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Fortaleza - Ceará
2019
VALDIRENE RODRIGUES SOUZA
Fortaleza - Ceará
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7
2. OBJETIVOS .................................................................................................. 9
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 9
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 9
3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 10
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 12
4.1.Cenário atual ........................................................................................... 12
4.2. Os impactos causados pela nomofobia ................................................... 14
4.3. Diferença entre utilização normal e dependência patológica.................... 17
4.4. Efeitos sintomatológicos nos sujeitos com nomofobia ............................. 18
4.5. Impacto psicológico ................................................................................ 20
5. METODOLOGIA ........................................................................................ 22
6. CRONOGRAMA ......................................................................................... 23
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 24
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1. INTRODUÇÃO
aquilo que venha estar disponível que ofereça esse acalento acaba por tomar os espaços
na vida das pessoas de maneira desenfreada.
Outra hipótese que vem de encontro a essa dependência que se conecta com essa
ausência afetiva e que se apresenta aparentemente como uma vida ideal é a internet, pois
através dela a gama de possibilidades ofertadas permite que muitas das necessidades
sejam supridas na visão de quem procura por algo que faça sentir-se anestesiado. Se não
fosse a internet com todas as propostas de sites de relacionamentos, jogos,
compartilhamentos, redes sociais e tantos outros o sujeito desenvolveria essa carência de
utilizar seu celular ou qualquer outro dispositivo tecnológico de forma exacerbada ao
ponto de perder seu equilíbrio emocional e fisiológico?
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2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
em qualquer ambiente a quantidade de pessoas usando os seus celulares nas mais diversas
situações como: casas, trabalhos, shoppings, praças, restaurantes, universidades, cinemas,
teatros, ônibus, ruas e etc.. Se percebermos bem, quantos de nós já presenciamos pessoas
com seus aparelhos nesses locais citados? E na grande maioria das vezes não estavam
propriamente sozinhas mexendo, acessando a internet, checando algum aplicativo, mas
sim acompanhadas de outras pessoas, muitas vezes amigos, pai, mãe, parentes, cônjuge,
namorados. Então podemos analisar que essas relações estão sendo comprometidas, pois
está havendo uma substituição das interações e conversas pelo o uso dos dispositivos
móveis. Há também aqueles sujeitos que se quer chegam a se aproximar de outras
pessoas, excluindo-se da convivência.
A tecnologia permitiu uma aproximação de quem está longe e ao mesmo tempo um
distanciamento de quem se está perto. O rendimento no trabalho vem caindo, isolamento
social que ocasiona uma individualidade, problemas de insônia, sedentarismo, as crianças
já não brincam com as outras como antes, os casais não dialogam como deveriam
sofrendo dificuldades em sua comunicação e desenvolvendo crises conjugais, o estímulo
do consumismo desenfreado gerando um excesso de compras desnecessárias, padrão de
beleza sendo estipulado desencadeando problemas de baixo autoestima. Portanto
compreender essa dependência tecnológica patológica ajudará a identificar quais questões
estão dando origem ou fatores estão contribuindo para esse descontrole na utilização do
aparelho telefônico, o qual está trazendo comorbidades nos sujeitos e deste modo
contribuindo para a nomofobia.
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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Cenário atual
Lourenço et.al. (2015) diz que a evolução tecnológica viabilizou ao grande público
a utilização de recursos eletrônicos que facilitou a comunicação levando a troca de
informações, registro dos acontecimentos através dos gadgets os dispositivos
tecnológicos de mídia móveis, os famosos smartphones e tablets. Devemos admitir que
as oportunidades de comunicação oferecidas pelos gadgets são amplas, indo além de
simples ligações.
Os celulares como uma das opções dessas ferramentas são acessórios de fácil
manuseio que permite um acesso instantâneo à internet e que contém uma série de
aplicativos que nos leva a conectarmos aos mais variados sites, jogos, redes sociais,
compartilhamentos imediatos, transações bancárias, verificação de email,
videoconferências e tantos outros, assim apresentando-se como fonte de artefatos
primordiais.
Com o surgimento da revolução tecnológica móvel algum acontecimento vem se
revelando significativamente como a mudança de hábitos das pessoas. Aqui no Brasil o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por meio da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios desenvolveu a análise acerca da utilização da internet estando
dentre eles os celulares e tablets. Publicados em abril de 2015 os resultados desta pesquisa
destacaram para um aumento do uso de celular em torno de 131% (2005 a 2013) o
equivalente a 73,9 milhões de novos usuários. Dentre os estados aqui no Brasil
exclusivamente estes cinco (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e Sergipe) a utilização da
internet através do computador já foi ultrapassada, pois o acesso vem sendo feito por meio
dos telefones móveis e tablets.
Lourenço et.al. (2015) Por que razão é que ouvimos com certa frequência a frase “
eu não posso viver sem meu celular” e por meio de uma afirmação dessa pode-se perceber
alguns transtornos na saúde desencadeando uma dependência tecnológica como a
Nomofobia (No mobile phobia, medo de não estar com o celular) síndrome do toque e da
vibração fantasma são uns dos vários distúrbios que se fazem presentes no dia a dia das
pessoas.
Para Ribeiro (2016) neste último século é considerado como a era do avanço
tecnológico, de modo que se torna assíduo e acessível uma grande variedade de
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“Na juventude, conheceu o sentido das palavras laço e comunidade e é por isso
que ele desconfia dessa conectividade toda das redes sociais. A internet é tão
fácil de conectar, mas o maior atrativo quando você consegue se desconectar,
romper as relações. ”
Segundo Morin (2007) há uma incitação do consumo que por sua vez é sinalizado
pelo individualismo que influencia demasiadamente a sociedade, modificando a maneira
de pensar e o comportamento das pessoas que demonstram relutância em enfrentar sua
realidade. Problemas que ocorrem nos dias atuais a população, de modo que enfrentam o
impacto do consumo de massa em decorrência ao status quo, tornando-os dependente,
desenvolvendo sentimentos de insatisfação e apego às coisas materiais.
Conduzindo especialmente a faixa etária mais jovem a fazerem uma identidade
fictícia em sites de relacionamentos, que demonstram a valorização as coisas materiais.
Desencadeando uma carência psicológica nesse público de permanecerem conectados por
períodos extensos em várias redes sociais “ … a informação, a grande imprensa pesca
cada dia, o novo, o contingente, o ‘acontecimento’, isto é, o individual. Fazem o
acontecimento passar nos seus moldes para restituí-lo em sua unicidade”. (Morin, 2007,
p. 25)
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De acordo com Maziero e Oliveira (2016) não havia uma terminologia até o período
de 2008 que designasse os efeitos provocados pelo impedimento ou falta de
comunicabilidade promovidos pelos aparelhos eletrônicos ou móveis como o celular.
Logo após, na Inglaterra, a nomenclatura Nomofobia foi elaborada, originada da
expressão idiomática Mobile phonephobia que está relacionada a inquietação que o
sujeito sente pela a ausência do aparelho telefônico que o permite conectar-se e
comunicar-se através da rede (MAZIERO, OLIVEIRA, 2016; CRIPPA, 2017).
Não se pode considerar um exagero ao observarmos nosso cotidiano, nossos
comportamentos particulares e os dos demais acrescentando aos acontecimentos que os
meios digitais de comunicação nos notifica sobre o comportamento das pessoas nas mais
variadas circunstâncias em meio a sociedade resultante da utilização excessiva na grande
maioria da tecnologia digital através da internet (CONDOTTA, 2017). Dentre esses
distúrbios, Young (1997) destaca:
“Você consegue ficar um ou dois dias sem usar a internet? Você acha que usa
a internet em excesso ou não? Sente-se culpado por abusar da internet ou
celular? Já negligenciou amigos, namorado (a) e familiares por causa da
internet? Já teve algum problema de ordem social, familiar ou no trabalho com
o abuso do computador ou celular? O que sente quando está conectado ou
desconectado? Esse abuso lhe traz satisfação ou não? Explique. ”
De acordo com Deusen, Bolle, Hefner e Kommers (2015) a razão pela qual a
dependência aconteceria é porque o celular proporciona diversas vivências prazerosas as
quais agem intensamente tal como recompensa, fazendo com que a utilização moderada
se torne um uso mais frequente estimulados por motivações intrínsecas e extrínsecas.
Explicado pelos teóricos as pessoas ao checarem o Facebook, as publicações visualizadas
atuam como forma de recompensa, reforçando essa checagem e evoluindo para essa
prática com maior frequência, tornando-se uma dependência de árduo controle.
Lourenço et. Al (2015) afirma sobre as influências dos sintomas nos sujeitos
portadores da nomofobia, o qual desencadeiam dificuldades para dormir, até mesmo
relaciona ambos, porque as pessoas adormecem com o aparelho telefônico junto de si, de
modo que o aparelho mesmo no escuro através de sua tela, clareia, assim interrompendo
o desejo de dormir, por causa da iluminação que afeta as etapas do sono, assim
dificultando que a melatonina seja produzida.
A utilização desordenada dos dispositivos tecnológicos traz prejuízo na saúde da
pessoa e apresentam consequências no campo fisiológico por passarem longos períodos
usando o celular ao invés de realizar qualquer exercício físico, inclusive práticas que
auxiliem o sujeito a socializar, que ocasionam propriamente no aumento do peso, por
conta da má alimentação nas horas adequadas, em detrimento do constante acesso (KING
e NARDI, 2013 apud SILVA e SOUZA, 2018)
Do mesmo modo como a abstinência de dependência química funciona também
ocorre na dependência na utilização do celular, pois a sintomatologia caracterizada pelo
desconforto no âmbito psicológico e fisiológico e se faz presente ocasionando: sensações
intensas, insegurança, insatisfação, sentimento de privação, ameaça, isolamento,
demonstrações físicas de irritação e controle (GREENFIELD, 2011).
Crippa (2017) apresenta sinais fisiológicos manifestado nos sujeitos portadores do
vício tecnológico e enumera os cincos mais recorrentes, sendo eles: descontrole no
período da utilização e interferência nas relações; adaptação ao tempo de uso com a
necessidade cada vez maior da pessoa permanecer conectado; uso do celular com forte
apego na busca pela sensação de bem estar; sofrimento pela falta do aparelho
desencadeando a sensação de ansiedade; repercussões negativas em vários contextos da
vida da pessoa.
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Impactos psicológicos
"Quem não sabe que, antes da energia elétrica, a família se reunia ao redor do
piano? Quem desconhece que, depois da energia elétrica, o piano foi
substituído pelo rádio e, ainda mais recentemente, pela televisão? Alguém que
tenha uma geladeira que já parou de funcionar pode desconhecer as
transformações que este eletrodoméstico gerou na nossa relação com o
mercado de suprimentos? Quantos de nós, acostumados que estamos às
calculadoras de bolso, ainda sabemos fazer contas de cabeça ou na ponta do
lápis?"(Nicolaci-da-Costa, 2002, p. 193)
5. METODOLOGIA
6. CRONOGRAMA
Atividade Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
realizada
Escolha do x
tema
Pesquisa x x x x
Preparação do x x x x
projeto
Entrega do x
projeto
Início da x
pesquisa
Confecção do x x x x
resultados e
Discussões
Revisão do x
artigo
Entrega do x
artigo
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7. REFERÊNCIAS
Achab, S., Haffen, E., Billieux, J., Nicolier, M.,Thorens, G., Van der Linden, M. et al.
(2014). Impulsivity, Motivations and Addiction to On-line Games. Alcohol and
Alcoholism, 49(1), 32-32. doi: dx.doi.org/10.1093/alcalc/agu052.158
DEURSEN, Alexander et al. Modeling habitual and addictive smartphone behavior The
role of smartphone usage types, emotional intelligence, social stress, self-regulation, age,
and gender. Computers in Human Behavior, [S. l.], p. 411-420, 19 jan. 2015.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.chb.2014.12.039. Acesso em: 10 maio 2019.
Faria Leitão, Carla, Nicolaci-da-Costa, Ana Maria, Impactos da internet sobre pacientes:
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KING, A.L.S.; NARDI, A.E.; CARDOSO, A. (orgs.) Cadê meu celular? Uma análise
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LEE, Yu-Kang et al. The dark side of smartphone usage: Psychological traits, compulsive
behavior and technostress. Computers in Human Behavior, [S. l.], 4 set. 2013.
Disponível em: http://www.looooker.com/wp-content/uploads/2013/12/The-dark-side-
of-smartphone-usage-Psychological-traits-compulsive-behavior-and-technostress.pdf.
Acesso em: 5 abr. 2019.
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https://scholar.google.com.br/scholar?lookup=0&q=A+INTERVEN%C3%87%C3%83
O+DA+TERAPIA+COGNITIVO+COMPORTAMENTAL+EM++PACIENTES+COM
+NOMOFOBIA&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 15 abr. 2019.
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: neurose. Tradução: Maura Ribeiro
Sardinha. 9 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
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