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in Enenando a wangredr ta. O reroceso anifeminisa que aualmente afer «cul “Tura como um code mina 0 apoio & produgio académica feminist. Vist que a produsio feminista por parte de académieas negas sempre foi marginalizada na academia, marginalizada tanto em relagéo 3 hegemonia académica ésxistente quanto & corrnte principal do ferinismo,aque- las entre nds que ereem que ese trabalho & crucial para qualquer discuss imparcal da experiéncia negra tém de itensificar seu esforgo de educasao em prol da conscién- cca, Aguelas académicas negra que comegaramn ‘waar de questées de género enquanto ainda eram ambiva- lentes em relagio & pollen Feminist e agora creiceram, ‘anco em sua consctncia quanto em seu comprometimen to, tim o dever de se mostrar disposes dscutie publics- ‘mente as mudangas no seu pensamnento. A construgdo de uma comunidade pedagégica Um dislogo Em sua introduso a coletinea de ensaios Between Bor- ders: Pedagogy and the Politics af Culeural Studies, os orga nizadores Henry Giroux e Petes McLaren siientam que os pensadoreseriticos que trabalham com pedagogia c tém lum compromisso com os estudos culturais devem alia “a teoria e a pritca a fim de afirmar e demonsirar préticas pedagégicas engajadas na criagZo de uma nova inguagem, na ruptura ds frontcirasdisciplinares, na descenralizagio ‘da auroridede e na reesrita das reas limftrofesinsticucio- nis ediscursivas onde a politica se rorna um pré-tequisito para reafirmar a relagio entre atividade, poder ¢ luta’ Dado esse programa, é crucial que os pensadorescrticos dispostos a mudar nossas préticas de ensino conversem en- {te ,colaborem com uma dscussio que transponhafron- Tein e crie um espago para a intervengio. Hoje em dia, quando a “diferenga” € tema quente nos cfrculos progres. sistas, std na moda falar de “hibridag” e “cruzatfrontei- "fas", mas raramente encontfamos exemplos Goncretos de individuos que realmente ocupem prices diferentes den- tro das csuuturas e partthem ideas ence si, mapeando eur terenos, seus vinculose suas preocupacdes comuns fo ques refere is priticas de ensino, 2 mm Ensnando a eransgredie ‘A pritica do didlogo & um dos meios mais simples com ‘que nds, como professores, académicos ¢ pensadores erti- os, podemos comegar a cruzar as fronteitas, as barreiras ‘que podem ser ou nao erguidas pela raga, pelo género, pele chasse social, pela reputagio profissional e por um sem- -niimero de outras diferengas. Meu primeiro didlogo de colaboragao, com Comel West, oi publicado em Breaking Bread: Insurgent Black Intellectual Life. Depois participe: cde um intercimbio czitico realmente empolgante com 2 cetica litera feminista Mary Childers, publicado em Con- (ein Beaten. © pals Clogs tka chive de servir de modelo para os intercimbios crticos entre ho- ‘mens e mulheres e entre académicos negros. O segundo ‘queria mostrar que a solidariedade pode exists, existe de fro, entre pensadoras feministas progressstas brancas € niegias. Em ambos os casos, parecia haver muito mais re- presentagoes piblicas das divisies entre esses grupos que Adescrig6es ou destaques daqueles momentos poderosos em queas fronteiras si transpostas, as diferengas sio confion- tadas, a discussio acontece ¢ a solidariedade surge. Precisi- ‘vamos de contraexemplos concretos que rompessem coma suposicio aparentemente fixa (mas frequentemente ticita) de que era muito improvével que tis individuos conse- sguissem se encontrar além das fronteiras. Sem esses con- ‘rzezemplos, eu sentia que corriamos todos o isco de per- der contato, de criar condigSes que tornassem o contato impossivel. Por isso, formei minha convicsio de que os Aidlogos pilblicos poderiam ser intervengées tieis. ‘Quando comecei esta coleinea de ensaios, etava parti- clarence ineeressada em questiona: a suposicio de que A construcio de ura comunidade pedagogica 175 no pode haver pontos de contato ¢ camaradagem entre académicos brancos do sexo masculino foe vistos, com ou sem razo, como representantes da incotpo- rasio do poder e do privilégio ou das hierarquias opresso- Fis) ¢ grupos marginalizados (mulheres de todas zs tagas © ‘exnias ¢ homens de cor), Nos anos recentes, muitos acadé- riicos brancos do sexo masculino se engejaram criticamen- te com meus escrites. Perturbarme o fato de esse engaja- meno ser encarado com suspeita ou visto meramentecomo ato de apropriagio feito para levar adiante um programa oportunist. Se realmente queremos ctiar uma aimosfera culeural em que os preconceitos passam ser questionados © modificados, todos 0s atos de e-uzar fronteiras devern set vistos como vilidos € egitimos. Isso no significa que no scjam sujeitos a cticas ou questionamentoserticos ou que no haja muitas ocai6es em que a entrada dos poderosos ‘nos territSrios dos impotentes serve para perpetuar as es- ‘uturas cxstentes. Ese risco, em dltima anclise, € menos ameagador que 0 apego ¢ 0 apoio continuos aos sistemas de dominagio cxistentes, particularmente na medida em que afetam 0 ensino, como ensinamos ¢ 0 que ensinamos, Para proporcionar um modelo de possibilidade, decid ‘me engajar num dislogo com Ron Scapp, um filésof, ca- ‘marada ¢ amigo branco do sexo masculino. Até hi pouco ‘tempo ele lecionava no departameneo de filosofia do Queens College, em Nova York, e crabalhava como diretor do Col- lege Preparatory Program* da School of Education, sendo * Progiama que ropa los do ensinopablcn pre ong af alae (N- do) 6 Ensnando a trasgredie autor de um manuscrito intieulado A Question of Voice: The Search for Legitimacy. Atualmente, € diretor do Pro- sgyama de P6s-Graduacio em Educagio Multculeural Ur- bana no College of Mount St. Vincens, também em Nova York. Conheci Ron quando fui ao Queens College acom- panhada por doze alunos que estavam fazendo o semindrio sobre Toni Morrison que dei no Oberlin College. Fomos a ‘uma conferéncia sobre Morrison em que ela falou e eu também dei uma palestea. Minhs perspectiva critica sobre a obra dela especialmente Beloved, nao foi bem recebida. Quando eu esava saindo da conferéncia, rodeada pelos alunos, Ron se aproximou e parilhou seus pensamentos sobre minhas ideias. Esse foi o comego de um intenso in- tercimbio critico sobre o ensinas, 0 escrever, as ideias ea Vida. Queria ineluir aqui esse didlogo porque ocupamos posigdes diferentes. Embora Ron seja branco e do sexo ‘masculino (duas posigdes que he conferem poderes¢ pri vilégios especfices), tenho lecionado principalmente em insttuigbes particulares (considcradas mais prestigiadas ‘que as insttuigbes estaais onde nds dois lecionamos atual- mente), tenho grau hierarquico mais alto ¢ tenho mais prestigio. Ambos somos de origer trabalhadora. Ele tem suas afzes na cidade, eu tenho as minhas na América rural. A compreensia e apreciagio de nossas diferentes posigBes foram estruturas necessirias para a construgio de solidarie- dade profissional e politica entre nés, bem como para a criagio de um espago de confianga emocional onde pos- sam ser alimentadas a intimidade e a miinua consideresio, Ao longo dos anos, Ron ¢ eu tivemos muitas discusses sobte nosso pepel de pensadores erttcos professores uni- ‘Acconstrugo de uma comunidad pedagégiez 77 vyerscitios. Assim como eu sive de conffontarcrfticos que consideram meu trabalho ‘néo académico, ou nfo sufi- cientemente académico”, Ron teve de lidar com exticos que se perguntam se 0 que ele far € “filosofia de verdad”, especialmente quando ele cita minhas obras ea de outros pensadores cue nao tiveram formacio tradicional em filo- sofia. Nés dois somos apaixonadamente comprometides com 0 ensino, Nosso interesse comum em qus © papel do professor ndo sea desvalorizado foi o ponto de partia des- ‘adiscussio. E nossa esperanga que ela produza muitasdis- ‘ussdes semelhantes; que cla mostre que os homens bran- «os podem mudar, e efetivamente mudam, o modo como ppensam ¢ ensinam; e que as interagbes que transpem nos- sas diferengas e as levam em conta scjam significativas ¢ enriquesam nossas priticas de ensino, nosso trabalho aca- demico ¢ nossos habitos de ser dentro ¢ fora da academia. Gell books: Ron, vamos comecar falando sobre como nos ‘vemos como professores. Um dos modos pelos quais este livto me fez pensar sobre 0 meu pracesso de en- sino € que sinto que meu jeito de ensinzr foi funds- -mentalmente estrururado pelo fato de nunea ter que- ido ser académica. Por isso, nunca me imaginci como professora universtiria antes de entrar na sala aula. Acho que isso &signifcativo, pois me liberou para sentir que a professora universititia € algo em que vou me tornando, ¢ nfo uma espéie de identi- dade jestruturada que levo comigo para a aul, Ron Scapp: De modo semelhance, mas talver usm pour tnho diferente, nlo é que eu no queria ser professor bh: RS: BE bh: Ensnando a tansgredie cu nunca pensei no assunto. Muitos amigos meus soquer terminaram a faculdade ~alguns nfo ermina- ram nem o ensino médio— e nfo existia esse negécio de encarar a escola como uma eareira profissional ‘Acho que voot nao querer ser professora universitiia significava que no queria essa identificagio profi sional como tl. Eu sequer pensava sobre isso. Mas, como voeé disse, eu também nfo, Quer dizes, como jovem negra no Sul segregado, eu pensava ~€ iste piarpeneoaapceneate endear ce seria profesora na escola piblica. Mas nunce ocor- eu aideia de que eu pudesse ser professora universi- ‘ria pois, para falar verdade, nés nfo tinhamos ou vido falar de nenhuma profesora universtiia negra. De modo diferente, mas semelhante, meus pais, de classe trabalhadora,viam a educagio na verdade como uum meio para um fim e no como o fim em si ‘Quando alguém faria Faculdade, era para ser advoga- cdo ou médico, Para els, era um meio de melhorar a condigéa econémica. Nio que eles desprezassem os professors universitérios; € que a universidade nio ‘era uma profindo. As pessoas etudava para ganhar dlinheito, ganhar a vida, fazer Fai Hi quanto tempo voct ensina? ‘Comecei no LaGuardia Community College quan- cdo me formei no Queens College, em 1979. Estava no departamento de supriraenco de habilidades bés- ‘as, Davamos aulas de leieara e inglés para supe as deficéncias dos alunos. E depois voce se dourorou em filosofia? A construgio de uma comunidade pedigigics 179 RS: Foi. Por isso, ex dava aulas enquanto fazia a pés- RS: bh: -graduagio. Desde 1979 que estou envolvido com 0 cnsino em tempo parcial ou integral. Iso é quanto? Quatorze anos? Eu ensino desde 0s 21 anos. Na pér-graduaso, dava ‘meus cursos sobre literatura affo-americana e sobre a _mulherafro-emericana porque tinha interesse em fa- 2erisso e havia um grupo de alunos dispostos a fazer es cursos. Mas 96 fui obter meu doutorado bem mais tarde, embora jf estivesse na sala de aula, Vejo ue ji estou-nas salas de aula das Faculdades hi 20 anos. E interessante que voct eeu tenhamos nos co- ‘hecido quando levei meus alunos do Oberlin para uma conferéncia no Queens. Acho que parte do que ‘nos uniu foi am interes, evidenciado pela minha palestr, nfo s6 pelo trabalho académico que fiaia- mos em sala de aula, mas também pelo mode com queess trabalho académico nos afeta fora dasa de aula, Passamos anos depois do nosso encontro discu- sindo pedagogia ¢ ensino; uma dis ccisas que nos vincularam é que nés dois temos verdadeiro inceres- se pela educagao como priticalibertadara e por es- cratégias pedagdgicas que possam servir nlo s6 para rnostos alunos, mas também para nds (Com certeza. Esse também é um bom jeito de com- ppreender ou descrever o modo como eli, na verdade, ppassei a me sentir cada ver mais a vontade no papel de professor, Quero voltarideia de que, de algum modo, foi 0 fato de eu ndo ter investido na nosio de prolessora RS: Ensinando a wanegredie universitria ou aeadémica como definigio ds mi- aha identidade que me deixo mais dsposta a ques- sionar ¢ interrogar esse papel. Se talvez olharmos para onde eu realmente vejo minha identidade, que, nna maioria das vezes, & 2 de escritors, quem sabe eu seja muito menos flexivel ao imaginar esa pritica ue quando me veo corno professora Sinco que me benefciei muito por no ser apegada a mim mesma como académica ou professors univesitia Isso me inelectal. Ou acetar que aquele sertimento gosto, eanfortivel, pode As vezesblo- Gquea: a posibilidade de darmos expago aos alunos ra sentrem que existe uma inegidede ser cu Fada nota de dar com in atria ie i il, quer esse mace sea fornecido por naracivas ‘confessions, quer por livros, quer por discus. + professors verdadsinamente radicais tem cons cigncia disso embora seus colegas ¢ alguns alunos noo compreendaan plenamente. As vezes impor- tate lembrar os alts que aalegria pode coer tam 0 inibalho dura. Nem todos 05 momentos na ‘ae de aula tratdo necesiiamente um przer ime- ‘ao, mas isco nfo exclu a possibildade da aleria nem nega a elidade de que aprender pode ser dolo- oso. Es wes ¢ preciso lembrar o unas © 0s €o- Jegas que a dor ea sieagdes dolorosss nem sempre se traduzetn em danos. Cometemos ese er Fur mental o tempo rodo, Nem toda dor € dano ¢ nem tod praeré born. Mesos colegaspassam em frente aruma case egajadae vem os sinestabalhando, veem-nor quer chorando, quer rindo e gargalhan- do, esupgem que isi & mera emogio. (Oa, quando ¢ emacio mesmo, supieen que se wt. de una expécie de terapia de grupo. Poucos prof bh: ‘Aconsrucie de era comunidde podagtoks 07 sores fala sobre o ugar das moses na sala de aul, [No capitulo incredutro deste lio, flo sobre mi- tha vontade de que sala de aula sea um agar de cencusiasmo. Se formos todos enocionalmente fe- chados, como poder haverentuiasmo peas ides? ‘Quando leva nossa pata 3 sila de aula, noses axses colervas se juntam e Fiquentemente acon- {eoe uma ago emacionsl, que ode sr muito for 1. O ritual resttivo repressive da sala de aul is siste em que nao hi lugar para ak reagbes emocionais. Sempre gue irorapem reagies emacionas, muitos entre nds creem que nosso objetivo académico fico prsjudicuo, Para im esa € uma visio distorcica a pritica intecrul, pois © presrupesto por wis ela € que para sr verdadeiramente intelectual voct tem de eta separado das suas emoyses ‘Qu senio, como voe® salientou, € mais uma price dle negacio, onde a plenitude do corpo eda alma da pessoa nio pode entrar na sala de aula, Se nio nos concentrarmos somente na questo de saber se as emopbes produzem prazerou dor, masem camo eas nos mantém atentose cnnscienes, nos lembaremos de que els pelem melborue ae als Hi ocasies em que entro na sil ¢ 0s alunos pare- com moralmente envediados. E Ihes digo: “O que aconteceu?Parece que todes eso auto entdiades hoje. Parece que estamos sem energia. © que deve- mos fiver? O que poddemos free” As vers, digas “Sem devia, adizegio em que estamos caminhanda plo ett despertando of sentidos e as paixoes de Enna a range oots neste moment.” Minha insensio €engajos de modo mais pleno. As ves, 0s alunos queer n¢- fgarque etejam colerivamenteentediados. Querem me agredar, Ou nio querem me critcar. Nesss oases, tenho de fsa: “Nao estou levando isso para o lado peso. Atarefa de fier a aula funcionar nao cabe sé ‘mim. E responsbilidade de todas" Entto cs rs ppondem: “E época de prow’, ou “F este horiro", ou "Eo eomeso da primavers’, ou “Nao querfamos es tar sentados aqui". E ex tento dizer: “Entio, 0 que podemas fazer? Como podemos abordar nosso tna para crnélo mais interesante” Um dos aspects ‘ais intensos da pritica pedagdgica libertadora & 0 sai, da pare do professor ce mudaro programa predetezminado, Todos nés aprendemos a planer aulas e quercmos nos ater ao nosso plano, Quando ‘omecei a lecionas eu sentia pio, me sentia em cris, toda vee que havia um desvio em rlagio 30 sograma predeterminade. Acho que a crise qué to Us ndsentimos cm ago A madenga de plan de aula € 0 medo de nio canseguirmes passat todo © mari Equa pes it eho donb ‘meu préprio “es pode ser que o material que eu sack ud que dee cmiepia me aoe dia nao seja necesaramente aquele que mais promo- ve 0 aprendizad, Os profesor univeririos po- dem distibuir o mater corer 0 quanto euiserems sas, seas pessoas nao exverem dispostasareebé-l, sem d sala varias daquelainformacio, por mais que agente sina que ralmence cumprit 0 deves, ‘Aconatruso de una comnmiade pechcbia ot RS: Concenerarse em passar todo © mats € ur dos modes de cir de volta suma edueasio banca. so fiequentemenceacoatece quando os professores go same esado de humor da dase, oexado de humor da estagio do ano, a0 estado de humor do edifio. O simples ato de reconhecer um etado de humor © perguntar “O que td acontsccndo?” eapue de des- peri um process desprendizado mpolgane bie Cometo. E como nis tabalhamos com esse ado de humor ou come lidsmas com ele se no formos capazes de abalhar com ce RS: Coneto.Lembrosme de im momento extremamsa- te tocanee que me aconeeccu numa aul. Viris pet- trae haviamocorrido em exo de problemas de horito das alas; a alas comecavam e termina ‘am em horérosinuseados. Os alunos erm obsiga- dos sar no meio de uma aula i para out. A per- ‘urhagioenvolva cera de cinguenta pessoas. Acerca lure, hava um flzo continuo de pesoasentrando zal es tos pesavam sem pace bre o compas do Queens College. lbs par cima e dis: "Basta por hoje sto nao vai dar certo a menos que vocts -quciram i para outo lugar. Eu no poss fazer mais ‘ada, Néo eté dando cero para mim. Cheguei 30 seu limite.” Pergunts se mai alguém na classe que via comaro meu gas conduzira dsussfo, mas c- dos concorderam que aquilo no esta funciona do. Depois, as pessoas corte ats de mim par perguntar “Voot estéchateado? Eseé bravo canon: co? Eeadise:"De evo nenhum. Fs aula foicomo RS: Ensinando a transgredir tum jogo de beisebol que nao deu cero, Esté dove a ‘ero na primeira entrada e comecou a cheves. Vamos encetat por hoje.” Isso nos leva de volta & questio das notas. Muitos professores universiirios tm medo de permitc que fs pensimentos vaguciem sem directo na sala por temer gue todo desvio er relaco ao programa pre= determinado prejudique o processo de avaliaga0. A sala de aula transformads tem de andar de mios da- ddas com um processo de avalagio mais flexivel. Os ppadises sempre devem ser altos. A exceléncia deve fer valorizada, mas os padres ndo podem ser fixos € absolutos. [Na maioria dos cursos que dou, assumo a posigia de cobservador Estou ali para observare avaliar © traba- tho que est sendo feo. Quando voce reconhece que somos cbservadores, jgso significa que somos trabalhadores na sala de aula. Pars fazer bem exse trabalho, no podemes simples- ‘mente ficar em pé diante da classe e ler. Para saber se ‘um aluno esté participando, tenho de estar ouvindo, tenho de estar registrando, © meu pensamento tem de ie além daquele momento. Quero que cles pen- sem: “Estou aqui para tabalhar com este material para abalhar com ele da melhor maneira possivel. E fio posso ter medo da nota que vou obser, pois, secu rabalhar com esse material da melhor maneira posst- wel sci que isso vai se refletir na minha nota.” Tento ‘comunicar que a nora €algo que eles podem eontro- larpor meio do seu trabalho em sia de aula. bh: ‘A construsio de ura comunidad pedigsyicn 21 ‘Acho ssa questio realmente importante. Muitos alunos senem que nunca poem we a prtenso de ee ee trabalho. Outra pes- soa é quem vai decidir se eles esto trabalha ou tabnnd em, Ou ece une deal: rizagio do préprio esforgo. Nossa tate ¢ capaciar 08 alunos para ter habilidad mente seu crescimento académico, ‘A obsessio por boas notas tem tudo a ver com 0 imedo do facasso. O ensino progressisa tentaetra- dicar esse medo, tanto nos alunos quanto nos profes- sores. Hi momentos em que me preocupo com a 2osidd: dno ae sendo una “bes prof fora, ¢ depois me vejo lutando para romper com parbindvio bom, Email para mim ina ure como um profesor progres que et sposta a assumir tanto seus sucesos quanto seus facasos na sala de aula. Muitas vere falamos do "bom professor quando i ated seta ek pane ‘ac profundamente engajado com a are de ensinar Isso me faz pensarimediatamence no budismo enga- jado, que pode ser justaposto ao budisme mais orto- oxo. O budismo engajado enfatiza a parcipacio 6 envolvimento,particularmenteo envolvimento com tum mundo fora de nés mesmos. “Engajads” é um adjetivo maravilhoso para descrever a pritica lberta-

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