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UMA ABORDAGEM GRAMÁTICAL E ANTROPOLÓGICA DA EPISTEMOLOGIA


EXISTENCIAL HUMANA
Luciano Gomes da Silva*

INTRODUÇÃO

Ao nos depararmos coma a celebre frase: Cogito, ergo sum significa "penso, logo

existo"; ou ainda Dubito, ergo cogito, ergo sum: "Eu duvido, logo penso, logo existo" Que foi

uma conclusão do filósofo e matemático francês Descartes alcança após duvidar de sua própria

existência, mas a comprova ao ver que pode pensar e se está sujeito a tal condição, deve de

alguma forma existir. Nos desafiamos quase que diariamente em nossas devocionais, púpitos e

seminários e exclarecer alguns pontos da existência humana, é matéria de interesse e estudo

nosso, é matéria de estudo o homem; a própria ciação em sí já infere o interresse de Deus nesta

criatura criada a sua imagem e semelhança, é por isto que a nossa teologia e todo o princípio

epistemológico da antropologia humana justifica a relevância do nosso estudo do homem fato

este definido por Louis Berkhof:

A transição da teologia para a antropologia, isto é, do estudo de Deus para o estudo do


homem, é natural. O homem não é somente a coroa da criação, mas também é objeto de
um especial cuidado de Deus. E a revelação de Deus na Escritura é uma revelação dada
não somente ao homem, mas na qual o homem é de interesse vital. Não é uma
revelação de Deus no abstrato, mas uma revelação de Deus em relacão às Suas
criaturas, e particularmente em relação ao homem. É um registro dos procedimentos de
Deus par com a raça humana, e especialmente uma revelação da redenção que Deus
preparou para o homem e para a qual Deus procura preparar o homem. Isto explica por
que o homem ocupa um lugar de central de importância na escritura, e por que o
conhecimento do homem em relação a Deus é essencial para entende-la
adequadamente. A doutrina do homem deve seguir-se imediatamente à de Deus, dado
que o conhecimento dela é pressuposto em todos os subseqüentes loci da dogmática....A
antropologia teológica ocupa-se unicamente do que a Bíblia diz a respeito do homem e
da relação em que ele está e deve estar com Deus. Ela só reconhece a Escritura como a
sua fonte, e examina os ensinamentos da experiência humana à luz da palavra de Deus
[BERKHOLF, Louis-Teologia Sistemática,2000, p.172]

Em quanto que Descartes pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases

sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento medievais). Para

tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro

(utilizando-se assim do ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética).

Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter
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certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava

necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de

um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes

então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava.Esta foi à conclusão de

Descartes acerca da existência humana, porém não é tão simples assim.

I-ORIGEM BÍBLIA E CONCEITUAL DA ALMA COMO EXISTENTE NA NATUREZA

HUMANA

O homem segundo a perspectiva bíblica no seu tyvarb, ou seja, no seu princípio foi
criado por Deus e lhe foi imputado à essência vital para manutenção da sua vida denominada de

vpn néfesh “Alma”: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas

narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” (Gn.2:7). Note a estatística

contextualizada do termo nas citações:

As Vesões tradicionais da Bíblia traduzem via de regra por “alma” uma palavra
fundamental da antroplogia veterotestamentária: vpn [néfesh]. Como no francês, ame,
e no inglês, soul, elas lançam mão da tradução mais freqüente de npv por 
[psyché] na bíblia grega. E por anima na latina. Npv aparece 755 vezes no Antigo
testamento, a septuaginta traduz seiscentas vezes por [WOLFF, Hans Walter -
Antropologia do Antigo Testamento, 2008, p.29]

Compreendermos o que o escritor do Gênesis quer dizer com “alma vivente” é poder

antropologicamente redefinir a existência do homem, suas relações sociais seu conceito de Deus

e suas necessidades vitais.

Partiremos da 1ª premissa e definiremos quem é o homem? A filosofia diz que: “O

homem é a medida exata de todas as coisas.” A bíblia diz que o homem é a imagem e

semelhança de Deus. O ser do homem no sentido da sua essência têm necessidades inatas da sua
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própria criação, a definição de vpn, por exemplo, nos dá um dimensão do que este homem

possui em seu cerne diversas definições, vpn significa: garganta, pescoço, anelo, alma, vida.

Em busca da definição aplicada ao texto precisamos de uma forma análoga observar os

textos que tratam do significado epistemológico aplicado a cada contexto. O pensamento

semítico quando intencionalmente transmitiu a idéia de alma não a limitou inferir a alguma parte

do corpo humano necessitado. Precisamos observar também se a inferência a determinado

aspecto do ser humano é definido com clareza. È necessário ter em mente o conceito bíblico

descrito pelo autor hebreu em suas diversas esferas sociais e gramaticais correspondente ao

contexto em foco. Por exemplo: Isaias 5:14: “Por isso a sepultura aumentou o seu apetite, e

abriu a sua npv (boca) desmesuradamente...” Se observarmos o princípio semântico da

coesão e/ou coerência textual indubitavelmente não aplicaremos a tradução da palavra alma

neste contexto, pois aqui vpn está explicito que significa boca, goela, garganta, neste caso

designa o órgão da ingestão de alimentos . O fato inconteste do qual nos deparamos é que

muitas das aplicações da palavra alma nas traduções não ressaltam com precisão a riqueza

semântica revelada no texto, todavia não se devem remover anos de tradição gramatical, em

detrimento de uma intencionalidade que subjetivamente está intrínseca no texto, ou seja, a

intenção do escritor está lá no texto cabe-nos descobri-la. Sobre a definição da tradução que em

via de regra vpn é conclusivamente aplicada à alma se nos diz:

“Hoje podemos concluir que em muito poucas passagens à tradução dessa


palavra por “alma” corresponde ao significadovpn . Entretanto, não podemos
excluir, sem mais nem menos, um uso quase definitório da palavra hebraica para
compreensão do ser humano.”[ WOLFF, Hans Walter - Antropologia do Antigo
Testamento, 2008, p.34]

Esta essência vital na formação do homem descrita em Gn. 2:7 , portanto o define com

um ser necessitado, o homem que Deus criou foi feito com uma npv vivente, Deus o fez

dependente dEle, para nosso próprio bem Deus nos subordinou as necessidades a uma “alma”
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cheia de fome e de sede dEle, isto redefine o homem, lhe transporta novamente a pergunta

inicial: “Quem é o homem? Poderíamos a partir desta redefinição de vpn afirmar: É um ser

essencialmente dependente de Deus em todas as áreas. Sua boca, garganta, goela tem

necessidades de ingestão de alimentos, a doutrina da providência demonstra como a provisão de

Deus é essencial para manutenção da vpn do homem: “Eis que os olhos do Senhor estão

sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua benignidade,para os livrar da morte, e

para os conservar vivos na fome.” (Sl 33:18-19) A partir da redefinição do homem como um

ser essencialmente necessitado partiremos para a 2ª premissa onde definiremos qual as

necessidades da npv deste homem?

Alma é um termo que deriva do latim anǐma, este refere-se ao princípio que dá movimento ao

que é vivo, o que é animado ou o que faz mover. De anǐma, derivam diversas palavras tais como:

animal (em latim, animalia), animador, ...

Filosófica e religiosamente definida como um ser independente da matéria e que sobrevive à

morte do corpo, que se julga continuar viva após a morte do corpo, podendo o seu destino ser a

beatitude celestial ou o tormento eterno.

Segundo este ponto de vista, a morte é considerada como a passagem da alma para a vida eterna,

no domínio espiritual.

A grande maioria das religiões, cristãs e não-cristãs, concorda em linhas gerais com esta

definição. O conceito de uma alma imortal é muito antigo. De facto, as suas raízes remontam ao

princípio da história humana.

As conotações que o termo "alma" geralmente transmite à mente da maioria das pessoas provêm

primariamente, não do uso dos escritores bíblicos, mas da antiga filosofia grega. Os antigos
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escritores gregos aplicavam psy.khé de vários modos, e não eram coerentes, suas filosofias

pessoais e religiosas influenciando seu uso do termo. Segundo os léxicos grego-inglês, fornecem

definições tais como "o Eu consciente" ou "ser vivente (humano ou animal)". Até mesmo em

obras gregas não-bíblicas, o termo era usado para animais. O termo hebraico para alma é né.fesh.

Num sentido literal, exprime a idéia de um "ser que respira" e cuja vida é sustentada pelo

sangue.

Os termos das línguas originais (hebraico: né·fesh; grego: psy·khé), segundo usados nas

Escrituras, mostram que a “alma” é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal

usufrui.

As conotações que a palavra portuguesa “alma” geralmente transmite à mente da maioria das

pessoas não estão de acordo com o significado das palavras hebraica e grega usadas pelos

inspirados escritores bíblicos.

A Bíblia não diz que temos uma alma. ‘Nefesh’ é a própria pessoa, sua necessidade de alimento,

o próprio sangue nas suas veias, seu ser.” — The New York Times, 12 de outubro de 1962.

Qual é a origem do ensino de que a alma humana é invisível e imortal?

A dificuldade reside em que os significados popularmente atribuídos à palavra portuguesa

“alma” provêm primariamente, não das Escrituras Hebraicas ou das Gregas Cristãs, mas da

antiga filosofia grega, na realidade, do pensamento religioso pagão. Platão, o filósofo grego, por

exemplo, cita Sócrates como dizendo: “A alma . . . se ela partir pura, não arrastando consigo

nada do corpo, . . . parte para o que é como ela mesma, para o invisível, divino, imortal e sábio, e

quando chega ali, ela é feliz, liberta do erro, e da tolice, e do medo . . . e de todos os outros males

humanos, e . . . vive em verdade por todo o porvir com os deuses.” — Phaedo (Fédon), 80, D, E;

81, A.
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Em contraste direto com o ensino grego sobre a psy·khé (alma) como imaterial, intangível,

invisível e imortal, as Escrituras mostram que tanto psy·khé como né·fesh, conforme usadas com

referência a criaturas terrestres, referem-se àquilo que é material, tangível, visível e mortal.

A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) diz: “Nepes [né·fesh] é um termo

de muito maior extensão do que nossa ‘alma’, significando vida (Êx 21.23; Dt 19.21) e suas

várias manifestações vitais: respiração (Gn 35.18; Jó 41.13[21] ), sangue [Gn 9.4; Dt 12.23; Sl

140(141).8 ], desejo (2 Sm 3.21; Pr 23.2). A alma no A[ntigo] T[estamento] significa, não uma

parte do homem, mas o homem inteiro — o homem como ser vivente. Similarmente, no N[ovo]

T[estamento] significa vida humana: a vida duma entidade individual, consciente (Mt 2.20; 6.25;

Lu 12.22-23; 14.26; Jo 10.11, 15, 17; 13.37).” — 1967, Vol. XIII, p. 467.

A tradução católica romana, The New American Bible (A Nova Bíblia Americana), em seu

“Glossário de Termos de Teologia Bíblica” (pp. 27, 28), diz: “No Novo Testamento, ‘salvar a

alma’ (Mr 8:35) não significa salvar alguma parte ‘espiritual’ do homem, em contraste com o seu

‘corpo’ (no sentido platônico), mas a inteira pessoa, com ênfase no fato de que a pessoa está

viva, desejando, amando e querendo, etc., em adição a ser concreta e física.” — Edição

publicada por P. J. Kenedy & Sons, Nova Iorque, 1970.

Né·fesh evidentemente provém duma raiz que significa “respirar”, e, num sentido literal, né·fesh

poderia ser traduzido como “alguém que respira”. O Lexicon in Veteris Testamenti Libros

(Léxico dos Livros do Velho Testamento; Leiden, 1958, p. 627), de Koehler e Baumgartner, a

define como segue: “a substância respiradora, que torna o homem e o animal seres viventes Gn

1,20 , a alma (estritamente distinta da noção grega da alma), cuja sede é o sangue Gn 9,4ss Lv

17,11 Dt 12,23 : (249 X) . . . alma = ser vivente, indivíduo, pessoa.”

Quanto à palavra grega psy·khé, os léxicos grego-inglês fornecem definições tais como “vida” e

“o eu consciente ou personalidade como centro de emoções, desejos e afeições”, “um ser


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vivente”, e mostram que até mesmo em obras gregas não-bíblicas o termo era usado “para

animais”. Naturalmente, essas fontes, que lidam primariamente com os escritos gregos clássicos,

incluem todos os significados que os filósofos gregos, pagãos, davam à palavra, inclusive o de

“espírito que partiu”, “a alma imaterial e imortal”, “o espírito do universo” e “o princípio

imaterial do movimento e da vida”. Evidentemente, porque alguns dos filósofos pagãos

ensinavam que a alma emergia do corpo na morte, o termo psy·khé também era aplicado à

“borboleta ou mariposa”, criaturas estas que passam por uma metamorfose, transformando-se de

lagarta em criatura alada. — Greek-English Lexicon (Léxico Grego-Inglês) de Liddell e Scott,

revisado por H. Jones, 1968, pp. 2026, 2027; New Greek and English Lexicon (Novo Léxico

Grego e Inglês) de Donnegan, 1836, p. 1404.

Os antigos escritores gregos aplicavam psy·khé de vários modos, e não eram coerentes, suas

filosofias pessoais e religiosas influenciando seu uso do termo. Sobre Platão, a cuja filosofia

podem ser atribuídas as idéias comuns sobre a palavra portuguesa “alma” (como geralmente se

reconhece), declara-se: “Ao passo que às vezes ele fala de uma das [supostas] três partes da

alma, a ‘inteligível’, como necessariamente imortal, ao passo que as outras duas partes são

mortais, ele também fala como se houvesse duas almas em um só corpo, uma imortal e divina, e

a outra mortal.” — The Evangelical Quarterly (Publicação Trimestral Evangélica), Londres,

1931, Vol. III, p. 121: “Idéias Sobre a Teoria Tripartida da Natureza Humana”, de A. McCaig.

Em vista de tal incoerência dos escritos não-bíblicos, é essencial deixar que as Escrituras falem

por si, mostrando o que os escritores inspirados queriam dizer ao usarem o termo psy·khé, bem

como né·fesh. Né·fesh ocorre 754 vezes no texto massorético das Escrituras Hebraicas, ao passo

que psy·khé aparece sozinha 102 vezes no texto de Westcott e Hort das Escrituras Gregas

Cristãs, perfazendo um total de 856 ocorrências. Esta freqüência de ocorrências torna possível

um conceito claro do sentido que tais termos transmitiam à mente dos inspirados escritores

bíblicos e o sentido que seus escritos devem transmitir à nossa mente. Um exame mostra que,
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embora o sentido destes termos seja amplo, com diferentes matizes de significado, entre os

escritores bíblicos não havia nenhuma incoerência, confusão ou desarmonia quanto à natureza

do homem, tal como a existente entre os filósofos gregos do chamado Período Clássico.

Segundo o conceito católico, a alma é criada por Deus e implantada no corpo por ocasião da

concepção. Esta doutrina, é um dos fundamentos da filosofia e teologia cristãs. Mas, a aceitação

de filosofias gregas significava que abandonava o conceito expresso em Génesis 2:7 de que "o

homem veio a ser [e não ter] uma alma vivente." Segundo a Enciclopédia Judaica, "a crença na

imortalidade da alma chegou aos judeus através do contacto com o pensamento grego e

principalmente através da filosofia de Platão (427-347 a.C.), seu principal expoente". Apartir de

meados do 2.° Século d.C., os primitivos filósofos cristãos adoptaram o conceito grego da

imortalidade da alma.

Na doutrina espiritualista, o ser humano é um espírito preso temporariamente num corpo

material. A este estado temporário, é denominado de alma.

[editar] Teosofia

Na Teosofia, a alma é associada ao 5º princípio do Homem, Manas, a Alma Humana ou Mente

Divina. Manas é o elo entre o espírito (a díade Atman-Budhi) e a matéria (os princípios

inferiores do Homem).

Assim, a constituição sétupla do Homem, aceita na Teosofia, adapta-se facilmente a um sistema

com três elementos: Espírito, alma e corpo. Sendo a alma o elo entre o Espírito e o corpo.

[editar] Ciência moderna


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De uma forma geral, a ciência moderna estuda o homem sem fazer referências a uma alma

imaterial, uma vez que, se existe, não pode ser observada nem medida. Apesar disso, alguns

cientistas têm tentado encontrar evidências da existência e da natureza da alma humana. Muitas

das pesquisas científicas nesse assunto vão em direção das experiências de quase-morte, porém

até o momento não existem provas conclusivas de que realmente os pacientes saíram do próprio

corpo ou se sofreram de alucinações. Há também alguns cientistas como Ian Stevenson e Brian

Weiss que conduziram estudos de caso sobre crianças narrando experiências anteriores ao

nascimento, e que poderiam sugerir uma possibilidade de reencarnação (portanto, existência da

alma), embora não tenham demonstrado o processo pelo qual isto poderia ocorrer.Tampouco

descartavam hipóteses lógicas como as narrativas serem fruto da imaginação.

[editar] História evolutiva do conceito

Chegou a uma altura na história da humanidade em que o Homem começou verdadeiramente a

assumir a existência de uma alma.

A Alma sempre foi motivo de controvérsia entre as diferentes denominações religiosas e

crenças, mesmo porque nunca foi totalmente compreendida, explicada ou observada. Antes que

o homem concluísse que a possibilidade de uma alma em evolução em conjunto com a mente de

um indivíduo e com a paternidade de um espírito divino, julgou-se que ela residia em diferentes

órgãos físicos – nos olhos, no fígado, nos rins, no coração e, posteriormente, no cérebro. Os

selvagens associavam a alma ao sangue, à respiração, às sombras e aos reflexos do seu eu na

água.

Mais tarde os hindus conceberam o atman. Os mestres hindus realmente aproximaram-se duma

avaliação da natureza e da presença de um espírito, mas houve uma falha provável quando não

distinguiram a co-presença da alma em evolução, potencialmente imortal.


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Os chineses, contudo, reconheceram dois aspectos num ser humano, o yang e o yin, a alma e o

espírito.

Os egípcios e muitas tribos africanas também acreditavam em dois factores, o ka e o ba; e não

acreditavam geralmente que a alma fosse preexistente, apenas o espírito. Os antigos habitantes

das terras que circundavam o vale do Nilo acreditavam que todo indivíduo favorecido tinha

recebido à nascença, ou pouco depois, um espírito protector a que chamavam ka. Eles ensinavam

que esse espírito guardião permanecia com o sujeito mortal ao longo da vida e que passava,

antes dele, para o estado futuro. Nas paredes de um templo em Luxor, onde está ilustrado o

nascimento de Amenhotep III, o pequeno príncipe está retratado nos braços do deus do Nilo e,

próximo a ele, está uma outra criança, idêntica ao príncipe na aparência, que é o símbolo daquela

entidade a que os egípcios chamavam ka. Essa escultura foi terminada no décimo quinto século

antes de Cristo. Julgava-se que o ka era um génio de espírito superior, que desejava guiar o

mortal ligado a ele em caminhos melhores na vida temporal; porém, mais especialmente, ele

desejava influenciar a sorte do sujeito humano na próxima vida. Quando um egípcio desse

período morria, era esperado que o seu ka estivesse aguardando por ele do outro lado do Grande

Rio. A princípio, supunha-se que apenas os reis tivessem kas, mas afinal, acreditou-se que todos

os homens rectos possuíam-nos.

Toda esta rica ideologia cresceu, fomentando as raízes que derivaram posteriormente nos

conceitos actuais da alma, base de muitas religiões cujos seguidores acreditam possuir almas, ou

serem acompanhados por elas e mesmo até serem eles próprios as almas.
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*O Rev. Luciano Gomes da Silva é Ministro da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil e

aluno do curso de Pós-Graduação em Teologia Exegética no SPN.

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