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A discussão sobre o atual cenário da educação brasileira vem repercutindo ao longo dos
últimos anos e o principal motivo está relacionado com os índices apresentados por relatórios
que indicam a pontuação do desempenho dos alunos entre os países participantes.
Com isso, pesquisadores e especialistas, entre eles, da área da educação, realizam
estudos para que possam nos explicar a falta de motivação e o desinteresse dos alunos em
relação a obtenção de novos conhecimentos.
Segundo o relatório nacional, O Brasil no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos), divulgado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa), nos mostra que;
O desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média dos alunos em países
da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico)
em ciências (401 pontos, comparados à média de 493 pontos), em leitura (407
pontos, comparados à média de 493 points) e em matemática (377 pontos,
comparados à média de 490 pontos). A média do Brasil na área de ciências se
manteve estável desde 2006, o último ciclo do PISA com foco em ciências
(uma elevação aproximada de 10 pontos nas notas - que passaram de 390
pontos em 2006 para 401 pontos em 2015 – não representa uma mudança
estatisticamente significativa). Estes resultados são semelhantes à evolução
histórica observada entre os países da OCDE: um leve declínio na média de
498 pontos em 2006 para 493 pontos em 2015 também não representa uma
mudança estatisticamente significativa.
Isso nos leva a perceber que a dimensão do ensino no Brasil é muito ampla, pois o
número de estudantes, professores e escolas é muito alto. O país conta com 184,1 mil escolas,
sendo que a maior parte 112,9 mil, é de responsabilidade municipal.
Em relação aos docentes, o Brasil conta com 2,2 milhões de docentes que atuam na
educação básica brasileira. A maior parte dos docentes atua no ensino fundamental (63,8%).
De 2013 a 2017, o número de docentes que atua na educação infantil cresceu 16,4%. Por outro
lado, o número de docentes que atua no ensino médio caiu 2,5% desde 2015, quanto as
matriculas, os índices revelam que há 48,6 milhões de matrículas nas184,1 mil escolas de
educação básica no Brasil.
Com isso, podemos notar que a educação brasileira está numa situação alarmante e
muito distante dos países desenvolvidos, segundo os relatórios apresentados pelo INEP, pois
estamos muito atrasados em relação ao desempenho, em especial, na disciplina de matemática.
Desde 2009 os resultados obtidos pelo Pisa apontam que o desempenho dos alunos está
caindo, desde leitura (passando de 412 para 407) até matemática (386 para 377) e ciências (de
405 para 401).
Para que os índices possam aumentar é preciso que nós, professores, possamos inovar
nossas aulas, pois em geral, o modelo presente até os dias atuais continua no mesmo formato
que no século passado, o que acaba fazendo com que as aulas se tornem desinteressantes aos
alunos atuais, já que estes estão imersos em um mundo tecnológico.
Pensando em aumentar o interesse dos alunos pelas aulas de matemática e, com isso
melhorar o desempenho dos mesmos e, consequentemente, havendo uma melhoria na
pontuação nos programas de avaliação, tais como o Pisa, citado anteriormente propomos um
experimento no qual abordamos dois tipos de metodologia de ensino: o ensino tradicional e o
ensino com uso de tecnologias.
Desse modo introduziremos a tecnologia como auxilio na aprendizagem destes alunos,
pois os jovens de hoje estão inteiramente ligados com a tecnologia a qual faz parte de seu
cotidiano. Embasando-se nessa lógica elaboramos o experimento o qual será detalhado adiante
para que possamos coletar os dados estatísticos e assim comparar os dois tipos de metodologias
empregados neste experimento, para que de tal modo possamos acompanhar qual a maneira os
alunos se saem melhor após a aplicação de uma avaliação diagnóstica de aprendizagem em
processo.
2. Objetivo
Comparar as metodologias de ensino entre aula expositiva (lousa e giz) e aulas com
multimídias (vídeos, slides e recursos tecnológicos) com os alunos do cursinho ATLAS pré-
vestibular do IBILCE/UNESP, campus de São José do Rio Preto.
3. Método
4. Resultados
O Cursinho Atlas conta com 102 alunos regularmente matriculados em 4 turmas, porém
para realizar o experimento dividiu-se as turmas em apenas 2, cada uma das turmas com 51
alunos de maneira aleatorizada, para que não houvesse nenhuma interferência no momento de
coleta e análise de dados.
29%
47%
53%
71%
Imagem 1. Comparação entre o sexo dos Imagem 2. Comparação entre o sexo dos
alunos da turma 1 alunos da turma 2
Para realizar a análise em relação ao desempenho dos alunos aplicou-se uma avaliação
diagnóstica para que fosse possível comparar o rendimento dos alunos da turma 1 e 2, as quais
utilizaram-se de metodologias diferentes.
Constatou-se que a turma 1 obteve um resultado satisfatório em relação a quantidade de
notas vermelhas (V), considerada como 0 ≤ V ˂ 5 comparadas com as notas da turma 2, pois
26 alunos obtiveram notas dentro desse parâmetro, já em relação a turma 2, os dados nos
revelam que 31 alunos se enquadram no parâmetro 0 ≤ V ˂ 5, o qual indica um percentual de
86,27% de notas vermelhas, uma vez que o percentual de notas abaixo de 5,0 na turma 1 foi de
80,39%.
Extraindo os resultados obtidos, podemos observar que a quantidade de notas azuis (A)
relacionada a turma 1 é de 19,60%, ou seja, um número muito baixo de alunos atingiu nota
igual ou acima de 5 pontos 5 ≤ A ≤ 10 já que a metodologia utilizada em aula foi a inserção de
recursos tecnológicos, em comparação com a turma 2 que o percentual foi de 13,72% a qual
metodologia aplicada em aula foi a tradicional, lousa e giz.
6%
6%
8%
14%
51% 25%
61%
29%
0 até 2,5 2,5 até 5,0 5,0 até 7,5 7,5 até 10 0 até 2,5 2,5 até 5,0 5,0 até 7,5 7,5 até 10
Imagem 3. Comparação entre notas azuis e Imagem 4. Comparação entre notas azuis e
vermelhas da turma 1 vermelhas da turma 2
Nota-se que a quantidade de notas azuis relacionadas a turma 1 e a turma 2 ficaram bem
semelhantes, o qual podemos analisar algumas variáveis que podem ter ocasionado tal
semelhança, são elas: o índice dos alunos que trabalham em ambas as turmas, área de interesse
dos alunos (humanas, biológicas e exatas) e escola em que o aluno concluiu ou está concluindo
seu ensino médio.
Segue abaixo os dados obtidos nas análises do número de alunos que trabalham durante
a semana.
O gráfico abaixo retrata que a maioria dos alunos da turma 1 que responderam o
questionário afirmando que não trabalha equivale a 31,37% obtiveram uma nota insatisfatória
não chegando a 5 pontos na avaliação diagnóstica, agora analisando os dados dos alunos que
trabalham de segunda à sexta-feira, são eles 13,72% que também obtiveram uma nota
insatisfatória, abaixo de 5 pontos, podemos perceber que há uma discrepância, pois se o aluno
não trabalha fica subentendido que ele se dedica um pouco mais aos estudos em relação aos
alunos que trabalham de segunda a sexta-feira em horário comercial e que o único tempo de
estudo é durante a aula, porém não é isso o que os dados apontam. Já os alunos que obtiveram
um resultado igual ou acima de 5 pontos correspondem a 5,88% do total de alunos.
A mesma situação ocorre para a turma 2, uma vez que o número de alunos que não
trabalham e obtiveram uma nota insatisfatória atinge um percentual de 37,25% e dos alunos
que trabalham e não atingiram nota maior ou igual a 5 pontos equivale a 17,64%, porém os
alunos que obtiveram resultado satisfatório (maior ou igual a 5 pontos corresponde a 1,96% do
total de alunos. Os números 1, 2, 3 e 5 presentes em vertical no gráfico, corresponde as
respostas: trabalha de segunda a sexta, aos finais de semana (sábados e domingos), somente aos
sábados e não trabalha, respectivamente.
T1
Imagem 5. Quantidade de alunos da turma 1 que trabalham ou não relacionado com o desempenho na
avaliação diagnóstica.
T2
Imagem 6. Quantidade de alunos da turma 2 que trabalham ou não relacionado com o desempenho na
avaliação diagnóstica.
Outro fator a se destacar nesses resultados é a quantidade de alunos por área de maior
interesse (humanas, biológicas ou exatas). Vejamos abaixo:
3.92%
19.61%
13.73%
25.49%
41.18%
17.65%
41.18%
37.25%
HUMANAS BIOLOGICAS
HUMANAS BIOLOGICAS
EXATAS NÃO SABE
EXATAS NÃO SABE
Outra variável importante que conseguiu-se analisar são as escolas que esses alunos são
oriundos, tais como, Escolas Estaduais (E.E.), Etec´s (E.T.C.) ou Sesi (S.E.).
2% 6%
12%
86% 94%
Após a análise dos dados percebe-se que o rendimento da turma 1, a qual foi submetida
a metodologia com o auxílio de informática foi um pouco melhor do que comparada com a
turma 2, a qual metodologia empregada foi a tradicional, lousa e giz.
Em relação as escalas de notas 0 – 2,5 da turma 1 comparadas com a turma 2 obteve-se
uma diferença de 9,8% de um melhor rendimento para a turma 1, porém ao comparar as notas
entre 2,5 – 5,0 percebe-se que a turma foi a que obteve melhor rendimento, apontado 25,49%
uma vez que o índice percentual da turma que se enquadra nessa faixa de notas foi de 29,41%,
sendo assim percebe-se que a turma 2 obteve um melhor rendimento nessa faixa de notas entre
2,5 – 5,0.
Em relação as notas azuis, separadas também por faixas de notas, isto é, 5,0 – 7,5 e 7,5
– 10,0 os dados apontam que a turma 1 obteve um desempenho um pouco melhor comparada a
turma 2, pois 13,72% dos alunos obtiveram uma nota regular (5,0 – 7,5), já a turma 2 apenas
7,84% se enquadram nessa faixa.
Comparando as notas satisfatórias (7,5 – 10,0) pode-se observar que ambas as turmas
atingiram o mesmo percentual de 5,88%. Segue a imagem abaixo para analisarmos
graficamente a situação da turma 1 e 2.
Turma 1 Turma 2
35
31
30
26
25
20
15
15 13
10
7
5 4
3 3
0
0 até 2,5 2,5 até 5,0 5,0 até 7,5 7,5 até 10
Em seguida, segue um Box Plot para análise geral em relação as notas obtidas, assim
como o rendimento atingido por ambas as turmas.
10 10
9 9
8 8
7 7
6 6
Imagem 12. Comparação estatística com o auxílio do box plot para analisar o
rendimento das turmas 1 e 2 a partir da pontuação obtida na avaliação diagnóstica.
6. Conclusões
Este projeto nos possibilitou a verificação de desempenho entre as turmas 1 e 2 do
Cursinho Atlas pré-vestibular através de metodologias diferenciadas em cada uma das turmas
durante as aulas de matemática.
Em consequência dos dados obtidos e tendo ciência que foram apenas duas aulas de
aplicação devido o prazo contido no cronograma, nota-se uma diferença entre o desempenho
das turmas 1 e 2, relacionado as notas obtidas na avaliação diagnóstica.
Em uma tendência a longo prazo e inserindo a tecnologia nas aulas de matemática o
desempenho dos alunos pode ser cada vez melhor.
Os dados acima revelam que a turma 1, a qual fez-se o uso das tecnologias, tais como
vídeos e softwares, em especial, o GeoGebra se saiu melhor nos resultados comparados a turma
2, a qual metodologia utilizada foi a tradicional, aula expositiva com lousa e giz, representando
um percentual de notas azuis de 19,60% e 13,72%, respectivamente.
Para que possamos extrair novas conclusões referentes ao desempenho de ambas turmas
é recomendável que seja aplicada várias aulas com as metodologias incialmente empregadas.
6. Referências
(Caobianco, Janzantti, & Santos, IMPACTO DA EFICIÊNCIA NO PLANEJAMENTO DA
PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES NO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO, 2013 Disponível em
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STP_177_013_22504.pdf> Acesso
em 13/05/2019).
(INEP, Ministério da Educação. Censo escolar da educação básica 2016 Notas estatísticas,
Brasília-DF, 2017, Disponível em
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2017/notas_e
statisticas_censo_escolar_da_educacao_basica_2016.pdf> Acesso em 16/05/2019).
7. Anexos
ANEXO 1 – Prova Diagnóstica
ANEXO 2 – Questionário de dados pessoais