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2014/2015
Bioquímica II
Sebenta Beta
Elisa Reis
1
Prefácio
Caros colegas,
Devido ao sucesso que teve a sebenta de Imunologia dentro do ano 2013/2018, aqui têm a vossa
próxima ajuda para Bioquímica II. Não se habituem mal! Mais uma vez peço-vos que sejam
críticos em relação ao que estão a ler, torna-se meio caminho andado para entenderem melhor
a matéria.
A sebenta foi feita tendo em conta as sebentas já existentes e a tão útil Wikipédia. O meu
conselho é complementarem esta sebenta com os slides e com vídeos do youtube (acreditem,
ajuda imenso).
Das poucas falhas que eu posso encontrar é a parte final da matéria estar um bocado
incompleta, sintam-se livres de pegar nisto com tempo e completar. Estou-me a referir às aulas
do “Desenvolvimento do Sistema Nervoso” e da “Diferenciação celular”, vejam os slides disto
mesmo.
Por último, peço desculpa por qualquer erro ortográfico ou gramatical cometido. Votos de um
bom exame!
Elisa Reis
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Índice
Índice
Visão geral dos processos da genética molecular ......................................................................... 4
Estrutura dos Ácidos Nucleicos ..................................................................................................... 4
O DNA e a sua dupla hélice ........................................................................................................... 5
Organização do material genético ................................................................................................ 6
DNA: Replicação .......................................................................................................................... 13
DNA: Transcrição ......................................................................................................................... 20
DNA: Tradução ............................................................................................................................ 34
miRNA: a sua importância ........................................................................................................... 42
Direccionamento e Degradação de Proteínas............................................................................. 48
Transporte Biológico ................................................................................................................... 59
Sinalização Celular ....................................................................................................................... 67
Bases Bioquímicas duma Célula Nervosa .................................................................................... 83
Degenerescência e Morte Celular ............................................................................................... 90
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Bioquímica dos Ácidos Nucleicos
Visão geral dos processos da genética molecular
Os ácidos nucleicos são moléculas vitais responsáveis pela função celular. Estes, no geral, são
polímeros de nucleótidos. Estas macromoléculas contêm a informação para determinar a
sequência de aminoácidos e a função da proteína que se irá formar. Catalisam um número
fundamental de várias reações químicas nas células, incluindo a regulação da expressão dos
genes.
O DNA é uma molécula que contém a informação necessária para a produção de todas as
proteínas do organismo. Porções da sequência nucleotídica são copiadas em moléculas RNA
mensageiro (RNAm) que são diretamente sintetizadas numa proteína específica. Esta síntese
baseia-se em dois processos: transcrição e tradução da informação genética inicial contida no
DNA. A molécula de RNAm é lida por uma nova molécula de RNA, o RNA transferência – RNAt.
Este processo contém a ajuda do RNA ribossomal – RNAr – que promove a associação de vários
componentes.
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pirimídicas, que contêm apenas um anel
central. As bases púricas são a adenina e
a guanina. A citosina, a timina e a uracila
(ou uracil) são as bases pirimídicas.
Destas bases, 3 são encontradas tanto no
DNA como no RNA (A,C e G), a T apenas é
encontrada no DNA e a U é encontrada
no RNA. Outra diferença entre o DNA e o
RNA baseia-se no açúcar, o DNA contém
uma desoxirribose e o RNA uma ribose
(contém mais um oxigénio do que o
açúcar do DNA). A acidez dos nucleótidos
deve-se ao grupo fosfato que, nas
condições intracelulares normais, liberta
o ião H+, deixando o fosfato carregado
negativamente.
Regra de Chargaff
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Organização do material genético
O DNA celular contém tanto genes codificantes como regiões não codificantes. Genomas
complexos exigem uma maior complexidade na organização cromossómica.
Um gene é definido como uma porção do cromossoma que determina um único carácter ou
fenótipo. O DNA contém outros segmentos que apresentam funções reguladoras, estas podem
fornecer informações que influenciam a transcrição dos genes.
Geral
O termo “cromossoma” é usado para se referir à molécula do ácido nucleico onde está
depositada a informação genética. Os cromossomas aparecem durante a divisão mitótica,
quando a célula não se está a
dividir, o material genético,
chamado de cromatina, não se
encontra condensado.
Portanto, à medida que as
células se preparam para dividir,
a cromatina condensa-se e
organiza-se num número bem
definido de cromossomas.
As histonas são proteínas que se associam ao DNA eucariótico. São ricas em aminoácidos básico
que lhes confere carga positiva, estas contactam com os grupos fosfato carregados
negativamente do DNA.
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Resumo das várias fases do processo de enrolamento do DNA:
1. O DNA é enrolado à volta das histonas para formar uma cadeia de nucleossomas, cadeia
essa que se mantêm linear
Cromassoma
Cromatídio
Fibra de Cromatina
Nucleossomas em cadeia
Nucleossoma
DNA cromossomal
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A organização celular é essencial devido ao grande comprimento nuclear de DNA. A tarefa da
compactação e organização celular deve-se às histonas. O complexo de histonas e DNA é
chamado de cromatina. Quando a célula não se encontra em divisão mitótica esta encontra-se
dispersa no núcleo, mas durante a fase mitótica encontram-se visíveis os cromossomas.
Nucleossomas
Um nucleossoma consiste numa proteína
nuclear com DNA à sua volta. O núcleo é um
octâmero que contém duas cópias de cada
uma das histonas H2A, H2B, H3 e H4. O DNA
que contém o nucleossoma consiste em
147bp (pares de bases). O DNA linker é que
é mais variável, podendo ter entre 15 a 55
bp.
Histonas
Tal como já dito em cima, as histonas são proteínas que se associam ao DNA eucariótico. São
ricas em aminoácidos básico que lhes confere carga positiva, estas contactam com os grupos
fosfato carregados negativamente do DNA.
Cada histona nuclear contém uma cauda ou N-terminal – NTD’s. Estas são essenciais para a
compactação da cromatina.
As caudas NTD’s das histonas não são observáveis: não têm uma estrutura definida,
encontram-se “para fora” no núcleo e são móveis. A superfície do nucleossomas providencias
uma estrutura de interface bastante larga para interacções entre proteínas. Como dito, as
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NTD’s são os domínios de interacção proteína-proteína e proteína-DNA e são constituídas por
aproximadamente 30 aminoácidos.
Cada uma das histonas (H1,H2a, H2b,H3,H4) pode existir em diferentes formas porque as
cadeias laterais podem ser modificadas por metilação, ADP-ribosilação, fosforilação ou
acetilação. Tais modificações alteram a carga eléctrica, a forma e outras propriedades das
histonas, com como as propriedades estruturais e funcionais da cromatina, possibilitando uma
regulação do metabolismo do DNA/RNA.
Acetilação
Um dos aminoácidos básicos constituintes dos NTD’s é a lisina. Adicionando um grupo acetil à
lisina, a carga desta fica neutralizada, inibindo a interação com o DNA. Quando isto acontece, a
cromatina tende a ficar numa conformação menos condensada, favorecendo os fenómenos de
transcrição e replicação.
Metilação
É um processo baseado na transferência de grupos metilo para os aminoácidos das histonas, tal
como acontece com a acetilação, a metilação de histonas tanto pode aumentar ou diminuir o
processo de transcrição de genes.
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Resumo geral
Cadeias de Nucleossomas
Uma cadeia de nucleossoma é
constituída por um complexo
DNA+histonas nucleares espaçadas
aproximadamente por 200bp diferentes
ao longo da molécula de DNA. Este
substrato é essencial para fenómenos
como a transcrição e a replicação. Como
já foi referenciado, estas têm a forma de
um colar de pérolas.
Fibras de Cromatina
Existem dois tipos básicos de cromatina:
Para além das histonas e de toda a sua importância com o nucleossoma, este também se pode
associar a proteínas não histónicas, para facilitar a sua tarefa nos processos de síntese proteica.
Os nucleossomas, juntamente com outras proteínas não histónicas formam as fibras de
cromatina. Devido aos diferentes tipos de associações com diferentes proteínas existem vários
tipos de fibras de cromatina.
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Portanto, as proteínas associadas à cromatina são:
Histonas Linker – H1
Proteínas heterocromatina
Resumo
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Cromossoma e sua arquitectura
Tal como já é conhecido, o cromossoma não é nada mais nada menos do que cromatina
condensada, ou seja, o nível de compactação imediatamente a seguir à cromatina corresponde
à sua condensação em cromossomas.
Resumindo…
Concluindo, a organização do DNA é importante pois o seu grau de compactação também regula
o processo de transcrição. Uma enzima como a Polimerase II não consegue aceder ao DNA para
iniciar a transcrição, este tem de ser minimamente descompactado para esta se processar. Os
níveis de compactação do DNA também pode regular o metabolismo do DNA condicionando as
interacções entre nucleossomas (alterando as NTDs que são as responsáveis pela “formação”
dos nucleossomas).
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DNA: Replicação
Replicação semi-conservativa
A hipótese da replicação semiconservativa foi
proposta por Watson e Crick e consistia que em cada
cadeia da dupla hélice de DNA molde gerava duas
novas moléculas de DNA. Esta hipótese foi
demonstrada por Meselson e Stahl, estes fizeram
crescer a E.Coli num meio com amónia com azoto
marcado radioactivamente, até que todo o DNA
contivesse o isótopo H. As células foram transferidas
para um meio com o isótopo L. Resultado: as
moléculas de DNA filhas era híbridos com uma cadeia
leve e uma cadeia pesada.
Replicação Bidireccional
A replicação começa a ser feita num ponto
de origem e prossegue
bidireccionalmente, ou seja, as duas
cadeias de DNA são replicadas
simultaneamente em ambas as
orientações a partir duma origem de
replicação.
Replicação Semi-descontínua
Uma nova cadeia de DNA é sempre sintetizada na direcção 5’-3’, com a extremidade 3’ sendo o
lugar em que o DNA é elongado. Como as duas cadeias de DNA são antiparalelas, a cadeia que
funciona como molde está a ser lida da sua extremidade 3’ para a 5’.
Durante este processo temos a formação de dois tipos de cadeias: leader strand e lagging
strand. A leader strand é sintetizada continuamente e a lagging strand descontinuamente. A
leader strand é aquela que é sintetizada continuamente na direcção 5’-3’, ou seja, na direcção
do movimento do garfo de replicação (local onde as proteínas se encontram para proceder à
elongação). A lagging strand é sintetizada em pedaços pequenos – fragmentos de Okazaki,
numa direcção oposta, estes fragmentos vão ser posteriormente ligados pela DNA ligase. (mais
à frente volto a explicar melhor este mecanismo)
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elongado pela DNA polimerase, formando uma cadeia filha. Outra enzima importante neste
processo é a topoisomerase I, esta possui a capacidade de aliviar a tensão provocada pelo
desenrolamento da dupla hélice de DNA.
DNA polimerase
Cadeia de DNA molde
Primer: sequência de ácidos nucleicos com a posição 3’-OH livre que se vai ligar à cadeia
molde complementar, funcionando como ponto de adição de nucleótidos para a cópia
da cadeia molde.
dNTPs: nucleótidos de DNA que servem para elongar o primer (dATP, dGTP, dCTP, dTTP)
Nota: queria só chamar à atenção que a partir daqui todo o processo de replicação vai ter por
base o processo de replicação da E.Coli, ou seja, dos procariotas e só depois faço a comparação
com o processo de replicação dos eucariotas.
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Por isto, o primer que for utilizado para
marcar o inicio da replicação tem de
conter um grupo 3’-OH livre ao qual os
nucleótidos podem ser adicionados.
Um mecanismo intrínseco a
praticamente todas as DNAs polimerases
é uma actividade exonucleásica 3’-5’ separada, que funciona como verificação dupla depois de
cada nucleótido ser adicionado. Esta actividade remove o nucleótido errado.
DNA polimerase I
DNA polimerase II
DNA polimerase III
A DNA polimerase I não é a principal enzima de replicação, em vez disso, ela realiza várias
funções de limpeza durante a replicação e reparo, devido à sua função exonucleásica 5’-3’
(diferente da actividade de revisão 3’-5’). A maioria
das outras DNA polimerases não possui uma
actividade exonucleásica 5’-3’. A DNA polimerase III
é muito mais complexa do que a DNA polimerase I e
é constituída por 10 subunidades diferentes, esta
tem como principal função a polimerização do DNA.
A DNA polimerase II está envolvida na reparação do
DNA.
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NOTA: diferença entre função exonucleásica e endonucleásica – uma exonuclease quebra
nucleótidos no fim da cadeia (tanto na terminação 5’ como na 3’); uma endonuclease quebra
nucleótidos dentro da cadeia.
Restantes Enzimas
Helicase
Basicamente a sua função é de separar a dupla hélice do DNA hidrolisando o ATP quebrando as
ligações de hidrogénios entre as bases nucleotídicas. A helicase desenrola a cadeia dupla e
transforma-a em cadeias simples. São constituídas por 6 subunidades idênticas. O mecanismo
de separação das cadeias de DNA envolve apenas uma das cadeias de DNA, sendo a outra
excluída. Esta tem a capacidade de desenrolar a
cadeia dupla de DNA, uma vez que produz uma
força de deslocamento unidirecional.
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Primase
Tendo o molde de DNA para se iniciar a replicação é necessário um primer para que se inicie a
actividade da DNA polimerase. Este primer é fornecido pela primase. Usualmente esta aparece
associada à helicase.
Tal como já tinha dito antes, até agora têm-se sempre falado de mecanismos ocorridos nos
procariotas. Nos eucariotas, a replicação é mais complexa e mais lenta. No que toca a enzimas
existem diferenças.
Nos eucariotas, o inicio da replicação é marcado pela “escolha” do sítio em que esta se vai iniciar.
Devido à sua dupla ligação de hidrogénio, as sequências usadas como iniciadoras da replicação
estão ricas em bases de adenina e timina. Após o reconhecimento da origem de replicação, a
cadeia dupla de DNA é separada.
Elongação
Este processo consiste na polimerização da cadeia de DNA a ser formada. Esta é lida no sentido
3’-5’ para ser formada no sentido 5’-3’. Tal como já foi dito anteriormente, este processo
necessita num grupo 3-OH livre para a síntese ser iniciada.
Após a separação das cadeias dá-se o inicio da formação da leading strand (formada
continuamente a partir dum único primer) e da lagging strand (formada descontinuamente a
partir de vários primers de RNA, formando os fragmentos de Okazaki). A leading strand é a
cadeia molde que é sintetizada na mesma direcção que o garfo de replicação, a DNA polimerase
lê o molde, adicionando nucleótidos num processo contínuo, completando a eloganção desta.
Por outro lado, a lagging strand é sintetizada em fragmentos curtos – fragmentos de Okazaki,
que são posteriormente ligados pela DNA ligase.
Terminação
Nos eucariotas a replicação pode ter vários pontos de origem, então os garfos de replicação
começam e acabam em vários pontos do cromossoma. Como os eucariotas possuem
cromossomas lineares, estes possuem terminações especiais – telómeros. Estes são
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constituídos por sequencias oligoméricas repetidas (GGGTTA). A replicação do DNA não
consegue chegar ao fim dos cromossomas o que leva a um encurtamento sequencial das cadeias
filhas, para evitar este processo, utiliza-se uma enzima – telomerase- com capacidade de
transcriptase reversa modificada, que adiciona nucleótidos à extremidade 3’ da cadeia
encurtada.
Reparação do DNA
Os erros na sequência de DNA
podem ser espontâneos ou
induzidos por factores ambientais.
Os sistemas de reparação de DNA
actuam nos seguintes casos:
Mistach repair
Base-excision repair
Nucleotide-excision repair
Direct repair
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Para além da acção da DNA polimerase já descrita em cima, um erro é reconhecido por um
“scan” sendo removidos e substituídos pela síntese de DNA dirigida pelo molde certo, esta
correcção é feitas por outras proteínas.
Recombinação do DNA
O genoma pode mudar duma geração para outra por recombinação, que corresponde a um
rearranjo da informação genética entre e dentro de moléculas de DNA.
A recombinação consiste num rearranjo de sequencias nucleotidicas obtidas por troca genética
entre duas sequencias homologas de DNA, geralmente localizadas em duas copias do mesmo
cromossoma. Este crossing-over ocorre durante a formação de gâmetas e permite que
diferentes versões (alelos) do mesmo gene sejam testadas em novas combinações. Este
processo também ocorre em bactérias e vírus.
(Esta última parte da matéria não é muito falada nos slides das aulas e está explicada muito por
alto, se quiserem completar espreitem o Lehninger que tem esta parte bem pormenorizada)
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DNA: Transcrição
A expressão da informação num gene normalmente envolve a produção de uma molécula de
RNA transcrita a partir de um molde de DNA.
A conversão da informação codificada no
DNA em proteínas requer um processo inicial
– transcrição, seguido da tradução da
informação genética.
RNA: introdução
Como vocês já sabem, o ácido ribonucleico – RNA – é uma molécula que possui várias funções
biológicas tanto na expressão dos genes como na sua regulação. Tal como o DNA, o RNA é
composto por uma cadeia de nucleótidos, mas, ao contrário do DNA, este é composto por cadeia
simples. O RNA contém uma ribose o que o torna menos estável em relação ao DNA. Outra
diferença baseia-se na complementaridade de bases, a base complementar da adenina deixa de
ser a timina e passar a ser o uracilo.
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Antes de falar sobre o processo de transcrição propriamente dito é preciso entender que
existem várias proteínas e enzimas que fazem parte da maquinaria celular essenciais para o
início da transcrição e importantes para que ela ocorra. Factores como os factores de
transcrição e a RNA polimerase precisam de ser explicados primeiro.
RNA Polimerase
É uma enzima que sintetiza RNA usando um molde de DNA pela transcrição. Nos eucariotas
podemos encontrar vários tipos de RNA Polimerase que irão sintetizar diferentes classes de RNA.
Pode-se ver a RNA Polimerase II como a mais importante destas pois é aquela que tem o papel
principal na síntese de proteínas. Esta contém uma estrutura de 12 subunidades:
Núcleo Promotor
Subunidades comuns às outras RNA polimerases
Subunidades específicas da iniciação
C-terminal domain (CTD) – domínio com um grupo carboxilo terminal que vai ser
importante para a actividade desta enzima; coordena o processo de transcrição; é um
local de ligação de factores de processamento
Factores de Transcrição
São proteínas essenciais à transcrição que se ligam a sequências específicas de DNA - promotor,
controlando o processo da transcrição da informação do DNA para o RNAm. Existem factores
gerais e específicos:
Portanto, resumindo o que já foi dito até aqui, a iniciação da transcrição envolve a RNA
Polimerase II que reconhece o promotor, ligando-se a este, procedendo à separação das cadeias
de DNA. De seguida, inicia a síntese de RNA, sempre no sentido 5’-3’, formando-se um híbrido
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de RNA-DNA de aproximadamente 8 pares de base. As cadeias de DNA hibridam então e a cadeia
de RNA é libertada.
Portanto, até agora temos que existem vários componentes essenciais ao processo de
transcrição, já falámos da RNA Polimerase II e dos factores de transcrição, mas tal como foi dito
em cima, a presença de um promotor (sequencia de DNA) é essencial para o inicio do
mecanismo.
O promotor é uma região de DNA que inicia a transcrição dos genes. Este encontra-se localizado
próximo do sítio de transcrição e montante na cadeia de DNA. A RNA polimerase vai ligar-se a
este em conjunto com os factores de transcrição. O DNA codifica vários elementos que são
importantes na transcrição:
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ELEMENTOS DA REGIÃO PRÓXIMA DO PROMOTOR
ELEMENTOS ENHANCER
Os enchancers estimulam a expressão génica. É uma região curta de DNA que fornece o local
onde se ligam as proteínas activadoras da transcrição. Localizam-se muito longe do local de
transcrição tanto a montante como a jusante deste.
Normalmente, vários enhancers actuam de forma combinada com proteínas activadoras para
estimular a expressão de um promotor – enhanceossoma.
ELEMENTOS SILENCER
Os silencers são locais que se ligam às proteínas repressoras. A sua função é análoga aos
enhancers, mas com o efeito contrário. O mecanismo de repressão actua afectando a
estrutura da cromatina e/ou impossibilitando o recrutamento da polimerase II.
É uma classe de proteínas que se ligam a sítios específicos do promotor para activarem o
processo de transcrição. Estas ligam-se ao núcleo do promotor de modo a gerar o PIC. Nas
bactérias, estas só precisam de um único GTF: factor sigma. Nos eucariotas, o mecanismo de
iniciação da transcrição requer uma RNA polimerase e uma série de factores de transcrição:
TFIIA
TFIIB
TFIID (contém a TBP)
TFIIE
TFIIF
TFIIH
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Após a presença destes factores todos encontram-se as condições necessárias para se formar o
complexo de pré-iniciação da transcrição.
É um complexo grande de proteínas com funções como a ligação à RNA Polimerase II, a
desnaturação do DNA e o seu posicionamento para o sítio da transcrição. Este é formado através
da ligação dos vários factores de transcrição, esta ligação é ordenada da seguinte maneira: TFIID,
TFIIA, TFIIB, RNA Pol II, TFIIE e TFIIH.
TFIID
TFIIA
Constituído por 3 subunidades, tem como função a promoção da estabilidade do complexo TBP-
DNA, ligando-se ao núcleo do promotor. Bloqueia os inibidores de transcrição.
TFIIB
Uma subunidade. Liga-se à BRE (região que se encontra antes da TATA-box no promotor), à TBP
e à RNA Pol II. Regula a libertação do promotor, quando a RNA Pol II se afasta do resto da PIC.
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TFIIF
É um dímero, liga-se à RNA Pol II acompanhando-a até ao PIC (análogo do factor gama nas
bactérias). Facilitar a abertura do promotor, promovendo a separação das cadeias de DNA.
TFIIE
É um heterodímero, cria o local de ligação para o TFIIH. Liga-se ao promotor perto do local de
iniciação da transcrição.
TFIIH
Por último, os componentes que foram falados em cima são essenciais para a transcrição e para
a formação do Complexo de Pré-Iniciação da transcrição. Estes funcionam associados a outros
já mencionado, tais como, os factores de transcrição específicos e os activadores de
transcrição.
São factores de transcrição que reconhecem sequências especificas de DNA a montante do local
de transcrição. Ex: Sp1. A utilização destes pode ser essencial para o controlo dos parâmetros
da transcrição, tanto podem ser activadores como repressores deste processo. Os receptores
nucleares são um tipo desta classe de factores de transcrição. Estes tem a capacidade se ligar
directamente ao DNA e regular a sua expressão.
Activadores de Transcrição
A sua função é promover o processo de transcrição e recrutar a Pol II. Não confundir com os
Factores de Transcrição, estes são essenciais para o processo e sem alguns, esta não ocorre. Os
activadores actuam lado a lado com o factores e promovem a função destes últimos.
Síntese de RNA
Tal como na replicação, o processo de transcrição pode ser dividido em 3 passos: iniciação,
elongação e terminação.
Iniciação
A transcrição começa com a ligação da RNA Polimerase II aos GTFs para formar o PIC, ocorrendo
isomerização. O complexo de iniciação abre-se e permite a ligação de ribonucleótidos de
trifosfatos (NTPs), ao mesmo tempo, a RNA Polimerase dissocia-se, dando-se uma reiniciação
do processo.
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Elongação
Terminação
Dum modo geral, temos de ter noção que existem outros mecanismos que têm de acontecer
antes de o splicing propriamente dito ocorrer. Portanto, podemos dividir o processamento do
pré-RNAm em três partes, que não ocorrem propriamente com uma ordem definida:
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Capping da extremidade 5’
Tal como disse em cima, ocorrem duas modificações no pré-RNA em cada extremidade. Na
extremidade 5’ ocorre a formação do 5’-cap, este complexo encontra-se associado à RNA
Polimerase II e consiste num nucleótido de guanina que é metilado na posição N-7 – 7-
metilguanosina. Para além da metilação da guanina, também são adicionados grupos metil ao
primeiro e ao segundo nucleótido do próprio RNAm.
Este capping protege o RNAm da degradação enzimática, inibindo a acção da exonuclease 5’-3’,
auxilia na sua exportação para o citoplasma e promove a ligação deste RNAm com os
ribossomas, ligando-se a factores de tradução.
Esta enzimas são recrutadas pelo CTD (C-terminal domain) da RNA Polimerase II quando este é
fosforilado.
O processo da síntese proteica pode ser inibido modificando estas reacções enzimáticas. A
enzima RNA Trifosfatase é inibida na presença de iões metálicos, tornando-se um alvo para
certos fármacos (isto acontece nas leveduras).
Poliadenilação
A poliadenilação é a adição de uma cauda Poli A com cerca de 200 adenosinas à terminação 3’
da molécula de RNAm. Este mecanismo protege a molécula de RNAm da degradação enzimática
no citoplasma, favorece a exportação do RNAm do núcleo e a sua tradução.
Este processo é levado a cabo por uma série de factores que primeiramente clivam a terminação
3’ e aí adicionam a cadeia poliadenilada. Estes factores estão intimamente associados à RNA
Polimerase II e são:
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O CPSF reconhece a sequência AAUAAA (localizada antes do local de clivagem) e cliva o
precursor do RNAm funcional, onde irá ser posteriormente adicionada a cauda Poli A. Este factor
é constituído por 4 proteínas, umas delas é a CPSF-73. Esta proteína liga-se directamente ao
local de clivagem e a sua função é dependente de zinco. A CPSF encontra-se associada à RNA
Polimerase II desde a transcrição, só se dissocia desta quando reconhece a sequência para
promover a formação da cadeia poliadenilada. Outros factores de poliadenilação juntam-se
então ao CPSF.
Outras proteínas adicionam especificidade à ligação ao RNA: CstF e CF1. A CstF liga-se a uma
região rica em GU abaixo do local de ligação da CPSF, esta proteína é necessária para que a
clivagem ocorra. A CF1 e a CF2
estabilizam este complexo e ajudam na
ligação da poliadenilação com os
precursores de RNAm.
(https://www.youtube.com/watch?v=YjWuVrzvZYA –
espreitem este vídeo que resume bem o que já foi dito até
aqui sobre o processamento)
Splicing
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INTRÕES
Os intrões são sequências de DNA de um gene que não codificam qualquer parte da proteína
produzida pelo gene e separa as porções que são codificadas: os exões. Diferentes tipos de
intrões podem ser identificados:
Os intrões mais comuns nos eucariotas são aqueles que sofrem acção do spliceossoma. Estes
são caracterizados por terem sequências específicas que são reconhecidas pelo spliceossoma
iniciando as reacções que compõem o splicing. Existem três sequências importantes para que o
splicing ocorra:
SPLICEOSSOMA
É um complexo grande que se encontra no núcleo das células eucariotas. É constituído por
snRNAs e outros complexos proteicos. Apenas os eucariotas contém spliceossomas.
Cada spliceossoma é composto por 5 small nuclear RNAs (snRNA) que associados a
ribonucleoproteínas formam um complexo RNA-proteína – snRNP. Os snRNAs que compõem o
spliceossoma são os U1,U2,U4,U5 e U6.
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MECANISMO DE FORMAÇÃO DO SPLICEOSSOMA
MECANISMO DO SPLICING
Há que referir que o mecanismo de splicing que foi falando em cima refere-se àquele em que é
essencial a presença de um spliceossoma, tal com foi dito em cima, existem intrões que fazem
self-splicing.
SELF-SPLICING
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SPLICING ALTERNATIVO
Uma das características do splicing é ter a capacidade de gerar diferentes proteínas através do
mesmo gene. Através de um mesmo gene, se fizermos diferentes splicings, consegue-se obter
diferentes RNA’s, originando diferentes proteínas. A isto chama-se splicing alternativo que
permite compreender a diversidade de proteínas com um número mínimo de genes nos
eucariotas.
Existem vários tipos de splicing alternativos, que podem ser compreendidos na figura abaixo.
(Vejam isto a cores).
Regulação do Splicing
O splicing é regulado por proteínas que tanto podem actuar como repressores ou activadores.
Splicing silencers são sítios onde as proteínas repressoras de splicing se podem ligar, diminuindo
a probabilidade daquele sítio ser usado como local de clivagem, estes tanto se podem encontrar
no intrão em si – ISS – intronic splicing silencers, como num exão vizinho – ESS – exonic splicing
silencers. A maior parte dos repressores de splicing são hnRNPs – heterogeneous nuclear
ribonucleoproteins.
Splicing enhancers são sítios onde as proteínas activadoras se ligam. Estas também se podem
encontrar no intrão em si – ISE – ou no exão vizinho – ESE. A maior parte dos activadores de
splicing fazem parte das SR proteínas
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Transcrição: Processamento tRNA, rRNA e miRNA
Até aqui temos falado sobre do processamento para a produção de um mRNA funcional, mas
também os outros tipos de RNA precisam de sofrer este mecanismo para completar a sua
síntese.
Processamento do tRNA
Este ocorre sem a necessidade de uma maquinaria complexa como o spliceossoma. Existem 4
mudanças sequenciais:
Processamento do rRNA
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Processamento do miRNA
MicroRNA – miRNA, é o nome dado a uma pequena molécula de RNA não codificante que tem
como função a regulação da expressão génica. O precursor do miRNA sofre os mesmos
mecanismos para a sua síntese que os restantes RNA’s. A síntese do miRNA pode ser resumida
nesta sequência: pri-miRNA -> pré-miRNA -> miRNA
A dupla cadeia do pri-miRNA é reconhecida por uma proteína nuclear conhecida como DGCR8,
esta associada à enzima Drosha, uma proteína que corta o RNA, formam um “microprocessor
complex”. Neste complexo a DGCR8 orienta o domínio catalítico da Drosha que cliva o RNA
formando o pré-miRNA. De seguida, este é orientado para o citoplasma onde vai sofrer o resto
do processamento. Já no citoplasma, o pré-miRNA é clivado pela enzyma Dicer, formando o RNA
maduro.
33
Bioquímica da Síntese Proteica
DNA: Tradução
O processo de tradução baseia-se da produção de proteínas por parte duma descodificação da
mensagem genética incluída no mRNA. Este processo acontece devido à presença de um
ribossoma, produzindo uma cadeia de aminoácidos específica que originará um polipéptido.
Ribossomas: constituído por duas subunidades, a maior e menor, que interagem com o
tRNA e o mRNA, respectivamente
mRNA: contém a sequência que vai ser descodificada – codões – sequência de 3
nucleótidos (tripleto) que especifica um aminoácido
tRNA: o aminoacil-tRNA consiste numa associação do aminoácido ao tRNA e é este que
transporta o aminoácido que será adicionado à cadeia polipeptídica em crescimento
Estrutura
34
Formação do Aminoacil-tRNA
Um dos processos mais importantes que envolve o tRNA é a síntese da sua forma activada –
aminoacil-tRNA. Este é formado quando o aminoácido se liga ao tRNA. Este processo é mediado
pela aminoacil tRNA sintetase. Esta reacção ocorre em dois passos:
Esta reacção é específica para cada aminoácido, ou seja, normalmente existe uma única
aminoacil tRNA sintetase para cada reacção que liga um específico aminoácido.
Ribossoma
É uma parte principal da síntese proteica pois é aqui que ocorre a tradução do mRNA.
Estruturalmente, o ribossoma dos eucariotas é constituído por 2 subunidades:
35
Depois de vermos os componentes da tradução, há que entender como é que se estes se
interligam e o seu papel neste mecanismo de síntese.
Tradução
Dum modo geral, podemos definir que a tradução é o processo de síntese de proteínas por parte
dos ribossomas. Nos eucariotas, a tradução ocorre no citosol. Podemos dividir a tradução em 3
etapas:
Iniciação
Para que a tradução se inicie, tal como na transcrição, existem alguns factores que induzem o
inicio desta – eIF – eucaryotic initiation factor. Normalmente é neste passo que se dá a
regulação da tradução. Duma maneira geral, a iniciação da tradução processa-se em 3 passos:
Em primeiro lugar ocorre a formação do complexo ternário, este é constituído pelo tRNA (ligado
a uma metionina), um factor de iniciação (eIF2) e GTP (energia), que se liga posteriormente à
subunidade menor do ribossoma, com a ajuda de outros factores de iniciação. É este conjunto
de componentes que se vai ligar à extremidade 5’ do mRNA.
36
Antes desta ligação ocorrer é preciso ocorrer uma modificação na extremidade 5’ do mRNA,
para tradução dependentes deste processo, à extremidade 5’ do mRNA vai-se ligar um complexo
Cap-binding, que é constituído por vários factores que se ligam à subunidade 5’.
De seguida, a este local vai-se ligar o complexo ternário associado à subunidade menor do
ribossoma, formando o Complexo de Pré-Iniciação. (atentem que até aqui só a subunidade
menor do ribossoma é que entrou no processo)
Após o complexo de pré-iniciação se formar este vai fazer um scanning ao mRNA até encontrar
o primeiro codão de iniciação (AUG). Após isto acontecer a subunidade maior liga-se ao
complexo de pré-iniciação, levando à hidrólise do GTP e afastamento dos factores de iniciação.
Forma-se o Complexo de Iniciação.
Neste momento, este complexo encontra-se com o local P ocupado (com o tRNA ligado ao
aminoácido metionina porque foi reconhecido o AUG) e com o local A à espera do próximo tRNA
respectivo, e com o local E liberto. Estes locais encontram-se por esta ordem: A-P-E.
No programa existe muito a comparação com os procariotas, tudo o que foi dito acima é
relacionado com os eucariotas, mas em comparação com os procariotas, o mecanismo de
tradução tem poucas diferenças:
37
Elongação
À medida que o ribossoma percorre a cadeia de mRNA, um aminoacil-tRNA novo liga-se à cadeia
na posição A do ribossoma. Este processo é catalisado por factores de elongação – EF.
Simultaneamente, o grupo de aminoácidos já formado liga-se ao aminocil-tRNA e forma uma
nova ligação peptídica.
Posteriormente, ocorre uma translocação do ribossoma para a codão seguinte, passo este
catalisado pelo GTP. O polipéptido que está em crescimento está sempre ligado ao tRNA que
trouxe o último aminoácido.
FACTORES DE ELONGAÇÃO
Em cima tinha dito que os factores de iniciação promoviam a formação do complexo ternário,
mas para além destes, a formação do complexo ternário também faz parte das funções dos
factores de elongação, permitindo assim a especificade do tRNA minimizando os erros de
translação. Ao EF – elongation factor – que tem esta função dá-se o nome de EF-Tu (para os
procariotas) e EF-1 (para os eucariotas).
Para além disto, na translocação, o EF-G (nos eucariotas tem o nome de EF-2) liga-se ao local A
e desloca o tRNA para a posição P.
CICLO DE ELONGAÇÃO
38
Terminação
Quando o ribossoma chega a um codão stop (UGA, UAG ou UAA), a tradução é terminada com
a ajuda de factores de terminação – TF ou RF.
Código Genético
A síntese proteica é possível devido à existência de um código genético. Este consiste num
conjunto de regras que fazem correspondência entre a linguagem genética e a linguagem
proteica. Como já foi dito em cima, um tripleto (codão) de um determinado mRNA codifica a
síntese de um aminoácido.
Dos 64 codões possíveis, 3 são codões stop (não codificam qualquer aminoácido) e 1 é codão
de iniciação (codifica a metionina). Pode-se então concluir que apenas 61 dos 64 codões
codificam aminoácidos.
39
O código genético inclui várias características:
Universal – o aminoácido
correspondente para cada codão é
aproximadamente igual para todos os
organismos
Redundante – há vários codões
específicos para o mesmo aminoácido
Erros da Tradução
O processo de síntese proteica na sua generalidade é um processo que ocorrem sem erros, mas
se estes ocorrem, existe uma maquinaria celular capaz de reparar qualquer erro que tenha
ocorrido.
40
Regulação da Tradução
Na transcrição, os mecanismos eram muito baseados na capacidade “proofreading” das enzimas
componentes do processo. Em relação à tradução, a regulação deste processo ocorre
praticamente na fase de iniciação da tradução.
Inibidores da Tradução
É necessário compreender bem os mecanismos da síntese proteica para compreender onde
“atacá-lo” se quisermos provocar a sua inibição. Normalmente, as substâncias que inibem a
síntese proteica inibem a acção do ribossoma, mas também podem actuar em praticamente
todas as fases e componentes.
41
miRNA: a sua importância
O miRNA é uma molécula pequena de RNA não-codificante cuja função baseia-se na regulação
da expressão genética ao nível de modificações pós-transcrição. Em vez de serem traduzidos
para proteínas, o ssmiRNA – single stranded miRNA liga-se a mRNAs interferindo com o
processo de tradução. 1/3 dos genes codificados são regulados pelo miRNA.
Após a formação do miRNA maturo estes são transferidos para as argonautes, num miRISC –
miRNA-induced silecing complex, servindo de guias para o silencing do RNA. É este complexo
que actua no mRNA. (Tenham em atenção que o miRNA actua no mRNA, ou seja, antes de este
ser traduzido)
42
Mecanismos de acção do miRNA
Os miRNAs conseguem reduzir a expressão genética através de vários modos e utilizando várias
vias. Estes actuam na forma de complexos efectores: miRISC ( com miRNPs associadas). Tal
como já foi dito em cima, o miRNA actua, sobretudo, sobre o mRNA. Uma das características
essenciais para que isto aconteça baseia-se no emparelhamento imperfeito de bases do mRNA
por parte do miRNA, este reconhecimento de bases pode ter vários efeitos, entre eles, a própria
excisão do mRNA ou o silenciamento do gene (se a região reconhecida for uma UTR –
untranslated region).
Esta associação pode ocorre em diferentes fases da síntese proteica. (A imagem abaixo traduz
o que acontece quando o miRNP se associa ao mRNA em diferentes fases da expressão genética)
Resumindo um bocado o que foi dito até agora, os miRNAs funcionam via emparelhamento de
bases com o mRNA. Estas moléculas de mRNA são silenciadas por um destes processos:
Os miRNAs assemelham-se aos siRNAs – small interfering RNAs do iRNA – RNA interference,
excepto que os miRNAS derivam de regiões do RNA transcriptas mais pequenas do que as dos
siRNAs.
Os miRNAs encontram-se bem conservados tanto nas plantas como nos animais e existem
diferenças no mecanismo de acção destes em cada um deles.
43
Nas plantas, o miRNA têm um emparelhamento quase perfeito com os mRNAs alvos, o que induz
à repressão genética por degradação deste. Por outro lado, nos animais, os miRNAs têm a
capacidade de conhecer o mRNA usando 6/8 (região seed) na extremidade 5’ deste, que não
não tem um grau de emparelhamento suficiente para induzir a clivagem.
Agora nesta última parte falei do siRNA e ainda não tinha falado deste género de RNA. Fazendo
uma pequena introdução, o siRNA – small interference RNA é uma molécula de RNA pequena,
com cadeia dupla, que tem como função principal ser a componente principal da via do RNA de
interferência (RNAi), interferindo na expressão de genes específicos. Esta via tem como
objectivo a inibição da tradução, ocorre portanto após a transcrição. (ponto de informação: este
RNAi não é um tipo de RNA mas sim
um método de regulação da
expressão génica).
44
As principais diferenças entre os miRNAs e os siRNAs estão evidenciadas na tabela em baixo:
microRNAs siRNAs
Sempre endógenos Pode ser endógeno ou exógeno
Derivam de loci genómicos diferentes dos Normalmente derivam de mRNAs,
genes reconhecidos transposões ou vírus
Formados a partir de RNA local em forma de Formados de longas moléculas de dsRNA
gancho
Altamente conservado entre espécies Raramente conservado
Processado no núcleo pelo Drosha e no Processado no citoplasma pelo Dicer
citoplasma pelo Dicer
Desempenha funções quer de supressão da Desempenha funções pela clivagem do
síntese proteica quer de clivagem do mRNA mRNA
Funções do miRNA
Estes mecanismos de regulação produzem vários resultados em vários aspectos da maquinaria
celular:
Os miRNAs têm como alvo importantes proteínas reguladoras envolvidas na apoptose e nas vias
de sobrevivência. Em alguns casos são capazes, por si só, de induzir a apoptose ou a
sobrevivência. Uma desregulação dos miRNAs envolvidos nos processos vitais pode levar a um
mecanismo de iniciação de patogenicidade de muitos cancros humanos. É daqui que surge o seu
atractivo alvo terapêutico.
Alguns miRNAs podem regular a proliferação celular e apoptose, dois processos essenciais na
formação de um tumor, funcionando como oncogenes ou como supressores de tumores.
“Overexpressed” miRNAs em cancros podem funcionar como oncogenes e promover o
desenvolvimento regulando negativamente genes supressores de tumor e/ou genes que
controlam a apoptose. “Underexpressed” miRNAs funcionam como supressores de tumor e
inibem a formação de cancros regulando oncogenes e/ou genes que controla a proliferação
celular.
45
Terapêutica com microRNAs
46
Resumindo um bocado a imagem que está na página anterior:
Para terminar este tema convém só evidenciar as vantagens deste tipo de terapia genética:
(Podem dar uma vista de olhos aos slides das aulas para entenderem melhor a componente
terapêutica do miRNA, eu decidi pôr na sebenta uma generalização desta coisa toda, rezem para
que a prof não pegue muito nisto, mas se tiverem tempo de estudo, Google it amigos)
47
Direccionamento e Degradação de Proteínas
Após vermos os mecanismos todos de síntese de proteínas e seus mecanismos reguladores,
chegamos a uma pergunta: o que é que acontece às proteínas?
Endereçamento proteico
A distribuição de proteínas codificadas no núcleo de células eucariotas segue duas vias
principais:
48
Resumindo a imagem da página anterior que traduz as vias de transporte de proteínas após a
sua síntese…
Em relação à síntese de proteínas que não possuem sequência sinal para o RE, quando a síntese
destas é finalizada nos ribossomas livres, as proteínas são libertadas para o citosol. As que
contem uma sequencia sinal para um organelo específico são direccionadas para a mitocondria,
cloroplasto, peroxissoma ou núcleo.
Modificações pós-traducionais
As modificações pós-traducionais baseiam-se em modificações, geralmente, enzimáticas das
proteínas durante ou após a sua síntese. Estas transformam as proteínas em produtos maturos,
importantes na sinalização celular. Estas modificações podem ocorrer na cadeia de aminoácidos
ou na parte C-terminal ou N-terminal. A fosforilação é o mecanismo mais comum de PTM –
post-translational modification.
Para algumas proteínas, a remoção da sequência sinal para o RE no grupo N-terminal da cadeia
crescente é a única clivagem proteolítica necessária para activar a proteína. No entando,
algumas proteínas são sintetizadas como precursores inactivos – pró-proteínas. Estas
necessitam de posterior processamento proteolítico para originar a forma activa da proteína.
Remoção do N-terminal
Remoção da sequência sinal
Adição de grupos prostéticos
Proteólise de precursores inactivos
(zimogénios e pró-proteínas)
Formação de pontes dissulfito
Reacções de fosforilação,
carboxilação, hidroxilação,
metilação, glicosilação, sulfação,
acilação, prenilação.
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Podemos tomar como exemplo de uma modificação pós-
traducional, o processamento proteolítico por clivagem da
insulina. O precursor da insulina, pré-pró-insulina, contém
uma sequencia sinal para o RE, que é removido durante a sua
transferência para o RE, originando um segundo precursor –
pró-insulina. Esta vai ser convertida a insulina pela remoção
proteolítica de um péptido interno e pela formação de pontos
dissulfito.
50
Folding Proteico
O folding proteico é o processo pelo qual uma proteína passa até atingir a sua conformação
funcional. Cada proteína, após a sua síntese, existe numa forma desenrolada, esta conformação
contém uma falta de estabilidade. Ocorre uma
interacção entre os aminoácidos para produzir uma
estrutura tri-dimensional – estado nativo. Esta
conformação é determinada pela sequência de
aminoácidos- Dogma de Anfinsen.
CHAPERONES
Agregação proteica
Este fenómeno anda em conjunto com o folding proteico, pois em certas condições, as proteínas
não entram em processo de folding mas sim de agregação.
A cadeia polipeptídica não agregada (U) pode adquirir um estado intermediário (I) parcialmente
agregado antes de assumir o estado nativo (N). A cadeia polipeptídica e o seu intermediário
parcialmente agregado podem constituir agregados desorganizados ou protofibras e fibras
amiloides, por um mecanismo de nucleação e crescimento.
51
Existe um equilíbrio entre os intermediários monoméricos que origina o núcleo de agregação.
Há uma associação sequencial ao núcleo de agregação, que termina com a formação do
polímero (fibra). A formação de uma fibra amiloide a partir de um precursor proteico solúvel
segue os seguintes passos:
52
Estabilidade Proteica
Como vimos em cima, as proteínas são bastante susceptiveis às condições externas. Daí que o
seu armazenamento necessita de vários cuidados:
Degradação de Proteínas
Os níveis de proteínas nas células não são só regulados pela sua síntese, mas também pela sua
degradação, tendo a última um importante papel na regulação celular. Assim, proteínas
defeituosas ou danificadas são rapidamente reconhecidas e degradadas pelas células, evitando
possíveis consequências por erros durante a síntese proteica.
A degradação proteica pode ter lugar dentro da célula ou fora desta. Esta processa-se por
clivagem proteolítica onde a proteína é clivada em pequenos péptidos e aminoácidos.
Proteólise Intracelular
A proteólise é o processo feito por proteases que catalizam a quebra de ligações peptídicas. As
protéases podem ser: endopeptídase (quebram qualquer ligação peptídica) e exopeptidases
(quebram ligações peptídicas no C-terminal ou no N-terminal do péptido). Podem ser
classificadas de acordo com a especificidade para o substrato (protéases de serina, de aspartato,
de cisteína e metaloproteases)
53
Vias de Degradação de Proteínas
Nas células eucariotas existem duas vias principais de degradação de proteínas: via ubiquitina-
proteassoma e a proteólise endolisossomal.
Via da Ubiquitina-Proteassoma
PAPEL DA UBIQUITINA
É uma proteína com cerca de 70 aminoácidos, extremamente estável com o calor. Liga-se às
proteínas no grupo amino da cadeia letral de um residuo de lisina. O seu C-terminal liga-se à
proteína que vai ser degradada por uma ligação isopeptídica. As cadeias poli-ubiquitinas
formam-se a partir da adição de moléculas de ubiquitina ao resíduo de lisina. Estas cadeias de
proteínas são reconhecidas e degradadas por um complexo multiproteico – proteassoma. A
ubiquitina é libertada no fim deste processo para ser usada noutro ciclo. Este processo requer
ATP.
MECANISMO
1. Activação da ubiquitina pela enzima activadora de ubiquitina (E1), que leva à formação
de uma ligação tio-éster entre um resíduo cisteína de E1 e a C-terminal da ubiquitina
2. Trans-acilação para resíduo de cisteína de E2 – enzima conjugadora de ubiquitina, da
qual existem pelo menos 10 isoformas, apresentando especificidade em relação à
função da ubiquitinação
3. A E3 (ubiquitina-proteína ligase) é uma enzima chave pela sua especificidade face ao
substrato proteico, catalisa uma ligação isopeptidica entre o resíduo lisina da proteína-
alvo e o C-terminal da ubiquitina.
54
A via da ubiquitina/proteassoma degrada centenas ou milhares de proteínas, incluindo
proteínas reguladoras ou com folgding imperfeito. O substrato liga-se ao proteossoma através
de receptores para a ubiquitina ou de proteínas adaptadoras de partícula reguladora – RP. Esta
normalmente associa-se com ambas as proteínas poliubiquinadas e unidades proteassómicas
específicas.
PAPEL DO PROTEOSSOMA
O proteossoma 26S é constituído por um complexo proteico catalítico central chamado 20S,
preso por dois lados a complexo reguladores 10S. O complexo 20S, por sua vez, é formado por
2 anéis α e 2 anéis β, na sequencia α-β-β-α. Cada anel é formado por 7 subunidades distintas,
sendo os anéis α estruturais e os anéis β catalíticos. Diferentes subunidades β realizam
diferentes clivagens da proteína. As subunidades α estabilizam as unidades β e ligam o complexo
19S. O proteossoma 26S tem um formato de tubo, com duas entradas nas extremidades 19S.
Um subcomplexo da 19S ancora a cadeia de poliubiquitina, por vezes com a ajuda de proteínas
auxiliadoras, e anexa-se à superfície da 20S, usando energia para desenrolar a proteína e
preparar o canal que leva à câmara proteolítica de 20S.
55
O complexo 20S mantém as protéases no interior do compartimento proteossomico. Este possui
3 locais activos para a degradação de proteínas, estando um total de 6 locais activos nos anéis
β.
PAPEL DO ATP
As proteínas que não sofreram folding ou outras proteínas aberrantes devem ser eliminadas
para prevenir a agregação e toxicidade. A c-fos e a c-Myc são degradadas pela via da ubiquitina-
proteossoma, com padrões temporais de degradação distintos.
O NF-kb é activado quando o proteossoma degrada a proteína inibidora Ikβα. Muitos sinais
extracelulares podem induzir a activação do NF-kb, estes sinais activam o complexo I-kb quinase
que fosforila dois resíduso serina no N-terminal. Quando a Ik-b está fosforilada, ela é
ubiquitinada e degradada pelo proteossoma. A remoção da I-kb revela os locais de ligação ao
núcleo nas subunidades p50 e p60 da Nf-kb. A NF-kb entra no núcleo, liga-se a sequencias
especificas de DNA e regula a transcrição. – É um caso duma proteína reguladora afectada pelo
mecanismo da ubiquitina/proteossoma.
A importância da degradação por este sistema de proteínas que não tem o folding correcto é
fulcral na prevenção de doenças neurodegenerativas. Várias delas são caracterizadas pela
presença de corpos de inclusão de proteínas com o folding errado.
56
Proteólise Endolisossomal
A proteólise endolisossomal (não selectiva) ocorre nos lisossomas das células eucariotas,
contendo várias enzimas digestivas. As principais enzimas dos lisossomas são hidrólases ácidas
porque actuam ao pH ácido dos lisossomas mas não inactivas ao pH neutro do citosol:
Fosfatase ácida
Lípases
Esterases
Fosfolipases
Ribonucleases e desoxirribonucleases
Galactose e glucose amenidade
Glucosidade
Glururonidade e hialuronidade
Aril e condrosulfatase
Catepsina (A,B,D,H,L e S)
(esta imagem resume um bocado o que foi dito até agora sobre o endereçamento proteico)
57
Vias de Apresentação de Antigénios
As duas vias abordadas de degradação proteica desempenham papéis fundamentais na
apresentação de antigénios. O proteossoma é usado como sistema de informação para a
presença de proteínas anormais. Em situações que o exijam, o SI altera o proteossoma com o
objectivo de melhorar a sua eficiência face a vírus e bactérias. No tratamento de inflamação com
interferão-gama são formados novos proteossomas (imunoproteossomas) com diferentes
locais activos. A eficiência para gerar péptidos para apresentação de antigénio aumenta
bastante.
Inibição do Proteossoma
Os inibidores do proteossoma são de elevada importância no tratamento de cancros, na medida
em que inibem a degradação proteica. Nestas patologias, a degradação proteica encontra-se
aumentada, uma vez que já há necessidade metabólicas superiores. Um exemplo de fármaco
aprovado para o tratamento do mieloma foi o PS-341, ele inibe o NF-kb, estabiliza as proteínas
reguladoras do ciclo celular e induz a apoptose.
58
Organização e Funcionamento
Subcelular
Transporte Biológico
(Esta parte da matéria é um bocado matéria do secundário e/ou bases que já têm doutras
cadeiras do curso, portanto vai estar um bocado copy-paste da sebenta que já há)
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Sistemas de Transporte Passivo
O transporte de pequenas moléculas com carga faz-se por transporte passivo, mais
precisamente por difusão simples. Este faz-se a favor do gradiente químico, utilizando este
gradiente como fonte de energia para o transporte.
As moléculas polares grandes fazem-nos por difusão facilitada. Este transporte faz-se através
de proteínas membranares específicas que actuam como transportadoras e que vão determinar
a permeabilidade selectiva das biomembranas. As proteínas transportadoras formam um canal
hidrofílico através da bicamada lipídica. A energia de activação para o transporte baixa visto que
as moléculas passam a ter acesso a um meio de passagem facilitado. Por este meio podem
passar moléculas como açúcares, aminoácidos, nucleósido, iões, etc.
Difusão facilitada
60
Patch Clamp
Nos anos 80 desenvolveu-se uma técnica que permite monitorizar as propriedades de canais
iónicos individualizados – patch clamp. Baseia-se na colocação da ponta de uma pipeta de vidro
numa pequena região da superfície da
membrana plasmática e aplicação de
uma leve sucção, de modo a que um
retalho de membrana fique selado nas
bordas da pipeta e permaneça aí
quando a pipeta é tirada. Visto que os
iões têm uma carga eléctrica, o fluxo de
iões através de um canal iónico nesse
retalho produz uma corrente eléctrica
que pode ser monitorizada.
Ionóforos
61
O potencial de membrana pode-se
transformar em potencial de acção.
Estes potenciais de acção ocorrem
devido à existência de canais
dependentes de voltagem – canais
de sódio e de potássio são deste
género. À medida que a célula
despolariza, os canais de sódio
abrem-se, e move o potencial de
membrana em direcção ao potencial
de equilíbrio do sódio. O potencial
de acção termina quando os canais
de sódio se fecham e os canais de
potássio se abrem, reestabelecendo
a condição de equilíbrio.
Os canais de sódio fazem parte das proteínas membranares, conduzindo iões de sódio através
da membrana plasmática. Estes são classificados como canais dependentes-voltagem. Em
células excitáveis, os canais de sódio são os responsáveis pelos potenciais de acção.
62
Os poros dos canais de sódio contem um filtro de selectividade feito de resíduos de aminoácidos
carregados negativamente, que atraem iões positivos de sódio e mantêm de fora iões
carregados negativamente como o Cl-. A selectividade destes canais apenas permite a passagem
de iões de sódio solvatados, ou seja, num solvente, neste caso a água. Os iões de potássio, por
serem maiores, não conseguem passar entre os poros destes canais.
Este usa directamente a energia metabólica das moléculas transportadas pela membrana. A
maior parte das enzimas que usam este tipo de transporte são ATPases transmembranares.
Uma ATPase universal é a bomba de sódio-potássio, que ajuda à manutenção do potencial da
célula.
Este mecanismo de transporte activo pode recolher energia de outras fontes: energia de redox
e energia de fotões (luz). Um exemplo de transporte activo primário que usa a energia redox é
aquele utilizado na cadeia transportadora de electrões nas mitocôndrias que usa a redução de
energia do NADH para mover os electroes ao longo da cadeia. Um exemplo de transporte activo
devido à uma reacção de fotões é a utilizada na fotossíntese.
63
O transporte de iões hidrogénio contra o gradiente electroquímico usa a hidrólise de ATP. A
carrier protein sofre uma fosforilação e a ligação do ião de hidrogénio induz uma mudança
conformacional que leva ao transporte do ião de hidrogénio contra o seu gradiente.
Resumindo, as bombas utilizam como fonte de energia o ATP celular e acoplam o movimento
das espécies à hidrólise de 1 ATP, dando origem a gradientes iónicos nas células. Existem vários
exemplos:
Bomba de Na+/K+: retira Na+ e introduz K+ nas células, criando gradientes. K+ está muito
concentrado no meio intracelular e o Na+ no extracelular
Bomba de Ca2+: retira o ião cálcio do citoplasma
Bomba de H+: retira H+ do citoplasma
BOMBA DE SÓDIO-POTÁSSIO
Para manter o potencial eléctrico da célula, esta precisa de uma baixa concentração de iões de
sódio e de uma elevada concentração de iões de potássio, dentro da célula.
Fora das células existe uma alta concentração de sódio e uma baixa concentração de potássio,
pois existe difusão destes componentes através de canais iónicos. Para manter as concentrações
ideiais dos dois iões, a bomba de sódio bombeia sódio para fora da célula e potássio para dentro
desta. Portanto, este transporte é contra o seu gradiente normal de concentração.
64
Transporte Activo Secundário
Este transporte baseia-se em sistemas dissipadores. Estes utilizam uma fonte de energia
secundário que deriva directamente da actuação das bombas. Dissipam gradientes iónicos
criados após a actuação das bombas, acoplando o
movimento a favor do gradiente desses iões ao
movimento contragradiente da espécie do substrato
a transportar. Este tipo de transporte pode ser:
Este sistema é responsável pela absorção de glucose no lúmen intestinal. Ao ligar-se transporta
1 molécula de glucose a cada 2 de sódio que são transportadas para o interior da célula. Este
transporte da glucose é um tipo de transporte sinporte, pois tanto a glucose como o sódio são
transportados de fora da célula para dentro.
65
Um exemplo de transporte antiporte é o transporte Ca2+/Na+ nas células cardíacas.
Transporte de Água
Estes tipos de transporte transmembranares são importantes a vários níveis de regulação do
metabolismo corporal. Um dos mais importantes baseia-se no transporte de água ao nível dos
túbulos renais, favorecendo o equilíbrio ácido-base.
Aquaporinas
As aquaporinas formam tetrâmeros na membrana celular, onde cada monómero actua como
canal de transporte de água. As diferentes aquaporinas contem diferenças na suas sequencias
peptídicas, permitindo diferentes no tamanho dos seus poros. As APQ1 são selectivas para a
água, excluindo outros iões com diâmetro superior ao da molécula de água.
66
Sinalização Celular
A sinalização celular faz parte de um complexo sistema de comunicação que governa e coordena
as actividades e funções celulares.
Portanto, uma via de transdução de sinal passa por vários processos relacionados com
diferentes componentes, demonstrados no esquema em cima.
Num mecanismo de transdução de sinal, os sinais extracelulares são o primeiro passo para este
se iniciar, estes são moléculas sinalizadoras envolvidas na mediação de uma resposta celular ao
ambiente externo ou a outras células. Estes podem ser:
Factores de crescimento
Neurotransmissores
Prostaglandinas
Citocinas (interleucinas, interferões)
Estes sinais vão actuar sobre receptores intracelulares, estes têm na sua constituição proteínas
de sinalização intracelular, estas são moléculas sinalizadoras envolvidas na mediação da
resposta celular ao ambiente externo ou a outras células. Estas incluem: componentes proteicos
das vias de transdução de sinal e segundos mensageiros.
67
Tipos de sinalização
Sinalização endócrina
Sinalização parácrina
Sinalização autocrónica
Tal como foi dito em cima, os mecanismos de sinalização celular vão actuar nos receptores das
suas células alvo.
A resposta celular a uma determinada molécula sinalizadora extracelular depende da sua ligação
a um receptor específico. Alguns sinais podem desencadear respostas diferentes em diferentes
células-alvo, por interacção com diferentes receptores proteicos. Normalmente, os sinais
interagem com receptores similiares, que, contudo, desencadeiam respostas celulares
diferentes.
Tipos de Receptor
O receptor proteico pode estar localizado na superfície da célula-alvo, no núcleo ou no citosol.
A ligação do ligando inicia uma serie de reacções sequenciais que alteram as propriedades do
receptor que, por sua vez, sinaliza uma modificação na função celular. Alguns sinais ligam-se a
receptores de superfície celular e outros a receptores intracelulares.
68
Receptores Intracelulares
69
TIPOS DE RECEPTORES DE SUPERFÍCIE CELULAR
70
Em cima foram enunciados os vários receptores de superfície celular dum modo geral, estes
usam vários mecanismos para promoverem a resposta celular.
Em bioquímica, uma cinase é um tipo de enzima que transfere grupos fosfato de moléculas como
o ATP até moléculas alvo especificas – fosforilação. Enzimas cinase que fosforilam aminoácidos
tirosina são as tirosina-cinases.
Este processo inicial da activação dos RTKs vai provocar a activação de várias vias de transdução
de sinal.
A proteína Ras é uma proteína associada à membrana e a sua activação é seguida da ligação de
uma hormona a um receptor tirosina-cinase. Após ocorrer os fenómenos de dimerização e a
auto-fosforilação dos resíduos de tirosina dos receptores, ocorrem os seguintes passos para
activação desta proteína:
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Activação de MAPKs
Activação da JAK-STAT
Via de transdução de sinal que promove a transcrição activando sequencias especificas no DNA.
Consistem em 3 componentes maioritários: receptor, “Janus kinase” e um “Signal Transducer
and Activator of Transcription” – STAT.
A ligação de citocinas activa e fosforila o receptor nos resíduos de tirosina. Isto faz com que as
proteínas JAK associadas ao receptor sejam activadas e, posteriormente, o STAT. Este activa,
directa ou indirectamente, factores de transcrição e sequencias especificas de DNA.
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Antes de continuar na caracterização das várias vias de transdução de sinal, falta só caracterizar
as moléculas sinalizadoras que vão induzir uma resposta celular ao estímulo – segundos
mensageiros. (Decidi colocar os segundos mensageiros aqui pois a maior parte deles provêm de
activação de vias relacionadas com receptores acoplados a proteínas G)
Segundos Mensageiros
Consiste numa molécula sinalizadora cuja concentração aumenta, ou diminui, em resposta à
ligação de um ligando extracelular a um receptor da superfície celular. É capaz de mediar a
resposta celular a esse ligando. Segundos mensageiros mais comuns:
AMPcíclico
DAG (diacilglicerol)
IP3 (inositol trifosfato)
Ião cálcio
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Receptores Acoplados a Proteínas-G
Há duas principais vias de transdução de sinal envolvendo receptores acoplados a proteínas G:
Via do AMPc
Via do Inositol-lípido
Um GPCR é activado por um sinal externo na forma de ligando. Esta ligação cria uma mudança
conformacional no receptor, causando a activação da proteína G. Esta é um heterodímero
constituídos por 3 subunidades: alfa, beta e gama.
Do que foi dito em cima um dos passos importantes é a activação da Adenilciclase. Esta
promove a formação de uma forma activa da Gsα. A hidrólise de GTP a GDP é catalisada pela
própria Gsα. Se estiver com GTP, está activa e activa a adenilciclase. O domínio GβƳ inibe a
activação da adenilciclase.
A toxina colérica actua neste ponto, modificando irreversivelmente a Gs de tal modo que se liga
ao GTP mas não o consegue hidrolisar.
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(Esta imagem resume os mecanismos que podem regular a produção ou não de AMPc
bloqueando a activação da adenilciclase)
Via do AMPc
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Os mecanismos iniciais da activação
desta via já foram descritos em
cima, tal como está desmonstrado
na imagem da página anterior, o
AMPc pode activar outras cinases –
PKA – protein kinase AMPc-
dependent.
Via do Inositol-lípido
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Nesta via, o inositol-lipido – IP3 – sinaliza a via, havendo formação de IP3, DAG e cálcio. Após a
activação da fosfolipase C esta cliva o PIP2 a inositol trifosfato – IP3 e a DAG.
O IP3 difunde-se para o citosol e interage com canais de cálcio sensíveis ao IP3 na membrana
do RE, causando a libertação dos iões cálcios armazenados, este actua também como segundo
mensageiro. Este cálcio libertado associa-se à enzima calmodulina e activa outras proteínas que
respondem a este complexo ou que são activadas pela proteína cinase C.
Passando para outro tipo de sinalização celular utilizando receptores à superfície – clivagem
proteolítica
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Estas vias de sinalização celular são importantes no metabolismo do organismo pois induzem
uma resposta celular. Ou seja, são importantes mecanismos para a regulação da maquinaria
celular. Vamos ver alguns exemplos de regulação utilizando estes mecanismos.
Regulação da Glicémia
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Regulação do Glicogénio pelo AMPc
Os níveis elevados de AMPc aumentam os níveis de glucose no sangue, actuando o catabolismo
do glicogénio e inibindo a sua síntese. Os níveis baixos de AMPc diminuem os níveis de glucose-
1-fosfato, inibindo o catabolismo do glicogénio e activando a sua síntese.
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(Fiz esta parte demasiadas vezes a escrever e a tentar explicar isto, pelo meio desisti, mas as
imagens estão bem claras, basta entenderem bem o mecanismo de acção por segundos
mensageiros)
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Sinalização celular em G1
A sinalização da via MAPK é activada, activando por sua vez a transcrição de genes e proteínas
necessárias para a progressão do ciclo de G1 para S. Estes genes incluem um promotor da fase
S – S-MPF. Este é um complexo proteico que inclui uma ciclina, uma cinase dependente da ciclina
– cdk – a proteína 107, o factor de transcrição nuclear – E2F e proteínas supressoras tumorais
– pRB e p53.
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Regulação do ciclo celular pelo pRb
A transição entre S e G2 é
controlada pelo M-MPF. A
actividade é finalmente
regulada pela
fosforilação/desfosforilação
da cdk e pela proteólise da
ciclina.
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Bases Bioquímicas duma Célula Nervosa
Sinapse Química
Estas podem ser rápidas ou lentas,
excitatória ou inibitórias, podendo ainda exibir um sinal de amplificação ou de computação.
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Mecanismo de libertação de neurotransmissores
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Estrutura do receptor nicotínico da acetilcolina
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Abertura dos canais de potássio induzida pela acetilcolina e membrana plasmática do músculo
cardíacos
Memória e Neurotransmissores
A aprendizagem é o processo através do qual nós modificamos o nosso comportamento como
o resultado de uma experiencia ou da aquisição de informação sobre o meio ambiente. A
memória é o processo através do qual esta informação é retida e armazenada. A memória pode
ser a curto prazo ou a longo prazo.
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Receptores de Glutamato numa potenciação a longo prazo
O hipocampo está associado a muitos tipos de memória a curto prazo. A potenciação a longo
prazo – LTP é um tipo de memória a curto prazo.
O canal iónico no receptor NMDA está normalmente bloqueado pelo Mg2+. Contudo, o
glutamato libertado pelos neurónios pré-sinápticos leva à abertura dos receptores de glutamato
não-NMDA. O resultado é um influxo de sódio que despolariza parcialmente a membrana.
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Sistemas de transdução sensorial
O sistema nervoso recebe estímulos de uma série de recptores sensoriais. Temos, por exemplo,
os foto-receptores que se encontram no olho, os receptores do paladar e os receptores do odor,
os receptores do tacto, estes monitorizam vários aspectos do ambiente exterior.
Para converter o estímulo num sinal eléctrico ocorre uma ligação indirecta de uma proteína de
um receptor sensorial e o canal iónico. Isto é, o receptor sensorial activa uma proteína G, que,
por sua vez, directa ou indirectamente, induz a abertura ou fecho dos canais iónicos.
Como exemplos, temos os receptores da luz nos bastonetes da retina do olhos dos mamíferos
e os receptores olfactivos no nariz.
Sistema Visual
A retina humana contém 2 tipos de células fotorreceptoras: os bastonetes (estimulados por
luz fraca) e os cones (envolvidos na visão a cores).
Os bastonetes fazem sinapses com os neurónios que, por sua vez, fazem sinapse com outros de
modo a levar o impulso ao cérebro.
Esta cascata ocorre entre a isomerização da retina pela rodopsina e a interpretação da imagem
pelo cérebro.
A rodopsina é o foto-receptor dos bastonetes, sendo formada por 11-cis-retinal e opsina, uma
proteína transmembranar. A absorção de luz causa uma rápida fotoisomerização do cis-retinal
para o isómero trans, formando um intermediário instável, a meta-rodopsina II ou opsina
activada. Mais tarde, há uma dissociação espontânea que origina opsina e all-trans-retinal.
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Esta imagem ilustra o acoplamento da absorção de luz pela rodopsina e a activação da GMPc
fosfodiesterase. Nos bastonetes adaptados ao escuro, o nível de GMPc actua de modo a manter
os canais abertos e a membrana despolarizada, comparativamente com o potencial de repouso
das outras células.
A absorção de luz leva a activaçao da opsina e à conversão da transducina inactiva por estar
ligada a GDP ao seu estado activo, ligado ao GTP, sendo esta conversão acompanhada da
dissociação de Gbetagama
O Gtalfa livre, então gerado, activa a GMPc fosfodiesterase – PDE, ligando-se e dissociando as
suas duas subunidades inibidoras gama. Resultante disto, as subunidade catalíticas libertadas
do PDE activo consegue converter o GMPc em GMP.
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Degenerescência e Morte Celular
Existem vários tipos de morte celular: necrose, autofagia, apoptose, entre outros.
Apoptose
A definição de apoptose baseia-se num processo programado, altamento organizado e
geneticamente controlado, iniciado por uma variedade de estímulos quer fisiológicos ou
fisiopatológicos, que conduzem à morte celular.
Iniciação
Comprometimento celular
Execução
Eliminação
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Vias da Apoptose
Via Extrinseca
A via extrinseca pode estar relacionada com a via intriseca (mitocondrial), pois a caspase-8,
activada através da ligação dos death-receptors, cliva a Bid provocando a sua activação, esta vai
actuar na permeabilidade da membrana mitocondrial, favorecendo a formação de poros.
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Via Intrinseca
Caspases
São protéases de cisteína que clivam depois do aspartato. 7 são importante para a apoptose
(2,8,9,10,3,6,7). As capases são proteoliticamente inactivas.
Existem caspases iniciadoras (2,8,9,10) e efectoras (3,6,7). As caspases iniciadoras têm a região
N-terminal mais longa com um ou mais domínios adaptadores. Estas activam-se a si próprias e
são reguladas por interacções proteína-proteína. As caspases efectoras contêm 20-30
própeptidos com resíduos longos, sendo activada por clivagem proteolíticas das caspases
iniciadoras.
As caspases vão incidir sobre os seus substratos, proteínas que são clivadas por caspases e que
vão sofrer apoptose. Estas proteínas pertencem a várias classes:
A maioria das proteínas é inactiva após a cliagem da caspase (ICAD, IAPS, PARP). Contudo,
algumas são activadas (procaspases, BID)
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MECANISMO DE ACÇÃO DAS CASPASES
Inactivação dos inibidores de apoptose ICAD, estes são clivados e inibidos pelas
caspases, deixando o CAD livre para cortar o DNA genómico entre os nucleossomas
Desagregação de estruturas celulares
Desregulação da actividade da proteína, através da PARP
Família Bcl-2
Os vários membros da família Bcl-2 têm, pelo menos, um domínio bcl-2 homólogo (BH1,
BH2,BH3, BH4):
FUNÇÃO
P53
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