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ÍNDICE
Assembleia da República
Lei n.º 72/2013:
Décima terceira alteração ao Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de
maio, e primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . 5446
desportivo, festivo ou outras que possam afetar o trân- 4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado
sito normal ou colocar restrições ao trânsito dos peões com coima de € 60 a € 300.
nos passeios só é permitida desde que autorizada pelas
entidades competentes, e com a correspondente apli-
Artigo 18.º
cação local de sinalização temporária e identificação
de obstáculos. […]
2— .....................................
3 — No caso de realização de obras que coloquem 1 — O condutor de um veículo em marcha deve man-
restrições ao trânsito nos passeios, é obrigatório assegu- ter entre o seu veículo e o que o precede a distância su-
rar a comunicação entre os locais servidos pelo passeio, ficiente para evitar acidentes em caso de súbita paragem
de forma a garantir a segurança e a circulação. ou diminuição de velocidade deste, tendo em especial
4 — (Anterior n.º 3.) consideração os utilizadores vulneráveis.
5 — (Anterior n.º 4.) 2— .....................................
6 — (Anterior n.º 5.) 3 — O condutor de um veículo motorizado deve man-
7 — (Anterior n.º 6.)
ter entre o seu veículo e um velocípede que transite na
Artigo 11.º mesma faixa de rodagem uma distância lateral de pelo
menos 1,5 m, para evitar acidentes.
[…] 4 — (Anterior n.º 3.)
1— .....................................
2— ..................................... Artigo 24.º
3 — O condutor de um veículo não pode pôr em
perigo os utilizadores vulneráveis. […]
4 — (Anterior n.º 3.) 1 — O condutor deve regular a velocidade de modo
a que, atendendo à presença de outros utilizadores, em
Artigo 13.º
particular os vulneráveis, às características e estado
[…] da via e do veículo, à carga transportada, às condições
1 — A posição de marcha dos veículos deve fazer-se meteorológicas ou ambientais, à intensidade do trânsito
pelo lado direito da faixa de rodagem, conservando das e a quaisquer outras circunstâncias relevantes, possa,
bermas ou passeios uma distância suficiente que permita em condições de segurança, executar as manobras cuja
evitar acidentes. necessidade seja de prever e, especialmente, fazer parar
2— ..................................... o veículo no espaço livre e visível à sua frente.
3 — Sempre que, no mesmo sentido, existam duas ou 2— .....................................
mais vias de trânsito, este deve fazer-se pela via mais 3— .....................................
à direita, podendo, no entanto, utilizar-se outra se não
houver lugar naquela e, bem assim, para ultrapassar ou
Artigo 25.º
mudar de direção.
4 — (Anterior n.º 3.) […]
5 — (Anterior n.º 4.)
1— .....................................
Artigo 14.º a) À aproximação de passagens assinaladas na faixa
Pluralidade de vias de trânsito dentro das localidades de rodagem para a travessia de peões e ou velocípedes;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — (Revogado.)
2— ..................................... c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — (Revogado.) d) Nas zonas de coexistência;
4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sancionado e) À aproximação de utilizadores vulneráveis;
com coima de € 60 a € 300. f) [Anterior alínea d).]
g) [Anterior alínea e).]
Artigo 17.º h) [Anterior alínea f).]
[…] i) [Anterior alínea g).]
j) [Anterior alínea h).]
1 — Os veículos só podem circular nas bermas ou nos l) [Anterior alínea i).]
passeios desde que o acesso aos prédios o exija, salvo
m) [Anterior alínea j).]
as exceções previstas em regulamento local.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
os velocípedes podem circular nas bermas fora das si- 2— .....................................
tuações previstas, desde que não ponham em perigo ou
perturbem os peões que nelas circulem. Artigo 27.º
3 — Os velocípedes conduzidos por crianças até
10 anos podem circular nos passeios, desde que não […]
ponham em perigo ou perturbem os peões. 1— .....................................
5448 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
Ciclomotores e quadriciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 40 - - 45
Motociclos:
De cilindrada superior a 50 cm3 e sem carro lateral . . . . . . . . . . 20 50 120 100 90
Com carro lateral ou com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 50 100 80 70
De cilindrada não superior a 50 cm3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 40 - - 60
Triciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 50 100 90 80
[…] .........................................
1— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— ..................................... b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) A condução de velocípedes por crianças até
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 anos, nos termos do n.º 3 do artigo 17.º;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . d) [Anterior alínea c).]
c) Se tratar do transporte de crianças com idade infe- e) [Anterior alínea d).]
rior a 7 anos, em dispositivos especialmente adaptados f) [Anterior alínea e).]
para o efeito.
Artigo 110.º
3— .....................................
[…]
4— .....................................
1— .....................................
Artigo 93.º 2— .....................................
[…]
3— .....................................
4— .....................................
1 — (Revogado.) 5— .....................................
2 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 59.º e 60.º 6— .....................................
e no n.º 1 do artigo 61.º, os condutores dos motociclos, 7— .....................................
5452 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
c) Número do documento legal de identificação 4 — Se não for prestado depósito nos termos dos
pessoal, data e respetivo serviço emissor e número de n.os 1 e 2, devem ser apreendidos provisoriamente os
identificação fiscal; seguintes documentos:
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) O título de condução, se a sanção respeitar ao
e) (Revogada.)
condutor;
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) O título de identificação do veículo e o título de
registo de propriedade, se a sanção respeitar ao titular
2— ..................................... do documento de identificação do veículo;
3— ..................................... c) Todos os documentos referidos nas alíneas an-
4— ..................................... teriores, se a sanção respeitar ao condutor e este for,
5 — Quando o agente da autoridade não puder iden- simultaneamente, titular do documento de identificação
tificar o autor da contraordenação e verificar que o ti- do veículo.
tular do documento de identificação é pessoa coletiva,
deve esta ser notificada para, no prazo de 15 dias úteis, 5 — No caso previsto no número anterior devem ser
proceder à identificação do condutor, ou, no caso de emitidas guias de substituição dos documentos apre-
existir aluguer operacional do veículo, aluguer de longa endidos, com validade pelo tempo julgado necessário
duração ou locação financeira, do locatário, com todos e renováveis até à conclusão do processo, devendo os
os elementos constantes do n.º 1 sob pena de o processo mesmos ser devolvidos ao infrator se entretanto for
correr contra ela, nos termos do n.º 2. efetuado pagamento nos termos do artigo anterior ou
6 — A pessoa coletiva, sempre que seja notificada depósito nos termos dos n.os 1 e 2.
para tal, deve, no prazo de 15 dias úteis, proceder à 6 — No caso de ser prestado depósito e não ser apre-
identificação de quem conduzia o veículo no momento sentada defesa dentro do prazo estipulado para o efeito,
da prática da infração, indicando todos os elementos o depósito efetuado converte-se automaticamente em
constantes do n.º 1, sob pena do processo correr contra pagamento, com os efeitos previstos no n.º 4 do artigo
a pessoa coletiva. anterior.
7 — No caso de existir aluguer operacional do veí-
culo, aluguer de longa duração ou locação financeira, Artigo 174.º
quando for identificado o locatário, é este notificado para
proceder à identificação do condutor, nos termos do nú- […]
mero anterior, sob pena de o processo correr contra ele. 1— .....................................
8 — (Anterior n.º 7.) 2— .....................................
3— .....................................
Artigo 172.º 4— .....................................
5 — Se o pagamento não for efetuado no prazo
[…] referido no n.º 3, procede-se à apreensão do veículo,
1— ..................................... devendo a entidade autuante remeter os documentos
2 — A opção de pagamento pelo mínimo deve apreendidos para a unidade desconcentrada da Guarda
verificar-se no prazo de 15 dias úteis a contar da data Nacional Republicana ou da Polícia de Segurança Pú-
da notificação para o efeito. blica da área onde foi realizada a ação de fiscalização,
3 — (Anterior n.º 4.) que asseguram, em colaboração com a ANSR, a intera-
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, ção presencial com os cidadãos no âmbito do processo
o pagamento voluntário da coima determina o arquiva- contraordenacional rodoviário.
mento do processo, salvo se à contraordenação for apli- 6— .....................................
cável sanção acessória, caso em que prossegue restrito à 7— .....................................
aplicação da mesma, ou se for apresentada defesa.
5 — (Revogado.) Artigo 175.º
Comunicação da infração e direito
Artigo 173.º de audição e defesa do arguido
[…] 1— .....................................
1 — Quando a notificação for efetuada no ato da veri- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ficação da contraordenação, o infrator deve, de imediato b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ou no prazo máximo de 48 horas, prestar depósito de c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
valor igual ao mínimo da coima prevista para a contra- d) Do prazo concedido e do local para a apresentação
ordenação imputada. da defesa, bem como do prazo e local para apresentação
2 — Quando o infrator for notificado da contraorde- do requerimento para atenuação especial ou suspensão
nação por via postal e não pretender efetuar o pagamento da sanção acessória;
voluntário imediato da coima, deve, no prazo máximo e) Da possibilidade de pagamento voluntário da coima
de 48 horas após a respetiva notificação, prestar depó- pelo mínimo, nos termos e com os efeitos referidos no
sito de valor igual ao mínimo da coima prevista para a artigo 172.º, do prazo e modo de o efetuar, bem como
contraordenação praticada. das consequências do não pagamento;
3 — Os depósitos referidos nos n.os 1 e 2 destinam-se f) Da possibilidade de requerer o pagamento da coima
a garantir o pagamento da coima em que o infrator possa em prestações, no local e prazo indicados para a apre-
vir a ser condenado, sendo devolvido se não houver sentação da defesa;
lugar a condenação. g) [Anterior alínea f).]
5456 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
2 — O arguido pode, no prazo de 15 dias úteis, a ofício de envio da notificação com a indicação da data
contar da notificação: da expedição e do domicílio para o qual foi enviada,
a) Proceder ao pagamento voluntário da coima, nos considerando-se a notificação efetuada no quinto dia
termos e com os efeitos estabelecidos no artigo 172.º; posterior à data indicada, cominação que deve constar
b) Apresentar defesa e, querendo, indicar testemu- do ato de notificação.
nhas, até ao limite de três, e outros meios de prova; 10 — (Anterior n.º 9.)
c) Requerer atenuação especial ou suspensão da san- 11 — (Anterior n.º 10.)
ção acessória e, querendo, indicar testemunhas, até ao
limite de três, e outros meios de prova; Artigo 182.º
d) Requerer o pagamento da coima em prestações, […]
desde que o valor mínimo da coima aplicável seja igual
ou superior a € 200. 1— .....................................
2 — Não é admitida a prorrogação do prazo de pa-
3 — A defesa e os requerimentos previstos no número gamento, salvo quando haja deferimento do pedido de
anterior devem ser apresentados por escrito, em língua pagamento da coima em prestações, devendo este ser
portuguesa e conter os seguintes elementos: efetuado no prazo fixado para o efeito.
3 — Sendo aplicada sanção acessória, o seu cum-
a) Número do auto de contraordenação; primento deve ser iniciado no prazo previsto no n.º 1,
b) Identificação do arguido, através do nome; do seguinte modo:
c) Exposição dos factos, fundamentação e pedido;
d) Assinatura do arguido ou, caso existam, do man- a) [Anterior alínea a) do n.º 2.]
datário ou representante legal. b) Tratando-se de apreensão do veículo, pela sua en-
trega efetiva, bem como do documento que o identifica
4 — O arguido, na defesa deve indicar expressamente e do título de registo de propriedade e livrete do veículo,
os factos sobre os quais incide a prova, sob pena de no local indicado na decisão, ou só pela entrega dos
indeferimento das provas apresentadas. referidos documentos quando o titular do documento de
5 — O requerimento previsto na alínea d) do n.º 2, identificação for nomeado seu fiel depositário;
bem como os requerimentos para consulta do processo c) [Anterior alínea c) do n.º 2.]
ou para identificação do autor da contraordenação nos
termos do n.º 3 do artigo 171.º, devem ser apresenta- Artigo 184.º
dos em impresso de modelo aprovado por despacho do
presidente da ANSR. […]
O poder de apreciação da entidade administrativa
Artigo 176.º esgota-se com a decisão, exceto quando é apresentado
[…] recurso da decisão condenatória, caso em que a entidade
administrativa a pode revogar até ao envio dos autos
1— ..................................... para o Ministério Público.
2— .....................................
3 — A notificação por contacto pessoal pode ainda Artigo 185.º
ser utilizada para qualquer outro ato do processo se o
notificando for encontrado pela entidade competente. […]
4 — Se não for possível, no ato de autuação, proceder 1— .....................................
nos termos do n.º 2 ou se estiver em causa qualquer 2 — Caso a coima seja paga voluntariamente, nos
outro ato, a notificação pode ser efetuada através de termos do n.º 2 do artigo 172.º, não há lugar a custas.
carta registada com aviso de receção, expedida para o
3 — A dispensa de custas nos termos do número
domicílio ou sede do notificando.
anterior não abrange:
5 — (Anterior n.º 4.)
6 — Nas infrações relativas ao exercício da condução a) Os casos em que é apresentada defesa, pedido de pa-
ou às disposições que condicionem a admissão do veí- gamento a prestações ou qualquer requerimento relativo
culo ao trânsito nas vias públicas, considera-se domicílio ao modo de cumprimento da sanção acessória aplicável;
do notificando, para efeitos do disposto nos n.os 4 e 5: b) As despesas decorrentes dos exames médicos e
a) O que consta na base de dados da AT como do- análises toxicológicas legalmente previstos para a de-
micílio fiscal; terminação dos estados de influenciado pelo álcool ou
b) (Revogada.) por substâncias psicotrópicas;
c) O que conste dos autos de contraordenação, nos c) As despesas decorrentes das inspeções impostas
casos em que o arguido não seja residente no território a veículos;
nacional; d) As despesas resultantes de qualquer diligência de
d) Subsidiariamente, o que conste do auto de contra- prova solicitada pelo arguido.
ordenação, nos casos em que este tenha sido indicado
pelo arguido aquando da notificação pessoal do auto. 4 — O reembolso pelas despesas referidas no n.º 1
é calculado à razão de metade de 1 UC nas primeiras
7 — (Anterior n.º 6.) 50 folhas ou fração do processado e de um décimo de
8 — (Anterior n.º 7.) UC por cada conjunto subsequente de 25 folhas ou fra-
9 — Na notificação por carta simples, prevista na ção do processado.
alínea c) do n.º 1, deve ser junta ao processo cópia do 5 — (Anterior n.º 3.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5457
6 — O disposto no presente artigo não exclui a apli- 3 — Quem infringir o disposto nas alíneas b), c) e
cação de custas previstas noutro diploma legal, com- d) do n.º 1 e no n.º 2 é sancionado com coima de € 60
plementar ou especial. a € 300.
8 — Quem infringir o disposto no n.º 6 é sancionado prever e, especialmente, fazer parar o veículo no espaço
com coima de € 500 a € 2500 e com perda dos objetos, livre e visível à sua frente.
devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata 2 — Salvo em caso de perigo iminente, o condutor não
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen- deve diminuir subitamente a velocidade do veículo sem
der o documento de identificação do veículo até à efetiva previamente se certificar de que daí não resulta perigo para
remoção e apreensão daqueles objetos, sendo, neste caso, os outros utentes da via, nomeadamente para os condutores
aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no dos veículos que o sigam.
n.º 5 do artigo 161.º 3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
Artigo 23.º é sancionado com coima de € 120 a € 600.
Sinais luminosos
Artigo 25.º
1 — Quando os veículos transitem fora das localidades
com as luzes acesas por insuficiência de visibilidade, os Velocidade moderada
sinais sonoros podem ser substituídos por sinais lumino- 1 — Sem prejuízo dos limites máximos de velocidade
sos, através da utilização alternada dos máximos com os fixados, o condutor deve moderar especialmente a velo-
médios, mas sempre sem provocar encandeamento. cidade:
2 — Dentro das localidades, durante a noite, é obriga-
tória a substituição dos sinais sonoros pelos sinais lumino- a) À aproximação de passagens assinaladas na faixa de
sos utilizados nas condições previstas no número anterior. rodagem para a travessia de peões e ou velocípedes;
3 — Os veículos de polícia e os veículos afetos à pres- b) À aproximação de escolas, hospitais, creches e
tação de socorro ou de serviço urgente de interesse pú- estabelecimentos similares, quando devidamente sina-
blico podem utilizar avisadores luminosos especiais, cujas lizados;
características e condições de utilização são fixadas em c) Nas localidades ou vias marginadas por edificações;
regulamento. d) Nas zonas de coexistência;
4 — Os veículos que, em razão do serviço a que se e) À aproximação de utilizadores vulneráveis;
destinam, devam parar na via pública ou deslocar-se em f) À aproximação de aglomerações de pessoas ou animais;
marcha lenta devem utilizar avisadores luminosos espe- g) Nas descidas de inclinação acentuada;
ciais, cujas características e condições de utilização são h) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos, rotundas,
fixadas em regulamento. lombas e outros locais de visibilidade reduzida;
5 — Não é permitida em quaisquer outros veículos a i) Nas pontes, túneis e passagens de nível;
instalação ou utilização dos avisadores referidos nos nú- j) Nos troços de via em mau estado de conservação,
meros anteriores. molhados, enlameados ou que ofereçam precárias condi-
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 e 4 é sancio- ções de aderência;
nado com coima de € 60 a € 300. l) Nos locais assinalados com sinais de perigo;
7 — Quem infringir o disposto no n.º 5 é sancionado m) Sempre que exista grande intensidade de trânsito.
com coima de € 500 a € 2500 e com perda dos objetos,
devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata 2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen- sancionado com coima de € 120 a € 600.
der o documento de identificação do veículo até à efetiva
remoção e apreensão daqueles objetos, sendo, neste caso, Artigo 26.º
aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no
n.º 5 do artigo 161.º Marcha lenta
Ciclomotores e quadriciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 40 - - 45
Motociclos:
De cilindrada superior a 50 cm3 e sem carro lateral . . . . . . . . . . 20 50 120 100 90
Com carro lateral ou com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 50 100 80 70
5464 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
2 — Quem exceder os limites máximos de velocidade tantânea o condutor que percorrer uma determinada distân-
é sancionado: cia a uma velocidade média incompatível com a observân-
cia daqueles limites, entendendo-se que a contraordenação
a) Se conduzir automóvel ligeiro ou motociclo, com as
é praticada no local em que terminar o percurso controlado.
seguintes coimas:
5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
1.º De € 60 a € 300, se exceder até 20 km/h, dentro das quando a velocidade for controlada através de tacógrafo
localidades, ou até 30 km/h, fora das localidades; e tiver sido excedido o limite máximo de velocidade per-
2.º De € 120 a € 600, se exceder em mais de 20 km/h e mitido ao veículo, considera-se que a contraordenação é
até 40 km/h, dentro das localidades, ou em mais de 30 km/h praticada no local onde for efetuado o controlo.
e até 60 km/h, fora das localidades; 6 — Sem prejuízo do disposto no artigo 26.º, nas auto-
3.º De € 300 a € 1500, se exceder em mais de 40 km/h estradas os condutores não podem transitar a velocidade
e até 60 km/h, dentro das localidades, ou mais de 60 km/h instantânea inferior a 50 km/h.
e até 80 km/h, fora das localidades; 7 — Quem conduzir a velocidade inferior ao limite
4.º De € 500 a € 2500, se exceder em mais de 60 km/h, estabelecido no número anterior é sancionado com coima
dentro das localidades, ou em mais de 80 km/h, fora das de € 60 a € 300.
localidades; Artigo 28.º
Limites especiais de velocidade
b) Se conduzir outros veículos, com as seguintes coimas:
1 — Sempre que a intensidade do trânsito ou as carac-
1.º De € 60 a € 300, se exceder até 10 km/h, dentro das terísticas das vias o aconselhem podem ser fixados, para
localidades, ou até 20 km/h, fora das localidades; vigorar em certas vias, troços de via ou períodos:
2.º De € 120 a € 600, se exceder em mais de 10 km/h e
até 20 km/h, dentro das localidades, ou em mais de 20 km/h a) Limites mínimos de velocidade instantânea;
e até 40 km/h, fora das localidades; b) Limites máximos de velocidade instantânea inferiores
3.º De € 300 a € 1500, se exceder em mais de 20 km/h e ou superiores aos estabelecidos no n.º 1 do artigo anterior.
até 40 km/h, dentro das localidades, ou em mais de 40 km/h
e até 60 km/h, fora das localidades; 2 — Os limites referidos no número anterior devem
4.º De € 500 a € 2500, se exceder em mais de 40 km/h, ser sinalizados ou, se temporários e não sendo possível a
dentro das localidades, ou em mais de 60 km/h, fora das sinalização, divulgados pelos meios de comunicação social,
localidades. afixação de painéis de informação ou outro meio adequado.
3 — A circulação de veículos a motor na via pública
3 — O disposto no número anterior é também aplicável pode ser condicionada à incorporação de dispositivos limi-
aos condutores que excedam os limites máximos de velo- tadores de velocidade, nos termos fixados em regulamento.
cidade que lhes tenham sido estabelecidos ou que tenham 4 — (Revogado.)
sido especialmente fixados para os veículos que conduzem. 5 — É aplicável às infrações aos limites máximos es-
4 — Para os efeitos do disposto nos números anteriores, tabelecidos nos termos deste artigo o disposto nos n.os 2
considera-se que viola os limites máximos de velocidade ins- e 4 do artigo anterior.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5465
6 — Quem infringir os limites mínimos de velocidade 3 — Os condutores devem ceder passagem aos velocí-
instantânea estabelecidos nos termos deste artigo é san- pedes que atravessem as faixas de rodagem nas passagens
cionado com coima de € 60 a € 300. assinaladas.
7 — (Revogado.) 4 — As colunas e as escoltas a que se refere o n.º 1, bem
como os condutores de veículos que se desloquem sobre
SECÇÃO IV carris, devem tomar as precauções necessárias para não
Cedência de passagem embaraçar o trânsito e para evitar acidentes.
5 — Os condutores de velocípedes a que se refere o
SUBSECÇÃO I
n.º 3 não podem atravessar a faixa de rodagem sem pre-
viamente se certificarem que, tendo em conta a distância
Princípio geral que os separa dos veículos que nela transitam e a respetiva
velocidade, o podem fazer sem perigo de acidente.
Artigo 29.º 6 — O condutor de um veículo de tração animal ou
de animais deve ceder a passagem aos veículos a motor,
Princípio geral
salvo nos casos referidos nas alíneas a) e c) do n.º 1 do
1 — O condutor sobre o qual recaia o dever de ceder artigo anterior.
a passagem deve abrandar a marcha, se necessário parar, 7 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
ou, em caso de cruzamento de veículos, recuar, por forma é sancionado com coima de € 120 a € 600.
a permitir a passagem de outro veículo, sem alteração da
velocidade ou direção deste. SUBSECÇÃO III
2 — O condutor com prioridade de passagem deve ob-
servar as cautelas necessárias à segurança do trânsito. Cruzamento de veículos
3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
é sancionado com coima de € 120 a € 600. Artigo 33.º
Impossibilidade de cruzamento
SUBSECÇÃO II
1 — Se não for possível o cruzamento entre dois veícu-
Cruzamentos, entroncamentos e rotundas los que transitem em sentidos opostos, deve observar-se
o seguinte:
Artigo 30.º
a) Quando a faixa de rodagem se encontrar parcialmente
Regra geral obstruída, deve ceder a passagem o condutor que tiver de
1 — Nos cruzamentos e entroncamentos o condutor utilizar a parte esquerda da faixa de rodagem para contor-
deve ceder a passagem aos veículos que se lhe apresentem nar o obstáculo;
pela direita. b) Quando a faixa de rodagem for demasiadamente
2 — Quem infringir o disposto no número anterior é estreita ou se encontrar obstruída de ambos os lados, deve
sancionado com coima de € 120 a € 600. ceder a passagem o condutor do veículo que chegar de-
pois ao troço ou, se se tratar de via de forte inclinação, o
condutor do veículo que desce.
Artigo 31.º
Cedência de passagem em certas vias ou troços 2 — Se for necessário efetuar uma manobra de marcha
atrás, deve recuar o condutor do veículo que estiver mais
1 — Deve sempre ceder a passagem o condutor: próximo do local em que o cruzamento seja possível ou,
a) Que saia de um parque de estacionamento, de uma se as distâncias forem idênticas, os condutores:
zona de abastecimento de combustível ou de qualquer a) De veículos ligeiros, perante veículos pesados;
prédio ou caminho particular; b) De automóveis pesados de mercadorias, perante au-
b) Que entre numa autoestrada ou numa via reservada a tomóveis pesados de passageiros;
automóveis e motociclos, pelos respetivos ramais de acesso; c) De qualquer veículo, perante um conjunto de veículos;
c) Que entre numa rotunda. d) Perante veículos da mesma categoria, aquele que for
a subir, salvo se for manifestamente mais fácil a manobra
2 — Todo o condutor é obrigado a ceder a passagem aos para o condutor do veículo que desce.
veículos que saiam de uma passagem de nível.
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado 3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
com coima de € 120 a € 600, salvo se se tratar do disposto é sancionado com coima de € 60 a € 300.
na alínea b), caso em que a coima é de € 250 a € 1250.
4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sancionado Artigo 34.º
com coima de € 250 a € 1250.
Veículos de grandes dimensões
Artigo 32.º 1 — Sempre que a largura livre da faixa de rodagem,
Cedência de passagem a certos veículos o perfil transversal ou o estado de conservação da via
não permitam que o cruzamento se faça com a necessária
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo anterior, segurança, os condutores de veículos ou de conjuntos de
os condutores devem ceder a passagem às colunas militares veículos de largura superior a 2 m ou cujo comprimento,
ou militarizadas, bem como às escoltas policiais. incluindo a carga, exceda 8 m devem diminuir a velocidade
2 — Nos cruzamentos e entroncamentos os condutores e parar, se necessário, a fim de o facilitar.
devem ceder passagem aos veículos que se desloquem 2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
sobre carris. sancionado com coima de € 60 a € 300.
5466 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
1 — Deve fazer-se pela direita a ultrapassagem de veí- 1 — Fora das localidades, em vias cuja faixa de roda-
culos ou animais cujo condutor, assinalando devidamente gem só tenha uma via de trânsito afeta a cada sentido, os
a sua intenção, pretenda mudar de direção para a esquerda condutores de automóveis pesados, de veículos agrícolas,
ou, numa via de sentido único, parar ou estacionar à es- de máquinas industriais, de veículos de tração animal ou
querda, desde que, em qualquer caso, tenha deixado livre de outros veículos, com exceção dos velocípedes, que
a parte mais à direita da faixa de rodagem. transitem em marcha lenta devem manter em relação aos
2 — Pode fazer-se pela direita a ultrapassagem de veícu- veículos que os precedem uma distância não inferior a 50 m
los que transitem sobre carris desde que estes não utilizem que permita a sua ultrapassagem com segurança.
esse lado da faixa de rodagem e: 2 — Não é aplicável o disposto no número anterior
a) Não estejam parados para a entrada ou saída de pas- sempre que os condutores dos veículos aí referidos se pre-
sageiros; parem para fazer uma ultrapassagem e tenham assinalado
b) Estando parados para a entrada ou saída de passagei- devidamente a sua intenção.
ros, exista placa de refúgio para peões. 3 — Sempre que a largura livre da faixa de rodagem, o
seu perfil ou o estado de conservação da via não permitam
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado que a ultrapassagem se faça em termos normais com a
com coima de € 120 a € 600. necessária segurança, os condutores dos veículos referidos
no n.º 1 devem reduzir a velocidade e parar, se necessário,
Artigo 38.º para facilitar a ultrapassagem.
4 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 3 é sancio-
Realização da manobra nado com coima de € 60 a € 300.
1 — O condutor de veículo não deve iniciar a ultrapas-
sagem sem se certificar de que a pode realizar sem perigo Artigo 41.º
de colidir com veículo que transite no mesmo sentido ou Ultrapassagens proibidas
em sentido contrário.
2 — O condutor deve, especialmente, certificar-se de 1 — É proibida a ultrapassagem:
que: a) Nas lombas;
a) A faixa de rodagem se encontra livre na extensão e lar- b) Imediatamente antes e nas passagens de nível;
gura necessárias à realização da manobra com segurança; c) Imediatamente antes e nos cruzamentos e entron-
b) Pode retomar a direita sem perigo para aqueles que camentos;
aí transitam; d) Imediatamente antes e nas passagens assinaladas para
c) Nenhum condutor que siga na mesma via ou na que a travessia de peões e velocípedes;
se situa imediatamente à esquerda iniciou manobra para e) Nas curvas de visibilidade reduzida;
o ultrapassar; f) Em todos os locais de visibilidade insuficiente;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5467
g) Sempre que a largura da faixa de rodagem seja in- c) Nas pontes, passagens de nível e túneis;
suficiente. d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente ou
que a via, pela sua largura ou outras características, seja
2 — É proibida a ultrapassagem de um veículo que inapropriada à realização da manobra;
esteja a ultrapassar um terceiro. e) Sempre que se verifique grande intensidade de trânsito.
3 — Não é aplicável o disposto nas alíneas a) a c) e e)
do n.º 1 e no n.º 2 sempre que na faixa de rodagem sejam 2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
possíveis duas ou mais filas de trânsito no mesmo sentido, sancionado com coima de € 120 a € 600.
desde que a ultrapassagem se não faça pela parte da faixa
de rodagem destinada ao trânsito em sentido oposto. SUBSECÇÃO V
4 — Não é, igualmente, aplicável o disposto na alínea c)
do n.º 1 sempre que a ultrapassagem se faça pela direita Marcha atrás
nos termos do n.º 1 do artigo 37.º
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é sancio- Artigo 46.º
nado com coima de € 120 a € 600. Realização da manobra
5 — Ao estacionar o veículo, o condutor deve deixar c) Nos lugares por onde se faça o acesso de pessoas
os intervalos indispensáveis à saída de outros veículos, à ou veículos a propriedades, a parques ou a lugares de
ocupação dos espaços vagos e ao fácil acesso aos prédios, estacionamento;
bem como tomar as precauções indispensáveis para evitar d) A menos de 10 m para um e outro lado das passagens
que aquele se ponha em movimento. de nível;
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 4 e 5 é sancio- e) A menos de 5 m para um e outro lado dos postos de
nado com coima de € 30 a € 150. abastecimento de combustíveis;
f) Nos locais reservados, mediante sinalização, ao es-
Artigo 49.º tacionamento de determinados veículos;
Proibição de paragem ou estacionamento g) De veículos agrícolas, máquinas industriais, reboques
ou semirreboques quando não atrelados ao veículo trator,
1 — É proibido parar ou estacionar: salvo nos parques de estacionamento especialmente des-
a) Nas rotundas, pontes, túneis, passagens de nível, tinados a esse efeito;
passagens inferiores ou superiores e em todos os lugares h) Nas zonas de estacionamento de duração limitada
de visibilidade insuficiente; quando não for cumprido o respetivo regulamento;
b) A menos de 5 m para um e outro lado dos cruzamen- i) De veículos ostentando qualquer informação com
tos, entroncamentos ou rotundas, sem prejuízo do disposto vista à sua transação, em parques de estacionamento.
na alínea e) do presente número e na alínea a) do n.º 2;
c) A menos de 5 m para a frente e 25 m para trás dos 2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
sinais indicativos da paragem dos veículos de transporte co- sancionado com coima de € 30 a € 150, salvo se se tratar
letivo de passageiros ou a menos de 6 m para trás daqueles do disposto nas alíneas c), f) e i), casos em que a coima é
sinais quando os referidos veículos transitem sobre carris; de € 60 a € 300.
d) A menos de 5 m antes e nas passagens assinaladas
para a travessia de peões ou de velocípedes; Artigo 51.º
e) A menos de 20 m antes dos sinais verticais ou lumi- Contagem das distâncias
nosos se a altura dos veículos, incluindo a respetiva carga,
os encobrir; As distâncias a que se referem as alíneas b) do n.º 1 e
f) Nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direcionais, nas a) do n.º 2 do artigo 49.º contam-se:
placas centrais das rotundas, nos passeios e demais locais
destinados ao trânsito de peões; a) Do início ou fim da curva ou lomba;
g) Na faixa de rodagem sempre que esteja sinalizada b) Do prolongamento do limite mais próximo da faixa
com linha longitudinal contínua e a distância entre esta e de rodagem transversal, nos restantes casos.
o veículo seja inferior a 3 m.
Artigo 52.º
2 — Fora das localidades, é ainda proibido: Paragem de veículos de transporte coletivo
a) Parar ou estacionar a menos de 50 m para um e outro 1 — Nas faixas de rodagem, o condutor de veículo uti-
lado dos cruzamentos, entroncamentos, rotundas, curvas lizado no transporte coletivo de passageiros só pode parar
ou lombas de visibilidade reduzida; para a entrada e saída de passageiros nos locais especial-
b) Estacionar nas faixas de rodagem; mente destinados a esse fim.
c) Parar na faixa de rodagem, salvo nas condições pre- 2 — No caso de não existirem os locais referidos no
vistas no n.º 3 do artigo anterior. número anterior, a paragem deve ser feita o mais próximo
possível do limite direito da faixa de rodagem.
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado 3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
com coima de € 30 a € 150, salvo se se tratar de paragem ou é sancionado com coima de € 30 a € 150.
estacionamento nas passagens de peões ou de velocípedes
e nos passeios, impedindo a passagem de peões, caso em
que a coima é de € 60 a € 300. SECÇÃO VI
4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sancionado Transporte de pessoas e de carga
com coima de € 60 a € 300, salvo se se tratar de estacio-
namento de noite nas faixas de rodagem, caso em que a Artigo 53.º
coima é de € 250 a € 1250.
Regras gerais
Artigo 50.º 1 — É proibido entrar, sair, carregar, descarregar ou
Proibição de estacionamento abrir as portas dos veículos sem que estes estejam com-
pletamente imobilizados.
1 — É proibido o estacionamento: 2 — A entrada ou saída de pessoas e as operações de
a) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando à carga ou descarga devem fazer-se o mais rapidamente pos-
utilização da parte da faixa de rodagem destinada ao sen- sível, salvo se o veículo estiver devidamente estacionado
tido contrário, conforme o trânsito se faça num ou em e as pessoas ou a carga não ocuparem a faixa de rodagem
dois sentidos; e sempre de modo a não causar perigo ou embaraço para
b) Nas faixas de rodagem, em segunda fila, e em todos os os outros utentes.
lugares em que impeça o acesso a veículos devidamente es- 3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
tacionados, a saída destes ou a ocupação de lugares vagos; é sancionado com coima de € 30 a € 150.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5469
mento com outros veículos, pessoas ou animais, quando o 2 — Os condutores devem também utilizar as luzes
veículo transite a menos de 100 m daquele que o precede, referidas no número anterior em caso de súbita redução
na aproximação de passagem de nível fechada ou durante da velocidade provocada por obstáculo imprevisto ou por
a paragem ou detenção da marcha do veículo; condições meteorológicas ou ambientais especiais.
c) De estrada, nos restantes casos; 3 — Os condutores devem ainda utilizar as luzes refe-
d) De nevoeiro, sempre que as condições meteorológicas ridas no n.º 1, desde que estas se encontrem em condições
ou ambientais o imponham, nos veículos que com elas de funcionamento:
devam estar equipados.
a) Em caso de imobilização forçada do veículo por
2 — É proibido o uso das luzes de nevoeiro sempre acidente ou avaria, sempre que o mesmo represente um
que as condições meteorológicas ou ambientais o não perigo para os demais utentes da via;
justifiquem. b) Quando o veículo esteja a ser rebocado.
3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, os condutores
de veículos afetos ao transporte de mercadorias perigosas, 4 — Nos casos previstos no número anterior, se não for
sinalizadas com painel laranja, nos termos da respetiva possível a utilização das luzes avisadoras de perigo, devem
legislação especial, devem transitar durante o dia com as ser utilizadas as luzes de presença, se estas se encontrarem
luzes de cruzamento acesas. em condições de funcionamento.
4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, é obrigatório 5 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
durante o dia o uso de luzes de cruzamento nos túneis é sancionado com coima de € 60 a € 300.
sinalizados como tal e nas vias de sentido reversível.
5 — Salvo o disposto no número seguinte e se sanção SECÇÃO IX
mais grave não for aplicável por força de disposição es-
pecial, quem infringir o disposto nos números anteriores Serviço de urgência e transportes especiais
é sancionado com coima de € 30 a € 150.
6 — Quem utilizar os máximos no cruzamento com Artigo 64.º
outros veículos, pessoas ou animais ou quando o veículo
Trânsito de veículos em serviço de urgência
transite a menos de 100 m daquele que o precede ou ainda
durante a paragem ou detenção da marcha do veículo é 1 — Os condutores de veículos que transitem em missão
sancionado com coima de € 60 a € 300. de polícia, de prestação de socorro, de segurança prisional
ou de serviço urgente de interesse público assinalando ade-
Artigo 62.º quadamente a sua marcha podem, quando a sua missão o
exigir, deixar de observar as regras e os sinais de trânsito,
Avaria nas luzes
mas devem respeitar as ordens dos agentes reguladores
1 — Sempre que, nos termos do n.º 1 do artigo anterior, do trânsito.
seja obrigatória a utilização de dispositivos de iluminação 2 — Os referidos condutores não podem, porém, em
e de sinalização luminosa, é proibido o trânsito de veículos circunstância alguma, pôr em perigo os demais utentes
com avaria dos dispositivos referidos na alínea b) do n.º 1 e da via, sendo, designadamente, obrigados a suspender a
no n.º 2 do artigo 60.º, salvo o disposto no número seguinte. sua marcha:
2 — O trânsito de veículos com avaria nas luzes é per-
mitido quando os mesmos disponham de, pelo menos: a) Perante o sinal luminoso vermelho de regulação do
trânsito, embora possam prosseguir, depois de tomadas as
a) Dois médios ou o médio do lado esquerdo, neste caso devidas precauções, sem esperar que a sinalização mude;
conjuntamente com dois mínimos, e ainda à retaguarda o b) Perante o sinal de paragem obrigatória em cruza-
indicador de presença do lado esquerdo e uma das luzes mento ou entroncamento.
de travagem, quando obrigatória; ou
b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que apenas 3 — Os condutores dos veículos que circulam nas con-
podem transitar pelo tempo estritamente necessário até dições referidas no n.º 1 devem assinalar adequadamente
um local de paragem ou estacionamento. a sua marcha através da utilização dos avisadores sonoros
e luminosos especiais referidos, respetivamente, nos ar-
3 — A avaria nas luzes, quando ocorra em autoestrada tigos 22.º e 23.º
ou via reservada a automóveis e motociclos, impõe a ime- 4 — Caso os veículos não estejam equipados com os
diata imobilização do veículo fora da faixa de rodagem, dispositivos referidos no número anterior, a marcha urgente
salvo se aquele dispuser das luzes referidas na alínea a) pode ser assinalada:
do número anterior, caso em que a circulação é permitida
até à área de serviço ou saída mais próxima. a) Utilizando alternadamente os máximos com os mé-
4 — Quem infringir o disposto nos números anteriores dios; ou
é sancionado com coima de € 60 a € 300, devendo o do- b) Durante o dia, utilizando repetidamente os sinais
cumento de identificação do veículo ser apreendido nos sonoros.
termos e para os efeitos previstos na alínea f) do n.º 1 e no
n.º 6 do artigo 161.º 5 — É proibida a utilização dos sinais que identificam
a marcha dos veículos referidos no n.º 1 quando não tran-
Artigo 63.º sitem nas condições nele previstas.
Sinalização de perigo
6 — Sem prejuízo dos números anteriores, em casos
regulamentados, os condutores dos veículos que transitem
1 — Quando o veículo represente um perigo especial em missão de polícia que assim o exija poderão ser dispen-
para os outros utentes da via devem ser utilizadas as luzes sados de utilização de avisadores sonoros e luminosos, de-
avisadoras de perigo. vendo observar indispensáveis medidas de segurança, não
5472 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
Artigo 70.º
SECÇÃO X
Regras gerais
Trânsito em certas vias ou troços
1 — Nos locais da via pública especialmente destinados
SUBSECÇÃO I ao estacionamento, quando devidamente assinalados, os
condutores não podem transitar ou atravessar as linhas
Trânsito nas passagens de nível de demarcação neles existentes para fins diversos do es-
tacionamento.
Artigo 67.º 2 — Os parques e zonas de estacionamento podem ser
Atravessamento afetos a veículos de certas categorias, podendo a sua uti-
lização ser limitada no tempo ou sujeita ao pagamento de
1 — O condutor só pode iniciar o atravessamento de uma taxa, nos termos fixados em regulamento.
uma passagem de nível, ainda que a sinalização lho per- 3 — Nos parques e zonas de estacionamento podem,
mita, depois de se certificar de que a intensidade do trânsito mediante sinalização, ser reservados lugares ao estacio-
não o obriga a imobilizar o veículo sobre ela. namento de veículos afetos ao serviço de determinadas
2 — O condutor não deve entrar na passagem de nível: entidades ou utilizados no transporte de pessoas com de-
a) Enquanto os meios de proteção estejam atravessados ficiência.
na via pública ou em movimento; 4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado
b) Quando as instruções dos agentes ferroviários ou a com coima de € 30 a € 150.
sinalização existente o proibir.
Artigo 71.º
3 — Se a passagem de nível não dispuser de proteção ou Estacionamento proibido
sinalização, o condutor só pode iniciar o atravessamento
depois de se certificar de que se não aproxima qualquer 1 — Nos parques e zonas de estacionamento é proibido
veículo ferroviário. estacionar:
4 — Quem infringir o disposto nos números anteriores a) Veículos destinados à venda de quaisquer artigos ou
é sancionado com coima de € 120 a € 600. a publicidade de qualquer natureza;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5473
b) Automóveis pesados utilizados em transporte pú- 4 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
blico, quando não estejam em serviço, salvas as exceções é sancionado com coima de € 250 a € 1250.
previstas em regulamentos locais;
c) Veículos de categorias diferentes daquelas a que o Artigo 74.º
parque, zona ou lugar de estacionamento tenha sido exclu-
sivamente afeto nos termos dos n.os 2 e 3 do artigo anterior; Trânsito de veículos pesados de mercadorias
d) Por tempo superior ao estabelecido ou sem o paga- ou conjuntos de veículos
mento da taxa fixada nos termos do n.º 2 do artigo anterior. 1 — Nas autoestradas ou troços de autoestradas com
três ou mais vias de trânsito afetas ao mesmo sentido, os
2 — Quem infringir o disposto no número anterior é condutores de veículos pesados de mercadorias ou conjun-
sancionado com coima de: tos de veículos cujo comprimento exceda 7 m só podem
a) € 30 a € 150, se se tratar do disposto nas alíneas b) utilizar as duas vias de trânsito mais à direita.
e d); 2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
b) € 60 a € 300, se se tratar do disposto nas alíneas a) sancionado com coima de € 120 a € 600.
e c).
Artigo 75.º
SUBSECÇÃO IV
Vias reservadas a automóveis e motociclos
Trânsito nas autoestradas e vias equiparadas
É aplicável o disposto na presente subsecção ao trânsito
em vias reservadas a automóveis e motociclos.
Artigo 72.º
Autoestradas SUBSECÇÃO V
1 — Nas autoestradas e respetivos acessos, quando de- Vias reservadas, corredores de circulação e pistas especiais
vidamente sinalizados, é proibido o trânsito de peões, ani-
mais, veículos de tração animal, velocípedes, ciclomotores, Artigo 76.º
motociclos e triciclos de cilindrada não superior a 50 cm3,
quadriciclos, veículos agrícolas, comboios turísticos, bem Vias reservadas
como de veículos ou conjuntos de veículos insuscetíveis 1 — As faixas de rodagem das vias públicas podem,
de atingir em patamar velocidade superior a 60 km/h ou mediante sinalização, ser reservadas ao trânsito de veículos
aos quais tenha sido fixada velocidade máxima igual ou de certas espécies ou a veículos destinados a determinados
inferior àquele valor.
transportes, sendo proibida a sua utilização pelos condu-
2 — Nas autoestradas e respetivos acessos, quando de-
tores de quaisquer outros.
vidamente sinalizados, é proibido:
2 — Quem infringir o disposto no número anterior é
a) Circular sem utilizar as luzes regulamentares, nos sancionado com coima de € 120 a € 600.
termos deste Código;
b) Parar ou estacionar, ainda que fora das faixas de roda- Artigo 77.º
gem, salvo nos locais especialmente destinados a esse fim;
Vias de trânsito reservadas
c) Inverter o sentido de marcha;
d) Fazer marcha atrás; 1 — Pode ser reservada a utilização de uma ou mais
e) Transpor os separadores de trânsito ou as aberturas vias de trânsito à circulação de veículos de certas espécies
neles existentes. ou afetos a determinados transportes, sendo proibida a sua
utilização pelos condutores de quaisquer outros veículos.
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 e nas alíneas a) 2 — É, porém, permitida a utilização das vias referidas
e b) do n.º 2 é sancionado com coima de € 120 a € 600, no número anterior, na extensão estritamente necessária,
salvo se se tratar de paragem ou estacionamento na faixa para acesso a garagens, a propriedades e a locais de es-
de rodagem, caso em que a coima é de € 250 a € 1250. tacionamento ou, quando a sinalização o permita, para
4 — Quem circular em sentido oposto ao legalmente efetuar a manobra de mudança de direção no cruzamento
estabelecido ou infringir o disposto nas alíneas c) a e) ou entroncamento mais próximo.
do n.º 2 é sancionado com coima de € 500 a € 2500, se 3 — Pode ser permitida, em determinados casos, a circu-
sanção mais grave não for aplicável por força de outra lação nas vias referidas no n.º 1 de veículos de duas rodas,
disposição legal. mediante deliberação da câmara municipal competente em
Artigo 73.º razão do território.
Entrada e saída das autoestradas 4 — A permissão prevista no número anterior é apro-
vada mediante parecer da Autoridade Nacional de Segu-
1 — A entrada e saída das autoestradas faz-se unica- rança Rodoviária (ANSR) e do Instituto da Mobilidade e
mente pelos acessos a tal fim destinados. dos Transportes (IMT, I. P.) e deve definir especificamente:
2 — Se existir uma via de aceleração, o condutor que
pretender entrar na autoestrada deve utilizá-la, regulando a a) A via ou vias que abrange e a respetiva localização;
sua velocidade por forma a tomar a via de trânsito adjacente b) A classe ou classes de veículos autorizadas a circular
sem perigo ou embaraço para os veículos que nela transitem. em cada via, nomeadamente velocípedes e ou motociclos
3 — O condutor que pretender sair de uma autoestrada e ciclomotores.
deve ocupar com a necessária antecedência a via de trânsito
mais à direita e, se existir via de abrandamento, entrar nela 5 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado
logo que possível. com coima de € 120 a € 600.
5474 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
b) € 500 a € 2500, se a taxa for igual ou superior a 0,8 g/l 2 — Excetuam-se do número anterior:
e inferior a 1,2 g/l ou, sendo impossível a quantificação
a) Os aparelhos dotados de um único auricular ou micro-
daquela taxa, o condutor for considerado influenciado
fone com sistema de alta voz, cuja utilização não implique
pelo álcool em relatório médico ou ainda se conduzir sob
manuseamento continuado;
influência de substâncias psicotrópicas.
b) Os aparelhos utilizados durante o ensino da condução
e respetivo exame, nos termos fixados em regulamento.
7 — Os limites de 0,5 g/l e 0,8 g/l referidos no número
anterior são reduzidos para 0,2 g/l e 0,5 g/l, respetivamente, 3 — É proibida a instalação e utilização de quaisquer
para os condutores em regime probatório, condutores de aparelhos, dispositivos ou produtos suscetíveis de revelar
veículos de socorro ou de serviço urgente, de transportes a presença ou perturbar o funcionamento de instrumentos
coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxis, de destinados à deteção ou registo das infrações.
automóveis pesados de passageiros ou de mercadorias ou 4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado
de transporte de mercadorias perigosas. com coima de € 120 a € 600.
5 — Quem infringir o disposto no n.º 3 é sancionado
Artigo 82.º com coima de € 500 a € 2500 e com perda dos objetos,
Utilização de dispositivos de segurança devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
1 — O condutor e passageiros transportados em au- der o documento de identificação do veículo até à efetiva
tomóveis são obrigados a usar os cintos e demais dis- remoção e apreensão daqueles objetos, sendo, neste caso,
positivos de segurança com que os veículos estejam aplicável o disposto no n.º 5 do artigo 161.º
equipados.
2 — Em regulamento são fixadas:
SECÇÃO XIII
a) As condições excecionais de isenção ou de dispensa
da obrigação do uso dos dispositivos referidos no número Documentos
anterior;
b) O modo de utilização e características técnicas dos Artigo 85.º
mesmos dispositivos. Documentos de que o condutor deve ser portador
1 — Sempre que um veículo a motor transite na via
3 — Os condutores e passageiros de ciclomotores,
pública o seu condutor deve ser portador dos seguintes
motociclos com ou sem carro lateral, triciclos e qua-
documentos:
driciclos devem proteger a cabeça usando capacete de
modelo oficialmente aprovado, devidamente ajustado a) Documento legal de identificação pessoal;
e apertado. b) Título de condução;
4 — Excetuam-se do disposto no número anterior os c) Certificado de seguro;
condutores e passageiros de veículos providos de caixa d) Documento de identificação fiscal, caso o respetivo
rígida ou de veículos que possuam, simultaneamente, es- número não conste do documento referido na alínea a) e
trutura de proteção rígida e cintos de segurança. o condutor resida em território nacional.
5 — Os condutores e passageiros de velocípedes com
motor e os condutores de trotinetas com motor e de dispo- 2 — Tratando-se de automóvel, motociclo, triciclo,
sitivos de circulação com motor elétrico, autoequilibrados quadriciclo, ciclomotor, trator agrícola ou florestal, ou
e automotores ou de outros meios de circulação análogos reboque, o condutor deve ainda ser portador dos seguintes
devem proteger a cabeça usando capacete devidamente documentos:
ajustado e apertado. a) Título de registo de propriedade do veículo ou do-
6 — Quem não utilizar ou utilizar incorretamente os dis- cumento equivalente;
positivos de segurança previstos no presente artigo é san- b) Documento de identificação do veículo;
cionado com coima de € 120 a € 600, salvo se se tratar dos c) Ficha de inspeção periódica do veículo, quando obri-
referidos no n.º 5, caso em que a coima é de € 60 a € 300. gatória nos termos legais.
Artigo 83.º 3 — Tratando-se de velocípede ou de veículo de tração
Condução profissional de veículos de transporte
animal, o respetivo condutor deve ser portador de docu-
mento legal de identificação pessoal.
Por razões de segurança, podem ser definidos, para 4 — O condutor que se não fizer acompanhar de um ou
os condutores profissionais de veículos de transporte, os mais documentos referidos nos n.os 1 e 2 é sancionado com
tempos de condução e descanso e, bem assim, pode ser coima de € 60 a € 300, salvo se os apresentar no prazo de
exigida a presença de mais de uma pessoa habilitada para oito dias à autoridade indicada pelo agente de fiscalização,
a condução de um mesmo veículo. caso em que é sancionado com coima de € 30 a € 150.
5 — Quem infringir o disposto no n.º 3 é sancionado
Artigo 84.º com coima de € 30 a € 150.
Proibição de utilização de certos aparelhos
Artigo 86.º
1 — É proibida ao condutor, durante a marcha do veí-
Prescrições especiais
culo, a utilização ou o manuseamento de forma continuada
de qualquer tipo de equipamento ou aparelho suscetível 1 — O condutor a quem tenha sido averbado no seu
de prejudicar a condução, designadamente auscultadores título de condução o uso de lentes, próteses ou outros
sonoros e aparelhos radiotelefónicos. aparelhos deve usá-los durante a condução.
5476 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
2 — Quem infringir o disposto no número anterior é 8 — A quem infringir simultaneamente o disposto nos
sancionado com coima de € 60 a € 300. n.os 1 e 4 são levantados dois autos de contraordenação,
para os efeitos previstos nos n.os 6 e 7.
SECÇÃO XIV
Artigo 89.º
Comportamento em caso de avaria ou acidente
Identificação em caso de acidente
a 7 anos, salvo tratando-se de veículos providos de caixa 2 — Em caso de avaria nas luzes, os velocípedes devem
rígida não destinada apenas ao transporte de carga. ser conduzidos à mão.
2 — Os velocípedes só podem transportar o respetivo 3 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sancionado
condutor, salvo se: com coima de € 30 a € 150.
a) Forem dotados de mais de um par de pedais capaz de
acionar o veículo em simultâneo, caso em que o número Artigo 95.º
máximo de pessoas a transportar corresponde ao número de Sinalização de perigo
pares de pedais e em que cada pessoa transportada deve ter
a possibilidade de acionar em exclusivo um par de pedais; É aplicável aos motociclos, triciclos, quadriciclos e ci-
b) Forem concebidos, por construção, com assentos clomotores, quando estejam munidos de luzes de mudança
para passageiros, caso em que, além do condutor, podem de direção, o disposto no artigo 63.º, com as necessárias
transportar um ou dois passageiros, consoante o número adaptações.
daqueles assentos;
c) Se tratar do transporte de crianças com idade inferior
a 7 anos, em dispositivos especialmente adaptados para SECÇÃO IV
o efeito. Sanções aplicáveis a condutores de velocípedes
3 — Nos velocípedes a que se refere a alínea b) do
número anterior, deve ser garantida proteção eficaz das Artigo 96.º
mãos, dos pés e das costas dos passageiros. Remissão
4 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
é sancionado com coima de € 60 a € 300. As coimas previstas no presente Código são reduzidas
para metade nos seus limites mínimo e máximo quando
Artigo 92.º aplicáveis aos condutores de velocípedes, salvo quando
se trate de coimas especificamente fixadas para estes con-
Transporte de carga
dutores.
1 — O transporte de carga em motociclo, triciclo, qua-
driciclo, ciclomotor ou velocípede só pode fazer-se em
reboque ou caixa de carga. CAPÍTULO III
2 — É proibido aos condutores e passageiros dos ve-
Disposições especiais para veículos
ículos referidos no número anterior transportar objetos
suscetíveis de prejudicar a condução ou constituir perigo de tração animal e animais
para a segurança das pessoas e das coisas ou embaraço
para o trânsito. Artigo 97.º
3 — Quem infringir o disposto nos números anteriores Regras especiais
é sancionado com coima de € 60 a € 300.
1 — Os condutores de veículos de tração animal ou de
animais devem conduzi-los de modo a manter sempre o
SECÇÃO III
domínio sobre a sua marcha e a evitar impedimento ou
Iluminação perigo para o trânsito.
2 — Nas pontes, túneis e passagens de nível, os condu-
Artigo 93.º tores de animais, atrelados ou não, devem fazê-los seguir
Utilização das luzes a passo.
3 — A entrada de gado na via pública deve ser devida-
1 — (Revogado.)
2 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 59.º e 60.º mente assinalada pelo respetivo condutor e fazer-se por
e no n.º 1 do artigo 61.º, os condutores dos motociclos, caminhos ou serventias a esse fim destinados.
triciclos, quadriciclos e ciclomotores devem transitar com 4 — Sempre que, nos termos do artigo 61.º, seja obriga-
as luzes de cruzamento para a frente e de presença à re- tória a utilização de dispositivos de sinalização luminosa,
taguarda acesas. os condutores de veículos de tração animal ou de animais
3 — Sempre que, nos termos do artigo 61.º, seja obriga- em grupo devem utilizar uma lanterna de luz branca, visível
tório o uso de dispositivo de iluminação, os velocípedes só em ambos os sentidos de trânsito.
podem circular com utilização dos dispositivos que, para 5 — Quem infringir o disposto nos números anteriores
o efeito, forem fixados em regulamento. é sancionado com coima de € 30 a € 150.
4 — Quem infringir o disposto nos números anteriores 6 — O proprietário de animal que o deixe vaguear na
é sancionado com coima de € 60 a € 300, salvo se se tratar via pública por forma a impedir ou fazer perigar o trânsito
de condutor de velocípede, caso em que a coima é de € 30
a € 150. é sancionado com coima de € 30 a € 150.
1 — Em caso de avaria nas luzes de motociclos, tri- Em tudo o que não estiver previsto no presente Código, o
ciclos, quadriciclos e ciclomotores é aplicável, com as trânsito de veículos de tração animal e de animais é objeto
necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.º de regulamento local.
5478 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
e) O trânsito de cadeiras de rodas equipadas com motor b) No caso de ciclomotores de três rodas, tenha ci-
elétrico; lindrada não superior a 50 cm3, tratando-se de motor de
f) A condução à mão de motocultivadores sem reboque ignição comandada ou cuja potência máxima não exceda
ou retrotrem. 4 kW, no caso de outros motores de combustão interna ou
de motores elétricos.
TÍTULO IV 3 — Triciclo é o veículo dotado de três rodas dispostas
Dos veículos simetricamente, com motor de propulsão com cilindrada
superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão interna,
ou que, por construção, exceda em patamar a velocidade
CAPÍTULO I de 45 km/h.
Classificação dos veículos 4 — Quadriciclo é o veículo dotado de quatro rodas,
classificando-se em:
Artigo 105.º a) Ligeiro — veículo com velocidade máxima, em pata-
Automóveis mar e por construção, não superior a 45 km/h, cuja massa
sem carga não exceda 350 kg, excluída a massa das baterias
Automóvel é o veículo com motor de propulsão, dotado no veículo elétrico, e com motor de cilindrada não superior
de pelo menos quatro rodas, com tara superior a 550 kg,
a 50 cm3, no caso de motor de ignição comandada, ou cuja
cuja velocidade máxima é, por construção, superior a
25 km/h, e que se destina, pela sua função, a transitar na potência máxima não seja superior a 4 kW, no caso de
via pública, sem sujeição a carris. outros motores de combustão interna ou de motor elétrico;
b) Pesado — veículo com motor de potência não supe-
Artigo 106.º rior a 15 kW e cuja massa sem carga, excluída a massa das
baterias no caso de veículos elétricos, não exceda 400 kg ou
Classes e tipos de automóveis 550 kg, consoante se destine, respetivamente, ao transporte
1 — Os automóveis classificam-se em: de passageiros ou de mercadorias.
a) Ligeiros — veículos com peso bruto igual ou infe- Artigo 108.º
rior a 3500 kg e com lotação não superior a nove lugares,
incluindo o do condutor; Veículos agrícolas
b) Pesados — veículos com peso bruto superior a
3500 kg ou com lotação superior a nove lugares, incluindo 1 — Trator agrícola ou florestal é o veículo com motor
o do condutor. de propulsão, de dois ou mais eixos, cuja função principal
reside na potência de tração, especialmente concebido para
2 — Os automóveis ligeiros ou pesados incluem-se, ser utilizado com reboques, alfaias ou outras máquinas
segundo a sua utilização, nos seguintes tipos: destinadas a utilização agrícola ou florestal.
2 — Máquina agrícola ou florestal é o veículo com
a) De passageiros — os veículos que se destinam ao motor de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado exclu-
transporte de pessoas; sivamente à execução de trabalhos agrícolas ou florestais,
b) De mercadorias — os veículos que se destinam ao que só excecionalmente transita na via pública, sendo
transporte de carga. considerado pesado ou ligeiro consoante o seu peso bruto
exceda ou não 3500 kg.
3 — Os automóveis de passageiros e de mercadorias
3 — Motocultivador é o veículo com motor de pro-
que se destinam ao desempenho de função diferente do
normal transporte de passageiros ou de mercadorias são pulsão, de um só eixo, destinado à execução de trabalhos
considerados especiais, tomando a designação a fixar em agrícolas ligeiros, que pode ser dirigido por um condutor a
regulamento, de acordo com o fim a que se destinam. pé ou em reboque ou retrotrem atrelado ao referido veículo.
4 — As categorias de veículos para efeitos de aprovação 4 — O motocultivador ligado a reboque ou retrotrem
de modelo são fixadas em regulamento. é equiparado, para efeitos de circulação, a trator agrícola.
5 — Tratocarro é o veículo com motor de propulsão, de
Artigo 107.º dois ou mais eixos, provido de uma caixa de carga des-
tinada ao transporte de produtos agrícolas ou florestais e
Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos
cujo peso bruto não ultrapassa 3500 kg, sendo equiparado,
1 — Motociclo é o veículo dotado de duas rodas, com ou para efeitos de circulação, a trator agrícola.
sem carro lateral, com motor de propulsão com cilindrada
superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão interna, Artigo 109.º
ou que, por construção, exceda em patamar a velocidade
de 45 km/h. Outros veículos a motor
2 — Ciclomotor é o veículo dotado de duas ou três 1 — Veículo sobre carris é aquele que, independente-
rodas, com uma velocidade máxima, em patamar e por mente do sistema de propulsão, se desloca sobre carris.
construção, não superior a 45 km/h, e cujo motor: 2 — Máquina industrial é o veículo com motor de
a) No caso de ciclomotores de duas rodas, tenha ci- propulsão, de dois ou mais eixos, destinado à execução
lindrada não superior a 50 cm3, tratando-se de motor de de obras ou trabalhos industriais e que só eventualmente
combustão interna ou cuja potência máxima não exceda transita na via pública, sendo pesado ou ligeiro consoante
4 kW, tratando-se de motor elétrico; o seu peso bruto exceda ou não 3500 kg.
5480 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
de 5 de setembro, 64/2008, de 8 de abril, que o republi- de matrícula, o proprietário, ou quem o represente para o
cou, 98/2010, de 11 de agosto, 73/2011, de 17 de junho, e efeito, deve proceder à entrega daquele dispositivo nos
1/2012, de 11 de janeiro; serviços competentes, onde o processo de cancelamento
b) O veículo fique inutilizado; da matrícula tiver lugar.
c) O veículo haja desaparecido, sendo a sua localização 12 — O titular do registo de propriedade pode ainda
desconhecida há mais de seis meses; requerer o cancelamento da matrícula, quando tenha trans-
d) O veículo for exportado definitivamente; ferido a propriedade do veículo a terceiro há mais de um
e) O veículo deixe de ser utilizado na via pública, pas- ano e este não tenha procedido à respetiva atualização do
sando a ter utilização exclusiva em provas desportivas ou registo de propriedade, mediante apresentação de pedido de
em recintos privados não abertos à circulação; apreensão de veículo, apresentado há mais de seis meses.
f) Ao veículo seja atribuída uma nova matrícula; 13 — Quem infringir o prazo previsto no n.º 4 é san-
g) O veículo falte à inspeção referida no n.º 2 do ar- cionado com coima de € 60 a € 300.
tigo 116.º, sem que a falta seja devidamente justificada.
Artigo 119.º-A
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
cancelamento da matrícula deve ser requerido pelo pro- Cancelamento temporário de matrícula
prietário:
1 — Pode ser temporariamente cancelada a matrícula de
a) Quando o veículo fique inutilizado ou atinja o seu veículos de transporte público rodoviário de mercadorias,
fim de vida mediante apresentação da documentação le- nas seguintes condições:
galmente exigida nos termos do disposto no Decreto-Lei
n.º 196/2003, de 23 de agosto; a) Quando o veículo tenha sido objeto de candidatura
b) Quando o veículo haja desaparecido, mediante apre- a incentivo ao abate, enquanto o respetivo processo se
sentação de auto de participação do seu desaparecimento encontre pendente;
às autoridades policiais; b) Quando, por falta de serviço, o veículo esteja imo-
c) Quando o veículo for exportado definitivamente, bilizado.
mediante apresentação de documento comprovativo da
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT); ou 2 — O cancelamento temporário a que se refere o nú-
d) Quando o veículo deixe de ser utilizado na via pú- mero anterior é requerido na entidade competente, ficando
blica, mediante apresentação de requerimento justificando sujeito à entrega:
os motivos e o local onde o mesmo é utilizado ou guar-
dado. a) Dos documentos de identificação do veículo; e
b) De declaração do proprietário ou legítimo possuidor
3 — (Revogado.) em como o veículo não é submetido à circulação na via
4 — O cancelamento da matrícula deve ser requerido pública sem que seja reposta a matrícula.
pelo proprietário, no prazo de 30 dias, nos casos referidos
nas alíneas b), d) e f) do n.º 1. 3 — O cancelamento temporário a que se refere a alí-
5 — Se o proprietário não for titular do documento nea b) do n.º 1 tem a duração máxima de 24 meses.
de identificação do veículo, o cancelamento deve ser re- 4 — Os veículos objeto do presente artigo ficam isentos
querido, conjuntamente, pelo proprietário e pelo titular da taxa de cancelamento de matrícula, bem como, no caso
daquele documento. de reposição de matrícula, da respetiva taxa e inspeção
6 — A emissão dos certificados de destruição é efetuada extraordinária, salvo os veículos abrangidos pela alínea a)
nos termos da disposição do artigo 17.º, do Decreto-Lei do n.º 1 cujas candidaturas tenham sido rejeitadas por falta
n.º 196/2003, de 23 de agosto. de cumprimento dos requisitos necessários.
7 — Sempre que tenham qualquer intervenção em ato 5 — Assume ainda caráter temporário o cancelamento
decorrente da inutilização ou desaparecimento de um veí- de matrícula previsto nas alíneas e) e g) do n.º 1 do ar-
culo, as companhias de seguros são obrigadas a comunicar tigo 119.º, pelo prazo máximo de cinco e um ano respetiva-
tal facto e a remeter o documento de identificação do mente, ficando os seus proprietários obrigados à entrega da
veículo e o título de registo de propriedade às autoridades documentação dos veículos nos serviços competentes, onde
competentes. o processo de cancelamento da matrícula tiver lugar.
8 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, 6 — Quando não ocorra a reposição ou o cancelamento
os tribunais, as entidades fiscalizadoras do trânsito ou ou- definitivo da matrícula, após o decurso do prazo definido
tras entidades públicas devem comunicar às autoridades no número anterior, o proprietário do veículo é sancionado
competentes os casos de inutilização de veículos de que com coima de € 60 a € 300.
tenham conhecimento no exercício das suas funções.
9 — A entidade competente pode autorizar que sejam
repostas matrículas canceladas ou, em casos excecionais CAPÍTULO V
fixados em regulamento, que sejam atribuídas novas ma-
trículas a veículos já anteriormente matriculados em ter- Regime especial
ritório nacional.
10 — Não podem ser repostas ou atribuídas novas Artigo 120.º
matrículas a veículos quando o cancelamento da matrí- Regime especial
cula anterior tenha tido por fundamento a destruição do
mesmo. O disposto no presente título não é aplicável ao equi-
11 — Quando tiver lugar o cancelamento da matrícula pamento militar circulante ou de intervenção de ordem
de um veículo que tenha instalado dispositivo eletrónico pública afeto às forças militares ou de segurança.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5483
13 — (Revogado.) CAPÍTULO II
14 — (Revogado.)
Requisitos
Artigo 124.º
Artigo 126.º
Licença de condução
Requisitos para a obtenção de títulos de condução
1 — A licença de condução a que se refere o n.º 4 do
Os requisitos exigidos para a obtenção dos títulos de
artigo 121.º habilita o seu titular a conduzir uma ou mais
condução são fixados no RHLC.
das categorias de veículos fixadas no RHLC.
2 — Quem, sendo titular de licença de condução, con- Artigo 127.º
duzir veículo de categoria para a qual o condutor não está
habilitado é sancionado com coima de €120 a € 600. Restrições ao exercício da condução
3 — (Revogado.) 1 — Podem ser impostos aos condutores, em resultado
4 — (Revogado.) de avaliação médica ou psicológica:
5 — (Revogado.)
6 — (Revogado.) a) Restrições ao exercício da condução;
7 — (Revogado.) b) Prazos especiais para revalidação dos títulos de con-
dução; ou
Artigo 125.º c) Adaptações específicas ao veículo que conduzam.
Outros títulos 2 — As restrições, os prazos especiais de revalidação e
os
1 — Além dos títulos referidos nos n. 4 e 5 do ar- as adaptações do veículo impostas ao condutor são defi-
tigo 121.º são ainda títulos habilitantes para a condução nidos no RHLC e são mencionados nos respetivos títulos
de veículos a motor os seguintes: de condução sob forma codificada.
3 — Sempre que um candidato a condutor das catego-
a) Títulos de condução emitidos pelos serviços com- rias AM, A1, A2 ou A preste prova de exame em veículo
petentes pela administração portuguesa do território de de três rodas ou em triciclo, deve ser registado no título
Macau; de condução o respetivo código de restrição.
b) Títulos de condução emitidas por outros Estados 4 — Quem conduzir veículo sem obediência às restri-
membros da União Europeia ou do espaço económico ções que lhe foram impostas ou sem as adaptações espe-
europeu; cíficas determinadas nos termos dos números anteriores é
c) Títulos de condução emitidos por Estado estrangeiro sancionado com coima de € 120 a € 600, se sanção mais
em conformidade com o anexo n.º 9 da Convenção Inter- grave não for aplicável.
nacional de Genebra, de 19 de setembro de 1949, sobre 5 — (Revogado.)
circulação rodoviária, ou com o anexo n.º 6 da Convenção 6 — (Revogado.)
Internacional de Viena, de 8 de novembro de 1968, sobre
circulação rodoviária;
CAPÍTULO III
d) Títulos de condução emitidas por Estado estrangeiro,
desde que este reconheça idêntica validade aos títulos Troca de título
nacionais;
e) Licenças internacionais de condução, desde que apre- Artigo 128.º
sentadas com o título nacional que as suporta;
Troca de títulos de condução
f) Licenças especiais de condução de ciclomotores;
g) Licenças especiais de condução; 1 — A carta de condução pode ser obtida por troca de
h) Autorizações especiais de condução; título estrangeiro válido, que não se encontre apreendido
i) Autorizações temporárias de condução. ou tenha sido cassado ou cancelado por determinação de
um outro Estado.
2 — A emissão das licenças e das autorizações especiais 2 — Se o título estrangeiro apresentado for um dos re-
de condução bem como as condições em que os títulos feridos nas alíneas b) a d) do n.º 1 do artigo 125.º, a troca
estrangeiros habilitam a conduzir em território nacional está condicionada ao cumprimento pelo titular de todos os
são fixadas no RHLC. requisitos fixados no RHLC para obtenção de carta de con-
3 — Os titulares das licenças referidas nas alíneas c), dução, com exceção da submissão a exame de condução.
d) e e) do n.º 1 só estão autorizados a conduzir veículos a 3 — Na carta de condução portuguesa concedida por
motor em Portugal durante os primeiros 185 dias subse- troca de título estrangeiro apenas são averbadas as catego-
quentes à fixação da sua residência. rias de veículos que tenham sido obtidas mediante exame
4 — Os títulos referidos no n.º 1 só permitem conduzir de condução ou que sejam previstas no RHLC como ex-
em território nacional se os seus titulares tiverem a idade tensão de habilitação de outra categoria de veículos.
mínima exigida pela lei portuguesa para a respetiva ha- 4 — É obrigatoriamente trocado por idêntico título na-
bilitação. cional o título de condução pertencente a cidadão residente
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 3 e 4, sendo e emitido por outro Estado membro da União Europeia ou
titular de licença válida, é sancionado com coima de € 300 do espaço económico europeu:
a € 1500. a) Apreendido em Portugal para cumprimento de proibi-
6 — (Revogado.) ção ou inibição de conduzir, após o cumprimento da pena;
7 — (Revogado.) b) Em que seja necessário proceder a qualquer alteração.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5485
pondente à violação de norma do Código da Estrada ou 5 — Os instrutores são responsáveis pelas infrações
de legislação complementar e legislação especial cuja cometidas pelos instruendos, desde que não resultem de
aplicação esteja cometida à ANSR, e para o qual se co- desobediência às indicações da instrução.
mine uma coima. 6 — Os examinandos respondem pelas infrações come-
tidas durante o exame.
Artigo 132.º 7 — São também responsáveis pelas infrações previstas
no Código da Estrada e legislação complementar:
Regime
a) Os comitentes que exijam dos condutores um esforço
As contraordenações rodoviárias são reguladas pelo inadequado à prática segura da condução ou os sujeitem
disposto no presente diploma, pela legislação rodoviária a horário incompatível com a necessidade de repouso,
complementar ou especial que as preveja e, subsidiaria- quando as infrações sejam consequência do estado de
mente, pelo regime geral das contraordenações. fadiga do condutor;
b) Os pais ou tutores que conheçam a inabilidade ou a
Artigo 133.º imprudência dos seus filhos menores ou dos seus tutelados
Punibilidade da negligência
e não obstem, podendo, a que eles pratiquem a condução;
c) Os pais ou tutores de menores habilitados com li-
Nas contraordenações rodoviárias a negligência é sem- cença especial de condução emitida nos termos do n.º 2
pre sancionada. do artigo 125.º;
d) Os condutores de veículos que transportem passa-
Artigo 134.º geiros menores ou inimputáveis e permitam que estes não
façam uso dos acessórios de segurança obrigatórios;
Concurso de infrações
e) Os que facultem a utilização de veículos a pessoas
1 — Se o mesmo facto constituir simultaneamente crime que não estejam devidamente habilitadas para conduzir,
e contraordenação, o agente é punido sempre a título de que estejam sob influência de álcool ou de substâncias
crime, sem prejuízo da aplicação da sanção acessória pre- psicotrópicas, ou que se encontrem sujeitos a qualquer
vista para a contraordenação. outra forma de redução das faculdades físicas ou psíquicas
2 — A aplicação da sanção acessória, nos termos do necessárias ao exercício da condução.
número anterior, cabe ao tribunal competente para o jul- 8 — O titular do documento de identificação do veículo
gamento do crime. ou, nos casos referidos pela alínea c) do n.º 3, o locatário
3 — As sanções aplicadas às contraordenações em con- responde subsidiariamente pelo pagamento das coimas e
curso são sempre cumuladas materialmente. das custas que forem devidas pelo autor da contraordena-
ção, sem prejuízo do direito de regresso contra este, quando
Artigo 135.º haja utilização abusiva do veículo.
Responsabilidade pelas infrações
Artigo 136.º
1 — São responsáveis pelas contraordenações rodovi-
árias os agentes que pratiquem os factos constitutivos das Classificação das contraordenações rodoviárias
mesmas, designados em cada diploma legal, sem prejuízo 1 — As contraordenações rodoviárias, nomeadamente
das exceções e presunções expressamente previstas na- as previstas no Código da Estrada e legislação comple-
queles diplomas. mentar, classificam-se em leves, graves e muito graves,
2 — As pessoas coletivas ou equiparadas são respon- nos termos dos respetivos diplomas legais.
sáveis nos termos da lei geral. 2 — São contraordenações leves as sancionáveis apenas
3 — A responsabilidade pelas infrações previstas no com coima.
Código da Estrada e legislação complementar recai no: 3 — São contraordenações graves ou muito graves as
que forem sancionáveis com coima e com sanção acessória.
a) Condutor do veículo, relativamente às infrações que
respeitem ao exercício da condução;
Artigo 137.º
b) Titular do documento de identificação do veículo
relativamente às infrações que respeitem às condições de Coima
admissão do veículo ao trânsito nas vias públicas, bem As coimas aplicadas por contraordenações rodoviárias
como pelas infrações referidas na alínea anterior quando não estão sujeitas a qualquer adicional e do seu produto
não for possível identificar o condutor; não pode atribuir-se qualquer percentagem aos agentes
c) Locatário, no caso de aluguer operacional de veícu- autuantes.
los, aluguer de longa duração ou locação financeira, pelas Artigo 138.º
infrações referidas na alínea a) quando não for possível
identificar o condutor; Sanção acessória
d) Peão, relativamente às infrações que respeitem ao 1 — As contraordenações graves e muito graves são
trânsito de peões. sancionáveis com coima e com sanção acessória.
2 — Quem praticar qualquer ato estando inibido de o
4 — Se o titular do documento de identificação do fazer por força de sanção acessória aplicada em sentença
veículo ou, nos casos previstos na alínea c) do número criminal transitada em julgado, por prática de contraor-
anterior, o locatário provar que o condutor o utilizou abusi- denação rodoviária, é punido por crime de violação de
vamente ou infringiu as ordens, as instruções ou os termos imposições, proibições ou interdições, nos termos do ar-
da autorização concedida, cessa a sua responsabilidade, tigo 353.º do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei
sendo responsável, neste caso, o condutor. n.º 400/82, de 23 de setembro.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5487
3 — Quem praticar qualquer ato estando inibido de o c) Ao cumprimento de deveres específicos previstos
fazer por força de sanção acessória aplicada em decisão noutros diplomas legais.
administrativa definitiva, por prática de contraordenação
rodoviária, é punido por crime de desobediência qualifi- 4 — A caução de boa conduta é fixada entre € 500 e
cada, nos termos do n.º 2 do artigo 348.º do Código Penal, € 5000, tendo em conta a duração da sanção acessória
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro. aplicada e a situação económica do infrator.
4 — A duração mínima e máxima das sanções acessórias 5 — Os encargos decorrentes da frequência de ações
aplicáveis a outras contraordenações rodoviárias é fixada de formação são suportados pelo infrator.
nos diplomas que as preveem. 6 — A imposição do dever de frequência de ação de
5 — As sanções acessórias são cumpridas em dias se- formação deve ter em conta a personalidade e as aptidões
guidos. profissionais do infrator, não podendo prejudicar o exer-
Artigo 139.º cício normal da sua atividade profissional nem representar
Determinação da medida da sanção
obrigações cujo cumprimento não lhe seja razoavelmente
exigível.
1 — A medida e o regime de execução da sanção
determinam-se em função da gravidade da contraordena- Artigo 142.º
ção e da culpa, tendo ainda em conta os antecedentes do
Revogação da suspensão da execução da sanção acessória
infrator relativamente ao diploma legal infringido ou aos
seus regulamentos. 1 — A suspensão da execução da sanção acessória é
2 — Quanto à fixação do montante da coima, seu paga- sempre revogada se, durante o respetivo período:
mento em prestações e fixação da caução de boa conduta,
além das circunstâncias referidas no número anterior deve a) O infrator, no caso de inibição de conduzir, cometer
ainda ser tida em conta a situação económica do infrator, contraordenação grave ou muito grave, praticar factos
quando for conhecida. sancionados com proibição ou inibição de conduzir, não
3 — Quando a contraordenação for praticada no exer- cumprir os deveres impostos nos termos do n.º 3 do artigo
cício da condução, além dos critérios referidos no número anterior ou for ordenada a cassação do título de condução;
anterior, deve atender-se, como circunstância agravante, b) O infrator, tratando-se de outra sanção acessória,
aos especiais deveres de cuidado que recaem sobre o con- cometer nova contraordenação ao mesmo diploma legal
dutor, designadamente quando este conduza veículos de ou seus regulamentos, também cominada com sanção
socorro ou de serviço urgente, de transporte coletivo de acessória.
crianças, táxis, pesados de passageiros ou de mercadorias,
ou de transporte de mercadorias perigosas. 2 — A revogação determina o cumprimento da sanção
cuja execução estava suspensa e a quebra da caução, que
Artigo 140.º reverte a favor da entidade que tiver determinado a sus-
pensão.
Atenuação especial da sanção acessória Artigo 143.º
Os limites mínimo e máximo da sanção acessória co- Reincidência
minada para as contraordenações muito graves podem ser
reduzidos para metade tendo em conta as circunstâncias da 1 — É sancionado como reincidente o infrator que co-
infração, se o infrator não tiver praticado, nos últimos cinco meta contraordenação cominada com sanção acessória,
anos, qualquer contraordenação grave ou muito grave ou depois de ter sido condenado por outra contraordenação
facto sancionado com proibição ou inibição de conduzir ao mesmo diploma legal ou seus regulamentos, praticada
e na condição de se encontrar paga a coima. há menos de cinco anos e também sancionada com sanção
acessória.
2 — No prazo previsto no número anterior não é con-
Artigo 141.º
tado o tempo durante o qual o infrator cumpriu a sanção
Suspensão da execução da sanção acessória acessória ou a proibição de conduzir, ou foi sujeito à in-
1 — Pode ser suspensa a execução da sanção aces- terdição de concessão de título de condução.
sória aplicada a contraordenações graves no caso de se 3 — No caso de reincidência, os limites mínimos de
verificarem os pressupostos de que a lei penal geral faz duração da sanção acessória previstos para a respetiva
depender a suspensão da execução das penas, desde que contraordenação são elevados para o dobro.
se encontre paga a coima, nas condições previstas nos
números seguintes. Artigo 144.º
2 — Se o infrator não tiver sido condenado, nos últimos Registo de infrações
cinco anos, pela prática de crime rodoviário ou de qualquer
contraordenação grave ou muito grave, a suspensão pode 1 — O registo de infrações é efetuado e organizado nos
ser determinada pelo período de seis meses a um ano. termos e para os efeitos estabelecidos nos diplomas legais
3 — A suspensão pode ainda ser determinada, pelo perí- onde se preveem as respetivas contraordenações.
odo de um a dois anos, se o infrator, nos últimos cinco anos, 2 — Do registo referido no número anterior devem
tiver praticado apenas uma contraordenação grave, devendo, constar as contraordenações graves e muito graves prati-
cadas e respetivas sanções.
neste caso, ser condicionada, singular ou cumulativamente:
3 — O infrator tem acesso ao seu registo, sempre que
a) À prestação de caução de boa conduta; o solicite, nos termos legais.
b) Ao cumprimento do dever de frequência de ações de 4 — Aos processos em que deva ser apreciada a respon-
formação, quando se trate de sanção acessória de inibição sabilidade de qualquer infrator é sempre junta uma cópia
de conduzir; dos assentamentos que lhe dizem respeito.
5488 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
a) O trânsito de veículos em sentido oposto ao esta- No exercício da condução, consideram-se muito graves
belecido; as seguintes contraordenações:
b) O excesso de velocidade praticado fora das loca- a) A paragem ou o estacionamento nas faixas de roda-
lidades superior a 30 km/h sobre os limites legalmente gem, fora das localidades, a menos de 50 m dos cruzamen-
impostos, quando praticado pelo condutor de motociclo tos e entroncamentos, curvas ou lombas de visibilidade
ou de automóvel ligeiro, ou superior a 20 km/h, quando insuficiente e, ainda, a paragem ou o estacionamento nas
praticado por condutor de outro veículo a motor; faixas de rodagem das autoestradas ou vias equiparadas;
c) O excesso de velocidade praticado dentro das loca- b) O estacionamento, de noite, nas faixas de rodagem,
lidades superior a 20 km/h sobre os limites legalmente fora das localidades;
impostos, quando praticado pelo condutor de motociclo c) A não utilização do sinal de pré-sinalização de perigo,
ou de automóvel ligeiro, ou superior a 10 km/h, quando bem como a falta de sinalização de veículo imobilizado por
praticado por condutor de outro veículo a motor; avaria ou acidente, em autoestradas ou vias equiparadas;
d) O excesso de velocidade superior a 20 km/h sobre d) A utilização dos máximos de modo a provocar en-
os limites de velocidade estabelecidos para o condutor candeamento;
ou especialmente fixados para o veículo, sem prejuízo do e) A entrada ou saída das autoestradas ou vias equipa-
estabelecido nas alíneas b) ou c); radas por locais diferentes dos acessos a esses fins des-
e) O trânsito com velocidade excessiva para as caracte- tinados;
rísticas do veículo ou da via, para as condições atmosféricas f) A utilização, em autoestradas ou vias equiparadas,
ou de circulação, ou nos casos em que a velocidade deva dos separadores de trânsito ou de aberturas eventualmente
ser especialmente moderada; neles existentes, bem como o trânsito nas bermas;
f) O desrespeito das regras e sinais relativos a distância g) As infrações previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo
entre veículos, cedência de passagem, ultrapassagem, mu- anterior quando praticadas em autoestradas, vias equipara-
dança de direção ou de via de trânsito, inversão do sentido das e vias com mais de uma via de trânsito em cada sentido;
de marcha, início de marcha, posição de marcha, marcha h) As infrações previstas nas alíneas f) e j) do n.º 1 do
atrás e atravessamento de passagem de nível; artigo anterior quando praticadas nas autoestradas ou vias
g) A paragem ou o estacionamento nas bermas das au- equiparadas;
toestradas ou vias equiparadas; i) A infração prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo
h) O desrespeito das regras de trânsito de automóveis anterior, quando o excesso de velocidade for superior a
pesados e de conjuntos de veículos, em autoestradas ou 60 km/h ou a 40 km/h, respetivamente, bem como a in-
vias equiparadas; fração prevista na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo,
i) A não cedência de passagem aos peões pelo condutor quando o excesso de velocidade for superior a 40 km/h ou
que mudou de direção dentro das localidades, bem como o a 20 km/h, respetivamente, e a infração prevista na alínea
desrespeito pelo trânsito dos mesmos nas passagens para d) do mesmo número, quando o excesso de velocidade for
superior a 40 km/h;
o efeito assinaladas;
j) A infração prevista na alínea l) do n.º 1 do artigo
j) O trânsito de veículos sem utilização das luzes refe- anterior, quando a taxa de álcool no sangue for igual ou
ridas no n.º 1 do artigo 61.º, nas condições previstas no superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou igual ou superior
mesmo número, bem como o trânsito de motociclos e de a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l quando respeite a condutor em
ciclomotores sem utilização das luzes de cruzamento; regime probatório, condutor de veículo de socorro ou de
l) A condução sob influência de álcool, quando a taxa de serviço urgente, de transporte coletivo de crianças e jovens
álcool no sangue for igual ou superior a 0,5 g/l e inferior até aos 16 anos, de táxi, de automóveis pesado de passa-
a 0,8 g/l ou igual ou superior a 0,2 g/l e inferior a 0,5 g/l geiros ou de mercadorias ou de transporte de mercadorias
quando respeite a condutor em regime probatório, condutor perigosas, bem como quando o condutor for considerado
de veículo de socorro ou de serviço urgente, de transporte influenciado pelo álcool em relatório médico;
coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxi, de l) O desrespeito da obrigação de parar imposta por sinal
automóvel pesado de passageiros ou de mercadorias ou de regulamentar dos agentes fiscalizadores ou reguladores
transporte de mercadorias perigosas; do trânsito ou pela luz vermelha de regulação do trânsito;
m) A não utilização do sinal de pré-sinalização de perigo m) A condução sob influência de substâncias psico-
e das luzes avisadoras de perigo; trópicas;
n) A utilização, durante a marcha do veículo, de auscul- n) O desrespeito pelo sinal de paragem obrigatória nos
tadores sonoros e de aparelhos radiotelefónicos, salvo nas cruzamentos, entroncamentos e rotundas;
condições previstas no n.º 2 do artigo 84.º; o) A transposição ou a circulação em desrespeito de uma
o) A paragem e o estacionamento nas passagens assi- linha longitudinal contínua delimitadora de sentidos de
naladas para a travessia de peões; trânsito ou de uma linha mista com o mesmo significado;
p) O transporte de passageiros menores ou inimputá- p) A condução de veículo de categoria ou subcategoria
veis sem que estes façam uso dos acessórios de segurança para a qual a carta de condução de que o infrator é titular
obrigatórios. não confere habilitação;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5489
q) O abandono pelo condutor do local do acidente nas 2 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado
circunstâncias referidas no n.º 2 do artigo 89.º com coima de € 500 a € 2500, se o veículo for um moto-
ciclo ou um automóvel, ou de € 250 a € 1250, se for outro
Artigo 147.º veículo a motor.
Artigo 151.º
Inibição de conduzir
Seguro de provas desportivas
1 — A sanção acessória aplicável aos condutores pela
prática de contraordenações graves ou muito graves pre- A autorização para realização, na via pública, de provas
vistas no Código da Estrada e legislação complementar desportivas de veículos a motor e dos respetivos treinos
consiste na inibição de conduzir. oficiais depende da efetivação, pelo organizador, de um
2 — A sanção de inibição de conduzir tem a duração seguro que cubra a sua responsabilidade civil, bem como
mínima de um mês e máxima de um ano, ou mínima de dois a dos proprietários ou detentores dos veículos e dos par-
meses e máxima de dois anos, consoante seja aplicável às ticipantes, decorrente dos danos resultantes de acidentes
contraordenações graves ou muito graves, respetivamente, provocados por esses veículos.
e refere-se a todos os veículos a motor.
3 — Se a responsabilidade for imputada a pessoa sin-
gular não habilitada com título de condução ou a pessoa TÍTULO VII
coletiva, a sanção de inibição de conduzir é substituída
por apreensão do veículo por período idêntico de tempo
Procedimentos de fiscalização
que àquela caberia.
CAPÍTULO I
Artigo 148.º
Procedimento para a fiscalização da condução
Cassação do título de condução sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas
1 — A prática de três contraordenações muito graves ou
de cinco contraordenações entre graves ou muito graves Artigo 152.º
num período de cinco anos tem como efeito necessário a Princípios gerais
cassação do título de condução do infrator.
2 — A cassação do título a que se refere o número an- 1 — Devem submeter-se às provas estabelecidas para
terior é ordenada logo que as condenações pelas contraor- a deteção dos estados de influenciado pelo álcool ou por
denações sejam definitivas, organizando-se processo autó- substâncias psicotrópicas:
nomo para verificação dos pressupostos da cassação. a) Os condutores;
3 — A quem tenha sido cassado o título de condução não b) Os peões, sempre que sejam intervenientes em aci-
é concedido novo título de condução de veículos a motor dentes de trânsito;
de qualquer categoria antes de decorridos dois anos sobre c) As pessoas que se propuserem iniciar a condução.
a efetivação da cassação.
4 — A efetivação da cassação do título de condução 2 — Quem praticar atos suscetíveis de falsear os resul-
ocorre com a notificação da cassação. tados dos exames a que seja sujeito não pode prevalecer-se
5 — A decisão de cassação do título de condução é im- daqueles para efeitos de prova.
pugnável para os tribunais judiciais nos termos do regime 3 — As pessoas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 que
geral das contraordenações. recusem submeter-se às provas estabelecidas para a deteção
do estado de influenciado pelo álcool ou por substâncias
Artigo 149.º psicotrópicas são punidas por crime de desobediência.
Registo de infrações do condutor 4 — As pessoas referidas na alínea c) do n.º 1 que re-
cusem submeter-se às provas estabelecidas para a deteção
Do registo de infrações relativas ao exercício da con- do estado de influenciado pelo álcool ou por substâncias
dução, organizado nos termos de diploma próprio, devem psicotrópicas são impedidas de iniciar a condução.
constar: 5 — O médico ou paramédico que, sem justa causa, se
a) Os crimes praticados no exercício da condução de ve- recusar a proceder às diligências previstas na lei para diag-
ículos a motor e respetivas penas e medidas de segurança; nosticar o estado de influenciado pelo álcool ou por subs-
b) As contraordenações graves e muito graves praticadas tâncias psicotrópicas é punido por crime de desobediência.
e respetivas sanções.
Artigo 153.º
Fiscalização da condução sob influência de álcool
CAPÍTULO III
1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado é
Garantia da responsabilidade civil
realizado por autoridade ou agente de autoridade mediante
a utilização de aparelho aprovado para o efeito.
Artigo 150.º 2 — Se o resultado do exame previsto no número an-
Obrigação de seguro terior for positivo, a autoridade ou o agente de autoridade
deve notificar o examinando, por escrito ou, se tal não for
1 — Os veículos a motor e seus reboques só podem
possível, verbalmente:
transitar na via pública desde que seja efetuado, nos termos
de legislação especial, seguro da responsabilidade civil que a) Do resultado do exame;
possa resultar da sua utilização. b) Das sanções legais decorrentes do resultado do exame;
5490 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
c) De que pode, de imediato, requerer a realização de 3 — Não há lugar à imobilização ou remoção do veículo
contraprova e que o resultado desta prevalece sobre o do se outro condutor, com consentimento do que ficar impe-
exame inicial; e dido, ou do proprietário do veículo, se propuser conduzi-
d) De que deve suportar todas as despesas originadas -lo e apresentar resultado negativo em teste de pesquisa
pela contraprova, no caso de resultado positivo. de álcool.
4 — No caso previsto no número anterior, o condutor
3 — A contraprova referida no número anterior deve substituto deve ser notificado de que fica responsável pela
ser realizada por um dos seguintes meios, de acordo com observância do impedimento referido no artigo anterior,
a vontade do examinando: sob pena de crime de desobediência qualificada.
a) Novo exame, a efetuar através de aparelho aprovado;
b) Análise de sangue. Artigo 156.º
Exames em caso de acidente
4 — No caso de opção pelo novo exame previsto na
alínea a) do número anterior, o examinando deve ser, de 1 — Os condutores e os peões que intervenham em
imediato, a ele sujeito e, se necessário, conduzido a local acidente de trânsito devem, sempre que o seu estado de
onde o referido exame possa ser efetuado. saúde o permitir, ser submetidos a exame de pesquisa de
5 — Se o examinando preferir a realização de uma aná- álcool no ar expirado, nos termos do artigo 153.º
lise de sangue, deve ser conduzido, o mais rapidamente 2 — Quando não tiver sido possível a realização do
possível, a estabelecimento oficial de saúde, a fim de ser exame referido no número anterior, o médico do estabeleci-
colhida a quantidade de sangue necessária para o efeito. mento oficial de saúde a que os intervenientes no acidente
6 — O resultado da contraprova prevalece sobre o re- sejam conduzidos deve proceder à colheita de amostra de
sultado do exame inicial. sangue para posterior exame de diagnóstico do estado de
7 — Quando se suspeite da utilização de meios susce- influência pelo álcool e ou por substâncias psicotrópicas.
tíveis de alterar momentaneamente o resultado do exame, 3 — Se o exame de pesquisa de álcool no sangue não
pode a autoridade ou o agente de autoridade mandar sub- puder ser feito ou o examinando se recusar a ser subme-
meter o suspeito a exame médico. tido a colheita de sangue para análise, deve proceder-se
8 — Se não for possível a realização de prova por pes- a exame médico para diagnosticar o estado de influência
quisa de álcool no ar expirado, o examinando deve ser pelo álcool e ou por substâncias psicotrópicas.
submetido a colheita de sangue para análise ou, se esta 4 — Os condutores e peões mortos devem também ser
não for possível por razões médicas, deve ser realizado submetidos ao exame previsto no n.º 2.
exame médico, em estabelecimento oficial de saúde, para
diagnosticar o estado de influenciado pelo álcool. Artigo 157.º
Fiscalização da condução sob influência
Artigo 154.º de substâncias psicotrópicas
Impedimento de conduzir
1 — Os condutores e as pessoas que se propuserem
1 — Quem apresentar resultado positivo no exame pre- iniciar a condução devem ser submetidos aos exames le-
visto no n.º 1 do artigo anterior ou recusar ou não puder galmente estabelecidos para deteção de substâncias psi-
submeter-se a tal exame, fica impedido de conduzir pelo cotrópicas, quando haja indícios de que se encontram sob
período de doze horas, a menos que comprove, antes de influência destas substâncias.
decorrido esse período, que não está influenciado pelo 2 — Os condutores e os peões que intervenham em
álcool, através de exame por si requerido. acidente de trânsito de que resultem mortos ou feridos
2 — Quem conduzir com inobservância do impedi- graves devem ser submetidos aos exames referidos no
mento referido no número anterior é punido por crime de número anterior.
desobediência qualificada. 3 — A autoridade ou o agente de autoridade notifica:
3 — O agente de autoridade notifica o condutor ou a
pessoa que se propuser iniciar a condução nas circunstân- a) Os condutores e os peões de que devem, sob pena
cias previstas no n.º 1 de que fica impedido de conduzir de crime de desobediência, submeter-se aos exames de
durante o período estabelecido no mesmo número, sob rastreio e se necessário de confirmação, para avaliação do
pena de crime de desobediência qualificada. estado de influenciado por substâncias psicotrópicas;
4 — As despesas originadas pelo exame a que se refere b) Os condutores, caso o exame de rastreio seja posi-
a parte final do n.º 1 são suportadas pelo examinando, tivo, de que ficam impedidos de conduzir pelo período de
salvo se resultarem de contraprova com resultado negativo 48 horas, salvo se, antes de decorrido aquele período, apre-
requerida ao abrigo do n.º 2 do artigo anterior. sentarem resultado negativo em novo exame de rastreio;
c) As pessoas que se propuserem iniciar a condução nas
Artigo 155.º circunstâncias previstas no n.º 1 e que apresentem resultado
positivo em exame de rastreio de que ficam impedidas
Imobilização do veículo de conduzir pelo período de 48 horas, salvo se, antes de
1 — Para garantir o cumprimento do disposto no n.º 1 decorrido aquele período, se submeterem a novo exame
do artigo anterior deve o veículo ser imobilizado ou remo- de rastreio que apresente resultado negativo.
vido para parque ou local apropriado, providenciando-se,
sempre que tal se mostre indispensável, o encaminhamento 4 — Quando o exame de rastreio realizado aos condu-
dos ocupantes do veículo. tores e peões nos termos dos n.os 1 e 2 apresentar resultado
2 — Todas as despesas originadas pelos procedimentos positivo, devem aqueles submeter-se aos exames comple-
previstos no número anterior são suportadas pelo condutor. mentares necessários, sob pena de crime de desobediência.
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5491
4 — Nos casos previstos nas alíneas b) e e) do n.º 1, 5 — Nos casos previstos nas alíneas c) a j) do n.º 1, o
deve ser passada guia válida apenas para o percurso até titular do documento de identificação pode ser designado
ao local de destino do veículo. fiel depositário do respetivo veículo.
5 — Deve ainda ser passada guia de substituição do 6 — No caso de acidente, a apreensão referida na alí-
documento de identificação do veículo, válida para os nea f) do n.º 1 mantém-se até que se mostrem satisfeitas as
percursos necessários às reparações a efetuar para regu- indemnizações dele derivadas ou, se o respetivo montante
larização da situação do veículo, bem como para a sua não tiver sido determinado, até que seja prestada caução por
apresentação a inspeção. quantia equivalente ao valor mínimo do seguro obrigatório,
6 — Nas situações previstas nas alíneas f) e h) do n.º 1, sem prejuízo da prova da efetivação de seguro.
quando se trate de avarias de fácil reparação nas luzes, 7 — Excetuam-se do disposto na primeira parte do nú-
pneumáticos ou chapa de matrícula, pode ser emitida guia mero anterior os casos em que as indemnizações tenham
válida para apresentação do veículo com a avaria reparada, sido satisfeitas pelo Fundo de Garantia Automóvel nos
em posto policial, no prazo máximo de oito dias, sendo, termos de legislação própria.
neste caso, as coimas aplicáveis reduzidas para metade 8 — Quem for titular do documento de identificação do
nos seus limites mínimos e máximos. veículo responde pelo pagamento das despesas causadas
7 — (Revogado.) pela sua apreensão.
8 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 6, quem con-
duzir veículo cujo documento de identificação tenha sido
apreendido é sancionado com coima de € 300 a € 1500. CAPÍTULO III
Abandono, bloqueamento e remoção de veículos
Artigo 162.º
Apreensão de veículos Artigo 163.º
1 — O veículo deve ser apreendido pelas autoridades de Estacionamento indevido ou abusivo
investigação criminal ou de fiscalização ou seus agentes 1 — Considera-se estacionamento indevido ou abusivo:
quando:
a) O de veículo, durante 30 dias ininterruptos, em local
a) Transite com números de matrícula que não lhe cor- da via pública ou em parque ou zona de estacionamento
respondam ou não tenham sido legalmente atribuídos; isentos do pagamento de qualquer taxa;
b) Transite sem chapas de matrícula ou não se encontre b) O de veículo, em parque de estacionamento, quando
matriculado, salvo nos casos previstos por lei; as taxas correspondentes a cinco dias de utilização não
c) Transite com números de matrícula que não sejam tiverem sido pagas;
válidos para o trânsito em território nacional; c) O de veículo, em zona de estacionamento condicio-
d) Transite estando o respetivo documento de identifi- nado ao pagamento de taxa, quando esta não tiver sido
cação apreendido, salvo se este tiver sido substituído por paga ou tiverem decorrido duas horas para além do período
guia passada nos termos do artigo anterior; de tempo pago;
e) O respetivo registo de propriedade ou a titularidade d) O de veículo que permanecer em local de estaciona-
do documento de identificação não tenham sido regulari- mento limitado mais de duas horas para além do período
zados no prazo legal; de tempo permitido;
f) Não tenha sido efetuado seguro de responsabilidade e) O de veículos agrícolas, máquinas industriais, rebo-
civil nos termos da lei; ques e semirreboques não atrelados ao veículo trator e o de
g) Não compareça à inspeção prevista no n.º 2 do ar- veículos publicitários que permaneçam no mesmo local por
tigo 116.º, sem que a falta seja devidamente justificada; tempo superior a 72 horas, ou a 30 dias, se estacionarem
h) Transite sem ter sido submetido a inspeção para con- em parques a esse fim destinados;
firmar a correção de anomalias verificadas em anterior f) O que se verifique por tempo superior a 48 horas,
inspeção, em que reprovou, no prazo que lhe for fixado; quando se trate de veículos que apresentem sinais exte-
i) A apreensão seja determinada ao abrigo do disposto riores evidentes de abandono, de inutilização ou de im-
no n.º 3 do artigo 147.º; possibilidade de se deslocarem com segurança pelos seus
j) A apreensão seja determinada ao abrigo do disposto próprios meios;
no n.º 6 do artigo 114.º ou no n.º 3 do artigo 115.º; g) O de veículos ostentando qualquer informação com
l) A apreensão seja determinada ao abrigo do disposto vista à sua transação, em parque de estacionamento;
nos n.os 5 e 6 do artigo 174.º h) O de veículos sem chapa de matrícula ou com chapa
que não permita a correta leitura da matrícula.
2 — Nos casos previstos no número anterior, o veículo
não pode manter-se apreendido por mais de 90 dias devido 2 — Os prazos previstos nas alíneas a) e e) do número
a negligência do titular do respetivo documento de identi-
anterior não se interrompem, desde que os veículos sejam
ficação em promover a regularização da sua situação, sob
apenas deslocados de um para outro lugar de estaciona-
pena de perda do mesmo a favor do Estado.
mento, ou se mantenham no mesmo parque ou zona de
3 — Quando o veículo for apreendido é lavrado auto
estacionamento.
de apreensão, notificando-se o titular do documento de
Artigo 164.º
identificação do veículo da cominação prevista no número
anterior. Bloqueamento e remoção
4 — Nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1, 1 — Podem ser removidos os veículos que se encontrem:
o veículo é colocado à disposição da autoridade judicial
competente, sempre que tiver sido instaurado procedimento a) Estacionados indevida ou abusivamente, nos termos
criminal. do artigo anterior;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5493
levantamento do veículo pelo titular do documento de podem ser atribuídas à câmara municipal competente
identificação, se terminar depois daquele. para aprovar a localização do parque ou zona de esta-
5 — O veículo deve ser entregue ao credor hipotecário cionamento, por designação do membro do Governo
logo que se mostrem pagas todas as despesas ocasionadas responsável pela área da administração interna, mediante
pela remoção e depósito, devendo o pagamento ser feito proposta da câmara municipal, com parecer favorável da
dentro dos oito dias seguintes ao termo do último dos ANSR, desde que reunidas as condições definidas por
prazos a que se refere o artigo anterior. portaria do membro do Governo responsável pela área
6 — O credor hipotecário tem o direito de exigir do da administração interna.
titular do documento de identificação as despesas referidas
no número anterior e as que efetuar na qualidade de fiel Artigo 169.º-A
depositário.
Forma dos atos processuais
Artigo 168.º 1 — Os atos processuais podem ser praticados em su-
Penhora porte informático com aposição de assinatura eletrónica
qualificada.
1 — Quando o veículo tenha sido objeto de penhora ou 2 — Os atos processuais e documentos assinados nos
ato equivalente, a autoridade que procedeu à remoção deve termos do número anterior substituem e dispensam para
informar o tribunal das circunstâncias que a justificaram. quaisquer efeitos a assinatura autografa no processo em
2 — No caso previsto no número anterior, o veículo suporte de papel.
deve ser entregue à pessoa que para o efeito o tribunal 3 — Para os efeitos previstos nos números anteriores,
designar como fiel depositário, sendo dispensado o paga- apenas pode ser utilizada a assinatura eletrónica qualificada
mento prévio das despesas de remoção e depósito. de acordo com os requisitos legais e regulamentares exi-
3 — Na execução, os créditos pelas despesas de remo- gíveis pelo Sistema de Certificação Eletrónica do Estado.
ção e depósito gozam de privilégio mobiliário especial.
CAPÍTULO II
TÍTULO VIII
Processamento
Do processo
Artigo 170.º
CAPÍTULO I Auto de notícia e de denúncia
1 — Se, em qualquer ato de fiscalização, o condutor a) Proceder ao pagamento voluntário da coima, nos
termos e com os efeitos estabelecidos no artigo 172.º;
ou o titular do documento de identificação do veículo não
b) Apresentar defesa e, querendo, indicar testemunhas,
tiverem cumprido as sanções pecuniárias que anteriormente
até ao limite de três, e outros meios de prova;
lhes foram aplicadas a título definitivo, o condutor deve
c) Requerer atenuação especial ou suspensão da sanção
proceder, de imediato, ao seu pagamento.
acessória e, querendo, indicar testemunhas, até ao limite
2 — Se o pagamento não for efetuado de imediato, deve de três, e outros meios de prova;
proceder-se nos seguintes termos: d) Requerer o pagamento da coima em prestações, desde
a) Se a sanção respeitar ao condutor, é apreendido o que o valor mínimo da coima aplicável seja igual ou su-
título de condução; perior a € 200.
b) Se a sanção respeitar ao titular do documento de
identificação do veículo, são apreendidos o título de iden- 3 — A defesa e os requerimentos previstos no número
tificação do veículo e o título de registo de propriedade; anterior devem ser apresentados por escrito, em língua
c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for, simultane- portuguesa e conter os seguintes elementos:
amente, titular do documento de identificação do veículo, a) Número do auto de contraordenação;
são apreendidos todos os documentos referidos nas alíneas b) Identificação do arguido, através do nome;
anteriores. c) Exposição dos factos, fundamentação e pedido;
d) Assinatura do arguido ou, caso existam, do manda-
3 — Nos casos previstos no número anterior, a apreen- tário ou representante legal.
são dos documentos tem caráter provisório, sendo emitidas
guias de substituição dos mesmos, válidas por 15 dias. 4 — O arguido, na defesa deve indicar expressamente
4 — Os documentos apreendidos nos termos do número os factos sobre os quais incide a prova, sob pena de inde-
anterior são devolvidos pela entidade autuante se as quan- ferimento das provas apresentadas.
tias em dívida forem pagas naquele prazo. 5 — O requerimento previsto na alínea d) do n.º 2,
5 — Se o pagamento não for efetuado no prazo referido bem como os requerimentos para consulta do processo
no n.º 3, procede-se à apreensão do veículo, devendo a en- ou para identificação do autor da contraordenação nos
tidade autuante remeter os documentos apreendidos para a termos do n.º 3 do artigo 171.º, devem ser apresentados
unidade desconcentrada da Guarda Nacional Republicana em impresso de modelo aprovado por despacho do presi-
ou da Polícia de Segurança Pública da área onde foi reali- dente da ANSR.
zada a ação de fiscalização, que asseguram, em colaboração Artigo 176.º
com a ANSR, a interação presencial com os cidadãos no
Notificações
âmbito do processo contraordenacional rodoviário.
6 — Se não tiverem sido cumpridas as sanções acessó- 1 — As notificações efetuam-se:
rias de inibição de conduzir ou de apreensão do veículo,
a) Por contacto pessoal com o notificando no lugar em
procede-se à apreensão efetiva do título de condução ou
que for encontrado;
do veículo, conforme o caso, para cumprimento da res- b) Mediante carta registada com aviso de receção expe-
petiva sanção. dida para o domicílio ou sede do notificando;
7 — O veículo apreendido responde pelo pagamento c) Mediante carta simples expedida para o domicílio ou
das quantias devidas. sede do notificando.
Artigo 175.º 2 — A notificação por contacto pessoal deve ser efe-
Comunicação da infração e direito de audição e defesa do arguido tuada, sempre que possível, no ato de autuação, podendo
ainda ser utilizada quando o notificando for encontrado
1 — Após o levantamento do auto, o arguido deve ser pela entidade competente.
notificado: 3 — A notificação por contacto pessoal pode ainda ser
a) Dos factos constitutivos da infração; utilizada para qualquer outro ato do processo se o notifi-
b) Da legislação infringida e da que sanciona os factos; cando for encontrado pela entidade competente.
c) Das sanções aplicáveis; 4 — Se não for possível, no ato de autuação, proceder
d) Do prazo concedido e do local para a apresentação nos termos do n.º 2 ou se estiver em causa qualquer outro
da defesa, bem como do prazo e local para apresentação ato, a notificação pode ser efetuada através de carta regis-
do requerimento para atenuação especial ou suspensão da tada com aviso de receção, expedida para o domicílio ou
sanção acessória; sede do notificando.
e) Da possibilidade de pagamento voluntário da coima 5 — Se, por qualquer motivo, a carta prevista no número
pelo mínimo, nos termos e com os efeitos referidos no anterior for devolvida à entidade remetente, a notificação
artigo 172.º, do prazo e modo de o efetuar, bem como das é reenviada ao notificando, para o seu domicílio ou sede,
consequências do não pagamento; através de carta simples.
f) Da possibilidade de requerer o pagamento da coima 6 — Nas infrações relativas ao exercício da condução
em prestações, no local e prazo indicados para a apresen- ou às disposições que condicionem a admissão do veículo
tação da defesa; ao trânsito nas vias públicas, considera-se domicílio do
g) Do prazo para identificação do autor da infração, notificando, para efeitos do disposto nos n.os 4 e 5:
nos termos e com os efeitos previstos nos n.os 3 e 5 do a) O que consta na base de dados da AT como domicílio
artigo 171.º fiscal;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5497
tando de acontecimentos passados, não são reconhecidas gestão orçamental equilibrada, incluindo as responsabili-
porque: dades contingentes por si assumidas.
3 — As autarquias locais não podem assumir compro-
i) Não é provável que um exfluxo de recursos, que in- missos que coloquem em causa a estabilidade orçamental.
corpora benefícios económicos ou um potencial de serviço,
seja exigido para liquidar as obrigações; ou Artigo 6.º
ii) O montante das obrigações não pode ser mensurado
com suficiente fiabilidade. Princípio da autonomia financeira
1 — As autarquias locais têm património e finanças
CAPÍTULO II próprios, cuja gestão compete aos respetivos órgãos.
2 — A autonomia financeira das autarquias locais assenta,
Princípios fundamentais nomeadamente, nos seguintes poderes dos seus órgãos:
a) Elaborar, aprovar e modificar as opções do plano,
Artigo 3.º
orçamentos e outros documentos previsionais, bem como
Princípios fundamentais elaborar e aprovar os correspondentes documentos de pres-
tação de contas;
1 — O setor local está sujeito aos princípios consagra- b) Gerir o seu património, bem como aquele que lhes
dos na Lei de Enquadramento Orçamental, aprovada pela seja afeto;
Lei n.º 91/2001, de 20 de agosto, alterada pela Lei Orgânica c) Exercer os poderes tributários que legalmente lhes
n.º 2/2002, de 28 de agosto, e pelas Leis n.os 23/2003, de estejam atribuídos;
2 de julho, 48/2004, de 24 de agosto, 48/2010, de 19 de d) Liquidar, arrecadar, cobrar e dispor das receitas que
outubro, 22/2011, de 20 de maio, e 52/2011, de 13 de por lei lhes sejam destinadas;
outubro, e alterada e republicada pela Lei n.º 37/2013, de e) Ordenar e processar as despesas legalmente autori-
14 de junho, que expressamente o refiram. zadas;
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a f) Aceder ao crédito, nas situações previstas na lei.
atividade financeira das autarquias locais desenvolve-se
com respeito pelos seguintes princípios: Artigo 7.º
a) Princípio da legalidade; Princípio da transparência
b) Princípio da estabilidade orçamental;
c) Princípio da autonomia financeira; 1 — A atividade financeira das autarquias locais está
d) Princípio da transparência; sujeita ao princípio da transparência, que se traduz num
e) Princípio da solidariedade nacional recíproca; dever de informação mútuo entre estas e o Estado, bem
f) Princípio da equidade intergeracional; como no dever de divulgar aos cidadãos, de forma acessível
g) Princípio da justa repartição dos recursos públicos e rigorosa, a informação sobre a sua situação financeira.
entre o Estado e as autarquias locais; 2 — O princípio da transparência aplica-se igualmente à
h) Princípio da coordenação entre finanças locais e informação financeira respeitante às entidades participadas
por autarquias locais e entidades intermunicipais que não
finanças do Estado;
integrem o setor local, bem como às concessões municipais
i) Princípio da tutela inspetiva.
e parcerias público-privadas.
3 — Os princípios previstos no presente capítulo são Artigo 8.º
aplicáveis, com as devidas adaptações, à atividade finan-
ceira das restantes entidades do setor local. Princípio da solidariedade nacional recíproca
1 — O Estado e as autarquias locais estão vinculados a
Artigo 4.º um dever de solidariedade nacional recíproca que obriga à
Princípio da legalidade contribuição proporcional do setor local para o equilíbrio
das contas públicas nacionais.
1 — A atividade financeira das autarquias locais exerce- 2 — Tendo em vista assegurar a consolidação orça-
se no quadro da Constituição, da lei, das regras de direito da mental das contas públicas, em situações excecionais e
União Europeia e das restantes obrigações internacionais transitórias, podem ser estabelecidos, através da Lei do
assumidas pelo Estado Português. Orçamento do Estado, limites adicionais à dívida total
2 — São nulas as deliberações de qualquer órgão das autárquica, bem como à prática de atos que determinem a
autarquias locais que envolvam o exercício de poderes tri- assunção de encargos financeiros com impacto nas contas
butários, determinem o lançamento de taxas não previstas públicas pelas autarquias locais.
na lei ou que determinem ou autorizem a realização de 3 — No âmbito do presente princípio, a Lei do Orça-
despesas não permitidas por lei. mento do Estado pode determinar transferências do Orça-
mento do Estado de montante inferior àquele que resultaria
Artigo 5.º das leis financeiras especialmente aplicáveis a cada subse-
Princípio da estabilidade orçamental tor, sem prejuízo dos compromissos assumidos pelo Estado
nas áreas da solidariedade e da segurança social.
1 — As autarquias locais estão sujeitas, na aprovação e 4 — A possibilidade de redução prevista no número
execução dos seus orçamentos, ao princípio da estabilidade anterior depende sempre da verificação de circunstâncias
orçamental. excecionais imperiosamente exigidas pela rigorosa obser-
2 — A estabilidade orçamental pressupõe a sustenta- vância das obrigações decorrentes do Programa de Estabili-
bilidade financeira das autarquias locais, bem como uma dade e Crescimento e dos princípios da proporcionalidade,
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5501
do não arbítrio e da solidariedade recíproca, e carece de líticas de convergência a que Portugal se tenha vinculado
audição prévia dos órgãos constitucional e legalmente no seio da União Europeia.
competentes dos subsetores envolvidos. 2 — A coordenação referida no número anterior efe-
tua-se através do Conselho de Coordenação Financeira,
Artigo 9.º sendo as autarquias locais ouvidas antes da preparação
do Programa de Estabilidade e Crescimento e da Lei do
Princípio da equidade intergeracional
Orçamento do Estado, nomeadamente quanto à sua parti-
1 — A atividade financeira das autarquias locais está cipação nos recursos públicos e à evolução do montante
subordinada ao princípio da equidade na distribuição de global da dívida total autárquica.
benefícios e custos entre gerações, de modo a não onerar 3 — Para efeitos do disposto no presente artigo, podem
excessivamente as gerações futuras, salvaguardando as igualmente ser estabelecidos deveres de informação e re-
suas legítimas expetativas através de uma distribuição porte adicionais tendo em vista habilitar as autoridades na-
equilibrada dos custos pelos vários orçamentos num qua- cionais com a informação agregada relativa à organização
dro plurianual. e gestão de órgãos e serviços das autarquias locais.
2 — O princípio da equidade intergeracional implica a
apreciação da incidência orçamental: Artigo 12.º
a) Das medidas e ações incluídas no plano plurianual Conselho de Coordenação Financeira
de investimentos; 1 — O Conselho de Coordenação Financeira (CCF) é
b) Do investimento em capacitação humana cofinan- composto por:
ciado pela autarquia;
c) Dos encargos com os passivos financeiros da au- a) Um representante do membro do Governo respon-
tarquia; sável pela área das finanças;
d) Das necessidades de financiamento das entidades b) Um representante do membro do Governo respon-
participadas pela autarquia; sável pela área das autarquias locais;
e) Dos compromissos orçamentais e das responsabili- c) Um representante da Direção-Geral do Orçamento;
dades contingentes; d) Um representante do Gabinete de Planeamento, Es-
f) Dos encargos explícitos e implícitos em parcerias tratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério
público-privadas, concessões e demais compromissos fi- das Finanças;
nanceiros de caráter plurianual; e) Um representante da Autoridade Tributária e Adu-
g) Da despesa fiscal, nomeadamente compromissos aneira (AT);
futuros decorrentes de isenções fiscais concedidas, pelos f) Um representante da Direção-Geral das Autarquias
Locais (DGAL);
municípios, ao abrigo do artigo 16.º.
g) Dois representantes da Associação Nacional de Mu-
nicípios Portugueses (ANMP);
Artigo 10.º
h) Dois representantes da Associação Nacional de Fre-
Princípio da justa repartição dos recursos públicos guesias (ANAFRE).
entre o Estado e as autarquias locais
1 — A atividade financeira das autarquias locais de- 2 — Os representantes previstos nas alíneas a) a f) do
senvolve-se no respeito pelo princípio da estabilidade das número anterior são designados por despacho dos membros
relações financeiras entre o Estado e as autarquias locais, do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das
devendo ser garantidos os meios adequados e necessários autarquias locais.
à prossecução do quadro de atribuições e competências 3 — O CCF é presidido pelo representante do membro
que lhes é cometido nos termos da lei. do Governo responsável pela área das finanças, a quem
2 — A participação de cada autarquia local nos recur- compete convocar as reuniões e dirigir os respetivos tra-
sos públicos é determinada nos termos e de acordo com balhos.
os critérios previstos na presente lei, visando o equilíbrio 4 — O CCF reúne ordinariamente duas vezes por ano,
financeiro vertical e horizontal. até 15 de março e até 15 de setembro, antes da apresentação
do Programa de Estabilidade e Crescimento e da Lei do
3 — O equilíbrio financeiro vertical visa adequar os
Orçamento do Estado, respetivamente, e, extraordinaria-
recursos de cada nível de administração às respetivas atri-
mente, por iniciativa do seu presidente ou de um terço dos
buições e competências, nos termos da lei.
seus membros.
4 — O equilíbrio financeiro horizontal pretende pro- 5 — Nas reuniões ordinárias do CCF participa um repre-
mover a correção de desigualdades entre autarquias do sentante do Conselho de Finanças Públicas, com estatuto
mesmo grau resultantes, designadamente, de diferentes de observador.
capacidades na arrecadação de receitas ou de diferentes 6 — Ao CCF compete promover a troca de informação
necessidades de despesa. entre os seus membros, nomeadamente entre os represen-
tantes da administração central e das autarquias locais.
Artigo 11.º 7 — Os membros do CCF têm acesso antecipado, no-
Princípio da coordenação entre finanças meadamente à seguinte informação:
locais e finanças do Estado
a) Projeções dos principais agregados macroeconómi-
1 — A coordenação entre finanças locais e finanças do cos com influência no Orçamento do Estado, na segunda
Estado tem especialmente em conta o desenvolvimento reunião ordinária do ano;
equilibrado de todo o País e a necessidade de atingir os b) Linhas gerais da política orçamental do Governo, nome-
objetivos e metas orçamentais traçados no âmbito das po- adamente quanto às medidas com impacto na receita fiscal;
5502 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
c) Aos documentos de prestação de contas relativas ao h) O rendimento de bens próprios, móveis ou imóveis,
exercício anterior, ainda que numa versão provisória, na por eles administrados, dados em concessão ou cedidos
primeira reunião ordinária do ano; para exploração;
d) Estimativas da execução orçamental do exercício em i) A participação nos lucros de sociedades e nos resulta-
curso, na segunda reunião ordinária do ano; dos de outras entidades em que o município tome parte;
e) Projetos dos quadros plurianuais de programação j) O produto de heranças, legados, doações e outras
orçamental, ainda que numa versão provisória, na segunda liberalidades a favor do município;
reunião ordinária do ano. k) O produto da alienação de bens próprios, móveis ou
imóveis;
8 — Pode, ainda, ser definida a prestação de informação l) O produto de empréstimos, incluindo os resultantes
adicional à estabelecida no número anterior, mediante da emissão de obrigações municipais;
regulamento a aprovar para o efeito pelo CCF. m) Outras receitas estabelecidas por lei ou regulamento
9 — A informação referida nas alíneas c) a e) do n.º 7 é a favor dos municípios.
disponibilizada pelo CCF no Sistema Integrado de Infor-
Artigo 15.º
mação das Autarquias Locais (SIIAL), até 10 dias antes
da data da realização da reunião respetiva. Poderes tributários
10 — O CCF remete aos membros do Governo respon- Os municípios dispõem de poderes tributários relativa-
sáveis pelas áreas das finanças e das autarquias locais, até mente a impostos e outros tributos a cuja receita tenham
30 dias após a realização das reuniões previstas no n.º 4, direito, nomeadamente:
um relatório onde conste a informação trocada e as res-
petivas conclusões. a) Acesso à informação atualizada dos impostos mu-
nicipais e da derrama, liquidados e cobrados, quando a
Artigo 13.º liquidação e cobrança seja assegurada pelos serviços do
Estado, nos termos do n.º 6 do artigo 17.º;
Princípio da tutela inspetiva b) Possibilidade de liquidação e cobrança dos impostos
1 — O Estado exerce tutela inspetiva sobre as autarquias e outros tributos a cuja receita tenham direito, nos termos
locais e as restantes entidades do setor local, a qual abrange a definir por diploma próprio;
c) Possibilidade de cobrança coerciva de impostos e
a respetiva gestão patrimonial e financeira.
outros tributos a cuja receita tenham direito, nos termos a
2 — A tutela inspetiva só pode ser exercida segundo as definir por diploma próprio;
formas e nos casos previstos na lei, salvaguardando sempre d) Concessão de isenções e benefícios fiscais, nos ter-
a democraticidade e a autonomia do poder local. mos do n.º 2 do artigo seguinte;
e) Compensação pela concessão de benefícios fiscais
relativos a impostos e outros tributos a cuja receita tenham
TÍTULO II direito, por parte do Governo, nos termos do n.º 4 do artigo
Autarquias locais seguinte;
f) Outros poderes previstos em legislação tributária.
em caso de discordância expressa do respetivo município para os municípios de receitas tributárias que lhes sejam
comunicada dentro daquele prazo, através de verba a ins- próprias.
crever na Lei do Orçamento do Estado. 9 — Os créditos tributários ainda pendentes por referên-
5 — Para efeitos do número anterior, consideram-se cia a impostos abolidos são considerados para efeitos de
grandes projetos de investimento, aqueles que estão defi- cálculo das transferências para os municípios relativamente
nidos nos termos e nos limites do n.º 1 do artigo 41.º do aos impostos que lhes sucederam.
Estatuto dos Benefícios Fiscais.
6 — Os municípios são ouvidos antes da concessão, por Artigo 18.º
parte do Estado, de isenções fiscais subjetivas relativas a
Derrama
impostos municipais, no que respeita à fundamentação da
decisão de conceder a referida isenção, e são informados 1 — Os municípios podem deliberar lançar anualmente
quanto à despesa fiscal envolvida, havendo lugar a com- uma derrama, até ao limite máximo de 1,5 %, sobre o
pensação em caso de discordância expressa do respetivo lucro tributável sujeito e não isento de imposto sobre o
município. rendimento das pessoas coletivas (IRC), que corresponda
7 — Excluem-se do disposto do número anterior as à proporção do rendimento gerado na sua área geográfica
isenções automáticas e as que decorram de obrigações por sujeitos passivos residentes em território português
de direito internacional a que o Estado Português esteja que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza
vinculado. comercial, industrial ou agrícola e não residentes com
8 — Os municípios têm acesso à respetiva informação estabelecimento estável nesse território.
desagregada respeitante à despesa fiscal adveniente da 2 — Para efeitos de aplicação do disposto no número
concessão de benefícios fiscais relativos aos impostos anterior, sempre que os sujeitos passivos tenham estabe-
municipais. lecimentos estáveis ou representações locais em mais de
9 — Nos termos do princípio da legalidade tributária, um município e matéria coletável superior a € 50 000 o
as isenções totais ou parciais previstas no presente artigo lucro tributável imputável à circunscrição de cada muni-
apenas podem ser concedidas pelos municípios quando cípio é determinado pela proporção entre os gastos com a
exista lei que defina os termos e condições para a sua massa salarial correspondente aos estabelecimentos que o
atribuição. sujeito passivo nele possua e a correspondente à totalidade
dos seus estabelecimentos situados em território nacional.
Artigo 17.º 3 — Quando o volume de negócios de um sujeito pas-
Liquidação e cobrança dos impostos sivo resulte em mais de 50 % da exploração de recursos
naturais que tornem inadequados os critérios estabelecidos
1 — Os impostos municipais são liquidados e cobrados nos números anteriores, podem os municípios interessa-
nos termos previstos na respetiva legislação. dos propor, fundamentadamente, a fixação de um critério
2 — As câmaras municipais podem deliberar proceder específico de repartição da derrama, o qual, após audição
à cobrança dos impostos municipais, pelos seus próprios do sujeito passivo e dos restantes municípios interessados,
serviços ou pelos serviços da entidade intermunicipal é fixado por despacho dos membros do Governo respon-
que integram, desde que correspondente ao território da sáveis pelas áreas das finanças e das autarquias locais.
NUTS III, nos termos a definir por diploma próprio. 4 — A assembleia municipal pode, sob proposta da
3 — Os municípios que integram entidades intermu- câmara municipal, deliberar lançar uma taxa reduzida de
nicipais podem transferir a competência de cobrança dos derrama para os sujeitos passivos com um volume de ne-
impostos municipais para o serviço competente daque- gócios no ano anterior que não ultrapasse € 150 000.
las entidades, nos termos a definir por diploma próprio. 5 — Nos casos não abrangidos pelo n.º 2, considera-se
4 — Quando a liquidação e ou cobrança dos impostos que o rendimento é gerado no município em que se situa a
municipais seja assegurada pelos serviços do Estado, os sede ou a direção efetiva do sujeito passivo ou, tratando-
respetivos encargos não podem exceder: se de sujeitos passivos não residentes, no município em
a) Pela liquidação, 1,5 % dos montantes liquidados; ou que se situa o estabelecimento estável onde, nos termos
b) Pela liquidação e cobrança, 2,5 % dos montantes do artigo 125.º do Código do IRC, esteja centralizada a
cobrados. contabilidade.
6 — Entende-se por massa salarial o valor dos gastos
5 — A receita líquida dos encargos a que se refere o relativos a despesas efetuadas com o pessoal e reconhe-
número anterior é transferida pelos serviços do Estado cidos no exercício a título de remunerações, ordenados
para o município titular da receita até ao último dia útil ou salários.
do mês seguinte ao do pagamento. 7 — Os sujeitos passivos abrangidos pelo n.º 2 indicam
6 — A AT fornece à ANMP informação, desagregada na declaração periódica de rendimentos a massa salarial
por municípios, relativa às relações financeiras entre o correspondente a cada município e efetuam o apuramento
Estado e o conjunto dos municípios e fornece a cada mu- da derrama que seja devida.
nicípio informação relativa à liquidação e cobrança de 8 — Quando seja aplicável o regime especial de tribu-
impostos municipais e transferências de receita para o tação dos grupos de sociedades, a derrama incide sobre
município. o lucro tributável individual de cada uma das sociedades
7 — A informação referida no número anterior é dis- do grupo, sem prejuízo do disposto no artigo 115.º do
ponibilizada por via eletrónica e atualizada mensalmente, Código do IRC.
tendo cada município acesso apenas à informação relativa 9 — A deliberação a que se refere o n.º 1 deve ser co-
à sua situação financeira. municada por via eletrónica pela câmara municipal à AT
8 — São devidos juros de mora por parte da adminis- até ao dia 31 de dezembro do ano anterior ao da cobrança
tração central quando existam atrasos nas transferências por parte dos serviços competentes do Estado.
5504 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
destes impostos no penúltimo ano relativamente àquele a 2 — A participação geral de cada município no FEF
que a Lei do Orçamento do Estado se refere, excluindo: resulta da soma das parcelas referentes ao FGM e ao FCM.
3 — Os municípios com maior capitação de receitas
a) A participação referida na alínea c) do número anterior; municipais, nos termos dos n.os 1, 2 e 4 do artigo 33.º, são
b) No que respeita ao IVA, a receita consignada, de contribuintes líquidos do FCM.
caráter excecional ou temporário, a outros subsetores das
administrações públicas. Artigo 28.º
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, en- Fundo Geral Municipal
tende-se por receita líquida o valor inscrito no mapa de O FGM corresponde a uma transferência financeira do
execução orçamental, segundo a classificação económica, Estado que visa dotar os municípios de condições finan-
respeitante aos serviços integrados. ceiras adequadas ao desempenho das suas atribuições,
4 — Para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 1, em função dos respetivos níveis de funcionamento e in-
considera-se como domicílio fiscal o do sujeito passivo vestimento.
identificado em primeiro lugar na respetiva declaração Artigo 29.º
de rendimentos.
Artigo 26.º Fundo de Coesão Municipal
ministrativo afeto a estes programas, transportes e interface 2 — Para efeitos do disposto na alínea b) do número
com outros serviços municipais de saúde e de ação social; anterior, a população de cada município é ponderada de
f) As despesas de funcionamento de programas de promo- acordo com os seguintes ponderadores marginais:
ção da saúde desenvolvidos nos centros de saúde e nas escolas;
g) As despesas de funcionamento de creches, estabeleci- a) Os primeiros 5000 habitantes — 3;
mentos de educação pré-escolar, equipamentos na área dos b) De 5001 a 10 000 habitantes — 1;
idosos, designadamente estruturas residenciais e centros c) De 10 001 a 20 000 habitantes — 0,25;
de dia, nomeadamente as remunerações do pessoal, os d) De 20 001 a 40 000 habitantes — 0,5;
serviços de alimentação e atividades culturais, científicas e) De 40 001 a 80 000 habitantes — 0,75;
e desportivas levadas a cabo no quadro de assistência aos f) Mais de 80 000 habitantes — 1.
utentes daqueles serviços;
h) As despesas de funcionamento de programas de ação 3 — Os elementos e os indicadores para aplicação dos
social de âmbito municipal no domínio do combate à to- critérios referidos nos números anteriores são comunica-
xicodependência e da inclusão social. dos, de forma discriminada, à Assembleia da República,
juntamente com a proposta de Lei do Orçamento do Estado.
3 — As despesas de funcionamento previstas no número
anterior podem, na parte aplicável, integrar a aplicação de Artigo 33.º
programas municipais de promoção da igualdade de gé-
nero, nomeadamente na perspetiva integrada da promoção Compensação associada ao Fundo de Coesão Municipal
da conciliação da vida profissional e familiar, da inclusão 1 — A CF de cada município é diferente consoante
social e da proteção das vítimas de violência. esteja acima ou abaixo de 1,25 vezes a capitação média
nacional (CMN) da soma das coletas dos impostos mu-
Artigo 31.º nicipais referidos na alínea a) do artigo 14.º e da partici-
Transferências financeiras para os municípios pação no IRS referida na alínea c) do n.º 1 do artigo 25.º.
1 — São anualmente inscritos na Lei do Orçamento do 2 — Entende-se por CMN o quociente da soma dos
Estado os montantes e as datas das transferências financei- impostos municipais referidos na alínea a) do artigo 14.º
ras correspondentes às receitas municipais previstas nas pela população residente mais a média diária das dormidas
alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 25.º. em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo.
2 — Os montantes correspondentes à participação dos 3 — Quando a capitação média do município (CMMi)
municípios nas receitas referidas no número anterior, com seja inferior a 0,75 vezes a CMN, a CF assume um valor
exceção da relativa ao FEF, são inscritos nos orçamentos positivo igual à diferença entre ambas multiplicadas pela
municipais como receitas correntes e transferidos por duo- população residente mais a média diária das dormidas em
décimos até ao dia 15 do mês correspondente. estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo de
3 — Cada município, através do seu órgão executivo, acordo com a seguinte fórmula:
pode decidir da repartição dos montantes referidos na alí- CFi = (1,25 * CMN − CMMi) * Ni
nea a) do n.º 1 do artigo 25.º entre receita corrente e de ca-
pital, não podendo a receita corrente exceder 90 % do FEF.
em que CMN é a capitação média nacional, CMMi é a ca-
4 — Os municípios informam a DGAL, anualmente,
até 30 de junho do ano anterior ao ano a que respeita o pitação média do município e Ni é a população residente,
orçamento, de qual a percentagem do FEF que deve ser mais a média diária das dormidas em estabelecimentos
considerada como transferência corrente, na ausência da hoteleiros e parques de campismo no município i.
qual é considerada a percentagem de 90 %. 4 — Quando a CMMi seja, em três anos consecutivos,
5 — A DGAL indica, até 31 de agosto de cada ano, os superior a 1,25 vezes a CMN, a CF assume um valor ne-
valores das transferências a efetuar para os municípios no gativo igual a 22 % da diferença entre ambas multiplicadas
ano seguinte. pela população residente, mais a média diária das dormidas
Artigo 32.º em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo de
acordo com a seguinte fórmula:
Distribuição do Fundo Geral Municipal
CFi = 0,22 (1,25 CMN − CMMi) * Ni
1 — A distribuição do FGM pelos municípios obedece
aos seguintes critérios:
5 — O valor global do FCM menos a CF a atribuir aos
a) 5 % igualmente por todos os municípios; municípios, mais as compensações fiscais dos municípios
b) 65 % na razão direta da população, ponderada nos contribuintes líquidos para o FCM é destinado à CDO.
termos do número seguinte, e da média diária de dormidas 6 — O montante definido no número anterior é distri-
em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo, buído por cada município na razão direta do resultado da
sendo a população residente das Regiões Autónomas pon- seguinte fórmula:
derada pelo fator 1,3;
c) 25 % na razão direta da área ponderada por um fator N (índice i) * IDO (índice i) com IDO (índice i) =
de amplitude altimétrica do município e 5 % na razão direta = IDS − IDS (índice i)
da área afeta à Rede Natura 2000 e da área protegida; ou
d) 20 % na razão direta da área ponderada por um fator em que N (índice i) é a população residente no município i,
de amplitude altimétrica do município e 10 % na razão IDO (índice i) é o índice municipal de desigualdade de
direta da área afeta à Rede Natura 2000 e da área protegida, oportunidades do município, IDS é o índice nacional de
nos municípios com mais de 70 % do seu território afeto desenvolvimento social e IDS (índice i) é o índice de de-
à Rede Natura 2000 e de área protegida. senvolvimento social do município i.
5508 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
7 — A aplicação dos critérios referidos nos números an- lhe foi afeta, no ano subsequente é deduzida à verba a que
teriores garante sempre a cada município 50 % das transfe- teria direito ao abrigo do FSM a diferença entre a receita
rências financeiras, montante esse que corresponde ao FGM. de FSM e a despesa correspondente.
8 — As transferências a que se refere o número ante- 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
rior correspondem à soma das participações previstas nas contabilidade analítica por centro de custos deve permitir
alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 25.º. identificar os custos referentes às funções educação, saúde
9 — O cumprimento do disposto no n.º 7 é assegurado e ação social.
pela forma prevista no n.º 2 do artigo 35.º. Artigo 35.º
10 — Para efeitos de cálculo do índice de compensação Variações máximas e mínimas
fiscal (ICF), a coleta do IMI a considerar é a que resultaria
se a liquidação tivesse tido por base a taxa máxima prevista 1 — Da participação de cada município nos impostos do
no Código do IMI. Estado, por via do FEF e do FSM, não pode resultar:
11 — Os valores do índice de desenvolvimento social a) Uma diminuição superior a 5 % da participação nas
nacional e de cada município têm natureza censitária e transferências financeiras do ano anterior para os municí-
constam de portaria do membro do Governo responsável pios com capitação de impostos locais superior a 1,25 vezes
pela área das autarquias locais. a média nacional em três anos consecutivos, nem uma
12 — A determinação do índice de desenvolvimento diminuição superior a 2,5 % da referida participação, para
social consta de decreto-lei. os municípios com capitação inferior a 1,25 vezes aquela
média durante aquele período;
Artigo 34.º b) Um acréscimo superior a 5 % da participação relativa
Distribuição do Fundo Social Municipal às transferências financeiras do ano anterior.
1 — A repartição do FSM é fixada anualmente na Lei 2 — A compensação necessária para assegurar os mon-
do Orçamento do Estado, sendo distribuída proporcional- tantes mínimos previstos na alínea a) do número anterior
mente por cada município, de acordo com os seguintes efetua-se pelos excedentes que advenham da aplicação
indicadores: da alínea b) do mesmo número, bem como, se necessá-
a) 35 % de acordo com os seguintes indicadores rela- rio, mediante dedução proporcional à diferença entre as
tivos às inscrições de crianças e jovens nos estabeleci- transferências previstas e os montantes mínimos garantidos
mentos de educação pré-escolar e ensino básico de cada para os municípios que tenham transferências superiores
município: aos montantes mínimos a que teriam direito.
3 — O excedente resultante do disposto nos números an-
i) 4 % na razão direta do número de crianças que fre- teriores é distribuído de forma proporcional pelos municí-
quentam o ensino pré-escolar público; pios que não mantenham, em três anos consecutivos, a CMN.
ii) 12 % na razão direta do número de jovens a frequen-
tar o 1.º ciclo do ensino básico público; Artigo 36.º
iii) 19 % na razão direta do número de jovens a frequen-
tar o 2.º e 3.º ciclos do ensino básico público; Fundo de Financiamento das Freguesias
As freguesias têm direito a uma participação nos im-
b) 32,5 % de acordo com os seguintes indicadores re- postos do Estado equivalente a 2 % da média aritmética
lativos ao número de utentes inscritos na rede de saúde simples da receita do IRS, IRC e do IVA, nos termos re-
municipal: feridos no n.º 2 do artigo 25.º, a qual constitui o Fundo de
i) 10,5 % na razão direta do número de beneficiários Financiamento das Freguesias (FFF).
dos programas municipais de cuidados de saúde conti-
nuados; Artigo 37.º
ii) 22 % na razão direta do número de utentes inscritos Transferências financeiras para as freguesias
nos centros de saúde concelhios;
1 — São anualmente inscritos na Lei do Orçamento
c) 32,5 % de acordo com os seguintes indicadores re- do Estado os montantes das transferências financeiras
lativos ao número de utentes e beneficiários das redes correspondentes às receitas das freguesias previstas no
municipais de creches, estabelecimentos de educação pré- artigo anterior.
escolar, equipamentos na área dos idosos, designadamente 2 — Os montantes do FFF são transferidos trimestral-
estruturas residenciais e centros de dia e programas de ação mente até ao dia 15 do primeiro mês do trimestre corres-
social de cada município: pondente.
i) 5 % na razão direta do número de inscritos em pro- 3 — Os critérios a ser utilizados no cálculo do FFF de-
gramas de apoio à toxicodependência e de inclusão social; vem ser previamente conhecidos, por forma que se possa,
ii) 12,5 % na razão direta do número de crianças até aos em tempo útil, solicitar a sua correção.
três anos de idade, que frequentam as creches e jardins-
de-infância; Artigo 38.º
iii) 15 % na razão direta do número de adultos com mais Distribuição do Fundo de Financiamento das Freguesias
de 65 anos residentes em lares ou inscritos em centros de
dia e programas de apoio ao domicílio. 1 — A distribuição pelas freguesias dos montantes apu-
rados nos termos do artigo anterior é determinada de acordo
com os seguintes critérios:
2 — Tratando-se de uma transferência financeira con-
signada a um fim específico, caso o município não realize a) Tipologia de área urbana;
despesa elegível de montante pelo menos igual à verba que b) Densidade populacional;
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5509
e) Receitas provenientes dos preços cobrados nas situa- c) Mapa das entidades participadas pelo município,
ções referidas no n.º 8 do artigo 21.º. identificadas pelo respetivo número de identificação fis-
cal, incluindo a respetiva percentagem de participação e
Artigo 44.º o valor correspondente.
Quadro plurianual municipal
Artigo 47.º
1 — Atendendo ao disposto no artigo 41.º, o órgão exe-
Regulamentação
cutivo municipal apresenta ao órgão deliberativo municipal
uma proposta de quadro plurianual de programação orça- Os elementos constantes dos documentos referidos no
mental, em simultâneo com a proposta de orçamento mu- presente capítulo são regulados por decreto-lei, a aprovar
nicipal apresentada após a tomada de posse do órgão exe- até 120 dias após a publicação da presente lei.
cutivo, em articulação com as Grandes Opções do Plano.
2 — O quadro plurianual de programação orçamen-
tal define os limites para a despesa do município, bem CAPÍTULO V
como para as projeções da receita discriminadas entre Endividamento
as provenientes do Orçamento do Estado e as cobradas
pelo município, numa base móvel que abranja os quatro
exercícios seguintes. SECÇÃO I
3 — Os limites são vinculativos para o ano seguinte ao Regime de crédito e de endividamento municipal
do exercício económico do orçamento e indicativos para
os restantes. Artigo 48.º
4 — O quadro plurianual de programação orçamental é
atualizado anualmente, para os quatro anos seguintes, no Princípios orientadores
orçamento municipal. Sem prejuízo dos princípios da estabilidade orçamental,
da solidariedade recíproca e da equidade intergeracional, o
Artigo 45.º endividamento autárquico orienta-se por princípios de rigor
Calendário orçamental e eficiência, prosseguindo os seguintes objetivos:
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o a) Minimização de custos diretos e indiretos numa pers-
órgão executivo apresenta ao órgão deliberativo, até 31 de petiva de longo prazo;
outubro de cada ano, a proposta de orçamento municipal b) Garantia de uma distribuição equilibrada de custos
para o ano económico seguinte. pelos vários orçamentos anuais;
2 — Nos casos em que as eleições para o órgão execu- c) Prevenção de excessiva concentração temporal de
tivo municipal ocorram entre 30 de julho e 15 de dezembro, amortização;
a proposta de orçamento municipal para o ano económico d) Não exposição a riscos excessivos.
seguinte é apresentada no prazo de três meses a contar da
data da respetiva tomada de posse. Artigo 49.º
Regime de crédito dos municípios
Artigo 46.º
1 — Os municípios podem contrair empréstimos, in-
Orçamento municipal
cluindo aberturas de crédito junto de quaisquer instituições
1 — O orçamento municipal inclui, nomeadamente, os autorizadas por lei a conceder crédito, bem como celebrar
seguintes elementos: contratos de locação financeira, nos termos da lei.
2 — Os empréstimos são obrigatoriamente denomina-
a) Relatório que contenha a apresentação e a fundamen- dos em euros e podem ser a curto prazo, com maturidade
tação da política orçamental proposta, incluindo a iden- até um ano ou a médio e longo prazos, com maturidade
tificação e descrição das responsabilidades contingentes; superior a um ano.
b) Mapa resumo das receitas e despesas da autarquia lo- 3 — Os empréstimos de médio e longo prazos podem
cal, que inclui, no caso dos municípios, de forma autónoma, concretizar-se através da emissão de obrigações, caso em
as correspondentes verbas dos serviços municipalizados, que os municípios podem agrupar-se para, de acordo com
quando aplicável; as necessidades de cada um deles, obterem condições de
c) Mapa das receitas e despesas, desagregado segundo financiamento mais vantajosas.
a classificação económica, a que acresce, de forma autó- 4 — A emissão de obrigações em que os municípios
noma, o dos serviços municipalizados, quando aplicável.
podem agrupar-se é regulada em diploma próprio.
d) Articulado que contenha as medidas para orientar a
5 — O pedido de autorização à assembleia municipal
execução orçamental.
para a contração de empréstimos é obrigatoriamente acom-
panhado de informação sobre as condições praticadas em,
2 — O orçamento municipal inclui, para além dos men- pelo menos, três instituições autorizadas por lei a conceder
cionados em legislação especial, os seguintes anexos:
crédito, bem como de mapa demonstrativo da capacidade
a) Orçamentos dos órgãos e serviços do município com de endividamento do município.
autonomia financeira; 6 — Os contratos de empréstimo de médio e longo
b) Orçamentos, quando aplicável, de outras entidades prazos, incluindo os empréstimos contraídos no âmbito
participadas em relação às quais se verifique o controlo dos mecanismos de recuperação financeira municipal
ou presunção do controlo pelo município, de acordo com previstos na secção seguinte, cujos efeitos da celebração
o artigo 75.º; se mantenham ao longo de dois ou mais mandatos, são
Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013 5511
objeto de aprovação por maioria absoluta dos membros da não pode ultrapassar, em 31 de dezembro de cada ano,
assembleia municipal em efetividade de funções. 1,5 vezes a média da receita corrente líquida cobrada nos
7 — É vedado aos municípios, salvo nos casos expres- três exercícios anteriores.
samente permitidos por lei: 2 — A dívida total de operações orçamentais do mu-
a) O aceite e o saque de letras de câmbio, a concessão de nicípio engloba os empréstimos, tal como definidos no
avales cambiários, a subscrição de livranças e a concessão n.º 1 do artigo 49.º, os contratos de locação financeira e
de garantias pessoais e reais; quaisquer outras formas de endividamento, por iniciativa
b) A concessão de empréstimos a entidades públicas dos municípios, junto de instituições financeiras, bem
ou privadas; como todos os restantes débitos a terceiros decorrentes de
c) A celebração de contratos com entidades financei- operações orçamentais.
ras ou diretamente com os credores, com a finalidade de 3 — Sempre que um município:
consolidar dívida de curto prazo, sempre que a duração
do acordo ultrapasse o exercício orçamental, bem como a a) Não cumpra o limite previsto no n.º 1, deve reduzir,
cedência de créditos não vencidos. no exercício subsequente, pelo menos 10 % do montante
em excesso, até que aquele limite seja cumprido, sem
8 — A limitação prevista na alínea a) do número ante- prejuízo do previsto na secção III;
rior inclui as operações efetuadas indiretamente através b) Cumpra o limite previsto no n.º 1, só pode aumen-
de instituições financeiras. tar, em cada exercício, o valor correspondente a 20 % da
margem disponível no início de cada um dos exercícios.
Artigo 50.º
Empréstimos de curto prazo 4 — Para efeito de responsabilidade financeira, o in-
cumprimento da obrigação prevista no número anterior
1 — Os empréstimos a curto prazo são contraídos ape- é equiparado à ultrapassagem do limite previsto no n.º 1,
nas para ocorrer a dificuldades de tesouraria, devendo ser nos termos e para os efeitos da Lei de Organização e Pro-
amortizados até ao final do exercício económico em que
foram contratados. cesso do Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97,
2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 5 do artigo ante- de 26 de agosto.
rior, a aprovação de empréstimos a curto prazo pode ser
deliberada pela assembleia municipal, na sua sessão anual Artigo 53.º
de aprovação do orçamento, para todos os empréstimos Calamidade pública
que o município venha a contrair durante o período de
vigência do orçamento. 1 — O limite previsto no n.º 1 do artigo anterior pode
ser excecionalmente ultrapassado pela contração de em-
Artigo 51.º préstimos destinados ao financiamento da recuperação
Empréstimos de médio e longo prazos
de infraestruturas municipais afetadas por situações de
calamidade pública, decretadas nos termos da lei, pelo
1 — Os empréstimos a médio e longo prazos podem ser período máximo de 10 anos e mediante autorização prévia
contraídos para aplicação em investimentos ou ainda para dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das
proceder de acordo com os mecanismos de recuperação finanças e das autarquias locais.
financeira municipal. 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
2 — Os investimentos referidos no número anterior município apresenta à DGAL pedido fundamentado com
são identificados no respetivo contrato de empréstimo
e, caso ultrapassem 10 % das despesas de investimento a indicação do montante de empréstimo a contrair, bem
previstas no orçamento do exercício, são submetidos, in- como a previsão do período temporal necessário à redução
dependentemente da sua inclusão no plano plurianual de da dívida total até ao limite legal.
atividades, a discussão e a autorização prévia da assembleia 3 — A DGAL informa os membros do Governo respon-
municipal. sáveis pelas áreas das finanças e das autarquias locais do
3 — Os empréstimos têm um prazo de vencimento pedido apresentado pelo município e instrui o processo com
adequado à natureza das operações que visam financiar, os dados sobre a sua situação face ao limite da dívida total.
não podendo, em caso algum, exceder a vida útil do res- 4 — A decisão de autorização prevista no n.º 1 consta de
petivo investimento, nem ultrapassar o prazo de 20 anos. despacho a publicar no Diário da República e identifica o
4 — Os empréstimos têm um prazo de utilização do montante de empréstimo autorizado, bem como o período
capital máximo de dois anos, não podendo o início da temporal da exceção ao limite da dívida total.
amortização ser diferida para além desse período, salvo 5 — Findo o período da exceção para o empréstimo
nos casos legalmente previstos. referido no n.º 1, caso se mantenha numa situação de in-
5 — As amortizações anuais previstas para cada em- cumprimento do limite da dívida total, o município começa
préstimo não podem ser inferiores a 80 % da amortização
a cumprir a obrigação de redução prevista na alínea a) do
média de empréstimos, tal como definida no n.º 4 do ar-
tigo 40.º. no n.º 3 do artigo anterior até que o referido limite seja
cumprido.
Artigo 52.º 6 — O disposto no n.º 1 não prejudica a obrigação de
redução do excesso prevista na alínea a) do n.º 3 do artigo
Limite da dívida total anterior nos casos em que o município já se encontre a
1 — A dívida total de operações orçamentais do muni- violar o limite da dívida total à data de contratação do
cípio, incluindo a das entidades previstas no artigo 54.º, empréstimo a que alude o presente artigo.
5512 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
4 — O alerta referido nos números anteriores é emitido 8 — A sanção prevista no artigo 60.º é aplicável sempre
pela DGAL, no prazo de 15 dias, a contar da data limite do que o município viole a obrigação estabelecida no n.º 3.
reporte de informação constante do artigo 78.º.
5 — Os alertas referidos nos n.os 1 e 2 incluem ainda Artigo 59.º
a evolução do rácio referido no n.º 1 ao longo dos três
Plano de saneamento
exercícios anteriores.
1 — A elaboração do plano de saneamento financeiro
Artigo 57.º inclui a previsão do período temporal necessário à recu-
Mecanismos de recuperação financeira municipal
peração da situação financeira do município, bem como
a apresentação de medidas específicas necessárias para
1 — Os municípios que ultrapassem o limite da dívida atingir uma situação financeira equilibrada, nomeadamente
total previsto no artigo 52.º recorrem aos seguintes meca- nos domínios:
nismos de recuperação financeira, nos termos dos artigos
seguintes: a) Da contenção da despesa corrente, com destaque para
a despesa com o pessoal;
a) Saneamento financeiro; b) Da racionalização da despesa de investimento pre-
b) Recuperação financeira. vista, bem como as respetivas fontes de financiamento;
c) Da maximização de receitas, designadamente em
2 — A adesão aos mecanismos de recuperação finan- matéria de impostos locais, taxas e operações de alienação
ceira é facultativa ou obrigatória consoante o nível de de património.
desequilíbrio financeiro verificado a 31 de dezembro de
cada ano. 2 — Do plano de saneamento deve ainda constar:
3 — Sem prejuízo das situações legalmente previstas,
o Estado não pode assumir responsabilidade pelas obri- a) A calendarização anual da redução do nível da dívida
gações dos municípios e das freguesias, nem assumir os total, até ser cumprido o limite previsto no artigo 52.º;
compromissos que decorram dessas obrigações. b) A previsão de impacto orçamental, por classificação
económica, das medidas referidas nas alíneas do número
Artigo 58.º anterior, para o período de vigência do plano de sanea-
mento financeiro.
Saneamento financeiro
1 — O município deve contrair empréstimos para sa- 3 — O estudo e o plano de saneamento financeiro são
neamento financeiro, tendo em vista a reprogramação da elaborados pela câmara municipal e propostos à respetiva
dívida e a consolidação de passivos financeiros, quando, assembleia municipal para aprovação.
no final do exercício: 4 — O município remete à DGAL cópia do contrato do
empréstimo e do plano de saneamento financeiro, no prazo
a) Ultrapasse o limite da dívida total previsto no ar- de 15 dias, a contar da data da sua celebração.
tigo 52.º; ou 5 — Durante o período do empréstimo o município
b) O montante da dívida, excluindo empréstimos, seja fica obrigado a:
superior a 0,75 vezes a média da receita corrente líquida
cobrada nos três exercícios anteriores. a) Cumprir o plano de saneamento financeiro;
b) Não celebrar novos empréstimos de saneamento fi-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o nanceiro;
município pode contrair empréstimos para saneamento c) Remeter à DGAL os relatórios semestrais sobre a
financeiro, desde que verificada a situação prevista no execução do plano de saneamento, no prazo máximo de
n.º 1 do artigo 56.º. 30 dias, a contar do final do semestre a que reportam.
3 — Caso a dívida total prevista no artigo 52.º se situe
entre 2,25 e 3 vezes a média da receita corrente líquida co- 6 — Sem prejuízo do disposto na alínea c) do número
brada nos três exercícios anteriores, o município é obrigado anterior, o acompanhamento do plano de saneamento cabe
a contrair um empréstimo para saneamento financeiro ou a ao município, através da elaboração de relatórios semes-
aderir ao procedimento de recuperação financeira previsto trais sobre a execução do plano financeiro pela câmara
nos artigos 61.º e seguintes. municipal e da sua apreciação pela assembleia municipal.
4 — O resultado das operações referidas nos números 7 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos
anteriores não pode conduzir ao aumento da dívida total casos de adesão obrigatória ao saneamento financeiro, o
do município. seu acompanhamento cabe à DGAL, através da apreciação
5 — Os pedidos de empréstimos para saneamento fi- dos relatórios referidos na alínea c) do n.º 5, devendo dar
nanceiro dos municípios são instruídos com um estudo conhecimento aos membros do Governo responsáveis pelas
fundamentado da sua situação financeira e um plano de áreas das finanças e das autarquias locais.
saneamento financeiro para o período a que respeita o
empréstimo. Artigo 60.º
6 — Os empréstimos para saneamento financeiro têm Incumprimento do plano de saneamento
um prazo máximo de 14 anos e um período máximo de
carência de um ano. 1 — O incumprimento do plano de saneamento é reco-
7 — Durante o período de vigência do contrato, a apre- nhecido na primeira sessão anual da assembleia municipal,
sentação anual de contas à assembleia municipal inclui, sendo a cópia da deliberação respetiva remetida à DGAL,
em anexo ao balanço, a demonstração do cumprimento do no prazo máximo de 15 dias, e determina a retenção das
plano de saneamento financeiro. transferências a efetuar nos termos do número seguinte
5514 Diário da República, 1.ª série — N.º 169 — 3 de setembro de 2013
para pagamento à instituição financeira respetiva ou aos d) A existência de uma direção executiva e de uma co-
credores, conforme a causa de incumprimento invocada. missão de acompanhamento, que incluirão representantes
2 — A retenção prevista no número anterior é precedida do Estado e dos municípios;
de audição do município, sendo efetuada mensalmente pela e) A obrigação de o controlo e fiscalização da gestão do
DGAL e tendo como limite máximo 20 % do respetivo FAM serem exercidos por um revisor oficial de contas;
duodécimo das transferências correntes do Orçamento do f) A previsão de que beneficiam da assistência finan-
Estado não consignadas. ceira através do FAM os municípios que se encontrem nas
3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, nos casos de situações previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no artigo 61.º;
adesão obrigatória ao saneamento financeiro, o incumpri- g) A existência obrigatória de um programa de ajusta-
mento do plano é de conhecimento oficioso pela DGAL, mento a executar pelos municípios beneficiários de assis-
aquando da apreciação dos relatórios referidos na alínea c) tência financeira;
do n.º 5 do artigo anterior, dando conhecimento aos mem- h) A definição de um regime de acompanhamento téc-
bros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e nico e financeiro contínuo do programa de ajustamento
das autarquias locais, bem como os presidentes dos órgãos municipal e do contrato;
executivo e deliberativo do município em causa, que in- i) A possibilidade de recusa de assistência financeira
formam os respetivos membros na primeira reunião ou pelo FAM, nomeadamente quando o município não re-
sessão seguinte. úna condições para o cumprimento do serviço da dívida;
4 — Os montantes retidos ao abrigo do presente artigo j) Previsão de que o incumprimento das cláusulas con-
são afetos ao Fundo de Regularização Municipal (FRM). tratuais ou do programa de ajustamento municipal constitui
fundamento bastante para a sua resolução.
Artigo 61.º
Recuperação financeira municipal
SECÇÃO IV
deliberativos durante sessão ordinária do mês de junho prestação de contas anuais depois de aprovados, incluindo,
do ano seguinte àquele a que respeitam. sendo caso disso, os consolidados.
3 — Os documentos de prestação de contas das entida- 2 — Para efeitos da prestação de informação dos da-
des referidas no n.º 1, que sejam obrigadas, nos termos da dos sobre a dívida pública, os municípios, as entidades
lei, à adoção de contabilidade patrimonial, são remetidos intermunicipais, as entidades associativas municipais e
ao órgão deliberativo para apreciação juntamente com a as entidades públicas reclassificadas remetem à DGAL
certificação legal das contas e o parecer sobre as mesmas informação sobre os empréstimos contraídos e sobre os
apresentados pelo revisor oficial de contas ou sociedade ativos expressos em títulos de dívida emitidos nos 10 dias
de revisores oficiais de contas, nos termos previstos no subsequentes ao final de cada trimestre e após a apreciação
artigo seguinte. das contas.
3 — Para efeitos de acompanhamento e monitorização
Artigo 77.º do limite da dívida total, os municípios remetem à DGAL
Certificação legal de contas informação necessária, nos 10 dias subsequentes ao final
de cada trimestre e após a apreciação das contas.
1 — O auditor externo, responsável pela certificação
4 — As freguesias ficam obrigadas a enviar à DGAL as
legal de contas, é nomeado por deliberação do órgão delibe-
respetivas contas, nos 30 dias subsequentes à data da sessão
rativo, sob proposta do órgão executivo, de entre revisores
oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de do órgão deliberativo em que aquelas contas foram sujeitas
contas. a apreciação, bem como os mapas trimestrais das contas,
2 — Compete ao auditor externo que procede anual- nos 10 dias subsequentes ao período a que respeitam.
mente à revisão legal das contas: 5 — Para efeitos de acompanhamento da evolução das
despesas com pessoal, as autarquias locais remetem tri-
a) Verificar a regularidade dos livros, registos contabi- mestralmente à DGAL os seguintes elementos:
lísticos e documentos que lhes servem de suporte;
b) Participar aos órgãos municipais competentes as irre- a) Despesas com pessoal, incluindo as relativas aos
gularidades, bem como os factos que considere reveladores contratos de avença e de tarefa, comparando com as rea-
de graves dificuldades na prossecução do plano plurianual lizadas no mesmo período do ano anterior;
de investimentos do município; b) Número de admissões de pessoal, de qualquer tipo,
c) Proceder à verificação dos valores patrimoniais do e de aposentações, rescisões e outras formas de cessação
município, ou por ele recebidos em garantia, depósito ou de vínculo laboral;
outro título; c) Fundamentação de eventuais aumentos de despesa
d) Remeter semestralmente aos órgãos executivo e deli- com pessoal, que não resultem de atualizações salariais,
berativo da entidade informação sobre a respetiva situação cumprimento de obrigações legais ou transferência de
económica e financeira; competências da administração central.
e) Emitir parecer sobre os documentos de prestação
de contas do exercício, nomeadamente sobre a execução 6 — Para efeitos da troca de informação prevista nas
orçamental, o balanço e a demonstração de resultados alíneas c) a e) do n.º 7 do artigo 12.º, nomeadamente no
individuais e consolidados e anexos às demonstrações que respeita à estimativa de execução orçamental, os mu-
financeiras exigidas por lei ou determinados pela assem- nicípios preparam essa informação e introduzem-na no
bleia municipal. SIIAL até 31 de agosto de cada ano.
7 — A informação a prestar nos termos dos números
3 — No caso dos municípios, a certificação legal de anteriores é remetida por ficheiro constante da aplicação
contas individuais inclui os serviços municipalizados, sem informática fornecida pela DGAL.
prejuízo de deliberação da assembleia municipal, sob pro- 8 — Em caso de incumprimento, por parte das autar-
posta da câmara municipal, no sentido da realização da quias locais e das entidades intermunicipais, dos deveres
certificação legal de contas destas entidades poder ser de informação previstos no presente artigo, bem como
efetuada em termos autónomos, o que também ocorre dos respetivos prazos, são retidos 10 % do duodécimo
quanto aos serviços intermunicipalizados previstos no n.º 5 das transferências correntes no mês seguinte ao do in-
do artigo 8.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto.
cumprimento, sem prejuízo do valor que seja anualmente
4 — Compete, ainda, ao auditor externo pronunciar-se
estabelecido no decreto-lei de execução orçamental.
sobre quaisquer outras situações determinadas por lei,
designadamente sobre os planos de recuperação financeira, 9 — Os montantes a que se refere o número anterior são
antes da sua aprovação nos termos da lei. repostos no mês seguinte àquele em que a entidade visada
passa a cumprir os prazos de prestação de informação,
Artigo 78.º juntamente com a transferência prevista para esse mês.
10 — Para efeitos de acompanhamento da situação
Deveres de informação financeira das autarquias locais pode a DGAL solicitar
1 — Para efeitos da prestação de informação relativa- informação além da referida nos números anteriores.
mente às contas das administrações públicas, os municí- 11 — As disposições do presente artigo são estendidas
pios, as entidades intermunicipais, as entidades associativas mediante portaria dos membros do Governo responsáveis
municipais e as entidades públicas reclassificadas, quando pelas áreas das finanças e das autarquias locais às entida-
aplicável, remetem à DGAL os seus orçamentos, quadro des do subsetor local que tenham natureza e forma de em-
plurianual de programação orçamental e contas mensais presa, fundação ou associações públicas, pela DGAL, se e
nos 10 dias subsequentes, respetivamente à sua aprovação quando estas não integrarem a informação prestada pelas
e ao período a que respeitam, bem como os documentos de autarquias locais e pelas entidades intermunicipais.
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Artigo 85.º artigo, entram em vigor no ano de 2016, tendo como ano
Financiamento das freguesias de referência para a classificação dos índices do ISDR
divulgados pelo INE, I. P., no ano anterior.
1 — O regime de transferências para as freguesias pre-
visto no artigo 38.º inicia a sua vigência no ano de 2016. Artigo 90.º
2 — Nos anos de 2014 e 2015, o montante das transfe-
rências para as freguesias corresponde ao valor transferido Plataforma de transparência
em 2013 ou, em caso de agregação, à soma dos valores O Governo deve criar uma plataforma eletrónica em
transferidos para as freguesias agregadas. sítio na Internet, de acesso público e universal, na qual
é publicada, de modo simples e facilmente apreensível,
Artigo 86.º informação relevante relativa a cada município, designa-
Saneamento e reequilíbrio
damente:
Para os contratos de saneamento e reequilíbrio existentes a) Informação prestada pelos municípios à DGAL ao
à data de entrada em vigor da presente lei, bem como para abrigo dos respetivos deveres de reporte;
os planos de ajustamento previstos na Lei n.º 43/2012, de b) Dados sobre a respetiva execução orçamental;
28 de agosto, aplicam-se as disposições constantes da Lei c) Decisões no âmbito dos respetivos poderes tribu-
n.º 2/2007, de 15 de janeiro, e do Decreto-Lei n.º 38/2008, tários.
de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2012, de
19 de junho. Artigo 91.º
Artigo 87.º Norma revogatória
Regulamentação do Fundo de Apoio Municipal É revogada a Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, e o De-
creto-Lei n.º 38/2008, de 7 de março, alterado pelo De-
O diploma complementar previsto no artigo 64.º deve creto-Lei n.º 120/2012, de 19 de junho.
ser aprovado no prazo de 120 dias contados da publicação
da lei.
Artigo 92.º
Artigo 88.º Entrada em vigor
Índice de desenvolvimento social
A presente lei entra em vigor em 1 de janeiro de 2014.
Até a aprovação do decreto-lei a que se refere o n.º 12 do
Aprovada em 29 de julho de 2013.
artigo 33.º mantém-se em vigor o anexo à Lei n.º 2/2007,
de 15 de janeiro. A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Assunção A. Esteves.
Artigo 89.º
Promulgada em 22 de agosto de 2013.
Transferências para as entidades intermunicipais
Publique-se.
1 — As regras relativas à transferência de verbas inde-
xadas ao ISDR têm em conta o novo mapa das entidades O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
intermunicipais e das NUTS III. Referendada em 26 de agosto de 2013.
2 — A dedução prevista no n.º 2 do artigo 69.º, assim
como a aplicação dos critérios previstos no n.º 3 do mesmo O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
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