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Processo de leitura critica* da palavra escrita a, como uma forma sensata odo mundo que o cerca. A proposta (postos a seguir, deve ser pmo um conjunto de passos di sm ou do aprofundamento (exis praticando essa mo: ura) na pritica da leitura c © que estamos propondo sio elementos e passes para um ssa pratica, repeti s que necessério, Seré tente na condita diaria do leitor, mas que, quando necesséria, sera acessada evira 8 tona, Para que isso. io, hd que se treinar inten- (Como cer una cionalmente agir com esses elementos e passos. O uso repetido & consciente de um modo de agir gera um habito, que se torna “natu- ‘empre se faz desse modo. O professor de Metod » Cientifico necessita de estar consciente de que, icandos noexercicio dessa pritica. Como jard seus estudantes na aprendizagem ogia do Un texto de leitura nos conduz— como temos visto anteriormente —a um entendimento do mundo, a partir do entendimento que possui oseu autor. Para que esta nossa leitura signifique uma ta do mundo”, importa quea nossa pratica de leitores seja critica, quer dizer, que fagamos 0 esforgo, de um lado, de aprender a mens intencionalmente transmitida pelo autor e, de outro lado, fagamos um esforgo de julgamento sobre o que lemos. A validade do que lemos contetido e a forma), icado social), os limites ¢ am itudles da mensagem como instrumentos de compreensio da reali dade sio aspectos f levados em conta numa seu valor ( yo mecanismo auxiliar de nosso trabalho de entendi- mento do mundo. itura context texto prope a za da. Fla nunca deverd ser uma prética desenvolvida s6 mecanicamen- te. Tera que superar 0s limites definidos no corpo do proprio text para situ-lo em seu contexto, O pensamento escrito foi, em deter minada época, em determinado lugar, decorrente de um desafio especifico. Ele nao 6, pois, um ente a-espacial e a-temporal. Nao! El € um ser situado e assim deve ser tomado, se se quiser entend criticamente. Alleitura é um processo que se faz dinamicamente na pratica do 1u Seja, processa simultaneamente a decodificagao mecanica dos wgem, posiciona-se criticamente a leitor simb graficos, entende a m manifestam-se as dificuldades ¢ 05 limites do contetido transmitido. Contudo, é po: facamos cidir nossa atengdo s da leitura, em determinados momentos. Assim, num momento pode- remos estar mais preocupados em obter informagoes subsidarias & leitura que estamos fazendo, ou poderemos estar mais preocupados ‘com a apreensio da ideia principal do autor ou, ainda, poderemos el e descjavel que, iva sobre determinados setores do processo estar mais atentos a estabelecer uma critica Ocesquema que apresentamos abaixo ¢ didético e assim deve ser utilizado, apesar desabermos dos limites que ele posstii em termos do dinamismodialético da leitura, Importa que, para iniciarmos ou apro fundarmos na pratica da leitura critica, exercitemos for mente esse 10 de roteiro, ainda que, aos poucos, cada um de nds v4 se desven- cilhando do formalismo e criando 0 nosso modo proprio de uma pritica critica de leitur Ocsquema de cesso logico deestudoe ai sa, aqui proposto, manifesta-se como um pro- ‘lise de um t Podera ser utilizado, com este objetivo, em qualquer circunstancia. Em todo caso, lembramos .entalmente aoestudo e anallise de textos que Esse tipo de leitura exige trés conjuntos de atividades, que pode- rio se processar simultaneamente em nosso exerci tal de ler, mas que, também, para maior zados e apresentados intencional e sistematicamente separados, iciéncia, poderao ser reali- Oprimeiro conjunto se refere aos elementos subsididrios da leitura, que se de! leitura como do julgamento critico do que foi lido. O segundo conjun- to de atividades que conseguimos distinguir e separar é nado com a compreensio mesma da mensagem do autor. Vamos dizer idades sao as centuais para o entendimento daquilo qu nos quis dizer 0 autor. E 0 terceiro conjunto de atividades se refere 1em como elementos auxiliares tanto do entendimento da que estas att 1 Aqui, praticamos momento da ava- liagao e de novas proposigées de estudo. ‘Ap6s uma primeira leitura de um texto (decodificacao priméria de identificar aquele intelecgao do que: lamos querendo entender (elementos subsidiarios), ‘de comegar a compreender a mensagem prinei- estamos em condi pal do autor (elementos da compreensio) ¢ de vishumbrar alguns clementos de julgamento, Entao, apés a primeira leitura, iniciamos um processo formal de atendimento das especilicagdes do roteiro que se er executadas segue. E, certamente, que releituras do texto deverio até que consigamos processar todos os elementos do esquema propos~ toa seguir, 1. Elementos subsididrios da leitura LR primeira ati fn dade subsididria da leitura é fazer a id bil Isto significa identi- ficar o nome do autor do texto que estamos nome do texto, 0 que se encontra n: Oque sgrfica co texto e ex texto a ser lido e a sua identifica ado, material bibliogrstfico, ano de publicagio, paginas e fo texto, Por exemplo: Leandro Konder; As leis da di éadialética. Sao Pai s a indicacao bibliogrifice do texto que vamos anal cayeaexte dessa leitura, desse texto para anélise (paginas 57-63 do 2. Identificagto texto que esta sendo lido: cas. ise, Sera 5 TR SS TESS SRE ira encontramos 0 termo “capi nao sabemos o que ele significa, torna-se recé-lo, sob pena de nao entendermos 0 que o autor nos est querendo dize poderemos consultar especi ia. Ele nao é um ente de razao, mas Heados enciclopédiasere importa saber quando o autor nasceu, Estes elementos, em prinefpio, sio aqueles que se manifest como subsidiarios 8 leitura, Tendo se “preparado” desta forma para ide exemplo, se em uma determinada diferente analisar um texto literario de um cientifico; um filos6| talismo neointervencionista’ fundamental que procuremos um meio de es ss biogrdficas do autor do anteriormente, que o texto nao é um elemento fora do tempo; ele se da contextualizado. Assim, é pre ho tempo, no espaco e na hist 0. JA dissemos, Wvros outros, diciondrios especia- 0 situar também o autor do texto um sujeito concreto, Para iss mt onde, qual foi a sua formagao intelectual, em que organizagoes mili- tou, a que correntes de pensamento pertenceu, que livros escreveu etc. Importa, entio, possuir informagdes sobre a vida intelectual, politica, cultural do autor. Estas informagées auxiliario o leitor a contextualizar 0 texto queesta sendo lido ea av: mais 8 frente. n condiges de processar aqueles aqueles que dizem respeito pro- elementos que sao os fundamentai: priamente a mensagem do autor. 2. Elementos da eitura propriamente dita: estudo da tematica do texto 4. Estudo dos componentes desconhecidos do ti que estivermos, deautores, imeira leitura nos mostrar. Para que possamos fazer uma Num texto: ndo, poderemos encontrar vocab itura No estudo tematico de um text dermos adequadamente o que 6 autor nos quis dizer. Para tanto, im- porta estarcom o espirito aberto, ivamente interes- sado em entender a mensagem que o autor quer nos comunicar. Aqui realm tores, compreen- nte compreensiva do texto, importa que tomemos conhecimn E preciso estar nao cabe nenhum julgamento sobre o que vamos ler ou estamos lendo, Importa a compreenso do lid Para processar 0 estudo temético de um texto devem ser levados. em consideracao os elementos seguintes: 2.1 Identificagito e andlise do titulo do texto, O titulo de um texto deve ser 0 indicador do seu sentido e significado. Sinteticamente, expressa de que é que ele trata e discute. Normalmente, nao é uma afirmacao, ‘mas uma indicagio do contetido, Na anilise do titulo, importa veri 1a adequacao ao contetido transmitido, assim como sua com- Patibilidade com o mesmo. Enquanto, nos textos cientificos e filoséli- contetido tratado, nos textos literarios ¢ posticos, normalmente, sao metaféricos. ee itulos devem ser tematicos, ou seja, indicadores estritos do mia abordado. O autor do texto, dentro ds determinada drea de conhecimento, escolhe um tema espectfico sobre © qual ele trabalha. No caso de leitores, © nosso papel € de ident esse tema com exatidao. Ele redimensiona, em termos de espe: ida- de, oassunto. Um assunto pode ser tematizado de muitos modos. Por isso, ai cacao, bem feita, do tema do texto, nos auxilia na com- Preensio geral daquilo que estamos lendo. Nao se deve, contuco, confundir tema com ideia principal ou ideia central. A identificagao do 10 somente & delimitacao do contetido tratado; nao implica numa afirmagio. Por exemplo:“A aprendizagemescolar”. Nao ha verbo nesta frase. A ideia principal, no entanto, mani "uma afirmagao ou negagao. £ onnosso préximo elemento neste roteiro No exemploacima, a ideia principal ou ponto de vista poderia ser: “Os resultados da aprendizagem sofrem a interferéncia de fatores ambien. tais”. E uma afirmagio, Ai ha um verbo, indicando a agio. A identifi- cago do tema e da ideia pi conforme especificamos. 23 © autor, para escrever alg pal é apresentada de formas diversas, a pelo autor e do coisa sobre um tema, o problemati: to autor di uma perspectiva diferente ao tema a depender da prob }, © tema ESCOLA pode ser problematizado de muitos modos: se pergunto sobre a efic se perguntar pela ideologia dominante na ¢, ainda, se perguntar pelas relagdes de auto- outro texto. Um mesmo ematizagao que faga. Por exempl escola, tere um text escola, terei out ridade na ese tas problematizagoes. 0 fato de conseguirmos identificar a problema- izagao que suscitou o trabalho do autor, nos dé uma verdadeira pista ara a compreensio do texto. Se sabemos, com clareza, 0 que o autor se perguntou, torna-se facil identificar a resposta que ele tentou dar Vale observar, todavia, que nem sempre esta problematizacao esté explicita. Entao, 0 partir do proprio texto. ma pode sofrer mui- for teré que descobri-la, imaginativamente, a 24 Identificarto do ponto de vista ou ideia central. Se o autor se pro- pds uma questdo, esta questdo merece resposta. [dentificar a resposta que um autor deu a s tificar o seu ponto de problematizagao de um tema significa iden- sta (a ideia central do texto). O ponto de vista Ico temadtico-afirmativo ou negativo em torno do qual se desenvolve todo 0 raciocinio e argumentacao do autor. E, pergunta feita, muitas respostas poderao ser dadas. Contudo, o autor elegeu a sua e nosso papel identificé-la. No exemplo da escola, dado acima, com: Fiamos assumir 0 ponto de vista omo leitores, é tores, pode- escola 6 eficiente no seu e Ivo"; ou pod ente em nada”. Cada ponto de moralizante, mas © ponto de vista de que vista deste exigiria uma argumentagao diversa. E, portanto, um texto diverso. 25 de vista, 0 que aquilo q 10 no seu efeito cog, entificag 0 irgunientagiio. Ap6s ter selecionado 0 ecessita criar rai ele escreveu “faz sentido”, 10, que nada mais 6 d ie do seu mpreender bem a mensagem de um ai pelas desenvolve uma argumenta informagbes, dados e razdes que assegurem a va e poder is argu- © seu trabalho, toma-se fundamental identificar 0s mentos, pois que sao eles que nos demonstrarao se o autor foi compe- tente e convincente ou no. Poderemos encontrar argumentos consis- tentes, inconsistentes, falsos ete, A depender de sua qualidade, 0 texto tera niveis diversos de qualidade, também. Poderemos ainda encontrar 3s sao basicos (deti- scedores, amplia- argumentos principais e secundarios. Os prim: nidores do raciocinio do autor); os outros sio esc! dores da discussio. ‘Tendo conseguido identificar os argumentos do autor, leitor est em condigoes de dividir 0 texto por partes, pois que cada argum: com sentido completo, constituira uma parte do texto. Assim sendo reestruturar o esquema de desenvol do autor: reestruturar os pasos légicos que ele deu para produir 0 seu texto, indo de um; imento do pensamento introdugdo para uma conclusio. Cada argumento forma um todo separavel didati que cada um deles deve possu do completo, podendo se (rl nifestar em uma oragio, em um periodo, um pardgrafo ou um tre- cho com varios paragrafos. © que importa 6 conseguir; logicamente, di autor utiliza para justificar o que pretende comunicar. Feito gico da discussao do autor. rir cada uma das razdes que 1, temos em nossas mos 0 caminho 16- A identificagao dos argumentos do autor e a consequente restr turagdo do texto nos oferecem um instrumento fundamental de geral do texto; fator que serve tanto para a compreensio geral do pen- nto do autor, como para possiveis apres de outro, numa conversa, num seminario etc. 3. Elementos de avaliacao e proposicéo Concluida a compreensio do texto, a partir dos elementos essen- ciais, com 0 auxilio dos elementos subsididrios, cabe ao leitor processar im juizo critico sobre 0 texto \presentar um pro} ‘0 momentocanclusive di levando a (20 externo decorre do uso de critérios que tangenciam o sxto. Em propriamente no mérito da questio”. Ele se baseia em fatores tras palavras, 6 um tipo de jt externos ao proprio texto, Esses critérios se referem 3 autori dade cientifica do autor para dise a coeréncia ideokégica do texto com po normalmente assumido pelo autor, relacdo efetiva entre o que C autor escrove e sua pratica social e cientifica etc. Enfirn, critérios que nos auxiliam, previamente,a ter um peso do do texto. Contudo, é um processo insuficiente de avaliacio, 's, poderemos trabalhar com um texto de um autor ir o assunto que apresenta, jonamento politico mais oumenos novo, sem comexcelente estar trabalhando contetido e, por outras vezes, poderem: com o texto de um autor de renome, mas que nao possua ne- hum valor, Por ser um auxiliar do julgamento efetive do texto; jwizo critico serd muito precario se permanecer fundamentado ntudo este mo 6 aquele que exercita sua atividade através do ) de um lado, sobre a estrutura do texto e validade do seu contetido; de outro, bre 0 valor so da mensagem, ica do texto nos permitirs verificar se o autor segue coerentemente uma linha de raci inio, se é claro, se segue uma n todologia adequada etc. Ja 0 julgamento da validade do contetido n as leituras que spec pois que poderdo existir textos logicament pesso: preciso julgar dade do bons, mas sem nenhuma validade enquanto da realidade. Alguém, com habilidade de raci falso do ponto de vista da realidade. Quanto ao julgamento interno, ainda vale a pena lembrai alor do texto. Nossa avaliagao de uma completa se nao nos posicionarmos politicamente sobre ela. Somos cidadaos © como tais somos abr a nao estara riamente politicos. Entao, um Posicionamento sobre o significado social e politico da mensagem do autor torna-se fundamental. Nao existe neutralidade! Se dissermos que somos 1 ros em relagao mos to Iguma coisa, ai ja est ralidade (alsa) um partido: o da ne! ‘8 LUCRES BARETO™-COSMMA BAPTISTA Sah ww e a avaliacao como um julgamento de para uma tomada de posicao. Entao, obrigatoriamente, toda juzir a uma forma de ago. Ha uma forma me- texto. Os p. vos deverao ser superados. Dai decorre a nossa proposta de crescer 0 conhecimento com maior adequaio, seja pela ampliaglo Trabalhos grupais na - daquilo que ja pela busca de preen- apreensdo do conhecimento ~ chimento das lacunas daquilo que consideramos inadequado ou pou- iamos bom e significat mnheci- hos propomes a ampliar e alargar ele- s despertou. Agora é a vez de expressar a vale a pena a proposi para o estudo, paral para propria protegdo, pra aconstrugio dk do grupo sempre sera maior do que m forza ca quanto psicologicamente. Cientedesse poder decornen po, este capt contémn um conwi da atividade grupal no seu trabalho’ sestudantes reunidos continéncia subsfos para que possam servir-ede sa forgacoletiva, aquimno caso, para eeapronder.F também sm convite aoestucante para que aprenda, na tas que o conhecimento cresce e se desenvolve na historia, wsciéncia de que, para se trabalhar em gr os faceta emociona (ret imp le cada um. Nossa vida e1

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