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E A PEDRO (MARCOS 16.

1 a 7) e ( João 21: 1 a 9 )

1 E, passado o sábado, Maria Madalena, Salomé e


Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-
lo.
2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de
manhã cedo, ao nascer do sol,
3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra
da porta do sepulcro?
4 E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era
ela muito grande.
5 E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à
direita, vestido de uma roupa comprida e branca; e
ficaram espantadas.
6 Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a
Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou,
não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram.
7 Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai
adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos
disse.

JOÃO 21: 1 a 9
1 Depois disso, manifestou-se Jesus outra vez aos
discípulos, junto ao mar de Tiberíades; e manifestou-se
assim:
2 Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado
Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia, e
os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.
1
3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe
eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram
logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.
4 E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas
os discípulos não conheceram que era Jesus.
5 Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa
de comer? Responderam-lhe: Não.
6 E ele lhes disse: Lançai a rede à direita do barco e
achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar,
pela multidão dos peixes.
7 Então, aquele discípulo a quem Jesus amava disse a
Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que
era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu)
e lançou-se ao mar.
8 E os outros discípulos foram com o barco (porque não
estavam distantes da terra senão quase duzentos
côvados), levando a rede cheia de peixes.
9 Logo que saltaram em terra, viram ali brasas, e um
peixe posto em cima, e pão.

2
Pedro é o personagem mais contraditório da história.

Oscilava como uma gangorra desde os picos mais altos da


coragem até às profundezas da covardia mais vil. Com a mesma
velocidade que avançava rumo à devoção mais fiel, dava marcha
ré e tropeçava em suas próprias palavras. Pedro é mais do que
um homem paradoxal; é um emblema. Pedro é o nosso fiel
retrato. É a síntese da nossa biografia. Oscilamos também entre
a devoção e a apostasia. Subimos aos píncaros e caímos nas
profundezas. Falamos coisas lindas para Deus e depois
tropeçamos em nossa língua e blasfemamos contra ele.
Prometemos inabalável fidelidade e depois revelamos
vergonhosa covardia. Revelamos uma fé robusta num momento
e em seguida naufragamos nas águas revolta da incredulidade.
É isso que somos, Pedro!

Quem era Pedro? Simão que Jesus passou a lhe chamar de


Pedro , Motivo até hoje que Papas assumem outros nomes

Pedro era filho de Jonas e irmão de André. Nasceu em Betsaida,


bucólica cidade às margens do mar da Galiléia. Pedro era um
pescador rude e iletrado, mas detentor de uma personalidade
forte. Era notório seu dom de liderança. Pedro era casado. Fixou
residência em Cafarnaum, quartel general de Jesus em seu
ministério. Nessa cidade tinha uma empresa de pesca em
sociedade com Tiago e João, os filhos de Zebedeu.

Pedro foi levado a Cristo pelo seu irmão André. Desde que foi
chamado por Cristo para ser um pescador de homens, ocupou
naturalmente a liderança do grupo apostólico. Seu nome figura
em primeiro lugar em todas as listas neo-testamentárias que
apresentam os nomes dos apóstolos.

3
Foi o líder inconteste dos apóstolos antes da morte de Cristo e o
destacado líder depois da ressurreição de Cristo. Ele foi o
homem que abriu as portas do evangelho tanto para os judeus
como para os gentios.

Seu ministério foi direcionado especialmente aos judeus, aos da


circuncisão. Foi o grande pregador da igreja primitiva em
Jerusalém, aquele que levou a Cristo cerca de três mil pessoas
em seu primeiro sermão depois do Pentecostes. Também foi
dotado pelo Espírito Santo para operar grandes milagres. Até
mesmo sua sombra era instrumento poderoso nas mãos de Deus
para curar os enfermos.

Pedro foi como uma pedra bruta burilada pelo Espírito Santo. De
um homem violento, tornou-se um homem manso. De um
homem afoito e precipitado, tornou-se um homem ponderado. De
um homem explosivo, tornou-se um homem controlado e
paciente. De um homem covarde tornou-se um gigante, que
enfrentou prisões, açoites e a própria morte com indômita
coragem.

Pedro foi um homem de oração. Tinha intimidade com Deus.


Porque prevalecia secretamente diante de Deus em oração,
levantava-se com poder diante dos homens para pregar. Pedro
foi um pescador de homens e um presbítero entre outros
presbíteros. Jesus colocou em sua mão o cajado de pastor e
ordenou-lhe a apascentar seus cordeiros e a pastorear suas
ovelhas. Pedro foi um homem que encorajou a igreja a enfrentar
o sofrimento da perseguição e também denunciou com
inabalável coragem os falsos mestres que perturbavam a igreja.
Esse foi o teor respectivo de suas duas epístolas.

4
Pedro foi um missionário que, juntamente com sua esposa,
anunciou o evangelho em muitos redutos do império romano.
Pedro exaltou a Cristo em sua vida e glorificou a Deus através
de sua morte. Que você e eu, sigamos as pegadas desse homem
de Deus e que em nossa geração, Cristo seja conhecido em nós
e através de nós!

Deus não abre mão da sua vida. Deus não desiste do direito que
tem de ter você. Ele não abdica do seu amor por você. Ele
sempre vai ao seu encontro, no seu encalço.
Pedro, melhor do que ninguém nos revela esta verdade.

O Apóstolo Pedro é um símbolo do homem inconstante. Como o


pêndulo de um relógio, ele oscilava entre as alturas da fé e as
profundezas da covardia. Sempre explosivo, falava sem pensar
e agia sem refletir.

Era capaz das afirmações mais sublimes acerca de Jesus para


depois capitular-se às fraquezas mais vergonhosas. Num
momento expressava uma fé robusta e noutro, soçobrava diante
da incredulidade. Pedro chegou a ponto de negar seu nome,
suas convicções, sua fé e seu Senhor. Ele desceu os degraus
da queda, ao julgar-se melhor do que seus condiscípulos, ao
seguir a Jesus de longe, ao se inserir no meio daqueles que
zombavam do Filho de Deus e ao negar repetidamente e até com
impropérios que o conhecia.

Pedro era um homem de profundas contradições e de


grandes ambiguidades na vida

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EM SEGUNDO LUGAR VAMOS VER A CHAMADA E OS
SEUS PASSOS

1 A pesca maravilhosa

Lucas 5 1 a 11
Jesus estava ele junto ao lago de Genesaré.
E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores,
havendo descido deles, estavam lavando as redes.
E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que
o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do
barco a multidão.
E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e
lançai as vossas redes para pescar.
E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado
toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a
rede.
E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus,
dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem
pecador. E disse Jesus a Simão: Não temas de agora em diante,
serás pescador de homens.
E, levando os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram.

2 Pedro anda por cima das águas


Jesus ordenou que os seus discípulos entrassem no barco e
fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a
multidão. Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para
eles, caminhando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o
caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um
fantasma E gritaram, com medo. Jesus, porém, lhes falou logo,
dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. Respondeu-
lhe Pedro e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo
por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do
barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30Mas,
sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o
fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me. E logo Jesus,
6
estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pequena
fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco,
acalmou o vento. Então, aproximaram-se os que estavam no
barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de
Deus.

3 Pedro revela a divindade de Cristo

Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?


E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros,
Jeremias ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão
Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas
meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu
és Petros Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

Com certeza o Diabo não ficou nem um pouco satisfeito.

EM SEGUNDO LUGAR VAMOS OBSERVAR QUE A QUEDA


DE PEDRO PASSOU POR VÁRIOS ESTÁGIOS.

1. Exagerada confiança em si mesmo - Autoconfiança.


a) Mateus 26.35: “Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja
necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei”.
b) Marcos 14.31: “Mas ele insistia com mais veemência: Ainda
que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te
negarei”.
c) Lucas 22.23: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a
prisão, como para a morte”.
Pedro se achava forte. Ele achava que era uma rocha, mas era
pó. Ele negou seu nome, seu apostolado, suas convicções,
7
porque confiou exageradamente em si mesmo em vez de ser
humilde.
Quando Jesus alertou a Pedro acerca do plano de Satanás de
peneirá-lo como trigo, Pedro respondeu que estava pronto a ir
com ele tanto para a prisão como para a morte. Pedro
subestimou a ação do inimigo e superestimou a si mesmo. Ele
colocou exagerada confiança no seu próprio “eu” e aí começou
sua derrocada espiritual. Este foi o primeiro degrau de sua
queda.

A autoconfiança é vista com suspeita por ser acompanhada, não


raras vezes, pelo fermento da jactância que, segundo o
dicionário Houaiss, é a atitude de alguém que se manifesta com
arrogância e tem alta opinião de si mesmo; ou a atitude de quem
conta bravatas, movido pela pretensão de bravura ou busca de
altos méritos e conquistas.

A Palavra de Deus nos ensina: "Ouçam agora, vocês que dizem:


"Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade,
passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos
dinheiro". Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã!
Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por
um pouco tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam
dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo".
Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda
vanglória como essa é maligna". Tg 4.13-16

Confiar em si mesmo é ilusão, pois não sabemos o que nos trará


o amanhã. Melhor é nos submetermos a Deus e buscar, na Sua
vontade, a direção de nossas vidas.
"Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu
próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus
caminhos, e ele endireitará as suas veredas." Pv 3.5-6

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2. Considerou-se melhor do que os outros – Soberba.
a) Marcos 14.29: “Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se
escandalizem, eu jamais!”
b) Mateus 26.33: “…Ainda que venhas a ser tropeço para todos,
nunca o serás para mim”.

Pedro estava dizendo: Olha Jesus, os teus discípulos não são


tão confiáveis, mas eu sou um homem batuta. A corda não rói do
meu lado.
Eu não vou te decepcionar.
Eu aguento a parada.
Eu não sou homem de fraquejar. Pode contar comigo para o que
der e vier, quando os outros se acovardarem.
A Bíblia diz que a soberba precede a ruína.

3. Foi incapaz de orar e vigiar na hora crucial da vida –


Indolência.
O mesmo Pedro que prometeu fidelidade irrestrita a Cristo e
disposição de ir com ele para a prisão e para a morte, agora está
agarrado no sono no Jardim do Getsêmani no aceso da batalha.
Faltou-lhe percepção da gravidade do momento.
Faltou-lhe vigilância espiritual.
Estava entregue ao sono em vez de estar guerreando com Cristo
contra as hostes do mal. A fraqueza espiritual de Pedro fê-lo
dormir e ao dormir fracassou no teste da vigilância espiritual.
Quando deixamos de vigiar e orar, caímos em ciladas, em
tentação e fraquejamos. Quando a igreja deixa de orar, ela se
torna fraca e vulnerável.
Alguém já disse que quando o homem trabalha, o homem
trabalha, mas quando o homem ora, Deus trabalha.
Aquela era a maior batalha do universo, o destino da
humanidade estava sendo decidida, e Pedro estava dormindo
(Mateus 26.40,43,45). Foi a única vez que Jesus pediu
solidariedade e os discípulos fracassaram.

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4. Perdeu o controle emocional - Precipitação (Lucas 22.50).
a) João 18.10: “Então Simão Pedro puxou da espada que trazia
e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita;
e o nome do servo era Malco”.

Pedro perdeu o controle emocional, o equilíbrio e não discerniu


a natureza da batalha que estava travando. Não teve domínio
próprio. Jesus mostra para Pedro que seu caminho era a cruz
(João 18.11). Nada de humanismo! Muitas vezes, damos lugar à
ira. Agredimos as pessoas com palavras, com gestos, atitudes e
fracassamos no testemunho.

Reagiu tempestivamente. Quando os soldados romanos,


liderados por Judas Iscariotes e pelos principais sacerdotes
prenderam a Jesus, Pedro sacou sua espada e cortou a orelha
de Malco. Sua valentia era carnal. Porque dormiu e não orou,
entrou na batalha errada com as armas erradas e com a
motivação errada. Pedro deu mais um passo na direção da
queda. Ele deslizou mais um degrau rumo ao chão.

Nossa luta não é contra carne e sangue. Precisamos lutar não


com armas carnais, mas com armas espirituais.

5. Seguiu a Jesus de longe.


a) Mateus 26.58: “Mas Pedro o seguia de longe…”. Pedro vai
fraquejando, vai perdendo seus absolutos. Pedro vai se tornando
vulnerável, vai se acovardando. O mesmo Pedro autoconfiante,
já não cumpre suas palavras. Ele foge na hora que Jesus é
preso. Ele não desiste de Jesus, mas o segue de longe. Ele se
acovarda e se enche de medo.
Muitos ainda hoje seguem a Jesus de longe. Não querem perder
Jesus de vista, vêm à igreja, leem a Bíblia, mas não assumem
compromisso com Jesus. Não querem os riscos do discipulado.
Outros não chegam a perder suas convicções, mas abandonam
a igreja, ficam perto do Egito; ficam na janela.

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Depois que Cristo foi levado para a casa do Sumo Sacerdote,
Pedro mergulhou nas sombras da noite e seguia a Jesus de
longe. Sua coragem desvaneceu. Sua valentia tornou-se
covardia. Seu compromisso de ir com Cristo para a prisão e para
a morte foi quebrado. Sua fidelidade incondicional ao Filho de
Deus começou a enfraquecer. Não queria perder Jesus de vista,
mas também não estava disposto a assumir os riscos de sua
ligação com ele. Pedro despenca mais um degrau rumo à fatídica
queda!

6. Assentou na roda dos escarnecedores – Más


Companhias.
a) Lucas 22.54-55: “Então, prendendo-o, o levaram e o
introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe.
E quando acenderam fogo no meio do pátio, e juntos se
assentaram, Pedro tomou lugar entre eles”.

Pedro dá mais um passo na direção da sua queda. Ele vai se


assentar na roda dos inimigos de Jesus. Ele vai se associar com
aqueles que zombam de Jesus (Sl 1.1).

Pedro dá mais um passo rumo ao fracasso quando se afasta de


Cristo e se aproxima de seus inimigos na casa do sumo
sacerdote. Pedro assentou-se na roda dos escarnecedores.
Tornou-se um com eles. Imiscuiu-se com gente que escarnecia
de Cristo. Colocou uma máscara e tornou-se um discípulo
disfarçado no território do inimigo. Sua mistura com o mundo
custou-lhe caro, pois foi nesse terreno escorregadio que sua
máscara foi arrancada e sua queda tornou-se mais vergonhosa.

Muitos estão caindo ainda hoje porque se unem com


companhias erradas. Muitos estão deixando a igreja e indo para
o mundo porque se associaram com pessoas que não querem
saber nada de Jesus.

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7. Negou a Jesus três vezes:
a) Mateus 26.70,72,74: “Pedro negou. Negou outra vez com
juramento. Negou a terceira vez praguejando e jurando: Não
conheço esse homem”.
A boca de Pedro está cheia de praguejamento e blasfêmia e não
de votos de fidelidade. Ele caiu das alturas da autoconfiança
para o pântano da derrota mais humilhante.

Sua queda não aconteceu num único lance. Foi de degrau em


degrau.
Ele poderia ter interrompido essa escalada de fracasso, mas só
caiu em si quando estava com a alma coberta de opróbrio e com
os olhos cheios de lágrimas amargas.

Pedro caiu, fraquejou e negou:


(1) Seu nome; (2) Sua fé; (3) Seu apostolado; (4) Suas
convicções; (5) Suas promessas a Jesus.

Um abismo chama outro abismo. Uma queda leva a outros


tombos. Pedro não conseguiu manter-se disfarçado no território
do inimigo. Logo foi identificado como um seguidor de Cristo e
quando interpelado por uma criada, respondeu: “Mulher, não
conheço a Cristo”. Pedro negou sua fé e seu Senhor. Ele
quebrou o juramento de seguir a Cristo até a prisão e até à morte.
Sua covardia prevaleceu sobre sua coragem. O medo dominou
a fé e ele caiu vergonhosamente.

Ninguém nega Jesus de uma hora para outra. Tem um histórico,


um abismo chama outro abismo. Pedro não se lembrou das
palavras de Jesus, fez pouco caso delas (Mateus 26.75).

Não somos melhores do que Pedro. Estamos sujeitos aos


mesmos fracassos. A única maneira de permanecermos de pé é
colocarmos nossos olhos em Cristo e dependermos dele em vez
de nos escorarmos no frágil bordão da autoconfiança.

12
EM TERCEIRO LUGAR AGORA VAMOS OBSERVAR OS
ESTÁGIOS DA RESTAURAÇÃO DE PEDRO.

Pedro é avisado
Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar
como trigo;
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu,
quando te converteres, fortalece teus irmãos.

Jesus nos ama e sempre nos avisa.

1. O olhar penetrante de Jesus (Lucas 22.61).


Jesus olhou para Pedro exatamente no momento em que ele
estava negando, jurando e praguejando, insistindo em dizer que
não conhecia a Jesus. Os olhos de Cristo penetraram na alma
de Pedro e radiografaram as mazelas do seu coração.
Aquele foi um olhar de tristeza, mas também de compaixão.
Quando Jesus olhou para Pedro, ele se lembrou da palavra do
Senhor e ao lembrar-se dela encontrou uma âncora de
esperança e o caminho de volta para a restauração.
A ovelha perdida não volta para o aprisco sozinha. Aqueles que
tropeçam e caem não se restauram sozinhos de suas quedas
vergonhosas.
Jesus nos ensina a ir ao encontro dos caídos. Precisamos tomar
a iniciativa. Não é a ovelha ferida que procura o pastor, mas o
pastor que vai em busca da ovelha perdida. Jesus não apenas
nos ensinou essa verdade, ele também a praticou, dando-nos o
exemplo.
2. O choro amargo pelo pecado (Mateus 26.75; Marcos
14.72; Lucas 22.62).
Os evangelistas nos informam que Pedro saindo dali chorou
amargamente (Mateus 26.75; Lucas 22.62) e caindo em si,
desatou a chorar (Marcos 14.72). Logo que as lágrimas do
arrependimento rolaram pelo rosto de Pedro, seus pés se
apressaram em sair daquele ambiente.
13
Pedro considerou que havia negado ao seu Senhor. Naquela
noite fatídica, Pedro saiu da casa do sumo sacerdote chutando
as pedras por entre os olivais.
Ele foi para casa com sua consciência em brasa, arrebentado,
quebrado e sem parar de soluçar. Passou a noite sem dormir.
Alagou seu leito. Virava de um lado para o outro sem poder
conciliar o sono.
Pedro refletiu sobre a excelência do seu Senhor, a quem negara.
Pedro se lembrou do tratamento especial que havia recebido
como um dos primeiros com Tiago e João.
Pedro recordou que havia sido solenemente advertido pelo
Senhor. Pedro se recordou dos seus próprios votos de fidelidade
(Marcos 14.29).
Pedro deu Quatro Passos rumo à Restauração:
(1) Ele caiu em si;
(2) Ele saiu dali;
(3) Ele desatou a chorar;
(4) Ele chorou amargamente.
O choro do arrependimento desemboca na alegria do perdão.

A Questão é: Arrepender e viver ou não se arrepender e


morrer.
Existe uma diferença entre arrependimento e remorso.
O arrependimento produz vida; o remorso desemboca na morte.
Através do arrependimento o indivíduo foge da morte para Deus;
pelo remorso a pessoa foge de Deus para a morte.
O arrependimento conduz o homem ao céu; o remorso o leva ao
inferno.
Não houve diferença entre o pecado de Pedro e o de Judas.
Pedro negou Jesus, Judas o traiu.
Mas, houve grande diferença na maneira deles lidarem com o
pecado. Pedro arrependeu-se, Judas encheu-se de remorso.
Pedro vomitou o veneno, Judas engoliu o veneno.
Pedro foi perdoado e salvo, Judas pereceu eternamente.

14
O Verdadeiro Arrependimento Envolve Três Elementos
Fundamentais:
Primeiro Elemento: Arrependimento é mudança de mente. A
palavra grega para o arrependimento, metanóia, significa
mudança de mente. O arrependimento é em primeiro lugar uma
mudança intelectual, uma mudança de conceito. Pelo
arrependimento compreendemos que o diabo é um embusteiro
e que o pecado é uma fraude.
Compreendemos que por trás da sedutora isca do pecado existe
o anzol da morte.
Compreendemos que o pecado é maligníssimo e pior do que a
pobreza, do que a solidão, do que a doença e do que a própria
morte, pois todos esses males não podem nos afastar de Deus,
mas o pecado nos afasta de Deus agora e faz perecer
eternamente aqueles que se agarram a ele.

Segundo Elemento: Arrependimento é mudança de emoção.


O arrependimento é tristeza segundo Deus (II Coríntios 7.10). A
tristeza do mundo produz morte, mas a tristeza segundo Deus
conduz à vida.
O arrependimento produz uma insatisfação no coração do
indivíduo que peca de tal forma, que a pessoa rompe com o
pecado e corre para os braços de Cristo. Sem arrependimento a
tristeza pelo pecado afunda a pessoa ainda mais no pântano no
desespero.

Sem arrependimento aquele que é escravo do pecado vai se


enrolando num cipoal e vai se prendendo com cordas e correntes
tão grossas que ao fim, ele se capitula vencido, quebrado,
arruinado, e perdido. O fim dessa linha é a morte e a própria
perdição eterna. Porém, quando uma pessoa se arrepende, ela
passa a fugir não apenas das conseqüências do pecado, mas do
próprio pecado. Ela vê o glamour do mundo como esterco; ela
não se deleita mais nos manjares do mundo, pois sabe que a
aparência do mundo passa, mas aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre.
15
Terceiro Elemento: Arrependimento é Mudança de Vontade.
O arrependimento não é apenas um assentimento intelectual e
um sentimento emocional. O verdadeiro arrependimento atinge
a vontade. É dar meia volta e voltar-se para Deus.

Judas deu os dois primeiros passos do arrependimento.


Ele reconheceu que tinha traído sangue inocente.
Ele confessou o seu pecado.
Ele sentiu tristeza por ele, a ponto de devolver o dinheiro
recebido pela traição.
Porém, ele não deu o último passo. não se voltou para Jesus.
Ele não pediu perdão.
Ele não mudou sua conduta.
Apenas a consciência do erro e a correspondente tristeza por ele
não é suficiente. É preciso tomar uma decisão.
É preciso exercitar a vontade e correr para os braços do Pai.
O filho pródigo caiu em si e voltou para a Casa do Pai. Se ele
tivesse apenas lamentado sua condição e permanecido na
pocilga, ele teria perecido.
Mas, ele voltou e encontrou o abraço da reconciliação, o beijo do
perdão e a festa da salvação.

Você já se arrependeu de quem você é e do que você tem feito


contra Deus?
Você tem produzido frutos dignos de arrependimento?
Ou você ainda se deleita naquilo que Deus abomina?
Ninguém pode crer em Jesus sem antes se arrepender de seus
pecados.
Não há fé salvadora sem arrependimento do pecado. A porta do
céu jamais se abrirá para aqueles que não entraram, aqui, pela
porta do arrependimento.
Hoje ainda é tempo de se arrepender.
Hoje ainda é um dia de graça. O que você ainda está esperando?

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3. O Impacto do Túmulo Vazio (Lucas 24.11-12).
Quando Pedro foi informado que o túmulo de Jesus estava vazio,
ele correu e entrou no sepulcro e ao ver os lençóis de linho,
retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido.
O poder da ressurreição foi mais um instrumento que Deus usou
para levantar Pedro de sua queda.
O triunfo de Cristo sobre a morte, sobre o diabo e sobre o inferno
deixou Pedro maravilhado. A mesma mão que abriu o túmulo de
Cristo abriu também os olhos de Pedro.
Aqueles que são impactados pela luz da ressurreição não
permanecem mais nas regiões tenebrosas da morte.

4. O recado especial do Perdão de Cristo (Marcos 16.7).


O anjo de Deus que estava assentado sobre a pedra que fechava
o túmulo de Cristo e testemunhou para as mulheres que ele
havia ressuscitado, entregou, também, a elas, um recado: “…
ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós
para a Galiléia, lá o vereis, como ele vos disse”.
Por que Jesus mandou esse recado especial a Pedro?
Porque Jesus sabia que a essas alturas Pedro não se sentia
mais digno de ser um discípulo.
Pedro havia negado seu nome, sua fé, suas convicções, seu
apostolado e seu Senhor.
Pedro tinha pensado em desistir de tudo, mas Jesus não desistiu
de Pedro.
Jesus o Perdoou. Perdão é a Faxina da Alma. O perdão é a
cura das memórias, a assepsia do coração, a faxina da alma. O
perdão é uma necessidade vital e uma condição indispensável
para termos uma vida em paz com Deus, com nós mesmos e
com o próximo. Uma vez que somos falhos e pecadores,
estamos sujeitos a erros. Por essa razão, temos motivos de
queixas uns contra os outros. As pessoas nos decepcionam e
nós decepcionamos as pessoas.

17
Mas, o que é perdão? Perdão é alforriar o ofensor. Perdoar é não
cobrar nem revidar a ofensa recebida.
O perdão não exige justiça; exerce misericórdia.
O perdão não faz registro das mágoas.
Perdoar é lembrar sem sentir dor.

Por que devemos perdoar? Porque fomos perdoados por Deus.


Os perdoados precisam ser perdoadores. No céu só entra
aqueles que foram perdoados; e se não perdoarmos, não
poderemos ser perdoados. Logo, todo crente em Cristo precisa
praticar o perdão.

Quem deve tomar iniciativa no ato do perdão? Jesus disse que


se nos lembrarmos que nosso irmão tem alguma coisa contra
nós, devemos ir a ele. Não importa se somos o ofensor ou o
ofendido. Sempre devemos tomar a iniciativa, e isso com
humildade e espírito de mansidão.
Precisamos entender que o tempo nem o silêncio são evidências
de perdão. É preciso o confronto em amor. Há muitas pessoas
doentes emocionalmente porque não liberam perdão.
Há muitas pessoas fracas espiritualmente porque não têm a
humildade de pedir e conceder perdão. Precisamos quebrar
esses grilhões, a fim de vivermos a plenitude da liberdade cristã.
O perdão é a manifestação da graça de Deus em nós. Se nos
afastarmos de Deus, nosso coração torna-se insensível. Porém,
se nos aproximarmos de Deus, ele mesmo nos move e nos
capacita a perdoar assim como ele em Cristo nos perdoou.

5. A Busca da ovelha perdida e a confissão de Pedro.


Pedro saiu de Jerusalém e foi para a Galiléia como Cristo
ordenara. Naquela longa jornada, a consciência de Pedro foi lhe
acusando. Ele pensou que Cristo iria lançar em seu rosto o seu
fracasso.

Não suportando isso, resolveu, vou tornar pescar, ou seja desisti,


não quero mais seguir.
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Mas com Jesus é diferente, ele deixa 99 e vais buscar uma, não
esmaga a cana quebrada nem apaga o pavio que fumega .
Jesus não lançou no rosto de Pedro seus fracassos.
Mas, a única pergunta de Cristo a Pedro foi: “Simão, tu me
amas?”. Deu-lhe a oportunidade de reafirmar o seu amor e
reiniciar o seu ministério.
Cristo não apenas restaurou a vida de Pedro, mas também o seu
ministério. O Senhor lhe deu duas ordens: pastoreia os meus
cordeiros e as minhas ovelhas e segue-me! O Senhor sepultou
no esquecimento os fracassos de Pedro e abriu-lhe uma nova
fronteira de trabalho. O Senhor restaurou a alma e os sonhos de
Pedro!

A atitude de Jesus em relação a Pedro lança luz sobre a atitude


que a igreja deve ter em relação àqueles que caíram e precisam
ser restaurados. Que Deus nos dê sabedoria e amor para
agirmos de modo semelhante.

O pecado é maligníssimo.
Ele é o pior de todos os males que pode nos atingir, pois o
pecado nos afasta de Deus e longe de Deus só há trevas,
vergonha e opróbrio. Deus é o autor da vida, Ele dá vida, Ele
restaura a vida, mas longe Dele só reina a morte.

Não temos forças em nós mesmos para vencer a batalha contra


o pecado. Se tirarmos os olhos de Jesus afundaremos num
pântano lodacento.

É tempo de nos arrependermos dos nossos pecados.


É tempo de chorarmos pelos nossos pecados.
É tempo de abandonarmos os nossos pecados.
É tempo de nos voltarmos para Deus de todo o nosso coração,
com pranto, com jejuns, com o coração rasgado, clamando: Ó
Deus, precisamos de ti!

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6. O Revestimento de Poder para pregar a Palavra (Atos
2.4,14).
Pedro não apenas teve de volta seu ministério, mas, agora, é
revestido com o poder do Espírito Santo para pregar a Palavra
de Deus.
E que poder

Em uma única pregação 3 mil almas


Curas e maravilhas
A sua sombra era instrumento poderoso nas mãos de Deus

O Pedro medroso torna-se intrépido.


O Pedro inconstante torna-se firme.
O Pedro que falava sem pensar, agora se transforma num
grande pregador.
Quando se levantou para pregar, os corações começaram a se
derreter aos milhares, convertendo-se a Cristo. O mesmo Jesus
que restaurou Pedro pode também restaurar sua vida.

Agora, Pedro volta a ser um grande líder. Agora ele ora. Agora
ele aguarda o Pentecostes. Agora ele é cheio do Espírito Santo.
Agora ele se torna o grande pregador da igreja apostólica.
Você pode ser restaurado, pois Jesus jamais desistiu de você!

Seu ministério foi direcionado especialmente aos judeus, depois


da morte do Apóstolo Paulo, assumiu a coordenação das Igrejas
na Ásia. Foi o grande pregador da igreja primitiva em Jerusalém,
aquele que levou a Cristo cerca de três mil pessoas em seu
primeiro sermão depois do Pentecostes. Também foi dotado pelo
Espírito Santo para operar grandes milagres. Até mesmo sua
sombra era instrumento poderoso nas mãos de Deus para curar
os enfermos.

Pedro foi como uma pedra bruta burilada pelo Espírito Santo.
De um homem violento, tornou-se um homem manso.

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De um homem afoito e precipitado, tornou-se um homem
ponderado.
De um homem explosivo, tornou-se um homem controlado e
paciente.
De um homem covarde tornou-se um gigante, que enfrentou
prisões, açoites e a própria morte com indômita coragem.

Pedro foi um homem de oração. Tinha intimidade com Deus.


Porque prevalecia secretamente diante de Deus em oração,
levantava-se com poder diante dos homens para pregar.
Pedro foi um pescador de homens e um presbítero entre outros
presbíteros. Jesus colocou em sua mão o cajado de pastor e
ordenou-lhe a apascentar seus cordeiros e a pastorear suas
ovelhas.
Pedro foi um homem que encorajou a igreja a enfrentar o
sofrimento da perseguição e também denunciou com inabalável
coragem os falsos mestres que perturbavam a igreja. Esse foi o
teor respectivo de suas duas epístolas.
Pedro foi um missionário que, juntamente com sua esposa,
anunciou o evangelho em muitos redutos do império romano.
Pedro exaltou a Cristo em sua vida e glorificou a Deus através
de sua morte.
Que você e eu, sigamos as pegadas desse homem de Deus e
que em nossa geração, Cristo seja conhecido em nós e através
de nós!

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Quando Eu Chorar - Bruna Karla
Deus, meu Deus
Tudo está tão difícil pra mim
Deus, meu Deus
Muitos me perguntam onde Tu estás

Dentro de mim Minh'alma se abateu


Mas Tua mão, contudo, me escondeu
Em tua presença, oh Deus

Quando eu chorar, vou me lembrar


Que até aqui Tua mão me sustentou
Digo à minha alma: Espera em Deus
Pois ainda O louvarei, eu O louvarei

Deus, meu Deus


Tudo está tão difícil pra mim
Deus, meu Deus
Muitos me perguntam onde Tu estás

Dentro de mim, Minh'alma se abateu


Mas Tua mão, contudo, me escondeu
Em tua presença, oh Deus

Quando eu chorar, vou me lembrar


Que até aqui Tua mão me sustentou
Digo à minha alma: Espera em Deus
Pois ainda O louvarei, eu O louvarei
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