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OS LUSIADAS 5.1. O autor, a época, a epopeia renascentista + Luis de Camées terd nascido em 1524-e morrido em 1580. * Acredita-se que frequentou a Universidade de Coimbra. + Combateu em Ceuta e, ern batalha, perdeu um altho, aor + Esteve no Oriente onde se pensa que escreveu Os Lusiadas. + Recebeu uma tenga de D. Sebastiao pelo servico militar prestado a patria, + Morreu na miséria a 10 de junho de 1580. + O século XVI é uma época de grandes transformacées sociais, econdmicas e culturais. + Portugal, apés a expansao maritima, torna-se uma poténcia comercial europeia, + Culturalmente, o Renascimento, movimento que teve origem em Italia no século XIV, assinala a valorizacao do homem e da razao. | + Paralelamente, 0 Classicismo retoma os modelos da Antiguidade Classica € preconizaa sua imitacao. +A valorizacao da cultura grega e romana leva ao reconhecimento do género épico. + A epopeia é um poema narrative em que se celebravam deuses e herdis, ou grandes feitos de natureza histrica, representativos de uma cultura. + Na Grécia, Homero escreveu a ilfadae a Odisseia, SRE) -€mRoma, Virgilio escreveu a Eneida. + A semelhanca destes modelos greco-latinos da Antiguidade Classica, Luis de Camoes escreve, no século XVI, Os Lusfadas, + A epopeia nacional segue as caracteristicas do género, adaptando alguns aspetos, relativamente aos elementos da epopeia clissica + Acdo: de base veridica que comeca in medias res. 9 | «Hers: individual e coletivo. + Maravilhoso: cristo pagio. + Forma: 10 Cantos e 1102 estancias. Os Lusiadas eae ene) ou koa! + 10 Cantos + 1102 estancias + Cada Canto tem um nGmero variavel de estrofes + Todas as estancias s80 oitavas * Os versos sao todos decassilabicos + Oesquema rimatico abababcc + Arima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhiada nos dois altimos + Proposi¢ao 0 Poeta expe o que se propde cantar. «+ Invocagso 0 Poeta invocaas Ninfas do Tejo (Tagides) para inspirarem. + Dedicatoria 0 Poeta dedica o poema a0 rei D. Sebastizo. + Narragio Parte que constitui o corpo do poema, em que se narram varias agoes do heréi: —narragao da viagem de Vasco da Gama a india (in medias res}; —narragio da Hist6ria de Portugal; —narracao da intriga dos deuses. Os Lusiadas e a viagem de Vasco da Gama 4 india VERA CRUZ — Viagem de ida de Vasco da Gama (1497-98) Viagem de regresso de Vasco da Gama (1498-99) + Plano da viagem €aacao central do poema. Narra-se a viagem de Vasco da Gama a india, + Plano da Histéria de Portugal Surge encaixado no plano da viagem. Vasco da Gama narra ao rei de Melinde factos da Historia de Portugal. 0 Adamastor profetiza acontecimentos futuros. + Plano da mitologia Surge em articulagao com o plano da viagem. Integra as interven¢oes dos deuses nas acdes do herdi. + Plano das reflexdes do Poeta 0 Poeta, no final dos Cantos, reflete acerca de temas variados. Visdo global da epopeia CANTO! CANTO Il CANTO Ill CANTO IV CANTOV CANTO VI CANTO VII CANTO Vill CANTO IX CANTO X 0 Poeta apresenta a Proposicao, Invocacao e Dedicatéria: momentos em que o imaginario épico, a sublimidade do canto e a mitificacao do herdi ficam claramente definides. Inicia-se a Narracao in medias res, com a armada de Vasco da Gama ao largo de Macambique. Retine o consilio dos deuses. Os portugueses tém os primeiras contactos com os mouros na costa leste africana, na sequéncia de ciladas armadas por Baco, e contam com a protecao de Vénus. Reflexao sobre a fragilidade do hornem, iladas do rei de Mombaga a Vasco da Gama e recompensa pelos perigos passados na rececao em Melinde. Descricao dos costumes e das relagdes entre os dois povos, Inicio do discurso de Vasco da Gama ao rei de Melinde, em que o navegador narra a histéria de Portugal: descri¢ao inicial da Europa e narracao de alguns episodias da primeira dinastia. Reflexao sobre 0 amor. Continuacao da narragao da historia de Portugal por Vasco da Gama: acontecimentes relativos 20 interregno, que se segue 4 morte de D. Fernando; discurso de Nuno Alvares Pereira na Batalha de Aljubarrota; acontecimentos da segunda dinastia: sonho profético de D. Manuel, relativamente 3 Nomeacao de Vasco da Gama como chefe da expedi¢o a india; partida de Belém; episédio do Velho do Restelo. Vasco da Gama narra 0 inicio da viagem & india: depois da passagem do Equador, episddio do “fogo-de-santelmo” e da “tromba maritima”; aventura de Femao Veloso na Bafa de Santa Helena; episodio do Adamastor: profecias desastrosas; epidemia do escorbuto; elogio 3 valentia dos Portugueses. Reflexdo sobre o desprezo das letras e critica 4 ignorancia e desvalorizagao da poesia por parte dos contemporaneos do poeta. 0 Poeta assume novamente a narra¢ao. Narra¢ao da viagem até a India: partida de Melinde; descricao do palacio de Neptuno e nova intervencao de Baco para prejudicar os portugueses: soltam-se os ventos e desencadeia-se uma tempestade; intervencao de Vénus a acalmar os ventos; chegada a Calecute; Vasco da Gama agradece a ajuda divina. Reflexao sobre o valor da verdadeira gloria. 0 Poeta tece palavras de elogio aos lusitanos e criticas em relacao aos outros europeus por nao terem a mesma preocupagao com a propagacao do cristianismo; descri¢ao do Malabar: narracao do desembarque de Vasco da Gama; visita ao Smorim; invocacao das Ninfas do Tejo e do Mondego, em forma de lamento. Reflexao e critica sobre aqueles que antepdem o interesse particular a0 bern pablico, Paulo da Gama narra ao Catual alguns episédios da histéria de Portugal a partir da observacao de estandartes. 0 Poeta narra as suspeitas de Vasco da Gama quanto as ciladas muculmanas; revolta dos. ‘Mmuculmanos contra Gama por causa do cristianismo que os portugueses anunciam. Reflexao sobre 0 poder corruptor do dinheiro. Narracao do regresso a Lisboa; paragem na Ilha dos Amores: descrigao do local e desembarque, figuracao da uniao entre portugueses e Ninfas;significagao da Ilha: 0 imaginério épico, a sublimidade do canto e a mitificagao do herdi. Reflexao sobre o simbolismo da ilha Narracao do banquete oferecido aos portugueses; premonicao das futuras aces dos lusitanos apresentacao da “maquina do mundo” a Vasco da Gama por Tétis; chegada a Lisboa e consideracoes finais, valorizando 0 imaginario épico, a sublimidade do canto e a mitificagao do herdi. Reflexao sobre a importncia da valorizacao dos verdadeiros herGis. ‘Azul linhas de leitura da obra; Violeta reflexdes do poeta; Verde diferentes narradores; Vermelho: intervengéo dos deuses 5.2. Andlise, episédio a episodio el ' t t 1 i t | 1 | Divisdio em duas partes | + Primeira parte: estrofes 1 e2 i | + | Herdis que vao ser cantados 1 1 1 ' | ‘ | jf osarmas ‘, 1 | eosbardes | Porque ——> | \\ assinalados | ‘ 4 | nad 1 === 1 a aN | { memérias \ 1 gloriosas } Porque —p 1 \ daqueles i \ y i \ reis | === NN \ \ Eaqueles | Porque ——> i / «Segunda parte: estrofe 3. ===> + Confronto entre os Pportugueses e os herdis da Antiguidade Classica | ' i i i i | i ! | ! i t | I i 1 1 i ' i 1 | 1 ! ' apresentagao => exposi¢ao antncio $7 Cantando espatharei por toda parte Por mares nunca de antes navegados, Passaram aindo além da Taprobana, Em perigos e guerras esforcados, ‘Mais do que prometia a forca humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; (...] foram dilatando AFé,o lmpério e as terras viciosas De Africa e de Asia andarom devastando por obras valerosas Se vio da lei da Morte libertando, Cessem do sabio Grego e do Troiano ‘As navegagées grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano A foma das vit6rios que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram, Cesse tudo 0 que a Musa antigo canta, Que outro valor mais alto se alevanta. os —s f \. 7 \ | Cessem } (cies) 1 Cesse } x , / Nona No Se Quem? tudo o que a Musa antiga canta Sdbio Grego Troiano Alexandro Trojano Ulisses Eneias Alexandre Magno Imperador Trajano Herdis da Antiguidade Classica Porqué? Que eu canto o peito ilustre Lusitano Porque eu canto os lusiadas Aquem Neptuno e Marte obedeceram + 4 Neptuno, Deus do Mar Deus da Guerra ral eum — Inicio da narragao da viagem de Vasco da Gama a india [in medias res) JGno largo Oceano navegavam + 4 Oceano Indico, ao largo de Mogambique os portugueses, Mar calmo e condigdes favoraveis & navegacao 4 As inquietas ondas opartando Os ventos brandamente respiravam Das naus as velas concavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vdo cortando As maritimas aguas consagrados, Que do gado de Proteu sdo cortadas Consilio dos deuses Geel Narrador: 0 Poeta QUANDO TEVE LUGAR A REUNIAO? Jé no largo Oceano navegavam (est. 19} Quando os Deuses no Olimpo luminoso, Onde 0 governo esta da humana gente, Se ajuntam em constlio glorioso, (est. 20) QUAL ERA 0 ASSUNTO A DEBATER? Sobre as cousas futuras do Oriente. (est. 20) Consilio dos deuses, Columbano Bordalo Pinheiro, QUEM CONVOCOU A REUNIAO? (1857-1929) Convocades, da parte do Tonante,— Jupiter? Pelo neto gentil do velho Atlante. —— Mercirio® (est. 20) QUAL FOIA ESTRATEGIA DE JUPITER? + Discurso (ests. 24-29) persuasivo com varios argumentos e alguns exemplos. Profecia sobre 0 futuro gloriosodos “Como é dos Fades grandes certo intento / Que por ela se portugueses, esquecam os humanos / De Assirios, Persas, Gregos e Romanos” (est. 24) Realce do valor dos portugueses “Cum poder to singelo e to pequeno, / Tomar ao Mouro demonstrado nas varias vitorias con- forte e guarnecido / Toda terra que rega o Tejo ameno: / tramouros, castelhanoseromanos. ois contra o Castelhano tao temido / sempre alcancou favor do Céu sereno” (est. 25] “Deixo, Deuses, atras a fama antiga, / Que co agente de Romulo alcancaram” (est. 26] Valoriza¢ao da coragemeousadiados “Agora vedes bem que, cometendo / 0 duvidoso mar num Portugueses ao enfrentaremomar. __lenho leve" (est. 27) Referéncia ao Destino que reserva _—“Prometido Ihe est do Fado eterno, / Cujaalta lei nao paras portuguesesodominiodos _ pode ser quebrada, / Que tenham longos tempos o mares. governo / Do mar que vé do Sol a roxa entrada.” (est. 28) Enaltecimento dos perigos esofri- _“€ porque, como vistes, tem passadios / Na viagem to mentos passados ao longo daviagem. —asperos perigos" (est.29) * Pai dos deuses. * Mensageiro dos deuses, DECISAO De JUPITER: Que sejam, determino, agasalhados Nesta costa Africana como amigos, E, tendo guarnecida a lasso frota, Tornarao a seguir sua longa rota (est. 29) Os navegadores portugueses merecem ser ajudados, Serdo bem recebidos na costa do Indico e poderao restabelecer forcas para poderem concluir a viagem com sucesso. QUAIS FORAM AS REACOES AO DISCURSO DE JUPITER? Estas palavras Jpiter dezia, Quando os Deuses, por ordem respondendo, Na sentenca um do outro diferia, Razées diversas dando e recebendo. (est. 30) + Divergéncias entre os Deuses Ho BACO (ests. 30-32) VENUS (ests. 33-34] MARTE (ests. 36-37) Teme perder a sua Defende os portugueses: Defende os portugueses: famano Oriente. Aa + qualidades do povo afeicao a Venus semelhancas com os romanos valor dos portugueses. desejo de ser celebrada. Discurso (ests. 38-40) de Marte realca * omérito dos portugueses; + ainveja e maus sentimentos de Baco; + afirmeza de Jopiter face 8 decisao ja tomada QUAL FOIA DECISAO FINAL DE JUPITER? + Como isto disse, o Padre poderoso, A cabeca inclinando, consentiu No que disse Mavorte valeroso (est. 41) QUAIS FORAM AS CONSEQUENCIAS DA REUNIAO DOS DEUSES? + Venus, atenta, protegera os portugueses. Jupiter e Tétis, Jean-Auguste Ingres + Baco, atento, perseguira os portugueses. (1780-1867). — eT Saeco aes) Episddio de Inés de Castro Plano da Historia de Portugal Narrador: Vasco da Gama, em Melinde Introducao (est. 118) + Contextualizagao: Passada esta tao prospera vit6ria, Tornado Afonso Lusitana Terra, e Ase lograr da paz com tanta gléria Asiplica de Inés de Castro, Quanta soube ganhar na dura guerra, Columbano Bordalo Pinheiro, + (1857-1929). D. Afonso IV regressa vitorioso da Batalha do Salado, em spanha. + Apresentacao do novo episédio: O caso triste e dino da mem6ria, Que do sepulcro os homens desenterra, Aconteceu da misera e mesquinha Que despois de ser morta foi Rainha. ReflexGo do poeta sobre o Amor (est. 119) + O poeta interpela o Amor e responsabiliza-o pela morte de Inés: + Tu, $6 tu, puro amor, com forca crua, Que os coragées humanos tanto obriga, Deste causa 4 molesta morte sua DescrigGo de Inés em Coimbra (ests. 120-122) + Inés € uma jovem muito bonita: Estavas, linda Inés, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, (est. 120) + Est apaixonada e o seu amor pelo principe D. Pedro, filho do rei D. Afonso IV, é correspondido: Do teu Principe ali te respondiam As lembrangas que na alma the moravam (est. 121) + Ings vive tranquila e feliz nos campos do Mondego, emboratenha saudades do seu amado ausente: Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, ‘Aos montes insinando e as ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. (est. 120) Decisdo do rei D. Afonso IV (ests. 122-123) + Orei esté descontente com o comportamento do filho: —D. Pedro ama D. Inés; 0 povo opunha-se a uniao de D. Pedro com D. Inés; —o principe recusa um casamento conveniente para a coroa portuguesa, Vendo estas namoradas estranhezas, O velho pai sesudo, que respeita 0 murmurar do povo e a fantasia Do fitho, que casar-se ndo queria (est. 122] + D. Afonso IV ordena a morte de Inés: Tirar Inés ao mundo determina Por the tirar o filho que tem preso, Crendo co sangue s6 da morte indina ‘Matar do firme amor o fago aceso. (est. 123) + 0 Poeta demonstra a sua indignacao pela atitude do rei, referindo que a mesma espada que foi utilizada na luta contra os mouros é agora utilizada para matar uma donzela indefesa: Que furor consentiu que a espade fina, Que pode sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra hua fraca dama delicada? (est. 123) Inés eo rei (ests. 124-129) + Inés é levada pelos carrascos a presenca do rei (ests. 124-125): Traziam-na os horrfficos algozes Ante o Rei, ja movido a piedade; (est. 124) + Discurso de siplica de Inés (ests. 126-129): + Argumentos: —invocagao de exemplos em que os animais selvagens cuidaram de criancas e tiveram compaixdo delas (est. 12 —apelo & humanidade do rei, lembrando que esté a matar a mae dos seus netos (ests. 127-128); —alegacao de inocéncia, uma vez que 0 seu Gnico pecado foi amar D. Pedro (est. 127); —sugesto do desterro na companhia dos filhos, realando que procurara a misericordia entre os animais, uma vez que nao a encontrou nos humanos (ests. 128-129). * feito do discurso no r Queria perdoar-the o Rei benino, Movido das palavras que o magoam; Mas 0 pertinaz povo e seu destino ' (Que desta sorte 0 quis} the nao perdoam. (est. 130) + Morte de Inés: Arrancam das espadas de aco fino i Os que por bom tal feito ali apregoam. (est. 130) + Indignagao do Poeta e utilizacao indigna da espada: Contra hia dama, 6 peitos carniceiros, Feros vos amostrais e cavaleiros? (est. 130) + Descricdo de Inés morta (ests. 131-132) As espadas banhando e as brancas flores, que ela dos olhos seus regados tinha, (est. 132) Reflexdo final do poeta (ests. 132-135) + Realce da crueldade do ato: Tais contra Inés os brutos matadores fs] Se encarnicavam, férvidos e irasos, No futuro castigo ndo cuidosos. (est. 132) + Desejo de que aquele dia seja apagado da historia: Bem puderas, 6 Sol, da vista destes, Retrato de Luis de Camoes, Teus raios opartar aquele dio, (est. 133) Ant6nio Soares (1894-1978). + Referéncia a solidariedade dos elementos da Natureza perante a morte de Inés: * o choro das ninfas do rio Mondego da origem a Fonte dos Amores. As flhas do Mondego @ morte escura Longo tempo chorando memoraram (est. 135) CLASSIFICACAO DO EPISODIO. + Marcas de lirismo: a importancia da expressao de sentimentos: o amor, a saudade da separacao, a crueldade da morte; os recursos expressivos variados. + Marcas de tragédia: a presenca do Fado, a catastrofe da morte de Inés. Episédio das Despedidas em Belém Narrador: Vasco da Gama em Melinde, recorda a partida de Lisboa Descrig&o do porto de Lisboa (ests. 84-85) +0 porto de Lisboa (onde o rio Tejo se mistura com 0 mar) esta preparado para o grande dia da partida: E jG no porto da inclita Ulisseia, Cum alvoro¢o nobre e cum desejo [Onde o licor mistura e branca areia Tbe dre Co salgado Neptuno! e doce Tejo} (est. 84) ' 1 1 t ' i f | | ' t t ' ' ' i ' i i t t i 1 i i ' i i i i 1 1 1 i i i » Esta tudo a postos para a partida das naus. + Os navegadores em trajes coloridos esto firmes e entusiasmados no seu propésito de partir, como realca Vasco da Gama: As naus prestes estdo; endo refreia Temor nenhum 0 juvenil despejo, Porque a gente maritima ea de Marte Estdo pera seguir-me a toda a parte. (est. 844) Pelas praias vestidos os soldados De varias cores vem e varias artes, Endo menos de esforco aparelhados Pera buscar do mundo novas parte, (est. 85) + As naus robustas esto engalanadas e anunciam a gloria da descoberta de caminhos maritimos desconhecidos: Nas fortes naus os ventos sossegados Ondeiam os aéreos estandartes. Elas prometem, vendo os mares largos, De ser no Olimpo estrelas, como a de Argos. (est. 85) Ceriménia religiosa (ests. 86-87) + Os marinheiros assistem a uma ceriménia religiosa na capela de Belém e pedem protecao a Deus: Aparelhamos a alma pera a morte (est. 86) (...) Imploramos favor que nos guiasse (est. 86) + Vasco da Gama manifesta ao rei de Melinde o seu estado de espii No momento da partida: Certifico-te, 6 Rei, que, se contemplo Como fui destas praias apartado, Cheio dentro de divide e receio, Que apenas nos meus olhos ponho o feio. (est. 87) A dor dos que ficam (ests. 88-92) + Movimentacao de toda a populacao de Lisboa: Agente da cidade, aquele dia, (Uns por amigos, outros por parentes, Outros por ver somente) concorria (est. 88) + Tristeza e preocupaco dos que fica Por perdidos as gentes nos julgavam As mulheres cum choro piodoso Os homens com suspiros que arrancavam (est. 89] * Tornarem-se imortais como anau de Argos, que foi transformada em constelago. ' t i t | i 1 i 1 ! 1 ' ' ' ' ' i ' I i | i i I i 1 t i | ' ' i i * Destaque para o apelo sofrido da Mae e da Esposa: Qual vai dizendo: “6 filho, a quem eu tinha (est. 90) 6.) Qual em cabelo': “6 doce e amado esposo” (est. 91) « feito nos marinheiros das palavras dos que ficam: NOs outros, sem a vista alevantarmos Nem a Mae, nem a Esposa, neste estado, Por nos ndo magoarmos, ou mudarmos Do propésito firme comecado (est. 93) © embarque est. 93) + Vasco da Gama assume a sua posigo de lider e ordena o embarque dos marinheiros sem despe- didas para nao prolongar o sofrimento: Determinei de assi nos embarcarmos, Sem o despedimento costumado, Que, posto que é de amor usan¢a boa, A quem se aparta, ou fica, mais magoa. (est. 93) CLASSIFICACAO DO EPISODIO * Marcas de lirismo: a importancia da expressao de sentimentos ~ a dor da despedida; os recursos expressivos variados. | | | | 10 facto de a esposa nao ter colocado o lenco na cabesa realga 0 seu estado emocional de aflicao. Na ed 7 ER — rrr Episédio do Adamastor f Gee er cu hoes eeu Narrador: Vasco da Gama, em Melinde Contextualizacao e indicios do aparecimento do Adamastor (ests. 37-38) + Localizagao da armada portuguesa: cinco dias apés a partida da Bafa de Santa Helena, no Cabo da Boa Esperanca: Porém ja cinco Sois eram passados Que dali nos partiramos, cortando Os mares nunca de outrem navegados (est.37) + Indicios de desgraca: uma noite —uma nuvem carregada —um bramido do mar ' 1 i ' i i i i 1 1 i 1 ' t ! | { i ! ' i i ; ; ] | | | + Apelo de Vasco da Gamaa Deus: 6 Potestade (disse) sublimada: Que ameago divino ou que segredo Este climae este mar nos apresenta, Que mor coisa parece que tormenta? (est. 38) Descricéio do gigante (ests. 39-40) + Figura disforme e gigantesca * Orosto carrancudo + Abarba aspera e suja * 0s olhos encovados” * Apostura“medonha ema" + Oscabelos “crespos"e “cheios deterra” —_statua do Adamastor {pormenor), + A“boca negra” escultura de Jilio Vaz Janior “deer sma (eyes eeieinece + Comparacao com 0 Colosso de Rodes * Tom de voz “horrendo e grosso” Arrepiam-se as carnes e o cabelo, Amie atodos, sé de ouvi-lo e vé-lo! Discurso do Adamastor (ests. 41-48) + Censura a ambi¢ao desmedida do povo portugués, em tom ameacador. (ests. 41-42) + Enumeracao de varios castigos, em forma de profecia, pelo atrevimento portugués de querer dominar o mar (todos estes acontecimentos acontecerao no futuro e fazem parte da Historia de Portugal): (ests. 42-48) ~ Pedro Alvares Cabral e a sua armada, na viagem de descoberta do Brasil, em 1500, sofrerao uma tempestade no Cabo da Boa Esperanca; ~ Bartolomeu Dias, 0 primeiro homem a dobrar o Cabo das Tormentas, ira naufragar e sera la sepultado; ~0. Francisco de Almeida, primeiro vice-rei da india, numa viagem de regresso a Portugal, sofreré um naufragio e morrera naquele local; ~ Manuel de Septlveda, na companhia da mulher e dos filhos, salvar-se-4 de um naufragio, mas. acabar8 por morrer nas maos dos indigenas Interpelagdo de Vasco da Gama (est. 49) + Vasco da Gama interrompe o discurso do Gigante e interpela-o: Lhe disse eu: “Quem és tu? Que esse estupendo Corpo, certo, me tem maravilhado!"” (est. 49) © Adamastor faz um relato autobiogréfico (ests. 50-59) + O Gigante muda de atitude e, comovido, conta a sua historia: —identifica-se com 0 Cabo das Tormentas; ~Felata a sua paixao nao correspondida por Tétis; — narra o seu conflito com os deuses do Olimpo; —conta 0 castigo que the foi infligido pelos deuses por Ihes ter desobedecido; ~lamenta a sua transformacao em racha junto ao mar, permanentemente cercado por Tétis; termina chorando. Assi contava; e, cum medonho choro, Subito de ante os olhos se apartou. (est. 60) Desaparecimento do Gigante (est. 60) + 0 Adamastor desaparece e com ele desfaz-se a “nuvem negra”: Desfez-se a nuvem negra, e cum sonoro Bramido muito longe o mar soou. (est. 60) + Vasco da Gama agradece a Deus e pede que as profecias do Gigante nao se concretizem: A Deus pedi que removesse os duros Casos, que o Adamastor contou futuros. (est. 60) CLASSIFICACAO DO EPISODIO + 0 Adamastor é um simbolo de todos os obstaculos que os portugueses tiveram de ultrapassar nas descobertas maritimas. Episédio da tempestade e chegada 4 india Narrador: o Poeta (a armada de Vasco da Gama sai de Melinde em direcao a Calecute, na India) Inicio da tempestade (est. 70) + Intensificacdo dos ventos e firia dos elementos da Natureza: € porque o vento vinha refrescando (est. 70) « Sinal do mestre para recolher as velas: Eis o mestre, que olhando os ares anda (est. 70) A tempestade (ests. 71-79) + Movimentagdes dos marinheiros, referidos como soldados na luta contra os elementos da Natureza: Correm logo os soldados animosos (est. 73) | | | | { | t { ' 1 ' [ | 1 ! ! ! 1 1 | 1 | | ' { ' | | { | i i | i 1 | I i i 1 1 i + Estragos nas naus (nau de Paulo da Gama, nau de Nicolau Coelho, nau de Vasco da Gama): ~inundacoes: Que, no romper da vela, a nau pendente Toma grdo suma de agua pelo bordo. (est. 72) ~cortes dos mastros: Anau grande, em que vai Paulo da Gama, Quebrado leva o masto pelo meio, (est. 75) —lemes incontrolados: Trés marinheiros, duros e forcosos, Amenear o leme ndo bastaram; Talhas Ihe punham, dhda e doutra parte, ‘Sem oproveitar dos homens forca e arte. (est. 73) + Impetuosidade e forca da tempestade versus incapacidade dos homens: Agora sobre as nuvens os subiam ‘As ondas de Neptuno furibundo; Agora a ver parece que deciam, As intimas entranhas do Profundo, (est. 76) * Efeitos da tempestade na natureza: —aves entristecidas: As Alci6neas aves triste canto Junto da costa brava levantaram (est. 77) —golfinhos escondidos no fundo do mar: Os delfins namorados, entretanto, LG nas covas maritimas entraram, (est. 77) —relampagos e trovées: Nunca to vivos raios fabricou Contra a fera soberba dos Gigantes 0 grdo Ferreiro sérdido que obrou Do enteado as armas radiantes; Nem tanto 0 grdo Tonante arremessou Relampagos ao mundo, fulminantes, (est. 78) —montes desfeitos: Quantos montes, entdo, que derribaram a As ondas que batiam denodadas! (est. 79) ~Srvores arrancadas: Quantas Grvores velhas arrancaram Do vento bravo as férias indinadas! As forcosas raizes nao cuidaram Que nunca pera o céu fossem viradas (est. 79) —areias revolvidas: Nem as fundas areias, que pudessem Tanto os mares, que nunca em cima as revolvessem. (est. 79) ' ' 1 ' t ' ' t t t | | t I i | ' i i 1 i i i i i ' ' t 1 ' | t t ' ' ' t ' t ' i 1 ! Siplica de Vasco da Gama (ests. 80-84) + Vasco da Gama teme nao chegar a india, estando tao perto, e pede o auxilio divino, salientando: ~afragilidade do homem face as forcas da natureza: No fim de tantos casos trabalhosos, Porque somo de Ti desemparados, (est. 82) —arazao da viagem: a expansao da fé cristé: Se este nosso trabalho nao Te ofende, Mas antes Teu servico s6 pretende? (est. 82) ~a gléria dos portugueses que morreram no Norte de Africa por oposi¢ao & sua morte indigna, sem atingir 0 seu objetivo: Oh! Ditosos aqueles que puderam Entre as agudas lan¢as Africanas ‘Morrer, enquanto fortes sustiveram Assanta Fé nas terras Mauritanas! (est. 83) + Atempestade nao abranda perante a siiplica de Gama: Assi dizendo, os ventos, que lutavam Como tours indémitos, bramando, Mais e mais a tormenta acrescentavam, Pela mitida enxGrcia assoviando. (est. 84) Intervengdo de Vénus e das Ninfas (ests. 85-91) + Vénus percebe o perigo por que passam os seus protegido: A Deuso, que nos Céus a governava, De quem foge o ensifero Orionte, Tanto que o mar e a cara armada vira, Tocada junto foi de medo e de ira. (est. 85) + Adeusa do Amor conclui que a tempestade é mais uma cilada de Baco: “Estas obras de Baco sdo, por certo,” (est. 86) + Vénus chama as Ninfas para seduzirem e acalmarem os ventos: Enquanto manda as Ninfas amorosas Grinaldas nas cabegas por de rosas. (est. 86) + Perante a presenca das Ninfas, os ventos param de soprar e a tempestade amaina: Assi foi: porque, tanto que chegaram A vista delas, logo Ihe falecem As forcas com que dantes pelejavam, E j6, como rendidos, ihe abedecem. (est. 88] Chegada 4 india (ests. 92-94) + Terminada a tempestade, os marinheiros avistam Calecute: Jé.amanha clara dava nos outeiros Por onde o Ganges murmurando soa, Quando da celsa gévea os marinheiros Enxergom terra alta, pela proa, (est. 92) * O piloto melindano, que os conduziu até a india, anunciou a chegada: Disse alegre 0 piloto Melindano: “Terra é de Calecu, se ndo me engano; (est. 92) + Vasco da Gama ajoetha-se e agradece a Deus a concretizacao do seu objetivo: As gracas a Deus dava, e razdo tinha, (est. 94) Episédio da Ilha dos Amores: a recompensa Plano da viagem e da mitologia Narrador: 0 Poeta Vénus prepara uma recompensa para os portugueses (ests. 18-29) + Vénus, afeicoada aos lusitanos, pretende recompensa-los, dando-Ihes, no mar, alguma alegria e deleite: (ests. 18-19) Porém a Deusa Cipria, que ordenada Era, pera favor dos Lusitanos, Do Padre éterno, e por bom génio dada, Que sempre os quia jé de longos anos, A gléria por trabalhos alcangada, Satisfacao de bem sofridas danos, Lhe andava jé ordenando, e pretendia Dar-the, nos mares tristes, alegria, (est. 18) (fea) J6 trazia de longe no sentido, Pera prémio de quanto mal passaram, Buscar-Ihe algum deleite, algum descanso, No Reino de cristal, liquido e manso; (est. 19] + Vénus recorre ao seu filho, Cupido, para iniciar os preparativos da recompensa dos portugueses: (est. 20) Algum repouso, enfim, com que pudesse Refocilar a lasso humanidade Dos navegadores seus, como interesse Do trabalho que encurta a breve idade. Porece-Ihe razdo que conta desse A seu filho, por cuja potestade Os Deuses faz descer ao vil terreno os humanos subir ao Céu sereno. (est. 20) + Adeusa do Amor toma decisao de preparar uma ilha divina, no meio dos mares, onde as ninfas receberao os navegadores e os recompensarao de todos os trabalhos passados: (est. 21) Isto bem resolvido, determina De ter-lhe aparelhada, | no meio Das Gguas, algiia insula divina, Ornada de esmaltado e verde arreio (est. 21) + Vénus faz indimeras diligéncias para a ilha ser o local ideal de descansoe prémio para os navega- dores portugueses: (ests. 22-29) Ali quer que as aquéticas donzelas Esperem os fortissimos bardes (est. 22) CLASSIFICAGAO DO EPISODIO +A llha dos Amores é um simbolo da recompensa que os portugueses merecem Por terem ultra- i i i i i i i i i i i i | | | | 1 | | | | | | | passado todos os obstaculos e atingido o seu objetivo com sucesso. . Episédio de Lionardo Plano da viagem e da mitologi Narrador: 0 Poeta Apresentagiio de Lionardo (ests. 75-76) + Lionardo é um marinheiro divertido, mas infeliz no amor: Lionardo, soldado bem desposto, Manhoso, cavaleiro e namorado, A quem Amor ndo dera um s6 desgosto, {est. 75) + Nallha dos Amores, apaixona-se por Efire, uma ninfa aquatica: Quis aqui sua ventura que corria Apés Efire, exemplo de beleza, Que mais caro que as outras dar queria O que deu, pera dar-se, a Natureza. (est. 76) Relato da aventura amorosa de Lionardo (ests. 76-83) + Lionardo persegue a ninfa, pede-Ihe que nao fuja, que o aceite e que o ajude a ultrapassar os seus infortiinios amorosos: (ests. 76-81) “O fermosura indigna de asperezo, Pois desta vida te concedo a palma, Espera.um corpo de quem levas a alma! (est. 76] + Aninfa fica encantada com as palavras de Lionardo e desiste de fugir, entregando-se ao amor: Jé ndo fugia a bela Ninfa, tanto Por se dar cara ao triste que a sequia, Como por ir ouvindo o dace canto, As namoradas magoas que dizia, (est. 82) Unido entre as Ninfas e os marinheiros portugueses (est. 84) + Do mesmo modo que Lionardo, os restantes marinheiros tm encontros amorosos, concreti- zando-se uma uniao entre os homens e as deusas, apenas possivel aos verdadeiros herdis: As maos alvas |hes davam como esposas; Com palavras formais e estipulantes Se prometem eterna companhia, €m vida e morte, de honrae alegria. (est. 84) Cees era) ~~ on - -- -- - - - - e Episédio da despedida de Tétis e da chegada a Portugal Gee ue ae Narrador: 0 Poeta Despedida de Tétis (ests. 142-143) + Discurso de Tétis aos portugueses, profetizando glorias futuras: Até aqui, Portugueses, concedido Vos é saberdes os futuros feitos Que, pelo mar, que ja deixais sabido, Virgo fazer bardes de fortes peitos. (est. 142) + Despedida da ninfa, anunciando uma viagem de regresso tranquila: Podeis vos embarcar, que tendes vento mar tranquilo, pera a patria amada.” (est. 143) + Preparativos para a partida com o aprovisionamento das naus: Assi he disse, e logo movimento Fazem dala alegre e namorada. Levam refresco e nobre montimento; (est. 143) Chegada a Portugal (est. 144) + Viagem de regresso a Patria: Assi foram cortando 0 mar sereno, Com vento sempre manso e nunca irado, ‘Até que houveram vista do terreno Em que naceram, sempre desejado. (est. 1414] + Chegada ao Tejo: honra e gléria do dever cumprido: Entraram pela foz do Teja ameno, Ea sua patria e Rei temido e amado O prémio e gléria déo por que mancou, E com titulos novos se ilustrou. (est. 144) Lamento do poeta (est. 145) + 0 Poeta manifesta tristeza e desencanto face a situac3o do pats: ~lamenta a desvalorizacao da Arte e dos artistas: ~denuncia a cobica e a corrup¢ao que domina a sociedade Exortagdio a D. Sebastidio (est. 146) +0 Poeta apela a D. Sebastiao para que ele valorize a singularidade e exceléncia dos seus vassalos: Lamento do Poeta e exortago a D. Sebastidio cued eked No mais Musa, no mais, que a Lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida, Endo do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. (est. 145) 0 favor com que mais se acende o engenho Nao no dé.a pétria, ndo, que esté metida No gosto da cobiga e na rudeza Dhda austera, apagads e vil tristeza. (est. 145) Por isso vés, 6 Rei, que por divino Conselho estais no régio séolio posto, Olhai que sois fe vede as outras gentes} Senhor sé de vassalos excelentes. (est. 146] | | | | | | | | | | | | j ! | ] ] : ] ! ] : ' : ; ; : : : : ‘ L Consideracées finais eRe Eka} © poeta refere as suas qualidades artisticas (est. 154) + 0 Poeta dirige-se a D. Sebastiao, assumindo a sua condi¢ao de vassalo: ‘Mas eu que falo, humilde, baxo e rudo, De vés nao conhecido nem sonhado? (est. 154) + 0 Poeta enumera as suas quatidades artisticas e querreiras: Nem me falta na vida honesto estudo, Com longa experiencia misturado, Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas que juntas se acham roramente. 6.) Pera servir-vos, braco as armas feito; Pera cantar-vos, mente ds Musas dada; (ests. 154-155) O poeta enaltece o rei (est. 155-156) + 0 Poeta elogia o rei e incita-o a continuar a obra dos seus antepassados: Se me isto 0 Céu concede, e 0 vosso peito Dina empresa tomar de ser cantado, Como a pressaga mente vaticina, Olhando a vossa inclinagéo divino, (est. 155) + 0 Poeta demonstra o desejo de cantar 0s feitos gloriosos futuros vaticinados para D. Sebastiao: Fico que em todo o mundo de vés cante De sorte que Alexandro em vos se veja, Sem da dita de Aquiles ter enveja, (est. 156)

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