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INTRODUGAO Uma segunda-feira, h alguns anos atrds, acordei e decidi que iria sair e comprar um carro novo. E 1é fui eu. Entrei em uma revendedora de automéveis e fiquei 14 por mais ou menos 10 minutos, esperando para comprar um carro. Nao me parecia que 0 vendedor estivesse muito ocupado. Estava falando ao telefone. Recostado, com os pés para cima, cigarro na mao, com uma xicara de café, rindo e fazendo piadas. Nao me parecia que ele estivesse conversan- do com um cliente. Finalmente, consegui sua atengao. Olhei para ele de onde estava e dei-Ihe um olhar do tipo “Vocé vem até aqui me atender?” E ele me deu o sinal de “espere por mim”. Saf da loja. Fui até uma segunda revendedora, que vendia o mesmo tipo de car- ro. Cheguei até o vendedor e disse: — Que tal vender um carro hoje? — Claro. ‘ Descrevi para ele 0 carro que queria. — Esse que eu quero. E exa- tamente 0 carro que eu quero. Vocé tem um, no patio. Eu o vi antes de entrar. Quero saber o melhor prego e nao vou discutir. Faga o melhor prego e quero as chaves porque vou dar uma volta para testar 0 carro. E ele falou: — Esse nao € 0 carro que vocé quer. Esse nao é vocé. Eu, naturalmente olhei para o carro lé fora e concordei comigo mes- mo que ele nao era eu, porque ele estava 14 e eu estava aqui. Depois de uma breve pausa: — Sim, é 0 carro que eu quero. — Nao, nao é. — Naturalmente que é! — Nao, nao é. — Sim, é! 1

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