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A FILOSOFIA
DA AÇÃO
A REDE
CONCEPTUAL
DA AÇÃO
HUMANA
A FILOSOFIA DA ACÃO
Disciplina filosófica que procura compreender em que consiste
uma acão humana, identificando as condições em que o sujeito
da ação pode ou não ser responsabilizado pela mesma.
TEXTO 1
“Recentemente li uma notícia no jornal sobre um jovem pai que se
esqueceu de deixar a sua filha bebé no infantário quando ia para o
trabalho. A bebé passou o dia todo trancada no carro num parque de
estacionamento sobreaquecido, e quando ao fim do dia o pai passou no
infantário para a ir buscar, disseram-lhe: “Hoje não a deixou cá.” Correu
de volta para o carro para a encontrar ainda presa na sua cadeirinha na
parte de trás, morta. Se o leitor conseguir ponha-se na pele deste
homem.(…)
Não sei mais nada sobre este jovem pai. É concebível que seja um ser
humano insensível e irresponsável, um vilão que merece o desprezo de
todos nós. Mas também é concebível que seja basicamente uma boa
pessoa, uma vítima do azar cósmico.” DANIEL DENNETT, A Liberdade
Evolui, Temas e Debates
O que é a intenção?
A intenção é o objectivo que guia a ação (é uma ideia que queremos colocar
em prática). Uma verdadeira ação humana é sempre uma ação
intencional, isto é, um comportamento dirigido e controlado pelo
agente.
A intenção:
É o objetivo que guia a ação
Não é visível
NOTA: Face aos vários acontecimentos, o ser humano pode fazer uma série
de coisas. Face a um acontecimento como, por exemplo, o tsunami que
devastou o Sudeste Asiático, um indivíduo pode ajudar as vítimas através
de donativos ou voluntariar-se para apoiar os feridos
EX: Face ao acontecimento que foi o meu nascimento, eu não posso ficar
paralisado(a). A vida foi algo que me foi dado, foi algo que me aconteceu
mas compete-me a mim conquistar essa vida que me foi dada e que eu não
escolhi. Como? Tomando decisões, traçando projectos, escolhendo
caminhos. Enfim, exercendo a minha liberdade.
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http://www.youtube.com/watch?v=WOdBQYiIKWc
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ACTIVIDADE 1:
Ir à praia
Respirar
Ressonar
Estudar
Sonhar
Transpirar
Ruborizar
Fumar
Acenar a um
amigo
Emprestar um
DVD
António deseja herdar uma fortuna e crê que o melhor a fazer para satisfazer o seu desejo é
matar o seu pai abastado. Mas este pensamento põe-no tão nervoso que, ao conduzir
desajeitadamente o seu carro, mata um peão que é, afinal, o seu pai! Cometeu ou não um
parricídio?
Questão:
É o António responsável pela morte de seu pai? A morte do pai do António foi uma acção do
António? Qual é o aspeto que nos permite dizer que um acontecimento é uma acção?
pessoas, mas que claramente não são ações – por exemplo, escorregar.
ii. Será a existência de movimentos corporais? Mas há ações sem movimento corporal
(estar imóvel a estudar) e há movimentos corporais que não são ações (respirar).
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iii. Uma outra resposta a este problema afirmaria que a intenção é aquilo que distingue
os acontecimentos das ações:
Os desejos e as crenças, e o seu discutido papel causal nas ações, são exemplos de estados
mentais intencionais.
No exemplo 1, existe claramente um desejo (herdar uma fortuna) e uma crença, e parece que
à custa deles João concretiza um acontecimento – a morte de seu pai. Tudo aponta, pois, que
se trate de uma ação de João. Concorda?
A intenção é o objectivo que guia a ação (é uma ideia que queremos colocar em
prática). Uma verdadeira ação humana é sempre uma ação intencional, isto é,
um comportamento dirigido e controlado pelo agente.
As ações humanas são originadas por desejos, ou seja, são ações realizadas por
alguém que as quer realizar e que acredita que esse é o melhor meio para
atingir um fim.
Exemplo:
NOTA:
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•O projeto está orientado para o futuro, uma vez que as nossas intenções são
ideias nas quais antecipamos as nossas ações.
•Por fim, diremos que a ação humana comporta duas componentes: uma
componente mental e uma componente física. Ou seja, antes de ser real, , a
ação humana- porque é projetada e pensada- tem uma existência mental.O
projeto é uma antecipação da ação. É a ação antecipada, pensada, idealizada.
MOTIVOS
Por detrás das ações que praticamos encontram-se motivos ou razões que
as explicam. O motivo é a razão que torna a ação intencional,
compeensível e explicável tanto para o agente (quem pratica a ação)
como para os outros que a sofrem.
A DELIBERAÇÃO E A DECISÃO
Ex: Eu tenho a intenção de ser médico. Esse é o meu projeto de vida a nível
profissional. Para o concretizar terei de tomar uma decisão: matricular-me
no 10º ano, na área de ciências. Quando escolho esta opção estou ao
mesmo tempo a rejeitar outras opções, a saber, economia, artes,
humanidades, etc.
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Simples:
Concluindo:
Vamos decidir?
Prosseguir ou não os estudos são duas possibilidades de ação. Que decisão
tomar? Vou ponderar os prós e os contras. Vejamos:
1. Prosseguir os estudos:
Prós: prosseguir os estudos aumenta a probabilidade de arranjar um
bom emprego, aumenta os nossos conhecimentos e a nossa
formação em geral.
Contra(s): prolonga a nossa dependência económica em relação aos
pais.
“ A intenção é de alguém; o motivo é o que leva alguém a fazer algo; por fim , o
agente é o que pode responder à pergunta: Quem fez isto? Mediante a resposta:
EU:”
INTENÇÃO/PROJETO
o mesmo que projeto, isto é, aquilo que nos propomos fazer
ou o propósito da ação (implica a tomada de consciência do
sentido dos nossos atos); o sentido da ação, isto é, o
significado atribuído a uma ação, identificado através da
resposta à pergunta «o quê?»ou "para quê".
O MOTIVO
identifica e explica as suas razões da ação; refere-se ao
porquê da intenção, ou seja, «o que é que levou A a fazer
X»; distingue-se do conceito de causa, porque ao
identificarmos os motivos não podemos considerar que
existe sempre entre eles e a intenção uma relação
necessária; há que ter em conta a intervenção da vontade.
A causa faria ocorrer a ação independentemente da
vontade do agente.
O AGENTE
o autor da intenção e da ação , isto é, o que pratica a ação;
identifica aquele que, por sua iniciativa (livre e
voluntariamente), produz alterações no decorrer normal
das coisas; por ser o autor, isto é, aquele que pratica uma
ação intencionalmente, é aquele a quem se atribui a
responsabilidade da ação, isto é, aquele que responde por
ela.
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QUESTÃO FUNDAMENTAL:
O Livre Arbítrio
Vejamos:
b) CONDICIONANTES PSICOLÓGICAS
d) O PESO DO PASSADO
Isto é, a nossa liberdade atual está condicionada pelas escolhas que fizemos
no passado. Refazer a nossa vida é bastante difícil e, muitas vezes,
impossível, devido aos compromissos, obrigações e deveres que assumimos
no passado. O uso que fazemos da nossa liberdade vai ter implicações
no presente e no futuro.