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FADE IN:

EXT. CAMPO DIA.


O extenso campo faz parecer não haver mais nada por ali. Um
corcel preto está estacionado no meio da planície, enquanto
THEO (31 anos), que acabou de sair do carro, segue caminho
com uma grande mala. O vento passa entre seu grande cabelo e
barba e segue para mover os poucos matagais e árvores por
ali, quando ele dá seus passos com calma, sem preocupação,
sentindo a calmaria que aquele cenário lhe proporciona.
Olha para o céu, pensativo. O céu está nublado, cheio de
nuvens carregadas, apesar de estar ainda claro o suficiente
para iluminar aquela paisagem.

Vendo o que Theo vê temos a paisagem de um pequeno bosque.


Adentrando nele, Theo passa pelas árvores, sem deixar de
levantar certa admiração por tudo aquilo. Por último, ele
passa por uma pequena ponte acima de um córrego e sai em uma
casa de dois andares, uma casa de madeira, rústica. Olhando
para aquilo, não consegue deixar de soltar um suspiro de
nostalgia.
THEO (V.O)
Não importa quantas vezes eu saia.
Não faz diferença quantos anos
passem. Eu sempre retornarei para
este lugar, com alguma desculpa
para estar aqui.
Enquanto anda até a
CUT TO

INT. VARANDA DIA


e passa os dedos pela cerca&

THEO (V.O)
Um lugar confortável para se
abrigar da realidade. O que poetas
de outros tempos chamaram Evasão na
Infância.

CUT TO
2.

INT. QUARTO DIA


Um quarto de aparência rústica, mas muito limpo. Quadros de
arte nas paredes, uma escrivaninha de verniz no meio da
sala. Theo olha para todos os cantos do quarto, sempre com
atenção, suspira. Vai até a escrivaninha, tira o notebook da
mochila, monta na mesa, senta-se relaxadamente na poltrona.
Ele olha para a câmera num primeiro momento sério, depois
relaxa e deixa pouco para escapar um sorriso do rosto.
THEO
Há quatro anos venho para cá
escrever roteiros. Eu comecei a
escrever há seis, mas, quatro anos
atrás estava na tarefa de escrever
o argumento para uma história de
amor e vim para cá em busca de
inspiração. Eu fiz isso com alguém,
e foi a coisa mais estúpida que
poderia me dar tanta maturidade que
eu poderia fazer.
(Arqueando as sobrancelhas)
Estou novamente nesta tarefa. E,
desta vez, aquela turbulenta viagem
para cá com Mirian, minha musa
inspiradora
(sorri irônico)
que me deu tanta experiência para
falar de amor
(arqueia as sobrancelhas duas
vezes)
será o meu argumento.

FLASHBACK EXT. PRAÇA DIA HÁ 4 ANOS


Praça do centro. Theo segura sem jeito um gato carey que
tenta fugir. Uma jovem fotógrafa está logo adiante, tirando
fotos dos dois Theo fazendo cara engraçada.

THEO (V.O)
Devo começar do nosso primeiro
encontro ridículo e regado a
risadas?
FIM DO FLASHBACK
3.

FLASHBACK EXT. SALA DE EXPOSIÇÃO DIA HÁ 3 ANOS


Corredor bem iluminado de uma sala de exposições
fotográficas, com fotos conceituais de moscas na natureza,
tiradas por Mirian.
THEO (V.O)
Ou da nossa última conversa naquela
exposição artística bizarra que ela
preparou com suas fotografias
insanas?
FIM DO FLASHBACK

INT. QUARTO DIA


De volta para Theo sentado em frente ao computador, desta
vez ele apenas digita olhando para a tela.
THEO (V.O)
Claro, claro. Vamos de narrativa
linear& Do começo.

FLASHBACK EXT. PRAÇA DIA HÁ 4 ANOS

Em frente a um banco largo, Theo joga o cigarro aos próprios


pés, apaga com o sapato e senta-se. Olha atentamente a
paisagem, com um olhar divagante, analisando a saia
farfalhando de uma moça que passa com passos largos, os
passos de uma outra muito mais sutis , nota o olhar que um
casal troca entre palavras. Assim, parado e atento, é pego
de surpresa por palavras próximas e baixas, sussurrantes:
MIRIAN (O.S)
Psiu, psiu, gatinho&

Theo olha de surpresa para o lado, onde vê MIRIAN (26 anos


na época) com uma câmera em uma mão e a outra fazendo sinal
para chamar a atenção de um gato carey logo atrás dele.
Percebendo Theo:
MIRIAN (CONTD)
(Sussurrando e apontando para
o gato)
Pega, rápido!
Theo sutilmente aproxima os braços e agarra rápido o
bichano. Mal ele consegue erguer o gato que se debate o
tempo todo, Mirian já tem a câmera apontada e o dedo
clicando várias vezes de diferentes ângulos, tirando fotos
engraçadas de um Theo fazendo caretas de sofrimento para
segurar o gatinho.

(CONTINUED)
CONTINUED: 4.

THEO
(Largando o gato)
Já tá bom, né?

O gato sai correndo pela praça assim que é largado no chão.


Mirian ainda ri ao olhar para Theo&
MIRIAN
Poxa!
(Abrindo os braços)
É um gato carey& Precisava de umas
cem fotos.
Theo responde sério, mas sem deixar de demonstrar que está
sendo humorístico com o tom e expressões:
THEO
Sobre gatos meu conhecimento se
limita ao quanto eles são bravos, e
que meu casaco estava prestes a ser
atingido por essa raiva. Aliás, de
nada.
Mirian força uma risadinha.
THEO (CONTD)
(Constrangido))
Mas sobre fotografia eu entendo.
Posso ver as fotos?
MIRIAN
(Erguendo as sobrancelhas,
surpreendida)
Sério?
Ela começa a olhar as fotos no visor, ri e chama Theo
fazendo sinal com a mão. Theo corre até ela e, logo que olha
começa a rir.
THEO
Como você consegue fazer fotos tão
ridículas ficarem tão boas? É uma
profissional?

Com um sorriso Mirian confirma. Theo, surpreso, ri.


THEO (CONTD)
Isso é incrível, mas não
surpreende. Foram realmente ótimas
fotografias.
Mirian, guardando a câmera, responde:

(CONTINUED)
CONTINUED: 5.

MIRIAN
Infelizmente não tem material aqui
pra muita coisa. Digo, ninguém vai
querer tuas caretas engraçadas
( prende um riso na garganta)
mas
( dando de ombros)
com certeza, vai pro instagram&
Theo sorri.

THEO
Falando nisso& Qual é o seu nome?
MIRIAN
Mirian.

THEO
Mirian de quê?
MIRIAN
Apenas Mirian. E o seu?

THEO
Theo.
(Puxando o celular do bolso)
E seu instagram?
MIRIAN
Me empresta que eu encontro.
Theo meche no celular, depois passa para ela. Ela digita
rápido e depois devolve. Dá um sorriso simpático, que ele
devolve.

THEO (V.O)
Depois disso eu virei as costas e
saí.
Os dois se despedem com um comprimento

THEO (V.O)(CONT’D)
A partir daqui tudo foi muito
rápido.
Theo SAI.

CUT TO
6.

INT. JAZZ BAR DIA


Um bar de poucos metros, muito estiloso e aconchegante.
Quadros de compositores famosos de jazz. Um pequeno palco
desocupado em um canto. Theo e Mirian conversam em uma mesa.
Cada um com uma cerveja, os dois com os celulares na mesa.

MIRIAN
Como eu disse, eu sempre fui
bastante atirada no mundo. A câmera
só me disponibiliza alguma desculpa
um pouquinho decente para eu ser
excêntrica entre as pessoas.
THEO
(Gesticulando muito)
Ser excêntrico é legal, poxa. Há
muita gente no mundo, então ninguém
se destaca, porque todos são
semelhantes& Só os excêntricos se
destacam&
MIRIAN
Só os excêntricos&
Ela puxa o celular e meche.
MIRIAN (CONTD)
(Mexendo no celular))
Deixa eu ver meu roteirinho rápido&
THEO
(Brincalhão)
Ah, eu não conhecia os aplicativos
auxiliares de conversas ainda.

MIRIAN
Tem sim&
(Mostrando o celular)
Nossa conversa no instagram.

Os dois riem.
MIRIAN (CONTD)
Ah, sim. Eu não lembrava bem, e
fiquei com medo de perguntar. Você
é roteirista, né.
THEO
Isso.

(CONTINUED)
CONTINUED: 7.

MIRIAN
Não lembrava se você era
roteirista, ou se queria ser. Isso
é muito legal&
A voz de Theo conversando com Mirian termina em fundo às
palavras do Theo Narrador:
THEO
Na verdade eu escrevi o roteiro
para um documentário faz pouco mais
de um ano. Agora estou na tarefa de
criar o argumento para um romance
de ficção& Está sendo um ótimo
desafio.

THEO (V.O)
Nós eramos dois desconhecidos
doentes pela vida. E foi assim,
rápido demais, que acabamos&

CUT TO

INT. QUARTO DE MIRIAN NOITE


Quarto de Mirian, cortinas fechadas, cama de casal. Os dois
se abraçam.
THEO (V.O)
Na cama&
CUT TO

EXT. ESTRADA DE TERRA DIA AMANHECER


Mirian dirige o corcel preto de Theo. Ele está dormindo no
banco do lado.
THEO (V.O)
Na estrada&
CUT TO

EXT. GALERIA DE ARTE DIA


Corredor azul-claro, nas paredes grandes quadros com as
fotografias do ensaio conceitual de Mirian sobre moscas e
larvas. Theo e Mirian estão de costas um para o outro. Theo
SAI por um lado. Mirian SAI pelo outro. Fica apenas uma
mosca gigantesca sobre uma grama sob um fundo cinzento na
parede.

(CONTINUED)
CONTINUED: 8.

THEO (V.O)
Em um estúpido rompimento&
CUT TO

INT. QUARTO DE MIRIAN MANHÃ


Theo acaba de abrir os olhos na cama, fica vendo Mirian
levantar-se, pegar uma grande camiseta de cima do bidê e
vestir. Depois ela vai para cima da cama, pega a mão de Theo
e o puxa para que levante.
THEO (V.O)
E como tudo de muito sério que
acontece na vida, começou como uma
besteira.

Ela leva-o pela mão para FORA do quarto.


CUT TO

INT. COZINHA DE MIRIAN MANHÃ


Mirian traz Theo até a mesa, deixa-o sentar, lhe abraça por
trás.
MIRIAN
O que mais você gostaria de comer
hoje?
Depois de um sorriso:
THEO
Eu realmente faço omeletes
extraordinários.
MIRIAN
Quando eu for na sua casa você me
mostra sua perícia em culinária.
Por hoje, fica quietinho esperando
um pouco.
Mirian vai até um armário da cozinha. Pega ingredientes. Vai
para a geladeira: mais ingredientes. Theo mexe no celular e
de quando em quando expia a cozinheira. Mirian vem até a
mesa trazendo todos os ingredientes para o omelete. Enquanto
ela começa a preparar tudo, Theo não consegue deixar de
encará-la, tão espontânea como estava.

(CONTINUED)
CONTINUED: 9.

MIRIAN (CONT’D)
Como é o processo de escrita de um
roteirista? Digo& às vezes eu fico
muito insegura nas minhas
exposições. Não porque eu ache que
possa falhar com minha técnica. Mas
porque sempre há muito do artista
em sua obra& Eu fico com medo das
reações nas minhas fotografias não
porque elas possam ferir meu
orgulho como fotógrafa. Mas porque
podem ferir meu orgulho como
pessoa.
Enquanto Mirian para pra prestar atenção, interessada:

THEO (V.O)
Sabe que eu sempre tento ao máximo
me afastar de minhas obras? É claro
que isso é impossível. Não há como
não haver a personalidade de um
artista em sua obra. Mas, por medo
ou timidez, eu sempre tento
analisar o conteúdo do que digo na
ficção para que seja condizente com
a realidade do mundo, do que nos
cerca& Mas não com a minha própria
realidade. Isso pelo mesmo motivo
que você: eu tenho medo de ter meu
orgulho ferido se me expor como
pessoa para tantos juízes&

Mirian quebra os ovos e se concentra por um instante na


refeição, claramente pensativa. Theo só a encara. Então:
MIRIAN
Não sei... sempre busquei me
encontrar na arte. Talvez esse seja
o problema...
THEO
Qual?
MIRIAN
Eu sou bastante perturbada, sabia?
Digo, sempre penso muito sobre tudo
ao meu redor. Você provavelmente
também, já que é escritor. Mas é
estranho... Acho que vivi uma crise
existencial durante toda minha
vida. Então, com a fotografia,
busco uma forma de me descobrir.
Quero dizer que eu estou
integralmente ali, exposta.

(CONTINUED)
CONTINUED: 10.

THEO
Acho que todos vivem uma crise
existencial durante suas vidas
inteiras, só que a maioria não
sabe.

Mirian não parece prestar atenção, está pensativa enquanto


concentra o olhar no preparo da refeição. Vai até o fogão e
a despeja sobre a frigideira esquentando.
THEO (CONTD)
Nesse sentido você está a frente.
Ao menos você enfrenta isto de
alguma forma...
MIRIAN
(Como se não tivesse ouvido)
Às vezes até gosto do fato de as
pessoas serem tão ignorantes. Digo,
pouquíssimas conseguem entender o
que há na arte. Então não é como se
eu estivesse nua para uma plateia,
entende? Apenas alguns conseguem
enxergar a nudez do que vem.
Mirian aponta para a cafeteira.
MIRIAN (CONTD)
Por favor, pode ligar a cafeteira?

THEO
Sim, claro.
MIRIAN
E, no entanto, se houver um único
mamilo, ou um nariz enfiado na
merda, todos são bem capazes de ver
que há coisas ali.
Theo solta um risinho.

THEO
Você tem mais fotos por aqui, não
é?
MIRIAN
Sim. Vamos comer primeiro.
Ela tira a frigideira do fogão e trás para a mesa.
CUT TO
11.

INT. CORREDOR - DIA


Mirian trás Theo pela mão, os dois trazem sorrisos
descontraídos.
MIRIAN
Por aqui, por aqui.
CUT TO

INT. SALA DE FOTOGRAFIAS - DIA


Theo e Mirian ENTRAM ainda de mãos dadas, quando ela larga
sua mão. Theo entra na grande sala e passeia, admirando o
lugar. A parede da porta está toda coberta por retratos de
todos os tipos; a parede oposta possui grandes janelas.
Grandes quadros de fotografias estão por todos os cantos,
mas não é como um depósito de fotos, o ambiente é muito bem
organizado, com toda sorte de materiais fotográficos, e até
mesmo um lugar para desenho - para onde Theo se encaminha
por fim.

THEO
Tudo bem, tudo bem, isto aqui me
chama mais atenção do que tudo...
Então você também desenha?
MIRIAN
Às vezes, às vezes. Gosto muito de
pintura surrealista, é algo que
salva minha criatividade quando
estou para baixo.

Quando Theo ia virando a página em branco para ver o que


havia por trás:
MIRIAN (CONT’D)
Não pense nisto, senhor. Eu o jogo
pela janela, sem brincadeira.

THEO
Oh, não. O que temos? Temos uma
artista tímida bem aqui a nossa
frente.

MIRIAN
Sabe o que é isso? Eu puxo muito
fluxo de consciência na pintura.
Claro, me inspirando no surrealismo
e dadaísmo. Mas, mais do que em
qualquer fotografia ou ensaio
fotográfico que eu possa fazer, na
(MORE)
(CONTINUED)
CONTINUED: 12.

MIRIAN (CONT’D)
pintura eu estou expondo toda a
minha mente.
THEO
E eu não posso ver...
MIRIAN
Isso é óbvio. Se eu quisesse que as
pessoas vessem eu estaria vendendo
pinturas e não fotos. Estaria
ganhando dinheiro com isto. Não. É
apenas uma forma de tentar me
livrar dos antidepressivos.
Theo a analisa questionador por um momento.

THEO
Vamos jogar um jogo?
MIRIAN
(Rápida)
Não.

THEO
(Suspirando, sem graça)
É algo que também ajuda, calma.
Algo do tipo: eu te conto algo
pessoal, você me conta algo... Ou
me mostra uma pintura.
MIRIAN
Não, obrigada.

Theo mordisca o lábio inferior e deixa-se soltar uma


risadinha simpática da situação.
THEO
Tudo bem, tudo bem.

Ele se aproxima, segura sua cintura e a beija. Mas ela não


está tão disposta quanto antes e, até mesmo, sem ele ver
expressa leve estranheza com seu toque.
CUT TO

EXT. RUA - DIA


Os dois caminham lado a lado na calçada pouco movimentada da
rua.

(CONTINUED)
CONTINUED: 13.

THEO
Não! Não gosto mesmo da cidade
grande. Eu vivo aqui porque é
preciso estar nas grandes cidades
para se fazer qualquer coisa. E eu
sempre estive atrás dessas
quaisquer coisas. Mas eu cresci no
campo, até os meus dez anos. E
passei esses quase vinte anos com
nostalgia daquele lugar.

MIRIAN
Sério? Sério? Eu nunca adivinharia
que você cresceu no interior.
THEO
Pois cresci. Cresci.

MIRIAN
Desculpa, mas você combina muito
com o centro urbano.
THEO
Não sei... Acho que, bem, eu sou
uma pessoa bastante neurótica, né.
E a neurose não combina muito com o
campo. Lá as pessoas são muito
tranquilas, de bem com todos. Mas é
porque eu me formei aqui, como
pessoa, sabe, então o centro urbano
se enraizou em mim.
Os dois andam um instante em silêncio antes que ele emende:

THEO (CONTD)
Por um lado, também, talvez eu
tenha mesmo nascido com a
mentalidade dos centros urbanos.
MIRIAN
(Sem prestar tanta atenção)
É mesmo?
THEO
É porque eu sempre fui um bocado
ranzinza, e, acima de tudo,
obcecado por um par de coisas.
Sempre querendo fazer e
experimentar coisas novas, mundos
distantes. Por isso eu era um nerd
quando jovem. Entende, eu gostava
de quadrinhos, revistas de ficção
científica e coisas do gênero.
(MORE)
(CONTINUED)
CONTINUED: 14.

THEO (CONT’D)
Porque minha cabeça sempre teve
esse vício em viajar. Sempre pensei
demais acerca de assuntos demais.

MIRIAN
Eu bem entendo esse seu lado.
THEO
Entende?

MIRIAN
Porém eu sempre quis ficar a sós,
comigo mesma. Pensava e pensava, e
depois saía para o mundo aproveitar
o que ele pudesse me dar. Bem,
ainda sou assim. Penso bastante
sobre tudo. Mas no final estou
sempre a mercê das marés da vida.
THEO
Não é muito organizada, você quer
dizer?

MIRIAN
Uhum.
Os dois caminham em silêncio outra vez.

CUT TO

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