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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS – UNIFIP

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM


ENGENHARIA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
POLO CAMPINA GRANDE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS


ORGANIZAÇÕES E EMPREENDIMENTOS

Prof. Esp. Caio F. Vieira de Figueiredo

Campina Grande - PB
Julho - 2019
2

APRESENTAÇÃO
• Responsável Técnico na Construtora Suassuna & Martins
LDA-EPP. CNPJ nº 04.441.785/0001-99. ART CARGO-
FUNÇÃO PB20160061015. CREA-PB 1613999240;

• Professor na Faculdade Três Marias – FTM lotado no


Bacharelado em Engenharia Civil e no Tecnólogo em
Segurança do Trabalho.

• Conselheiro Titular no CODEMA – CONSELHO MUNICIPAL


DE DESENVOLVIMENTO DO MEIO AMBIENTE da
Prefeitura Municipal de Santa Rita – PB. Portaria nº 02 de 22
de Janeiro de 2019. Publicado no Diário Oficial Eletrônico da
PMSR nº 958, ano 07, Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2019,
Página 1.
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Lista de Abreviaturas e Siglas


• ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica.
• ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
• ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres.
• BEM - Balanço Energético Nacional.
• BEU - Balanço de Energia Útil.
• BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
• CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável.
• CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção
• CDE - Conta de Desenvolvimento Energético.
• CONPET - Programa Nacional de Racionalização de uso dos Derivados de
Petróleo e Gás Natural.
• PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
• PROCONVE - Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores.
• SAS - Sistemas de Aquecimento Solar.
• SBAC - Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade.
• MMA - Ministério do Meio Ambiente.
• MME - Ministério de Minas e Energia.
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Fontes Não Fontes


Renováveis Renováveis

Fósseis Hidráulica

Nuclear Solar

Eólica

Biomassa

Geotérmica

Oceânica
(Maremotriz)
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FONTES DE ENERGIA
• Fontes de energia não renováveis:

• As fontes de energia que pertencem a este grupo são finitas ou


esgotáveis. Para a maioria delas, a reposição na natureza é
muito lenta, pois resulta de um processo de milhões de anos
sob condições específicas de temperatura e pressão.

• Quanto mais usamos as fontes de energia não renováveis,


menos teremos no estoque total. São exemplos de fontes não
renováveis de energia: petróleo, carvão mineral, gás
natural e nuclear.

• As fontes de energia não renováveis também são conhecidas


como fontes de energia convencionais, quando formam a base
de suprimento de energia.
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FONTES DE ENERGIA

• As fontes fósseis são: o carvão mineral, o gás


natural e o petróleo e seus subprodutos.

• Estes recursos foram formados há milhões de


anos, a partir do depósito de matéria orgânica
submetida a condições especiais de temperatura
e pressão.
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FONTES DE ENERGIA

• O petróleo e o gás natural ocorrem em "bacias


sedimentares", que são áreas sob a superfície
terrestre que, por terem sido mais baixas e planas
que o terreno em volta, permitiram o depósito de
matéria orgânica, além de sedimento.

• As bacias sedimentares podem ser marinhas ou


terrestres.

• Nessas bacias sedimentares, o petróleo e o gás


natural são encontrados em poros dentro de rochas
sedimentares.
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FONTES DE ENERGIA

• Já o carvão mineral se encontra em "jazidas" que


se formaram há mais de 200 milhões de anos.

• As principais jazidas se localizam nos Estados


Unidos, Rússia e China.

• No Brasil, o carvão mineral ocorre


predominantemente na região Sul.
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FONTES DE ENERGIA
• As fontes fósseis são utilizadas em equipamentos especiais,
como caldeiras e motores, onde a energia armazenada nas
suas ligações químicas é convertida em formas de energia útil
(elétrica - nas termelétricas ou cinética - nos veículos).

• No Brasil, utilizamos o gás natural também como fonte de


energia térmica (calor) para cozinhar e aquecer a água do
banho.

• Ao queimarmos carvão mineral, petróleo ou gás natural


produzimos alguns gases poluentes e gases do efeito estufa.

• Além disso, pode haver outros impactos ambientais ao longo


da cadeia do petróleo, por exemplo, vazamentos de óleo na
extração ou no transporte por dutos, caminhões ou
embarcações.
11

Figura 01: Acidente no Golfo do México, 2010.


Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/11/bp-pagara-multa-de-us-45-bi-por-vazamento-de-petroleo-diz-agencia.html
12

FONTES DE ENERGIA
• Energia nuclear

• É a energia liberada por uma reação denominada fissão


nuclear – no reator nuclear, os núcleos dos átomos são
bombardeados uns contra os outros, provocando o
rompimento dos núcleos e a liberação de energia.

• Esse processo resulta em radiação e calor, que por sua vez


transforma a água em vapor. A pressão resultante é usada
para produzir eletricidade.

• A matéria-prima empregada na produção de energia nuclear é


o urânio, um metal pesado radioativo. Seu uso é muito
questionado, tanto pelos problemas de contaminação
resultantes da extração do urânio, como pelas dificuldades de
depósito final dos dejetos radioativos.
13

FONTES DE ENERGIA

• Além disso, assim como em outros tipos de usinas


termelétricas, frequentemente a água empregada nos
sistemas de refrigeração, quando lançada nos corpos
d’água, aumenta a temperatura e prejudica a
biodiversidade local.

• As usinas nucleares também estão sujeitas a acidentes,


como aconteceu na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em
1986.

• O vazamento de radiação tem o poder de provocar


alterações genéticas e câncer por várias gerações, além
dos danos ambientais com consequências incalculáveis
em longo prazo.
14

Figura 02: O ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL, 1986.


Fonte: https://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/o-acidente-nuclear-de-chernobyl-9948617
15

FONTES DE ENERGIA

• Fontes Renováveis:

• As energias renováveis são provenientes de ciclos


naturais de conversão da radiação solar, fonte
primária de quase toda energia disponível na Terra.

• São praticamente inesgotáveis e não alteram o


balanço térmico do planeta e se configuram como
um conjunto de fontes de energia que podem ser
chamadas de não-convencionais.
16

FONTES DE ENERGIA

• Estas energias renováveis podem e devem ser utilizadas


de forma sustentada, de maneira tal que resulte em
mínimo impacto ao meio ambiente.

• O desenvolvimento tecnológico tem permitido que, aos


poucos, elas possam ser aproveitadas quer como
combustíveis alternativos (álcool, combustíveis) quer na
produção de calor e de eletricidade, como a energia
eólica, solar, da biomassa, e de pequenas centrais
hidrelétricas (PCH´s), separadas das grandes
hidrelétricas, com características renováveis.

• Caracterizando cada uma delas, temos:


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FONTES DE ENERGIA

• Energia Solar: A energia proveniente do sol. Pode


ser utilizada diretamente para o aquecimento do
ambiente, aquecimento de água e para produção de
eletricidade, com possibilidade de reduzir em 70% o
consumo de energia convencional.

• Além disso, a radiação solar pode ser utilizada


diretamente como fonte de energia térmica, para
aquecimento de fluidos e ambientes e para geração
de potência mecânica ou elétrica.
18

FONTES DE ENERGIA
• Pode ainda ser convertida
diretamente em energia elétrica, por
meio de efeitos sobre determinados
materiais, entre os quais se destacam
o termoelétrico e o fotovoltaico.

• Um melhor aproveitamento da
radiação solar pode ser feito com o
auxílio de técnicas mais sofisticadas
de arquitetura e construção. Figura 03: Energia solar, 2019.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/energia-solar.htm
19

FONTES DE ENERGIA

• Energia Hídrica: energia cinética das massas


de água dos rios, que fluem de altitudes elevadas
para os mares.

• A instalação de pequenas centrais hidroelétricas


(PCH´s), chamadas mini hídricas, que
atualmente estão sendo mais utilizadas devido
ao fato de causarem menor impacto ambiental e
de serem mais facilmente introduzidas em
infraestruturas urbanas já existentes.
20

FONTES DE ENERGIA
• A potência instalada dessas mini
hídricas é superior a 1 MW e igual
ou inferior a 30 MW e, por serem
empreendimentos que buscam
atender demandas em áreas
periféricas ao sistema de
transmissão, as PCH´s têm papel
cada vez mais relevante.
Figura 04: Energia solar, 2019.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/energia-solar.htm
21

FONTES DE ENERGIA

• Energia Eólica: energia cinética das massas de ar


(ventos) provocadas pelo aquecimento desigual na
superfície da Terra.

• É uma abundante fonte de energia renovável, limpa


e disponível em todos os lugares.

• A utilização desta fonte de energia para a geração de


eletricidade, em escala comercial teve início em 1992
e, através de conhecimentos da indústria
aeronáutica.
22

FONTES DE ENERGIA
• Aqui no Brasil, essa fonte de energia
tem se mostrado uma excelente
solução na busca de formas
alternativas de geração de energia
para a região Nordeste.

• A indústria de turbinas eólicas vem


acumulando crescimentos anuais
Figura 05: Energia Eólica, 2019.
acima de 30%. Fonte: https://www.portal-energia.com/energia-eolica/
23

FONTES DE ENERGIA
• Biomassa: é a energia química produzida pelas
plantas na forma de hidratos de carbono através da
fotossíntese.

• Plantas, animais e seus derivados são biomassa. Sua


utilização como combustível pode ser feita na sua
forma bruta ou através de seus derivados.

• Madeira, produtos e resíduos agrícolas, resíduos


florestais, excrementos animais, carvão vegetal,
álcool, óleos animais, óleos vegetais, gás pobre,
biogás são formas de biomassa utilizadas como
combustível.
24

FONTES DE ENERGIA

• A renovação na biomassa se dá através do chamado ciclo


do carbono.

• A decomposição ou a queima da matéria orgânica ou de


seus derivados provoca a liberação de CO2 na atmosfera.

• As plantas, através da fotossíntese, transformam o CO2 e


água nos hidratos de carbono, que compõe sua massa
viva, liberando oxigênio.

• A biomassa é utilizada nos processos para fabricação de


biocombustíveis, destacando-se aí, o biodiesel.
25

Figura 06: Biomassa na geração de energia, 2016.


Fonte: https://www.portal-energia.com/o-que-e-energia-biomassa/
26

Figura 07: Energia da Biomassa – Esquema de funcionamento, 2016.


Fonte: https://www.portal-energia.com/o-que-e-energia-biomassa/
27

FONTES DE ENERGIA

• Energia geotérmica ou geotermal (do grego


geo: terra; térmica: calor) é a energia obtida do
calor presente no interior da Terra.

• Circundando o núcleo existe uma camada


chamada manto que é formada por magma e
rocha, e a última camada, mais externa é a crosta
terrestre, onde habitamos.
28

FONTES DE ENERGIA

• A crosta terrestre tem espessura variável e é


fraturada em vários "pedaços" (fissuras), conhecidos
como placas tectônicas.

• O magma formado no manto pode emergir para a


superfície próximo dos limites dessas placas, como
por exemplo, em erupções vulcânicas.

• Essas rochas que absorvem o calor do magma estão


em alta temperatura, aquecendo também as águas
subterrâneas que podem emergir como gêiseres
(nascente termal ou minas de água quente).
29

FONTES DE ENERGIA
• Para a geração elétrica, perfura-se o subsolo onde há
grande quantidade de vapor e água quente, os quais
devem ser retirados por dutos e conduzidos a um
gerador na superfície da terra para a transformação da
energia geotérmica em elétrica.

• É uma fonte de energia renovável porque o calor é


produzido continuamente nessas camadas internas da
Terra.

• Esta fonte é utilizada geralmente em regiões com alta


atividade vulcânica ou encontros de placas tectônicas.
São exemplos os países: Islândia, Itália e Estados
Unidos.
30

Figura 08: Matriz Energética Brasileira, 2019.


Fonte: http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia#ENERGIA-GEOTERMICA
31

FONTES DE ENERGIA

• Energia Oceânica: gerada a partir desta fonte


vem dos oceanos, de onde se aproveita o movimento
das águas.

• Essa energia pode vir das ondas, das marés e das


correntes marinhas, transformando a energia
mecânica dos oceanos em energia elétrica.

• O aproveitamento dessa fonte ainda está em


desenvolvimento, havendo poucas usinas em
operação no mundo.
32

FONTES DE ENERGIA

• Para o aproveitamento desta energia, é construída uma


barragem em locais de grande amplitude de maré, onde
a passagem da água gira uma turbina, transformando a
energia cinética em eletricidade (maremotriz).

• De maneira muito similar ao que ocorre numa usina


eólica, o movimento da corrente marinha gira uma
turbina, transformando energia cinética em eletricidade.

• O movimento das ondas provoca oscilação de cilindros


internos. Esses cilindros pressionam óleo a passar por
motores. A rotação desses motores aciona geradores
elétricos, produzindo eletricidade.
33

FONTES DE ENERGIA
• O movimento das ondas empurra os flutuadores para cima e para
baixo e permite acumular água sob alta pressão numa câmara
interna.

• Essa câmara libera jatos d'água sobre uma turbina ligada a um


gerador de eletricidade.

• Dessa forma, há transformação da energia cinética das ondas em


energia elétrica.

• Estima-se que os 8 mil quilômetros de extensão litoral no Brasil


podem receber usinas de ondas suficientes para gerar 87 gigawatts.
Sendo assim deste total, 20% seriam convertidos em energia
elétrica, o que aproximadamente equivale a cerca de 17% da
capacidade total instalada no País.
34

FONTES DE ENERGIA

• No Brasil em 2012, foi instalado um projeto piloto


de energia de ondas, a Usina do Porto do Pecém,
está localizada no Ceará, o projeto que nasceu com
uma parceria dos pesquisadores da Coordenação
dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia
(COPPE), da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), é financiado pela Tractebel Energia,
dentro do programa de P&D da Aneel, e conta com
apoio do Governo do Estado do Ceará.

• O potencial teórico a ser gerado, é de mais ou menos


100 quilowatts (KW) para o abastecimento de
energia do principal porto cearense.
35

Figura 09: Usina de Pecém - CE, 2018.


Fonte: http://www.usp.br/portalbiossistemas/?p=7953
36
37

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE


GESTÃO ENERGÉTICA
• O consumo de energia é um dos
principais indicadores do
desenvolvimento econômico e do
nível de qualidade de vida de
qualquer sociedade.

• Outra variável que determina o


consumo de energia é o
crescimento da população.

• No Brasil, estima-se que a


população seja de 209,3 milhões de Figura 10: Regiões do Brasil, 2019.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regioes-brasileiras.htm
habitantes segundo o IBGE (2017).
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CONSUMO NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA NA REDE POR CLASSE:


2013 – 2018
CONSUMO 2013 2014 2015 2016 2017 2018
(GWh)

BRASIL 463.142 474.823 465.708 461.779 467.161 472.242

RESIDENCIAL 124.908 132.301 131.189 132.872 134.368 136.021

INDUSTRIAL 184.685 179.105 169.289 165.313 167.397 169.549

COMERCIAL 83.704 89.840 90.767 87.872 88.292 88.815

OUTROS 69.846 73.575 74.461 75.720 77.102 77.856

CRESCIMENTO (%) DO CONSUMO NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA


NA CLASSE INDUSTRIAL: 2013 – 2018
CRESCIMENTO 2013 2014 2015 2016 2017 2018
(%)
INDUSTRIAL 0.7 % - 0.3 % - 5.5 % - 2.3 % 1.3 % 1.3 %
Tabela 01: CONSUMO NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA NA REDE POR CLASSE: 2013 – 2018.
Fonte: http://epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/Consumo-Anual-de-Energia-Eletrica-por-classe-nacional
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PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS SOBRE ENERGIA

A energia total de um
sistema isolado se conserva,
logo no universo não pode
existir criação ou
desaparecimento de energia

Propriedades
Básicas da
Energia

A energia pode transmitir-se


ou transferir-se de corpos ou
sistemas materiais para
outros.
40

Esquema Sobre as Diferentes Formas de Energia e Suas Interações

Figura 11: Fontes, interações e transformações energética. .


Fonte: Adaptado de KAEHLER, 2009
41

O que é eficiência
energética?

Figura 12: Eficiência Energética, 2017.


Fonte: http://cenergel.com.br/post.aspx?id=88&nome=saiba-tudo-sobre-eficiencia-energetica
42

Relação entre o
fluxo de produtos

Eficiência de um Relação entre o


processo produtivo fluxo de Recursos
43

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE


GESTÃO ENERGÉTICA
• Em eficiência energética, tratando-se de um
processo de transformação de energia, o recurso
será toda a forma de energia fornecida ao sistema e
o produto será a energia entregue pelo sistema
disponível para seu uso.

• Assim, atentando a primeira lei da termodinâmica a


diferença entre recursos e produtos são as perdas.

ΔU = Q - W
44

Figura 13: Processo produtivo com entradas e saídas de energia .


Fonte: Adaptado de KAEHLER, 2009
45

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE


GESTÃO ENERGÉTICA
• Ou seja, é a utilização racional de energia
chamada também simplesmente de eficiência
energética, consiste em usar de modo eficiente a
energia para se obter um determinado resultado.

• Assim , por definição, a eficiência energética


consiste da relação entre a quantidade
de energia empregada em uma atividade
e aquela disponibilizada para sua
realização.
46

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE


GESTÃO ENERGÉTICA
• Exemplo: Recuperação de calor de exaustão de um forno
industrial.

• Para uma pequena quantidade de combustível, o sistema apresenta


uma perda na chaminé na ordem de 47% de energia liberada pela
queima do combustível.

• Ao se utilizar desse calor de escape do forno, com aproveitamento


de aproximadamente 60% do calor dos gases, as perdas podem ser
reduzidas significativamente, devido a recuperação do calor da
exaustão, totalizando uma eficiência global de 69.2% para este
processo.

• Os gases de escape do forno podem ser aproveitados diretamente


para processos térmicos, ou de modo indireto na produção de água
quente, banhos térmicos, aquecimento de ar de combustão, água de
alimentação e etc.
47

Figura 14: Fluxos de perdas de energia em um forno industrial .


Fonte: NTGAS-RS, 2010.
48

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE


GESTÃO ENERGÉTICA
• MATRIZ ENERGÉTICA:

• Para projetar e atender as necessidades do cliente


(industrial/comercial/residencial) é imprescindível conhecer
a matriz energética local.

• Esse conhecimento será a base para identificar a oferta de


insumos, tendências de preços e consumo, além da
possibilidade de utilização de outras fontes energéticas
disponíveis como forma de aumentar a sustentabilidade e
competitividade do negócio.

• Como exemplo de avaliação de matriz energética e


planejamento estratégico veremos nas figuras a seguir tanto a
Matriz Energética Brasileira e a Matriz Elétrica Brasileira.
49

Matriz Energética Brasileira

Figura 15: Matriz Energética Brasileira, 2017.


Fonte: http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
50

Matriz Elétrica Brasileira

Figura 16: Matriz Elétrica Brasileira, 2017.


Fonte: http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
51

COMBUSTÍVEIS

• Os combustíveis são compostos orgânicos ou


minerais que ao reagirem com oxigênio sofrem
oxidação e liberam uma grande quantidade de
energia.

• Os principais combustíveis utilizados são compostos


basicamente de carbono e de hidrogênio, e em
alguns casos, o enxofre também libera grande
quantidade de energia quando queimado, porém
sua oxidação através do oxigênio produz o dióxido
de enxofre (SO2), que é um produto tóxico e muito
poluente.
52

COMBUSTÍVEIS

• A classificação dos combustíveis pode-se dar


através de sua origem, podendo ser:

Natural Mineral
Vegetal ou
ou ou
Animal
Derivado Orgânico
53

COMBUSTÍVEIS

• Para a indústria, os combustíveis mais comuns


são compostos de substâncias químicas com
elevado teor de carbono, uma porcentagem de
hidrogênio e algumas impurezas.

• Em geral podem ser sólidos, líquidos e gasosos.

• Alguns exemplos a seguir:


54

SÓLIDOS: lenha, carvão mineral,


coque, coque de petróleo, bagaço
de cana, casca de arroz, casca de
algodão e resíduos industriais
entre outros.

LÍQUIDOS: petróleo cru, óleo


combustível, óleo diesel, álcool,
querosene e gasolina.

GASOSOS: gás natural, GLP, gás


hulha e hidrogênio.
55

COMBUSTÍVEIS

• COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS:

• Os principais combustíveis sólidos utilizados na


indústria são os carvões mineral e vegetal.

• O carvão mineral é um combustível fóssil natural


extraído da terra através do processo de mineração,
encontrado em grandes profundidades ou perto da
superfície e possui aparência preta ou marrom, lisa,
macia e quebradiça.
56

COMBUSTÍVEIS

• Existem quatro estágios na formação do carvão


mineral chamados de: turfa, linhito, carvão
(hulha) e antracito, os quais dependem de
fatores como pressão e temperatura para sua
formação.

• Dos diversos combustíveis produzidos e


conservados pela natureza sob a forma
fossilizada, acredita-se que o carvão mineral é o
mais abundante.
57

COMBUSTÍVEIS

• Os carvões se classificam de acordo com o


conteúdo de carbono fixo, cuja proporção
aumenta a medida que o minério se forma.

• Em ordem, os principais tipos são:


58

LINHITO: se desgasta rapidamente, pode


incendiar-se espontaneamente e tem baixo
valor calorífico. É usado comumente em
países como a Alemanha e Austrália.

CARVÃO SUB-BETUMINOSO: utilizado


principalmente em estações geradoras de
energia.

CARVÃO BETUMINOSO: o tipo mais comum


e que, transformado frequentemente em
coque, tem amplo emprego industrial.

ANTRACITO: é um carvão lustroso, de


combustão lenta, excelente para uso
doméstico.
59

Figura 17: Grupo Hulha, 2011.


Fonte: http://hulha-eteot.blogspot.com/2011/04/diferencas-entre-os-tipos-de-carvao.html
60

COMBUSTÍVEIS

• O carvão vegetal é produzido a partir da lenha


pelo processo de carbonização ou pirólise.

• O Brasil ainda continua usando largamente o


carvão vegetal, sendo o setor industrial
responsável por algo em torno de 85% deste do
consumo desse insumo energético,
principalmente nas linhas de produção do ferro-
gusa, aço e ferro-ligas.
61

Produção e consumo de carvão vegetal no Brasil

Figura 18: Ministério de Minas e Energia, 2006.


Fonte: http://simposio.cpac.embrapa.br/simposio/trabalhos_pdf/00323_trab1_ap.pdf
62

Figura 19: IBÁ/Poyry ,2016.


Fonte: http://www.remade.com.br/banco-dados/4/carvao-vegetal/consumo-e-producao-de-carvao-vegetal-no-brasil
63

COMBUSTÍVEIS

• COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS:

• Os combustíveis líquidos são amplamente


utilizados pelas indústrias, pois apresentam uma
grande facilidade de armazenamento, operação e
transporte.

• Sua fonte mais tradicional é o derivado de


petróleo.
64

COMBUSTÍVEIS

• O óleo combustível derivado do petróleo,


também conhecido por óleo combustível pesado
ou residual é remanescente da destilação das
frações de petróleo.

• São utilizados pela indústria como combustível


de modo geral em equipamentos destinados a
geração de calor, tais como: fornos, caldeiras e
secadores.
65

COMBUSTÍVEIS

• O emprego desses óleos em processos


industriais, além de exigir o uso de
equipamentos adequados nas operações de
aquecimento, estocagem, bombeamento e
queima, devido as suas altas viscosidades,
também requer atenção especial devido a
emissão de poluentes uma vez que liberam
maiores quantidades de poluentes para cada
unidade de energia liberada.
66

Figura 20: PRODUÇÃO DE PETRÓLEO (MIL BARRIS), 2018.


Fonte: http://www.anp.gov.br/images/central-de-conteudo/publicacoes/anuario-estatistico/2018/anuario-2018-versao-impressao.pdf
67

COMBUSTÍVEIS
• Biocombustíveis são derivados de biomassa renovável
que podem substituir, parcial ou totalmente,
combustíveis derivados de petróleo e gás natural em
motores a combustão ou em outro tipo de geração
de energia.

• Os dois principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil


são o etanol obtido a partir de cana-de-açúcar e, em escala
crescente, o biodiesel, que é produzido a partir de óleos
vegetais ou de gorduras animais e adicionado ao diesel de
petróleo em proporções variáveis.

• Cerca de 45% da energia e 18% dos combustíveis consumidos


no Brasil já são renováveis. No resto do mundo, 86% da
energia vêm de fontes energéticas não renováveis.
68

Figura 21: Biocombustíveis, 2018.


Fonte: http://www.anp.gov.br/biocombustiveis
69

COMBUSTÍVEIS

• Uma alternativa é a utilização do


Biodiesel, que nada mais é do que um
combustível obtido a partir de óleos
vegetais, como o de girassol, nabo
forrageiro, algodão, mamona, soja ou
gorduras animais.

• É alternativo ao diesel de petróleo, criado


a partir de fontes renováveis de energia,
livre de enxofre em sua composição. Figura 22: Fontes de energia ,2019.
Fonte: http://www.antoniolima.web.br.com/arquivos/combrenovavel.htm
70

COMBUSTÍVEIS

• COMBUSTÍVEIS GASOSOS:

• São denominados gases os compostos que se


encontram neste estado sob condições normais de
temperatura e pressão (CNTP), sendo sua
temperatura igual a 273,15 K (0℃) e a pressão igual
a 1 ATM.

• No Brasil os principais gases comercializados são os


gases liquefeitos de petróleo e os gases naturais,
chamados de GLP e GN.
71

COMBUSTÍVEIS

• Existem ainda o gás manufaturado reformado e


outros gases combustíveis com aplicações
específicas como:

I. Gás de refinaria;
II. Gás de coqueria;
III. Gás de alto forno;
IV. Acetileno;
V. Hidrogênio;
VI. Gás de decomposição anaeróbica; e,
VII. Gases oriundos da gaseificação da madeira, do
carvão vegetal e do carvão mineral.
72

Figura 23: PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL (MILHÕES M3) ,2018.


Fonte: http://www.anp.gov.br/images/central-de-conteudo/publicacoes/anuario-estatistico/2018/anuario-2018-versao-impressao.pdf
73

Figura 24: TIPO DE COMBUSTÍVEL: GÁS NATURAL, 2018.


Fonte: https://multiagua.com.br/geracao-de-vapor/tipo-de-combustivel-gas-natural-gas-glp-e-biomassa/
74

COMBUSTÍVEIS
• O Gás natural é encontrado na natureza, é um
combustível fóssil que pode ou não ser associado
ao petróleo.

• É um gás inodoro, incolor e que oferece uma


queima mais limpa do que os demais gases, além
de uma eficiência em sua queima e rendimento
térmico.

• Dentre suas vantagens, pode-se citar:


75

I. Sua queima gera uma grande quantidade de energia;


II. Combustão facilmente regulada;
III. Admite grande variação de fluxo;
IV. Requer fácil adaptação nos sistemas de instalações
existentes;
V. Seu pagamento ocorre após o consumo (uso
industrial);
VI. Não necessita de estoque;
VII. Reduz sensivelmente as emissões de poluentes;
VIII.Proporciona maior segurança, pois sendo mais leve
que o ar, em caso de vazamento se dissipa mais
rápido, diminuindo o risco de explosão e incêndio,
pois, para que o gás natural se inflame, é preciso que
seja submetido a uma temperatura superior a 620 ºc .
76

COMBUSTÍVEIS

• Quanto ao GLP, distribuído largamente no


Brasil, pode ser composto por uma mistura de
hidrocarbonetos parafínicos (propano, n-
butano, e isobutano) e olefínicos (propeno, n-
buteno e isobuteno) nas mais variadas
proporções.

• Pode ocorrer também na presença de traços de


etano, eteno, isopentano e butadieno.
77

Tipos de gás liquefeito


de petróleo
comercializados no
Brasil

Propano-butano (GLP
Propano comercial Propano especial Butano comercial
comercial)
78

Figura 25: GLP empresarial , 2019.


Fonte: https://revistanews.com.br/2019/04/24/glp-empresarial-e-comercial-e-reajustado-nas-refinarias/
79
80

GESTÃO DA ENERGIA

• A gestão de energia é um conjunto de medidas e


práticas que aumentam a eficiência com que a
energia é utilizada em diversos setores.

• São estratégias, táticas, ações e controles destinados


a converter um conjunto de recursos em resultados,
atendendo a determinados objetivos.

• O aumento da eficiência energética implica na


melhoria da produtividade, ou seja, produzindo
mais com menos.
81

As perdas de eficiência energética estão ligadas diretamente com as


fases de concepção do projeto, instalação e operação.

Figura 26: Origem dos problemas de eficiência energética.


Fonte: KAEHLER, 2009.
82

GESTÃO DA ENERGIA
• São inúmeras as ferramentas
de gestão. Dentre elas,
citaremos especificamente:

a) Diagrama de causa e efeito ou


Diagrama de Ishikawa; e,
Figura 27: ferramentas essenciais para a gestão, 2018.
Fonte: https://insightgestao.com.br/blog/2018/07/03/4-ferramentas-

b) Gráfico de Pareto. essenciais-para-a-gestao-do-dia-a-dia-da-empresa/


83

GESTÃO DA ENERGIA

• O diagrama de causa e efeito ou diagrama de


Ishikawa é uma ferramenta gráfica que representa
as causas de um fenômeno. É um instrumento muito
eficiente e usado para estudar:

I. Os fatores que determinam resultados que


desejamos obter (processo, desempenho e
oportunidade); e,

II. As causas de problemas que precisamos evitar


(defeitos, falhas e variabilidade).
84

O Diagrama Ishikawa foi criado na década de 40, pelo engenheiro químico


Kaoru Ishikawa.

Figura 28: diagrama de causa e efeito ou diagrama de Ishikawa, 2018.


Fonte: https://www.citisystems.com.br/diagrama-de-causa-e-efeito-ishikawa-espinha-peixe/
85

Método: ele é o método utilizado para conceber o produto


ou serviço.

Matéria-prima: materiais que compõe o produto e que


podem ser a causa do problema.

Máquinas: os equipamentos que são utilizados na sua


fabricação, principalmente os que podem ser os causadores
do problema.

Mão de obra: são as pessoas que fazem parte do processo.

Meio ambiente: eles são os possíveis efeitos gerados pelo


meio ambiente, por exemplo, chuvas e sujeira excessiva.

Medida: decisões que foram tomadas em relação ao


produto ou serviço durante a sua fabricação.
86

GESTÃO DA ENERGIA

• O gráfico de Pareto consiste em organizar dados


por ordem de importância, de modo a determinar as
prioridades para resolução de problemas.

• É um gráfico usado para classificar causas por


ordem de frequência, que podem ser defeitos ou
mesmo não conformidades.

• O gráfico é composto por colunas, onde os dados são


relacionados em percentuais e distribuídos nos eixos
das abcissas em ordem decrescente.
87

GESTÃO DA ENERGIA

• A sequência para análise de um gráfico de Pareto


pode ser sistematizada através dos seguintes passos:

I. Listar os elementos que influenciam no problema;


II. Medir a influência de cada elemento, como a
frequência que determinados efeitos ocorrem;
III. Ordenar, em ordem decrescente, segundo a
frequência de ocorrência de cada termo;
IV. Construir a distribuição acumulada; e,
V. Interpretar o gráfico e priorizar a ação sobre os
problemas.
88

Depois de elaborado o gráfico, o mesmo pode ser divido em regiões


denominadas ABC da seguinte forma:

Região A: inclui os
problemas mais
críticos.

Região B: inclui
problemas cuja a
analise é viável, desde
que solucionados os
problemas mais
críticos.
Região C: inclui a
maioria dos problemas,
que na realidade são os
problemas de menor
relevância.
89

Figura 29: análise de não conformidade através do gráfico de Pareto.


Fonte: NTGAS-RS, 2010.
90

GESTÃO DA ENERGIA

• Para implementação de um sistema de gestão de


energia podemos adotar a seguinte metodologia:

I. Envolvimento da direção;
II. Formação de uma Comissão Interna de Gestão de
Energia – CIGE;
III. Avaliação da situação inicial com pré-diagnósticos
energéticos;
IV. Definição do sistema de gestão de energia;
V. Implementação dos diagnósticos energéticos; e,
VI. Acompanhamento e avaliação de resultados.
91

GESTÃO DA ENERGIA
• O gerenciamento é feito através do controle e das ações
corretivas em momentos durante as etapas do processo. No
gerenciamento identificamos que:

As ações
possibilitam o
gerenciamento
O controle
possibilita as
ações

A medição
possibilita o
controle
92

GESTÃO DA ENERGIA

• SOFTWARES DE AVALIAÇÃO E PRÉ-


DIAGNÓSTICOS ENEGÉTICOS

• Estas ferramentas auxiliam na realização de um


processo de avaliação e pré-diagnóstico
energético, bem como na estruturação de um
bom plano de eficiência energética.

• Na figura abaixo veremos alguns desses


softwares disponíveis no mercado atual.
93

Figura 30: Simuladores, 2019.


Fonte: http://www.procelinfo.com.br/main.asp?TeamID=%7B796B68CB-2559-401F-A481-DC3D145F572E%7D
94

Figura 31: Domus - Eletrobras, 2019.


Fonte: https://www.eletrobras.com/pci/main.asp?View=%7BA6340DFB-8A42-41FC-A79D-B43A839B00E9%7D&Team=&params=itemID=%7B74729B3F-5A41-466E-8AA2-
0CAE452ADBB3%7D;&UIPartUID=%7B05734935-6950-4E3F-A182-629352E9EB18%7D
95
96

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

• A otimização de eficiência energética na


indústria e comércio depende de uma sequência
de eventos, passando desde:

a) Potenciais de economia;
b) Ajuste de parâmetros dos equipamentos
envolvidos nos processos; e,
c) Comprometimento do empreendedor (Pessoa
física ou jurídica)
97

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

• Se faz necessário realizar o


levantamento das condições atuais Engenharia
dos processos dentro do
empreendimento, onde deve-se
contar no mínimo com a
participação dos seguintes
segmentos:
Produção

Manutenção
98

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


• PRÉ-DIAGNÓSTICOS ENERGÉTICOS:

• É gerado a partir de visitas técnicas a unidade consumidora.

• O pré-diagnóstico é de total responsabilidade do membro que


for selecionado pela comissão interna de gestão de energia –
CIGE ou do consultor contratado.

• Este profissional deve possuir experiência técnica, registro no


conselho de classe (CREA / CRQ) e seu trabalho irá identificar
os pontos com possibilidade de econômica e uso eficiente dos
insumos energéticos.

• As ações para sua elaboração compreendem as etapas a


seguir:
99

Visita e Levantamento das Instalações


Físicas: deve ser acompanhada por um dos
integrantes da CIGE ou Gerência. Seu objetivo
é conhecer as instalações e identificar os
principais ambientes e equipamentos, além
dos processos.

Levantamento das Faturas de Insumos


Energéticos: seu objetivo é estrutura os
dados contábeis de uso e consumo de insumos
energéticos. Deve-se efetuar uma análise
retrospectiva de pelo menos um ano.

Identificando os Processos Produtivos:


deve-se conhecer as atividades, sequência de
trabalho e os equipamentos envolvidos. As
informações obtidas devem subsidiar a
identificação de possíveis potenciais de
economia de insumos energéticos nos
processos envolvidos.
100

Identificando os Potenciais de Economia: deve-se


identificar os principais potencias de redução de
desperdício no consumo de insumos energéticos e
estimar os retornos financeiros decorrentes de sua
redução ou eliminação.

Elaboração do Relatório de Pré-diagnóstico


energético: o relatório deve conter desde dados da
empresa, listagem de equipamentos e insumos
energéticos associados, equipamento ou linha de
produção selecionada para o pré-diagnóstico, consumo
geral da empresa e por equipamento, dados técnico do
equipamento, produção do equipamento ou maquinário
por hora e levantamento dos potenciais de economia de
insumos energéticos.
101

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


• DIAGNÓSTICOS ENERGÉTICOS:

• Tem como base o relatório de pré-diagnóstico energético e


servirá de subsídio a implantação de medias de combate ao
desperdício de insumos energéticos e a promoção do uso
eficiente de tais insumos.

• O tempo necessário para a entrega do produto final, ou seja, o


relatório de Diagnóstico dependerá da complexidade da
aquisição de dados e da disponibilidade da equipe interna da
empresa.

• É indispensável a emissão da Anotação de Responsabilidade


Técnica – ART, sendo esse um documento legal que identifica
o responsável técnico pelo serviço prestado.
102

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


• Para a realização dos diagnósticos devem-se utilizar
aparelhos, instrumentos de aquisição de dados e documentos
informativos, tais como:

• Aparelhos e Instrumentos:

I. Aquisitores de dados digitais;


II. Computadores;
III. Medidores de temperatura;
IV. Analisadores de gases de combustão;
V. Medidores de pressão;
VI. Pirômetros de radiação;
VII. Medidores de vazão;
VIII.Trena;
IX. Câmera fotográfica e etc.
103

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

• Documentos Informativos:

I. Plantas baixas;
II. Cortes e layouts;
III. Fluxogramas de processos;
IV. Curvas de cargas do insumo do equipamento
selecionado;
V. Histórico de consumo de combustíveis associados aos
processos;
VI. Histórico de parâmetros de ajuste do equipamento
selecionado; e,
VII. Dados técnicos dos fabricantes e fornecedores de
equipamentos e instrumentos.
104

PASSOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

• COMPOSIÇÃO DO RELATÓRIO:

• Sumário Executivo: é destinado ao funcionário da empresa


capaz de tomar decisões de investimento. Não deve ser muito
extenso e deve identificar a empresa e o contexto que a
mesma está inserida.

• Parte técnica-econômica: consolida os trabalhos já


executados. Deve conter dados referentes aos equipamentos
de maior consumo, condições gerais das instalações e quais
insumos energéticos são utilizados. Deve indicar os potenciais
em conservação de energia com e sem investimentos de
melhorias, bem como as taxas internas de retorno, relação de
custo benefício e outras informações que se façam
necessárias.
105

Figura 32: Relatório de Análise de Eficiência Energética, 2014.


Fonte: https://energypedia.info/images/2/25/Relat%C3%B3rio_de_An%C3%A1lise_de_Efici%C3%AAncia_Energ%C3%A9tica_da_Edifica%C3%A7%C3%A3o_do_CNI.pdf
106
107

TECNOLOGIAS PARA ALCANÇAR A


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
• Os projetos de eficiência energética definem ações em
determinadas operações.

• Visam a redução de custos com consumo de insumos


energéticos, apresentando sugestões de viabilidade
técnico-econômica, como:

I. Implantação com as especificações técnicas;


II. Cronograma físico-financeiro;
III. Equipamentos;
IV. Materiais;
V. Serviços;
VI. Gerenciamento do projeto; e,
VII. Gestão dos resultados após as ações.
108

Etapas de um projeto para alcançar a


Eficiência Energética:

Contratação da Pré-diagnóstico
consultoria para análise Energético e Viabilidade
energética Técnico-Econômica

Viabilização do
Diagnóstico Detalhado
Financiamento

Implantação e Execução
Negociação do Contrato
das Ações

Medição e Verificação
dos Resultados obtidos
109

TECNOLOGIAS PARA ALCANÇAR A


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

TECNOLOGIAS DE TECNOLOGIAS
PROCESSO ENERGÉTICAS

São alterações ao nível do


processo produtivo. São implementações mais
simplificadas, não menos
importantes e que podem
Essas medidas podem ser trazer ganhos significativos
mais complexas e envolver em eficiência energética.
maiores aportes financeiros.
110

Ajustes de
parâmetros de
Otimização das combustão
Instalação de
condições de
sistemas de
operação de
cogeração
equipamentos

Eliminação de
Substituição do
condensado e
tipo de fonte
fuga de fluídos
energética
quentes

AÇÕES QUE
RESULTAM EM
Aproveitamento
de fontes de
REDUÇÃO NO Isolamento
calor residuais DESPERDÍCIO térmico
DE INSUMOS
ENERGÉTICOS
111

Figura 33: ASHRAE/IES Standard 90.1, 2016. Figura 34: ISO 50001, 2019.
Fonte: https://www.ashrae.org/technical-resources/bookstore/standard-90-1 Fonte: https://www.normastecnicas.com/iso/iso-50001/
112

Figura 35: Geração e aproveitamento de energia na Cocamar, 2016. Figura 36: biogás para abastecer granja com energia elétrica, 2019.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=2erwneah2dw Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=xwWDTWev2R8
113

Figura 37: Carro movido a casca de fruta, 2017. Figura 38: Biometano movimenta frota de carros em Itaipu 2015.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=hwynZl7VV_4 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ofxcxZsVIJ4
114
115

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 1981: Portaria MIC/GM46, foi criado o
Programa CONSERVE visando à promoção da
conservação de energia na indústria, ao
desenvolvimento de produtos e processos
energeticamente mais eficientes, e ao estímulo à
substituição de energéticos importados por fontes
alternativas.

• 1982: Decreto Nº 87.079 aprovou as diretrizes


para o Programa de Mobilização Energética – PME,
conjunto de ações dirigidas à conservação de energia
e à substituição de derivados de petróleo.
116

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 1984: o Inmetro – Instituto Brasileiro de Metrologia,
Normalização e Qualidade, órgão vinculado ao
Ministério da Indústria e do Comércio Exterior,
implementou o Programa de Conservação de Energia
Elétrica em Eletrodomésticos, tendo por objetivo
promover a redução do consumo de energia em
equipamentos como refrigeradores, congeladores, e
condicionadores de ar domésticos.

• Em 1992, este programa foi renomeado, sendo a partir


de então denominado Programa Brasileiro de
Etiquetagem, aos quais foram agregados os requisitos de
segurança e o estabelecimento de ações para a definição
de índices mínimos de eficiência energética.
117

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 1985: Portaria Interministerial nº 1.877, dos
Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio
Exterior, foi instituído o PROCEL – Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica, com a finalidade de integrar
as ações visando à conservação de energia elétrica no país.

• 1990: Decreto nº 99.656, o Governo Federal cria a CICE –


Comissão Interna de Conservação de Energia, onde obriga
cada estabelecimento pertencente a órgão ou entidade da
Administração Federal direta ou indireta, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista que
apresente consumo anual de energia elétrica superior a
600.000 kWh ou combustível superior a 15 Tep (toneladas
equivalentes de petróleo), sinalizando uma tentativa de
reduzir o desperdício de energia no Setor Público.
118

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 1991: por Decreto Federal, foi instituído o CONPET – Programa Nacional
da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural.
Neste mesmo instrumento as competências do PROCEL foram revistas.
Ambos os programas têm como finalidade desenvolver e integrar ações que
visem à racionalização do uso da energia.

• 1993: por meio de Decreto Federal, foi instituído o Prêmio Nacional de


Conservação e Uso Racional de Energia, destinado ao
reconhecimento das contribuições em prol da conservação e do uso racional
da energia no país. O Decreto determinou que o prêmio será conferido,
anualmente, nas seguintes categorias: órgãos e empresas da administração
pública, empresas do setor energético, indústrias, empresas comerciais e de
serviços, micro e pequenas empresas, edificações, transporte e imprensa.

• Nesta mesma data, outro Decreto instituiu o Selo Verde de Eficiência


Energética, com o objetivo de identificar os equipamentos que
apresentem níveis ótimos de eficiência no consumo de energia.
119

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 1996: Lei nº 9.427, que cria a Agência Nacional de
Energia Elétrica, cujo regulamento foi definido pelo
Decreto Nº 2.335, de 6 de Outubro de 1997.

• 1997: Lei nº 9.478/1997 (Lei do Petróleo), que


dispõe sobre a Política Energética Nacional e cria a
ANP. Esta Lei determina que um dos princípios e
objetivos da Política Energética Nacional são as
políticas nacionais para o aproveitamento racional
das fontes de energia, visando, entre outros, o
objetivo de proteger o meio ambiente e promover a
conservação de energia.
120

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 2000: Lei nº 9.991, que dispõe sobre a realização de
investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em
eficiência energética por parte das empresas
concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor
de energia elétrica.

• 2001: Lei nº 10.295, também conhecida como Lei da


Eficiência Energética. Esta Lei corresponde ao
principal marco regulatório da matéria no Brasil.

• A referida Lei dispõe sobre a política nacional de


conservação e uso racional da energia, visando à
alocação eficiente dos recursos energéticos e também a
preservação do meio ambiente.
121

LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
• 2001: Decreto nº 4.059, regulamenta a Lei
de Eficiência Energética, determinando os
procedimentos para o estabelecimento dos
indicadores e dos níveis de eficiência energética.

• O Decreto institui o Comitê Gestor de


Indicadores e Níveis de Eficiência Energética –
CGIEE, composto por representantes dos
seguintes órgãos e entidades.
122

Figura 39: Principais Políticas e Programas


de Conservação de Energia no Brasil, 2015.
Fonte: http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Apresentacao_PNEf_Forum%20ANEEL_Jobim.pdf
123

Figura 40: processo de etiquetagem, 2017.


Fonte: http://cenergel.com.br/post.aspx?id=88&nome=saiba-tudo-sobre-eficiencia-energetica
124
125

Banco Nacional de Desenvolvimento


Econômico e Social – BNDES

Caixa Econômica Federal – CEF

Financiadora de Estudos e Projetos –


FINEP

P&D e PEE da ANEEL


126

FINANCIAMENTO DE INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
• O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social) oferta linhas de crédito para consumidores de energia,
não necessariamente voltadas para a eficiência energética,
mas que podem ser utilizadas para este fim, tais como:

I. FINAME (aquisição de máquinas e equipamentos);


II. Cartão BNDES (Aquisição de Ativos pelas Micro, Pequenas
e Médias Empresas) ;
III. BNDES Automático (projetos menores ou iguais a R$ 10
milhões);
IV. FINEM (projetos maiores que R$ 10 milhões);
V. PMAT (projetos de Iluminação Pública); e,
VI. PROESCO (apoia projetos de Eficiência Energética).
127

FINANCIAMENTO DE INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
• Dentre as diversas linhas de crédito
destaca-se o Programa de Apoio a
Projetos de Eficiência Energética –
PROESCO.

• Este programa é voltado


especificamente para apoiar
projetos de Eficiência Energética
onde o público alvo são as
Empresas de Serviços de
Conservação de Energia – ESCOS
(Energy Service Company),
usuários finais de energia e
empresas de geração, transmissão e Figura 41: Projetos de eficiência energética , 2019.
Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/onde-atuamos/meio-
distribuição de energia. ambiente/
128

FINANCIAMENTO DE INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
• Itens que se enquadram como financiáveis
pelo PROESCO:

• Estudos e Projetos;
• Obras e Instalações;
• Máquinas e Equipamentos novos, fabricados no
país, credenciados no BNDES;
• Máquinas e Equipamentos importados,
sem produção nacional e já
internalizados no mercado nacional, observado que:
129

FINANCIAMENTO DE INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
a) Para unidades de valor até R$ 400 mil, a comprovação da
inexistência de produção nacional será realizada de forma
auto declaratória pela beneficiária;

b) Para unidades de valor superior a R$ 400 mil e para


unidades do segmento de geração de energia, a
comprovação da não existência de produção nacional será
realizada mediante apresentação de parecer de entidade
com reconhecida expertise; e,

c) Os financiamentos de máquinas e equipamentos


importados estão limitados a R$ 20 milhões para toda a
linha, sendo vedada para tal finalidade a utilização dos
recursos do FAT e do Fundo PIS-PASEP.
130

FINANCIAMENTO DE INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
• Sistemas de Informação, Monitoramento, Controle e
Fiscalização; e,

• Serviços Técnicos Especializados.

itens não financiáveis pelo PROESCO,


enquadram-se:

• Aquisição ou arrendamento de bens imóveis e


benfeitorias; e,

• Aquisição de máquinas e equipamentos usados.


131

DÚVIDAS?

CAIOVIEIRAFIGUEIREDO@GMAIL.COM

Prof. Esp. Caio F. Vieira de Figueiredo


Eng.º. Ambiental / Eng.º. de Segurança do Trabalho
CREA-PB 1613999240
CRQ 19.3.00242 19ª REGIÃO
Contato: (83) 98623-2540

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