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ESTADO DE ALERTA
Um aspecto do funcionamento cerebral a ser considerado quando falamos sobre
os mecanismos da atenção, é o estado de alerta, ou nível de vigilância, ou
nível de alerta em que o cérebro se encontra em um determinado momento.
É preciso que o indivíduo tenha um nível adequado de vigilância para que o
cérebro seja capaz de preservar a atenção a um determinado estímulo, focando-
se na especificidade do objeto de conhecimento, naquilo que considerar
importante, por meio de diferentes modalidades sensoriais.
Há no cérebro um sistema funcional para regular os níveis de vigilância que
envolve a ativação das áreas do tronco encefálico, tálamo e diencéfalo. Esse
sistema possui um circuito composto por um grupamento de neurônios, que por
sua coloração azulada recebe o nome de locus ceruleus (local azul) e está
localizado no mesencéfalo (tronco encefálico). Os neurônios do locus ceruleus
são responsáveis pela produção de um neurotransmissor denominado
noradrenalina, importante (mas não único neurotransmissor envolvido na
atenção) para a regulação do estado de alerta no organismo.
O estado de alerta permite que se dê início à recepção de estímulos provenientes
dos órgãos sensoriais, por exemplo, quando um médico chega próximo ao
paciente e toca seu pé, dormindo ou acordado, respondendo por atenção reflexa
ao estímulo periférico. Já a atenção voluntária é controlada por aspectos centrais
do processamento cerebral ocorre, por exemplo, quando estou à procura de um
determinado objeto dentre tantos num espaço delimitado. Portanto, “são as
projeções do sistema ativador reticular ascendente (SARA) que possibilitam a
ativação cortical, a manutenção do alerta/vigília e a escolha das repostas
comportamentais.
VELOCIDADE DO PROCESSAMENTO
A velocidade do processamento corresponde ao tempo de reação do indivíduo
após estímulo dado e é medida por testes específicos como FAS (Fluência
Verbal Fonêmica em adultos), TFV (Fluência Verbal para crianças, inclusos
fluência verbal livre, fonêmica e semântica).
Esse tempo tende a aumentar conforme a complexidade da tarefa a ser
executada e alterações ou desvios em seus resultados são encontradas em
pessoas vitimadas por TCE, esclerose múltipla, demências e depressão.
AMPLITUDE ATENCIONAL
Amplitude ou span atencional corresponde a capacidade de armazenar
informações por um curto espaço de tempo, sendo descartada quando não mais
necessito dessa informação, o que a diferencia de memória.
A amplitude atencional pode ser medida em testes como: Dígitos ordem direta e
indireta (WISC/WAIS), span visual direto (WMS) e repetição de sentenças (Mini
Exame do Estado Mental/MEEM).
Alterações nesse processo são observadas em maior número a pessoas
acometidas por: insultos que ocasionaram prejuízos do hemisfério direito, do que
as acometidas por prejuízos no hemisfério esquerdo cerebral; com longa
exposição a solventes industriais, demências em estágio inicial e moderado,
TCE, AVC com alterações das áreas visuais, lesões do hemisfério direito,
lobotomia temporal direita, lesões do lobo frontal, DA.
ATENÇÃO SUSTENTADA
ATENÇÃO SELETIVA
Corresponde a capacidade de inibir distratores e focar num estímulo específico
e importante para o momento. A atenção seletiva também necessita de
flexibilidade.
Três estruturas estão relacionadas ao mecanismo da atenção seletiva: córtex
parietal superior (representação espacial exterior), córtex pré motor lateral
(orientação e movimentos de exploração) e giro do cíngulo anterior (associado a
monitoração da resposta).
A seleção de estímulos é relevante para que nosso cérebro não seja orientado
a responder a todos os estímulos que se apresentarem no campo visual e/ou
auditivo.
São utilizados para avaliação da atenção seletiva testes como: Escuta dicótica,
Teste de cancelamento, Teste D2.
ATENÇÃO DIVIDIDA
CONTROLE MENTAL
Controle mental corresponde a preservar mentalmente determinada informação
enquanto se aplica outra operação mental. Está fortemente ligado a Funções
Executivas, e relaciona-se à memória de trabalho ou memória operacional.
Envolve as áreas de córtex dorso lateral pré-frontal direito e esquerdo, sendo
estas memória operacional espacial e memória operacional verbal,
respectivamente.
Processos de demência, lesões no lobo frontal, lobotomia, TEC, prejuízo
hemisférico à esquerda, entre outros, promovem comprometimentos nessa
função que poderá ser avaliada pelos testes: Dígitos em ordem inversa
(WISC/WAIS), Sequência de números e letras (WAIS), Span visual em ordem
inversa (WMS), cálculos mentais, soletrar em ordem inversa.
ATENÇÃO ALTERNADA
Atenção alternada corresponde a capacidade de alternar entre um estímulo e
outro, sucessivamente, correlaciona-se com a flexibilidade mental e pode ser
medida através do Teste de Cartas Sortidas de Wisconsin.
CONTROLE INIBITÓRIO
Controle inibitório é a capacidade de o indivíduo determinar a relevância de um
estímulo e inibir outros que lhe sejam concorrentes, ou de pronunciar respostas
automáticas.
É uma função realizada pelo córtex pré-frontal e pode ser medido através de
testes como Stroop e Hayling.
REABILITAÇÃO COGNITIVA