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Direito Processual Civil
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges
Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar este desafio com
vocês. Faremos um curso de teoria e exercícios voltado para o concurso do
TRIBUNAL REGIONAL DO FEDERAL.
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Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem
excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: marcadores
de texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da aula, bem como
ao final.
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Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges
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DISPONÍVEL CONTEÚDO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO
Disponível
CIVIL
Aula 04
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Disponível em 11/07/2016
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Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges
DISPONÍVEL CONTEÚDO
SENTENÇA E DA COISA JULGADA; DA
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA; DO CUMPRIMENTO
DA SENTENÇA
Aula 10
CONTINUAÇÃO DA AULA 09
Disponível em 22/08/2016
Aula 12
CONTINUAÇÃO DA AULA 11
Disponível em 05/09/2016
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Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges
SUMÁRIO
Neoconstitucionalismo....................................................................... 6
Artigo 1º do CPC.................................................................................. 8
Contraditório ....................................................................................... 20
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Teoria e Exercícios comentados
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Então vejamos as características do atual pensamento jurídico que afeta nossa disciplina.
O que a doutrina tem afirmado é que se passa de um modelo Estatal baseado na Lei
(Estado eminentemente legislativo) para um Estado fundado na Constituição, ou seja, um
Estado Constitucional por excelência.
NEOCONSTITUCIONALISMO
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Teoria e Exercícios comentados
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Constituição da República Federativa do Brasil acolhe tanto normas quanto princípios de modo
abrangente, por esse motivo, seria difícil considerar que seja uma Constituição eminentemente
principiológica. Se houvesse que defini-la por um ou outro critério não seria errado considerá-la normativa,
dado o seu caráter analítico e extensivo.
Essa inferência, contudo, enfrenta a oposição do que se nomeiam constituições do pós-guerra, das
quais o sistema brasileiro seria exemplo, uma vez que esse grupo tem como primado a valorização dos
princípios, como contraponto à rigidez do regramento absoluto, que pode causar danos à convivência
pacífica quando levado à aplicação extrema.
A partir dessa constatação, há que se questionar quanto à hierarquia dos tipos normativos: se os
princípios e as normas estão de fato no mesmo patamar, ou se por uma questão interpretativa os princípios
não teriam um papel orgânico e qualitativo mais abrangente, o que os colocaria um degrau acima das
normas. Esse tratamento dos princípios poderia, também, ser prejudicial ao sistema, na medida em que
conferiria poder aos julgadores de ponderar sobre o caso que lhe é posto a julgamento.
São alegações de sobreposição dos princípios às normas que têm justificado práticas como a do
ativismo judicial, em extensa e polêmica disputa com o Poder Legislativo. A ponderação conflita com o
caráter limitador do mandamento, que pressupõe uma norma anterior e geral, elaborada abstratamente para
ser aplicada ao caso concreto.
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Teoria e Exercícios comentados
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Princípio:
espécie
normativa.
Os princípios
incidem sobre
as normas
mediata e
a) eficácia direta é b) eficácia indireta ocorre
aplicação do princípio sem
imediatamente.
na antemão do que
a intermediação ou
interposição de regra ou acabamos de ver, ou seja,
outro princípio. atua por o intermédio de
outro princípio ou regra.
Conclui-se que o processo deve adequar-se à tutela efetiva dos direitos fundamentais
(subjetiva) e, estruturado de acordo com os direitos fundamentais (objetiva). Na dimensão
subjetiva, tem-se como exemplo o §1° do artigo 536 do CPC: No cumprimento de sentença
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que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício
ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1° Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas,
a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento
de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio
de força policial. (permite o juiz determinar medida executiva para efetivar a sua decisão,
escolhendo-a de acordo com o caso concreto).
Começamos este capítulo com uma feliz citação do jurista Alexandre Freitas Câmara,
para quem o devido processo legal é (...) um processo justo, isto é, um tratamento isonômico,
num contraditório equilibrado, em que se busque um resultado efetivo, adaptado aos princípios
e postulados da instrumentalidade do processo.
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DEVIDO
PROCESSO
processo legal
equilibrado, em que se
busque um resultado Efetivo
efetivo, adaptado aos contraditório.
princípios e postulados
da instrumentalidade do
processo.
Atenção aos
demais princípios
informadores do
processo.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Os princípios gerais devem ser utilizados com fundamentação rigorosa (bem como os
constitucionais) e não devem prevalecer a normas específicas para o caso concreto. O código
de 1973 continha a previsão literal de que as normas legais seriam observadas em prevalência
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Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade
do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Se os princípios constitucionais não fossem priorizados à lei, eles teriam o mesmo efeito
dos princípios gerais. Estaríamos diante da estranha situação em que um preceito
constitucional só seria observado depois da norma legal e da analogia.
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A analogia é aquele instituto do direito no qual a falta de previsão legal para um caso
concreto é resolvida pela aplicação de normas que preveem caso semelhante.
Ora, a se aceitar a ideia de que esses princípios gerais são os princípios constitucionais,
ter-se-ia de admitir que os princípios constitucionais são aplicados em último lugar, depois
da lei e das demais fontes de integração de suas lacunas. Isto, porém, não corresponde à
verdade. Os princípios constitucionais devem ser aplicados em primeiro lugar (e não em
último), o que decorre da supremacia da norma constitucional sobre as demais normas
jurídicas. (Lições de Direito Processual Civil, vol. I. Câmara, Alexandre Freitas, pág. 35)
Feita essa introdução, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o Devido Processo Legal!
O devido processo legal surgiu do Direito inglês – “due process of law” – como sendo de
natureza puramente processual. Mais tarde, passou a referir-se, também, à natureza material
do direito. A doutrina, então, começou a analisá-lo sob dois aspectos: o devido processo legal
da garantia (“procedural due process of law”), ou formal, e o devido processo legal substancial
ou material (“substantive due process of law”).
O devido processo legal formal é composto pelas garantias constitucionais: juiz natural,
contraditório, duração razoável do processo, entre outras. É entendido como a garantia do
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pleno acesso à justiça, ou seja, um acesso à ordem jurídica justa. Ademais, ainda na
modalidade formal, assegura-se que a relação processual seja tratada isonômica e
equilibradamente, de modo a respeitar o contraditório, na busca de um resultado adequado
ao processo.
Ora, não seria suficiente garantir que todos tivessem as mesmas condições de acessar
os órgãos jurisdicionais, mediante suprimento pelo Estado da carência econômica pela
promoção do acesso gratuito. Essa é apenas uma face do que entendemos por acesso à
ordem jurídica justa.
Dessa forma, galera, visa-se dar ao interessado, além da mera oportunidade de propor
ação que leve a juízo suas pretensões, a efetiva obtenção da tutela jurídica.
A doutrina reconhece três abordagens do acesso à justiça (ou à ordem jurídica justa,
como preferir). São as três fases do acesso à justiça:
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Essa abordagem é parte do que se entende pelo princípio do devido processo legal
substancial. Dizemos parte, porque ele pode ter diferentes conotações. No Brasil, assimilou-
se o princípio pelo preceito da razoabilidade e da proporcionalidade das leis; de modo que a
sociedade seja submetida unicamente a leis razoáveis, cumprindo-se uma finalidade social do
direito. Didier Jr. faz a seguinte crítica:
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Vejam bem, as dimensões formal ou material não se contrapõem. Enquanto a formal diz
respeito à atenção aos princípios processuais, ao momento do processo jurídico; a substantiva
refere-se ao momento de produção de leis (processo legislativo) e de interpretação delas, de
modo que o legislador não pode abusar do seu poder de legislar nem as leis podem ser
aplicadas de modo abusivo.
Uma lei para integrar o ordenamento deve estar em harmonia com ele. Seu conteúdo
deve ser coerente com os princípios contemporâneos e conquistas nas esferas individuais e
coletivas (dimensão material).
(TRE RJ) Julgue o(s) próximo(s) iten(s), a respeito dos princípios constitucionais do processo civil e dos
atos judiciais.
Na concepção formal, o devido processo legal corresponde à exigência e garantia de que as normas
sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas; sob a perspectiva substancial, é o direito de
processar e ser processado, de acordo com as normas preestabelecidas.
COMENTÁRIOS:
Gabarito: Errado
Parceiros, esta é a tônica de nossa aula. Trabalhamos a teoria e comentamos uma questão, sendo
que ao final de cada aula ainda vem uma lista de questões comentadas.
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Desse modo, o devido processo legal deve ser plenamente observado, mesmo no
âmbito das relações particulares, estabelecendo-se equilíbrio entre a autonomia das vontades
e o respeito aos direitos fundamentais no momento de elaboração e aplicação das normas
jurídicas particulares. Mas, isso trabalharemos de modo mais detalhado nas próximas aulas!
Para fechar nosso primeiro encontro, só mais uma consideração para reforçar o que
estudamos: capitaneado pelo devido processo legal ganha força na sociedade brasileira o
entendimento de que um processo justo, em todas as instâncias, deve garantir ampla
participação das partes e proteção dos direitos fundamentais de todos os envolvidos. Guardem
essa lição e levem, inclusive, para o dia a dia!
Assim:
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Juiz Natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5°, XXXVII).
Proibição de provas ilícitas: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos (art. 5°, LVI).
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Acesso à justiça: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito (art.5°, XXXV).
Motivação das decisões: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
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presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação (art. 93, IX).
CONTRADITÓRIO
POSSIBILIDADE DE REAÇÃO
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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Para efetivar esse direito, por óbvio, os sujeitos do processo devem ter
ciência de todos os atos processuais, tendo eles o direito de reação como garantia
de participação na defesa de seus interesses em juízo. O princípio do contraditório,
sendo aplicável a ambas as partes, é também comumente chamado de
“bilateralidade da audiência”, representativa de paridade de armas entres os
sujeitos que a contrapõem em juízo.
COMENTÁRIOS:
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Art. 238. Citação é o ato pelo Na definição do código: é o ato Objetiva prevenir
qual são convocados o réu, o pelo qual se dá ciência a alguém responsabilidades e eliminar
executado ou o interessado para dos atos e dos termos do a possibilidade de
integrar a relação processual. processo. (art. 269). alegações futuras de
§1º O comparecimento
espontâneo do réu ou do
executado supre a falta ou a
nulidade da citação, fluindo a
partir desta data o prazo para
apresentação de contestação ou
de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de
nulidade, tratando-se de
processo de:
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(TCDF) O princípio do contraditório é uma garantia constitucional ligada ao processo, mas não impõe
que as partes se manifestem de maneira efetiva em relação aos atos do processo, bastando que a elas
seja concedida essa oportunidade.
Gabarito: Certo
No tocante à reação, ela depende da vontade da parte, que pode optar por
reagir ou se omitir em relação à demanda, lembrando que a regra processual, nesse
caso, limita-se aos direitos disponíveis, que são aqueles que a parte pode abrir
mão de exercê-los. Portanto, nos casos de direito disponíveis, está garantido o
contraditório, mesmo não se verificando concretamente a reação, pois basta que a
parte tenha tido a oportunidade de reagir.
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Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
Vamos repetir para deixar mais claro: O contraditório terá efeitos distintos
quando o litígio versar sobre direitos disponíveis ou indisponíveis. Ora, isso é de fácil
presunção, porque se há a figura dos direitos indisponíveis no Direito brasileiro, é
presumível que não se permitirá que a parte deixe de ter a titularidade desses
direitos porque não compareceu em juízo.
Dúvida: Mas professor, por que há esta extrema proteção aos direitos
indisponíveis ao ponto de impedir-se os efeitos da revelia? Ótima pergunta.
Importante dizer, em primeiro lugar que, em linhas gerais, a revelia ocorre quando a
parte não contesta em juízo as alegações que foram realizadas contra si. Os
direitos indisponíveis formam um grupo de relevância tão grande para a pessoa
que dele ela não pode abrir mão. São os direitos relativos à vida, a liberdade, a
saúde, a dignidade. Um exemplo: uma pessoa não pode vender um órgão do seu
corpo, ainda que, obviamente, lhe seja seu.
A figura dos direitos indisponíveis é tão forte que o Direito brasileiro impediu
que o contraditório fosse formado pela simples e efetiva possibilidade de que seu
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A plena realização do princípio do contraditório requer uma igualdade entre as partes processuais para que as
reações possam igualar suas situações no processo.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
CONVENCIMENTO DO JUIZ
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Para que o contraditório alcance seu aspecto material, há a necessidade de a reação ter efetividade na
formação do convencimento do juiz. A participação das partes no convencimento do juiz é uma nova acepção do
contraditório.
Pelo princípio do contraditório, o juiz não pode basear-se em fundamentos não debatidos nem que
não tenham sido previamente conhecidos das partes. É providência possível ao magistrado, de ofício, levar
matéria ao processo, devendo em casos em que julgar ser possível surpreender as partes, ouvi-las antes de
sentenciar. Conduta essa consagrada, por exemplo, na legislação francesa e portuguesa.
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CONTRADITÓRIO INÚTIL
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
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de assunção de competência;
CONTRADITÓRIO ANTECIPADO
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“É uma espécie de tutela diferenciada, que por meio da adoção de técnica de cognição sumária
(para a concessão do mandado monitório) e do contraditório diferido (permitindo a prolação de decisão
antes da oitiva do réu), busca facilitar em termos procedimentais a obtenção de um título executivo
quando o credor tiver prova suficiente para convencer o juiz, em cognição não exauriente, da provável
existência de um direito.” (Montenegro Filho, Misael)
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Este princípio está consagrado no art. 5°, LV, da CF, caracteriza-se por
possuir um aspecto jurídico e outro político.
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Exemplificando
Como poderia o Estado-juiz impor multa a alguém sem que este sujeito tenha tido a chance de
manifestar-se acerca dos fundamentos da imposição? A ele tem que ser dado o direito de comprovar que
os fatos em que o juiz se funda não permitem a aplicação de multa.
Se isso não ocorresse, teríamos restrição de direito sem o contraditório. Em regra, qualquer
restrição de direito sem que o demandado e o demandante manifestem-se, previamente, com a
possibilidade de influenciar o resultado do processo é ilícita.
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do
processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que
são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou
final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa
informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
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§ 1° Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à
dignidade da justiça.
§ 2° A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e
processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da
causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3° Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no §
2° será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado
da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução
fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
§ 4° A multa estabelecida no § 2° poderá ser fixada independentemente da
incidência das previstas nos arts. 523, § 1°, e 536, § 1°.
§ 5° Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no §
2° poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6° Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo
eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou
corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7° Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos
autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o.
§ 8° O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir
decisão em seu lugar.
Esse artigo demonstra que o juiz deverá, ao expedir a ordem para o
cumprimento da diligência, avisar ao responsável (partes, terceiros) que a violação a
determinada norma gerará multa. Caso não ocorra essa advertência prévia do
magistrado, a multa, se aplicada, será considerada inválida, por desrespeito ao
princípio do contraditório. Ou seja, é necessário avisar ao responsável sobre as
possíveis consequências de sua conduta, para que possa manifestar-se sobre a
razão de não ter cumprido a ordem.
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Exemplificando:
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Exemplificando:
Outro exemplo, mais grave, seria um Tribunal de Justiça sentenciar com base
em fato não apresentado pelas partes e sem prévia manifestação delas, restando,
nesse caso, somente os recursos extraordinários. Esse exemplo é frequente nos
Tribunais devido à “entrega de memoriais”. Muitas vezes os advogados das partes
acrescentam um argumento novo no processo que não constará nos autos, uma vez
que os memoriais são entregues nos gabinetes dos juízes.
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O princípio do cooperativo baseia-se nos princípios do devido processo legal, da boa-fé processual e do
contraditório. Com a função de definir o modo como o processo civil estrutura-se no direito brasileiro, o princípio
da cooperação caracteriza-se pelo redimensionamento do princípio do contraditório – inclui o Estado-juiz como
sujeito do dialogo processual e não como um espectador do duelo entre as partes.
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Há vários deveres processuais que decorrem desse princípio, entre eles estão
os deveres de esclarecimento, lealdade e proteção. Vejamos duas manifestações
desses deveres em relação às partes.
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Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa, corolário do devido processo legal, com os meios e recursos a ela inerentes.
Pessoal, esta aula é uma degustação do nosso curso. Nos próximos encontros, trabalharemos os
temas com mais extensão de páginas.
Abraços, bons estudos e não deixem de continuar conosco nessa empreitada rumo à sua aprovação!
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QUESTÕES DA AULA
01. (TJ MA/Adaptada) O devido processo legal, como princípio constitucional, significa o
conjunto de garantias de ordem constitucional, que de um lado asseguram às partes o exercício
de suas faculdades e poderes de natureza processual e, de outro, legitimam a própria função
jurisdicional.
02. (TRT 2ª Região JUIZ /Adaptada) O princípio do contraditório garante às partes a ciência dos
atos e termos do processo, com a consequente obrigação de impugná-los.
03. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo legal as
seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos atos
processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente, de acordo
com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada.
04. (PGE PB /Adaptada) Pelo princípio do contraditório, o autor pode deduzir a ação em juízo,
alegar e provar os fatos constitutivos de seu direito, e ao réu é assegurado o direito de
contestar todos os fatos alegados pelo autor, como também o de fazer a prova contrária, salvo
em caso de revelia.
07. (TRT 9ª Região JUIZ/Adaptada) O Direito Processual Civil brasileiro não admite
procedimentos ou provimentos específicos fundados em técnicas de contraditório diferido, de
reação aos atos processuais já praticados, pois o contraditório é elemento inerente ao devido
processo legal, alçado a nível constitucional.
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QUESTÕES COMENTADAS
01. (TJ MA /Adaptada) O devido processo legal, como princípio constitucional, significa o
conjunto de garantias de ordem constitucional, que de um lado asseguram às partes o exercício
de suas faculdades e poderes de natureza processual e, de outro, legitimam a própria função
jurisdicional.
COMENTÁRIOS:
Conceito que diz bem, sem ser exaustivo, o que é o devido processo legal.
Gabarito: Certo
02. (TRT 2ª Região JUIZ /Adaptada) O princípio do contraditório garante às partes a ciência dos
atos e termos do processo, com a consequente obrigação de impugná-los.
COMENTÁRIOS:
Gabarito: Errado
03. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo legal as
seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos atos
processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente, de acordo
com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada.
COMENTÁRIOS:
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Gabarito: Certo
04. (PGE PB /Adaptada) Pelo princípio do contraditório, o autor pode deduzir a ação em juízo,
alegar e provar os fatos constitutivos de seu direito, e ao réu é assegurado o direito de
contestar todos os fatos alegados pelo autor, como também o de fazer a prova contrária, salvo
em caso de revelia.
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Súmula 231: O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que
compareça em tempo oportuno.
Gabarito: Errado
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Gabarito: Certo
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Gabarito: Certo
07. (TRT 9ª Região JUIZ/Adaptada) O Direito Processual Civil brasileiro não admite
procedimentos ou provimentos específicos fundados em técnicas de contraditório diferido, de
reação aos atos processuais já praticados, pois o contraditório é elemento inerente ao devido
processo legal, alçado a nível constitucional.
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Gabarito: Errado
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Reação: elemento dependente da vontade da parte, que pode optar por reagir
ou se omitir em relação à demanda.
Gabarito: Errado
01 Certo
02 Errado
03 Certo
04 Errado
05 Certo
06 Certo
07 Errado
08 Errado
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BIBLIOGRAFIA
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Edições JUS PODIVM, 2010. v.2.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Meios de Impugnação às Decisões Judiciais e
Processo nos Tribunais. 8 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.3.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Processo Coletivo. 5 ed. Salvador: Edições
JUS PODIVM, 2010. v.4.
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PODIVM, 2010. v.5.
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processo de conhecimento. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 2: teoria geral do processo e
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MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito
Processual Civil. 2ª ed. Revista dos Tribunais Ltda, 2016
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