘anjo anatémico especifico determinado por sua posicao dentro de uma cimararigidae por Seu papel de formago de tecido duro sobre as paredes desta cmara (Figura 10.1). As eélulas diretamente res- [ponsdveis pela deposicto de dentina (os odontablastos) localizam- se na periferia do tecido. Também nesta regifo existem dois elemen- 0s capazes nao somente de detectar estimulos externos, mas tam- bbém de iniciare participar (pelo menos em parte) na resposta eles, Estes sio as terminagSes nervosas aferentes do trigémio e células especializadas apresentadoras de antigenos. 0 resto da polpa denté fia atua como um sistema de suporte para esses periférics anatémi- £05, que so funcionalmente elementos importantes. Os vasos san sgineos e nervos penetram ¢ deixam os canals radiculares através de tum forame apical na extremidade da raiz. Cada raiz em pelo menos Figura 10.1. Cote descalcficae de um dente completo mostand a posi goral da poipa dentaria (A) (HE: x3), Polpa dentaria 10 uum canal; muitas tém dois. Pequenos canais acessérios com seus roprios forames também acontecem muito freqlentemente no tet- 90 apical da raiz (Figura 10.2). Esses canais se juntam a um canal maior, Em dentes multiradiculados existem freglientemente peque- ‘nos canais vasculares que entram na cimara pulpara partt do osso entre as raizes. Canais radiculares laterais deixam o canal principal 1a face lateral da raiz so mais comuns no tergo apical da riz, c0- ‘municando-se com o ligamento periodontal, Figura 10.2 (a) Corte por desgaste de riz mostrando uma ramiicaso latral do canal radicular principal (seta) (x 12) Cotesia de Dr ME Ar fon. (0), Ralograia de uma fala adiouarabtrda mostra cana acessoros (seas), Cotesia do J Souyave, 149 150 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM COMPOSICAO A polpa dentiria ¢ um tecido conjuntive frouxo formado de uma combinagio de eélulas embebidas em uma matriz extracelular de fibras em um gel semifluido. Ela contém 75% de peso de agua e 25% de material orginico. A semelhanga da maior parte dos tect dos conjumtivos, a matriz & mais abundante do que as células, A ‘matniz extracelular € formada por um grupo versdtl de polissacari dios e protefnas secretadas pelas edlulas do tecido e reunidas em ‘uma trama complexa muito associada a células. A matri forma um arcabougo que estabiliza a estrutura do tecida, mas nio pode ser ‘considerada inerte: sem dvida, na polpa dentétia, onde existe um suport rfgido e uma cAmara protctora dura, a fungio esquelética é ‘minima.A matriz desempenha um papel muito ativo no controle da atividade das células em seu imterior. Ela afeta seu desenvolvimen- ‘, migragto, divisio, forma e funglo, O colgeno é componente ex- {Sacelular da matriz predominante comproendendo de 25 a 32% do Beso seco, A composicio da papila dentéria e da polpa dentéria mu: da durante o desenvolvimento e pode varia entre dentes diferentes. Muitos dos dados que existem so oriundas de tecidos animais, 0s {uais podem ser um pouco diferentes do humano. Fibras ‘© principal componente fibroso da polpa dentiria¢o coligeno tipo 1 (Figura 10.3). 0 coligeno caracteristico do oss0, cemento, pele tendo e dentina. O coldgeno esti presente como fibrilas finamente distribufdas através da polpa em dentes jovens (constlte « Figura 10.3). Ele esté presente como fbrilas de 30 nm de diémetro e mui Figura 10:3 MET mostando isias colagenas (A) dentro aa papa (x ¥34.000), Figura 0.4 Cone oa aie de um malar de. ‘mostando colagena ti Il corado ge marrom por metodes muno-hstogur os 30), Cartesa do Or Onsale oo estore Antomica cor tos micrmetros de comprimentos que se redinem em feixes como’ fibras de tamanhos variados. Sew arranjo na polpa ¢ irregular, exce {ona periferia, onde elas se tomam alinhadas aproximadamente pa- ralelas superficie da pré-dentina em formagdo, Durante 0s estégios injciis do desenvolvimento alguns dos fixes so organizados em Angulo reto & dentina em desenvolvimento, contribuindo para 0 as- Pecto de fibras de "von Korff” na dentina externa. Tamim existemn grandes quantidades de coligeno tipo II (Figura 10.4), que, embo- ra fendo um padrlo de estriag3o de 67 nm similar a0 colégeno tipo I difere deste. Embora o colégeno do tipo I cantenha cadeias mole~ calares ce c2, 0 colgeno tipo IIL contém somente cadeias cl. Cerca de 56% do coligeno pulpar é do tipo I 41% tipo IL. O sig. nificado funcional destes altos niveis de colgenos tipo Il & desco- ‘nhecido: em outros lugares ele tem estado associado com répida re- ‘modelasao e com o controle do didmewo das fibras coldgenas. Pe- «quenas quantidades de coldgenos do tipo V e VI também estao pre~ sentes. Ao todo, o coldgeno forma de 3 a 5% do peso timido da pol- Pa, uma pequena proporgo em comparago com outros tec Cconjuntivos frouxos. Microfibrlas de diémetro mais reduzido do ue 0 colgeno também tm sido detectadas. Estas sdo fibrilina, uma glicoproteina grande que forma fibrilas em contas de 10 a 14 ‘nm de didmetro. Em outros tecidos elas esto associadas com fibras eldsticas, mas estas sio ausentes da polpa dentéria, Matriz nao-fibrosa AAs macromoléculas que formam o componente ni fibroso da ma- riz extracelular podem ser classificadas em dois grupos principais. slicosaminoglicanas « outras moléculas de adesio, Glicosaminoglicanas (GAGs) GAG sio cadeias de polissacaridios compostas por unidades dis- sacaridicas que se repetem, as quais, quando ligadas covalentemen- te a protcina, formam glicoproteinas, Todas as quatro GAGs acha- das nos tecidos conjuntives(sulfato de condroitina, dermatan sul fao, heparan sulfatoe hialuronan estio presentes na polpa dent 1a). O sulfato de condroitina (Figura 10.5) predomina quantitative mente ¢ o dermatan sulfato esté presente somente em pequetas {quantidades. Como GAGs sio moléculas volumosas € hidrofiicas, clas prontamente formam géis que preenchem a maior parte do es- ago extracelular. Essas moléculas incham quando hidratadas, o que pode contribuir para alta pressdo do fluido issular da polpa. Is so fornece suporte mecnico mas também permite movimento fé- «il de moléculas soliveis em agua e cétulas. (© hialurano ¢ a tinica GAG achada em quantidade que nao esti Jigada & proteina, Além de ter uma fun¢lo mecinica pensa-se que las facilitam a migracio celular. Portanto cla ¢ particularmente prevalente durante 0 desenvolvimento. Na polpa madura 60% do conteddo de GAGs ¢ hialurano, 20% dermatan sulfato e 12% sulfato de condroitina. Na polpa em desen- ‘volvimento o sulfato de condroitina € 0 principal GAG, sendo 0 hhialurano um componente menos expressivo, Proteoglicanas "As proceoglicanas consistem de uma parte central de proteinas (de tamanho variével) circundada por GAGs e talvez outros agtcares. As proteoglicanas so membros de uma grande classe de molécu- Jas, as glicoproteinas, as quais por definigao tem GAGs em pelo ‘menos parte de suas cadeias laterais {As proteoglicanas so moléculas muito diversas com wm grande ‘especiro de potenciais ¢ atividades reais. Muitas, como 0 versiean (Figura 10.6), contribuem para grande parte da matriz; algumas. ‘como 0 sindecan, so integradas dentro ou ligadas a membcanas as células que atuam como moléculas de adesdo ou ligam molécu: las de sinalizagio. tais como os fatores de erescimento. A Tabela 10.1 apresenta um resumo das proteoglicanas presentes na polpa e suas possiveis funcoes. ‘Outras moléculas de adesao A fibronectina (Figura 10.7) € uma glicoproteina (embora nto pro- teoglicana uma vez que ndo contém GAGs) que tem como papel principal nao somente ligagio das eslulas as matrizes extracelula- res, mas também (por ligacio ao citoesqueleto} na regulagio da forma celular, migragao ¢ diferenciagao, ela esta amplamente dis- tribuida na polpa. A fibronectina ¢ um memo da familia das mo- Igeulas de adesdo celular, as integrinas. Outra integrina, alaminina, Figura 10.5 Poles dentri hunana adulta corada por métodesnistoguin- ‘Saeper eto oe consrotina(corando pret na jungéo pasts). mos trango a oresenca darsa, nas tamoem va grande concntacao petra ‘ants na eamada dos odortobles oe, sugarnao (cteurstaniamenie) um p= el dessa molzula ne dasanvowinento da dein 40). Cores os Ors. Marios ¢ U. Sehlagennau, «oe: ao Iniemabonal Encodonic Jou ANATOMIA, EMBRIOLOGIA £ HISTOLOGIA BUCAL 151 }YNTY 9 OOSIONVUH UO 4O0Ma WIBLFIGE Figura 10.6 Um corte na polpa de rato corada imunorhistaquimicamente Dara roteoglcana versian (coloagao peta). A disibuigdo mais cor- entrada pertereamente ee agarentemente user am toro co fess neurovassularcatal x 1.000). Coresia do Dr. , Shibata e do actor de “Archives of Oral Bitogy Tabela 10.1 Proteaglicanas da polpa dentéria Proteoglicena identifi ‘cad na polpe dentéria Possivel pape! Decorina Liga-e ao colageno tipo leo fator de crescimento de transformasao fi. Biglicana feito reguladotna fbrogenese do colageno. Verscan Particinaggo em grandes agregados hidratades de proteoglicanas. Singecan Liga 2 superficie celular acolageno iproso e outrasproteinas da mati; liga 0 fator de crescimento do fibroblast. Tenascina Pode promover ou inibira adesto celular guia os movimentoscelulares. Fioronectina ‘Adesao celular & matriz (via integrinas rna membrana da cela). {std presente (com muitos outfos componentes) nas membranss basais ligando as células epiteliais A matriz extracelular assim co- ‘mo ligando algumas moléculas de sinalizagao. A laminina ess pee sente na polpa dentiria, mas somente em tomo das ciulas endo liais dos vasos sangitineos e as oélulas de Schwann das fibeas me 152 BERKOVITZ, HOLLAND. & MOXHAM 2 oa Figura 10.7 (a) Mirografia de luz mosrando munomarcapdo para ferenectina(cooragso escur,setas) na superficie das fibras coligenas dacamada de ‘dontoblastos (OB). Exste pouca marcagdo na pré-dentina (x 170) (2) Imunosleromcrograta mostrando a prasenga de foronecina com colorado secure ‘em fascicles iblars enre os adontobasios (08) (x 3.600) Cortesa do Dr N Yosh tal edo etor de Archives of Cra! Biology vyosas. Embora os odontoblastos nio tenham uma membrana basal {tanto 0s seus compos celulares como os processos sdo revestidos com lansinina, Células Odontoblastos 0 odontoblasto (Figuras 10.8 a 10.11) responsével pela formago dda dentina. A origem e a diferenciaedo destas eélulas slo descritas ‘nas paginas 320 a 322. No dente completamente desenvolvido os Figura 10.8. (a) Mirograia de pequeno aumento mostande alguns tpos collares sua dstibuoeso na po sada de odontoblast adacen- {e Gaming; B= zona acoiar C= zona ica em odlus; D = popa cera mostrandoprincjpalmentsfooblastes(azu toludna x 200). (o) Maior aumento mastando camada de odontoblasos pseudo-estatiicados (A). = zona aceluar, C= zana ica em cel; D = dena (azul detolucna: x 650), ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 153 Figura 10.9 Corte semitne mostrando uma camads de odontabastos seudovestratiicados (A). B = pexo capiar subodontebasice:C = forc- Basics pupares; D = dering (azul de tolucina’ x 450), Figura 10.10 _Autra-estruture do odontobaste em um dante ‘madur iica de uma célula em babxaatvidade contendo todas {23 organslasassociadas com esse processo mtecéndra, eticule ‘endoplasmaticorugoso e aparelho de Golg) na regigo suprar Sear Um grande processo entra em um tule dentnario mas ‘ites processos menores liga o edeniblasto aos odontabas- {os vzinhos ¢ferenasios. Figura 10.11. MET de um odontoblasio.N =nécieo ER = relicuo endoplasmatico rugoso:G = complex Golgi JC = complexojuncional PO = pté-sentins 154 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM. ‘dontoblastos continuam a produzir déntina secundaria durante to- dda a vida e sobrevivem tanto tempo quanio o dente permanece vi tal, Se um dente ¢ objeto de um trauma severo, tal como a carie dentéria, a habilidade do odontoblasto de responder depositando dentina secundéria mais rapidamente se torna extremamente limi- tada, O oxdontoblasto é uma célula ps-mitstica e nfo pode se divi dir traumas ou lesdes resultardo na morte dos odontoblastos. No entanto, eélulas subodonrobldsticas podem, nestas cireunstincias, se dividir e diferenciar e produzir uma barreira protetora de denti- ‘a tereidria. Fatores de crescimento, especialmente os membros da familia do fator de crescimento transformador fs (TGF-), desem: ‘Penham um papel importante no controle da atividade sintética dos ‘odontobiastos durante o desenvolvimento, Eles podem também ser significantes na inciagdo da produgio da dentina tercria em res posta a carie dentéris. uma vez que eles parecem ser seqlestrados dentro da dentina madura e podem ser lberados durante o desdo- bbramento da eérie. Os odontoblastos tanto nos dentes integros {uanto naqueles comprometidos expressam receptores de membr: na para a familia TGF-B muito além dos niveis encontrados em ‘outras estulas da polpa, © odontoblasto completamente diferenciado (Figuras 10.8 @ 10.11) € uma eslula colunar polarizada com um processo celular ‘inico e longo que se estende dentro da pré-dentina e dentina den: tro de um tibulo dentinério. O corpo celular tem aproximadamen- te 50 um de comprimento e 5 a 10 jm de largura. O nicleo esté ‘pormalmente na metade basal (pulpar) da eclula com as outras or zganelas estando envolvidas na sintese da dentina -o reticulo endo- Plasmatico rugoso, o aparetho de Golgi e as mitocdndrias ~ sobre ele. Estas organelas so muito mais evidentes em uma célula que std seeretando ativamente (Figura 10.11), Assim como o proces- 50 principal, o odontoblasto tem numerosos processos menores que © ligim aos odontoblastos adjacentes e outras eélulas pulpa- No dente maduro os odontoblastos formam uma camada tnica de células ligadas a superficie da pré-dentina com um tinico pro- cesso celular se estendendo para dentro dos tdbulos dentindtios. (Os odontoblastos na coroa sio caracteristicamente colunares em seu perfil; na riz, eles normalmente sfo mais cubsides, O nucleo de células adjacentes na camada repousa em diferentes niveis e ‘quando a camada ¢ cortada obliquamente isto gera a falsa aparén- ia de milltiplas camadas (“pseudo-estratificagao" — Figuras 10.8 ©1039), A camada dos odontoblastos fornece uma barreira de controle entre a polpa ea dentina. A dentina é formada quase que exclusiva ‘mente pelos odontoblastos com muito pouco material originsrio da polpa incorporado a ela. exceto possivelmente a formagao inicial dda dentina que resulta no manto da dentina (consulte a pagina 134), Esta camada também contribui para a protego da polpa dentaria ‘contra os iritantes externos. Estimulos que afetam suficientemen- tea polpa para iniciar dor o fazem grandemente através da provo- ‘cago do movimento de fluidos ao longo dos tubulos dentinétios e induzindo alteragSes de pressdo na polpa. A difusio de moléculas «em directo a polpa € oposta pelo fluxo de dentro para fora do flui- «Jo dentinal e pelo quase comportamento como membrana da ca- ‘mada dos odontoblastos, Jungbes celularas A integridade da camada dos odontoblastos ea sua permeabilidade limitada sGo mantidas por numerosas jungSes célula a célula (Fi- ura 10.12), Essas sio de trés tipos: A macula ~ a jungto tipo macula (desmossomo) tem um compo- nente intereelular claro assim como um sistema intracelular de Figura 10-12. MET iustrando juncées colares lula odoniobistioas (0D). © = unedo gars fe corpes de vgs o#- jsmessomo x 45.000), fibrilas de ancoragem ¢ € grandemente responsével pela unio evanica. JungSes que vao envolver completamente as células (tipo z6nula) nao estio presentes, Jungées oclusivas (tight) que aparecem quase como uma fusio de membranas celulares opostas limitam a permeabilidade: quanto mais oclusivas as jungSes e quanto mais préximas elas estiverem reunidas, menor sera a permeabilidade. Na camada {dos odontoblastos, essas jungbes parecem no envolver comple tamente as células © portanto limitam, ao invés de eliminar, a permeabilidade. As jungdes oclusivas também fornecem int dade mecénica a camada de c¢lulas. Um arranjo tipo “barr ter- ‘minais" encontrado nos epitélios (nos quais 0 padrio regular tanto de jungdes oclusivas quanta jungées tipo adesivas est pre sente na margem extema da camada de células ~ Figuras 22.1 ¢ 22.15) ndo ¢ encontrado na camada de odontoblastos. A camada de odontoblastos nfo é um epitslio. 0 tereeito tipo de jungdes encontradas entre os odontoblastos so as jungoes comunicantes (gap), Estas permitem um movi- ‘mento de pequensas moléculas diretamente entre células adjacen- tes, Blas sio importantes na comunicago entre as céllias ¢ te- "io, presumivelmente, um papel essencial no sineronismo da ati- Vidade de todos os odontoblastos nesta camada Da mesma forma que Fazem junebes entre si, os odontoblastos tam- bbém se unem a outras células pulpares. Em corte histoligicos,€ di ficil reconhecer a origem da maioria dos processos celulares: peque- ‘0s processos dé um odontoblasto, fibroblast célula mesenquimal © possivelmente ainda células de defesa ou um ax6nio sem bainha tem um aspecto similar: Os odontoblastos tim uma relagao préximna ‘com as e¢lulas dendriticas apresentadoras de antigen (consulte a sina 157), embora a natureza funcional desta relacdo seja desconhe- ‘ida, Estudos recentes in vitro tém sugerido que os préprios odonto- blastos sio capazes de produzir mediadores pro-inflamacdo em res- Dosta a toxinas bacterianas, As terminagdes nervosas esto muito _Préximas dos processos dos adontoblastos nos tibulos dentinarios € Inuitasterminagdes nervosas so encontradas dentro e em tomo da amada dos odontoblastos. Tem sido sugerido com frequéncia que os xdontoblastos podem atwar como receptores sensitivos, passando aiante sinais da superficie da dentina para as terminacdes nervosas via sinapses, sejam elas quimicas ou elétricas, Nao existe evidéncia dlireta de sinapses quimicas envolvendo odontoblasto apesar de que proteinas indicadoras de exocitose, o processo através do qual vest= clas sinspticas sio liberadas, tenham sido demonstrados nos tabu- Jos dentindrios, Junges do tipo gap (comunicante) podem atuar ¢0- ‘mo sinapses elétricase elas so de fato morfologicamente idgnticas a fais jungSes no sistema nervoso central. Embora existam insmeras {junoSes gap (comunicantes) na camada dos odontoblastos existe até ‘9 momento pouca evidéncia comprovando que elas ligam nervos & ‘odontoblastos sinapticamente.A maioria dos processos celulares que fazem jungdes com os odontoblastos se origina de outros odantablas- tos ou fibroblasts. E possivel que algumas destas eelulas envolvidas. estas jungdes sejam eélulas mesenguimais que possam se diferen- ‘lar em céllas formadoras de tecidos duras. Os odontoblastos podem participar na resposta pulpar inicial a lesdes assim como nos estigios finais do reparo. Eles slo as pri- meiras eslulas a atacar os patégenos dentais. Eles sio, in vitro, ca- pazes de expressarinterleucing-8 (IL-8) quando desafiados com to- xXinas bacterianas. IL-8 ¢ um quimiotatico pré-inflamat6rio que po- de partcipar no recrutamento de neutréilo. Fibroblastos O fibroblasto¢ a célula mais frequente dos tecidos conjuntives no mineralizados. Na polpa dentéria, eles formam uma trama frouxa airavés do tecido (Figuras 10.8 ¢ 10.9), ligados por jungées tipo ade- rene ¢jungdes tipo comunicantes. Sua morfologia é altamente varii- vel, mas é mais apropriadamente descrita como estrelar, com os bra- 490s da estrela ligand fibroblastos a fibroblastos ou fibroblasios a ‘odontoblastos (Figura 10.13). Seu papel mais Sbvio no desenvolvi- mento do tecido ¢ a produgao de fibras extracelulares e substincia fundamental da polpa dentaria. Como esta producdo (e presumivel- ‘mente 0 turn-over) ¢ rolativamente lento, os fbroblastos pulpares ‘mostram somente uma moderada quantidade de organelas intracelu- lares associadas com 2 sintese tis como reticulo endoplasmitico, ‘complexo de Golgi ou mitocondrias (Figura 10.13). les prosuzem Pouca ou nenhuma contribuigdo para a produsio de dentin, ‘Muito do que se sabe sobre os fibroblastos pulpares tem sido ob- ‘ido através de experimentos nos quais eles tém sido mantidos em cculturas de tecido, Esses estudos mostram que os fibroblastos pul- pares, tanto quanto so capazes de sectetar os componentes que for- mam a matriz extracelular, podem participar na sua degradacio. Portanto parece que, no dente maduro, os fibroblasts lentamente ‘enovam a matriz. Em cultura de eélulas estas células tém mostrado ue sio capazes de formar tecido duro apés estimulacio adequada, Este é um importante componente da resposta da polpa dentiria 2 Jes O tecido mineralizado que os fibroblastos produzem lembra ‘mais proximamente oss0 do que dentina. Células pulpares dentais cultivadas tém mostrado que so capazes de responder a.um deter- ‘minado niimero de estimulos. Ela respondem a aplicasio de pepti= dios geneticamente relacionados & calctonina produzindo proteina ‘morfogenstica de oss0, um fator na formacdo de tecidos duros. In- {comum com os outros fibroblasts de demas lugares, os fibroblas- tos pulpares sio capazes de produzir uma variedade de fatores de rescimento ecitocinas com papéis no controle do desenvolvimen- fo, crescimento e resposta 8 lesdo. Fibroblastos pulpares cultivados sofrem divisio celular, embora figuras de mitose sejam raramente encontradas na polpa dentéria normal que nfo sofrev lesio. A apop- tose (a morte celular programada) tem sido demonstrada no incisi ¥o de crescimento continuo do rato. Parece razoaivel que haja reno- ‘ago na polpa de dentes maduros de erupsio limitada, Células de defesa Linfocitos Testio presentes em pequeno niimero na polpa dentiria normal (Figura 10.14), Seu nimero aumenta enormemente quando a polpa ¢ lesionada ou submetida a um estimulo nociva. Macréfa- ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL Figura 10.18. (a) Corte semiino na poreéo central da polpa mestranco 2 apardncia dos Forobiasiospulpares, ox ais podem vata da forms e 50 (seas pequenas) a forma mais eredondada @ forma estea seta major). A= fbras mieinicas: 8 = caplares (azul de tlulina: x 450) (0) MET lustrandofroolasos plpares em forma de fas (A) B= axon, neruosos amieinces:C = capares, Observe a ausincla fils colage- ‘aera matisexracsuar (x 20.090), _g0s (Figuras 10.15 ¢ 10.16) também estdo presente. Na sua form de repouso (algumas vezes chamados de histiécitos) eles podem parecer em uma variedade de aspectos morfol6gicos e sto dificeis de distinguir de fibroblastos em preparagbes histoldgicas de rotins ‘Técnicas imuno-histoquimicas, no entanto, mastram que eles estSo ‘amplamente distibuidos e em nimero considerivel. Eles estS0 pre- sentes na polpa demtéria normal e so mais numerosos em duas ieas, em tomo dos vasos sangiifneos da polps interna © em tom «da camada de odontoblastos 156 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM g Figura 10.14 forta) para dentica inti T Figura 10:16 Micro orn Bupa de rato. Ee ¢ duolament fam macrofagos (verde) @ tendo substinciaP (vermin). Essa éenica permite grande #©.0s macragos esiao en conto proxi Oki eo ector do Jou Figura 10.15 pret onstar 8 grande isla do Dr. Okie ulas dendticas apresent 10s (Figuras 10.17 ‘ tum componente importante na polpa dentéia normal 2 .P Elas tm pelo menos 50 jum de comprimento etém trés ov mais processos denarticos principais. Como os macréfagos, elas esti pigura 10.17 0 imune-histoquimica (pet) identiicando cbllas Aistribuidas largamente em tomo dos odontoblastos e os vasos wrasertaduras ce anieoretorinieren is na pelea da sangiineos centrais (Figuras 10.18 ¢ 10.19), olpa de motares de rato (x70 5 As células dendriticas atuam, pelo menos inicialmente, como e¢lulas apresentadoras de antigenos estimulando a divisto ¢ a ati Figura 10-18. Coloragéc imunohistoqulmica oranco) vista ob uz fue- fascente mostanco a distiuigdo das calulas apresertadores de arigenc Observe quo as células (A) na pera da camada dos odontoblasts tm fender dentro da dentina (x 200) Cortasa oo Or. N ea oe Figura 10.18 Colragaoimuno-istogumica arom) denticando ur Sala apresertadora de agen A) na crac ene ds cooricbias 30 um presto para daria da der matono: sia 80 Dr Yosiba edo dor do Journal of etal Resear ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 157 Vidade dos linfécitos T nio ativados. Elas iniciam a resposta imu ne primaria ¢ podem migrar com o antigeno capturado, para linfo nods tegionais einduzir a divislo de Linféeitos T e sua diferencia {lo a A resposta da polpa & lesdo inelui componentes inflamats- Hos ¢ imunes que esto intimamente integrados. Algumas caracte Histicas da respostainflamat6ria so mediadas por nervos (consul ‘as paginas 163 ¢ 164), Existe uma relagio estrutural intima entee fi- bras nervosas e oslulas imunocompetentes (consulte a Figura 10.15). Os mastécitos estio ausentes da polpa dentéria mas existe uma relagao intima entre sistemas neurais e imune de tal forma que uma resposta combinada a um irritante poder resultar na liberagao dda cascata de moléculas vasoativas Células indiferenciadas Muitos dos tipos celulares da polpa dentéria,incluindo os odonte- biastos, as eélulas de defesa e possivelmente muitos fibroblasts, so diferenciados na sua forma final e, embora capazes de respon 4dr acstimulo de uma maneira predeterminada, so incapazes de diferenciar em outro tipo de célula. J4 ¢ sahido que existe uma po- pulagio de células na polpa dentéria abaixo da camada das odont0- biastos, que pode, em resposta a um desafio importante, produzir ddentina terciria. Isto conduz & sugestio de que polpas maduras mantém uma populaeao de células mesenguimais primitivas pluri- Potenciais capazes de se diferenciar em uma variedade de tipos ce- lulares. Evidéncia real para isto € rara ¢ a compreensio moderna dos eventos moleculares dentro da célula torna mais provavel que algumas eélulas possam ser induzidas a modificar sua atividade por modificagdes na expressio do e em vez de pela evolugdo em m de eélulas. Evidéneia a parti de trabalhos in 0s fibroblastos pulpares podem produzitecido du- 10. Ao reagir a uma lesto dentinéria pode ser que fibroblastos pul- pares abaixo da cavidade sejam afetados em vez de uma nova li- nhagem de eélulas se diferenciar ‘uma nove linh: vitro sugere qu VASOS SANGUINEOS DA POLPA DENTARIA © arranjo arquitetural dos vasos sangtiineos da polpa dentéria se aproxima muito ao arranjo dos nerves, A arquitetura dos vasos san- giineos ¢ facilmente demonstrada em preparagdes de animais & medida que o sistema vascular pode ser perfundido com re partir des rocesso modelos podem ser preparados Arterfolas e vénulas entram na polpa dentéria via 0s forames apicais (Figura 10.20) ¢ canais laterais como components dos fei- xes neurovasculares. O maior deles tem aproximadamente 150 jm e didmetro. Eles correm longitudinalmente através do canal radi cular. Dentro dos eanaisradiculares, eles enviam ramificagdes late rals para a periferia (Figura 10.21). Os vasos se dividem e se estri- tam em alguma intensidade no canal radicular mas se ramificam Profusamente uma vez que eles estejam dentro da polpa coronéria Agascapilares se estendem em dirego & dentina, Uma trama de va- 50s abaixo dos odontoblastos (o plexo capilar subodontobléstico) ¢ mais evidente em material histol6gico cortado do que em modelos ttidimensionais.Esses capilares tm de 6 a 8 jum de diémetro, Os capilares estio presentes tanto dentro (Figura 10,22) quanto abaixo da camada dos odontoblastos (Figura 10.23) e entre ‘odontoblastos e a pré-dentina. Os capilares ndo entram nos tba ddentindrios. © fluido que esté presente na dentina ¢ prova 358 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM, trado do fluido intersticial pulpar, © upre com oxigénio c nurientes onde durante a dentinogénese. Aproximadame lares na zona subodontoblistica sio fenestra 10.24), As fenestragbes slo de 60 a 80 nm de didmetro, Somente a ‘membrana basal esté presente nas Fenestragies, presumivelmente ppertitindo o répido movimento de material para fora dos eapilares (consulte também as piginas 198 e 199) 0.22 MET mastando caplars (tas) na camada de odonto (08). =dentns: PD = pre-denn (x 1.200), Cores dos Dove shida © H. Oshima edo actor do Anatomica Record MEV de um modelo vasculat da tema terminal capily na fem tréscamadas de suprimenio terminal para a camada dos 10 mais auperclamente as agas caplaea de terminasao 9a na. aban dosiae arama capi « abaixo desta rama vanuar Mass pro ndamente a odes esas camadaseatG0 as arterioles retinoss (x11 re fora K. Takahashi. Kisie'S Kim @ 39 editor do Journal Figura 10.23. Cons da polpa oar capilates (A) abaixo da camacs do 3100}. Corte do ProtessorL. Fonz, mestvanco ania ramiieagao doe rfobasts (2) C= denna (HE Figura 10:24 (2) MET de um caplarsuboser pllar[x31.500), Figura 10.25 MEV ce um modelo vascular mostranso uma anastomose ‘eno venosa ix 180), Conesa dos Dautores Kish e K Takahashi Numerosas anastomoses arteriovenosas ¢ venovenosas (Fig 10.25) sao encontradas entre os vasos pulpares periféricos presumi- vyelmente para permiti a ripida mudanga na perfusdo do sangue. E diel diferenciar os vasos linfticos na polpa dentiria. Tem si- {do encontradas estrturas consistentes com 0 seu aspecto conhecido fem outros lugares (como capilares porém com eslulas endoteliais completamente ligadas e com uma membrana basal menos ‘desenwolvida) (Figura 10-26). Vasos cuja membrana basal tm caac- teristicas imuno-histoquimicas em comum com 0s vasos linfticos Ge outros lugares também tém sido registrados (Figura 10.27).A pre- senga de vasoslinféticos tem sido estabelecida pela detecgio do ta- {eto estabelecido por material em forma de particulas que sai de den {ro da polpa para os linfonodas regionais. Esta ¢ uma forma de regis traro trajto linfatico de forma retrégrada dos vasos pulpares. “Terminagbes nervasas estio associadas com os misculos lisos das paredes das arterfolas. Esta terminagOes sdo provavelmente em grande extensio, sendo exclusivamente, vasoconstritoras, A exten: Siva inervagio da polpa periférica também esti muito significativa mente envolvida no controle do fluxo sangitineo. O neuropeptiio ‘mais prevalentenestes nervos 6 o peptidio geneticamente relaciona- {do com a caleitonina (Figura 10.28). a principal ago do mesmo é vasodilatacio. A substincia P (Figura 10.29), o neuropeptidio Y (Fi- gura 10.30) ¢a sintetase de éxido nitro (fig. 10.31) também esto presentes e sto potentes neste respeito. Muitos dos capilares tém eé- Iulas dendriticas que expressam as moléculas de classe II em tomo ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA SUCAL 959) Nd worse IAIN IDO Oqre TY ODSIONYUHY UO JOM AL WM vam on? 12600). mostrando uma lenestragao (seta) em ua pared cs 4e si com processos que esto em contatointimo comas eélulas en- Aoteliais, Elas podem aruar como eétulas apresentadoras de antige ‘no e também, possivelmente, como fagbcitos, © fluxo sangiineo pulpar tem sido estimado ser de 20 60 ‘mL/min por 100 g de tecido, A polpa tem uma pressio pulsétl alta do fluidotissularinersticial, Esta pressio permitiré que 0 fhuido den- tindtio se mova para fora sempre que os tbulos dentindrios estive~ rem desobstruldos perifericamene. Isto pode reduzir 0 movimento para dentro dos iritantes durante a progressio da carie dental, NERVOS DA POLPA DENTARIA AA polpa dentéria & muito inervada, Por exemplo, aproximadamen- te 2.500 axonios entram no forame apical de um pré-molar madu- 10, 25% destes so fibras aferentes mielinicas cujos corpos celuls- res estio no ginglio trigeminal, Destes, 90% si fibras finas do ti= po Ab (1 a6 4m de didmetro), com 0 resto pertencendo ao grupo maior do tipo AB (6 a 12 jum de didmetro). As fibras do tipo C amielinicas si0 tanto aferentes ou autGnomas. Embora as fibras nervosas entrem na polpa dentéria em feixes, existe somente um perinervo ou epinervo escasso. s feixes de nervos correm centralmente na polpa da raiz em as sociagio préxima com os vasos sangiiineos. Umas poucas fibras ner vvosas deixam os feixes centrais na raize se desloeam para a perife- ria. A maior parte continua em dregao 8 polpa corondria onde cles se espalham e se ramificam profusamente (Figura 10.32). maior par te dos ramos termina nas regides subodontoblésticas ou odontoblis- tica (Figura 10.33). Na coroa existe um plexo significativo de nervos baixo dos odontoblastos, conhecido como plexo de Raschkow. Es: te plexonio est evidente até que o dente tenha erupeionado. Ramos do plexo passam para a camada dos edontoblastos e formam 0 plexo marginal entre a camada de odontoblastos ¢ a pré-dentina. outros continuam dentro da dentina acompanhando provessos de odonto- blastos nos tibulos dentindrios. Este plexo subodontoblistico pode ser um dos lugares de ativacio sensitiva na polpa. Muitos dos ax®- nis estio desprovidos de células de Schwann para os recobrirem. tanto completa ou parcialmente, deixando-os entao suscetiveis al teragdes no ambiente extracelular (Figura 10.34). Os axGnios ser rmificam profusamente, fomecendo uma superficie ampla de érea de ativagio. Dentro das células de Schwann, existem freqUentemente ‘muitos axOnios em um. tinico compartimento o que torna possivel = difusio dos sinais de um axOnio para out. 160 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM. Floura 10.26 (a) MET de um vaso linc (A) na pare central da poles dent x 400). (2) MET om maloraurato de pas ov {4 parode do vaso lnc, 'mostrando ungdes incompletas etre as cbuas@ ausbnca de uma membrana basal x 3.000, Cares do Or MBsion Tipos de fibras nervosas (Os nervos mielinicos (consulte s Figura 10.13) sto aferentes do tri- _gémeo. Eles carregam sensagdes de dor aguda centralmente. As fi- bras aferentes de dimetro maior do tipo AB em algumas resides carregam outras sensages no nocivas mas nio existe evidéncia Parassimpatico vasoativo Secretoneurina Reflexcs axonals Neuroguinina A \asodilatacao,? transmissor nocceptiva, estimula 2 dvisdo celular em fibroblasts pulpares Peptidiohistidina 2 Parassimpatico amidaisoleucina 7 Aceticolina 2? Parassimpstico REGIOES A estrutura da polpa dentéria pode ser descrita em uma base re- gional (consulte a Figura 10.8). Comecando de fora o espago po- tencial entre a camada dos odontoblastos a pré-dentina pode ser deserito como uma regito supra-odontobléstica. Em muitas pre~ pparagies histologicas existe uma retragdo do tecido mole pulpar a partir da dentina criando um espaco nessa regio que nao est presente no tecido vital. No entanto.tais preparagbes so titeis pa- +a demonstrar a presenca dos processos dos odontoblastos (Figu- +a 10.38), Duas estruturas importantes estio localizadas nesta te- AxOnios desprovidos de bainha, achados quase que exclusiva- ‘mente na coroa. Eles tém sido descrtos como um plexo pré-den- tindrio (de Bradlaw). Eles no so na verdade um plexo (uma tama). mas uma éres onde um niimero de axénios se retine, Nao etd claro se muitos axonios terminam neste plexo. Muitos, pre- sumivelmente continuam para entrar e termina dentro dos tab los dentinirios. Esses axGnios esto em uma posigio ideal para perceber alteragdes no movimento do fluida através do tibulo Vn et wo Ma SS Saas ‘ontolasis esta) com os carps cellars cos odontebasios (A) ré-dentina (HE; x 400), {dentinério assim como alteragGes na composigao do fluido ex- tracelular, © que, por causa das propriedades da barreira da ca- ‘mada dos odontoblastos, vai produzir um atraso na chegada des- ta informagio ao micleo da polpa, Ctulas dendriticas apresentadoras de ant semuir) Esta regido, portanto merece algum reconhecimento especial como {ap6s processo do odontoblast} o primeiro nivel no qual estima- Jos extemos podem ser detectados na polpa ‘A camada dos odontoblastos (consult as Figuras 10.8 ¢ 10.9) .de forma auto-evidente,o sistema efetor da polpa. Todos 0s 00 ttos elementos da polpa sto de suport ou de protegio Bs edlulas ‘que formar dentina ou programadas para substtulas quando las estiverem moras ‘A zona subodontoblistica (Figura 10.8) tem véeios termos as- Socios ela. Imediatamente abaixo da camads dos odontoblastos uma zona celular (de Weil) &comumente descita como sendo, ‘em corte padronizados inclu{dos em parafina, uma zona onde 3s elas no estéo aparentes. Muitascoloragdes de rtina, tas com a hematoxlina e a eosina, coram principalmente nicleos e Seas ‘que t8m auséncia de nicleo com um aspecto de vazio: esse € 0 e2 So que acontece na rea imediatamente abaixo dos odontoblasts, ‘A microscopia eletrnica revela que muitos processosceulares dos fibroblasos, odontablasos, axOnios ¢capiaresatravessam essa re- sido. Muito cometamente essa dra podria ser desis como an clear. A zona acelularé normalmente ausente na pop radicular ¢ ‘ormalmente aparece na polpa uma vez que o dente tenha erupeio- nado. Nio existe razio aparente para essa caracterstica ¢ tem sido sugerido que ela tena sido um artefato do processamento histolé- ico produzido por reuagdes diferencais dos odontoblasts ¢ da polpa mais profunda Imediatamente abaixo da “zona acelulat” existe uma outa re- fifo na qual existe, aparentemente muitas células~ assim chama- da zona celular subjacente ou zona rica em eélulas (Figura 10.8) Esta também pode ser um artefato induzido pelo contrast com a nos (deseritas a ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL zona acclular, Nesta regiao existe uma alta concentrac: capilares, o plexo capilar subodontoblistico, quanto plexo neural subodontoblistico). As eélulas de Schwann, c¥ivlas cendoteliais, etc. associadas com esses “plexos” podem resultar no aspecto de zona rica em células, Central & regido subodontoblistica esté a maior parte da polpa Ronn Jocalizado glicoproteina sobre fibras cokégenas e em certos lo- cais na interface célula-colégeno, Uma vez que a perda de fibro- rnectina tem sido observada durante a maturacao final de muitas| ‘matrizes de tecidos conjuntivos, a sua presenga continua no li ‘gamento periodontal pode ser um indicativo de que o ligamen- {fo se mantém imaturo, uma caracteristica tipo fetal. Uma outra slicoproteina (tenascina) foi identificada recentemente no liga ‘mento periodontal. Como a fibronectina, a tenascina é mais ca- racteristica de tecidos conjuntivos embrionérios do que de teci- dos conjuntivos completamente “maduros”. Diferentemente da ‘Aibronectina, a tenascina nao é uniformemente encontrada no li- ‘gamento, mas encontra-se concentrada adjacente ao 0ss0 alveo- lare ao cemento, O papel destas glicoproteinas nas fungoes do ligamento periodontal ainda aguarda esclarecimento. CELULAS DO LIGAMENTO PERIODONTAL. Embora as células predominantes no tecido conjuntivo do liga- ‘mento periodontal sejam os fibroblastos. este tecido apresenta ‘uma populagiio heterogénea (Figura 12.28). Células formadoras, recobrindo a superficie de ambos, o emento ¢ 0 oss0 alveolar (is to, cementoblastos osteoblastos) sio consideradas parte do li- ‘gamento e tém uma origem mesenquimal similar. As células de reabsoredio na superficie do osso e do cemento sio os osteoclas- {0s € 0s Cementoclastos; elas So derivadas da linhagem mondci- to/macréfago do sangue. Adicionalmente,o ligamento periodon- tal contém células mesenquimais indiferenciadas, células de de- Figura 12.28 A distisicso das céulas ro igament periodontal. Em ad {0 20s numeroses froblastos Gent do igamerto, as supericies do osso {veolr (A) eceranto (6) s8o revestidas com oseoblastos © cemontobas tos indlcande aposigao ava de oss e cement nesieespécime (corte Ges Caloleade longtudinal atraves do igamenta pericdontal HE: x8). ANATOMIA, EMBRIOLOGIA = HISTOLOGIA BUCAL 188 esa e células epiteliais (restos de Malasse2). 0 tipo mimero das clulas varia de acordo com o estado funcional do Fibroblasts 0s fibroblastos no ligamento periodontal so responsaveis pe regeneraco do aparelho de suporte do dente ¢ tém um papel es sencial nas respostas de adaptacdo as forgas mecénicas impostas ‘a0 dente (incluindo forgas ortod6nticas). Parece que 0s fibroblas- tos do ligamento periodontal apresentam uma variedade de for- ‘mas com muitos processos citoplasmaticos finos, embors eles s>- jam normalmente descritos como sendo fusiformes. No entanto. a forma final sé pode ser determinada quando sio considerados ‘ perfis em diferentes planos. Quando isto € feito. os fibroblas- tos periodontais frequlentemente aparecem como eélulas planas tem forma de disco. Quando os fibroblastos periodontais so elu Jas ativas, elas m uma baixa relagdo nticleo-citoplasma. © cada iiicleo contém um ou mais nucléolos proeminentes. O tipico fi Figura 12.29 Ugamento peradontal (8) compreenderdo numerososf brobastes = Oseo alvsolar C= cemento (core descalcticad longus nal avaves do ligamenta periogontl azul Ge tliina: x 300), Inve (ET: x 4000) 190 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM broblasto periodontal é rico em organelas citoplasmaticas asso- cciadas com a sintese e exportacdo de proteinas: reticulo endoplas ‘atico rugoso, aparelho de Golgi e mitocéndrias (Figura 12.30). ‘Muito tem sido feito com relaglo & possibilidade de que os fi- ‘broblastos periodontais sejam células méveis/contrateis,€ nestas condigoes sejam capazes de gerar uma forga responsével pela cerupgao dentéria, Muito da evidéncia das atividades migrat6rias ‘ou contrateis ver da pesquisa sobre o comportamento e aspecto dos fibroblastos periodontais in vitro. In vitro fibroblastos petio- dontais podem organizar um trama fibrosa e podem gerar foreis significativas, No entanto, o comportamento e 0 aspecto depen- ‘dem do método de cultura, Por exemplo, células cultivadas sobre pléstico (Figura 12.31) assumem propriedades de células méveis, sto delgadas e altamente polarizadas com respeito tanto 3 forma ‘quanto localizagdo das organclas, Em particular, existem nume- osos microtibulos e microfilamentos (como fibras de estressc) que dispde-se ao longo das células. Células com estas caracteris- ticas nio tém sido encontradas no ligamento periodontal in vivo. FFibroblastos periodontais cultivados sobre géis de coligeno (Fi- gura 12.32), durante a contragio do gel, assumem o aspecto de rmiofibroblastos (consulte a pagina 354), eélulas que t&m proprie- dades tanto de fibroblastos quanto de células musculares lisas, € tio encontradas na cicatrizago em contracio. Miofibroblastos so caracterizados ultra-estruturalmente pot terem polaridade de forma, micleo erenado (pregueado) e numnerosos microfilamentos {como vistos na Figura 12.32). Células adjacentes estabelecem contato entre si através de jungies gap. Enquanto fibroblastos pe riodontais mostram jungies gap ocasionais in vivo (consulte & Fi- gura 12.36b), eles nao mostram outras estruturas caracteristicas de miofibroblastos. Portanto, embora evidéncias originadas de cestudos in vivo stgiram que 0 fibroblastos periodontais tém po- tencial para serem eélulas migrat6rias ou contréteis. sob condi «ges normais estas edlulas estio primariamente envolvidas com sintese e secregiio de protei No entanto, existe evidéncia suficiente para mostrar que po: de haver algum movimento localizado de células no ligamento periodontal in vivo, ¢ que a migragao pode estar dirigida ao lon- {g0 das fibras coldgenas numa dirego apico-coronal. Esta mi: fvarencia de forobastos periodontal moves culbvados 08 (MEV: x 1200 ee Figura 12.32. Aspectos de forobasts rage de colagerb. Observe os qumerasos meroflamatos (sea) (MET: 530000). Contesla de CA. Shutlewort ‘gfagdo parece ser dependente de um estimalo quimiotético apropriado, Evidéneias sugerem que extratos tanto de 0ss0 quanto de cemento tém uma importante influéncia quimiotética sobre os fibroblastos periodontais. A dependéncia dos compor~ tamentos migrat6rios sobre o citoesqueleto e sobre as integrinas dda superficie também tem sido sugerida. Novas populagdes de fibroblastos periodontais, osteoblastos e cementoblastos, pare- em surgir de eslulas tronco nas vizinhancas dos vasos sangti- ‘eos ¢ ento migram para outras regides do ligamento periodon: tal, No entanto, quanto as mudaneas de posicio das eélulas pe- riodontais serem devido a movimentos ativos em vez de movi- mentagdes passivas (p. eX., serem carregadas pelo movimento ddo dente) ainda espera esclarecimento. Existe evidéneia de que, além de sintetizar csecretar proteinas, as células io responsiveis pela degradagao do coldgeno. Isto ‘contrasta com interpretagbes anteriores de que a degradagio seja ‘um fendmeno essenecialmente extra-celular envolvendo atividade cde enzimas proteoliticas,cais como colagenases. A prineipal evi- cdéncia indicando que 0s fibroblastos periodoriais também sejam “fibroclastos" & a presenga de organclas encontradas intra-celu- larmente contendo fragmentos de colégenc (Figuras 12.33 12.34). Esses fragmentos mostram fibrilas eoligenas estriadas dentro de um vaciolo alongado envolto por membrana. Pensa-se que esses vactolos intracelulares contendo eolégeno estejam as- sociados com a degradacao de colégeno que tena sido “ingeri- dc" do ambiente extracelular. A soqigneia teraporal para a diges- tio intracelular do colégeno no ligamento petiodontal ¢ ilustrado ‘na Figura 12.34. Quando inicialmente uma fbrila coldgena ¢ fa- gocitada pelo fibroblasto, uma fibrila estrada circundada por ‘uma zona elétron-ldeida ¢ vista. Subseqlientemente. as fibrias es- triadas slo cireundadas por uma zona elétron-densa, Neste esti Fig:1234 Sequéncia no tempo da ciestioinracsuar de col ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 399 Figura 12.29. (a) Fbrolastos po mosvande segmentos de colager (esta) (MET. x 5.000) () Flora ‘wads (68) vistas dentro do Um (9869 envio por membrana (MET Boras estrada crcundadas por una zona elton-denss, C= fibrias com eataco mperoeptvelorcundadas por ums zona lévon-donsa (MET). Cor fsa do 0°F.. Shore Mosby- Wal, gio o fagossoma se fusiona com lisossomas primarios para for mar um fagolisossoma, no qual existe um aumento gradual em ‘létron-densidade da matriz. No estagio terminal, as fibrilas mos tram uma estriagdo ireconhectvele sto circundadas por uma o- na eldiron-densa (a degeneracio enzimtica da fibrila se proces sou até um ponto onde afibilaperde suas caractersticas esrutu ras). tempo consumido para degrada colégeno inra-elular mente no € conheeido, embora em tomo de 30 minutos seja 0 ‘alr sugerido (um tempo similar ao roqurido par a sntse) ‘Tem sido argumentado de que estes fragmentos de colégeno dentro dos fibroblasts periodontas nao sejam verdadeiramen. te inracelularese de que 0 coldgeno esta meramente em inva ginagdes superticiis. Se isto fosse verdadeiro a degradagdo ain da seria um fendmeno extrcelular.Também tem sido sugerido aque, como os fibroblasios periodontas podem estar sintetizan- do colaigeno em excesso, considerando o que & necessirio. os fragmentos que estio sendo degradados dentro das céulss po dem nunca ter sido secretados para o meio extraceular Evidén- cias sugerem que o coligeno seja ingerido do compartimento extraelular do ligamento periodontal que os fragmentos se- jam intracelulares. No entanto, nlo se sabe se todos os fibro blastos priodontais so capazes de fagociose. E possivelimaginar que a degradagio do coligeno pode ser tm fendmeno tanto extracel quant intacellar. Fbroblas- t0s do ligamento periodontal secretam metaloproteinase-l de matriz(a qual degrada colégeno da mari extracelularem con- digs isioldgicas) pode serctar iniidorestssuares das me talo-proteinases (TIMTs). TIMTs so encontrados em alta con- ceentragao em lugares do periodonto em situagao de satide. A produgio de colagenase e fagocitose podem ser reguladas ap6s a exposigo & citocinas, tais como prostaglandina E2, IL-1 ou Iecitina concanavalina A. Além disso, como os fibroblasios silo induzidos a secretar prostaglandina quando forgas mecinicas slo aplicadas, os fibroblastos periodontais podem ter mecanis ‘mos “intrinsecos” para a remodelaedo da matriz. No entanto. © papel preciso da colagenase na remodelagao fisiol6gica também no estd esclarecido, uma vez que a inibigdo de sua atividade in vitro ndio previne a ingesto de colégeno pelos fibroblastos. 0s fibroblastos do ligamento periodontal tém eflios e muitos contatos intercelulares, uma caracteristica que nao é particular ‘mente comum nos fibroblastos de outros tecidos conjuntivos fi- brosos (contatos intercelulares so uma earacterstica de fibro- blastos dos tecidos conjuntivos fetais). A Figura 12.35 mostra um cflio repousando dentro de uma invaginagio da membrana celu- Jar de um fibroblasto do ligamento periodontal. O eflio difere da- gueles vistos em outros tipos de cslulas na medida em que contém nio mais do que nove duplas de tibulos (comparado ‘ configuragéo normal de “9 mais 2"), O significado 1nos fibroblastos & desconhecido, embora eles possam estar asso- ciados com o controle do ciclo celular ou inibigo da atividade centrialar. Os contatos intercelulares (que so demossomas sim- plificados e jungies gap) entre fibroblastos do ligamento ps dontal so mostrados na Figura 12.36, O desmossoma s ‘estrutura mais freqiientemente vista nos contatos. Existe pouca 192 8ERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 1235 Um clo (sea) inserico denro ge uma invaginagao da ‘mombara celuiar de froblasto de igamento peredontal MET: x 11.000), Figura 12.36 | Contatos neroslulares (seta) ene forablastos doligamento Detlodonal A= desmoseoma spas: 8 = ungaa gap (MET; x 80.000) informaco com relacdo ao significado funcional dessas organe- las nos fibroblastos do ligamento periodontal Cementoblastos As células do tecido conjuntivo do ligamento periodontal tam- ‘bém ineluem cementoblastos e cementoclastos, ¢ osteoblastos © osteclastos. Cementoblastos so as células formadoras de ce- ‘mento gue revestem a superticie do cemento (Figuras 12.37 € 12.38). Os cementoblastos no sio alongados como os tibro- blastos periodontais, sendo células relativamente cuibicas. Eles fo células ricas em citoplasma e tém nucleo grande, Como os fibroblastos, eles contém todas as organelas intracitoplasmti as necessirias para a sintese e secregio protéica. O nucleo de tum cementoblasto € vesicular com um ou mais nucléolos. A Figura 1237 Uma camada de comentobiasts (sta) revestindo 0 ceman- to loarte descalefcado longusnal da igamanto parcortal HE’ 160), Figura 12:38 Um comentolasto (A) revestindo © cerenta 8 = préce mani (MET: x3700), aparéncia do cementoblasto vai depener do seu grau de ativi- dade. Células que esto ativamente depositando cemento acelu- lar ndo tm processos citoplasmaticos muito 2videntes. No en- tanto, células que esto depositando cemento celular exibem abundante citoplasma bas6filo e processos citoplasméticos & seu micleo tende a ser irregular com relacZo 3 forma e dobrado (consulte também as paginas 345 ¢ 346). Osteoblastos Os osteoblastos so as eélulas formadoras de osso que revestem. © alvéolo 6sseo (Figura 12.39), que se pgrecem muito com ce- ‘mentoblastos, A camada de osteoblastos € significativa somente ‘quando existe tormacdo dssea ativa. Cada osteablasto parece ser caibico e exibe um citoplasma basofilo que esti relacionado com ‘ retieulo endoplasmético proeminente que existe dentro da cé- lula. O nicleo arredondado e grande tende a se localizar na dire- ‘edo da extremidade basal da célula. Uma drea pda, proxima 20 nidcleo, indica o lugar do material de Golgi. Quando nao esta sendo formado osso, sua superficie € ocupada por células de re- vestimento 6sseo inativas, planas. Como os filbroblastos perio- ddontais, os osteablastos ativos contém um reticulo endoplasmé- tico rugoso significativo e numerosas vesiculas e mitocéndrias (Figura 12.40), embora o seu material de Golgi parega estar mais Jocalizado e ocupe mais espaco. Os microfilamentos também aparecem de forma significativa abaixo da membrana da célula na superficie de secroglo. As células contactam umas com as otras através de desmossomas e juncOes right, A superficie da eélula adjacente ao osso tem muitos processos citoplasmaticos finos, alguns dos quais se contactam com ostescitos subjacentes Por juncdes right para formar parte de um sistema de transporte através do osso (consulte também a pigina 210), Figura 1239 Uma camada de csieblastos (sata) evestn oossc aven Jar corte descaleticagelongtucinal ds igamanto parodrta, HE 220) Figura 1240. Caractrisboasutva-osvutuais do oetecblaste (MET; corte escalcfeado:x 6.000). ANATOMIA, EMBRIOLOGIA £ HISTOLOGIA SUCAL 183 Osteoclastos e cementoclastos Osteoclastos e cementoclastos (ou odontoclastos) so achados ‘em reas onde osso e cemento estdo sendo reabsorvidos. Evi- déncias recentes mostram que essas células esto ativame cenvolvidas nos processo de reabsoredo. Osteoclastos ¢ cemen: toclastos tém as mesmas caracteristicas citoplasmaticas. Estas Clulas, atualmente, sabe-se que se originam das células sangui- neas da linhagem de macr6fagos. Quando 0s osteoclastos reab- sorvem 0 osso alveolar (Figura 12.41) a superficie do osso al- veolar mostra concavidades de reabsorcio chamadas de lacunas de Howship, nas quais se alojam os osteoclastos. Os osteoc! tos mostram tamanhos e formas variadas, variando desde célu- Jas pequenas mononucleares até células grandes multinucleares. ‘A parte da célula que fica adjacente a0 osso freqllentemente tem ‘uma aparéneia estriada, a chamada “borda em escova” (Figura 12.42), A “borda em escova” compreende muitas microvilos: ddades bem apertadas que podem ser revestidas com estruturas delgadas tipo flapos. Na circunferéncia da “borda em escova” 2 ‘membrana plasmatica tende a se tomar lisa ¢ o citoplasma abai xo dela € mais denso. Esta zona anular modificada pode servir para limitar a difusdo das enzimas hidroliticas, eriando um mi ‘roambiente no qual a reabsoredio pode acontecer. Os osteoclas Figura 12.41 Osso sveclar em reabsorgac ¢osteocastos.Cavidades oe resbsorea0 chamadas de iacunas Ge howshi, onde osteoctastosrapou ‘sam, esi incicadas (core descacfeado longtudinal do igemento pero ont HE; x 250), Cortasia do Professor. M. Smith Figura 12.42 Garactristics utra-strutuas de um osteocas ‘aade, A = bords em escova (MET: x 3,000), Cortesa do Or RC Mosby: Wot, 194 BERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM {0s contém numerosas mitocOndrias distribuidas através do ci- toplasma. com excessio da regido imediatamente abaixo da borda em escava, O reticulo endoplasmatica rugoso é menos Significativo do que nos osteoblastos, mas o material de Golgi é pproeminente (especialmente nas areas préximas a0 nticleo). A, ‘maior parte do citoplasma remanescente contém um nimero grande de vesiculas de diferentes tamanhos e tipas, algumas contendo fosfatase deida (consulte a Figura 13.16) Células epiteliais Agregados de células epiteiais, 0s restos de Malassez (Figura 12.43), so um achado normal no ligamento periodontal. Eles so considerados remanescentes da bainha epitelial de Hertwig (consute a pagina 336), Os restos cpiteliais podem ser distingui- dos dos fibroblastos adjacentes pela proximidade destas eslulas ‘cuboidais e por sua tendéneia de se corarem mais intensamente, Figura 12.43 _Posio dos estos aptaliai ()préximos ao cemento (8) (core descaliicado através do igemento peiosonal HEX 20), Figura 12.44 Corte descalcicaco de igamento periodontal, mostando coloragac posiva marrom para citoqueratinas simples nos estos ceulares pts (sta) (unc-istoquimice: x 300), Coresla 60 Dr A, E, Barat, Os estos epiteliais Iocalizam-se a mais ou menos 25 jm da su- perficie do eemento, Tém sido observadas diferencas na distri- buigdo destas célulasepiteliais de acordo com o lugar e com a idade, Duramte @ I" ea 2 décadas, eles slo mas prevalentes na zona apical: entre a 3+e 2 7" décadas a maior parte estélocaliza- a poreso superior sata do campo, onde as ora de Sharpay #80 "ads come orficios [prepare inorganic x 500). Cortesia do Protes 59". ones ‘em insereao cam coloraeae munofuorescente para cokagon0 190 Il 5 350), Cortasia do Professor P Sloan & Most), Londres {e osso adeolar (8). Observe a perioicdase events sobre as fiasco lagenas (core descacicado: x 10500), Figura 13:30. MEV de foras de Snarpey em osso alveolar com canoe no mineralzados. os quals $80 removidas plo hadclorto usado para pre parar esse espécime inorganico (x 300) Cores do Professor P. Sloan seabsorgao de Howship (Figura 13.24). Se for examinada uma “superficie periostal, pode nio haver nenhuma fibra de Sharpey ‘presente. Além das lacunas de reabsoredo localizadas seme~ Thantes a fossas, 0 osso também pode exibir lacunas de reabsor~ {0 como “rastros de cobra” mais longas, Ao contrério de uma. Superficie periostal, a aparéncia de uma drea de reabsorgao em ‘oss0fibroso (superficie periodontal) mostra a presenga de fibras de Sharpey nas dreas em reabsoredo (Figura 13.25). Quando nem a deposigiio nem a reabsorgio 6ssea estio acon- tecendo, a superficie do osso & descrita como uma superficie em. repouso, A superficie em repouso pode set caracterizada por Figu 13.31 MEV i fioras de Sharpey om osso alveolar que esto mi herazasae aim da supeticie do o8s0 e permanscem como projsgoes pe: (usrase caloficadas para olgamento perodontl (prepare norganico: x 300}, Cortesia do ProassorP Sloan, Figura 12.32 Corte mesiodistal de asso interdenttio (A), mestrando fae de Sharpey 09 igamantopatiodonal (8) parecando passar mais ou menos oompletamante através de foda 2 aspassura do osso ene cos ortos ajabontes C= raz (cote longitudinal escaleicado; terbmico de ‘Masson: x 100) ANATOMIA, EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA BUCAL 257 Figura 13.39. Corte vestbuolingual de danto in situ parscendo mostra bras de Snarey (sles) passando do igamonte perodartal (A) araves do ‘sso ahedar compact (B)na regio cerveal para alcangar a lina ox pia de gengiva sera (C) (carts longtuainal descalecadc; van Gieson. 180), Cortesia do Professor S.J. Jones. projegdes marcando os locais de fibras extrinsecas de Sharpey ‘mineralizadas, separadas por reas lisas contendo fibras cole nas mineralizadas intrinsecas. Isso contrasta com a aparéncia ‘granular do mineral das fibras intrinsecas de qualquer superfi- cic em formagao adjacente (Figura 13.26). FIBRAS DE SHARPEY ‘Alem das fibras intrinsecas secretadas por osteoblastos. que es {Wo alinhadas paralelamente a superficie Gssea, 0 0:80 alveolar ccontém fibras extrinsecas de Sharpey que penetram 0 0:80 per- pendicularmente a superficie (Figura 13.27). Fibras extrinsecas, inserindo-se na lamina cribiforme como fibras de Sharpey. de- rivam das fibras principais do ligamento periodontal. A maior parte das fibras de Sharpey aparece nta porgao cervical (regio da crista alveolar) da Iimina cribiforme. As fibras de Sharpey ‘no asso so menos numerosas, mas Mais espessas do que aque- las na superficie de cemento (Figura 13.28). Existem evidéncias cde que tragos de colégeno tipo III foram encontrados na perife- ria das fibras de Sharpey (Figura 13.29). Devido as insergdes de ‘numerosos feixes de fibras coligenas, a Lamina eribiforme tam- bém tem sido denominada osso fibroso. O osso fibraso geral mente compreende finas lamelas correndo paralelas umas as coutras e & superficie radicular (Figura 13.34) ‘A microscopia eletronica de varredura de preparos inorgini- cos das superficies periodontais de osso alveolar mostra que as fibras de Sharpey podem possuir duas aparéneias principais, de pendendo do grau de mineralizago, Em uma, as fibras embebi {das podem permanecer nao mineralizadas no seu centro ¢ @ r= mogao de seu material orginico resulta em uma série de centros ‘0c0s (Figura 13.30). Inversamente, as fibras em inser¢io podem estar completamente mineralizadas e projetar-se para além d= superficie do osso como proeminéncias pequenas caleificadas em diregao ao ligamento periodontal (Figura 13.31), Na porgio cervical do septo interdentario, onde o tipo de os so é prineipalmente compacto, as fibras de Sharpey penetrance ‘no o8so no plano mesiodistal podem atravessar diretamen ra tornarem-se continuas com fibras similares da raiz do dente 218 SERKOVITZ, HOLLAND & MOXHAM Figura 13.34 Osso avectar (A) na parede distal de um avvéoo dentaro 00 migragae mesa, mestande mules inhas verticals de fepauso (sets) ‘vidas 8 depasicao rimca de 0580 com periodos de nero (HE: x 40 Figura 13.35 _Osso alveolar mostrando o cantor festonado de uma ra de roversio (A) (HE! x 250) adjacente. Essas fibras so denominadas transalveolares (Figu- ra 13.32), Existe um padrio similar no osso inter-radicular. em- bora nessa situagio as fibras conectem raizes do mesmo dente. As fibras transalveolares também atravessam toda a espessura do osso alveolar nos planos vestibular e lingual. interdigitando- se com 0 peridsteo sobrejacente ou com a lamina propria da sgengiva (Figura 13,33), Entretanto, onde o osso alveolar for tra beculado, nenhuma fibra transalveolar & observada, LINHAS INCREMENTAIS NO OSSO 0 oso ¢ depositado ritmicamente, 0 que resulta na formagao de linhas paralelas regulares gue, devido & sua formagio em: periodos de relativa inércia, sto denominadas linhas de repou- so. Tais linhas de repouso diferem bioguimicamente do 0ss0. adjacente. Essas linhas sio procminentes no oxso fibroso so~ bre a superficie distal da parede do alvéclo durante a migragio ‘mesial fisiol6gica dos dentes (Figura 13.34). O osso também: possui linhas de reverséo. representando o local de alteragao de reabsorco de osso para deposigdo de osso (consulte a pi ‘gina 213), Tais linhas de reversio mostrarao evidéncias de um ‘contomo festonado, refletindo a posigo das lacunas de Hows hip (Figuras 13.18 ¢ 13.35), CONSIDERACOES CLINICAS J que a manutengdo da massa dssea depende de estimulos fun- cionais adequados, o osso alveolar atrofiaré quando as cargas funcionais diminuirem. Assim. apés uma extracio dentiria, 0 oss0 alveolar reabsorverd a menos que oebordo remanescente receba carga, Mesmo a colocagio de uma dentadura sobre 0 e- bordo alveolar remanescente ajudaré aretardar a perda dssea. A habilidade do osso alveolar se emodelar por toda a vida permi- te que os dentes sejam reposicionados durante o tatamento or- todéntico. ‘Como fraturas envolvendo a face estio entre os tipos mais ccomuns de fratura 6ssea, &essencial compreender os prinetpias envolvidos na cicatrizagdo dssea em situagdes clicas. Da mes- ma forma, 0 alvéolo vazio ser preenchico com osso apds a ex- tragdo dentitia, Nas feridas, eélulas-tronco e células osteopro- {genitoras serio estimuladas e finalmente originardo osteoblas- tos, senda que esse processo envolveinteragSes célula-matriz ‘0.080 imaturo iniial(tramado) sera remodelado para formar ‘0550 maduro com filamentos finos. O futuro desenvolvimento de estratégias para aperf2igoar a cicatrzacao pode ineluir a su- plementacio de células osteoprogenitorss ou substincias bioa- tivas, como proteinas ésseas morfogendiicas. A taxa de reparo 4e fraturas parece diminuir com a idade, sendo que a razio pre- cisa para isso ainda deve ser esclarecide: pode ser que, com a idade,exista uma redugdo no nimeto de eélulas-tronco no 0380, ‘Uma abordagem para acelera oreparo de fraturas em pacientes mais velhos é isolar algumas células-troaco do osso do pacien- tc, cultivélas para aumentar seu nimero ¢ entdo semeé-Las em uma estrutura adequada para que seja entdo colocada no local a fratura 0 osso alveolar reabsorveri na presenga de inflamagio, Isso std mais comumente associado com doenga periodontal e abs- ‘cessos periapicais, Entre importantes mokéculas bicativas imp! ‘sada no processo de reabsorgSo esto as citocinas ¢ as prosta: landings, bem como os protons (ja que o teido inflamado ge- ralmente €acido), Alem da inflamagdo, existem condigdes em que o equilibrio normal entre formagdo e reabsorgao de oss0 & perturhado. Por plo, a osteopetrose & um distlrbio hetergeno caracteriza- por uma fungo reduzida dos osteoclastos. Em um tipo. exis- uma deficigneia da enzima anidrase carbOnica tipo Ile, em- ‘ocorra formagio de oss0, os osteoclastos defeituosos per- sm sua capacidade de reabsorverosso. O osso desses pacien- toma-se, portanto, erescentemente espesso, Uma condigao loga em roedores impede que os dentes erupeionem devido incapacidade do osso que recobre os dentes em erupeio ser

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