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Manuel Castells A SOCIEDADE EM REDE Volume I 2 Edigao Tradugdo: Roneide Venancio Majer com a colaboragio de Klauss Brandini Gerhardt PAZ E TERRA ©Manuel Castells “Tiaduzido do original: The rise of the network society (CAP Brasil, Catalogagio-Na-Fonte (Sindicato Nacional dos Fdtores de Livros, RJ, Bras Castells, Manuel, 1942- ‘A sociedade em tede/Manuel Castells traducio: Roneide Vendncio Majex = (Accra da informagio: economia, sociedadee cultura 1) Sto Paulo: Px e Tera, 1999. ISBN 85-219.0329-4 Incl bibliog cade 1. Tecnologia da informagio ~ Aspectossocss 2. Tecnologia da infor- magio Aspectos econmicos. 3. Sociedade da informagio. 4, Redes de informagio. 5. Tecnologie civilizagio. L Talo, 1 Sete, 99.0358 cD .303.483 cpu 31642244 EDITORA PAZ ETERRA SA, ‘Rus do Triunfo, 177 (1212-010 — Sto Paulo-SP Tels (011) 225-6522 Fax: (011) 223-6290, 1999 Impresso no Brasil Pinued in Bri! Para Emma Kiselyova-Castells, cujo amor, trabalho e apoio foram decisivos para a existéncia deste livro. Sumario Iustragdes Tabelas. Agradecimentos.......6...cc00 Prologo: A RedeeoSer............5 ‘Tecnologia, sociedade e transformagio histérica 0 Informacionalismo, industalsmo,capitalismo,estatisme: modos de desenvolvimento ¢ modos de produgao. 0 informacionslismo ea peresiroyka capitalists, (0 Serna sociedade informacion. Algumas palavras sobre o método. . Notts ose eta 1. A Revolugdo da Tecnologia da Informago ‘Que revolucdo? Ligdes da Revoluglo Industral ‘A soqlénca istfrca da Revolugdo da Tecnologia da Informagao - “Macromudangas da microengenharia: eletréniew e informagio O divisor teonoldgico dos anos 70 . Teenologias da vida. O context social ea dintmica da ransformagdo tecnologia Modelos, atorese locais da Revolugio ds Tecnologia da Informagio (© paradigma da tecnologia da informagio Notas 2. A economia informacional e 0 processo de globalizacio. Introdugio 31 36 +638 4 B 49 49 33 57 58 64 65 68 0 1 81 7 1 sumiro Produtividade, compettividade e a economia informacional 88 © enigma da produtividade 88 ‘A produtividade baseada em conhecimentos é especifica da economia informacional? 90 Informacionalismo e captalismo, produtividade e lucratividade. 100 ‘A repolitizagio do capitalismo informacional : 107 A especificidade histérica do informacionalismo. we 109 ‘A economia global: génese, estrutura ¢ dinémica........+..++5 m1 Os limites da globalizacao. a 115 ‘A éiferenciagdo regional da economia global. 7 ‘A segmentagio da economia global eb 120 As fontes de competitividade na economia global 121 ‘A mais nova divistio intemacional do trabalho 123 ‘Mudanga dos modelos da divisio internacional do trabalho na ‘economia informacional/global: o poder da trade, a ascensio da, regio do Pacifico o fim do Tereviro Mundo . ... 124 Fontes de crescimento ¢ estagnagio na divisio internacional do, trabalho: a mudanga do destino da América Latina .. 1B ‘A éinimica de exclusio da nova economia global: ‘destino da Africa? 148 ‘A shtimafronteira da economia global: a incorporagdo segmentada da Riisia e das ex-repiblicas sovisticas 1s ‘A arquitetura e a geometria da economia informacional/global... 159 Apéndice: Alguns comentirios metodolégicos sobre as politicas de ajuste da Africa e sua avaliaglo .......0s0ee00+ 161 Notas... ciate 164 3. A empresa em rede: a cultura, as instituigBes e as organizagies da economia informacional. 1B Introdugdo vee 13 “Trajctcasorgaizacionais na reestruturago docaptalismo cma transigdo do industralismo para o informacionalismo .......2.++.++ 174 Da produgio em massa 4 produsio flexivel ..... . 175 A empresa de pequeno porte ¢ a crise da empresa de grande pore: mito ¢ realidad 116 “Toyotismo”:cooperasio gerenes-trabathadores, mlo-de-obra ‘multifuncional, controle de qualidade total e redugio de incertezas ... 178 Sunio Formapio de redes entre empresas... 181 Aliangas corporativas estatégcas 183 ‘A empresa horizontal eas rede globais de empresas... 184 A.crise do modelo de empresas verticaise o desenvolvimento das reds de empresas 187 ‘tecnologia da informagdo ea empresa em rede 188 Cultura, ining nino eet: ees de empresa m do Leste asidtico ae eves 192 “Tipologia da redes de empress do Leste asco... - 193 CCultara, organizapSeseinstiuiées:redes de empresas asdtcas © 0 Estado desenvolvimentsta Empresas mulinacionais, empress transnacionais¢redes internacionais . 208 Oespirito do informacionsismo feted +213 Notas... 218 4, A transformagdo do trabalho e do mercado de trabalho: trabalhadores ativos na rede, desempregados ¢ trabalhadores com jomada fiexivel. ........ bates dance « 223 199 ‘A evolugio histérica de estrutura ocupacional e do emprego nos paises captalistas avangados: 0 G-7, 1920-2005 eaten 2A © pés-industilismo, » economia de servigos a sociedade informacional : 225 ‘A tansformagao da estrura do emprego, 1920-70 e 1970-90 230 ‘Arnova estrutura ocupacional 238 O amadurecimento da socicdadeinformacional: projegdes de emprego para o século XXI 243 Resumo: a evolug da estrutura do emprego e sus conseqiéncias para uma anise comparativa da sociedade informacional ......... 249 Hii uma forga de trabalho global? «2.2... stata © processo de trabalho no paradigma informacional .. 262 Os efeitos da tecnologia da informagdo sobre 0 mercado de trabalho: rumo a tuma sociedade sem empregos? ......... a 23 0 trabalho ¢ a divisdo informacional: rabalhadores de jornada flexivel .. 285 A tecnologia da informacao e a reestruturagiio das relagées capital-trebalho: dualismo social ou sociedades fragmentadas? ...... sassveeia 298 to Suni Notas .. ‘Apéndice A: Tabelas de dados estatisticos referentes ao capitulo 4 Apéndice B: Observagdes metodolégicas ¢ dados estatisticos. Nota 5. A cultura da virtualidade real: a integracdo da comunicagdo eletrénica, fim da audiéncia de massa e 0 surgimento de redes interativas Introdugdo 299 305 335 352 - 353 353 Da gaia de Gutenberg galéxia de McLuhan: o surgimento da cultura da midia de massa, ‘A nova midia ea diversificagdo da audiéncia de massa ‘Comunicagdo mediada por computadores, controle institucional, redes sociais © Acconstelagio da Internet . A sociedade interativa A grande fusio: a multimidia como ambiente simbélico A cultura da virtuaidade real ...... Notas . - 6. Oespago de fuxos..........5 Introducio Servigs avangado, unos da informagio ea cidade global O novo espaco industrial © cotiiana do domicii eletOnico:o fim ds cidades? A transformagio da forma urbana: a cidade informacional ‘Altima fronteirasuburbane dos Estados Unidas O charme evanescente des cidades européias Utbanizagio do tercciro milénio: megacidades A teoria social de espaco © a teria do espago de fluxos A arguitetura do fim da histéra Espago de fluxos eespaco de lugares Notas . 7.0 limiar do eterno: tempo intemporal . . Introdugio .. 424 355 362 366 367 369 382 387 394 398 =. 403 =. 403 + 405 +412 419 423 425 428 435 442 447 452 457 487 Suis. ‘Tempo, histiria e sociedade. ‘Tempo como fonte de valor: 0 cassino global AA flexibitidade da jomada de trabalho e a empresa em rede CO encolhimento a alteragao do tempo de servigo. {A indeterminagao dos limites do ciclo de vida: tendéneia para a arritmia social? fa Nega¢io da morte . Guerras instantaneas Tempo virtual. ‘Tempo espayoe sociedad: o linia do eterno, Notas : Conclusio: A sociedade em rede Notes Bibliografia . Indice remissivo 457 = 461 = 464 = 466 42 477 481 486, 488, 492 497 = 506 507 sm Prologo: a Rede e o Ser “Foes me acha um homem ldo, instrudo? “Com certeza”, respondeu Zi-gong. “Neo &?” “De jeito nenkum",replicou Confcio. “Simplesmente consegu achar 0 fio da meada.”* No fim do segundo milénio da Era Crist, viios acontecimentos de im- portincia histérica tém transformado o cendrio social da vida humana. Uma revolugio tecnolégica concentrada nas tecnologias da informagio est remade: Tando a base da sociedade.em-ritme_acslerado. Economias por todo 0 soundo passa nterdependéncia global, apresentando ume.nova for- ‘a de relagio entre a economia, 6 Estado.c a sociedade em um sistema de “Goomaiiatadsel 0 folapse do esatsmo sovetcoe obseatcte fn do ‘movimento comunistaintemacional enfraqueceram, por enquanto, 0 desafo his- t6rico do captalismo, salvaram as esquerdas politicas (¢ a teoria marxsta) da atragdo fatal do marxismo-leninismo, decretaram o fim da Guerra Fria, reduzi- ram 0 risco de holocausto nuclear e, fundamentalmente, alteraram a geopolitica global. O prdprio capitalismo passa por um processo de profunda reestruturaglo taracterizado por maior fexibiidade de gerenciamento; descentalizagio das empresas e sua organizagdo em redes tanto interamente quanto em suas re- lagdes com outras empresas; considerivel fortalecimento do papel do capital vis-d-vis o trabalho, com o deelinio concomitante da influacia dos movimentos de trabalhadores; individualizacdo ¢ diversificago cada vez maior das relagdes de trabalho; incorporagdo maciga das mulheres na forga de trabalho remune- rade, geralmente em condigBes discriminatérias; intervengio estatal para des- regular os mercados de forma seltiva ¢ desfazer 0 estado do bem-star social com diferentes intensidades ¢ orientagbes, dependendo da natureza das forgas € ‘Mencionado em Sima Qian (145-c. 89 2.C.), "Confucius", in Hu Shi, The Development of Legical Methods in Ancient China, Xangai, Oriental Bock Company, 1922; etado em Qin 1985: 125, 2 loge: aRede¢ 0 Ser instuigBes politicas de cada sociedade; aumento da concorréncia econdmica global em um contexto de progressiva diferenciagio dos cenérios geogrificos e culturais para a acumulagdo e a gestio de capital. Em conseqiéncia dessa re- visio geral, ainda em curso, do sistema capitalist, testemunhamos a integragio ‘global dos mereados financeizos; 0 desenvolvimento da regito do Pacifico asié- fico como o novo centro industial global dominante; a dificil unificagdo econé- rica da Europa; © surgimento de uma economia regional na América do Norte; a diversificagdo, depois desintegragdo, do ex-Terceiro Mundo; a transformacég gradual da Rissia e da antige drea de influéncia soviética nas economizs de mercado; & ineorporagdo de preciosos segmentos de economias do mundo in- teiro em um sistema interdependente que funciona como uma unidade em tem- po real, Devido a essas tendéncias, houve também a acentuagdo de um desen- volvimento desigual, desta vez no apenas entre o Norte ¢ 0 Sul, mas entre os segmentos¢ terrtérios dindmicos das sociedades em todos os lugares aqueles ‘que correm o risco de tomar-se ndo pertinentes sob a perspectiva da légica do sistema, Na verdade, observamos @ lberagdo paralela de forgas produtivas con- sideriveis da revolugdo informacional e a consolidago de buracos negros de riséra humana na economia global, quer em Burkina Faso, South Bronx, Kama- _gasaki, Chiapas, quer em La Courneave, Simultaneamente, as atividades criminosas e organizagies 20 estilo de mi- fia de todo o mundo também se toraram globais informacionais, propiciando os meios para o encorajamento de hiperatividade mentale desejo proibido, jun- tamente com toda © qualquer forma de negécio ilicito procurado por nossas sociedades, de armas sofisticadas & came humana. Além disso, um novo sistema de comunicagdo que fala cada vez mais uma lingua universal digital tanto esté promovendo a integrasao global da producto e distibuigo de palavras, sons ¢ imagens de nossa cultura como personalizando-os ao gosto das identidades ¢ thumores dos individuos, As redes interativas de computadores esto crescendo exponeneialmente eriando novas formas ¢ canais de comunicacio, moldando a vida c, 20 mesmo tempo, sendo moldadas por ela. ’As mudangas sociis s8o tao dristicas quanto os processos de transfor- ragdo tecnolégica e econémica. Apesar de todas as dificuldades do processo de transformagdo da condigio feminina, o patrircalismo foi atacado e enfraque- cido em virias sociedades, Desse modo, os relacionamentos entre 08 Sex0s tor- neram-se, na maior parte do mundo, um dominio de disputas, em vez de uma csfera de reprodugdo cultural. Hé uma redefincfo fundamental de relagdes en- tre mulheres, homens, criangas e, conseqientemente, da familia, sexualidade © personalidade. A consciéneia ambiental permeou as instituigdes da sociedade, ¢ ‘seus valores ganharam apelo politico a prego de serem refutados e manipulados na pritca diria das empresas e burocracias. Os sistemas politics esto mergu- Prslogo:« Rede o Ser a thados em uma crise estrutural de legitimidade, periodicamente arrasados por escdndalos, com dependéncia total de cobertura da midia e de lideranga perso- nalizada ¢ cada vez mais isolados dos cidadios. Os movimentos sociais tendem a ser fragmentados, locais, com objetivo inico e efémeros, encolhidos em seus ‘mundos interiores ou brilhando por apenas um instante em um simbolo da mi- dia, Nesse mundo de mudanges confusas ¢ incontroladas, as pessoas tendem a reagrupar-se em torno de identidades primérias: religiosas, éticas, terrtoriais, nacionais. O fundamentalismo religioso, ctisti, islimico, judeu, hindu c até budista (0 que parece uma contradigao de termos) provavelmente é a maior for- «a de seguranga pessoal e mobilizagao coletiva nestes anos conturbados. Em um ‘mundo de fluxes globais de riqueza, poder ¢ imagens, a busca pela identidade, coletiva ou individual, tribufda ou construida, toma-se a fonte basica de signifi- cado social. Essa tendéncia nfo é nova, uma vez que a identidade e, em especial, 4 identidade religiosa e énica tem sido a base do significado desde os primér- dios da sociedade humana, No entanto, a identidade esté se tomando a principal «, as vezes, inica fonte de significado em um periodo histérico caracterizado pela ampla desestruturagio das organizagdes, deslegitimacao das insttuigdes, ‘enfraquecimento de importantes movimentos sociais © expressbes culturais efé- ‘eras. Cada vez mais, as pessoas organizam scu significado no em tomo do {que fazem, mas com base no que elas sio ou acreditam que so. Enquanto isso, as redes globais de intercdmbios instrumentais conectam ¢ desconectam indi- ‘viduos, grupos, regides e até paises, de acordo com sua pertinéncia na realizacao dos objetivos processados na rede, em um fluxo continuo de decisées estratégi- ‘cas, Segue-se uma divisGo fundamental entre o instrumentalismo universal abs- ‘rato e as identidades particularstas historicamente enraizadas. Nossas socie- side eta es es ecards on ste paige ee «Rade [Nessa condigio de esquizofrenia estrutural entre a fungéo © 0 significado, ‘0s padres de comunicacio social ficam sob tensio crescente. E quando a co- municagio se rompe, quando jé nao existe comunicago nem mesmo de forma conflituosa (como seria o caso de lutas sociais ou oposicao politica), surge uma ‘alienagio entre os grupos socisis e individuos que passam a considerat 0 outro um estranho, finalmente uma ameaca. Nesse processo, a fragmentago social se ppropage, a medida que as identidades tomam-se mais especificas e cada vez mais dificeis de compartihar. A sociedade informacional, em sua manifestagio global, é também o mundo de Aum Shinrikyo (seita Verdade Suprema), da Mi licia Norte-americana, das ambigdes teocriticas isldmicas/cristis ¢ do genocidio reciproco de hutus e tutss. Perplexos ante a dimensio ¢ a abrangéncia da transformagdo histérica, a cultura e o pensamento de noss0s tempos freqientemente adotam um novo mi- 4 Prlogo:a Rede Ser lenarismo, Profetas da tecnologia pregam a nova era, extrapolando para a or- ganizagio e as tendéncias sociais a mal compreendida légica dos computadores edo DNA. A teoria e a cultura pés-modema celebram o fim da historia e, de certa forma, o fim da razio, renunciando a nossa capacidade de entender ¢ en- ‘contrar sentido até no que nio tem sentido. A suposigdo implicita é a accitagdo a total individualizagao do comportamento e da impoténcia da sociedade ante seu destino, [> Oprojetoinspirador deste livro nada contra correntes de destruc e con- testa virias formas de nilismo intelectual, cetcismo social e descrenca politica. ‘Acredito na racionalidade © na possibilidade de recorrer & razio sem idolatrar ‘sua deusa. Acredito nas oportunidades de a¢io social significativa ¢ de politica transformadora, sem necessariamente derivar para as corredeiras fetais de uto- pias absolutas. Acredito no poder libertador da identidade sem aceitar a necessi- ade de sua individualizagio ou de sua captura pelo fundamentalismo. E pro- pponho a hipétese de que todas as maiores tendéncias de mudancas em nosso ‘mundo novo e confuso so afins ¢ que podemos entender seu inter-elaciona- mento. E acredito, sim, apesar de uma longa tradigdo de alguns eventuais erros intelectuais trdgicos, que observar, analisar ¢ teorizer & um modo de ajudar a construir um mundo diferente e melhor. Nao oferecendo as respostas, mas susci- tando algumas perguntas pertinentes. Este livro gostaria de ser uma contribuigdo ‘modesta 20 necessirio esforgo analitco coletivo, jé em curso em muitos hori- Zontes, com 0 objetivo de compreender nosso novo mundo, com base nos dados Aisponiveis e em teoria exploratéria Para dar os primeiros passos nessa direglo, devemos levar a tecnologia sécio, uilizando-a como ponto de partida desta investigacdo; devemos localizar esse processo de transformagio tecnolégica revolucionaria no contexto social tem que ele ocorre e pelo qual est sendo moldado; © deveros nos lembrar de que a busca pela identidade ¢ do poderosa quanto a transformayao evondmia © tecnolégica no registro da nova histéria. Depois partiremos para nossa jomada intelectual por um itinerério que nos levaré a inémeros dominios ¢ transp« ‘rias culturas e contextos insttucionais, visto que 0 entendimento de uma trans- formagao global requer a perspectiva mais global possivel, dentro dos limites ® Mas com duas importantes resalvas: por um lado, 2 sociedades informacionais, como existem atualmente, so captalistas (diferen- Temente das sociedades industrais, algumas delas eram estatistas); por outro, devemos acentuar a diversidade cultural ¢ institucional das sociedades informs- cionais. Desse modo, aexclusividade japonese’' ou as diferencas da Espanha’™ nfo vlo desaparecer em um processo de nio-dferenciagdo cultural, nessa nova trajtGria para a modemnizagio universal, desta vez medida por indices de di fusdo de computadores, Nem a China, nem o Brasil serio fundidos no cadinho ‘slobal do capitalismo informacional, ao continuarem seu caminko desenvolvi- mentista na alta velocidade do momento. Mas o Japio, tanto quanto a Espana, 2 China, o Brasil e 03 EUA sio e serio, ainda mais no futuro, sociedades infor- macionais, pois os principais processos de geragdo de conhecimentos,produtivi- dade econsmica, poder politco/militar ¢ a comunicasio via miia jéestio pro- fandamentetransformados pelo paradigma informacional e conectados as redes lobais de riqueza, poder e simbolos que funcionam sob essa logica. Portanto, todas as sociedades so afetadas pelo capitalism c informecionasmo, © muites detas (certamente todas as sociedades importantes) jé so informacionais,” em- bora de tipos diferentes, em diferentes cendtios e com expresses culturas/nst- tucionais especificas. Uma teoria da sociedade informaciona, diferente de uma economia global/nformacional, deverd estar sempre tio atenta& especifcidade histirica/eultural quanto is semelhangas estruturais referentes a um paradigma econdmico ¢ tcenoldgico amplamente compartthado. Quanto ao conteido real dessa estrutura social comum que poderia ser considerado a esséncia da nova sociedade informacional, receio no ser capaz de resumi-lo em um pardgrafo: na verdade, a estrutura e os processos que caracterizam as sociedades informa- cionaisconstituem o tema deste livro. O Ser na sociedade informacional ‘As novas tecnologias da informayio esto integrando © mundo em redes sglobais de instrumentalidade. A comunicago mediada por computadores gera Proogo:a Rede e0 Ser 38 uma gama enorme de comunidades viruais. Mas a tendéncia social e politica caracteristica da década de 90 & a construcdo da agdo social ¢ das politicas em tomo de identidades primérias — ou atribuidas, enraizadas na historia e geo- sgrafia, ou recém-construidas, em uma busca ansiosa por significado e espiritua- lidade. Os primeiros passos histéricos das sociedades informacionais parecem caracterizé-las pela preeminéncia da identidade como seu principio organiza- cional. Por identidade, entendo o processo pelo qual um ator social se reconhece € consti significado principalmente com base em determinado atributo cultural ou conjunto de aributos, a ponto de excluir uma referéncia mais ampla a outras estruturas sociais. Afirmagdo de identidade nao significa necessariamente inca- pacidade de relacionar-se com outras identidades (por exemplo, as mulheres ainda se relacionam com 0s homens), ow abarcar toda a sociedade sob essa identidade (por exemplo, o fundsmentalismo religioso aspira converter todo mun- do). Mas as relagdes sociais sio definidas vis-d-vis as outras, com base nos atributos culturais que especificam a identidade, Por exemplo, Yoshino, em seu estudo sobre nihonjiron (idéias da exclusividade japonesa), define claramente 0 nacionalismo cultural como “a meta de regenerar a comunidade nacional crian- do, preservando ou fortalecendo a identidade cultural de um povo quando se percebe que ela esté faltando ou sendo ameacada. O nacionalista cultural vé a nagio como o produto de sua histéria ¢ cultura exclusiva, e como uma soli- dariedade coletiva dotada de atributos exclusivos”.™ Calhoun, apesar de ndo con- cordar que 0 fendmeno fosse novo na historia, também enfatizou o papel decisivo da identidade na definigao da politica na sociedade norte-americana contem- porinea, especialmente no movimento feminino, movimento gay, movimento de direitos civis, movimentos “que buscavam ndo s6 varios objetivos instrumentais, ‘mas a afirmacio de identidades excluidas como boas para o piblico e importan- tes para a politica” Alain Touraine vai mais além, efirmando que “numa so- ciedade pés-industrial em que os servigos culturais substituiram os bens mate- riais no cere da produsio, é ¢ defesa da personalidade e cultura do sujeito contra a Iégica dos aparatos ¢ mercados que substitu a idéia de Iuta de classe”. Portanto, de acordo com Calderon e Laserna, a questo principal, em um mundo caracterizado pela globalizacdo e fragmentacdo simultaneas, vem a ser esta: “Como combinar novas tecnologias e meméria coleiva, ciéncia universal ¢ culturas co- rmunitérias, paixio e razio?™” Como, de fato! E por que observamos a tendéncia ‘posta em todo o mundo, ou seja, a distancia crescente entre globalizacéo © identidade, entre a Rede ¢ 0 Ser? Raymond Barglow, em seu 6timo ensaio sobre 0 assunto, sob 2 perspectiva da psicanélise social, aponta o fato paradoxal de que, embora aumentem a ca- pacidade humana de organizagao e integragdo, ao mesmo tempo os sistemas de informacéo ¢ a formagio de redes subvertem 0 conceito ocidental tradicional de « Prolopo: a Rede 0 Ser ‘um sujcito separado, independente: “A mudanga histérica das tecnologias me- ‘nicas para as tecnologias da informacéo ajuda a subverter as nogées de sobe- rania e auto-suficigncia que serviam de ncora ideolégica & identidade individual desde que 05 filésofos gregos elaboraram 0 conceito, hé mais de dois milénics. Em resumo, a tecnologia est ajudando a desfazer a visio do mundo por cla promovida no passado”.** Continuando, Barglow apresenta uma comparagio fas- cinante entre 08 sonhos clissicos relatados nos escritos de Freud e os sonhos de seus pacientes no ambiente de alta tecnologia de Sio Francisco dos anos 90: “Imagem de uma cabeca .. suspenso atrés dela hi um teclado de computador sou essa cabega programada!”™ Esse sentimento de solidio absoluta é novo em ‘comparagdo a representacdo cléssica freudiana: “os sonhadores .. expressam um sentido de solido experimentado como existencal einevitivel, inerente estrutura do mundo ..Totalmente isolado, o ser sente-seirrecuperavelmente perdido” Dai, a busca por nova conectividade em identidade partilhada, reconstruida, Embora inteligente, essa hipétese pode representar 6 uma parte da expli- cago, Por um lado, implicaria uma erise do ser limitado & concepglo individua- lista ocidental, abalado pela conectividade. Mas a busca por nova identidade e nova espiritualidade também se encontra no Leste, apesar de haver um sentido mais forte de identidade coletiva e uma tradicional subordinagao cultural do individuo a familia. A repercussio da seita Verdade Suprema no Japio em 1995, especialmente entre as geragdes jovens ¢ bastante instruidas, poderia ser con derada um sintoma da crise dos padres de identidede estabelecidos, aliada & nevessidade desesperadora de construir um novo ser coletive mediante a signifi cativa mistura de espiritualidade, tecnologia avangada (produtos quimicos, bi logia, laser) conexdes de negécios globais ea cultura da perdigio milenarista*! Por outro lado, elementos de uma estrutura interpretativa para explicar 0 poder crescente da identidade tamhém devem ser encontrados num nivel mais ‘amplo, relacionados aos macroprocessos de transformagdo institucional que es- tio ligados, em grande medida, ao surgimento de um novo sistema global. As- sim, correntes muito difundidas de racismo ¢ xenofobia na Europa Ocidental podem ser relacionadas, como Alain Touraine™ e Michel Wieviorka® sugeriram, a uma crise da identidade ao tonar-se uma abstragio (0 europeu), a0 mesmo tempo cm que as sociedades européias, embora vendo sua identidade obscure- cida, descobritam nelas mesmas a existéncia duradoura de minorias étnicas (fa- to demogrifico existente desde, pelo menos, a década de 60). Ou, entio, na Riissia ¢ antiga Unido Soviética, o forte desenvolvimento do nacionalismo no periodo pés-comunista pode ser relacionado, como analisarei no volume III, a0 vazio cultural criado por 70 anos de imposigio de uma identidade ideolégica ‘exchidente, em conjunto com a volta & identidade historica priméria (russe, geor- Prolog! a Rede 20 Ser a giana), como a nica fonte de significado apés 0 colapso do historicamente {gil sovetskii narod (povo sovietico). (0 surgimento do fundamentalismo religioso também parece estar ligedo tanto a uma tendéncia global como a uma crise institucional, Segundo a ex- perigncia histrica, sempre existiram idéias e crencas de todos os tipos & espera para eclodirem no momento certo. E significative que 0 fundamentalism, quer islimico, quer cristo, tenha se difundido (e continuaré a expandir- 0 progresso dos direitos reprodutivos contribui para a dimimuigio do nimero de al- mas a serem salvas? Parece haver uma logica de excluir os ageates da exclusio, de redefinigio dos eritérios de valor e significado em um mundo em que hi pouco espago para os néo-iniciados em computadores, para os grupos que consomem menos € para os territérios ndo atualizados com a comuunicagao. Quando a Rede desliga o Ser, o Ser, individual ou coletivo,const6i seu significado sem areferéncia instrumental global: 0 processo de desconexdo toma-se reciproco apés a recusa, pelos excluidos, da logica unilateral de dominagao estrutural eexclusZo socal Besse o terreno a ser explorado, no apenas mostrado. As poucas idéias adiantadas neste prélogo sobre @ manifestagio paradoxal do ser na sociedade informacional s6 tém o objetivo de expor ao letor a trajetéria de minha investi- gao sem, no entanto,tirar conclusdes antecipadas, ‘Algumas palavras sobre o método Este no é um livro sobre livros. Embora contando com informagies de -varios tipos ¢ com analises ¢ relatos de miltiplas fontes, nfo pretendo diseutir as teorias existentes sobre o pés-industrialismo ou a sociedade da informagao. J bd disponibilidade de varias apresentagdes abrangentes e equilibradas dessas teorias,® bem como varias eriticas,“* inclusive as minhas.*” Também no con- tribuirei, exceto quando necessério i discussdo, para a “indistria caseira” criada na década de 80 na teoria pés-moderna,* pois estou totalmente satisfeito com a 2 Propo: a Rede 0 Ser excelente critica elaborada por David Harvey sobre os fundamentos sociais © ‘deoldgicos da “pos-modernidade”,** bem como com a anise sociol6gica das teorias pés-modemas feita por Scott Lash.” Certamente devo muitas idéias a viios autores, em especial, aos precursores do informscionalismo, Alain Tou- rane e Daniel Bell, bem como a Nicos Ponlanizas, teérico marxista que perce- bbeu as questdes novas e pertinentes antes de sua morte em 1979.5" E agradego 0s conceites tomados por empréstimo, quando os utiizo como ferramentas em ‘minhas andlises especificas. Mas, tentei construir um discurso 0 mais auténomo ‘enio redundante possivel, integrando materiais observagGes de varias fontes, sem submeter 0 leitor& penosa revisita a0 emaranhado bibliogrifico em que vivi (felizmente, entre outras atividades) nos tiltimos 12 anos. Do mesmo modo, embora usando uma quantidade significativa de fontes estatisticas e estudos empiricos, tentei minimizar 0 processamento de dados pa- ra simplificar um livro jé bastante volumoso. Portanto, tendo a usar fontes de dados de grande aceitagio entre os cientstas sociais (por exemplo: OCDE, ONU, Banco Mundial, estatisticas oficiais de governos, monografias bem-fundamen- tadas, fortes académicas ou empresariais geralmente confidveis), exceto quando tais fontes parecem estar incorretas (como as estatsticas do PIB sovistico ou 0 relatério do Banco Mundial sobre politicas de ajuste na Arica). Estou a par das limitagdes de se emprestar credibilidade a informasGes nem sempre exatas, mas 6 leitor perceberii as muitas precaugdes tomadas neste texto, para geralmente tirar conclusées com base em tendéncias convergentes observadas em vérias fontes, conforme uma metodologia de triangulagao jé com tradigo entre histo- riadores, policiais e repértres investigativos. Além disso, os dads, observagies, c referéacias apresentados neste livro, na verdade, néo visam demonstra, mas sugerir hipéteses, comprimindo as idéias em um corpus de observacdo selecio- nado segundo as questies da minha pesquisa mas, com certeza, néo organizado «em fungdo de respostas preconcebidas. A metodologia seguida neste Livro, cujas conseqiléncias expecifcas serio discutidas em cada capitulo, esté a servico do ‘objetivo abrangente de seu empenho intelectual: propor alguns elementos de ‘uma teoristrenscultural exploratéria da economia ¢ da sociedade na era da in- formagio, no que se refer expecificamente ao surgimento de uma nova estritara social, Minha anilise & de grande escopo devido & penetrabilidade de seu objeto (nformacionalismo) por todos 0s dominios sociais e expresses culturas. Mas, com certeza, no pretendo abordar toda a gama de temas e questdes das sociedades contem- pordneas, visto que escrever encclopSdias nio éminka expecialidade. O livro € dividido em trés partes que o editor, sabiamente, transformou em trés volumes, a serem publicados no perfodo de mais ou menos um ano, Sio analitiamenteinterrelacionados, mas foram organizados para leturas indepen- dentes, A finica excegdo a essa regra diz respeito a “Conclusio Geral”, no volu- Propo: Rede co Ser * me II, que é a conclusio de tadoo livroe apresenta uma interpretagio sintética de suas descobertase i A divisio em trés volumes, embora facilite a publicagdo ¢ a leitura do livro, suscita alguns problemas na comunicago do conjunto de minha teoria. Na verdade, alguns tépicos cruciais que permeiam todos os temas tratados nes- tt livro s¥o apresentados no segundo volume. E, em especial, o caso da andlise sobre as mulheres eo patrarcalismo, bem como as relagdes de poder ¢ o Esta- do. Alerto 0 leitor para o fato de que nao compartilho a viséo tradicional de sociedade formada por niveis sobrepostos, com a tecnologia ¢ a economia no subsolo, o poder no mezanino ¢ a cultura na cobertura. Entretanto, por questo de clareza, sou forgado a uma apresentagdo sistemtica ¢ um tanto linear de ‘6picos que, embora relacionados entre si, no conseguirao integrar todos os clementos até que tenham sido discutidos com alguma profundidade nessa jor- nada intelectual para a qual o leitor & convidado. Este primeiro volume trata principaimente da ldgica do que chamo de Rede, enquanto 0 segundo (O Poder da Identidade) analisa a formagao do Ser ¢ a interagao entre a Rede ¢ o Ser na crise de duas instituigSes centrais da sociedade: a familia patriarcal e 0 Estado nacional. O terceiro volume (O Fim do Milénio) tenta interpretar as transfor- ‘mages histéricas atuais resultantes das dindmicas dos processos estudados nos dois primeiros volumes. E apenas no fim do terceiro volume que serd proposta uma integragio geral enfre a teoria e a observacdo ligando as andlises dos vé- Fios dominios, embora cada volume apresente uma concluso que visa sinteti zat as principais descobertas e idéias ali discutidas. Apesar de o volume III ser ‘mais diretamente relacionado a processos especificos de transformacdo his- ‘rica nos varios contextos, a0 longo de todo o livro esforcei-me por aleangar dois objetivos: fundamentar a andlise na observaglo, sem reduzir a teorizagdo 20 comentitio; diversificar 0 méximo possivel minhas fontes culturais de ob- servacdo e de idéias. Essa abordagem nasce de minha conviceao de que entra- ‘mos em um mundo realmente multicultural e interdependente, que s6 poder ser entendido e transformado a partir de uma perspectiva miltipla que rena identidade cultural, sistemas de redes globais e politicas multidimensionais. Notas 1. Ver ointeressante debate sobre oassuato em Smith e Marx (1994). 2. A tecnologia ndo determina a socedade: ncorpore-a, Masa soviedade também no deter- ‘mina a inovaglo tenolépca: tla. Essa intra dialétia entre a sociedade ea tec- nologia est preseate nas obras dos melhores hstriadores como Fermand Braudel. Prdloge:# Rede 0 Ser 3. Melvin Kranzber,historiador clisico da tecnologia, combate forement ofl dilert éo determinisme teenobgic. Ver, por exemplo, seu dears (1992) a0 receba oul de ‘nemo honoriro da NASTS (Nuns Assocation fer Scene, Teehneogy and Society) 4, Bikeret al (1987) 5. Aina est para se esrta uma histiria social fascinane sobre os valores evisSes pas- sons de algurs dos principasinovadores da revolugdo mas tecnologias computacionais do ‘Vale do Silicio, da dca de 70. Mas algumas indcapbesparecem aponar para o fat de aque eles realmente tentavam differ as teenoogias centalzadoras do mundo empre= sarial, tanto por canvcedo como pelo nicho de mercado, A til de ehsidasio,relembro 6 farmoso anincio da Apple Computers, em 1984, para langar o Macintosh, em oposicio explicta x0 Big Brother (IBM) da mitoiogia orwelians. Quanto ao carter eontaculural e muitos desses inovadores, mencionareiahistéria da vida do gn eiador do compt~ tador pessoal, Seve Worn: apéeabandonsr Apple, chateado pea sua transformact| em empresa multinacional, gaston uma fortuna durante alguns nos subsidiando seus gr pos de rock preferidos, antes de funda cata empresa para desenvalver teenologis a seu ‘mado, Em um certo ponte, eps ter rid 0 computador pestesl, Weznisk dev conta de ‘que nfo tinka edveacéo formal em cigncias da eomputato, entdo matrculou-se na Uni- ‘ersdade da Califmia, em Berkeley. Porém, para evitar publicdade embaagosa,wsct 6, Pars informagSesselecionadas sobre a varisgfo dos modelos de difusio da tenologia a informagdo em diferentes contexos socisise insttuionas ver, entre outros tabalos: Guile (1985); Landau e Rosenbers (1986); Wang (1994); Watanki (1990); Bianchi ea (1988); Freeman e al. (1981); Bertazzoni er ol. (1984), Agence de Lnfeematque (1986); Cavell ea. (1986) 7. Para uma discusto consent ecautlosa sobre as relaghes entre asociedade ex tenolo- a, ver Fischer (1985). 8. Vera anise apresentad em Castells (19880; também Webster (191). 9. Minha discuss sobre a interup¢0 do desenvolvimento tecnclépic chinés cont, prin- cipalment, com um capituleextraordndrio 6 Joel Mokyr (1890: 209-38) eambém 20m ‘um 6timo Tivo, embora controveso, Qian (1985). 10, Jone (1981: 160), citad por Mate (1960: 219), 11, Needham (1954-88, 1969, 1981), 12 Qian (1985). 13 Jones (1988). 14, Mokgr (1990). 15, Wang (199). 16, Chidae Davies (1990). 17. o (1993). 18, Viriosrenomados estudiosesjaponeses,e tendo a concordar com eles, acreditam que © melhor relato ecidental da Restauraio Meiji c das mizessocinis da modemizasio ja ponesa #0 de Norman (1940). Fo traduzdo para ojaponts e € muito ldo nas univers ades do Japs Bilantehstriadr, edveado em Cambridge e Harvard, antes de iteprat © compo diplomstica canadense, fi denunciado como comunista por Kar Witfogel para a Pislogo:aRede eo Ser s Ccomssi do Seaor McCarty madsen de 506, dps abc a presto cous fan sapien ecienins de firme. Neeadnembaitodr erase para © po, Necsar sds em Car, om 17, Soe conti een ee Ceci puns eeninent Exo nts, ver Dower (97) pnp Site ver ese (1990) 18. MasmeteSnchi (190 Kenai 988) 20. vada 99, 21-1 (185) laa formation ring Cen (1950p uma pepe on ‘nee Fre 99) 22. er Noman (1940) e Dover (1975 vrai ln (19810 23. son (195. 24. Nlan aren (1990 Hsing (19) 25. Toute (196 26 Bel (197), Tos ws eae de 1976, gone um 200 «imporante “ret 176 arta ao crea de lina acho nce dra fio de ence ¢ Formats, meno eu es enlace ftir lg 3 ‘Sen ms dacao, conn stem o Sense sal ef enfentran ee rem. ‘avtr esm moto concerts un spr eto = cnhcnew por Decal GUT: 18) “Cece: cong de desires nein se Poa a, presen un juan ponder 0 esd experimental go & fn scat por meme de igus msn de commen de slgsea ferea Sin, sum frac cece de « ic” Qa oogl gy soe sel A, co Maso, angesmen denen ‘Remesto cne seni contactor et Mi 1€215) Ms, como Stmu Belo el ce ehccnet pega or Malu pace mato np sma, eur ttm opal ce iernaio pop por Foto eo aan cine (1972 nfm an ue frum rman econ” 28, Qu nv ecole al dena side devo x cbs isi Cee Se Shae sete ae lage ran neces fd ‘Satine tne enna ens propor inoadres se € ein ‘Stas crd desserts opts, c a Cia ds Qc Uhl Sv Pan Ua Sven, I Pars» Chi, er in (96) ¢ mage) 2s. Ags no as peel mis eet dt ass dre conti mal itn ben coms uma spends do opie Gov ami pr aero Shatin Apea deters orn mots go taps nie emia, ‘hc ver x pincipanpomcs tetera [no (eto em 19773), coe 4 fron do ute renoremis pune sero Ge Regan, sign oe 9 re ce a firma cults pr cpilion dat da has Geeta orca 90) 30. ren (198) 21 Soke acs pponesaem una epi cil ve Sho (1990) PrSlogo: Rede €0 Ser 52, Sobve as raze sciis dis diterengas ¢ semelhangas espntlas em elo a outros pic es, vr Zaldvar e Castells (1992). 33. Gosia de fazer wna distngoanaitica entre as nogbes de “sociedad da informasio" € “Sociedade informacional” com conseqUéncas similares para ezonomia da informasio € economia informational, Q tern socedade da infommagio enfatiza © papel da infor. ‘hagto na sociedad. Mas afinmo que informagio, em seu sentido mais amplo, por exer plo, como eomunicasio de conheeimentos, foi crucial a todas a sociedades, inclusive & uropa medieval que era cultaalmenteestruturadac, até certo poate, uniicada pelo esto Tavteismo, ou se, no geal uma infa-estrura intelectual (vr Southem 1998). Ao con tei, o temo informaeional indica o auto de uma forma especitic de orgnizayio Socal em que a geasle,o procesamento ea transmissio da informardo tomas as fonies fundamentas de produtvidade e poder devido is novas condigdesteenolbgicas forgidas nese period hstrco. Minha temminologia tet estabelecer um paralelo com 3 ‘dstingdo enteindistae industrial. Umea sociedade industrial (concito comum na ta Aisi sociologca) no € apenas ama sociedade em que hé indistas, mas uma sociedade fm que as formas soca ¢tecnolégicas de organzagio industrial permeiam todas as ‘sferas de ativdade,comesando com as avidades predominanteslocalzadasno sistema feondango e na teeolosis militar e alcansando 08 abjetos e hibites da vida cotdian ‘Meu emprego dos tio sosieeade infomacional ¢ economia informacion ten'a uma, Carctrzagio mais precisa dastansformag6es atuais, alm da sensaia observa de gue ‘nformagio eos eonnecimentas si importantes para nossa sociedades.Porém, 0 con= ‘eid rel de “socedade informacional” tom de ser detemninado pela obseragi0 and Tike exatamente ese o objet desc lio. Por exemplo, uma da caacteistcas princ- pai da sociedad informacional 6a lgica de sua esrstur bisica em rede, o que explica uso do conceto de “soviedade em rede", dafiido e especifiado na couclus¥o dese ‘Volume, Contud, outros componenes da “Sociedade informacion”, como movimentes Sovais ug Estado, masta caracteristcas que vo além da lgiea dos sistemas de rede, ‘ebora seam muito itlunciada por ess gic, tpca da nova etuturasoval. Desea forma, “a soiedade em rede” no egota todo 0 sentido de “sociedad informacion” Finalmente, por que, apés todas ezsas defiigSesprcisas, manive A era da informagio Como tile geal do ive, sm iach Europa medical em minha investigagSo?Titulos io dispoitvos de conianicagd, Dever ser agradves ao leitor, claros 0 sufisiente para {gor ele poss imaginar qual o tera rea do livo e, edigido deforma que nfo se afte ‘Posie da cntrtura de efeénca semdntcn, Potato, em um mundo consiuid em toro ‘as tecnoogis 6 informagio, sociedade da informa, informatieao, nfovia ¢ coisas parecdas ((od0s os termos orginaram-se no Japlo nos meados dos anos 60 — Jonota ‘Sha, em japonés —e foram transmitides para o Ocidente em 1978 por Simon Nora € ‘Alain Mine, om todo 0 seu exotmo), um tulo como 4 Era da Jnformagio aponta ‘Gieameate as questbes sere levantadas, sem pejulga as respstas. 34, Yoshino (1992: 1). 35, Calhoun (1994 4), 136. Touraine (194; 168; radugo de Castells rio do ato). 37, Calderon e Lasers (1994 90; traducto de Castells). 38. Barglow (1994: 6), 39, id: 53, Prélogo: Rede eo Ser if fess ee ei aude lee al sao, vera andliseexploratna eazada por Castell, Yaznwse Kaelyor (193045 Eee eames emote elie 88 Pana er intdrtns rmnelgioe a copes “orate oa (1988); Salvaggio (1989) e Williams (1988). Be NO Kee Be oe een ga) Pe ics sms {ores ret iy ere oe at ane Serene oe oe

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