Nº 1 Mês: outubro Ano:2019 Pág.

Nota de abertura – Biblioteca Imaginária

Uma Biblioteca é uma composição de todas as possibilidades,

daquelas que em diferentes tempos sonhámos com tudo aquilo que
era possível construir, a palavra e a linguagem, o conceito e a imagem.
Biblioteca Imaginária, no sentido de ser um espaço para construir um
repositório de palavras, de imagens, de ideias à sombra de utopias
Índice
humanas. Se a biblioteca é o melhor lugar do mundo, como
construção de uma respiração individual, como lugar acima do tempo
e do espaço, em cada um existe uma ideia imaginária do que cada um Artigos de Interesse Especial
pode ser. Seria muito bom conhecer qual é a biblioteca imaginária de Nota de abertura____________1
cada um. Por aqui durante alguns meses daremos uma ideia da nossa
Destaque do mês:
biblioteca imaginária. Ela e os espaços das palavras, as cores do que
As Bibliotecas
um dia cada homem ousou ser entre a face da verdade e o signo do
belo. Falar de uma biblioteca imaginária significa falar do ato fundador Escolares___________________2
da leitura e do ler. Lemos as palavras, os sinais dos nomes das coisas. Memória coletiva:
Lemos na paisagem os contornos das colinas, o diverso em diálogo Rosa Parks_________________3
com o aberto. Lemos com os olhos, com as cores e as formas da arte.
Uma proposta de leitura:
Lemos entre o sonho e a perda, o doce e o amargo. Lemos na utopia
do que procuramos compreender. Esta distante proximidade _____3
Jorge Luís Borges deu-lhe a mais bela e sentida definição para esse Ideias do mês_______________4
espaço único, a Biblioteca. Definiu-a assim, “Sempre imaginei a Escrita de palavras___________4
BIblioteca como uma espécie de paraíso”. Frase de Borges que se
tornou um lema vivo, uma visão para um mundo suportado no livro,
mas também em outras formas de expressão, a arte. Frase que nos
Destaques Individuais
indica que é necessário alimentar a imaginação, criar a fantasia para
que seja possível alimentar outros territórios, ou tão só como disse Autor do mês_______________3
Tolentino Mendonça, “encontrar Deus pelos baldios”.
Um Poema_________________ 2
Frase para um resguardo do mundo, do barulho, do movimento, do
social e onde é possível realizar a maior das aprendizagens. Essa que
se torna essencial que é o de ler; ler continuadamente para um dia
poder exprimir uma frase, uma história, ou só guardar a essência do
real mais substantivo. A imaginação é sempre aqui uma conquista
sobre o banal, sobre o instante perdido em novidades sem significado.
 Nº 1 Mês: outubro Ano: 2019
Um poema – Manuel António Pina (Excertos)
É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso
coração)
dizendo ‘eu’ entre nós e nós?
Manuel António Pina, “Os livros”,
In, Todas as palavras: poesia reunida
(1974-2011) / Manuel António Pina. - 3ª
ed., reimp. - [Lisboa] : Assírio & Alvim,
2015. - 395, [4] p. ; 22 cm. - (Documenta
poetica ; 62). - ISBN 978-972-0-79293-8
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Destaque mensal – As Bibliotecas Escolares
A Biblioteca terá que ser o centro da sociedade. O homem é um
animal leitor, leitor do mundo. Procuramos as constelações da
narração: quem são os outros e onde estamos. Desenvolvemos o
poder da imaginação. Somos capazes de criar o mundo, antes
mesmo da criação do mundo. As bibliotecas são a memória
privada e a memória pública. A biblioteca é autobiografia de cada
um. É o rosto de cada um de nós. As bibliotecas são também a
biografia da sociedade, a sua identidade. As bibliotecas públicas
são o rosto da comunidade. Nós somos o que a biblioteca nos
recorda o que somos. Um livro conta a experiência de cada um,
onde estão as paixões mais secretas e os desejos mais íntimos.
"Clínica da alma" é a sua melhor definição. A centralidade da
atividade intelectual está na clínica da alma!"
Alberto Maguel, "Reading and Libraries".
Memória coletiva: Rosa Parks
Rosa Parks é um nome que está associado à defesa dos direitos
cívicos nos Estados Unidos. Nos anos cinquenta teve um papel
importante no movimento de defesa dos direitos cívicos dos
negros. Na década seguinte acompanharia Martin Luher King
nessa ideia de que houvesse igualdade racial nos Estados
Unidos. Rosa Parks nasceu no Alabama a 04.02.1913 e faleceu a
24.10.2015 em Detroit. A um de dezembro de 1955 Rosa Parks
tomou o autocarro justamente em Montgomery. A
determinada altura do percurso e na ausência de lugares
sentados, o condutor solicitou que os negros se levantassem
para que os passageiros brancos sem lugar se sentassem. Rosa
Parks revoltou-se contra esta ideia não dando o seu lugar. Rosa
acabou por ser presa pela sua atitude de coragem. Trata-se de
um testemunho de grande relevância cívica e que se alarga ao
que foi o movimento cívico e aos protestos em Selma
conduzidos mais tarde por Martin Luther King. O presidente
Obama na sua candidatura presidencial inspirou-se nesta ideia
de coragem, de possibilidade dado pelo exemplo de Rosa Parks.
Nº 1 Mês: outubro Ano: 2019
Uma proposta de leitura: Esta
distante proximidade
Tudo está na nossa HISTÓRIA? As histórias são
bússolas e arquitectura; navegamos por elas,
construímos os nossos santuários e as nossas prisões
com elas, e não ter uma história é estarmos perdidos
na vastidão do mundo que se espalha em todas as
direções como a tundra ártica ou o mar de gelo. Amar
alguém é pormo-nos no seu lugar, dizemos, que é
pormo-nos na sua história, ou descobrirmos como
contar a nós próprios a sua história. O que significa
que um lugar é uma história, e as histórias são
geografias, e empatia é antes de mais nada um ato de
imaginação, uma arte de contar histórias, e ainda um
modo de viajar e um lugar para o outro. (…)
Contamos histórias a nós próprios a fim de vivermos
(…) contamo-nos histórias que nos salvam e histórias
que são areias movediças onde esbracejamos e o poço
onde nos afogamos, histórias de justificação, de
maldição, de sorte e de amores infortunados, ou
versões envoltas em cinismo que por vezes é uma
roupagem bastante elegante. (…) A tarefa de
aprender a ser livre exige aprendermos a ouvir as
histórias, a fazer pausas e a ouvir o silêncio, a saber o
seu nome, e depois tornarmo-nos contadores de
histórias.
Esta distante proximidade /Rebecca Solnit ; trad.
José Lima. - 1ª ed. - Lisboa : Quetzal, 2015. - 291, [5] p.
; 24 cm. - (Serpente emplumada). - Tít. orig.: The
faraway nearby. - ISBN 978-989-722-221-4
Autor do mês: Ilse Losa Pág. 3
A Literatura de memórias tem nos últimos anos dado
uma grande importância ao testemunho dos
momentos particulares, da intimidade com que
tantas pessoas sujeitas a processos políticos e sociais
violentos foram capazes de sobreviver e construir a
sua identidade. O mundo em que vivi é de um tempo,
em que esse tipo de literatura ainda não tinha uma
grande expressão na Europa, mas enquadra-se muito
nesse espírito. Ilse Losa escreve na primeira pessoa, a
experiência da sua infância, do início da adolescência
na Alemanha dos anos trinta, dando-nos a memória
da sua família, de um passado com os seus avós, de
um universo que se perdeu em muitas das suas
particularidades e afetos. É um livro sobre esse
momento inexplicável da história humana, em que a
ausência de um espírito corrompeu a essência da
vida e a dignidade de milhões de seres humanos.
Nele percebemos como o impossível pôde ser
possível, pela crença de um povo numa esperança
que se ausentou de si no mais óbvio, onde aos sinais
sucessivos foram dadas respostas pouco adequadas.
É um livro sobre a vida num século, onde assistimos à
construção de um tempo global dominado por uma
estética de agressão, de desvinculação das pessoas a
uma comunidade, a uma cultura. São esses
fragmentos de mundos particulares que chegam até
nós. Em O mundo em que vivi recebemos os espaços,
as atmosferas de uma condenação no plano
individual a uma cultura que não pôde sobreviver,
que se desmoronou, nas perguntas de silêncio de
milhões de judeus que interrogaram os dias. Dessas
perguntas, as respostas impossíveis chegaram acima
de toda a probabilidade, acima de toda a decência
humanas. A história de Ilse Losa teve um fim feliz e
com ela recordamos esse passado, de onde ela
sobreviveu para uma vida de escritora, na cidade do
Porto. O mundo em que vivi é em parte, esse
caminho para uma escrita que ela preencheria com
momentos particulares, os "pequenos nadas" que
podem fazer renascer os momentos da vida.
O mundo em que vivi / Ilse Losa. - 33ª ed. - Porto :
Afrontamento, 2014. - 196 p. ; 21 cm. - (Fixões ; 14). -
Ler+ Plano Nacional de Leitura. - ISBN 978-972-36-
0535-8
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BIBLIOTECAS ESCOLARES
Ideias para o mês
Biblioteca Escolar| AEARS (sede)
Avenida João Paulo II – Marinhas Destacamos como autor do Mês, na Biblioteca,
Telefone: 253 960 210 Ilse Losa. No blogue, tem sido feita referência ao
biblioteca@marinhas.org seu testemunho como escritora. No espaço de
leitura informal, fez-se o destaque dos livros do
mês. Nos acontecimentos do mês, importou
destacar:
- Dia 16: Dia Mundial da Alimentação;
- Dia 28: Dia das Bibliotecas Escolares.
- Dia 30: Luta contra o cancro da mama
Blogue
Biblioleitores (AEARS) Escrita de palavras: apresentar um livro

Redes Digitais O Marc vive com os pais, e os irmãos em Munique e com

Diigo (em construção) o Mix que é o seu gato preto, com uma mancha branca na
Twitter barriga. Eles são amigos desde a infância e nunca se
Pinterest separaram. O Max cresceu e mudou de casa para um
Facebook apartamento e levou o seu gato consigo.
Instagram
Quando o Max começa a trabalhar já não pode estar
tanto tempo em casa. E, nessa altura Mix que está a
envolver-se e a perder a visão sente-se cada vez mais
sozinho.
Um dia Mix descobre que há um ladrão a comer os
cereais do dono e é então que encontra um rato e começa a
chamar-lhe Mesc, por ser mexicano. A partir daí apoiam-se
um ao outro e partilham muitas aventuras. Quando o gato
fica cego o rato irá ser o seu maior apoio, vivendo assim
felizes para sempre.
Esta é uma história sobre o valor da verdadeira amizade.
BIBLIOTECAS ESCOLARES

Agrupamento de Escolas António David Pereira |6ºBF

Rodrigues Sampaio | Esposende AEARS |EB de Forjães| 2019/2020