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Seminário Presbiteriano do Sul

Teologia Sistemática 1
Thiago Machado Silva
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Pressuposição bíblica

Deus existe, e é vivo e ativo no mundo


em que criou. A Bíblia não busca
provar que Deus existe.
A existência divina
A existência de Deus é o ponto crucial de toda
manifestação religiosa. Se não existe a noção da
existência da divindade, não há noção de
religião, culto e relacionamento com ela. As
manifestações religiosas sempre aparecem
como produto das ideias que os homens têm da
divindade e como resultado do impacto que a
revelação natural lhes causa.
A existência divina
Por causa do pecado no coração humano, as
ideias sobre a divindade não refletem
exatamente como é o verdadeiro Deus. É por
isso que as ideias sobre Deus são muito
diferentes nas várias religiões existentes no
mundo. […] Contudo, ao contrário de todas as
outras religiões não monoteístas, o cristianismo
fala da existência de um Deus que se revela.
A existência divina
Não podemos provar a existência de Deus
através de experimento laboratorial ou
demonstração científica. Podemos apenas crer
na sua revelação. Deus não é passível de
verificação. (Cf.: Hebreus 11.6) – A teologia
reformada crê naquilo que o próprio Deus
informa acerca de si mesmo.
A existência divina
“O intento de provar a existência de Deus pode
ter um resultado […] desnecessário, se se
procura forçar uma pessoa que não tem fé,
fazendo com que, através de argumentos,
chegue ao convencimento no sentido lógico”

- Abraham Kuyper.
A afirmação da existência
de Deus nas Escrituras
• Gênesis 1.1

• Salmo 19.1

• Hebreus 11.6

• A encarnação do Filho que veio para revelar


o Pai (1João 2.23)

• O Espírito Santo que nos comunica que


somos filhos de Deus (Rm 8.16)
A afirmação da existência de
Deus na constituição humana

• Ideias inatas sobre Deus (semente de


religião; senso de divindade) – Nenhum
homem é ateu por natureza – criados à
imagem de Deus.

• Atos 17; Romanos 1.18-22


A demonstração do
ser de Deus
“A demonstração da divindade repousa sobre quatro
fundamentos: (1) a voz da natureza universal; (2) a
contemplação do próprio homem; (3) o testemunho de
consciência; (4) o consentimento de toda a humanidade.”

- Francis Turretini (1574-1687).


A COGNOSCIBILIDADE
DE DEUS
A doutrina de Deus e a doutrina da
salvação estão inseparavelmente
relacionadas uma com a outra. A doutrina
de Deus é ao mesmo tempo a doutrina da
eterna salvação das almas, e a segunda
está incluída na primeira. O conhecimento
de Deus na face de Jesus Cristo, Seu
Filho, essa é a vida eterna (Jo 17.3)
Os céticos dizem que o conhecimento que está
disponível à mente humana é limitado aos
fenômenos empiricamente observáveis […] Se
alguém afirmar que de nenhuma forma e por
nenhum meio Deus se revelou, nós nunca
poderíamos falar sobre Deus, pois essa palavra
seria apenas um som vazio. O assim chamado
agnosticismo (a doutrina da incognoscibilidade
de Deus) tornar-se-ia, na prática, idêntica ao
ateísmo (negação da existência de Deus)
O conhecimento de Deus
O conhecimento de Deus é um tipo diferente
daquele que nós obtemos na escola ou na vida
diária. Esse conhecimento está ligado à mente e
também ao coração. Ele não nos torna mais
“estudados”, mas ele nos torna mais sábios,
melhores e mais felizes. Ele nos torna
abençoados e nos dá vida eterna, no porvir e
aqui e agora.
O conhecimento de Deus
O conhecimento de Deus nos deu vida, e a vida
que foi dada nos conduz de volta ao
conhecimento de Deus. Em Deus nós
encontramos todo o nosso bem estar e toda a
nossa glória. Ele se torna o objeto de nosso
culto, o tema de nossa canção, a força de nossa
vida. De Deus, através de Deus e para Deus são
todas as coisas – essa se torna a escolha de
nosso coração e o tema de nosso trabalho.
O conhecimento de Deus
O que as Escrituras nos dão não é um
conceito abstrato de Deus, como o que
os filósofos nos dão. A Escritura coloca
diante de nós o Deus vivo e deixa que
nós o vejamos pelas obras de Suas mãos.
Transcendência e imanência
É importante, na questão do conhecimento de
Deus, manter esses dois tipos de afirmações
concernentes ao ser de Deus. Se sacrificamos
a absoluta transcendência de Deus sobre todas
as coisas, caímos no politeísmo ou no
panteísmo. Se sacrificamos a imanência de
Deus, caímos no Deísmo (crença em Deus sem
auxílio de revelação) ou Ateísmo.
Transcendência e imanência
“… não deveriam ser considerados como
atributos de Deus. Antes, esses dois conceitos
atravessam os vários atributos da grandeza e da
bondade de Deus. […] A transcendência e a
imanência devem ser consideradas como
indicações de como Deus, em todos os seus
atributos, está relacionado com este
mundo.” (Millard Erickson)
Arquétipo e Ectípico
Arquétipo (arché + tipo – primeiro modelo, padrão)
O conhecimento arquétipo é o conhecimento
divino sobre assuntos divinos, e à este tipo de
conhecimento nós nos curvamos e adoramos. É
a sabedoria que somente Deus possui e não é
comunicada aos seres humanos. O
conhecimento Ectípico, é o conhecimento que
Deus comunica à nos (revelação), pela sua graça.
A ausência do conhecimento
de Deus nos conduz à idolatria
A ignorância de Deus, frequentemente, é a raiz de
muitos outros males. “Eu creio que raramente há
um erro em doutrina ou uma falha na aplicação da
ética cristã que não possam ser atribuídos
finalmente aos pensamentos imperfeitos e ignóbeis
a respeito de Deus” (A. W. Tozer)
Calvino, Institutas
A verdadeira sabedoria consiste em dois
elementos: o conhecimento de Deus e o
conhecimento de nós mesmos. […] O homem
jamais pode ter claro conhecimento de si
mesmo, se primeiramente não contemplar a
face do Senhor, e então descer para examinar
a si mesmo.
A QUESTÃO
DO ATEÍSMO
A negação da existência de Deus é algo
comum numa sociedade permeada pelos
efeitos do iluminismo, que procurou
minar a ideia de que o sobrenatural se
envolve com o mundo natural.
A origem do Ateísmo
• O ateísmo veio do coração pecaminoso que o ser
humano passou a ter (Ec 8.11 “o coração dos filhos
dos homens está inteiramente disposto a praticar o
mal”) – O problema está no coração humano.
• O ateísmo existe por causa da perversão do
coração. Não existe ateu de nascença (por
natureza), mas os homens se tornam ateus por um
processo de raciocínio pecaminoso.
A universalidade do Ateísmo

• Nenhum ser humano, tem por si mesmo,


qualquer interesse em Deus.
• A inclinação da natureza pecaminosa de
todos os seres humanos os leva a pensar
na inexistência de Deus e a ignorá-lo.
(Rm 3.10-11).
A inevitabilidade do Ateísmo

• Nenhum ser humano escapa de alguma espécie de


ateísmo. Não apenas o ateísmo clássico (fruto do
iluminismo, séc. 18 e 19), mas a indisposição
espiritual que há no homem, por causa da Queda,
tentando negar tudo quanto tem a ver com Deus.
• O pensamento da inexistência de Deus é uma
inclinação pecaminosamente voluntária.
O ateísmo não é algo novo. É antigo. O
salmista diz no Sl 14.1 “Diz o insensato
no seu coração: Não há Deus”
ATEÍSMO PRÁTICO

“É certo que existe um ateísmo


prático; vida sem Deus no mundo
(Sl 14.1; 53.2-3, Ef 2.12)”
- Herman Bavinck.
ATEÍSMO PRÁTICO

• Os ateus práticos não negam necessariamente


a existência de Deus com suas palavras, mas
vivem como se Deus não existisse. (Ef 2.12)
• Atitudes e comportamentos que ignoram o
verdadeiro Deus. Nenhum senso de reverência.
• Salmo 10.4; Tito 1.16.
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Teologia Sistemática 1
Thiago Machado Silva

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