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FERNAO LOPES, CRONICA DE D. JOAO | FERNAO LOPES Crénica de D. Joao ~ excertas de 2 capitules (11,115 ou 148 da 1. parte] PROGRAMA, > Contexto historic, + Afirmacao da consciéncia coletiva * Alores lindividuais e coletivos) See) COTATI ene ea ¥ Fernao Lopes Nasceu entre 1380 e 1390. Foi tabeliao geral, guar~ da-mor da Torre do Tombo e escrivao de D. Jo30 |, . Duarte e do infante D. Fernando. Encarregado de escrever as crénicas de todos os reis de Portugal, deixou-nos a Crénica de El-Rei D. Pedro, a Crénica de D. Fernando e a Cronica de D. Joao I (1.* © 2° partes) Recebeu titulo de nabreza. Morceu em 1458. v ARevolucio de 1383-85 . Fernando morreu em 1383, deixando a coroa sem sucessor. A dnica filha, D. Beatriz, era casada com 0 rei de Castele e, segundo o acordo nupcial,ofilho que ascesse desea unido seria rei de Portugal, mas, ‘como nenhuma crianga tinha ainda nascido, a regén- cia ficou nas mos da viiva do rei, Leonor Teles. ‘A regente era odiada, em parte devido & relagao inti- ma com o galege conde Andeiro, vista como uma ‘ameaca 8 independéncia nacional, por se recear que Leonor Teles entregasse o poder ao rei de Castela, 7 E neste contexto que surge a insurreicdo, ds mosieisi, chefiados por AWvaro Pais © apoiados por alguns nobres e pelo povo de Lisboa, revaltam-se Eontra Leonor Tees com 0 objetivo de colocar no :ro- nour maiosirman do falcide re, 0. Joao, Mestre do Zvi, fiho ilegtime de D. Pecro | Langando o Boato de que o conde Andeir quer matar 0 Mestre, Avaro Pais consegue que o povo acorra em massa para protager 9 Mestra,permttindo quo ele execute 0 verdadeire plano: matar © conde Andeiro Saindo trunfaimente aclarnado pelo poo de Lisboa, 0 Mestre de Avs adquir, no rua, 0 tuo de «detencar do povos e abre as condicées para 8 sua futura esce- tha como re de Portugal, ¥ Leonor Teles foge da capital e pede auxilio ao rei de Castela, que era, de facto, pretendente 20 trano = Oexércite castelhano invade Portugal e faz um lon- go cerco a Lisboa, que resiste, heroicamente, durente meses, = 0 carco é levantado devido & peste, mas 0 rei de Cestela invade de nove Portugal, sendo vencido na batalha de Aljubarrota, a 15 de agosto de 1385, = Nesse anode 1385, nas Cortes de Coimbra, o Mestre de Avis havia sido ja eleta re de Portugal: D. od | 0s acontacimentas da ravolucio de 1983-1985 sio relatados por Femnao Lopes na Crénica de D. Joao |. ¥.0 primeiro cronista portugués, considerado tarn- bbém o primeiro histariader, preocupau-se com @ apu- ramento da verdede, investigando as fontes, compa- rando documentos consultados em arquivos e lapides, owindo testemunhas sobreviventes aos aconteci- mentes. Numa época em que 0s outros eronistas se limita ‘vam a ragistar os factes numa perspativa individualis- ta da Historia, que conviosse ao senhor que thes pa- gava, Fernéo Lopes procurou transmitir uma vis8o ‘multfacetada dos acontecimentos, considerando 05 varios fatores que neles intervém: social, politico, econdmico, raligiaso, e até psicolégico. ¥ O tempo era de reafirmacao da identidade nacional 0 cronista percebeu que o relato vivo e fundamen- tado da Historia era indispensdvel para a afirmacao da consciéncia coletiva, 180 determinant naquele momento histérico, em que aquilo que esteva em jogo era, a par de outros aspetos, a indapendéncia nacional. AD ed Y Fernaa Lopes colaca em cena os civersos atores individuais e coletivos. Y Contrariamente 20s cronistas do seu tempo, ele narra a acao das figuras individuals ~ Mesire de Aus, Aivoro Pais, Leonor Teles, Nuno Avares Pereira - mas também dé relevo, quando tém relevo, 85 perso nagens coletivas, nomeadamente © povo de Lisboa, Y Esta personagem coletiva - © povo de Lisboa tem, em passagens da Crénica de D. Joao Jo estatu- to de protagonista, pela centralidade nos aconteci- mentes. E 0 povo de Lisboa que, corajaso, corre pelas ruas e se junta para proteger o Mestre, é 0 ovo que, cruel © cagamonte, ata 0 bispo da torre da Sé por ter corrido 0 boato de que é traidor, é 0 pove que resiste ao cerco até ao limite, mas juntando sempre as lorcas para defender a cidade. Valente ou irracional, resistente ou apavorado, forte ou a mor- rer de fome, © povo de Lisboa 6 uma personagem ricamante caracterizada na Crénica de O. 80 |

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