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FUNAPE Daniel de Lima Araujo Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas ee Eaters * Este livro, de maneira didatica, detalha o projeto estrutural de uma ponte em concreto armado com duas longarinas. Este é um sistema estrutural tipico ‘para pontes utilizado em todo 0 Brasil e, em razao de sua simplicidade, normalmente é 0 primteiro a ser ‘ensinado nos cursos de pontes. 0 projeto de ponte escolhido para ser apresenta- do neste livro é um dentre 03 varios desenvelvidos pelo autor quando de sua atuagéo como projetista de pontes de conereto armado. Trata-se de uma ponte continua com 64 metros de extensao distribuidos em trés vaos. Apresentam-se, assim, 0 dimensio- rnamento e 0 detalhamento de todos os elementos da superestrutura (longarinas, transversinas, laje, vviga de fechamento e alas) e da mesoestrutura, bern como dos aparelhos de apoio tipicas desse tipo de ponte (rotula de conereto e apoio elastomérico). texto aqui apresentado incorpora as modifi- cages realizadas nas normas brasileiras que afe- tam o projeto desse tipo de estrutura: ABNT NBR 6118, que trata de projeto de estruturas de concre- to, e ABNT NBR 7187, sobre projeto de pontes de conereto armado e de concreto protendida, lanea- das em 2007 e 2003, respectivamente. Pela simplicidade do texto, este pode ser um li- ‘vz0 basico para consulta pelos alunos de Engenharia Civil que se interessarem por esse tema, bem como pelos profissionais que de alguma forma trabalham com projeto de pontes de conereto e queiram revi- sar conceitos de projeto de pontes de concreto com’ duas longarinas Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas Livros novos, usados, raros e esgotados Maree Qa a aie gy) la 6 Ta. (2) 1093 $080 -ay 99 038, cee ee assem UFG Reior adward Madureia Basi iee-Reitor Eberto Francisco Bevilagua Marin Pré-Reitora de Pesquisa ¢ Pér-Graduagao Divina das Déres de Paula Cardoso PricReitor de Bexensdo Cultura ‘Anselmo Pessoa Neto Pasi de Adminis Frags Orlin Aso Valle do Amaral re Gea ara 7 fe Ber mia com Daniel de Lima Araiijo Concho Edrat Projeto de ponte em concreto Heleno Goddi de Sousa, Jesus Carlos da Mota, Jofire Rezende Filho, . José ido de Olives Queite,Jo Annes Marques, armado com duas longarinas Robervaldo Linhares Rosa, Tadeu Pereira Alencar Arrais, (Coordenador do Concurso (Edital Funape n*01/2011) José Marques Teixeira, Rogério Santana Comité da Area de Ciéncias Rates, Enegnbarias da Terra Kleber Teodomiro Martins Formiga, Ronaldo Alves Garcia C2) Diretor-executivo runape — Cliudio Rodrigues Leles Conselho Deliberative [sel Freitas Carvalho (presidente), Ana Paula Junqueira Kipnis, Cecilia Maria Alves de Oliveira, Divina das Dores de Paula Cardoso, Magda de Miranda Climaco, Marco Ausélio Carbone Carneiro, Nalson Anibal Lesme Orué, Noé Freire Sandles, Rosidalva Lopes Feitosa da Paz Consetho Fiscal FUNAPE Antonio Tavares Dias Lage (presidente), Edvinia Braz Teixeira Rodrigues, Ricardo Cactano Rezende, Wenismar Pereira de Lima N # Os Coleco Funape ‘A Fundacdo de Apoio a Pesquisa da Universidade Federal de Gots (Funape) cocupa hoje uma posicio de destaque na execusao de projetos e na consoli- dacdo da infraestrutura e do desenvolvimento institucional da UEG. f tam- bém uma parceira constante no desenvolvimento de programas de outras instituigdes cientificas e tecnol6gicas de Goids e do Brasil. ‘Ao completar trés décadas de continuo trabalho em prol do desenvolvimen- to da pesquisa em Goids, a Funape tem o prazer de apresentar Projeto de ponte em concreto armado com duas langarinas, de Daniel de Lima Araiijo, um dos dez livros selecionados no concurso Edital Funape n° 01/2011, pertencentes a di- vversas éteas do conhecimento. A Fundacao reafirma, assim, 0 compromisso com 05 pesquisadores de divulgar seu principal produto, o conhecimento. A colegio ora apresentada atesta que o livro é resultado de um trabalho ‘que envolve uma complexa rede de interlocutores e atores, E a Funape se orgulha de ser participe desse processo como parceira da URG, contribuindo para o desenvolvimento cientifico, social e cultural do estado de Goids. FUNAPE Para Roberta, minha amada esposa, Lucas, meu querido filho cts 33 Preféicio 1. Elementos para elaboracao do projeto 1.1 Elementos geométricos 1.2 Elementos topograficos 1.3 Elementos hidrologicos 1.4 Elementos geotécnicos 1.5 Elementos acess6rios 1.6 Elementos normativos 1.7 Algumas indicagdes para projeto de ponte sobre rios 2 Superestrutura 2.1 Caracteristicas geométricas da superestrutura 2.2 Idealizagao para o célculo das solicitagées 2.3 Dimensionamento da viga principal 2.4 Laje do tabuleiro 2.5 Transversinas 2.6 Alas 2.7 Vigas de fechamento 137 3 Mesoestrutura 3.1 Esforgos atuantes nos pilares 3.2 Solicitagdes nos pilares d ilares de pontes com sistema estrutura viga continua “meesencualcn 3.3 Solicitagées na fundagio ao nivel do terreno, 3.4 Caleulo dos esforgos horizon alco dos esfrgos horizontas nos pilares da ponte sobre 0 3.5 Dimensionamento dos pilares da ponte 3.6 Aparelho de apoio 203 Apéndice 211 Referéncias Prefacio [Este texto foi elaborado para servir como material didatico aos alu- Ele tem por objetivo detalhar 0 projeto estrutural de uma ponte em con- nos da disciplina Projeto de Pontes do curso de Engenharia Ci creto armado com duas longarinas. A primeira versio como apostila foi langada em 1999 e, desde en- il da Uni- tao, foi utilizada diversas vezes no curso de Engenharia Ci vyersidade Federal de Goids - UFG. Esta versio, agora apresentada em forma de livro, incorpora as modificagées realizadas nas normas brasileiras ABNT NBR 6118, que trata de projeto de estrururas de concreto, e ABNT NBR 7187, sobre projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido, lancadas em 2007 e 2003, respecti- vamente, ¢ que afetam o projeto desse tipo de estrutura. Foi escolhido para apresentacao um dos projetos de ponte por mim. realizado quando de minha atuagio como projetista em escrit6rios de cilculo em Goiania. Trata-se do projeto da ponte sobre 0 rio Pau Seco, localizada na TO-373, no trecho entre Alvorada (TO) e Araguacu (TO), © qual foi encomendado pela Secretaria da Infraestrurura do Estado do Tocantins e foi desenvolvido pela GEOSERV - Servigos de Geotecnia e Construgdo Ltda ~ sob minha responsabilidade. Essa ponte possui um comprimento total de 64 m, distribuido em um vao central de 20 m, dois vaos adjacentes de 18 m e dois balangos de 4m. A estrutura é simétrica, com duas vigas principais, ¢ o tabu- leiro tem uma largura total de 9 m. Os aparelhos de apoio séo cons- tituidos por rétulas de concreto ¢ a fundagao por tubuldes encamisa- dos executados com auxilio de ar comprimido. © projeto apresentado neste texto esta de acordo com as atualizagdes das normas brasileitas ¢, por essa razio, difere ligeiramente do projeto original. O autor 1 Elementos para elaboracao do projeto! { O projeto de uma ponte inicia-se, naturalmente, pelo conhecimento de sua finalidade, da qual decorrem os elementos geométricos definido- res do esttado, como, por exemplo, a segao transversal ¢ 0 carregamen- to do qual sera realizado o dimensionamento da estrutura. Além dessas informagées, a execugio do projeto de uma ponte exige, ainda, levan- tamentos topograficos, hidrolégicos e geotécnicos. Outras informagées acess6rias ~ processo construtivo, capacidade técnica das empresas res- ponsdveis pela execugao e aspectos econdmicos ~ podem influir na es- colha do tipo de obra, contudo nao sero abordadas neste livro. 1 autor agradece especialmente aos amigos Magid Flie Khouri e Sylvia Regina ‘Mesquita de Almeida, com quem trabalhou na empresa GEOSERV na época do desenvolvimento do projeto original da ponte sobre o rio Pau Seco. Dessa convi= véncia surgiram varios dos roteiros de célculo aqui apresentados. Primeiramente serao apresentados alguns dos elementos indispen- saveis para a elaboragao de um projeto de ponte que devem estar dis- poniveis antes di icio do projeto definitivo da estrutura. 1.1 ELEMENTOS GEOMETRICOS Os elementos geométricos aos quais o projeto de uma ponte deve atender derivam das caracteristicas da via e de seu proprio estrado. Os elementos geométricos das vias dependem de condigdes técnicas especificadas pelos 6rgios piblicos responsiveis pela construgdo e manutengdo dessas vias. No caso das rodovias federais, o Departa- mento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estabelece as condigées técnicas para 0 projeto geométrico das estradas e das Pontes, jé as rodovias estaduais de Gois estao sob a responsabilida- de da Agéncia Goiana de Transportes e Obras (AGETOP). Segundo o DNIT, as estradas federais sao divididas em (Brasil, 1996): + classe i © classe Il; © classe Il; © classe IV. As velocidades diretrizes, utilizadas para a determinagio das ca- racteristicas do projeto de uma estrada, sio definidas em fungao da classe da rodovia e do relevo da regio (Quadro 1.1). Quadro 1.1 -Velocidades diretrizes (Kin/t) em rodovias federais (Brasil, 1996) ae Projeto de ponte em concrete armado com duss longarinas 0 desenvolvimento planimétrico e altimétrico de uma ponte é, na maior parte dos casos, definido pelo projeto da estrada, especialmente quando os cursos de gua a ser transpostos so pequenos. No caso de grandes rios, 0 projeto da estrada deve ser elaborado considerando- -se a melhor localizagao para a ponte. Dessa forma, deve-se procurar cruzar 0 eixo dos cursos d’égua em um Angulo reto com 0 eixo da rodovia. Além disso, deve-se procurar cruzar na seco mais estreita do rio de forma a minimizar o comprimento da ponte. Para as rodovias federais, 0s raios minimos de curvatura horizontal so fixados com a finalidade de limitar a forga centrifuga que atuaré no iz (Quadro 1.2). Quadro 1.2 - Raios minimos de curvatura horizontal (m) em rodovias federais (e ~ 6%) Grasil, 1996) veiculo viajando com a velocidade diret As rampas maximas admissiveis, até a altitude de mil metros acima do nivel do mar, so mostradas na Tabela 1.1. Esses valores poderiio ser acrescidos de 1% para extensdes até 900 metros em regides planas, 300 ‘metros em regides onduladas e 150 metros em regides montanhosas, ¢ deverao ser reduzidos de 0,5% para altitudes superiores a mil metros. No caso corrente de estradas com pista simples ¢ duas faixas de trdfego, as normas do DNIT adotam as seguintes larguras da faixa de rolamento em regides planas (Brasil, 1996): © classes Le II: 3,6 m; * classe II: 3,5 ms [Daniel de Lima Aras] 6 © classe IV: 3 m. Nas estradas com duas pistas independentes, com duas faixas de tré- fego cada uma, a largura da faixa de rolamento utilizada em regio pla- na € de 3,6 m. Os acostamentos tém largura minima varidvel conforme a classe da estrada e a regido atravessada. Nas estradas de classe I, em regio plana, adotam-se acostamentos de 3 m de largura, 0 que resulta em 13,2 m de largura total do terrapleno, com a soma de 3 + 7,2 +3. Tabela 1.1 - Rampas méximas (%) em rodoviasfederas (Brasil, 1996) a.a.1 ELEMENTOS GEOMETRICOS DAs PONTES 1.1.2.1 Largura das pontes rodovidrias As pontes rodovit podem ser divididas, quanto a localizagio, em urbanas ¢ rurais. As pontes urbanas possuem faixas de rolamento com largura igual a da via e passeios com largura igual a das calga- das. As pontes rurais so constituidas com finalidade de escoar 0 tré- fego nas rodovias e possuem faixas de rolamento e acostamentos, Durante muitos anos, as pontes rodovisrias federais de classe I fo- tam construidas com pista de 8,2 m e guarda-rodas laterais de 0,9 m de largura em cada lado, perfazendo a largura total de 10 m (Figura 1.1a). Havia, portanto, um estrangulamento da plataforma da estra- da que provocava uma obstrucio psicolégica nos motoristas e, con- Sequentemente, causava acidentes. Nos iiltimos anos, 0 DNIT passou a adotar para a largura das pontes rurais a largura total da estrada (pista + acostamento) guarda-rodas mais eficientes (Figura 1.1b). Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Em regides com pouco trafego, alguns érgaos pablicos ainda reco- mendam a redugo da largura da ponte para 9 m, conforme mostrado na Figura 1.2. 1) Po argo os = — ae hie 2») Paro DN paradocs Figura 1.1 - Exemplos de segdes transversais de pontes rodovisrias federais, Figura 1.2 - Exemplo de seco transversal de ponte rodovidria com largura reduzida 1.1.1.2 Gabarito das pontes Denomina-se gabarito 0 conjunto de espacos livres que deve apre- sentar 0 projeto de uma ponte de modo a permitir o escoamento do fluxo. As larguras das pontes indicadas na Figura 1.1 ¢ na Figura 1.2 so exemplos de gabaritos das pistas de pontes de modo a permitir 0 fluxo de veiculos sobre elas. [Daniel de Lima Aro] As pontes localizadas sobre rodovias devem respeitar espacos li- vres necessérios para 0 trifego de caminhées sob elas (Figura 1.3). As pontes construidas sobre vias navegiveis também devem atender 0s gabaritos de navegacao dessas vias. Por exemplo, gveis a chatas e rebocadores, em vias nave- €comum prever-se a altura livre de 3,5 ma 5 macima do nivel maximo a que pode atingir 0 curso d’égua. A largura deve atender a, pelo menos, duas vezes a largura maxima das embarcagdes mais um metro, - 35m, am Figura 13 - Gabarito para pontes sobre rodovias federais classe lem regiao ondulada ‘Nas pontes construidas sobre rios nao navegaveis, adota-se, mente, normal- uma altura livre acima do nivel maximo d’4gua de acordo com as recomendagdes do érgio oficial responsével pela obra. No estado do Tocantins, por exemplo, a altura livre recomendada era de 1,5 m, 1.2 ELEMENTOS ToPOGRAFICOS © levantamento topografico, necessério ao estudo de implantagdo de uma ponte, deve constar dos seguintes elementos: * planta, em escala de 1:1.000 ou 0005 perfil em escala ho- rizontal de 1:1.000 ou 1:2.000 e escala vertical de 1:100 ou 1:200 do trecho da rodovia em que ocorrerd a implantacao da obra em uma extenso tal que ultrapasse seus extremos prova- veis em, pelo menos, 1.000 metros para cada lado; planta do terreno no qual ser4 implantada a ponte, em uma extenso tal que exceda 50 metros, em cada extremidade, seu ‘comprimento provavel e largura de 30 metros, desenhada na escala de 1:100 ou 1:200, com curvas de nivel de metro em metro, contendo a posi¢io do eixo locado ¢ a indicagio de sua esconsidade; perfil ao longo do eixo locado na escala de 1:100 ou 1:200 numa extensio tal que exceda 50 metros, em cada extremida- de, 0 comprimento provavel da obra; * quando se tratar de transposigo de curso d’gua, secao do rio segundo 0 eixo locado, na escala 1:100 ou 1:200, com as cotas de fundo do rio em pontos distanciados entre si cerca de cin- co metros. 1.3 ELEMENTOS HIDROLOGICOS 3s elementos hidrol6gicos recomendados para um projeto conveniente de uma ponte, admitindo 0 periodo de recorréncia de cem anos, sto 6 seguintes: ‘+ cotas de cheia e estiagem maximas observadas, com indicagio das épocas, da frequéncia e do periodo dessas ocorréncias; * dimensdes e medidas fisicas suficientes para a solugao dos pro- blemas de vazio do curso d’agua sob a ponte ¢ erosao do leito, quais sejam: = rea em km? da bacia hidrogréfica a montante da obra até a cabeceira, Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas (Daniel de Lima Arasjo} ~ extensdo do talvegue em km, desde o eixo da obra até a cabeceira, ~ altura média anual das chuvas, em milimetros, ~ declividade média do espelho d’égua em um trecho pré- ximo da obra, de extensio suficiente para caracteriz4-la, bem como indicagdes concernentes a permeabilidade do solo, a existéncia de vegetagdes e retengées evaporativas na bacia hidrografica, ao aspecto das margens, a rugosi- dade ¢ as depressdes do leito no local da obra; * noticias acerca de mobilidade do leito do curso d’égua e, caso exista, indicagéo da tendéncia ou do ciclo ¢ amplitude da diva- {gacios dlveos secundérios, periédicos ou abandonados, zonas de aluvides, bem como de avulsées € erosées, ciclicos ou cons- tantes; noticias sobre a descarga solida do curso d°égua e sua natureza, no local da obra, ¢ sobre material flutuante eventual- mente transportado; * sea regio for de baixada ou influenciada por maés, a indica ao dos niveis maximo e minimo das aguas, velocidades maxi- mas de fluxo ¢ de refluxo, na superficie, na seco em estudo; + informagées sobre obras de arte existentes na bacia, com indi cagées de comprimento, vazio, tipo de fundagio etc.s * noticia sobre servigos de regulai ou protegdo das margens. De posse dessas informagies, procede-se ao cilculo da cota de mé- acao, dragagem, retificagdes xima cheia que definiré a altura livre e a cota da face superior do tabuleiro da ponte. Nesse momento, o projetista pode se defrontar com duas situagdes. Numa primeira situacio, ele j4 possui a cota da face superior do tabuleiro definida pelo projetista da estrada. Projeto de ponte em concreto armado com duas longatinas Normalmente essa cota situa-se, aproximadamente, a 40 cm acima da cota de tertaplanagem; contudo, deve ser verificada para cada proje- to, com 0 projetista da estrada. Neste caso, apés a definigao da cota de maxima cheia calculada e depois de adicionado o valor da altura livre, 0 projetista da ponte obtém a altura disponivel para a constru- cdo. Num procedimento inverso, ele pode definir a altura de constru- do — em fungio do sistema estrutural da superestrutura ~ e, em se~ guida, verificar se a altura livre disponivel é superior ao valor minimo requerido pelo gabarito da ponte. Numa segunda situaco, o projetis- ta da ponte calcula a cota de maxima cheia e, depois de adicionadas as alturas livre ¢ de construg4o, obtém a cota superior do tabuleiro, a qual é repassada para o projetista da estrada. Essa situago é, sem diivida, a mais cmoda para o projetista da ponte. ‘A cota de maxima cheia calculada pode ser obtida por diversos métodos da engenharia hidrdulica. Quando a ponte for construida sobre rios com grandes vazies, deve-se tomar 0 cuidado de evitar 0 refluxo a montante da ponte em razo do estrangulamento da segao de escoamento pela construgao do aterro da estrada (Figura 1.4). Em alguns casos, esse refluxo pode atingir grandes distincias e diminuir a altura livre sob a ponte. ‘No caso de pequenos rios — aqueles que possuem pequenas vazdes ~€ possivel calcular a cota de maxima cheia pela conhecida formula de Manning empregada em canais abertos. Para tanto, é admitida a existéncia de um canal regular com segdo transversal igual a segio de escoamento sob a ponte e, por um processo de tentativas, é calculada a drea necessiria para escoar a vazio maxima de projeto do curso agua. A f6rmula de Manning ¢ expressa por: [Daniel de Lima Arto 1% Vv ake va V: velocidade média de escoamento (1m/s)s n: rugosidade do canal; A R HP raio hidréulico; A: rea da segio de escoamento (m2); P: perimetro molhado (m); I: declividade média do leito. ‘A vazio de escoamento € dada po! VA (ms), Nive gra 3) Exod curs o'agua Moxa cheioaclas 1400) 1) Per purl da cents Figura 1.4 - Refluxo a montante da ponte em razio do estrangulamento da segdo de escoamento do rio Na formula de Manning, a drea da segao de escoamento emprega- da é uma simplificagao da seco real. Para ilustrar o procedimento de cAlculo, apresenta-se a determinagao da cota de maxima cheia do rio Pau Seco (Figura 1.5 e Quadro 1.3). Nesse caso, a cota superior do Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas tabuleiro j4 era conhecida do projeto de terraplanagem. A altura de = construcio foi obtida pelo pré-dimensionamento da estrutura langada. ‘Acota de maxima cheia foi calculada pela formula de Manning ¢ a altura livre assim obtida foi comparada com o valor minimo (1,5 m) exigido pelo érgao contratante do projeto. Dados do projeto: Q = 691,02 m/s, n= 0,035 (canal com vegetacao), I= 0,0016 (obtido da topografia), cota de fundo: 208,68 (m). Figura 1.5 -Segio transversal do rio Pau Seco empregada no célculo da maxima cheta Quadro 1: Dados da seco transversal do rio Pau Seco 103 20900 2000 20900 x08 nno00 1060 ziac0 a 20 100 ‘00 1590 21200 70 200 | sis 7300 3360 2.00 aio 21400 50 mgc0 2900 2iga0 2400 420 aoe 21800 2900 240 | 3590 218.00 [Daniel de Lima Araijo} Quadto 1.4 - Calculo da maxima cheia do rio Pau Seco pela férmula de Manning __Cota(m) | Area (m2) | Perimetro(m) | RH (m) View/s) | Qim'/s) 20908 859 oes 0238 0499 2383 20568 ab 286 anon os 388 2008 asm ates sao 22 nen aus sas Hol 159 a8 saa 208 a5 som 247 2058 as3086 mob 04708 200 226 asa zacd ayo sao 2m aan as 2508 aougs 5798 3069 aa aha 608 64955 fo4oe 358 2m 9608 Do Quadro 1.4 obtém-se para a maxima cheia calculada a cota de 216,08, a qual fornece uma altura livre de 2,12 m, maior que a altura minima exigida de 1,5 m. 1.4 ELEMENTOS GEOTECNICOS Os elementos geotécnicos necessérios a elaboragao do projeto de uma ponte so (Pfeil, 1990): * relatério da prospeccao de geologia aplicada no local de pro- vavel implantagio da obra, considerando seu esbogo estrutural e realcando peculiaridades geol6gicas porventura existentes; * relatério de sondagem de reconhecimento do subsolo compreen- dendo os seguintes elementos: ~ planta de locacao das sondagens, referida ao eixo da via, ~ descricao do equipamento empregado: peso, altura etc., ~ perfis em separado de todas as sondagens, nos quais se indiquem a natureza e a espessura das diversas cama- das atravessadas, suas profundidades em relagio a uma referéncia de nivel, indices de resisténcia 4 penetragao ¢ vel d’agua, inicial e 24 horas apés a conclusao da son- dagem. A referéncia de nivel da sondagem deve relacio- nar a cota da boca do furo a referéncia de nivel da obra. ‘As sondagens de reconhecimento do subsolo devem ser realiza- das em toda a extenséo provavel da futura obra de arte, ao longo de duas linhas paralelas ao eixo locado da via, uma de cada lado, ¢ istantes deste, aproximadamente, trés metros. Elas devem ser em miimero suficiente para permitir uma defini¢ao precisa quanto a na- tureza ¢ distribuigao das camadas constituintes do subsolo, € nunca em nimero inferior a quatro. Devem, ainda, atingir uma profundi- dade que petmita a garantia de nao haver, abaixo dela, camadas de menor resisténcia, Conforme a importancia da obra, certo mimero de sondagens, ou mesmo sua totalidade, deverd atingir a rocha, que deverd ser investigada por meio de sondagens rotativas em uma es- pessura de, pelo menos, trés metros. Quando jé existir © anteprojeto da obra, deverdo ser realizadas duas sondagens em cada linha transversal de apoio, um furo para cada fundagao. Serio realizadas sondagens rotativas ou mistas ~ son- dagem a percussao na parte em solo e rotativas na parte em rocha -, no caso de fundagdes em rocha ou em terreno que apresente matacio. [A fixagio das profundidades das sondagens poder ser feita com critérios alternativos a ser obedecidos no campo como, por exem- plo, os enunciados a seguir * sondagem de percussdo: prosseguir até resisténcias a pe- nettagio iguais ou superiores a N golpes/30 cm em cinco cravacdes consecutivas, ou até atingir material impenetré- vel & peca de lavagem, ou até Z m de profundidade maxi- ma, Os valores de N e Z poderao ser fixados, em cada caso, 25 [Daniel de Lima Arasjo] Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas | 2» conforme a natureza do solo € 0 tipo da obra. Em uma obra | RELATORIO DE SONDAGEM a ; Faastro EDGER avon Oooo Com i mmédis, pede-se adoras, por exemplo, N = 40 golpes or aan inioetulas Gout ceToaniny [Fait ee ‘Obra: Ponte sobre o rio Pau Seco. + sondagens rotativas: prosseguir até a recuperacdo igual ou su- “Local TO-37S Trecho Avrada-Araguagu~ Estaca 14100750. [ata 110-00 perior a X1% em trés avangos consecutivos, ou recuperacdo tm0-2% Danses tated 19 cet, igual ou superior a X2% apés penetrar cinco metros em rocha parcialmente alterada, ou, ainda, recuperagio média igual ou "| amam [amn| mw | a — superior a X3% apés penetrar dez metros em rocha alterada. = oo Se nenhuma das condigdes anteriores for satisfeita, a sondagem * » |= |__| pementeta deve ser interrompida a uma profundidade maxima Z. Os va- 5 we [ae 4 sec lores de X1, X2, X3 e Z poderdo ser fixados em cada caso con- al «ls eee | forme o tipo de obra. * == | Estudos geotécnicos especiais que permitam a elaboracdo de proje- = = [om to do conjunto terreno-aterzo-obra de arte devem ser realizados sem- =| [l= pre que a estabilidade dos terrenos contiguos a obra possa ser amea- LL? il a cada pelas solicitages dos aterros de acesso. Le) b=l= Na Figura 1.6 ilustra-se um relat6rio tipico de sondagem, determi- j » |p nado em um dos eixos da ponte sobre o rio Pau Seco. 7s es 1.5 ELEMENTOS ACESSORIOS j—eyl" | [t= eneeeemed 1.5.1 EXISTANCIA DE ELEMENTOS AGRESSIVOS wal © = s us| * / Informagies de carétertecnoldgico especial podem ser de grande inte: | —*# |, = resse para o projeto ou a construgdo de uma ponte, quando constatada | “we Joa ee Farts mi N sua ocorréncia: + agressividade da Agua, referida a0 pH ou ao teor de substin- | [Rive tégun 250m ‘Nivel de Sondagem: 15.45 m Data do NA: 17-1088 cias agressivas aos materiais de construgdo (agua do mar ou acentuadamente salobra, aguas sulfatadas ou sulfidricas); > Figura 1.6 - Relatério de sondagem do terreno ~ eixo 1 do rio Pau Seco materiais de agdo destrutiva sobre 0 concreto; Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas (Daniel de Lima Aratjo) 8 * gases téxicos de terrenos pantanosos, possiveis em cavas de fundagio. A existéncia, no leito do rio, de moluscos capazes de perfurar as madeiras de escoramento poder ser razo determinante da escolha do método construtivo a ser adotado no projeto. Nas regides marinhas, a biologia das aguas pode influir nos méto- dos construtivos adotados, limitando, por exemplo, o tempo de per- manéncia de armaduras dentro d’agua antes de uma concretagem por processo submerso, 2.5.2 INFORMAGOES DE INTERESSE CONSTRUTIVO OU ECONOMICO Algumas informagdes acerca do processo construtivo que podem in- fluenciar no projeto de uma ponte: + condigdes de acesso ao local da obras + procedéncia dos materiais de construcao, custo e confiabilida- de do transporte; * épocas favordveis para a execugao dos servicos, considerando 05 periodos chuvosos e o regime do rio; * possivel interferéncia de servicos de terraplanagem ou desmon- te de rocha nas proximidades da obra; © condigdes de obtencao de agua potavel. 1.6 ELEMENTOS NORMATIVOS A Associagao Brasileira de Normas ‘Técnicas (ABNT) é a entidade o! cial encarregada de elaborar e editar os regulamentos técnicos adotados no Brasil. As principais normas que devem ser consultadas quando da elaboracao de pontes rodoviérias em conereto armado sai Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas «NBR 7187 ~ Projeto de pontes de concreto armado ede con- +9 creto protendido (ABNT, 2003a); ‘© NBR 7188 - Carga mével em ponte rodovidria e passarela de pedestre (ABNT, 1984); © NBR 6118 — Projeto de estruturas de concreto (ABNT, 2007) 1.7 ALGUMAS INDICACOES PARA PROJETO DE PONTE SOBRE RIOS Como citado anteriormente, a localizagao de pontes sobre pequenos rios € definida pelo projetista de estrada quando da elaboragao do tracado da via. Contudo, quando a via cruza médios ou grandes rios, a posi¢ao da ponte pode determinar 0 tracado da via. Neste caso, al- gumas recomendagGes sobre como escolher a melhor posi¢&o para a ponte podem ser titeis (Troitsky, 1994): « transpor o canal principal ou o vale no ponto mais estreito possivel e néio muito distante do tragado original da vias © o canal principal ou o vale deve ser transposto, de preferén- cia, perpendicularmente a direcdo de escoamento, o que per- mite que se obtenha o menor comprimento possivel para a ponte. No caso de ela ser esconsa, os pilares em contato com © fluxo d’égua devem ter sua menor dimensio perpendicular a esse fluxo, de forma a evitar ou diminuir @ erosao localiza- da na base do pilar (Figura 1.7). Deve-se também evitar eixos localizados no meio do rio onde a velocidade de escoamento agua é maior; © deve-se evitar transpor um rio logo apés a regiio onde desigua um afluente de modo a evitar a deposigdo de sedimentos sob a ponte (seco HI da Figura 1.8). Também se deve evitar transpor [Daniel de Lima Aradjo) » a montante dessa regido, uma vez que nesse caso haveria a ne- cessidade de duas pontes (seco IklI da Figura 1.8), 0 que acar- retaria em aumento do custo da obra. A melhor posigo para transposigio do rio é um pouco a jusante da regio onde deségua seu afluentes © deve-se evitar transpor em regides onde possa haver, ao longo da vida itil da ponte, mudangas na secio transversal do tio, Essas mudangas normalmente ocorrem em fungao das caracte- risticas geolégicas da regido. Um exemplo sao rios em regides sedimentares onde, em raz4o da acumulagao de detritos no sew leito, ocorre uma alteragao na segao de escoamento; * quando do cruzamento de rios de pequena vazio, é recomen- davel evitar curvas para transposi¢ao desses rios. Em alguns casos, como os mostrados na Figura 1.9, pode ser realizada_ uma alterag30 no curso natural do rio com a construgao de um canal devidamente dimensionado. Essa solucdo, entretan- to, deve ser evitada, sempre que possivel, no sentido de mitigar possiveis impactos ambientais. ‘Vista lateral da eroséo na base de um pila Vista superior de uma ponte esconsa Figura 1.7 - Erosao localizada na base de um pilar em contato com a 4gua Projeto de ponte em concrete armado co: duas longarin Deposigso de sedimentos Figura 18-Transposigio de rio com afluente a Figura 1.9 - Corregao do leito de rios de pequena vaza0 [Daniel de Lima Arasjo} 2 Superestrutura No capitulo anterior foram apresentadas as principais informagdes | que o projetista deve conhecer antes de iniciar um projeto de ponte. De posse dessas informagées, ele deve definir 0 tipo de ponte a ser empre- gado — ponte em viga continua, ponte em vigas biapoiadas, ponte em pértico, ponte estaiada etc. ~ ¢ fazer um pré-dimensionamento dos prin- _ cipais elementos estruturais, baseado em sua experiéncia ou em projetos de pontes semelhantes. Neste capitulo apresenta-se, inicialmente, 0 siste~ ma estrutural e as dimensdes ~ definidas pelo autor ~ da ponte sobre 0 rio Pau Seco e, em seguida, descreve-se de forma detalhada o dimensio- ‘namento dos principais elementos estruturais da superestrutura, 2.1 CARACTERISTICAS GEOMETRICAS DA SUPERESTRUTURA sistema estrutural empregado na ponte sobre 0 rio Pau Seco é o de viga continua com balangos. O comprimento total da ponte é de 64m distribuidos em dois balangos de 4 m, dois vio extremos de 18 me 34 um véo central de 20 m. A segio transversal é em viga com duas lon fet 3 garinas ¢ a sua altura foi pré-dimensionada em 1,8 m, o que atende 4 exigéncia das normas do DNIT de que a altura das longarinas deve & ser maior que ¢/14, sendo ¢ comprimento do vo. Nas figuras 2.1a ¢ 4 =I 2.1b so mostradas as principais dimensdes da ponte. fe 3 — = ay 8 t+ IG 7 | a] | 3 H + i 2 ge 5 i 8 Le pest io f fm vig do fchamesio 7 des da ponte sobre o rio Pau Seco (em cm) Figura 2.1a - Principais dimenstes da ponte sobre o rio Pau Seco (em cm) Figura 2.1b - Principais dimensoes da ponte sobre o rio Pau Seco ( janie de Lima Arao) Projeto de ponte em concreto armado com dua longarines Li " 6 Para o pré-dimensionamento do comprimento do balanco, no casq_ft pratica comum nos projetos de pontes com duas longarinas, exe- 37 de pontes com sistema estrutural em viga continua, devem ser con: cutadas com concreto moldado no local, o engrossamento da alma na sideradas algumas recomendagées dos manuais de projeto do DNIT regio do apoio. Dessa forma, foi prevista uma misula horizontal para (Brasil, 1996): garantir uma variago gradual da espessura da longarina do apoio até © aterro de acesso deve ter a sua altura limitada em oito me: 9 meio do vao. Normalmente, a misula estende-se da seco do apoio tos, ou menos; até a transversina de vao mais préxima (Figura 2.2). Esse engrossamen- * oaterro de acesso deve ser executado antes da obra de arte; to da alma tem a fungo de diminuir as tensdes de compressao na secéo * obalango deve ter comprimento maximo de 7,5 m ea sua flecha do apoio em razao dos elevados valores da forea cortante, nao sendo deve ser menor que dois centimetros; considerada a variagio de inércia obtida para o célculo dos momentos, * deve-se usar laje de transi¢éo com comprimento minimo de fletores da viga. Além disso, 0 engrossamento da alma aumenta a drea quatro metros. de contato das longarinas com os aparelhos de apoio. . Outras recomendagdes devem ser consideradas, quando do pré-di mensionamento da segao transversal de pontes com duas longarinas (Brasil, 1996): - | + a largura da longarina deve ser maior que 25 cms 4 of ofa ere | * 0 comprimento do balanco na seco transversal (Figura 2.1b) le IE . deve estar no intervalo entre £/3 ¢ £, /2, sendo fy 0 vao da laj definido pela distancia entre as longarinas; ; gra 2.2- Vista inferior com detalhe da misula horizontal (em cm) A espessura da laje pode ser pré-dimensionada em fungao do vio day "®" : laje (ey) seguind. ndagao di - il LR aa tre Le Observa-se, também, que tanto as transversinas de apoio quanto Quadro 2. -Prédimensionamento da espessuradalajeem pontes com dusslongarinas| 48 transversinas de vio so separadas da laje. Esta solucio é adotada para uniformizar a armadura de flexao longitudinal e transversal ~ da laje do tabuleiro, a qual passa a comportar-se como apoiada apenas em Be s dois lados, ou seja, apenas sobre as longarinas. O espagamento entre 2. a transversinas é tomado, aproximadamente, igual ao espacamento entre 6 as longarinas. Sua fungio € promover travamento das longarinas ¢ 0 7 impedir a rotagao delas em torno de seu eixo longitudinal. Projeto de ponte em concrete armado com duas longarines [Daniel de Lima Aral Neste projeto foi empregada a solugdo de alas fechadas, ou seja, orientadas na diregéo longitudinal. Todavia, frequentemente so en- contrados projetos com alas perpendiculares ao eixo da ponte, tam- bém conhecidas como alas abertas (Figura 2.3). A fungdo das alas 6 conter o aterro junto as extremidades da superestrutura. As alas fe- chadas tém a vantagem de diminuir o comprimento da saia do aterro na direcio do eixo da ponte, mas possuem a desvantagem de neces- sitar ser dimensionadas também ao empuxo de terra provocado pela carga mével sobre o aterro de acesso. G Para célculo do peso da propria estrutura é necessario conhecer as Alas abertas yeas Alas fechadas i Figura 2.3 - Posicao das alas na extremidade da ponte dimensdes da segdo transversal e as dimensdes € pesos dos elementos acess6rios que estario sobre a ponte, isto é * drea da seco transversal no meio do vao: 3,495 m?; 4,135 m’ * rea da segio transversal do guarda-rodas: 0,23 m?; * rea da segio transversal no apoi * peso do guarda-corpo: 0,1 kN/m; + espessura média do pavimento: 0,08 m. Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas ‘A espessura média do pavimento foi estimada admitindo-se uma espessura minima de quatro centfmetros para 0 pavimento asfalti- co junto ao guarda-rodas e uma inclinagdo de 2% do pavimento, de modo a permitir 0 escoamento da égua pluvial, 2.2 IDEALIZAGAO PARA 0 CALCULO DAS SOLICITACOES ‘As estruturas das pontes em vigas so formadas por elementos verti- cais (vigas) e horizontais (Iajes) ligados monoliticamente. A anélise da estrutura espacial € possivel e requer programas computacionais que estio disponiveis no mercado. Para esse texto, a superestrutura foi de- composta em elementos lineares (as vigas) e de superficie (as lajes), de modo a permitir o seu célculo manual, 0 céleulo do quinhao das cargas méveis que cada viga recebe é feito de forma aproximada. Colocam-se as cargas méveis numa secio préxima ao meio do vao, na posi¢ao transversal mais desfavoravel para a viga estudada, e obtém-se 0 seu trem-tipo. Para as segies pré- ximas aos apoios, o quinhao de carga da viga - para a mesma posi- ¢fo da carga mével na seco transversal ~ sofre alteracdes. Para maior simplicidade, contudo, admite-se que trem-tipo calculado préximo 0 meio do vio nao se altera ao longo da viga. [As ages em razio do peso préprio sio mais féceis de distribuir entre as vigas. No caso de seco transversal com duas vigas, cada uma recebe metade do peso proprio da superestrutura. Os esforgos decorrentes do peso proprio e da carga mével sao cal- culados em diversas segdes de célculo ao longo da viga. O mimero de seges adotadas em cada tramo varia com 0 seu vio, podendo-se ado- tar cinco seges para vos pequenos (da ordem de 10 ma 15 m) e dez segdes para vaos médios (da ordem de 25 ma 30 m). 2° [Daniel de Lima Aragjo) 2.3 DIMENSIONAMENTO DA VIGA PRINCIPAL 2.3.1 SOLICITAGOBS DECORRENTES DO PESO PROPRIO A seguir sio mostrados os célculos para determinagao do carrega- mento decorrente do peso proprio sobre cada viga principal (ou lon- garina). Adotaram-se pesos especificos (conc) de 25 kNim? © (pay) de 22 kNim? para o concreto armado e para o pavimento asfalti- co, respectivamente. a) Carregamento uniformemente distribuido: a.1) segdo transversal _ 3,495 (meio do vao): na Z x25 = 43,69 KN/m a.2) guarda-rodas: 1.23 x25 = 5,75 kNIm _ 820 = 10 kN/m = 56,8 kNim. a.3) pavimento: 0,08 x 22=7,216 kN/m a4) guarda-corp. Total Calculam-se, a seguir, as forgas concentradas constituidas pelo peso proprio dos alargamentos da alma das longarinas, transversinas, alas e viga de fechamento. 1) Alargamento da alma das longarinas: o peso proprio dos alar- gamentos da alma das longarinas junto aos apoios pode ser assimilado a um carregamento triangular com uma extensao de quatro metros nos balancos, seis metros nos vaos 1 ¢ 3, ¢ 6,5 m no vao 2 (Figura 2.4). Esse carregamento pode ser substituido por forcas concentradas apli- cadas no centro de gravidade da area triangular: Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas -balangos: p=B2E4 (18-02)25 =16kN ponta deapligacao, a= $ =1,33 m do apoio; = vaos 1 e 3 (£ = 18 m): 0,2 x 6 2 ponto de aplicagéo: a -£ =2 mdo apoio; x (18 0,2) x25 =24kN ~ vo 2 (f= 20 m): 0,2 x 65 p 2 ponto de aplicagio: a: x (1,8- 0,2) x 25 = 26 kN 55 917 m do apoio. Figura 2.4 -Dimensées do alargamento da alma da longatina b.2) Transversinas: as transversinas de vaio tém 20 cm de largura e 120 cm de altura, logo: P =(0,2x 1,2)x. x25 =14,4kN As transversinas de apoio tém 40 cm de largura ¢ 120 cm de altu- 1a, logo: 44 Pa (0,42 1,2) 25 =26,4 KN “ [Daniel de Lima Arai] — * b.3) Viga de fechamento: a viga de fechamento aplica na ponta da == balango uma forga de: P =(0,2x 18.40,2%03)x3% 25 =47,25KN b.A) Alas: 0 peso de cada ala, incluindo guatda-rodas ¢ guarda-c0t 6...2973- Fes deapso,e po colocados sobre ela, vale: P= (22505 + 2252931413 9.3.02) <02% 25 =1361ky (0,23 + 0,2 % 0,2) x2,25 x 25 =15,19 KN Py =0,1x2,25 =0,225kN P = 29,025 kN. b.5) A terra sobre a viga inferior da viga de fechamento aplica ni. os eee i ponta do balango uma forea de: mm 8,6 = (0,3%1,6)x5~ x 18 = 322KN | Figura 2.5 - Secbes de clculo e carregamento decorrente do peso proprio em uma | jongarina (dimensoes em metro) Logo, a forca total aplicada na ponta do balanco, para cada longa: 7,25 + 29,025 + 37,2 = 113,5 kN. 2.3.2 SOLICITAGOES DECORRENTES DA CARGA MOVEL rina, vale: Py Na Figura 2.5 so mostrados as segdes de calculo ¢ 0 carregamente 2.3.2.1 Determinagao do trem-tipo decorrente do peso préprio em uma longarina, Os momentos fletore As cargas méveis podem ocupar qualquer posigéo sobre o tabulei- € as forgas cortantes resultantes desse cartegamento so mosttados né ro da ponte. Assim, para cada longarina, é necessério procurar a po- Quadro 2.2, ¢ no Quadro 2.3 so mostradas as reagdes de apoio dé sicgo do carregamento que provoque a maxima solicitagio em cada superestrutura sobre a mesoestrutura. “uma das segdes de calculo. Esse procedimento é por demais trabalho- "so e inviavel de ser realizado manualmente. Dessa forma, utiliza-se do Quadro 2.2 - Momento fietor e forga cortante, em uma longarina, decorrentes di “ conceito de trem-tipo, o qual simplifica o carregamento sobre as lon- peso proprio garinas e torna 0 proceso de calculo dos esforgos menos trabalhoso. 79 Denomina-se trem-tipo de uma longarina o quinhao de carga pro- 6 duzido nela pelas cargas méveis de célculo, colocadas na largura do (contig tabuleiro, na posi¢io mais desfavordvel para a longarina em estudo, Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas {Danke de Lima Arse 1@ ‘ego renee caved a a Esquema estutural 8 Vista superior da oj caregada \Veiculsipo classe 45 (NBR 718: Peso de cada roda (p)= 75 kN Muto (a) = 5 kN? Figura 2.6 - Posicionamento do vefculo-tpo para cileulo do trem-tipo da longa (em metzo) Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Nessas condigdes, o trem-tipo € o carregamento de céleulo de uma Jongarina levando-se em consideragdo a geometria da segdo transver- ‘sal da ponte, como, por exemplo, 0 nimero e o espagamento das lon- garinas e a posigao da laje do tabuleiro. © trem-tipo, suposto constante ao longo da ponte, pode ocupar qualquer posicdo na diregao longitudinal. Assim, para cada segio da viga estudada € necessério determinar as posigées do trem ipo que produzem valores extremos das solicitagées. Nos casos mais gerais, empregam-se as linhas de influéncia, diagramas que permitem defini ‘as posigdes mais desfavordveis do trem-tipo e calcular as respectivas solicitagées. Com os valores extremos das solicitagdes, calculados nas diversas secdes de célculo da viga, € possivel tracar as envolt6rias de solicitagées da carga mével. Como os valores das envoltérias so de- terminados para as situagdes mais desfavordveis das cargas, quaisquer outras posigdes do carregamento produzirio solicitagSes menores. As- sim, se a longarina for dimensionada para os valores das envoltérias, sua segurana fica garantida para qualquer posigao da carga mével. ‘A ponte sobre o rio Pau Seco & da classe 45, logo deve ser empre- gado, para cileulo do trem-tipo, 0 veiculo-tipo especificado pela NBR 7188, com 450 KN de peso total. A distribuigdo da carga mével entre as longarinas depende da rigidez transversal do tabuleiro. Como a pon- te em estudo € constituida por apenas duas longarinas, a posicao mais desfavordvel para as solicitagdes é quando 0 veiculo-tipo esta posicio- nado no bordo da pista, encostado no guarda-rodas, conforme mostra- do na Figura 2.6. A reagao na longarina 1 pode ser obtida admitindo-se a laje apoiada sobre as duas longarinas, na diregio transversal, ¢ tra- ‘ando-se a linha de influéncia da reagio de apoio desta longarina. Ob- serva-se que 0 balanco do lado diteito do tabuleiro niio foi carregado, 4s (Daniel de Lima Arasjo} Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas pois o carregamento nessa posigdo tende a aliviar a reacéo na longaring adotado um coeficiente de impacto inico para os vaos, determinado em estudo. Em raz4o da simetria da seco transversal, 0 trem-tipo nigom base no comprimento médio dos trés vaos, ou seja, longarina 2 é idéntico ao calculado para a longarina 1. 18+ 20418 3 Gy = 14 - 0,007 x Para o balanco é adotado um coeficiente de impacto diferente, nesse = 1269 ‘A reagio de apoio na longarina 1, na regido da pista carregad: apenas com multidao (seco 1-1), vale: caso, o valor de £€ igual a duas vezes o comprimento do balango, Logo: Ry=gA =Sx n= 1,4 - 0,007 x (2 x 4) = 1,344 ‘A teagio de apoio na longarina 1, na regido carregada com o vei © ttem-tipo empregado no célculo dos esforgos nas longarinas é 0 culo-tipo c com multidao (secao T-II), vale: ‘mostrado na Figura 2.8. Vale ressaltar que nesse caso, como nao hi . x _passeio para pedestres, multiplicou-se todo o trem-tipo, obtido pelo © apenas multidio: Ry = qA= $x22212% 37 _ ge unym Passel P ° i 2 “posicionamento do veiculo-tipo na segao transversal, pelo coeficiente * veiculo-tipo: Ry = Pay + Pay = 75 « 1,192 + 75 x 0,808 = 150 kNge impacto. Caso houvesse contribui¢éo no célculo do trem-tipo de Logo, o trem-tipo das longarinas 1 ¢ 2 tem o seu valor conformicarregamento no passeio, essa parcela do carregamento nao poderia demonstrado na Figura 2.7: ‘ser multiplicada pelo coeficiente de impacto, uma ver, que o carrega- “mento proveniente de pedestres sobre a ponte nao provoca efeitos di- “ndmicos nela. B) ee e Figura 2.7 -Trem-tipo das longarinas da ponte sabre o rio Pau Seco i { [heer Horny Antes de calcular as solicitagdes decorrentes da carga mével, 6 con Balango veniente calcular o coeficiente de impacto e multiplicar o trem-ti tas ‘sa rage iar por esse coeficiente. Dessa forma, as solicitagées obtidas ja estarii ‘ {0 majoradas em razio do carater dindmico do carregamento movel. undo a NBR 7187, 0 coficiente de impacto pode ser determinadi pela seguinte expresso: = 1,4 - 0,007 £2 1 ‘Nesta expressio, f representa 0 vao te6rico da estrutura. Como x 5 : - ol Figt2 28- Trem-tipo, com impacto, das longarinas da ponte sobre o rio Pau Seco vaos nao séo muito diferentes entre si (menor vo > 70% do maior viol tp ipacto, ga ponte so [Daniel de Lima Arasjo} 8 rojeto de ponte em concreto armado com duas longarinas | Céileulo do momento fletor e da forca cortante 2.3.2. Para cada segio de célculo da longarina, sio tragadas as linhas influéncia de momento fletor ¢ forca cortante e, em seguida, € posici nado o trem-tipo calculado nas posigées mais desfavordveis — ou seh nas posigBes que provocam os maiores esforgos ~, obtendo-se assim § envolt6rias de momento fletor ¢ forga cortante. Sendo a viga dimensi nada para os valores dessas envolt6rias, a resisténcia estar garanti¢ para qualquer posigdo da carga mével sobre 0 tabuleiro, uma vex que solicitages correspondentes a esta posicao particular serio inferiores que foram empregadas no dimensionamento. Na Figura 2.9 so ilust das as linhas de influéncia das segdes 4, 10 ¢ 15 das longarinas da sobre o tio Pau Seco, bem como as posigdes mais desfavordveis do -tipo para cada segao. Exemplifica-se, a seguir, 0 célculo do maior momento fletor p vo na secao 4. Apés ser posicionado o trem-tipo, € necessario obter ‘ordenadas da linha de influéncia sob as forcas concentradas ¢ as 41 compreendidas entre a linha de influéncia ¢ 0 eixo da viga sob as gas distribufdas, Dessa forma, obtém-se: Mah =P (yi +y2 +¥3) + 1A + 282 Mat = 190,4 x (2,898 + 3,701 + 3,042) + 27,4 x 15,051 + 84 17,856 = 2398 kNm Procedendo-se de modo semelhante, obtém-se os esforgos nas mais segdes da longarina. No Quadro 2.4 esto resumidos os mentos fletores ¢ as forgas cortantes, méximos (Mg* e Vq") € mini (MGg- € Ver), obtidos com base no carregamento mével. tara “ % igura 2.9 - Linhas de influencia das longarinas da ponte sobre o rio Pau Seco [Daniel de Lima Aratjl 5° Quatro 24 - Momento fletor e forsa cortante, em uma longarina, decorrentes carga mével See le ea ee ee ~My Cem) | - 2015673982375 My Nm) | a9 165, “1475-4335 95 1055-95, 7 mm om 47 653 38194356 a8 [ea Sa aa won 42 Oy 1090 705 2096 a 4063-14 ay -48 1008 gon fon VEO | sm mm hme Vg GB) | ses 10 6937s mag 2.3.2.3, Céleulo das reagées de apoio [As reagdes de apoio provocadas pela carga mével sao obtidas forma semelhante a indicada no calculo dos momentos fletores e fo! cortantes com 0 uso das linhas de influéncia de reagdo de apoio. Figura 2.10 so mostradas a linha de influéncia no apoio 2 e as poy ‘ges mais desfavordveis do trem-tipo. No Quadro 2.5 apresentam-se valores de reagio de apoio das longarinas decorrentes da carga m6 Figura 2.10 Linha de influéncia da reagio de apoio na seco 10 Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas yuadto 2.5 - Reagdes de apoio, em uma longarina, decorrentes da carga mével 3.3 ENVOLTORIA DE SOLICITAGOES EM SERVICO 10 somar as solicitagdes decorrentes do peso préprio com as provo- -adas pela carga mével, j4 acrescidas do efeito de impacto, obtém-se valores das envolt6rias de solicitagées, as quais so utilizadas no iimensionamento das armaduras nas diversas secdes da longarina (Figura 2.11). Essas sol \gBes so denominadas em servigo, uma fez que clas representam as solicitagdes efetivas nas vigas principais da superestrutura. Para o dimensionamento das armaduras deve- 4 ser utilizada a combinagao iiltima recomendada pela NBR 8681 (ABNT, 2003b), a qual majora as solicitagdes em servigo por coefi- icientes adequados. Figura 2.11 - Envoltéria de momento fietor em servigo No Quadro 2.6 apresentam-se os valores para as envoltérias de momento fletor ¢ forca cortante de uma longarina, Esse Quadro foi obtido com a soma dos valores do Quadro 2.2 ¢ do 2.4. [Dante de Lima Aro 52 Quadro 2.6- Envoltérias de momento fletor e forca cortante em uma longarina (39 ettarben en oervigc) Para o dimensionamento das segdes, sero utilizados os coeficien- 5 tes recomendados pelas normas NBR 8681 (ABNT, 2003b) e NBR 6118 (ABNT, 2007) para a combinagao tiltima normal. 2.3.4 DIMENSIONAMBNTO DAS SECOES TRANSVERSAIS Apresenta-se, neste item, 0 dimensionamento das secdes mais repre, sentativas das longarinas, cujas envoltérias de solicitagéo foram cal culadas no item anterior. Sao admitidos os seguintes materiais a ser empregados na consi ao da ponte: © concreto: fy, = 25 MPa; * ago CA- 50. A escolha da resisténcia caracteristica & compressio do conc! (fx) deu-se em fungao da obra encontrar-se em um ambiente rural clevada umidade relativa, o que, segundo definigao da norma brasieir NBR 6118 (ABNT, 2007), classifica o meio como de média agressivida: de, Logo, pode-se adotar a classe de agressividade ambiental Il, 0 q implica o emprego de concreto com f., minimo de 25 MPa. Projeto de ponte em concreta armado com duas longarinas # Coeficientes de majoragao das agoes: aco permanente: y= 1,35 agdo variavel: Yq - 1,4. A escolha do valor do coeficiente de majoragio das ages perma- nentes se deu em funcao de se tratar de uma estrutura com ages per- manentes de pequena variabilidade, j4 que a maior parte das agoes permanentes é decorrente do peso proprio da estrutura. + Coeficiente de minoragdo da resisténcia do concreto: © Coeficiente de minoragio da resisténcia do ago: ¥, = 1,15. Quando a acdo permanente atuar como elemento estabilizados, isto é, como uma ago favoravel, adota-se y= 1,0. 2.3.4.1 Dimensionamento a flextio dimensionamento a flexio aqui apresentado é efetuado sem le- var em consideragao 0 efeito de fadiga das armaduras, 0 qual sera abordado posteriormente. [As segies submetidas a momento fletor positivo comportam-se como viga “T”, na qual a mesa representada pela laje do tabuleiro contribui na resisténcia a flexio da sedo, Na Figura 2.12 mostra- -se a determinacao da largura da mesa, segundo os critérios sugeri- dos pela NBR 6118 (ABNT, 2007), em uma seco situada no meio do vao central. [Daniel de Lima Ara 7 i—_— . ——— Ide balangos, 0 valor desse termo é igual a duas vezes 0 comprimento 55 do balango. Para efeito de exemplificagao, é calculada a armadura de flexio na seco 15, na qual atuam os seguintes momentos fletores: My = 994 kNms, Mg'= 2229 kam; Mg =-702 kKNm. © momento fletor de calculo (positive) nessa seco vale: Mg= 1g Mg +¥q Mah = 1,3 « 994 + 1,4 x 2229 = 4413 kNm A altura total da seco vale (h) 1,8 me a altura ttil (d) é admitida Figura 2.12 - Determinacdo da largura da mesa da viga “T” na seco do meio do da longarina (em em) fA parti day infocmagten dai Figura 212, tem-00 igual a 1,6 m, a qual serd verificada posteriormente. O dimensiona- b,=40 +20 + (40 - 27,5) =72,5em mento da viga T pode ser feito seguindo-se os procedimentos usuais da teoria do conecreto armado, encontrados em Carvalho e Figueiredo 3 b3= 0a = 0x5 2000 =120em Filho (2004). De posse do momento fletor na segio 15, obtém-se a ar- s { Oa =120em madura de flexio nessa seco: A,* = 65,8 cm2. © superescrito “+” no 1S 0,5 bz = 0,5 x (480 ~ 40) = 220cm = by + by + b3 = 72,5 + 120 + 120 = 312,5 cm valor da drea significa que essa armadura sera colocada para comba- ter 0 momento fletor positivo, isto é na face inferior da viga. Ressal- ta-se que no dimensionamento da sego 15 nao houve necessidade da No célculo da largura colaborante da mesa, mostrado na Figura) colocacao de armadura de compressio ¢ a linha neutra no Estadio III 2.12, aparece 0 termo “a” que depende do tipo de vinculagao na ex: situou-se na mesa de compressio. Essa deve ser a solugao preferencial tremidade do vao. Esse termo representa a distancia entre os pontos| a ser buscada no projeto da longarina, isto é, sem armadura de com- ulos do diagrama de momento fletor. Assim, em uma viga biapoiad © valor desse termo pressio, para evitar maiores problemas quando do dimensionamento ial a0 comprimento do vio. No caso de vos) da longarina aos efeitos de fadiga com momento fletor negativo em um dos apoios, o valor desse termo) No tramo 1, a seco mais solicitada por momentos fletores positi- € igual a trés quartos do vio, € no caso de vios com momento fletot] vos é a de niimero 4, na qual atuam os seguintes momentos fletores: ‘Mg = 995 kNm; M,*= 2398 kNm. negativo nos dois apoios, o valor desse termo é igual a trés quintos da is © momento fletor de calculo (positivo} nessa secao vale: vio. Esta é a situagio do vao central da ponte em estudo. Ja no caso Projeto de ponte em concrete armado com duas longatinas [Daniel de Lima Araijo} 36 Ma =, Mg +¥q Mg Ao admitir para a seco 4 as mesmas dimensGes da viga T dja armadura de flexdo: Ay = segdo 15 (Figura 2.12), obtém-se a armadura de flexdo nessa segiq area significa que essa armadura sera colocada para combater 0 mo- mento fletor negativo, isto é, na face superior da viga. = 1,3 x 995 + 1,4 x 2398 = 4651 kNm Sabendo que a largura da alma nessa seco (by) vale 60 cm, chega-se 57 4,3 cm*. O superescrito “—” no valor da Ast = 69,4 cm®, Vale ressaltar que como 0 tramo 1 possui compri mento e vinculagSes diferentes do vao central, o valor da largun As seg6es até aqui dimensionadas esto submetidas a momento fle- da mesa colaborante (by) é diferente nesse vio. Como a diferengy tor em apenas um sentido, ou seja, momento positivo ou momento para o valor calculado no vao central € pequena esse parémetr negativo. Algumas seg6es, contudo, so submetidas tanto a momento tem pouca influéncia no célculo da armadura, optou-se por mantg|fletor positivo quanto a negativo, devendo, portanto, ser dimensiona- © valor da largura da mesa colaborante igual em todas as segdes dj das para resistir a ambos. Esse € 0 caso, por exemplo, da secéo 2, célculo da longarina, cujos momentos fletores, com valores em servigo, séo: M, = 435 kN M,t= 1721 kNm; M,; = -1335 kNm. ‘Ao combinar M, com M,* obtém-se 0 momento fletor positivo de As segGes submetidas a momento fletor negativo tém seo reta gular, uma vez que nestas segdes a laje do tabuleiro situa-se na regia tracionada. A segao da longarina mais solicitada a momento fletor gativo é a de niimero 10, situada sobre o apoio entre os tramos céleulo e a sega resistente é em forma de “T”. Ma=tgMg-+ fq Mg" = 1,3 «435 + 1,4 « 1721 = 2975 kNm ‘Ao considerar a mesma seco transversal da Figura 2.12, chega-se aay tor negativo de calculo e a segdo resistente é retangular. Nessa situagao, € 2, Nessa segdo atuam os seguintes momentos fletores, com valor em servigo: M, =-2011 kNm; ‘Mg’= 570 kNm; M,- = -1927 kNm. ‘O momento fletor de céleulo (negativo) nessa seco vale: Ma = tg Mg + tq Mg” = 1,3 x (-2011) + 1,4 x (1927) = -5312 et Admite-se para a altura ttil dessa sego um valor superior ao ad 14,1 cm?, Combinando M, com M,” obtém-se 0 momento fle- 1 agio permanente atua de forma favoravel, reduzindo 0 esforgo pro- vocado pela carga mével e, portanto, adota-se 7g = 1,0. Ma = tg Mg +¥q Mg = 1,0 x 435 + 1,4 x (-1335) Em razio da variagGo uniforme da espessura das longarinas, a lar- 1434 kNm. tado para as segdes submetidas a momentos fletores positivos em d. corréncia da colocagéo de parte da armadura de flex4o da longarind gira nessa segao (by) vale 48 cm, chegando-se assim a area de ago & tragdo de: A,“ = 21,1 cm? (d = 1,65 m). Procedendo-se de forma ané- na laje do tabuleiro, o que reduz a distancia entre o centro de gravid loga para as demais segdes, obtém-se as reas de ago a flexio mostra- | de das armaduras e a fibra mais tracionada. Inicialmente sera adota da uma altura itil (d) de 1,65 m, que sera verifcada posteriorment®) das no Quadro 2.7. Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas (Daniel de Lima Arajo] ss Projeto de ponte em concreta armado com duas longarinas Quadro 2.7 - Area de ago em uma longarina para resistir aos momentos fletores ( licitagdes de célculo) i eee ae los oles 85 335396) mane B36 ae 302 2.3.4.2 Fadiga da armadura longitudinal A fadiga pode ser definida como a alteragao mecanica dos mat riais sob 0 efeito de solicitagdes repetidas. As ages que causam fadi so aquelas que produzem variagdes de solicitagdes com frequénci relativamente alta. Dentre elas podem ser citadas: cargas moveis, 01 das do mar, sismos, vento, variagdes de temperatura, congelament etc. Os maiores problemas de fadiga ocorrem, normalmente, para si tuagdes com elevado niimero de ciclos, de 103 a 108, © concreto, quando sujeito a agdes repetidas, pode apresentar fi suragdo excessiva e, eventualmente, romper apés um grande nimer de ciclos, mesmo se o nivel de solicitagao for menor que a correspom dente solicitagao estdtica. A resisténcia a fadiga é definida como w fragao da resisténcia estética que pode ser suportada, para certo nt mero de ciclos. Por exemplo, para dez milhdes de ciclos, a resisténci fadiga, para compressio, tragdo ou flexao, é de aproximadamente 5% a 60% da resisténcia estatica. A ruptura por fadiga do concreto caracterizada por deformagGes e microfissuragao bem maiores que s correspondentes & ruptura sob solicitagao estatica, [A resisténcia & fadiga do ago depende de varios fatores (El Debs; rakeya, 1992): 2) conformagio superficial: as nervuras das barras, projetadas para melhorar a aderéncia entre 0 ago e 0 concreto, acarretam uma reducio significativa da resisténcia 8 fadi ‘a, comparativamente as barras lisas, por causa da concentracao de tenses; resi b)_didmetro das barras: téncia 4 fadiga das barras diminuii com © aumento do seu diametro; uma barra com 40 mm de diéme- tro pode ter resistencia a fadiga 25% menor que uma barra com 16 mm de diaimetro, mantidas as demais condigdes, ©) batras dobradas: o dobramento das barras reduz a sua resis- téncia a fadiga em relagio as barras retas, por causa da intro- dugdo de tenses localizadas nas regides dobradas. Esta redu- do é fungio da relagio entre o didmetro de dobramento ¢ 0 diametro da barra; d) emendas por traspasse: ensaios experimentais com traspasse de 20 a 35 vezes o didmetro das barras mostraram que este tipo de emenda nao apresenta reducio significativa de resisténcia 4 fadiga em relagao As situagdes similares sem emendas; €) emendas por solda: nas barras emendadas por solda, por ele- trodo ou por caldeamento, ocorre uma reducao da resisténcia & fadiga de até 50% em relagao & barra sem emenda. As estruturas de conereto armado sao estruturas compostas, nas uais © aco absorve as tensdes de tragdo quando o concreto fissura. 38 [Daniel de Lima Arai} 60 Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Dessa forma, seu comportamento a fadiga esta intimamente relacig r _ 9 ¢ oa Ere nado com as propriedades de seus materiais componentes, ago ¢ coq h creto, € da interagdo entre eles (aderéncia). Assim, para elementos sysendo / a altura da saliéncia ¢ r o raio da curva de concordancia da barmados sob a agio de momento fletor, 0 comportamento referenisaliéncia com o corpo da barra. Na falta de,dados experimentai es ecificos que comprovem que barras que nao respeitam essa configu- ago satisfazem os limites de tensio da NBR 6118 (ABNT, 2007), ermite-s¢ utilizd-las com uma redugao de 30% da flutuagao de ten- 8 fadiga estd diretamente relacionado com a resisténcia & fadiga armadura. Para elementos superarmados, ou aqueles em que o lhamento e a aderéncia sao fatores determinantes, a previsdo do c« portamento € mais complicada. io limite dada na Tabela 23.2 da referida norma. No Brasil, esse assunto € abordado no capitulo 23 da NBR 61 (ABNT, 2007), que aborda o projeto de estruturas de concreto. Quando a variagio de tensGo nas armaduras longitudinais, em cvigo, Ao, for superior & Aj fad/Yie ~ pode-se admitir yyy = 1,5 na gundo essa norma, as variagdes de tensGes, em servico, das barras dauséncia de normalizagio especifica -, as areas de ago calculadas, no armadura longitudinal devem ficar limitadas a valores admissiveislestadio Ill, para resistir aos momentos fletores devem ser multiplica- fim de prevenir a ruptura por fadiga, a qual é perigosa por sua natidas por um coeficiente de fadiga K obtido por: reza frégil, ou seja, sem aviso decorrente de deformagGes inelastic y _ Yat 49: © limite maximo da variagio de tens&o para 0 ago CA-50 é dado ic fad [As armaduras assim majoradas terdo as variagbes de tensGes limi- adas a Aji ad/Yise Ainda segundo a NBR 6118 (ABNT, 2007), a ve- ificago a fadiga pode ser realizada através de andlise baseada em ‘Tabela 23.2 da referida norma, Para o caso de barras retas ou dobr das com didmetro de dobramento maior que 25 vezes 0 didmetro barra, a flutuacdo de tensio limite para evitar a ruptura por fadiga ago (Afafad) Varia de 150 MPa a 190 MPa em funcio do dim da barra. Jé para o caso de barras retas ou dobradas com diam todos elésticos, desprezando-se a resisténcia 4 tra¢do do concreto 1p6s a fissurago. A variagdo de tensdo pode ser obtida por uma com- de dobramento menor que 25 vezes o didmetro da barra, o valor dbinagao frequente de ages, adotando-se os coeficientes de minoracdo Afedgad Varia de 85 MPa a 105 MPa. No caso de estribos, 0 valor sspecificos para o caso de pontes. Segundo essa norma, o valor do Afsdad € fixo € igual a 85 MPa, desde que o didmetro de dobrament!4t0r de redugao ; a ser utilizado na combinagao frequente de acdes pontes rodovidrias vale 0,5 para a verificagao das longarinas ¢ 0,8 ara a verificacao da laje do tabuleiro. seja ao menos igual a trés vezes o diémetro da barra, 0 qual nao deré ser maior que dez milimetros. Os valores apresentados para Aja,ad Feferem-se a barras net Analisa-se, a seguir, a seg 12 da longarina da ponte sobre o rio das de alta aderéncia, nas quais as saliéncias transversais ¢ longitudl’4™ Seco, por ser esta a seco que apresenta as maiores variacbes de eee jomento fletor. Os momentos fletores devidos & carga permanente (Daniel de Lima Arai} 6 (Mg) ¢ a carga mével (Mg* e Mg"), em servigo, que atuam nessa s 4] a do sao: ok Mg =-70 kNms, a [7 Te 2 a Mg'= 1090 kNm; / 4 Fi \ Mg- = 1008 kNm. / a) i | A variacdo de tensao na secao é definida como Ao, = Osanax ~ Tsang) _—_ 40! ‘| om i dl IN = A tensio osmax € obtida pela combinagio de My com Mg*, a q ae resulta em um momento que traciona as fibras inferiores (momen {ey Sento para maar tr posto (0) Septo para moments Retr nogatvo fletor positivo). ‘Ms, max = Mg + ¥iMg* =~ 70 + 0,5 x 1090 = 475 kNum Figura 2.13 - Secdes de célculo da segio 12 da longarina ‘A tensi0 osmin € obtida pela combinagao de My com Mg; a q\ : . . Essa expressdo fornece a posigdo da linha neutra, no estédio II, em resulta em um momento que traciona as fibras superiores (moment fletor negativo).. Ms, min = Mg + ¥iMq~ Para calcular a tensGo na armadura, admite-se que a segio se uma secdo retangular com armaduras de tracio compressio. Nessa expressio, A, é a drea de ago de tragdo; A,’ é a drea de ago de com- ~ 70 +0,5 x (-1008) = - 574 kN.m pressio; 1 é a relacdo entre os médulos de deformagao longitudinal do aco e do concreto; by, é a largura da seco; d é a altura util da contre no limite do estédio Il, ou seja, 0 concreto tracionado nio resif ..-35 — distancia da armadura tracionada & fibra mais comprimida te 0s esforgos ¢ a distribuigdo de tensdes na regido comprimida él 4, secio; + € 0 cobrimento da armadura comprimida ~ distancia da near, Na Figura 2.13 sio mostradas as segdes transversais empregadé semadura comprimida &fibra mais comprimida da seco. no célculo, considerando a atuacio de momentos fletores positivol Quando a seco 12 est submetida ao momento fletor positive (Maymax}, tém-se: A= A,? = 21,4 cm; A,’ = Ap = 22,2 cm’; n = 10 (item 23.5.3 da norma ABNT NBR 6118); by = 312,5 cm; d= 160.cm et = 15 cm. Ao usar esses valores na expresso anterior obtém-se negativo e os diagramas de tensio e de deformagao na segao. Inicialmente, analisa-se a segio 12 quando submetida a mom to fletor positivo (Maynax)- Admitindo-se que a linha neutra esteja mesa de compressao (0 que implica em admitir by, = by), sua posi pode ser obtida por (Carvalho; Figueiredo Filho, 2004): ‘xq = 14,17 cm, menor que a espessura da mesa colaborante (hy), 0 que confirma a hipétese inicial da linha neutra encontrar-se na mesa de compressio. A inércia da seco € obtida, entao, por: re . a at +n Ay (d—xq)? +n A, (t—xy)? > In = 0,0485 m4, Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas [Danial da Lima Ara] “ A expresso anterior foi obtida para uma seco retangular no est@ Qonhecidas as tensOes nas armaduras quando a secdo est subme- 5 dio II com armaduras de tracdo e compressao. A tens na armadutfida aos momentos fletores positivo e negativo, é possivel determinar tracionada, que neste caso esta na face inferior da longarina (A."), va + IMs mue|(d = xu) OFmax lh A tenso na armadura comprimida, que neste caso est na face st varia¢do de tensio em cada uma das armaduras dessa secio. Na Poe rmadura inferior (A,*) a variagao de tensao vale: ans “Yjax AOS = Yiae (Gs,max ~ Shmin ) = 15x (142,8 - (-17,3)) = 240,3 MPa ‘Ao adotar, como armadura de flexao, barras nervuradas com diéme- perior da longarina (A,-), vale: IM, (t—x, 2M mex =n) 0,8 MPa Ty Essa armadura esta sendo tracionada, e nao comprimida, em fi ro de 25 mm, a flutuagao de tensao limite para evitar a ruptura por .diga do aco (Afdfad) vale 175 MPa, segundo a NBR 6118 (ABNT, 1007). A variagao de tensdo calculada na secéo 12 é maior que esse limi- sia . logo se deve aumentar a rea de aco multiplicando-a pelo coeficiente ao da linha neutra no estadio Il estar acima do centro de gravidadde fadiga da armadura comprimida. _ Yawdoy _ 240, SiApaga 175 Na armadura superior (Ay) a variagao de tensio vale Var 807 = Year (5max ~ Fs,min ) = 1,5 (169 — 0,8) = 252,3 MPa Kt =1,37 Quando a segdo 12 esta submetida ao momento fletor negati (Majnin)s tém-se: Ay = AZ = 22,2 cm; A, = Ast = 21,4 ems n = 1 by=47 cm; d = 165 cm et = 20 cm, Ao usar esses valores na express que fornece a posigao da linha neutra em uma secdo retangular com : i a - oe Como a variagio de tensio nessa armadura também é maior que maduras de tragao e compressao obtém-se xy = 33,47 cm. A inércia ie . at = ~. flutuagao de tensao limite (Aged fad = 175 MPa), deve-se aumentar a seco € obtida pela mesma expresso empregada quando a segao esta irea de aco multiplicando-a pelo coeficiente de fadiga Yor Ao _ 2523 Abed, fad 175 submetida ao momento fletor positivo e vale Iy = 0,0447 m*, K. 4 ‘A tensio na armadura tracionada, que neste caso esta na face s perior da longarina (A>), va Essa verificagio se refere apenas & fadiga da armadura. Para garantir 169 MPa 1 seguranca da secdo transversal ao estado limite iltimo de fadiga, de- hy e-se verficar, também, a fadiga do concreto comprimido, 0 que pode ser feito seguindo a recomendagao da NBR 6118 (ABNT, 2007). A ve- rificagdo para o concreto A compressio é satisfeita se A tensao na armadura comprimida, que neste caso esta na face ferior da longarina (A,*), vale: i Sesmax < Kat Me Ye Projeto de ponte em concreto armade com duas longarinas [Danie de Lima Aatjo] 66 em que feagaa = O45 fot wet 15-05 Pall kecal sendo: nie, © fator que considera 0 gradiente de tensdes de compressa no concreto; Iocil, o menor valor, em médulo, da tensio de compressio a distincia néo maior que 300 mm da face sob a combinacao vante de cargas (Figura 2.14); lol, © maior valor, em médulo, da tenséo de compressio a w distancia ndo maior que 300 mm da face sob a mesma combinagi de carga usada para célculo de log! (Figura 2.14). Como nfo ha na NBR 6118 (ABNT, 2007) recomendacao para valor de Yj na verificacéo do concreto a fadiga, optou-se aqui por lizar f= 1, tendo em vista a utilizagao do valor de célculo da resisté cia 8 compressio do concreto nessa verificagio. ae Figura 2.14 - Definigio das tensoes 0.3 6.2 Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Na sequéncia, é exemplificada a verificagio da fadiga do concre- to sob compressio na secdo 12, tanto para momento fletor positivo quanto para momento fletor negativo. No caso de momento fletor po- sitivo, a maxima tensio de compresséo ocorre na fibra superior da secio e pode ser calculada por - Mamax Xn _ 475 x 0,1417 Go ol ly 0,0485 =1388 kN/m? = 139 MPa Seguindo o procedimento anteriormente descrito, conclui-se que locil= Camax € Kea! € igual a zero, ja que a profundidade da linha neutra no estdio II (x1) € menor que 300 mm. Logo, n¢ = 0,67, podendo-se concluir que a segdo esté segura com relagio a fadiga do concreto comprimido, pois 25 MPa 1 = 1,39 MPa < 0,45 x x ams = 19 MPAs M067 <10 =12MPa No caso de momento fletor negativo, a maxima tensio de com- pressio ocorre na fibra inferior da segao e pode ser calculada por ot ~Mamin i _ 574 «0.3347 max. ly 0,0447 4300 kN/m? = 4,30 MPa Como neste caso a profundidade da linha neutra no estadio II (xu) € maior que 300 mm, conclui-se que la! = 0,45 MPa. Logo, ne = 0,69, podendo-se deduzir que a sega também esta segura com relagio a fa- diga do concreto comprimido, uma vez que 25 MPa 1 + 4,30 MI 0,45 « ———— : PO Mea 0,691 ‘comax 14 = 11,64 MPa Analisam-se, a seguir, as tenses na armadura inferior da se¢ao 15. Os momentos fletores devidos carga permanente (My) ¢ & carga m6- vel (M,* ¢ M,-), em servigo, que atuam nessa segio sao: 6 (Daniel de ima Araijo} M, = 994 kNm; 2229 kNm; 702. kNm. ‘A combinagao frequente que produz a maxima ¢ a minima tensio na armadura de traco, situada no bordo inferior da segao, é: Mg, max = Mg + 0,5Mq*= 2108,5 kNm Mg min = My + 0,5Mg7= 643 kNm Essa seco, a0 longo da vida stil da ponte, estaré sempre submetida, a momento fletor positive com intensidade variando de 2108,5 kNm: a 643 KNm. A segio transversal de célculo empregada na avaliacéo das tenses na armadura é a mesma indicada na Figura 2.13. Admitin- do-se, inicialmente, que a linha neutra esteja na mesa de compressio (by, = by) ¢ sabendo-se que Ay = A’ = 65,8 cm’, Ay = Ay = 0,n = 10, by = 312,5 cm, d= 160 cm e t = 15 cm, obtém-se, pela expressio para célculo da linha neutra em segdes retangulares com armaduras de tra- 40 € compressio, um valor maior que a altura da mesa colaborante (hy= 20 cm). Isso indica que a hipétese inicial nao é valida, devendo-se recalcular a posigo da linha neutra considerando-se uma seco em for- ma de “T”, Se a contribuigao da nervura for desprezada (valido para by > 5 by) € no houver armadura de compressio na seco, a posigao d linha neutra pode ser obtida por (Siissekind, 1989) O,Sbgh? +n A, d phy > xy = 24,3 cm by hy +n A, = ‘A inércia da segio no estadio II puro é obtida por he 2 =P by (-¥) +n Ay(d— x)? = In = 0,1360 m4 dir SS max = + 8 Msnae| (d= 0) _ 519.4 pa hi , + 1 M,min| (d- xn) Sie _2 Mama c4aMPa ri A variagdo de tenséo na armadura tracionada vale, portanto, iat 403 = Year (OZ,max — F3,min )= 219,3 MPa Como a variagao de tensio nessa armadura é maior que a flutua- cdo de tensio limite (Aja,fad = 175 MPa), deve-se aumentar a rea de ago, multiplicando-a pelo coeficiente de fadiga: Yin 80! _ 218 Kt= Tass =1,25 Agaad 175 No Quadro 2.8 so apresentados os coeficientes de fadiga e as areas de aco finais majoradas pelo coeficiente de fadiga. Dessa forma, com as {reas indicadas no referido quadro fica atendido o estado limite iltimo de fadiga da armadura em todas as segGes da longarina. Da mesma forma, deve-se verificar o estado limite Giltimo de fadiga do concreto sob compressiio em todas as segdes da longarina. No Qua- dro 2.9 apresentam-se a maxima tensio de compressfo e a tensio limi- te estabelecida pela NBR 6118 (ABNT, 2007). Percebe-se que apenas na seco 10 0 estado limite tltimo de fadiga do concreto comprimido nio foi atendido. Portanto, a largura dessa seco deve ser aumentada para 80 cm, que € 0 minimo necessério para atender ao estado limite tikimo de fadiga do concreto comprimido nessa seco. Com 0 aumento da largura, haveria um aumento do peso préprio da longarina. Se este aumento for ii ferior a 5%, ele pode ser desconsiderado, permitindo a [As tensdes maxima e minima na armadura tracionada (A,*) valem:| utiizacdo dos esforcos jé calculados. Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas 6 [Daniel de Lim Arasjo} 70 Quadro 2.8 Area de ago de flexdo, corn fadiga, em uma longarina 2.3.4.3.a Envolt6ria de armagao n Quando do dimensionamento a flexio, foram determinadas, em ‘cada secdo de célculo, as dreas de armadura positiva e negativa. A par- tir dessas 4reas, podem ser tracadas, em cada tramo, duas envoltérias de armacao (Figura 2.15). A primeira envolt6ria é obtida tracando-se a envolt6ria simples de armago ~ que resulta diretamente do dimensiona- mento (Quadro 2.7) ~ € adicionando-se a ela o deslocamento horizontal destinado a cobrir as solicitagdes de trago do banzo inferior da treliga, empregada no célculo da armadura transversal (decalagem). Scone Figura 2.15 - Envoltéria de armacio de uma longarina (© valor da decalagem depende do modelo de célculo utilizado para o dimensionamento da armadura transversal. Caso seja utilizado (0 modelo da trelica classica, deslocamento do diagrama de momen- to fletor sera, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2007), Va 2(Va-Vel ay= (1+corga.)—corga |20,5d CO dimensionamento das armaduras das secdes é completado pof| em que, um plano de distribuigao das barras ao longo do tramo, garantindoy 4 é 0 angulo de inclinago da armadura transversal, que nesse pro- | | i | | | | 2.3.4.3 Detalhamento da armadura de flexao das longarinas | assim, a resisténcia de todas as suas segdes. jeto foi adotado igual a 90°; Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas [Daniel de Lima Arai] 2 ‘Vu éa forca cortante de célculo na segio mais solicitadas V< € a parcela da forca cortante absorvida por mecanismos co! plementares ao de treliga. Apresenta-se, a seguir, o calculo da decalagem (a,) para 0 tramo 20 m. A forga cortante de célculo junto ao apoio desse tramo vale: Va = tg Ve + %q Vq= 13% 611414 x 772 = 1875 kN logo: £474 Ye Ve =0,6 fed by dy com fog = 0,21 x 2575 x021 x Weg 6x O2ln a %0,6 x1,65 => V, = 762 kN ae. __Va____1875__ogg d 2(Vy-Ve} 2 (1875-762) * Procedendo-se de modo semelhante pode-se calcular 0 valor da dec lagem (a,) para 0s outros tramos, incluindo o balango. Obtém-se a segunda envoltéria pelo aumento da area de aco, cada seco, de forma a limitar a variago de tensio nas armadur (envoltéria com fadiga ~ Quadro 2.8). A envolt6ria final de armacat é definida pela situago mais desfavoravel em cada segao, ou seja, definida pelo contorno externo da superposigio dessas duas envolt rias, uma vez que os efeitos de fadiga e de deslocamento lateral nao somam ~ sio fendmenos fisicos independentes. Essa envoltéria defi 6 pontos nos quais as barras de armagio devem ser ancoradas. Vale ressaltar que as barras de ago fornecidas comercialmente t comprimento de 12 m e toda vez que houver necessidade de bart Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas maiores seré necessario a execugao de emendas nas armaduras. Os tipos de emendas que se empregam normalmente so: emendas por traspasse, emendas por solda e emendas por luvas rosqueadas. As ‘emendas por traspasse so as de execugio mais corriqueira por nio exigirem mio de obra qualificada e, por isso, sto empregadas no de- talhamento da armadura de flexio da ponte em estudo. ‘Além da distribuigao das barras da armadura ao longo dos vos da ongarina (distribuigao longitudinal), é necessédrio definir a distribui- ‘gio dessas barras na seco transversal. Normalmente sio escolhidas as segdes do meio dos vaos e sobre os apoios por ser as que possuem 0 maior nimero de barras. A colocagio das barras na longarina obedece a diversos requisitos construtivos: a) cobrimento minimo da armadura de modo a garantir protecio mecénica e quimica do agos b) espagamento entre barras, nas direges horizontal e verticals ©) distribuigo das barras de maneira a permitir a entrada do concreto e do vibrador até as camadas inferiores. Para o cobrimento da armadura (neste caso, o estribo), admitindo um meio com classe de agressividade ambiental Il, pode-se adotar trés centimetros, 0 qual devera ser garantido por espacadores de concreto ou plastico. © espacamento entre barras da armadura em uma camada hori- zontal € determinado pelas seguintes condigdes (ABNT, 2007): a) 1,2 vero didmetro maximo do agregados b) didmetro da barra, do feixe ou da luvas ©) espagamento minimo construtivo de dois centimetros. ‘A admissio de um agregado com diametro maximo de 19 mm e barras com didmetro (6) de 25 mm, leva a concluir que o espagamento, a [Daniel de Lima Aaj 24 horizontal minimo (enin) entre as barras deve ser de 2,5 cm. Admi- tindo-se, ainda, estribos com diametro (g,) de 10 mm, verifica-se que numa longarina com largura de 40 cm é possivel colocar no maximo seis barras nao emendadas por traspasse, ou seja: 2c + $4) + (np + (N-1)emin) $40 em 2(3 +1) +(x 2,5 + (n-1) x 2,5 540 om 2.3.4.3. Emendas por traspasse ‘As emendas por traspasse — nao utilizadas para barras com dia- metro superior a 32 mm e explicitamente proibidas em tirantes ~ tém como ideia basica transferir 0 esforgo de uma barra para a ou- tra pela ancoragem de ambas com 0 concreto, ou seja, é como se ‘uma das barras ancorasse no concreto ¢ este, também por aderén- cia, transferisse & outra barra o esforgo que recebeu. Dessa forma, 0 comprimento f, dos trechos de traspasse é definido pelo produto do comprimento de ancoragem da barra (f4) por um coeficiente de > 1 (Tabela 2.1), que leva em consideracio o niimero de barras ancora- das na mesma segio ¢ avalia a redugdo da tensio de aderéncia em decorréncia do grande niimero de barras emendadas proximas umas das outras: 03 oo 156 20cm foe = Soe Ly 2 Tabela 2 Valores do coeficiente tye para emendas por traspasse sawed 1820 Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Sao consideradas barras emendadas na mesma segdo aquelas cuja. 75 distancia entre as extremidades mais proximas seja inferior a 20% do maior dos comprimentos das emendas (Figura 2.16). Quando as bar- ras emendadas tém didmetros diferentes, o comprimento de traspasse deve ser calculado pela barra de maior diémetro. ——— faz te 32 mm (> em mm). [Daniel de Lima Ara} 7% [A Tabela 2.2 apresenta a porcentagem maxima de barras tracioy nadas emendadas por traspasse na mesma seco transversal admic tida pela norma ABNT NBR 6118. Segundo essa norma, pode- adotar proporgées superiores as indicadas na Tabela 2.2, mas ess procedimento devera ser justificado, mediante demonstraco da ine tegridade do-concreto na transmissao dos esforcos ¢ da capacida resistente da emenda, como um conjunto, diante da natureza das ages que a solicitam. Para que sejam consideradas emendadas, a distancia livre entr as barras deve ser inferior a quatro vezes 0 didmetro delas. Emen: das em que a distancia livre entre barras seja maior que quatro vé zes 0 diametro das barras s6 so permitidas por imposicao da geo: metria da pega ou por razdes construtivas. Nesse caso, a distanei livee entre as barras emendadas deve ser acrescentada ao compri mento de traspasse calculado. ‘As armaduras permanentemente comprimidas ¢ as de distribuig podem ter todas as barras emendadas na mesma segao. As emendas ps traspasse das barras comprimidas podem ser calculadas pela express 0,6 4, 156 20cm t foc = th = Para evitar fissuracao transversal A emenda, deve-se dispor uma af madura transversal a ela, como mostrado na Figura 2.17. ‘Nas emendas por traspasse de barras da armadura principal tragdo com didmetro igual ou superior a 16 mm ou em que a propo! do de barras emendadas seja igual ou superior a 25%, a armadut transversal deve: Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas| ser capaz de resis ir & forga igual a de uma das barras emendadas; «ser constituida por barras fechadas, se a distancia entre as duas barras mais proximas emendadas na mesma segio for inferior a dez vezes o diémetro da barra emendada; # concentrar-se nos tercos extremos da emenda. Nas emendas por traspasse de barras comprimidas, mantém-se 1s critérios adotados para as barras transversais da armadura prin- cipal de tracio, colocando-se pelo menos uma barra da armadura transversal posicionada a uma distancia de 4 $ das extremidades da emenda. _— iF ri _ poe apy tue Barras waeionosas Barras companies Figura 2.17 - Armadura transversal em barras emendadas por traspasse 2.3.4.3.3 Detalhamento do tramo 0-10 Exemplifica-se, a seguir, 0 detalhamento do tramo 0-10 que possui 4 maior quantidade de armadura positiva & flexio. Como esse tra- ‘mo possui um comprimento de 18 m, néo é possivel cobrir toda a envoltéria de armagio (Figura 2.15) sem a execugio de emendas em algumas barras. A area de ago requerida na segio 4 € de 97,2 em? - incluindo-se o efeito da fadiga -, a qual é garantida se forem empre- gadas 20 barras com didmetro de 25 mm (A, ma, a érea de aco efetiva na segio é de Ase 4,91 cm). Dessa for- 20x 4,91 = 98,2 cm? (Daniel de Lima Araijo] ” Definida a quantidade de barras que serio empregadas no del ancorando-a desta segdo em diante ~ a barra comega com tensio de talhamento, pode-se dividir a envolt6ria final de armacao por mg ¢élculo f,y em B, caindo a zero em C. No caso de ancoragem reta, esta série de linhas, conforme mostrado na Figura 2.18, cuja distancig devera ter um comprimento tal que ultrapasse (pelo menos deve atin- centre si equivale & Area de n barras, valor de m € definido pelg gir) a seco C, j4 que o esforco s6 seré nulo, na barra em questo, a0 se ultrapassar esta seco; por margem de seguranga, a NBR 6118 (ABNT, 2007) prescreve que se deve ultrapassar em, pelo menos, 10 $a seco projetista quando do detalhamento da viga. Contudo, se ele for p queno, existira um niimero elevado de posigées de corte, 0 que ficultaré a execugao da viga. Porém, se for grande, haveré um de C—¢ € 0 didmetro da barra que se esté ancorando -, para a barra reta perdicio de barras em razao de suas exigéncias de ancoragem. Nes] que comesou sua ancoragem em B. Procedendo-se dessa forma para to- projeto optou-se por das as barras no tramo 0-10, so determinados o comprimento e as Os pontos de intersegao da envoltéria de armago com o feixe de} posigdes de inicio e fim das demais barras — valores de “a” e “b” para a nhas definido anteriormente indicam, exatamente, em que seco pode _posic4o 1 na Figura 2.18. retirar de servigo as barras da armagio e iniciar a sua ancoragem retili © préximo passo é determinar 0 comprimento de ancoragem (r para as barras da armagio de flexo. Por definigao, 0 compriment de ancoragem, por aderéncia, de uma barra é 0 comprimento mini : necessério para que ela transmita ao concreto sua forga de céleulo nao despertando tensées médias de aderéncia superiores 4 corresp dente resistencia de aderéncia de célculo (fp). Em regides de boa ai réncia, situagio tipica da armadura de flexo positiva, ¢ para bai de alta aderéncia, caso do CA-50, 0 valor de fya € avaliado por 3 @ o° _| “tf uy % fgg =2,25 x1 x1 x aoe =2,89 MPa Figura 218 - Disposigio da armadura de fexto (positive) no tramo 0-10 Logo, Até a posigao 5 as barras tém comprimento inferior a 12 m, no pees ee sendo necessérias, portanto, emendas. A partir da posi¢ao 6, contudo, 4 289 €necessdria a emenda de barras para cobrir a envoltéria de armagao. Dessa forma, pode-se comecar a retirar de servigo duas barras armadura de flexio a partir do ponto B da Figura 2.18, por exemy Ao adotar emendas por traspasse, torna-se necessario definir o niime- to de barras que sero emendadas na mesma se¢o para, em seguida, Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas t —calcular 0 comprimento do traspasse. Arbitrando-se um maximo de quatro barras emendadas numa mesma segdo, chega-se a uma por centagem maxima de 20% (449%100 ) de barras emendadas. Dessa forma, o comprimento do traspasse vale bog = Ooy fp = 1,2 x94 =113 cm 0 valor de cg foi obtido da Tabela 2.1 com porcentagem de bar. ras tracionadas igual a 20%. Necessita-se, posterior mente, definir em quantas camadas horizon. tais serd disposta a armagao. Se nfo houvesse emenda por traspasse na armadura, poderiam ser dispostas seis barras por camada, como ja cal culado, Contudo, em decorréncia das emendas, o niimero de barras por ‘camada deve ser menor, uma vez que 0 espagamento horizontal mini ‘mo (enin) deve ser respeitado também na regio das emendas. Para efei- to de célculo desse espagamento, as emendas por traspasse podem ser consideradas como feixe de duas barras, Dessa forma, tem-se = ova =2,5x V2 =3,54cm em que b, representa o didmetro equivalente de um feixe de duas barras. Emin Conclui-se, portanto, que o ntimero maximo de barras emendadas| 5-@-58— ep 1p On a@ ng th Vs On 3@ oll TE. ‘numa mesma camada é igual a quatro, isto é, 2c + de) + (2 2h + (1-1 Jemin) $40 cm 2(3 +1) + (nx 2 x 25 + (n-1) x 3,54) <40 cm > =4 De posse dessas informagies, procede-se & defini¢ao da posicao das cemendas (ver Figura 2.20), respeitando os limites de no maximo quatro} barras emendadas numa mesma segao e distancia de 0,2 x 113 = 23 cm) —— ——| entre as emendas na direcéo longitudinal. A NBR 6118 (ABNT, 2007}. sansverso) no apo! recomenda que 25% da armadura no meio do vio seja prolongada at" dos eixos 1 e 4 0 apoios, af penetrando pelo menos 10 6. Sendo assim, as seis barray Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas [Daniel de Lima Araijo} se um maximo de ega-se a uma por emendadas. Dess; da por traspasse mada, como ja cal mero de barras raspasse podem a, tem-se eixe de duas barras, : barras emendad: on=4 igo da posic¢ao di »no maximo quat e 0,2 x 113 = 23 6118 (ABNT, 2007 seja prolongada a assim, as seis bar Er RE a STEN Qe eee eee ee a atten 120 Fag | ee : NN nena ae caumeen earn sar 8 ana SSE: ee ae = es i ee 2h 08 i 282m ALF ne psen-ss0 qer eta Te apts Nemes | E = dw F et ee eee) fs + — ws —4 ee —— = /-— » —_}-_ 0 ie Ge n®|@s @ 2 Os PAL. —] y: 1! Segdo tronsversal_no apoio Se dos eixos 2 ¢ 3 (yeg = 10,8 em < 15 em) SegBo transverse! do meio do véo de 20 m Sogo transversal do meio do vo de 18 m (veg = 15,25 om < 20 em) Figura 2.20 - Armadura de flexto da longarina da ponte sobre o rio Pau Seco (em crn) 8 das posigdes 8, 9.¢ 10 - 0 que corresponde a 30% do total - foram, prolongadas até os apoios. Na Figura 2.20 mostra-se, também, um de. talhe da disposigio das barras na segio transversal do meio do vio. Observa-se que as barras mais curtas (sem emendas) s3o colocadas nas camadas superiores de forma que, quando retiradas de servigo, 0 centro de gravidade das armaduras tende a se aproximar da fibra mais tracio- nada, aumentando assim a altura dtl da viga. Para o detalhamento do tramo 10-20, segue-se © mesmo procedi- mento empregado no detalhamento do tramo 0-10. 2.3.4.3.4 Detalhamento da armadura negativa sobre 0 eixo 2 Para o detalhamento da armadura negativa, 0 procedimento ¢ 0 mesmo apresentado no detalhamento da armadura positiva (tramo 0-10), com algumas diferengas: maior espaco para distribuigao das bar- ras de ago na se¢io transversal ~ que podem ser colocadas na laje do tabuleiro ~ ¢ maior comprimento da emenda por traspasse em razio das barras estarem situadas em regio de mé aderéncia, Na seco 10, situada sobre o eixo 2, a Area de ago necesséria para resistir aos momentos fletores, j4 computado o efeito da fadiga, é de 84,3 cm?, Essa drea pode ser garantida se forem empregadas 18 barras, com didmetro de 25 mm (Ayef = 88,4 cm?) Divide-se, entao, a envolt6- ria final de armagio sobre o eixo 2 por uma série de linhas, tomando- se como base a area de aco na seco 10 e escolhendo-se o ntimero de posigdes de corte da armadura (Figura 2.19). Os pontos de intersegio da envoltéria com essas linhas indicam, exatamente, em que posi¢io pode-se retirar de servigo as barras da armagdo, as quais podem ser an- coradas por aderéncia através de um trecho retilineo, Nesse caso, como as barras esto localizadas em regio de mé aderéncia, a NBR 6118 Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas {ABNT, 2007) recomenda que a resisténcia de aderéncia de céleulo seja reduzida (n; 43% superior a0 comprimento de ancoragem calculado para a regio de boa aderéncia, isto é, , = 134 cm. ‘Até a posicdo 6 (Figura 2.19) as barras tém comprimento inferior a 0,7), © que resulta em um comprimento de ancoragem 12. m, nao sendo, portanto, necessirio fazer emendas. A partir da posi- gio 7 torna-se necesséria a execucao de emendas para cobrir a envolt6- ria de armagio. Ao arbitrar que no maximo duas barras serio emenda- ddas numa mesma seco, chega-se a uma porcentagem maxima de 11% de barras emendadas. Dessa forma, o comprimento de traspasse vale fog = oe fy =1,2. 134 = 160 em ie. rE efi Figura 2.19 - Disposigdo da armadua de flexao (negativa) sobre o eixo 2 Define-se, em seguida, o niimero de camadas horizontais em que a armagio é disposta. Para tanto, € necessario conhecer a largura da longarina que abrigara as barras da armacao. No apoio, a largura € [Daniel de Lima Araijo} 83 8 de 80 cm a qual decresce até 40 cm numa extensio de seis metros em um tramo e 6,5 m no tramo central. Em funcao dessa variacao, as po- sigdes de barras que forem maiores que 12,5 m, necessariamente, es- tardo situadas na regido com 40 cm de largura. Além disso, essas bar- ras também sofrerdio emendas por traspasse, o que limita o nimero de barras por camada nessa regido a apenas quatro, conforme calculado, para a seco 4. As barras de maior comprimento serio colocadas na alma da longarina, nas camadas superiores, enquanto as menores se- ro colocadas na laje do tabuleiro ¢ nas camadas inferiores da alma, Dessa forma, procura-se reduzir a distancia do centro de gravidade da armagio ao bordo mais tracionado ¢ diminuir a concentragio de barras na alma da longarina, o que facilita a concretagem da regido. De posse dessas informagies, a iltima etapa consiste em definir: a posigdo das emendas, respeitando o limite de no maximo quatro barras, emendadas numa mesma segao ¢ distancia de 0,2 x 160 = 32 cm entre emendas na diregio longitudinal; o comprimento de cada barra e sua posigo na direcao longitudinal ~ infcio e fim de cada posic¢ao de corte com relacéo ao eixo do apoio 2. Na Figura 2.20 (p. 81) sto mostrados, 6 detalhamento longitudinal da armadura de flexdo negativa e a distri- buigio das barras na seco transversal sobre o eixo 2 (seco 10). Para o detalhamento da armadura negativa sobre o eixo 1 segue-se ‘0 mesmo procedimento aqui empregado. 2.3.4.4 Estado limite de servico de abertura das fissuras dimensionamento da armadura é feito no estado limite Gltimo, sendo necessério verificar as condigdes da estrutura para as solicita- Bes em servigo. Dentre essas verificagdes, destaca-se o estado limi- te de abertura das fissuras que tem por objetivo limitar a abertura Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas méxima das fissuras de flexdo de forma a garantir a durabilidade da estrutura. Essa verificagao pode ser realizada seguindo as recomen- dagées da NBR 6118 (ABNT, 2007) que define uma abertura maxi- sma de 0,3 mm para elementos estruturais em ambiente com classe de ageessividade ambiental II, que pode ser considerada a situagao tipica ‘na maioria das pontes rurais. [A titulo de exemplo, é verificado o estado limite de abertura das fissuras na seco 4 da longarina. A solicitagio € obtida com a com- binacdo frequente de ages e vale, conforme j4 calculado no item an- terior, M, = 2194 kNm. E considerado satisfeito o estado limite de abertura das fissuras quando pelo menos uma das desigualdades se- guintes for satisfeita: ai Sai vas} 03. 12,51 Ei (é 34 305 Fee em que, 4; € 0 didmetro da barra que protege a regido de envolvimento iconsideradas tu € 0 coeficiente de conformagio superficial da barra, calculado de acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2007; Carvalho; Figueiredo Filho, 2004); psi €a taxa geométrica de armadura em relagdo & area da regio de envolvimento Aci oy a tensdo de trago no centro de gravidade da armadura 4; considerada (céleulo no Estdio Il com 5)s Eg €0médulo de elasticidade do ago da barra 6; considerada; Daniel de Lima Ara] foum € a resistencia média a tragao do concreto. Na ponte sobre o rio Pau Seco foi empregado ago de alta aderén- cia (ny = 2,25) e foram adotadas barras com 25 mm de diémetro. O médulo de deformacio longitudinal do ago pode ser adotado igual a 210000 MPa e a resisténcia média a tragio do concreto pode ser ava liada pela expresso da NBR 6118 (ABNT, 2007): fom =03 2 =2,56MPa A taxa geométrica de armadura (p,) é definida pela relagao entre a area de cada armadura tracionada e a rea de concreto em torno da armadura (Acq), conforme esquematizado na Figura 2.21. Observa-se que a verificagao da abertura das fissuras deve ser feita para cada uma das barras longitudinais da secao transversal. Entretanto, pode-se ve- rificar apenas a barra mais critica e, caso ela atenda ao estado limite de servigo de abertura das fissuras, admitir que as demais barras tam- bém atendam a fissuracao. 50 6 “ Terse a oi : Figura 2.21 -Conere- ~ a demaiadepe dg armadura segun- o EET] reer coanarenie A armadura da secao 15 foi detalhada na Figura 2.20, da qual se nota que a barra mais critica € a de mimero 11, localizada na tiltima camada. Sendo assim, a taxa geométrica de armadura (p,) para essa barra vale Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas Ay _ 491cm™ Pi Agi 425 cm™ préximo passo é calcular a tenso na armadura. Para tanto, sio 0116 empregadas as mesmas expresses utilizadas no célculo do coeficiente de fadiga (estddio Il). Neste caso, porém, deve-se utilizar n= 15 € a armadura jé majorada pelo coeficiente de fadiga. Conclui-se, portan- to, que x = 38,4 cm e Iy = 0,2681 m4, o que resulta numa tensio na armadura tracionada (o,) igual a 149,3 MPa. Usando esses valores nas expresses da NBR 6118 (ABNT, 2007), obtém-se: 251493 (_4 2,5x2,25 * 210000 (ate 25, 149331493 _ 9.14 um <0,3 mm 12,5*2,25 210000" 2,56 +45) =025 aa <3 mm Observa-se, portanto, que esta satisfeito o estado limite de abertu- ra das fissuras na seco 15. Ressalta-se que bastaria apenas uma das equacées anteriores ser atendida para satisfazer esse estado limite de servigo. Esse procedimento deve ser repetido para todas as secdes /0 € negativo, Se em alguma segao o estado limite de ‘momentos posi servico de abertura das fissuras nao for satisfeito, pode-se diminuir 0 diimetro da armadura ou aumentar a quantidade de barras, ou mes- ‘mo tomar ambas as atitudes, até ser atendido o limite de abertura das fissuras. Caso se opte por aumentar a quantidade de barras, deve-se tomar o cuidado de refazer o detalhamento da armadura mostrado no item 2.3.4.3.4. Nas demais segdes da longarina, a area de ago de flexio, j4 afetada pelo efeito de fadiga, é suficiente para garantir fissu- ras com abertura inferior a 0,3 mm. 8 [Daniel de Lima Arajo} 2.3.4.5 Dimensionamento da longarina a fora cortante A armadura transversal em uma » quando constitufda apenas por estribos verticais, pode ser avaliada, de acordo com a analogia de treliga de Mérsch (ABNT, 2007; Carvalho; Figueiredo Filho, 2004), por Asw ___Vew Ss 0,9d fry sendo: Vew = Va-Ve Ve= 0,6 feu by d fyd @ tensdo na armadura transversal, limitada a 435 MPa. Essas expresses so utilizadas no chamado modelo de célculo 1 da NBR 6118 (ABNT, 2007), o qual é baseado na analogia da treliga classica que admite bielas de compressio com inclinagao de 45° em relagio ao eixo longitudinal. A parcela V., que representa a forca cor- tante absorvida por mecanismos complementares ao de treliga, tem valor constante nesse modelo de célculo. Deve-se ter 0 cuidado de tomar para o dimensionamento da arma- dura transversal 0 mesmo modelo de célculo utilizado para avaliar © valor da decalagem do diagrama de momento fletor. Dessa forma, sera utilizado o modelo da analogia de treliga cléssica para calcular os estribos da longarina (modelo I da NBR 6118). A forga cortante de céleulo é obtida da combinagio iiltima de ages pela expresso (ver Quadro 2.2 ¢ Quadro 2.4): No Quadro 2.10 so mostrados os principais valores para o cdlcu- Jo da armadura transversal e a rea de aco obtida. Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Quadro 2.10- Armadura transversal em uma longarina (Obs d= 1,60 fu = 435 MPa 1, = 11S Para evitar a ruptura das diagonais comprimidas do concreto no modelo de analogia de trelica, deve-se limitar a forga cortante solici- tante de calculo na secio a Vaan = oa7(1 Todos os valores de IVgl do Quadro 2.10 sao inferiores & Vraas Jogo, no hé problema de esmagamento do concreto nas bielas ‘comprimidas com as dimensdes adotadas para a longarina. ‘A armadura transversal minima, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2007), vale Anumin. 0,2 4am p,, . yk ~ para by = 40 cm € fywk = 500 MPa => Agy,min = 451 cm?/m; - para by, = 60 cm € fy = 500 MPa => Aswmin = 6,16 em2/m. [Daniel de Lima Aratjo] 9° 2.3.4.6 Fadiga da armadura transversal Na armadura transversal também ha necessidade de verificar a variagéo de tensio para as cargas em servigo, Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2007), o célculo da tensio na armadura decorrente da forga cortante em vigas deve ser feito pela aplicagéo dos modelos I ou Il, com redugio da contribuigao do conereto, como segue: ~ no modelo I, 0 valor de V_ deve ser multiplicado pelo fator redu- tor 0,5; = no modelo I, a inclinacdo das diagonais de compressio, 0, deve ser corrigida pela equacio 1B0corr = 180 <1 e deve-se adotar y= 15 ye = 1,4 7, = 1. Nos estribos verticais, a tensio na armadura varia entre 0 ¢ uma tensio maxima de tragdo, mesmo quando ha inversio do sinal da for- 6a cortante. A variagdo de tensao pode ser calculada de duas maneiras quando se emprega o modelo I, conforme a situagio de haver, ou no, inverséo de sinal da forca cortante na segao: A flutuacao de tensZo limite nos estribos para evitar a ruptura por fadiga (Ajsifaa) tem valor fixo e igual a 85 MPa, desde que o diametro Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas de dobramento do estribo seja ao menos igual a trés vezes o didmetro da barra, 0 qual nao poderd ser maior que 10 mm, Caso a variagio de tensio, calculada para a combinacio frequente de ages, ultrapasse esse limite, deve-se aumentar a taxa de armadura transversal de modo a reduzir a sua variagao de tensao. Como exemplo, é calculada a variagio de tensio na seco 104, cuja forga cortante decorrente do carregamento permanente (V,) ¢ da carga mével (Vq" e Va") & Vg = 611 KNs Vqh = 72 KNs Vi =-89 KN. {A forca cortante final em servigo, segundo a combinagao frequente de agdes, vale: Viteq = Ve +0,5 Vg = 997 KN Vgsg = Vg +055 Vg = 566 KN Haja vista nao haver inversio do sinal da forca cortante nessa se- 6 ms G40, a variagdo de tensio no estribo vale (V_ = 739 kN; by = d= 1,6 m; Agy = 18,15 x 104 mm): 997-0,5%739 997-566 tae nie = 103790 kN/m? = 103,8 MPa 0.9x16x1815x104 997 Como Acww > Atsads deve-se aumentar a area de ago da armadura transversal, de forma a diminuir a variagao de tensio, multiplicando- = 1,4 - 0,007 x 7,5 = 1,348 Logo, os momentos no meio da laje decorrentes da carga mével valem: Magn 71,348 x 50 « 0,548 +5 x 0,105 + 5 x 0,775) = 42,87 kNmim. Mya 1348 x (50 x 0,509 + 5 x 0,04. 5 x40) = 41,32 kNmin (bs: Dimensdes em metro be Lames eqintnte Figura 2.27 - Parametros de entrada nas tabelas de Rasch 2.4.3. CONSIDERAGAO DA CONTINUIDADE DAS LAJES Pata o emprego das tabelas de Riisch na determinagio das solicita- ‘ges das lajes do tabuleiro de pontes, devem-se estabelecer condigdes de contorno ideais para os diversos painéis da laje. Esta escolha é [Daniel de Lima Aras! forgosamente, arbitréria dentro de certos limites, Existe, ainda, a neces: sidade de se levar em conta a continuidade das lajes nos projetos, a0 me. nos de forma aproximada, caso no se deseja fazer um célculo rigoroso, Um procedimento simplificado para avaliagao da continuidade de la- jes € apresentado pela antiga norma brasileira de pontes (ABNT, 1961) para lajes apoiadas em vigas no contorno ¢ com vaos iguais, ou em que © menor vao ndo seja inferior a 70% do maior vao. Esse procedimento faz uso de certa liberdade na distribuigao dos momentos entre 0 apoio © 0 vio das lajes continuas. Cada painel é calculado isoladamente como simplesmente apoiado no contorno. Para este fim, pode-se empregar qualquer dos métodos ja mencionados, dos quais se obtém o momento ‘maximo Mo ax 0 meio do vao. Adota-se, a seguir, um valor (My) para © momento negativo no apoio que deverd estar compreendido entre 2/3 € U3 de Mommaso sem ultrapassar 3/4 do maior momento na direso perpendicular 8 do momento maximo, Nos trechos em que My < My, adotam-se, para o dimensionamento, momentos negativos avaliados por M.= Mo ~ Mp. Nos trechos em que Mp > 0,6 My, adotam-se, para o di- mensionamento, momentos positivos avaliados por M = Mg ~ 0,6 My. Na Figura 2.28 ilustra-se a forma do diagrama de cobrimento obtido. Se ha placa ou balango adjacente & placa considerada que obrigue a existéncia de armadura maior que a obtida para My, a NB2 (ABNT, 1961) recomenda que seja colocada armadura igual em todo o seu contorno, mas no célculo dos momentos positivos néo seja considera- do valor de My maior que 2/3 M, Para lajes continuas em uma s6 direcao ¢ que nao se apoiem em vi- Bas paralelas a essa diregdo, também se pode aplicar o célculo aproxi- mado da norma NB2, desde que 0 momento negativo na borda esteja compreendido entre 1/2 ¢ 2/3 de Moman- Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas 203 2Momoe Ifo max Mus| 3 an 3 Momax da diregéo perpendicular 0,6My | Mone Mo My, YZ = Esq (ISITE i a) ia | 1} oy . LAT Im XY AL {Moga 08.My Figura 2.28 - Consideragao da norma NB para a continuidade de lajes 2.4.4 DIMENSIONAMENTO DA LAJE DA PONTE SOBRE 0 RIO PAU SECO Neste item € detalhado 0 dimensionamento da laje do tabuleiro da ponte sobre o rio Pau Seco. Ela é formada por duas lajes em balan- go e uma laje central apoiada sobre as duas longarinas (Figura 2.23). Como as transversinas sio desligadas da laje, esta pode ser considera- da armada apenas em uma diregao com f/x = ©. 2.4.4.1 Laje central Para o céleulo da laje central é utilizada a tabela 1 de Riisch, trans- crita no Quadro 2.13, € 0 esquema estrutural mostrado na Figura 2.29. Determina-se, inicialmente, 0 carregamento permanente sobre a laje. Para tanto, so consideradas as seguintes dimensdes: 20 ems © espessura da laje no meio do vao: © espessura junto a viga: €» = 40 cm; © comprimento da misula: xq = 80 em; (Daniel de Lima Arado s04 © espessura média da laje: em=e1+(€ —e 4) = 23,08 em ‘+ espessura média do pavimento: e3 = 8 cm. Logo, 0 carregamento permanente sobre a laje vale B= €m Yeone + €3 Ypay = 0,2308 x 25 + 0,08 x 22 = 7,53 KN/ m2 Os momentos fletores no meio da laje decorrentes do carregamento permanente podem ser obtidos da tabela de Riisch por: M=K g (2, sendo K = 0,125 para My € K = 0,0208 pata My. Logo: Mamg = 0,125 x 7,53 x 5,22 = 25,45 kNm/m ,0208 x 7,53 x 5,2? = 4,24 kNmim M, Mymg Na sequéncia, sdo determinados os momentos fletores decorrentes da carga mével atuando sobre a laje. Para isso, sabe-se que a ponte é da classe 45, logo: * peso da roda: P = 75 kN; * carga de multidao distribuida sobre a pista: q = 5 kN/m2; * distancia entre os centros das rodas em cada eixo: * dea de contato da roda: 0,2 m x 0,5 m. 2m; 28200_| Figura 2.29 - Esquema de cileulo da laje central Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas ‘Quadeo 2.13 Tabela de Rasch para momentos fletores em laje potada com trifego 105 a dregdo y (y/l =) Weiclo de 3020.60 '0:125|0,250| 050 | 10 |0.125|0250| 050 | 10 195 0200 O70 9812 0065 OSS 0095 069 OB. —~ 40 0351 0300 0247 0176 0225 crsb on10 0063 ons 001 35 9431 0400 0351 0305 0267 0220 o160 x18 30 023 002 907 20 082 age afr O42 032 026) O28 0379 025 C4D ong oa2 a5 062 059 056 052 0982 0538 290 253 058 096 10 0.04 30 O72 Of 067 063 0457 o408 osfi o57 100 135 O87 O40 40 087 085 082 oo 058 053 047 04; 220 28 OF 109 50 099 098 095 093 069 oy a5 053 346 565 o58 203 60 408 soy 104 m2 77 073 065 of2 470. Boo 078306 yo 15 14 Mt 40 084 OB on a7 S75 80 0m 54 Bo 120 389-487 La5 090 086 080 076 690. 1640 129 68 90 1m aaa 291 985 082 Boo 210 130 85, soo ur 326 as 095 090 087 9122870 1461067 Para empregar a tabela de Riisch & necessério caleular os seguin- tes pardmetros: © largura da roda equivalente: b = 0, x02 =032m + projegio da roda no plano médio da laje: e x{e,+£4|=0,68 b+2 (es 1) m © 0,68 _ 4x52. 46 $a 034 Ba a2 [Daniel de Lima Arai 196 —__Entrando com esses pardmetros no Quadro 2.13 e realizando al. gumas interpolagées, obtém-se os valores indicados no Quadro 2.1 (Quadro 2.14 - Coeficientes pata célculo dos momentos fletores decorventes da carga mével O coeficiente de impacto vale: » = 14 — 0,007 x 5,2 = 1,364. Logo, 0s momentos fletores no meio do vio da laje central, decorrentes da carga mével, valem: Mym,q = 1,364 x (75 x 0,600 + 5 x 0,664 +5 x 1,038) = 72,99 kNm/m_ Mym,q = 1,364 x (75 x 0,335 + 5 x 0,114 +5 x 0,272) = 36,90 kNm/m Deve-se considerar, finalmente, a continuidade da laje no sentido transversal, 0 que é feito de forma simplificada com 0 procedimento da norma NB2. Adotando-se, para o momento fletor no apoio, 2/3 do maior momento no meio do vao, tém-se: Mog= 2 Mung 3 ¥ 2545 = 1697 kNm/in =$x7299 = 48,66 kNm/m My = Mig + Mpg = 65,63 KNm/m. Na Figura 2.30 mostram-se os diagramas de momento fletor na di- regio transversal da laje. Os valores de momento fletor ¢ as distincias nessa figura valem: My = Main, max ~ 0,6My = 98,44 ~ 0,6 x 65,63 = 59,06 kNm/m Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas 2 B= Gx 02 Eg = 0,69 m x9 0,6 81 = 0,42 m YY | ey is Ay I» NO aD 1» [100m | Dlagrama de momento transversal lao oom continua no seni ransversal Figura 2.30 - Diagramnas de momento fletor na laje central ~ sentido transversal ‘Jana Figura 2.31 mostra-se o diagrama de momento fletor na dire- ‘gio longitudinal da laje, NUTT TTL” F247 R= A114 kN afb Figura 2.31 - Diagrama de momento fletor na laje central ~ sentido longitudinal 2.4.4.2 Lajes em balanco Utiliza-se a tabela 98 de Riisch (Risch, 1960), definida para laje em balango de comprimento infinito, para o célculo das lajes em ba- lango, conforme o esquema apresentado na Figura 2.32. (Daniel de Lima Are) ‘Comprimenoteérico do balango: Ls = 1,90m LL; Targura do quarde-odas 1,9-04=15m Figura 2.32 - Esquema de caleulo das lajes em balango Determina-se, inicialmente, o carregamento permanente sobre a laje. Para tanto, sio consideradas as seguintes dimensdes: * espessura da laje na extremidade do balango: ey = 15 cm; © espessura junto a viga: ey = 40 em; © espessura média: eg, = oe = 235 cm; © espessura média do pavimento: ¢3 = 8 em; * area do guarda-rodas: 0,23 m?; 1kNim. De posse dessas dimensdes e do esquema estrutural mosttado na Fi- * peso do guarda-corp: gura 2.33, pode-se determinar 0 momento fletor no engaste decorrente do carregamento permanente, Os cartegamentos indicados nessa figu- ra valem: 8 Yeon = 0,275 x 25 = 6,875 kN/m2; 82 = €3 Ypay = 0,08 x 22 = 1,76 kN/m2s Py = 1kN/m; Pp = 0,23 x 25 = 5,75 kN/m; Logo, o momento fletor no engaste vale M, = 26,06 kNm/m. Projeto de ponte em concreto armado com daas longarinas| re Ps 309 [ae eeeeeees z ism 1m - 1am ‘Bgura 2.93 - Carregamento permanente no balango Na sequéncia, so determinados os momentos fletores decorrentes da carga mével atuando sobre a laje. Para isso, os parimetros de en- trada na tabela de Riisch sio: + largura da roda equivalente: b = 0,5x02 = 0,32 m + projegao da roda no plano médio da laje: +2»(e5+Sm)= 0755 m © _ 0755 é& 48 0755 _ 938 ¢ & -B ozs a 20 “4720 ‘Ao entrar com esses parametros na tabela 98 de Ritsch (Risch, 1960) € realizar algumas interpolagdes, obtém-se os valores indicados no Quadro 2.15: Quadro 2.15 - Coeficientes para célculo dos momentos fletores decorrentes da carga mével as ea 08, 0230 O coeficiente de impacto vale p= 1,4 ~ 0,007 x (1,5 x 2) = 1,379. Logo, os momentos fletores no balango, provenientes da carga mével, valem: [Daniel de Lima Aragjo] : Projete de ponte em concrete armado com duas longarinas 1,379 x (75 x 0,834) 86,26 kNm/m 1,379 x (75 x 0,227) = 23,48kNm/m Mum = 1,379 x (75 x 0,056) = 5,79 kNm/m Myyy = 1,379 x (75 x 0,081) = 8,38 KNim/m Mann = 1,379 x (75 x 0,230) = 23,79 kNm/m ‘Na Figura 2.34 mostra-se o diagrama de momentos fletores, no sentido transversal do balango, em que o valor de x pode ser facil- mente obtido por semelhanga de triangulos, ou seja: Me _&-x 0,5 Myo ~My} _ ease ( = 0,46 m Aos esforgos provenientes da carga mével no balango devem ser so- rmados os esforgos que surgem nessa laje em decorréncia do impacto do veiculo no guarda-rodas, como esquematizado na Figura 2.35, ou sei: (+2) = 60 (os + 4). 21kNm Os momentos fletores finais provenientes da carga mével no balan- M, 0 so mostrados na Figura 2.36 diagrama de momento fletor final na laje em balango é obtido pela soma dos esforgos decorrentes da carga mével com os esforgos provenientes do carregamento permanente, conforme mostrado na Fi- gura 2.37, Mee Hod be Ths = —| 025%, | 0,252, 056, Figura 2.34 - Diagrama de momento - fletor, decorrente da carga mével, no bbalango ~ sentido transversal \ Pecos ose f Figura 2.35 - Momento fletor no balanco decorrente do impacto do veiculo no guar- darodas 2626 +21 = 107,28 «Nim +S | Hn, [hae B7oKNm | Ssrsmborem o7sm ‘eal Figura 2.36 -Diagrama de momento fetor inal no balanco decorrente da carga mével 19,a6mim S58 an I y 28:38 «Nm I | | i ty 23.10 vn | o7m__o20 pas m_j040 Figura 2.37 - Diagrama de momento fletor final no balango ~ carga mével mais carga permanente 2.4.4.3 Detathamento da laje do tabuleiro © diagrama de momento fletor da laje do tabuleiro, na diregao transversal, esta indicado na Figura 2.38, assim como a espessura da laje ea rea de aco necessaria para resistir aos momentos fletores. (Danke de ima Arto} PR atin Aes 113ehe ws = 14s9en aN pee scsi pean HittiL 206)Nmie = y= 1384 en Figura 2.38 - Diagrama de momento fletor, em servico, da Iaje ~ sentido transversal Dimensiona-se, inicialmente, a segao transversal sobre 0 apoio, submetida ao momento fletor negativo. Neste caso, 0 valor de célculo do momento fletor vale Mg=1gMg + Y¢Mg = 1,3 x 26,06 + 1,4 x 107,26 = 184 kNm/m Admitindo-se para a altura de célculo da seco transversal (d) 0 valor de 36 cm, chega-se a uma érea de ago por metro linear (A,) igual a 12,54 cm%/m. Assim como na longarina, a armadura de flexao da laje também estd sujeita a variagdo de tensio, o que implica restringir essa variagao a valores limites de forma a evitar ser atingido 0 estado limite tltimo de fadiga. O procedimento, nesse caso, semelhante ao apresentado no dimensionamento da longarina, com excegio do fator de redugao 1 que para a laje deve ser adotado igual a 0,8. Na sequéncia, resumi- damente, apresenta-se o roteiro para o célculo do coeficiente de fadi- ga para a seco em estudo, Momentos para a combinagio frequente de agées: Masmax = Mg + '¥iMg = 26,06 + 0,8 x 107,26 = 11,9 kNmi/m Maimin = Mg= 26,06 kNev/m Projeto de ponte em concrete armado com duss longarinas| Linha neutra no estédio II (by = 100 cm, d = 36 cm, ‘Ay= 12,54 m?/men oo Inércia fissurada no estddio II: by xu +n Agtd—xy) n= Variagao de tensdo: ymax = = 269,5 MPa " Ih in Ao, = AOsmax — AG min= 206,7 MPa _ Year Ay _ 15% 2067 K ‘ied fad 190 1,63 Para a fluruagdo de tensio limite (Apd,éadls utlizou-se o valor reco- mendado pela NBR 6118 (ABNT, 2007) para barras retas com didmetro de 12,5 mm ou 16 mm, Logo, a armadura total de flexo, considerando o efeito de fadiga da armadura, vale: Ay = 1,63 x 12,54 = 20,4 cm7/m = $12,5 mm c/ 6 cm ou $16 mm 10 em, Na sequéncia, dimensiona-se a segao transversal no meio do vio da laje central, submetida ao momento fletor positive, Neste caso, 0 valor de célculo do momento fletor vale Mg = 1,3 x (25,45 ~ 0,6 x 16,97) + 1,4 x (72,99 ~ 0,6 x 48,66) = 81,16 kNm/m a3 [Daniel de Lima Arasjo} Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas Admitindo-se para a altura de calculo da secio transversal (d) 9 Para a flutuagao de tensao limite (Aje,ia4) utilizou-se © valor reco- mendado pela NBR 6118 (ABNT, 2007) para barras retas com dia- metro de 12,5 mm ou 16 mm, Logo, a armadura total de flexdo, con- siderando 0 efeito de fadiga da armadura, vale valor de 36 cm, chega-se a uma area de ago por metro linear (A,) igual a 13,23 cm/m, ‘ Essa armadura também deve ter a sua variagdo de tensGo limitada de modo a nao se atingir win estado limite iltimo de fadiga. Apresenta A= 1,48 « 13,23 = 19,55 cm%/m = 612,5 mm cf 6 cmon 616 mm -se, resumidamente, o mesmo roteiro de calculo para a determinacio cf 10.cm. do coeficiente de fadiga da segao do meio do vio. Na diregao longitudinal, o momento fletor atuante, em servigo, na laje central vale 41,14 kNavm, Admitindo-se 16 cm de altura util da segio, chega-se a conclusio de que so necessirios 16,1 cm? de aco por metro linear, jé incluindo o coeficiente de fadiga igual a 1,79. Essa quantidade de aco é garantida se forem colocadas barras de 12,5 mm acada 7,5 cm. ‘Momentos para a combinagdo frequente de agéest Momax = Mg + ¥iMg = 15,3 + 0,8 x 43,08 = 50,3 kNm/m Manin = Mg = 15,3 kNowm, Linha neutra no estadio II (by. en= 10): 100 cm, d= 16 cm, A, 3,23. cm%/m N2=f16 mm ¢/ 20 em Inércia fissurada no estadio Il: 3 1y= PS a nA, (d— xy)? = 0,00020 m* y=—S (d= xi Variagao de tensao: 1M, axl (4~ 30) Ih Ssmox 269,1MPa #0 tm 67 20 om = tM mind =u) _ 819 MPa Figura 2.39 -Detalhe da armadura de flexto da lje do tabuleto (em crm) in Ty {8 = xynax ~ Faynin = 187.2 MPa No caso da laje em balango, ha dois momentos fletores na dire- sf0 longitudinal (My, € My,). Por simplicidade, pode-se dimensionar a laje para o momento que atua no bordo livre (My,) ~ admitindo-a Com uma espessura constante ¢ igual & espessura da laje na ponta do Yay AG _ 15% 187.2 Afsdfad 190 K =148 [Daniel de Lima Ars) x16 balango ~e distribuir essa armadura em toda a extensio do balang Zo braco de alavanca da flexio, a7 ‘Ao usar os valores da seco transversal da ponte em estudo, chega- Dessa forma, com M = 23,48 kNmv/m (em servigo) € 11,5 cm, ol tém-se A, = 7,64 cm*%m. Essa quantidade de ago é garantida adotan- eco: Mui= 1,3 Mig + 1,4 Mig = 1,3 x 16,97 + 1,4 48,66 = 90,2 kNm/m ee, _ 40-20 teh a ae do-se barras de 10 mm a cada 10 cm, Apresenta-se, na Figura 2.39, a segao transversal da ponte com indicagao da armadura da laje. 2.4.4.4 Verificagdo da laje @ forca cortante 20,9 d= 0,9 x 0,36 = 0,32m Para a verificagio da laje central a forca cortante, € empregada a . 25] x0,25 |x tabela 99 de Riisch (Risch, 1960). Os parémetros de entrada nessa tabela, calculados anteriormente, so 5 =0,34 © '5/=2,60, dos quais se obtém Q = 1,235, Qp = 0,102 € Qy = 0,268. A forga cortan- te junto ao apoio da laje, decorrente da carga mével, vale: Veg =9 (PQ. + Qp+4Qp) Vag = 1,364 x (75 x 1,235 + 5 x 0,102 + 5 x 0,268) = 128,86 kN/m A forga cortante junto a0 apoio da laje, proveniente do carrega- ft ab x025 ‘Admitiu-se 0 uso do modelo de treliga classica para o céleulo da armadura transversal, 0 que implica utilizar ® = 45°. Dispensa-se a colocacdo de armadura de cisalhamento na laje, se- gundo a NBR 6118 (ABNT, 2007), item 19.4, desde que seja atendida a condigio de Vsdred $ Vrat- A resisténcia do projeto ao cisalhamento ‘mento permanente, vale: Vg = 0,5 gtx = 0,5 x 7,53 x 5,2 = 19,58 kN/m Logo, a forca cortante de céleulo junto ao apoio da laje vale: Va = 1,3 Vg + 1,4 Vag = 205,86 kNim Em razio da existéncia da mfsula na ligagio entre a laje central e do concreto (Vpai) € calculada por Vrat = btra k (1,2 +40 p1)+ O45 op [by d em que: ose Sa 25" 032MPa tq = 0,25 fstkial 9.95 a longarina, a forga cortante de calculo pode ser reduzida conforme 7 orientagao da NBR 6118 (ABNT, 2007), item 17.4.1.2.3, ou seja, M, 1 Yaot=[ a Sane wep | 1 gp, Na laje em estudo, o¢p = 0, uma vez que no hé protensio nela. 0 coeficiente k é calculado para a situago em que mais de 50% da ar- ‘madura inferior de flexao chega a0 apoio, isto & k=1,6-d21= k=1,6- 0,36 = 1,24 sendo: O coeficiente p; representa a menor taxa geométrica de armadura 6.0 Angulo das bielas do modelo de analogia de treligas, de tragio no trecho até 2h do apoio, em que h é a espessura da laje no Be 0 angulo entre o banzo comprimido € 0 eixo longitudinal; apoio. Esse coeficiente no deve ser menor que 0,02, logo Projeto de ponte em concrete armado com duas longarines (Daniel de Lima Arasjo] ae Projeto de ponte em concrete armade cos duas longarinas Pl a var 0,0051> 002 De posse desses valores, conclui-se que 4 Vardi = 0,32 x 10° x 1,24 x (1,2 + 40 x 0,0051) x 1,0 x 0,36 = 200,6 kN/m Como Vpai > Vsiseds M40 € necessirio colocar armadura de cisa- Ihamento no apoio da laje central. A NBR 6118 (ABNT, 2007) exige, ainda, a verificagao da seguranga da rufna das diagonais comprimidas no modelo de analogia de treliga. Isso 6 feito por meio do atendimen- to da condigao de que Vsded S Vaaa- Neste caso, a resisténcia das bie- las comprimidas pode ser avaliada por Viu2 05 04 by by O94, com ay1=( 07-5) ‘Ao usar os valores da laje em estudo, tem-se 25x10° Vaa2 = 05x Q5 x 2 X10 0,9 «0,36 =1446 kN/m Como Vad2 > Vsiseds No ha risco de ruptura das diagonai: com. primidas junto ao apoio da laje decorrente da forga cortante. No caso das lajes em balango, a forca cortante de célculo na face do apoio, proveniente dos carregamentos permanente ¢ mével, vale Va = 1,3Vg + 1,4Vq=117,4 kNim 0 caleulo da forca cortante decorrente dos carregamentos perma- nente € mével é mostrado na Figura 2.40. © procedimento para essa laje é idéntico ao mostrado para a laje central. A forca cortante redu- Zida (Vidred) atuante na face do apoio vale 81,2 kNm. Esse valor foi obtido empregando-se 6 = 45° ¢ tg f= 0,15. Jaa resisténcia de projeto ao cisathamento do concreto (Vga) pata as lajes em balango é calculada pelo procedimento apresentado para ‘alaje central. A diferenca, basicamente, est no cilculo do coeficiente +19 pysid que a distancia de 2h do apoio & altura da laje é de 15 em. Des- a forma, deve-se utilizar py = 0,02. De posse desses valores, conclui- “ge que Vardi = 285,7 KN e que ndo é necessario colocar armadura de ejsalhamento no apoio das lajes em balango, por esse valor ser maior que o valor de Vsired- Carregamenio permanente: Vy =P. +P2+0:le +026 145754 6875x(19~02)+176x(15 -02) < / 10,73 N/m Carga mével: Pa 75KN |: regido de distbuigao, no apoio, do peso da roda 2x(1,7 -0,4- 0,5) = 1,6 m= 1,5 m, logo nao ha ssuperposigio do carregamento das rodas 7 646kNm Pe Van 0% =1979%: 16 Figura 2.40 -Forca cortante na face do apoio da la em balango (dimensao em metro) 2.5 TRANSVERSINAS ‘As transversinas de pontes com duas longarinas servem de apoio para alaje do tabuleiro, quando sao ligadas a ela, e contribuem para a rigi dez dos vigamentos sujeitos a cargas excéntricas. As transversinas so- bre 0s apoios tém a fungio complementar de impedir o tombamento lateral das vigas principais e absorver excentricidades dos apoios em relacio aos eixos das vigas. Podle-se projetar as transversinas ligadas ou desligadas da laje. Quan- do clas sio ligadas, as solicitagdes atuantes so produzidas pelo peso [Daniel de Lima Arajo] das sobre a laje e pelas reagies das cargas méveis sobre o tabuleiro, Ay reages das cargas distribuidas sobre a laje podem ser obtidas tragando- -se as linhas de ruptura (ou charneiras) e transferindo para a teansversic na a parcela do carregamento que atua no trecho da laje que ela apoia (Figura 2.41). As reagdes de cargas méveis podem ser obtidas com 0 au- xilio de superficies de influéncia ou, de forma simplificada, carregando a transversina com um eixo do veiculo-tipo acrescido do impacto. Parcela do carrogamento dalle transfer para'a Vansverena Za Figura 241 - Linhas de rupeura da lajeereacao sobre a transversina Quando as transversinas sio desligadas da laje, niio ha reacdo da laje sobre as transversinas ¢ os carregamentos atuantes sio 0 seu peso Préprio € os momentos fletores transversais, atuantes na seco trans- versal, provenientes de excentricidades do carregamento, Em razio da dificuldade de avaliagéo desses esforgos, adota-se um procedimento simplificado para 0 dimensionamento das transversinas. Para os mo- mentos positivos, considera-se a transversina apoiada sobre as onga- tinas e sujeita apenas a0 préprio peso. Para os momentos negativos, considera-se que a transversina resista a diferenca entre os momentos negativos do balango e da laje central do tabuleiro (Figura 2.38). As transversinas de vio da ponte sobre o rio Pau Seco estio sujei- tas aos seguintes esforgos: Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas préprio da transversina, pelas reagdes das cargas permanentes distribui. a) momento fletor positive: a 2 al (opesa)xas x52" = 203 kNm 8 ,6.cm?, Agmrin = 0,15% byy d= 3,45 em? = 3 4 12,5 mm; 'b) momento fletor negativo: M=(133,3 - 65,63) x 6,75 = 456,77 kNm 4,81 cm? => 5 620 mm, Asin = 3,45 m?s c) forca cortante: 5.2, 4615 _ ny V= (02% 12) «25x 55-4 SO = 10435 Ag =2em2/m, Avemin 9 fam p,, = 2,1em?/m = $ 6,3 mm cf 20cm. s rok As transversinas de apoio da ponte sobre o rio Pau Seco esto su- jeitas aos seguintes esforcos: a) momento fletor positivo: 2 me a? _ (04 x12)x25 «5,0 8 8 Ay= Lom, Asynin = 015% by d= 6,9 cm? => 6 12,5 mms 7,5 kNm b) momento fletor negativo: M=(133,3 ~ 65,63) x 6,25 = 422,9 kNm 13,13 cm? = 5 20 mm, 9 cms (Daniel de Lima Arai) ) forga cortante: 2.6 ALAS = 50, 4273 V= (04 x12)x 25x25 + | ( ) 7 to gg TSS KN Agy = 2,2 cm?/m, ‘As alas so estruturas localizadas nas extremidades da ponte com a fangao de conter 0 aterro de acesso. Blas so ligadas de forma mono- min 9.2 £20 6, = 41cm? /m= (2x) 66,3 mmo! 20em. Iitica A viga de fechamento ¢ estdo sujeitas, principalmente, ao cartega- . Sywk Na Figura 2.42 apresenta-se o detalhamento final das transversinas, ‘mento proveniente do aterro. Neste projeto, as alas foram adotadas na forma fechada, ou seja, perpendiculares 3 viga de fechamento. 'As dimensées adotadas para a ala da ponte sobre o rio Pau Seco Transversinas de vao (20 x 120 cm) (x6) sao mostradas na Figura 2.43. As demais informagdes para o dimen- sionamento da ala sio: espessura da ala: e = 0,2 m, rea do guarda-rodas: Ag, = 0,23 m*, largura do guarda-rodas: fy, = 0,4 m, dente para receber o guarda-rodas: Vy = 0,2 m, peso do guarda-corpo: Pye = 0,1 KN/m; Yak M85 3 meee 05m Conte AA ween COP se ee 229 03 mate ra tosm me Figura 2.43 ~ Dimensdes da ala Calcula-se, primeiramente, o peso de cada ala, incluindo guarda- -rodas e guarda-corpo, isto é: a n= [295 05s 225403) 93 9}s02%25 13611N Figura 2.42 - Detalhe da armadura das transversinas (em we (em) P, = (0,23 + 0,2 x 0,2) x 2,25 x 25 = 15,19 KN Projeto de ponte em concrete armado com dua jaro de p \do com duas longarinas [Daniel de Lima Aran] P3 = 0,1 x 2,25 x ,225 kN “P= 29,025 kN; Na sequéncia, determina-se o centro de gravidade da ala: shan) by-te * yh es AS? (bu -ta)evy hy Conhecidos 0 peso proprio e 0 centro de gravidade, pode-se determi- nar © momento fletor atuante na ala decorrente do peso proprio, sto é My =P, x +P, +P) 29,71kNm Sabendo-se que a largura da ala vale 20 cm e admitindo-se uma altura de céleulo (A) de 175 em, chega-se a uma area de ago (A,) de 0,6 cm?, que deve ser colocada na posicio horizontal e junto a face superior da ala. Entretanto, sabe-se que a tea de aco minima A flexio (Assia) vale 5,4 cm*, prevalecendo sobre a rea de aco calculada. Ado- tando-se duas barras de 16 mm de didmetro, garante-se a armadura de flexdo minima nesse caso. Além do momento fletor decorrente do peso proprio, a ala é solic citada a flexéo por causa do empuxo de terra horizontal atuando em sua face interna, que tende a abri-la. © momento fletor decorrente do empuxo de terra pode ser determinado da seguinte forma: * peso do aterro trecho reto da ala: Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas as E 1 2 u 2 = 1 1418x0318? = 29,2 kN 7Ke ola vi = 7x5 *18 x03 x18? = 29,2 2 Mek 2 1 2024 Nm re zy trecho inclinado da ala: > AK tlh ~m)(222) = 7,74 KN 2 5,48 kNm/m momento fletor total: My = My + M2 = 5,72 kNm/m; + sobrecarga sobre o aterro (apenas veiculo-tipo) 450 25 kN/m* Z 18405 225-03)+18*03) 23,19 KN E=K,qA faasx( A ¢ Ex, 11,7 kNm/m. M= “a momento fletor total na ligago da ala com a viga de fechamento: ‘Mr =M, + Mq= 17,43 kNawm. ' Para a atuacio desse momento fletor, adota-se uma secio- soa versal com largura unitéria (by = 100 cm) e com altura de céleu- lo igual a espessura da ala, descontado o cobrimento do concre- to (d= 16 cm). Dessa forma, chega-se a uma area de ago (A,) de 3,69 cm?/m, que pode ser garantida com uma barra de 8 mm de didmetro a cada 13 cm. [Danlel de Lima Aras] © detalhamento completo da armadura das alas da ponte sobre 0 rio Pau Seco encontra-se na Figura 2.44. Alas et) Pace ws ena + Ne #255 mnn425 «2a Farad Nont0 #62 nn c/20-var Corte BB Corte AA NIAID an 15-79 tt Figura 2.44 - Detalhes da armadura das alas (em em) Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas 2.7 VIGAS DB FECHAMENTO a ‘As vigas de fechamento so estruturas localizadas nas extremidades dda ponte e tém duas fungdes: contribuir para o aumento da rigidez & rorgio do tabuleiro e conter o aterro de acesso & ponte. Elas sio liga das de forma monolitica & superestrutura e, por isso, também esto sujeitas a agio do carregamento mével sobre a ponte. Para o dimensionamento da viga de fechamento, o carregamen- to é dividido em horizontal (em razo do aterro de acesso), para 0 qual a viga de fechamento é dimensionada como laje, ¢ em vertical (devido & reagdo da laje do tabuleiro), para o qual a viga de fecha- mento é dimensionada como uma viga apoiada nas longarinas com dois balangos. 2.7.4. DIMENSIONAMENTO COMO VIGA ‘A viga de fechamento é ligada de forma monolitica a laje e, por essa razio, cla recebe carregamentos verticais provenientes da reagio da laje do tabuleiro, além do peso proprio. Para a determinacao da rea¢ao da laje, ela € considerada apoiada sobre a viga de fechamento e, em se- guida, so tracadas as suas linhas de ruptura (Figura 2.45). Obtém-se a reacio decorrente do carregamento permanente calculando-se 0 peso proprio da laje e dos demais elementos acess6rios, situados na regito hachurada da Figura 2.45, os quais so divididos pelo comprimento da viga de fechamento de forma a conseguir um carregamento unifor- me. A reacdo decorrente da carga mével é obtida posicionando-se um dos eixos do veiculo sobre o eixo da viga de fechamento ¢ calculando- -se a parcela do peso do veiculo e do peso da multidao que estao loca- lizados sobre a area hachurada da Figura 2.45. [Daniel de Lia Arasjol ura dale Vita susie d abuso cepociinatan pas SegBes de cleulo em metro) Figura 245 Calculo dos carregamentos permanente e mével sobre a viga de fechamento Determina-se, inicialmente, o carregamento permanente atuante sobre a viga de fechamento, isto é * carregamento sobre 0 vio: eso proprio: ay = (0,2 x 1,8+ (0,5 ~0,2) x 0,2) x25 = 10,5 kNim, terra sobre aviga inferior: qn = (18 ~0,2) x 0,3 x 18 = 8,64 KNIm, laje + pavimento: 2 _ 5224 (0,225 +0,08 x22) = E22) 52 4 = 8,79 KN/m y= 27,93 KNim; * carregamento sobre o balanco: eso préprio: qi = 10,5 kN/m, terra sobre a viga inferior: q2 = 8,64 kN/m, laje + pavimento: Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas 2 & WSF (ASS 25 +008 22) i Be 0 = 8,20 KN/m guarda-rodas + guarda-corpo: 0,23 x 19 x 25+ 0,1x 19 85 kN/m 19 4p = 33,19 kNim; + forga concentrada na extremidade do balango decorrente da ala: P= 29,025 kN. Determina-se, na sequéncia, o carregamento mével atuante sobre a viga de fechamento decorrente da passagem do veiculo-tipo, como mostrado na Figura 2.45, isto é, * forca concentrada (roda apoiada na viga de fechamento): P= 75 kN (ponte da classe 45); * forca distribuida decorrente das duas rodas apoiadas na area hachurada da Figura 2.45: 2x75 = 28, ih 4 =F = 2885 Nim * fora distribuida em decorréncia da multidio na érea hachura- da (descontada a largura do vetculo): 7 (2 3) oy z + coeficiente de impacto: =1,4 - 0,007 x 5,2 = 1,364; Uma ver determinado o carregamento resultante da carga mével, po- de-se esbogar 0 trem-tipo sobre a viga de fechamento, conforme mostra- dona Figura 2.46. (Daniel de Lima Aras] ol pomp 43.10 kN | 102,3 kN 102.3 kN 41 TT - LTT dL Figura 2.46 - Trem-tipo da viga de fechamento Conhecido © trem-tipo, os esforcos na viga de fechamento de- correntes da carga mével sio obtidos empregando-se o conceito de linha de influéncia, de modo semelhante ao efetuado no dimensio- namento das longarinas. Vale ressaltar que, por simplicidade, em- Pregou-se no dimensionamento do balanco da viga de fechamento © mesmo trem-tipo calculado para o vio. No Quadro 2.16 so mos- trados os momentos fletores ¢ a area de ago nas secées de calculo da viga de fechamento (Figura 2.45). Quando a viga é submetida a momento fletor positivo, sua regiao superior é comprimida e, neste caso, a laje do tabuleiro funciona como mesa de uma segio T (assi- métrica) com b; 70 em. Quando ela é submetida a momento fletor negativo, sua regio inferior é comprimida e, neste caso, a viga situa- da na extremidade inferior da viga de fechamento funciona como mesa de uma segio T (by = 50 cm). Deve-se verificar, em seguida, o estado limite de servigo de abertura de fissuras em todas as segies de célculo, No caso da ponte em andli- se, todas as sees atenderam a esse estado limite de servigo. © préximo passo é dimensionar a viga de fechamento a forca cor- tante. No Quadro 2.17 apresenta-se a forca cortante e a armaduta de cisalhamento obtida, Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas aa dro 2.16 - Momentos fletores e érea de aco da viga de fechamento 2.7.2. DIMENSIONAMENTO DA VIGA DE FECHAMENTO COMO LAJE A viga de fechamento € dimensionada como laje quando submetida a0 carregamento horizontal proveniente do empuxo do aterro de acesso (Figura 2.47). Neste caso, admite-se que a viga de fechamento esteja apoiada na laje do tabuleiro e na viga inferior, a qual, por sua vez, esté apoiada nas longatinas. Dessa forma, a viga de fechamento pode ser as- similada a uma laje armada apenas em uma direcio (direcio vertical). [Daniel de Lima Aratjo] en ae Figura 2.47 - Carregamento na viga de fechamento decorrente do aterro de acesso (mam) Calcula-se, inicialmente, 0 empuxo horizontal de terra na viga de fechamento oriundo do peso proprio do aterro e da carga mével (ape- nas multidao) sobre o aterro de acesso, isto é, + peso proprio do aterro: il 21 2 E= F=7G, A, ” 8, hy, comF=1ey=p" = b= in Gy An Logo, a rigidez do conjunto aparelho de apoio mais pilar vale: 1 K, enya 3EI GA, Itura do pilars EL: rigider. flexdo do pilars hg: altura do aparelho de apoio elastomérico; ‘Ag: dtea do apoio elastomérico; Projeto de ponte em concrete armado com duas Jongarinas| G,: médulo de elasticidade transversal do policloropreno. aa (= 1000 kNim?). eee i Wiz Figura 3.3 - Deformacio de um pilar com apoio elastomérico 3.2.4 RIGIDEZ DE PILARES BIENGASTADOS Quando o pilar é biengastado (Figura 3.4), 0 procedimento é andlo- 0, ou seja, pode-se calcular a rigidez. como o inverso da flexibilidade (processo dos esforgos) ou obté-Ia diretamente de tabelas. Para 0 caso particular de pilar biengastado de inércia constante, a rigidez vale Figura 3.4 Rigidez de um pilar biengastado [Daniel de Lima ratio] 3:25 INFLUENCIA DA POSICAO DAS CARGAS SOBRE 0 TABULEIRO Na DISTRIBUIGAO DOS ESFORCOS LoNcITUDIMAIS © cileulo da distibuigao do esforgo longitudinal entre os pilares 6 ee ralmente feito admitindo-se que o esforg e1xo de simetria do tabuleiro. No caso de pontes rodovidrias, por exem- Plo, admite-e que o veculo-tipo, ao frear,esteja circulando no centro a Pista de rolamento. Esta simplificagio € admissivel considerando ue, om geral a largura das pontes é muito menor que o seu comprimento, 3:26 DISTRIBUIGAO, BNTRE OS PILARES, DOS BSFORCOS TRANSVERSaIG QUE ATUAM NA SUPERESTRUTURA Em razdo da grande rigidez que as lajes concedem, no plano horizon- tal, a0 tabuleiro da ponte, este pode ser considerado, sob a acio de esforcos transversais, como uma placa sobre apoios eldsticos Quando fsses esforgos incidem no tabuleiro, este se desloca horizontalmente solicitando os pilares. Se o deslocamento for apenas uma translacdo na direcio horizontal, o problema é anélogo ao de distribuigao de es- forgos longitudinais, ou seja, cada eixo recehe uin quinhao de carga Proporcional & sua rigidez na diregao transversal (Figura 3.5). Nesse aso, a rigidez transversal de cada pilar (ou eixo) deve ser calculada levando-se em conta a existéncia de vigas transversais ligando os pi- lates que formam, assim, pérticos nessa diregao, Para tanto, a rigidez Pode ser calculada como o inverso do deslocamento do topo do porti- 0 quando nesta posicio é aplicada uma forca unitéria, Esse raciocinio, contudo, seria verdadeiro apenas se as tigidezes ‘ransversais de todos os eixos fossem iguais, de modo que o “centro de gravidade” das rijezas transversais coincidisse com 0 ponto de aplicagao da resultante dos esforgos transversais, Na esmagadora Projeto de ponte em concreto armado com duas longatinas 0 horizontal seja aplicado no maioria das situagdes reais essa condi¢io nao acontece, de forma que simultaneamente 4 translagdo do tabuleiro ocorre uma rotagao sm torno do “centro de gravidade” das rijezas transversais (ponto a da Figura 3.6). rt 1 1/ PTET V/ M4 a a : a ransversais no tabuleiro; (b) ura 3.5 - (a) Vista em planta da atuasSo de esforgs tr a Tinton onde (Dette signe aaron ieee t i) a tt AA a 0) ° 1agdo de esforcos transversais no tabuleiro; (b) Figura 3.6 - (a) Vista em planta da atuacio ei) Trndlaco horaontal do abu (© Rote hertzontal do tabulto em toro pontoO Quando ocorre a rotacéo do tabuleiro, cada pilar P,, distante x; do ponto ©, sofre um deslocamento horizontal 0}, x;, perpendicular ao eixo da ponte na posigdo original. Ao deslocamento do pilar cor- responde um esforgo K, Qh x; na direcio do deslocamento, sendo K; a rigidez do pilar (ou eixo) na direcao desse deslocamento. [Daniel de Lima Aratjo] Para a obtengio da forca total em cada pilar, foi admitido que as forcas decorrentes da rotacio ¢ da translagZo estivessem na mesma reco. A rigor, esta hipOtese nao é valida, a nio ser que a rotacio Fre! Fesultante das foreas horizontais atuantes no tabuleiro; “S 2 2 q a Mrest momento resultante da excentricidade do ponto de aplicagio de Fres com relacdo a0 ponto O (Mrex ppossa ser considerada muito pequena. Em alguns casos, procurando simplificar a distribuigao dos esfor- = ; transversais, a rigidez na direcdo transversal é tomada igual 4 rigi- F: forca resistida por cada pilar em razdo da translacdo 8,. . ees -_ oo i dex na diregdo longitudinal, j4 calculada quando da distribuicéo dos 80, a forca total resistida por um pilar qualquer sera igual a soma das forgas decorrentes da rotacio e da translagao, ou seja, F,=F4K; 0, x esforcos longitudinais do tabuleiro. © procedimento aqui apresentado é vélido quando nao ha juntas no tabuleiro. Se houver juntas, esse procedimento deve ser aplicado em que o sinal é positivo quando os deslocamentos so no mesmo sen- ‘ido e negativo quando forem em sentidos contrérios. Do estudo da dis- tribuigdo de forgas longitudinais sabe-se que Ki Basic Fet Ki O, xmas 0 isoladamente a cada trecho continuo do tabuleiro. No caso extremo de 0 tabuleiro ser constituido por vigas biapoiadas em cada tramo, cada eixo receberd metade do esforco transversal proveniente dos tra- mos adjacentes a ele. 3.2.7 CALCULO DOS ESFORCOS DECORRENTES DE DEFORMAGOES INTER- oneKin, s Kihetn ee =K IK, x? Sob a agio da retragdo do concreto, 0 tabuleiro se encurta. Sob a ago a . da temperatura, o tabuleiro se alonga ou se encurta, conforme a tem- Essa expressio é semelhante & obtida do estudo de flexo-compres- ‘sao em segées planas, em que EK representa a drea da segdo ¢ ZK; x2 representa a inércia da seco. peratura cresca ou decresca. Dada a sua ligagio com o tabuleiro, os pilares so obrigados a acompanhar esses movimentos, resultando em " m esforgos aplicados nos topos dos pilares. Para a determinagéo da excentricidade da resultante das forcas nn ° p transversais (e), € necessario conhecer 0 “centro de gravidade” das ri- jezas que pode ser obtido por analogia com o centro de gravidade de uma seco qualquer, isto é: O efeito da retragao pode ser assimilado a uma variagao de tempe- ratura de -15 °C. Quando todos os pilares sobre os quais 0 estrado se apoia sio elisticos, os movimentos de alongamento e encurtamento ocorrem nos dois sentidos da dire longitudinal do tabuleiro ¢ ha, Projeto de mnte em concrete armada com duas longarinas (Daniel de Lima Aratjo] 18 —_evidentemente, um plano perpendicular a essa dire¢o, no qual nag ocorrem deslocamentos. Esse plano fica localizado no “centro de gra- vidade” das rijezas longitudinais, o qual é determinado de forma ang. loga ao “centro de gravidade” das rijezas transversais, Conhecida a distincia s de cada pilar ao ponto indeslocavel, 0 des- locamento de seu topo é dado pela expresso a, AT X, em que a, © coeficiente de dilatagdo térmica do concreto armado (10°5 / °C) AT € a variagio de temperatura. O esforco aplicado no topo de cada pilar, em razdo da retragio e da variagio de temperatura, é dado por F = Ka, AT 8, em que K é a rigidez longitudinal do pilar. Sob a aco da variacéo de temperatura, o tabuleiro pode alon- Bar-se Ou encurtar-se, mas a retraco causa sempre encurtamento do tabuleito. Frequentemente, a fim de evitar assimetria de arma- 40 nos pilares, considera-se uma variagdo de £30 “C nos célculos das solicitagdes, 15 °C correspondem a retragio e 15 °C A variagao de temperatura. 3.2.8 EMPUXO DE TERRA NOS PILARES Quando os pilares possuem, em seu topo, péndulos ou outros tipos de aparelhos méveis (de rolamento ou de deslizamento), os empuxos de terra que recebem devem ser resistidos pelos préprios pilares, isolada- mente, e, nestes casos, eles se comportam como vigas em balango em virtude de seu engastamento na fundacao. Nos pilares cujo topo é dotado de rétula ou apoio de borracha, ou engastado na superestrutura, o empuxo de terra provoca reagao horizontal na ligacio do pilar com a superestrutura. O problema que entéo se apresenta é resolvido pelo artificio de separacdo das desloca- bilidades (Figura 3.7). Projeto de ponte em concreto armade com duas longarinas a » 49 P,P, P, P, 1 2 3 Figura 3.7 - Distribuiclo do empuxo de terra (B) entre os pilares. (a) Esquema admitindo o tabuleiro apoiado horizontalmente; (b) Aplicagao da reagao Ry na estrutura real pilar extremo P,, na Figura 3.7, esté submetido a um empuxo horizontal E. Ao admitir um apoio ficticio no topo do pilar Py, sur- ge, nele, uma reacdo Rj, calculada considerando-se o pilar engasta- do na base ¢ rotulado na extremidade superior. Como 0 apoio é fic- ticio, aplica-se a forga -Ry a estrutura, distribuindo-a entre os pilares. A parcela recebida pelo pilar P; é dada pela expressio RiKy, be A reagao efetiva na parte superior do pilar P; é, entio, dada por wlt-5x) No caso do pilar com aparelho de apoio elastomérico na parte su- perior, a reacio Ry - calculada com pilar engastado na base e rotu- lado no topo = é inicialmente reduzida pela flexibilidade do apoio, supondo 0 estado indeslocivel. Obtém-se, entio, a reacio Gy A (4 an K,i rigidez do aparelho de apoio elastomérico; sendo: 8, € 8p: deslocabilidade do pilar ¢ do aparelho de apoio clastoméri- co, respectivamentes [Daniel de Lima Aratjo} Ker: rigidez do conjunto pilar mais aparelho de apoio. A reagio final, considerando a deslocabilidade do tabuleiro, é dada por (Figura 3.8) ae (1-8) —— : A lo Figura 38 - Distibuigdo do empuxo de tera entre os pilares quando opilarP;possul aparelho de apoio elastomérico na extremidade superior Ps 3.2.9 PRESSAO DE VENTO B AGUA Nos PILARES Sob a agao dos esforgos horizontais provocados pela pressio do vento ¢ da gua, cada conjunto de pilares, geralmente constituindo um pér- tico transversal por apoio, comporta-se como engastado na fundagao ¢ elasticamente apoiado na superestrutura, provocando, portanto, rea- ges em seus topos. £comum, entretanto, no dimensionamento dos pérticos transversais constituidos pelos pilares, ser desprezada a redistribuigao pelo tabuleiro dos esforgos produzidos pelo vento e pela Agua diretamente sobre os pilares. Nessas condigdes, os pérticos so dimensionados para resistir a0s esforgos transversais de vento e pressio d’égua neles aplicados. 3.2.10 SOLUGAO COM O EMPREGO DE ANALISE MATRICTAL O trabalho de célculo da distribuigao de esforgos horizontais pelos pilares pode ser grandemente facilitado pelo emprego de programas Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas ‘computacionais para anélise de estruturas de barras, planas ou espa- ciais, pela andlise matricial. ‘Apresentam-se, a seguir, algumas sugestdes para a modelagem da es- trutura de forma que os resultados representem.o seu comportamento com © maior realismo possivel. As pontes retas com sistema estrucural em viga — continua ou biapoiada ~ podem ser analisadas, quanto a dis- tribuicdo dos esforcos horizontais longitudinais atuantes no tabuleiro, com 0 auxilio de programas de pérticos planos. O principal cuidado a tomar é 0 de incorporar 0 aparelho de apoio ao pilar como elemento de- formavel adicional. Na Figura 3.9 so mostradas duas solugdes possiveis para a incorporagio do aparelho de apoio ao pértico plano. 4) Ponte em viga continua ») Ponte em vigas biapoladas Figura 3.9 - Distribuigio de esforcos longitudinais com o emprego de programas de porticos planos © caso (a) da Figura 3.9, representa uma ponte com superestrutu- ra continua. Os pilares, com os aparelhos de apoio elastoméricos, so simulados por duas barras com caracteristicas diferentes. A ligaao da superestrutura com os pilares é feita através de uma pequena barra com as caracteristicas do aparelho de apoio elastomérico (E,, Aa, la). Fssa barra é rotulada na ligago com a superestrutura, de forma a [Daniel de Lima Araijo} 152 permitir a rotacdo da viga principal, e ligada de forma rigida a barta ue representa o pilar com caracteristicas E., Ap, Ip, em que Ee é g médulo de elasticidade do concreto. O caso (b) da Figura 3.9 Fepresenta uma ponte cuja superestrutura é constituida por vigas biapoiadas nos pilares. A ligacao da superes- trutura com os pilares é simulada por molas horizontais cuja rijeza é ‘gual a rigider do apoio elastomérico quando submetido a um esforgo horizontal no topo (Ky), jé deduzida anteriormente, E possfvel montar um modelo de célculo mais complexo incluindo a deformagao do terreno. A ponte em fundagao profunda da Figura 3.10 (a) pode ser substituida pela estrutura idealizada da Figura 3.10 (b), na qual as molas C; reproduzem os aparelhos de apoio, as molas Cy re- ‘ratam a contengao lateral do terreno e as barras representam as vigas, 0s pilares ¢ os tubuldes. A rigidez dos diversos elementos deve ser defi. nida de forma adequada a melhor representar o comportamento real da estrutura, “LH Pts 8) Esta rea (vga lapis) 2) Eonaa oan ecto Figura 3.10 Estruturaidealizada de célulo ineluindo a contenglo lateral do terreno 3:3 SOLICITAGOES NA FUNDAGAO AO NIVEL DO TERRENO No caso de tubuldes com pilar livre na extremidade superior (Figu- 1 3.11), 0 céleulo das solicitagdes Hp, No, Mg na seco ao nivel do Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas terreno se faz. com as equagées da estética, uma vez que o sistema & estaticamente determinado. Quando os pilares ligados aos tubuldes tém vinculagdes mais com- plexas com a estrutura, o sistema é estaticamente indeterminado, tor- nando mais dificil 0 célculo das solicitagGes Ho, Nos Mo atuantes a0 nivel do terreno. Figura 3.11 - Exemplos de ligacao da me- soestrutura com a superestrutura No caso de tubuldo ou estaca de grande comprimento enterrado (L > 4L9), € possivel resolver o problema hiperestdtico considerando co tubuldo engastado a uma profundidade ficticia 1,8Lq, abstraindo-se da contengao lateral do terreno (Pfeil, 1988). As solicitagées calcula~ das com o tubuldo suposto engastado na profundidade 1,8Lp so va- lidas para as segdes nao enterradas. As solicitagdes na parte enterrada dos tubules so calculadas com os valores de Ho, Np, Mo ao nivel do ulares (Pfeil, 1988). terreno utilizando-se solugGes pa 4.3. SOLICITAGOES No FUSTE DE TUBULOES OU ESTACAS Os tubuldes e as estacas sdo elementos estruturais total ou parcial- mente enterrados, ligados @ mesoestrutura ¢ & superestrutura de ma- neira simples ou complexa. As solicitagdes nos fustes dos tubuldes ou das estacas so calculadas levando-se em conta estas ligagdes ¢ ainda [Danie de Lima Arto] 153 254 08 efeitos da contengao lateral do terreno. As pressdes laterais sio funcio dos deslocamentos transversais do tubulio. As leis de variagao dependem de diversos fatores, nao sendo possivel adotar uma hipéte- se que cubra todos os casos da pratica. problema pode set abordado em regime eléstico ou ineléstico, No tratamento eléstico, designando-se q a forca lateral exercida pelo terreno sobre o fuste do tubuldo, pode-se escrever uma equagio dife- rencial obtida da conhecida expresso da linha eléstica da disciplina Resisténcia dos Materiais: mn eiftan®q-0 sendo: El: rigidez a flexao da estaca ou tubuldo; N: forga normal; 4a: forca transversal. A solugao dessa equagio dependerd da lei de variagio adotada para a forca lateral q do terreno, Dependendo de diversos parametros como deslocamento transversal do tubulio, didmetro dele, profundi- dade, tipo e velocidade de carregamento, ntimero de aplicagao de car- gas etc., essa lei é essencialmente empitica. ‘Nos casos mais correntes da pritica - solos nao coesivos, argilas e-siltes normalmente adensados -, a forca lateral do terreno pode ser admitida proporcional ao deslocamento transversal y do fuste do tu- buldo € & profundidade z do ponto considerado. A lei fisica pode ser entdo expressa por q = Ky zy. Ao introduzir essa expressiio na equagao diferencial da linha elis- tica, obtém-se uma equacio que pode ser integrada, levando-se em conta as condigdes de contorno, isto é, as ligagdes do tubulao com a Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas estrutura. Os resultados se exprimem em funcao de um comprimento +55 elastico Lo dado por ite Ky de reagdo lateral do terreno € obtido em ensaios de carga horizontal de estacas e tubules e, nessa expresso, refere-se 4} largura total da estaca ou do tubuldo. No Quadro 3.1 (Pfeil, 1988) sdo apresentados os valores numéricos para utilizagdo pratica ‘Quado 3.1 - Valores do coeficiente Kj, referidos &largura total da estaca 3.4 CALCULO DOS ESEORGOS HORIZONTAIS NOS PILARES DA PONTE SOBRE 0 RIO PAU SECO [Apresenta-se neste item o calculo dos esforgos horizontais, longitudi- aise transversais, atuantes nos pilares e nos tubuldes da ponte so- bre o rio Pau Seco. Mostra-se, na Figura 3.12, uma vista longitudinal da ponte com indicagio das principais dimensdes da mesoestrutura € da infraestrutura. [Daniel de Lima Aradjo} 156 Figura 3.12 - Vista longitudinal da ponte sobre o rio Pau Seco Projeto de ponte em concr jeto de ps eto armado com duas longarinas juga DEFINIGAO DA ESTRUTURA ‘A mesoestrutura da ponte € constituida por dois pilates citculares ma- cigos, por eixo, com um metro de didmetro cada, Na direcéo trans- versal esses pilares sao ligados por duas vigas de travamento, uma a 80 cm do topo do ilar e outra na ligag4o do pilar com 0 tubulio, formando, assim, pérticos planos nessa dirego. As vigas de trava- ‘mento foram pré-dimensionadas com dimensées de 40 cm x 80 em, Adotaram-se, para a infraestrutura, tubuldes encamisados com base pronta pelo fato de ser possivel retorné-los a0 prumo caso estes venham a softer algum desvio durante a escavacio, procedimento este mais difi- cil em tubuldes nos quais o alargamento da base é realizado ap6s atingi- rem a cota de assentamento. Este problema pode ser ainda maior se for considerada a grande profundidade em que ficarao assentados, a qual 6 definida em fungio do inicio da camada rochosa. A escavagao foi re zada com ar comprimido por causa da presenga de égua. diametro do fuste dos tubuldes foi pré-dimensionado em 1,4 m. Essa dimensio foi definida pelo fato de a camisa de concreto do tubu- lao - empregada para auxiliar a escavacao por ar comprimido - ter espessura minima de 20 em, além de se desejar um didmetro livre de um metro para 0 trabalho de escavagao dos operdrios. Quanto aos materiais, foram empregados o ago CA-50, conereto com fy = 25 MPa, nos pilares e nas vigas de travamento e concreto ‘com fy = 15 MPa nos tubuldes. Em razdo do grande didmetro do fuste dos tubuldes, um conereto com f, = 15 MPa & suficiente para resistit aos esforgos que surgirao nos fustes. Adotaram-se, para os aparelhos de apoio, rétulas de conereto, as quais impedem os deslocamentos horizontais. Baseou-se esta escolha na observagio da pequena rigidez dos pilares, o que significa que ndo 357 (Daniel de Lima Arasjol a8 haverd um aumento significativo nos esforgos no topo deles, em de- corréncia da temperatura ¢ da retragio, pelo emprego de rétulas no lugar de aparelhos de apoio elastoméricos. Ponderou-se, também, 9 fato de que os aparelhos de apoio em rénulas de concreto si mais econémicos que os em policloropreno. 3-4.2 CALCULO DOS ESFORGOS LONGITUDINAIS NO TABULEIRO 3.4.2-1 Frenagem e aceleracao Deve ser adotado o maior dos seguintes valores (ABNT, 2003a); * 5% do valor do carregamento na pista de rolamento com as cargas distribuidas 5% Aq = 5% x (8,2 x 64) x 5 = 131,2 ks * 30% do peso do veiculo-tipo 30% x 450 = 135 kN. Para o dimensionamento dos pilares foi adotado o segundo valon por ser o mais desfavoravel. 3.4.2.2 Empuxo de terra nas cortinas Nesta ponte, as vigas de fechamento nas extremidades dos balan- gos tém 9 m de largura e 1,8 m de altura. © empuxo de terra sobre elas, de acordo com a teoria de Rankine (Pfeil, 1988), ser 1 1a. E=5 bh? Zx18x9 x18? = qk tole 23 189 x 18* =87,5kN © empuxo decorrente da carga mével sobre o aterro de acesso pode ser calculado considerando-se o carregamento uniformemente distribuido e cujo valor pode ser estimado transformando 0 peso do veiculo-tipo em um carregamento equivalente, uniformemente distri- buido, © qual deve ser composto com a carga de multidio gz Projeto de ponte em concreto armado coin duas longarinas Peso doveiculo 450 _ 954 ntjq2 qe 3x6 3x6 _ qyx3+qx(b-3)_25x345x(9-3)_ 2 ga OR) RA = 167 KN Sendo 0 carregamento uniformemente distribuido sobre o aterro, ‘o empuxo horizontal na viga de fechamento, decorrente da carga mé- vel, vale E, K, abh=$x1167«9%18 = 63 kN Como a ponte no apresenta juntas de dilatagao no tabuleiro, é usual considerar que os empuxos decorrentes do aterro equilibram-se ¢, por isso, adota-se para céleulo dos pilares apenas 0 empuxo dife- rencial proveniente da carga mével sobre aterro de acesso em ape- nas uma das extremidades da ponte. Contudo, a obra deve ser estével sob a ago de um empuxo unilateral E na viga de fechamento, poden- do, neste caso, omitir os efeitos da carga mével (caso de ponte sem trdfego com aterro encostado apenas em um lado). 3.4.4.3 Componente longitudinal do vento na superestrutura Para pontes em laje ou vigas com até 38 m de vio, pode-se adotar um critério simplificado que admite 0 esforco total de vento agindo na direcdo transversal e, simultaneamente, as seguintes porcentagens do esforco total agindo na diregao longitudinal: vento na superestru- ura ~ 25%; vento na carga mével ~ 40%, Quando a ponte esté descarregada, a NBR 7187 (ABNT, 2003a) admite a incidéncia de um vento transversal que provoca uma pres- so de 1,5 kN/m?. Quando ela esta carregada, essa norma admite uma presso de vento menor, igual a 1 kN/m?, que atua numa drea [Daniel de Lima Aras de obstrucao formada pela projecao horizontal do tabuleiro actescida da projecao horizontal dos veiculos sobre a ponte. No caso de pontes rodovisrias, esses veiculos sio admitidos posicionados sobre toda a extensio da ponte com uma altura total de dois metros, Nessas condigées, a parcela longitudinal do vento vale: * ponte descarregada (admitindo-se um guarda-rodas com 87 cm de altura): 1,5 x 0,25 x (1,8 + 0,87) x 64 = 64,1 kN; Ponte carregada (admitindo-se uma espessura de 8 em para 9 pavimento): 1 x [(1,8 + 0,08) x 0,25 + 2 x 0,4] x 64 = 81,3 kN. Para o dimensionamento dos pilares foi adotado o segundo valor, por ser mais desfavoravel. 3.4.3 CALCULO DOS BSFORGOS TRANSVERSAIS NO TABULEIRO Na ponte em questo, o éinico esforgo transversal atuando no tabulei- 10 € 0 vento incidindo nessa direcao. Hé duas situagGes a considerar: * ponte descarregada: 1,5 x (1,8 + 0,87) x 64 = 256,3 kN; * ponte carregada: 1 x (1,8 + 0,08 +2) x 64 = 248,3 kN. Para o dimensionamento dos pilares foi adotado o primeiro valor, or ser mais desfavoravel. Essa forca é admitida atuando num ponto situado na metade do comprimento da ponte e a uma altura, em rela- gio a face inferior da viga principal, igual a 1,34 m. 3-4.4 DISTRIBUIGAO, ENTRE OS PILARES, DOS ESFORGOS LONGITUDT- NAIS NO TABULEIRO Os esforcos longitudinais que atuam no tabuleiro da ponte so: © frenagem: 135 kN; * empuxo na viga de fechamento (carga mével): 63 kN; * componente longitudinal do vento: 81,3 kN. Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas| esforgo longitudinal total distribui-se pelos pilares da ponte na proporcio de suas respectivas rijezas. Para a determinagio da tigidez dos pilares, é necessério levar em consideragio a ligaao dos pilares com os tubuldes, a qual forma uma estrutura aporticada parcialmente enterrada, Contudo, como visto anteriormente, é possivel desprezar 1a interagdo do solo com a estrutura ¢ substituir a estrutura real por ‘uma simplificada, composta pelos pilares ¢ tubules que sio admiti- dos engastados em certa profundidade. Nessa estrutura, a contencéo lateral do terreno é desprezada. / Para a determinagio da profundidade de engastamento, necessita- -se calcular 0 comprimento eléstico Lo, que fungdo do coeficiente de reacao lateral do terreno (Ky). Do relatério de sondagem da ponte em questo, observou-se que, de forma geral, o solo era constituido por silte arenoso com um SPT entre 10 e 25. Dessa forma, adotou-se Ky = 5000 kNim? (solo submerso). Obteve-se, portanto, E, = 5600,f, = 5600V15 = 21700 MPa; FE, = 2,17 x 107 kN/m* (médulo de deformagao longitudinal do concreto segundo a NBR 6118 (ABNT, 2007}; lo tk, 7 Logo, os tubules podem ser considerados engastados a 1,8Lq = 6,9 m de profundidade. Na Figura 3.13 apresenta-se 0 es- quema adotado para o célculo das rijezas dos pilares, em que se deve levar em consideracio a existéncia de caracteristicas diferentes entre a6 (Daniel de Lima Aratjo} aa © pilar ¢ o tubulao. Da resisténcia dos materiais é possivel obter uma expresso que fornece o deslocamento no topo de um pilar engastado na base ¢ livre no topo, formado por barras com caracteristicas dife- rentes (Figura 3.14). fe =a001 ot 05x: medido da extemidade da ponte; medido a pate de (ey = le=dariiavnt 68m = 0,08 of Quadro 3.3 - Bsforgos longitudinais nos pilares decorrentes das agbes no tabuleiro ETRE ant 880 2 : SETS Figura 3.13 - Esquema para distribuigao de esforgaslongitudinais entre os pilares . ath Pe egal a i Figura 3.14 - Rigidez de um pilar engastado na base e livre no topo formado or duas barras com caracteristicas diferentes es ak 3.4.5. DISTRIBUIGAO, ENTRE OS PILARES, DOS ESFORCOS TRANSVERSAIS u}a] NO TABULEIRO Na ponte em estudo, o tinico esforgo transversal atuante no tabuleiro é © vento incidindo na diregao transversal. Para a distribuigdo desse esfor- 0 empregam-se as rijezas transversais dos pilares, as quais so obtidas do estudo da flexibilidade dos pérticos planos formados nesta diregao pelos pilares e pelas vigas de travamento. Tomando como origem das abscissas a extremidade da ponte, obtém-se os valores do Quadro 3.4, No Quadro 3.2 esto indicadas ari i Q indicadas a rigidez absoluta, a rigidez relativa e a Na tiltima coluna do Quadro 3.4 apresentam-se as rijezas relativas posicio de cada pilar em relago a0 “centro de gravidade” das rjezas (x). No Quadro 3.3 apresenta-se a parcela do esforgo longitudinal atuante no tabuleiro que cada pilar recebe ~ a forca longitudunal jé se encontra dividida pelo niimero de pilares na direcao transversal. dos pilares na diregao longitudinal, calculadas no item 3.4.4. Obser- vva-se que estes valores so préximos aos obtidos para a rigidez re- lativa transversal ~ diferenga maxima de 12%. Dessa forma, muitas vezes é empregada a rigidez longitudinal em vez da rigidez transversal Projeto de ponte em concrete armado coin duas longari [Daniel de Lima Arasjo) 164 ~ caleulada a partir de um pértico transversal - para a distibuigég dos esforgos transversais atuantes no tabuleico, Essa aproximagio é valida para este tipo de estrutura constituda por pilares circulates li. sgados por vigas transversais AA agdo do vento atua com uma excentricidade (e) em relagdo a0 centro de gravidade das rijezas igual a 64 > 73503 =- 3,03 m Quadro 3.4 - Rigidez dos pilares na direséo transversal ne Obsen BFS sma da xem da ons: medio pai de = A parcela da forga transversal que cada eixo absorve é obtida por uma expresso andloga a da flexéo composta 1 CE! R=FK) + 1 (& XK “) eixo 1: = 2563 x 0,254 x{ 14 (-3.03)*(-3103)) _ F = 256,3 «0,2: (14 eaaei0s) = 256,3 x 0,300 = 76,88 kN. cixo 2: F,=2563 «0.2001 1 {-3:03)%(-13,03) y= 2563 x0,200 (1+ 2091309) 5630015 =35168N Projeto de ponte em concrete armado com duas longatinas eixo 3: F;= 2563x0173 { (-303)x697 151959 }=2563.0166 = 2,54 KN eixo 4: By =256903724{1+ = 2563x0318 = 8146kN Na Figura 3.15 mostra-se uma representacao gréfica da rotago do tabuleiro. Nela se observa que as forcas so ampliadas nos pilares P1 ¢ P2 por causa da rotagio do tabuleiro. J4 nos pilares P3 ¢ P4, 0 giro do tabuleiro alivia as forcas absorvidas por esses pilares. eG Figura 2.15 - Rotagio do tabuleiro decorrente da agio da forga transversal. 3.4.6 ESPORGOS NOS PILARES EM DECORRENCIA DA RETRAGAO E DA VA- RIAGAO DE TEMPERATURA Para calcular os esforgos nos pilares provenientes da retracio, admite-se uma variagdo de temperatura de 15 °C na estrutura, Admitindo-se que a estrutura também esteja sujeita a uma variagio de temperatura de 15°C, a variagZo total de temperatura a ser aplicada & estrutura sera de 30 °C. esforgo recebido por um pilar é dado por F, = Kj AT xj, em que K; representa a rigidez absoluta longitudinal do pilar; cu, 0 coefi- ciente de dilatagdo térmica do conereto (0 = 10°5 /C); AT, a variagdo total de temperatura; ¢ x;, a distancia do pilar ao ponto indeslocavel do tabuleiro, © qual coincide com o “centro de gravidade” das rijezas. Dessa forma, tém-se: 365 (Daniel de Lima Arado] 365 . pilar 1: Fy = 6354 x 10-5 x 30 x (~31,83) = ~60,67 KN; + pilar 2: Fp = 4359 x 10°S x 30 x (~13,83) = -18,08 kN; © pilar 3: F3 = 4054 x 10-5 x 30 x 6,17 = 7,51 KN; * pilar 4: Fy = 9823 x 10-5 x 30 x 24,17 = 71,24 kN; DF, +P) +F3+Fy20. Observa-se que a soma dos esforgos, provocados pela temperatura mais a retracdo, dé resultado nulo, Isso ocorre porque tais esforgos sio produzidos por ages internas sem qualquer interferéncia de soli- citagdes externas. 3-4.7 _ ESFORGOS NOS PILARES PROVENIENTES DO EMPUXO DE AGUA Na direcéo transversal, os pilares esto sujeitos a empuxos decor- rentes da pressio da 4gua em movimento que incide sobre eles. Esse empuxo pode ser obtido por P = C v2, em que C é um coeficiente adimensional, igual a 0,34 para pilares de secao circular, e v é a velo- cidade de escoamento da agua, a qual pode ser obtida pela formula de Manning quando do célculo da maxima cheia. Para a ponte em ques- to, foi obtido v = 2,5 mis, logo, P = 0,34 x 2,52 = 2,13 kN/m?2, A forca aplicada no pilar é igual a pressio da agua multiplicada pela drea de obstrugdo que, no caso de pilares circulares, é admitida igual A metade do perimetro do pilar: mx 2 = 213 x 3,35 KN/m 3-48 BSFORCOS NOS PILARES DECORRENTES DO EMPUXO DE TERRA Na ponte em estudo, os pilares Py € Py estio sujeitos ao empuxo de terra dos taludes de acesso. O coeficiente de empuxo ativo em aterros com superficie inclinada é dado por (Pfeil, 1988): Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas 267 cos*@ 2 cos” a. cos sf aise em que, a: € a inclinagao do aterro sobre o plano horizontal; {&:€ 0 angulo de atrito entre o aterro e a superficie vertical da estrutura; 9: €0 Angulo de atrito interno do solo. , valor trés vezes maior que Para 0 caso de pilares situados em saias de aterro, as normas adotam uma largura majorada do pilar para levar em conta 0 efcito de arco do solo, o qual aumenta a drea de reagio do pilar ao deslo- camento do aterto. Essa largura ideal (bj) é fixada arbitrariamente na norma brasileira como trés vezes o didmetro do pilar, desde que este valor seja inferior a distancia transversal entre os eixos dos pi- lares. Na ponte em estudo, a largura ideal vale bj = 3x 1 = 3 m, valor inferior a distancia transversal entre os eixos dos pilares, que vale 4,9 m este valor é definido pela distancia entre eixos dos apa- relhos de apoio e é obtido do pré-dimensionamento das dimensées desses aparelhos. Conhecida a largura ideal ¢ sabendo que a altura de terra no pilar P; éde 3 me no pilar Py € de 1 m, obtém-se os seguintes valores para ‘0s empuxos ativos nesses pilares: + pilar Py: 1 2 ay 2 = 243 kN Ey = 5a Moto by BP = > x1 x18 x3 x3 {Danke de Lima Arado] 368 © pilar Py: 1, Ea = 2K Yolo bj h? = pd x18 3? =27 kN Supondo-se o pilar apoiado na parte superior, 0 momento My na base do pilar pode ser facilmente obtido com o esquema mostrado nna Figura 3.16, na qual, a = 3 m para o pilar Py € a = 1 m para o pi- lar Py. As demais dimensées podem ser obtidas da Figura 3.13. Esse momento, entretanto, nao é real, endo em vista que 0 apoio no topo do pilar é ficticio. Ao utilizar o principio da superposigao de efeitos, pode-se determinar a reasio no apoio ficticio (Ry), a qual depois sera colocada como a¢ao no esquema original (R). Desse novo esquema de ccarregamento pode-se determinar o momento final no pilar (M). | “ei Figura 3.26 -Bsquema para cleulo do empuxo de terra nos pilates Py « Py A reacdo Rj no apoio rotulado, suposto indeslocavel, vale ie Ry =108,9kN IP, : Ry = 13,5 KN Como essa reagao é ficticia, uma vez que o pilar esta contido elas- ticamente pelo tabuleiro, a reagao efetiva no topo do pilar pode ser obtida como segue: Projeto de ponte em concrete armado com duas longarin 369 = 108,9 x (1-0,258)= 80,80 kN 13,5 (1- 0,399) = 8,11kN, © momento fletor na base do pilar pode, entao, ser obtido do es- inal considerando-se a atuacao conjunta do empuxo de terra (E) e da reagio no topo do pilar (R), como segue: + pilar Py: Ea 2433 _ 61m M=RL, M=RL, Eo -a113,6- a7xt 20,2 kN.m s pilares internos também sao afetados pelos empuxos de ter- ra nos pilares extremos. Se for considerado 0 efeito simultineo das reagGes nos topos dos pilares Py ¢ P4, como estas possuem sentidos opostos, sua resultante provocaraé momentos menores nas bases dos pilares. Na pratica, a seguranca aconselha 0 dimensionamento dos pi- lares considerando a ago do empuxo separadamente em cada extre- mo, porque hé a possibilidade de ocorrer circunstincias nas quais 0 ‘empuxo atue apenas sobre os pilares de um dos extremos da obra. ‘Ao admitir 0 empuxo de terra agindo apenas no pilar Py, com apoio rotulado, tem-se um esforco de 108,9 KN aplicado no tabulei- 10 ~ 0 esforco se refere a um fuste de pila. Resultam, portanto, os seguintes esforgos nos demais pilares (por fuste): [Daniel de Lima Arai} * pilar Pa: F2 = 108,9 x 0,177 = 19,28 kN; + pilar Ps: Fs = 108,9 0,165 = 17,97 kN; * pilar Pg: Fy = 108,9 x 0,399 = 43,45 kN. 3-49 RESUMO DOS ESFOR¢OS ATUANTES NO TOPO DOS PILARES PROVOCA- DOS PELA SUPERESTRUTURA Quadro 3.5 - Resumo dos esforcas no topo dos pilares (kN) 3-5 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES DA PONTE O dimensionamento dos pilares consiste, geralmente, em: * _vetificar se as dimensdes admitidas para a segio de concreto sio satisfat6rias; determinar a rea e a distribuigdo das armaduras longitudinais, transyersais e de introducdo dos esforgos - armaduras locais ‘nos pontos de aplicagao de forcas concentradas; desenhar os pormenores da armagio, atendendo aos objetivos funcionais e de simplicidade construtiva. s pilares de pontes acham-se solicitados por esforgos verticais ¢ Por importantes esforgos horizontais, que se decompdem em esforgos longitudinais e transversais. Os esforgos longitudinais, provenientes do tabuleiro, aplicam-se no topo dos pilares, na ligagio com a viga Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas principal. Os momentos fletores, associados com a transferéncia des- ses esforgos da pista de rolamento ou do eixo da viga para o nivel do topo dos pilares, so, em geral, de importancia secundaria, produzin- do pequenas variagdes nas reagdes de apoi (Os esforgos transversais, provenientes do tabuleiro, so também transfetidos para 0 nivel do topo dos pilares, produzindo um binério equilibrado pelas reagdes nesse nivel (Figura 3.17). Essas reagdes, no caso de pilares em forma de pértico, so adicionadas as reagdes ver- ticais provenientes da viga principal. No caso de mesoestrutura cons- tituida por um pilar dnico ~ circular ou parede transversal -, néio ha acréscimo nas agdes verticais sobre os pilares e 0 momento fletor trans- ‘versal atuante no topo permanece constante até a base do pilar. 3s pilares de pontes so dimensionados & flexdo composta obli- qua, levando-se em conta os efeitos de segunda ordem (flambagem). Em razéo da complexidade da solugao, frequentemente se recorre a processos aproximados, permitidos em normas, e cuja aplicabilidade édemonstrada por meio de cleulos comparativos. — 1) Mescesiutura em prtco 1) Meccestuwa compar ico Figura 3.17 - Transferencia para os pilares dos esforros transversais atuantes no tabuleiro [Daniel de Lima Arai) al 3.5.1, COMBINAGAO DE ESEORCOS AAs forcas horizontais atuantes no tabuleiro da ponte j4 foram calcula das e distribufdas entre os pilares da mesoestrutura. Além dessas forcas, 6s pilares também esto submetidos a forcas verticais provenientes da reagao da superestrutura em virtude dos carregamentos permanente ¢ mével, os quais estio listados no Quadro 3.6, As reagdes decorrentes da carga mével ~ méxima e minima - em cada fuste de pilar foram obtidas or meio do tracado das linhas de influéncia de apoio sobre as quais foi posicionado o trem-tipo da longarina nas posigdes mais desfavordveis, Os momentos fletores nos pilares, provenientes das forcas transver- sais, devem ser calculados considerando-se © pértico transversal for- mado pelos pilares circulares e pelas vigas de travamento. Na diresao longitudinal, os momentos fletores nos pilares sao calculados conside- rando-os livres no topo ¢ engastados ao nivel da fundagao. Na Figura 3.18 apresentam-se os carregamentos, as dimensées e os esforgos nos Pérticos transversais, dos eixos 1 a 4. Quadro 3.6 - ReagSes verticals da superestrututa (por pilar) Os momentos calculados para os tubuldes da Figura 3.18 s6 tém validade na parte nao enterrada deles. Ja para as segdes abaixo do nivel do solo, é necessédrio levar em consideragao a reagao lateral do terreno. IO de pnd ence st Gt plan TMT co po cn ncaa sy we mt Eno 1 ot tp-#+—_3—+ Figura 8.18 (@) -Pérticas transversais da ponte sobre o rio Pau Seco ery i i i a eno 2 [Daniel de Lima Aras] ca A seguir, apresenta-se, de forma resumida, 0 céleulo dos esforgos. +75 finais nos pilares € na parte ndo enterrada dos tubulées, bem como ia as combinagGes de céleulo para cada um dos quatro eixos da ponte sobre 0 rio Pau Seco. TUATHA 3.5.1.1 Bixo1 3.5.2.2.4 Reagbes verticais 7 | « reagdo de apoio da superestrutura (permanente): Ry = 874,7 kN; fj + reagao de apoio da superestrutura (varivel}: ‘ b | Rnax = 99755 KN, TTT i coral me t i = Ramin = ~73,8 KN; 2 7 ie wig se + vento transversal na superestrutura (rombamento do tabuleiro}: 3 i i fee 7 : | we i NG i Hy = 76,88 KN; & & * distdncia da forca resultante a0 topo do pilar: # a 80+0,87 j { y= EOS? 134 pa i ra 8 i © reagio vertical no pilar: mm 872 “ 06% ‘A relagdo AvAg representa o volume da armadura de cintamento por unidade de comprimento do nticleo fretado, ou seja, a porcenta- gem geométrica, em volume, da armadura de cintamento. Nesse caso, Ag representa a érea do circulo inscrito na zona cintada (Figura 3.23). Para verificar a necessidade de armadura de fretagem nas rotulas da ponte em estudo, basta verificar as tensGes de compressao nelas. Se [Panel de Lima Ara) 296 essas tensGes forem inferiores aos limites anteriormente apresentados, no & necesséria a adogéo de armadura de fretagem. Na Figura 3.24 mostra-se a determinagio da drea homorética da rotula, necesséria para o célculo da tensio limite. fap +05 cy “in srdoom ——ay20+2410=800n bys 18m ‘eo 900 er by -ay22.-60215 - 200m Pey= 1600 en? 5 ‘Sorde hemeldica da longer (vita infor) Figura 3.24 - Area homotética da rotula no pila ena viga 3.6.4.1.1 Bixos1e 4 Ny =14 (RY +R, )+13 Ry =2564,7 kN Ny __ 2564,7 he hho” 28497 kNint = 28,5 MPa a = A tensio limite vale: © pilar: Ka [Aci _ 25 [2357 fx TeV Aco “14 V 900 ~28°MPa< 3.3.55 =589MPa Projeto de ponte em concreto armado com duas longarinas viga: fe [Act 25 [1600 _ 45.6 nypq <3,3-44 fg [Aca _ 25 [1600 _ 55, 3k = 58,9 MI te VAco MV 900 re = Como oej é maior que a tensio limite da viga, é necesséria a arma- dura de fretagem na viga de modo a aumentar (de forma ficticia) a re- sisténcia do concreto situado sob o apoio. Esta armadura pode ser cons- tituida por uma malha com barras de 6,3 mm (CA-50) a cada 10 cm, em. Ao adotar 0 com espagamento méximo entre camadas de 20/ espacamento (s) de 3 cm, chega-se & porcentagem volumétrica de: Asgl _ 0,32. cm? (9x 20 cm+3x 80cm) 8 3em Ag = 20 em x 80 cm = 1600 cm* =448.cm? 0,028 Aa A resisténcia ficticia do concreto na viga vale fagfie fag + 1,7 % 0,028 x fy = 25 + 1,7 x 0,028 x 500 = 48,80 MPa. © novo valor da tensio limite na viga vale fase [Aca _ 48,80 [1600 _ Fe ee EY Baa MOSMPA < 33 ha = 589 MPa Como oq menor que esse limite, entio a armadura de fretagem adotada para a viga ¢ suficiente, 3:6.4.1.2 Bixos 2 € 3 Ny=I4 Rj HRY) + BR, 31523 115% 0,6 152.3 KN 5026 kN/m? = 35,03 MPa [Daniel de Lima Arad] 298 A tensio limite vale: © pilar: fx [Aca _ 25 [2357 fy == <3,3 = te VAco 14 ¥ 909 28° MP8 < 3:3. = 58,9MPa * viga: fac [Act _ 25 [1600 _ fy te Vacs 14 V 900: 7238MPa <3,3 = 58,9 MPa Ye Como ogg é maior que a tensio limite, tanto da viga quanto do pilar, € necessério colocar armadura de fretagem em ambos de modo @ aumentar (de forma ficticia) a resisténcia do concreto situado sob © apoio. Adotando-se uma malha com barras de 6,3 mm (CA 50) a cada 9 cm, com espacamento entre camadas de 3 cm na viga e 5 cm no pilar, a resisténcia ficticia do concreto vale: * viga: A, ~ Ast £ _ 032 cm? (10x 20cm +3 x 80 em) ] saa neuer eee re ‘Ag = 20 em x 80 cm = 1600 cm? = 0,029 Ag fate = fax + 1,7 x 0,029 x fyy = 25 + 1,7 x 0,029 x 500 = 49,65 MPa; + pilar: a, ~ Aso _ 032 cm? (11% 243 om +3% 97cm) 2 os Sem STEM Ag = 24,3 cm x 97 cm = 2357 cm? At ooist Aa Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas feegic = fake + 1,7 0,0151 x fy = 25 + 1,7 x 0,0151 x 500= 199 37,80 MPa. Os novos valores da tensio limite valem: * viga: fc [Agr _ 49,65 [1600 afc {Aer _ 49,65 [1600 _ 47, e Te apg 7 473 MPa <3 = SB9MPa = pilar: facie [Act 8 [2357 afc | Act 5227 «43,7 MPa <3,3f.y = 58,9 MP: Ye VAco 14 ¥ 900 2 < 33h * Como o.y € menor que esses novos limites, entdo a armadura de fretagem adotada para a viga ¢ para o pilar é suficiente. 3.6.4.2 Armadura de fendilhamento [As armaduras de fendilhamento servem para absorver as tensdes transversais de tracdo na regio de transi¢ao das tenses concentradas, na face do elemento, para as tensdes lineares, numa segio afastada da face. A regido de transigdo tem um comprimento aproximadamente igual a maior dimensio transversal do elemento. No caso de um pilar de seco retangular com forga concentrada na face superior (Figura 3.25), 0 esforgo transversal que surge na transi- do pode ser estimado p # diregio a: Fy =0,30 Ny a-ag b=by h A armadura transversal A, é dada por Fa ba * ditegao b: Fy =0,30 Ny A {Daniel de Lima ratio] Figura 3.25 - Pilar com forga concentrada na face superior Nas partes superior ¢ lateral do pilar existem tenses de tragio que produzem um esforo aproximadamente igual a Fg = 1,5% Na. Esse esforgo é absorvido por uma armadura superficial Ajj — também de- nominada armadura secundétia de fendilhamento — dada por Aga tt fa Para o célculo da armadura de fendilhamento nos pilares da ponte em estudo, os pilares circulares foram substituidos por pilares qua- drados circunscritos aos pilares reais. Dessa forma, é possivel empre- gar as expressGes anteriormente apresentadas da seguinte maneira: Para os eixos 1 4: Ny =14 (Rj +R) +13 Ry=2564,7 kN © diregao transversal: 100-60 130 2564,7 x =308kN =7lem? > 23 § 6,3 mm Projeto de ponte em concrete armado com duas longarinas © diregao longitudinal: -by a . 100-15 _ 4 = 0;30%2564,7 «ATE = 654kN Fy =0,30 Ny 270. Para os eixos 2.3: Nu =t4 (RE +R, )+13 Ry =3152,3 KN © diregdo transversal Fy =030 Ny S52 =030%31523 Ant ge vd in © dirego longitudinal: Fy =030N, $760 @ =030%31523 10515 - soa ken =8,7cm? = 28 66,3 mm __ 804 Mis Aa AS%Ny _ 0,015 x3152,3 a Mas [As reagGes de apoio atuantes nas vigas podem ser consideradas como pressdes locais aplicadas na superficie de paredes. Faz-se a distribuigao 18,5 em? => 59 6,3 mm =Mem? > 4 66,3 mm [Daniel de Lima Araijo} 302 de tensdes dentro de prismas ideais. No caso de apoio intermediério de viga continua, a armadura de fendilhamento (A,), em geral, 6 desneces- sdria por causa das tensdes de compressio propiciadas pelo momento fletor negativo atuando no apoio. O detalhamento final da armadura das r6tulas dos apoios da ponte sobre o rio Pau Seco é apresentado na Figura 3.26. ee t Bee eS me OS waaSHS |, Figura 3.26 - Detalhes (em em) da armadura das rétulas do apoio (x8) Projeto de ponte em concreto armada com duas longarinas Apéndice {A ponte sobre 0 rio Pau Seco foi projetada considerando-se apare- hos de apoio do tipo fixo, os quais foram garantidos pelas rétulas de concreto, Em outros casos, pode-se optar pelo emprego de aparelhos de apoio do tipo mével, que restringem apenas 0 deslocamento verti- cal, liberando tanto a rotagéo quanto o deslocamento horizontal no apoio. Em muitos casos, esses apoios so constituidos por elementos elésticos, com baixo médulo de elasticidade. © material mais usual para esse tipo de apoio é o policloropreno, mais conhecido como neo- prene. Ele possui grande resisténcia as intempéries e razoavel resistén- cia a compressio da ordem de grandeza dos concretos usuais. De modo a exemplificar © dimensionamento de um aparelho de apoio eléstico, neste apéndice apresenta-se o roteiro de céleulo do aparelho de apoio em neoprene de outra ponte desenvolvida pelo au- tor. O dimensionamento, neste caso, se resume em pré-dimensionar 0 aparelho de apoio e verificar se ele atende a todas as verificagoes em 24 servico (EI Debs, 2000; Pfeil, 1988; Ramberger, 2002). Em razao do elevado valor da forga normal nos apoios de pontes, os aparelhos de apoio em neoprene nesse tipo de obra sdo sempre fretados. + Solicitagao no aparelho de apoio advindo da superestrutura: ~ reagdo vertical méxima (Rmgx): 2156,3 kN; ~ reagdo vertical minima (Rin): 917,2 KN; ~ reacdo vertical decorrente do carregamento permanen- te (Ry): 1081,4 KN; = reagGo vertical proveniente da carga mével (Rg): 1074,9 KN; : ~ esforgo horizontal (sentido longitudinal): © — frenagem + sobrecarga (Hy): 36,5 KN, } temperatura + retragio (Hyy): 38,4 kN - esforgo horizontal (sentido transversal, H,): 34,1 KN; = rotago imposta: © ages permanentes (ag): 0,0006 rad, ages varidveis (ag): 0,0027 rad. * Pré-dimensionamento (pressao de contato): abz Rmx com {°- m=7 MPa para neoprene simples Suan adm = 11 MPa para neoprene fretado - adotou-se a = 70 cme b = 30 cm a =70 0,6 = 69,4.cm - dimensées de cdlculo: b=30~ 0,6 = 29,4 em - adotou-se: n=2 (nimero de placas de neoprene) h, in =12 mm_ (altura das placas de neoprene) le =2,5 mm _(espessura da chapa de reforgo) | Projeto de ponte em concreto armado com duas longatinas - altura total do neoprene: médulo de elasticidade transversal (G,): 1 MPa, para #95 dureza shore 60 G.= MPa = neoprene +2% 3mm = 37,5 mm. Qo =2x12mm+3x2,5 mm Limite de deformacao por compressao (afundamento): - oafundamento do neoprene pode ser calculado por Ah= non hy 4G, B+3 6m, sendo: 2h, @ +5) (fator de forma); = ao usar os valores de projeto, tém-se: 0,204 m* 694x294 Tu (69,44 29,4) 86 Logo: Ah= 210,57 x12 440 x86 + 31057 =3,84 mm (tensio maxima de compressio), 2156.3 KN _ 19570 kg/m? = 10,57 MPa [Dantel de Lima Araijol 26 0 limite maximo de afundamento é de 0,15 h, que neste caso vale 5,63 mm. Como 0 valor de Ah obtido foi menor que esse limite, aten- de a essa verificacao. * Limite de deformacao por cisalhamento: ~ esse limite € atendido desde que a maxima distorgao por cisalhamento do neoprene seja limitada em wey= pt <07 sendo: bh = baa + baa» by1: deslocamento no neoprene provocado por acdes de longa duragao, eae eee cA ye bat GA, = 7000 x 0204 (2x 12)= 4,52 mm bia: deslocamento no neoprene provocado por aces de curta duracéo, by = H2-sh, = 365 __, (2x12) = qh? GA "= 7900x0204 (2x12)=429 mm Logo, toy = 4822429 097 Constata-se, entio, que esse valor atende ao limite de 0,7, por ser menor que ele. © Limite da tensio de cisalhamento: } ~ esse limite é atendido desde que a maxima tensio de cisalhamento entre 0 neoprene e as chapas de fretagem seja limitada em ty + th+ tT $5 Ga, sendo: Projeto de pont sm concreto armado com duns longatinas ty: tensio de cisalhamento provocada pela fora de 297 compressio: = 15 (10814 + 15 <10749) _ 7593 kvm? =230 MPa <3 MPa a 8,6 «0,204 ty: tenso de cisalhamento provocada pelas forgas ho- rizontais: ty = 384#05 365 _ 978 nm? =0.28 MPa 0,204 tg: tensio de cisalhamento provocada pela rotagao im- posta no apoio: 2 4 2 fea +15 t904) S15 Go rm pofeoaes (0.0006 + 45 «0,0027) = 0,70 MPa < 1,5 MPa "2 Uaxto3) 2 Logo, th + tht ta= 3,28 MPa Constata-se, entdo, que esse valor atende ao limite de 5 MPa, por ser menor que ele. ‘© Seguranga contra o deslizamento: ‘A seguranga contra o deslizamento é garantida desde que 0 esforso solicitante no apoio seja menor que a resistencia a0 deslizamento en- tre 0 neoprene e 0 concreto. Essa resisténcia normalmente é garantida [Daniel de Lima Ara 208 apenas pelo atrito entre o neoprene e o concreto, isto é H < uN, sen- } do 1 0 coeficiente de atrito entre neoprene e © concreto avaliado | por p= 01+ 26, Duas hipoteses devem ser verificad: ponte descarregada. ara ponte carregada e para - Ponte carregada: o, ~Rnax = 10,57 MPa He (Ha + Hy) +H = 014-08. Oey = O16 HR pax = 016 x 2156,3 = 345 KN 32,3 KN Constata-se, entio, que esse valor atende ao esforco solicitante (82,3 KN), por ser maior que ele. ~ Ponte descarregada: Sm = mit. = 4,50 MPa An H= yHy? +H? =514kN HR yin= 0,23 x 917,2 = 214 kN Conclui-se, entio, que esse valor atende a0 esforco solicitante (51,4 KN), por ser maior que ele. Além dessas verificagdes, deve-se, la, garantir uma pressio de contato minima sobre 0 neoprene de valor igual a Rmin > 9 pa, 17,2 _ n 204 7 4496 KN/m*= 4,5 MPa. Projeto de ponte em concreto armada com duas longarinas CObserva-se que esse valor atende ao limite minimo de 2 MPa, por 29 ser maior que ele. + Condigao de nao levantamento da borda menos carregada: Deve-se garantir que quando imposta a rotagao no apoio, a borda menos carregada do neoprene no venha a perder contato com ele, 0 que poderia acarretar o escorregamento do neoprene. Para isso, deve- -se respeitar as seguintes condigdes: 6Zbo —send ~ ponte descarregada: tga, <=" , sendo ‘Ao usar 0s valores do projeto, tém-se: 10814 _ 5300 kN/m? = 5,3 MPa oa SS = 020 mm A 867 +3553 Logo, 6 2Zhaa _ 6*2%020 _ goog b 294 Esse valor é maior que a rotacdo imposta em razo do carregamen- to permanente (cg = 0,0006 rad), logo, esté atendida essa verifcasao. 6! ponte carregada: tga, +15 tga, < ea ,sendo. by Oe oe 4G, B+ 3 og.4 = 10,57 MPa {Daniel de Lia Aa Ao usar os valores do projeto, tem-se: a 12x 10,57 4x 10x86? + 31057 2 39 mm, Logo, 6Zhaz _ 6%2%039 b 294 Observa-se que esse valor atende a rotacdo imposta em virtude do carregamento total (tga + 1,5 teog= = 00159 ,0047), por ser maior que ela. * Verificacio da estabilidade: Para evitar a flambagem localizada do neoprene, deve-se limitar a sua altura em Diy

Sh, < 224 =58,8 mm. A altura total das laminas do neoprene utilizado é de 2 hy = 2 x 12 = 24 mm. Como esse valor é inferior ao limite calculado, atende as exigéncias. + Verificagdo das chapas de aco: As chapas utilizadas como fretagem do neoprene devem ser veri- ficadas para que, sob 0 carregamento em servigo, elas no atinjam a tensGo de escoamento do aco. Para isso, a espessura das chapas pode Sm ser estimada pela expresso empirica € 2 2°, sendo o, a tensio na chapa de ago, limitada em 150 MPa. Além disso, a chapa deve ter espessura minima de 2’mm. Ao usar os valores do projeto, tem-se 294 10,57 8,6 x150 sura de 2,5 mm, essa exigéncia esta atendida. =24mm. Como foi adotada uma chapa com espes- Projeto de ponte em conceeto armada com duas longatinas Referéncias ABNT - Associacio Brasileira de Normas Técnicas. NB2: projeto ¢ execucio de pontes de concreto armado, Rio de Janeiro, 1961. ABNT ~ Associacio Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7188: carga mével em ponte rodovisria e passarela de pedestre. Rio de Janeiro, 1984, ABNT - Associacio Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7187: projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido - procedimento. Rio de Janeiro, 20034. ABNT - Associagio Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: aces ¢ segu- ranga nas estrucuras ~ procedimento. Rio de Janeiro, 20036. ABNT - Associagio Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118: projeto de ‘estruturas de concreto - procedimento. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Divisio de Ca- pacitagao Tecnolégica. Manual de projeto de obras-de-arte especiais. Rio de Janeiro, 1996. 212 CARVALHO, R. Cs FIGUEIREDO FILHO, J. R. Célculo e detalhamento de SUSSEKIND, J. C. Curso de concreto. 3. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.v.2. 213, cestruturas usuais de concreto armado. 2. ed. Sao Carlos, SP: EAUFSCar, 2004. TROITSKY, M. S. Planning and design of bridges. USA: John Wiley 8 Sons, CARVALHO, R. C.s PINHEIRO, L. M. Céleulo e detalhamento de estruturas Inc., 1994. uusuais de concreto armado. Sio Paulo: Pini, 2009. v. 2. EL DEBS, M. K. Concreto pré-moldado: fundamentos ¢ aplicages. Si0 Car- los, SP: EESC/USP, 2000, EL DEBS, M. Ks TAKEYA, T. Comportamento a fadiga do conereto armado e protendido. Sao Carlos, SP: EESC-USP, 1992. (notas de aula), HAMBLY, E. C. Bridge deck bebavior. 24 ed, New York: E & FN SPON, 1991, LEONHARDT, F; MONNIG, E. Construgées de concreto. Rio de Janeii Interciéncia, 1978. v. 2. PFEIL, W. Pontes em conereto armado: mesoestrutura,infraestrutura, apoio. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos ¢ Cientificos Editora $.A, 1988. v. 2. PFEIL, W. Pontes em concreto armado: elementos de projeto, solicitagdes, su- perestrutura, 4, ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A., 1990. v1. RAMBERGER, G. Structural bearings and expansion joints for bridges. Zurich: International Association for Bridge and Structural Engineering - IABSE, 2002. RUSCH, E. H. Fabrbabnplatten von Strazenbriichen. Berlin: Verlag von Wi- Ihelm Ernst & Sohn, 1960. SUSSEKIND, J. C. Curso de concreto. 6. ed. Si0 Paulo: Globo, 1989. v. 1 [Danie de Lima Aratjo] Projeto de ponte em concreto armade com duas longarinas

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