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Aula 02
Venham comigo!
ESTRUTURA VERBAL
RADICAL
VOGAL TEMÁTICA
Exemplo:
Presente do indicativo
Eu ponho / Tu pões / Ele põe / Nós pomos / Vós pondes / Eles põem
TEMA
Por meio da união entre radical e vogal temática temos o que se chama
tema.
Exemplos:
Cant a va s
Vend e re mos
Part i ra s
DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª 2ª e 3ª
Modo Tempo Exemplo Exemplo
Conjugação Conjugações
Presente ø (zero) falo ø (zero) vendo, parto
Pretérito
perfeito
ø (zero) falei ø (zero) vendi, parti
vendia,
Pretérito falava, vendíeis;
-va (-ve) -ia (-íe)
imperfeito faláveis partia,
partíeis
Pretérito vendera,
-ra (-re) falara, -ra (-re) vendêreis;
Indicativo mais-que- partira,
átono faláreis átono
-perfeito partíreis
venderá,
Futuro do -ra (-re) falará, -ra (-re) vendereis;
presente tônico falareis tônico partirá,
partireis
venderia,
Futuro do falaria, venderíeis;
-ria (-ríe) -ria (-ríe) partiria,
pretérito falaríeis
partiríeis
venda,
Presente -e fale, faleis -a
parta
Subjuntivo Pretérito falasse, vendesse,
-sse -sse
imperfeito falasses partisse
falar, vender,
Futuro -r -r
falares partir
DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
1ª 2ª e 3ª
Modo Tempo Exemplo Exemplo
Conjugação Conjugações
fale, vendam,
Afirmativo -e -a
falemos partam
Imperativo não fale,
não vendam,
Negativo -e não -a não partam
falemos
falar, vendermos,
Infinitivo Pessoal -r -r
falares partirmos
DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS
1ª pessoa do singular
2ª pessoa do singular
-s (em todos os tempos, exceto no Imperativo afirmativo): falas, vendes, partes; falarás.
-ste (no Pretérito perfeito do indicativo): falaste, vendeste, partiste.
Ø (no Imperativo afirmativo): fala (tu), vende (tu), parte (tu).
3ª pessoa do singular
1ª pessoa do plural
2ª pessoa do plural
3ª pessoa do plural
INDICATIVO
- indicar uma ação passada, porém não totalmente concluída em relação à outra.
Dica estratégica!
Dica estratégica!
Atenção!
o pretérito imperfeito foi empregado incorretamente. Esse tempo verbal deve ser
utilizado para denotar uma ação ocorrida no passado. Não se trata do caso em análise.
Como há uma condição, demonstrada pelo excerto “Se você não me queria”, o correto é
empregar a forma deveria, no futuro do pretérito do indicativo.
Exemplo: O evento “Rio + 20” está complicando o trânsito hoje. Se eu viesse a pé, eu já
estava lá.
No exemplo acima, foi indicada uma condição – Se eu viesse a pé. Logo, deveria ser
empregada a forma verbal estaria, conjugada no futuro do pretérito do indicativo.
Continuando...
- expressar polidez.
IMPERATIVO
- afirmativo.
Exemplo: Estudem!
- negativo.
Eu falo - Eu fale -
Tu falas Fala tu Tu fales Não fales tu
Ele fala Fale você Ele fale Não fale você
Nós falamos Falemos nós Nós falemos Não falemos nós
Vós falais Falai vós Vós faleis Não faleis vós
Eles falam Falem vocês Eles falem Não falem vocês
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
Afirmativo
Negativo
Que ele fale (presente do subjuntivo) :: Não fale você (imperativo negativo)
Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: Não falemos nós (imperativo negativo)
Que vós faleis (presente do subjuntivo) :: Não faleis vós (imperativo negativo)
Que eles falem (presente do subjuntivo) :: Não falem vocês (imperativo negativo)
FORMAS NOMINAIS
Dica estratégica!
O gerúndio:
- equivale a um advérbio.
Exemplos:
Ele tem passado em muitos concursos. (pretérito perfeito composto do subjuntivo)
Até a prova, terei estudado muito. (futuro do presente composto do indicativo)
O aluno foi aprovado pela banca examinadora. (locução verbal de voz passiva)
Aprovado o aluno, tomou posse no cargo. (oração subordinada adverbial temporal
reduzida de particípio)
Este aluno está aprovado. (adjetivo)
Dica estratégica!
Exemplos:
Terminada a prova, vamos para casa. (presente)
Terminada a prova, fomos para casa. (passado)
Terminada a prova, iremos para casa. (futuro)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Comentário: Inicialmente, percebemos que, no texto, há uma relação entre o autor do texto
e o que é enunciado. Ao longo da superfície textual, notamos que foram empregadas
diversas formas verbais flexionadas no presente do indicativo (modo que indica um fato,
uma certeza), quais sejam, “são” (linha 1), “relacionam-se” (linha 2), entre outros,
caracterizando um texto enunciativo. No contexto, é possível notar que o verbo
“corresponder” está conjugado no presente do indicativo. Portanto, está em conformidade
com a norma culta. Ademais, não seria correta a substituição pela forma verbal
“corresponda”, pois esta, por estar flexionada no presente do subjuntivo, transmite a ideia
de hipótese, possibilidade.
Gabarito: Errado.
Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste
primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central
(BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo
modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a
transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on
line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os
saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as
cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato
tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma
fatia dos investimentos que serão feitos.
Comentário: O presente do indicativo pode ser empregado para denotar uma ação futura,
tornando-a atual, no momento em que se fala. Trata-se apenas de um recurso utilizado pelo
autor, sem desrespeitar as regras de conjugação verbal ou causar incoerência textual.
Gabarito: Errado.
É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do
desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de
encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas
sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.
(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
Gabarito: Certo.
No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a
referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um
quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores
e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas
presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente
atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com
todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...
(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.)
Comentário: Novamente, temos uma questão que versa sobre o emprego dos tempos e
modos verbais. No contexto, a forma verbal “justifique” está conjugada no presente do
subjuntivo. Conforme já estudamos, esse modo (subjuntivo) transmite a ideia de hipótese,
possibilidade, dúvida, incerteza. Percebam que essa noção é ratificada pelo vocábulo
“talvez” (linha 1). Por sua vez, a forma “justifica” está flexionada no presente do indicativo,
denotando certeza, realidade. Logo, estaria gramaticalmente incorreta a substituição
daquela (justifique) por esta (justifica).
Gabarito: Errado.
Gabarito: Certo.
A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que
discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem
sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de
só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de
exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos
amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como
extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos
nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes
privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem
procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem
restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.
(Zero Hora, 27/2/2009)
Gabarito: Errado.
Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente
focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais,
econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são
experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como
indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas
conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante
ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de
organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento
constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe
Comentário: Para resolver esta questão é necessário fazer a distinção entre as formas
“torcíamos” e “torcemos”.
torc- radical
ia – desinência modo-temporal de pretérito imperfeito do indicativo
mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural)
torc- radical
e – vogal temática
torce – tema
mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural)
Portanto, a pessoa gramatical “nós” (1ª pessoa do plural) foi mantida. Entretanto,
houve variação verbal tão somente no tempo, mas não no modo verbal (indicativo).
Gabarito: Errado.
Que ele invista (presente do subjuntivo) :: Invista você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Que ele ouça (presente do subjuntivo) :: Ouça você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Que ele leia (presente do subjuntivo) :: Leia você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa
Gabarito: E.
Comentário: No texto, foi empregada a forma verbal “consegue”, a qual está conjugada no
presente do indicativo. Esse modo verbal transmite ideia de certeza, realidade. Ao fazer a
substituição pela forma “consiga”, flexionada no presente do subjuntivo, transmitir-se-á ideia
de hipótese, possibilidade, dúvida. Além disso, acarretará erro gramatical. Vejam como o
período fica incorreto:
“O homem mais humilde (...) já não mais consiga cumprir ...”
Gabarito: Errado.
Gabarito: Errado.
TEMPOS COMPOSTOS
MODO INDICATIVO
Exemplos: Cidadezinha que não tem cabido no mapa. (= Cidadezinha que não coube
no mapa.)
O papel da polícia tem sido o de impor o medo.
Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca tinha visto
uma seca tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já tinha pegado a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já tinha saído.
Atenção!
Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca vira uma seca
tão severa no Nordeste.
“A essa altura eu já pegara a segunda de uma figueira ...”
Quando cheguei, ele já saíra.
MODO SUBJUNTIVO
A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não
consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não
será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a
água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um
controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para
viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma
concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude
estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa
desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão
de uma epidemia.
(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)
I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher
acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera
escolhido.
Gabarito: Errado.
(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74)
Gabarito: Errado.
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações)
Gabarito: Errado.
CORRELAÇÃO VERBAL
Nesse caso, não podemos dizer “você passará no concurso”, pois o ato de
passar está condicionado não a uma certeza, mas apenas a uma hipótese,
transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo de estudar. Logo, percebemos
que o período está incoerente, ou seja, não há uma correlação verbal.
Ex.: Notou que seu desempenho nas provas melhorava à medida que resolvia
questões anteriores.
Atenção!
Correlação Verbal
(Quadro Esquemático)
Presente Presente
Presente Futuro do
Presente
Passado Passado
Futuro do Passado
Pretérito
Futuro do
Presente
Futuro do
Subjuntivo ou
Futuro do Presente
Composto do indicativo
(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012)
(1) (2)
a) enquanto possa aplicar / se pudesse emprestar
b) se pudesse aplicar / quando pudesse emprestar
c) caso aplicasse / caso emprestasse
d) se pode aplicar / se pode emprestar
e) quando pudesse aplicar / enquanto possa emprestar
Lacuna (1): “Se pode aplicar” – o verbo em destaque está flexionado no presente do
indicativo, mantendo uma correta correlação com verbo “aceitar”, constante do trecho “...o
depositante não aceitará...”.
Lacuna (2): “Se pode emprestar” – a forma verbal destacada está flexionada no presente do
indicativo, mantendo uma adequada correlação verbal com a forma “emprestará”, constante
do trecho “...só emprestará a terceiros...”.
A) Errada.
Lacuna (1): “Enquanto possa aplicar” – a forma em destaque deve ser conjugada no futuro
do subjuntivo – “enquanto puder aplicar” – para correlacionar-se de maneira correta com o
futuro do presente em “aceitará”.
Lacuna (2): “Se pudesse aplicar” – a forma em destaque deveria flexionar-se no futuro do
subjuntivo – se puder aplicar –, a fim de manter a correta correlação com o verbo
“emprestar”.
B) Errada.
Lacuna (1): “Se pudesse aplicar” – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo “aceitar”, o
qual está no futuro do presente.
Outra possibilidade seria manter a forma verbal “pudesse” – “se pudesse aplicar – e
conjugar o verbo “aceitar” no futuro do pretérito (aceitaria), indicando uma ideia hipotética.
Lacuna (2): “Quando pudesse emprestar – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo
“emprestar”, que está no futuro do presente (emprestará).
C) Errada.
Lacuna (1): “Caso aplicasse” – o verbo “aplicar” está conjugado no pretérito imperfeito do
subjuntivo, tempo e modo verbais que exprimem ideia hipotética. Por essa razão, o verbo
“aceitar”, constante do trecho “... o depositante não aceitará...”, deveria ser conjugado no
futuro do pretérito (aceitaria).
E) Errada.
Lacuna (1): “Quando pudesse aplicar” – o verbo “poder” está conjugado no pretérito
imperfeito do subjuntivo. Porém, para manter a correlação adequada com o verbo “aceitar”,
constante do trecho “... o depositante não aceitará ...”, deve ser flexionado no futuro do
subjuntivo: “quando puder aplicar”.
Lacuna (2): “Enquanto possa emprestar” – o verbo “poder” está conjugado no presente do
subjuntivo. Entretanto, para manter a correlação adequada com o verbo “emprestar”,
constante do trecho “... só emprestará a terceiros...”, deve flexionar-se no futuro do
subjuntivo: “enquanto puder emprestar”
Gabarito: D.
Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a
maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos
complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e
Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham
identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida
suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,
porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso
ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.
I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no
futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.
Gabarito: Errado.
Exemplos:
Falar: eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam.
Correr: eu corro, tu corres, ele corre, nós corremos, vós correis, eles correm.
Partir: eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.
Dica estratégica!
Exemplo:
COMER (verbo de 2ª conjugação)
eu como eu comi
tu comes tu comeste
ele come ele comeu
nós comemos nós comemos
vós comeis vós comestes
eles comem eles comeram
Por que eu disse “em regra”, acima? Porque algumas formas verbais
terminadas em -iar são irregulares. São elas: mediar (além do derivado
intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar.
E o que isso significa? Meus amigos, por serem irregulares, os verbos acima
receberão a vogal E nas formas rizotônicas (rizo = raiz + tônica = sílaba forte), ou
seja, rizotônica é a forma cuja sílaba tônica recai no radical do verbo.
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos,
uma operação de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em
regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou
antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as
operações monetárias, portanto, é fundamental para a própria segurança e estabilidade das
relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja
transgressão à norma culta formal.
Exemplos:
Gabarito: Errado.
Exemplos:
Fazer: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem.
Ouvir: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem.
Dica estratégica!
Exemplo:
CABER (verbo de 2ª conjugação)
eu caibo eu coube
tu cabes tu coubeste
ele cabe ele coube
nós cabemos nós coubemos
vós cabeis vós coubestes
eles cabem eles couberam
Exemplo: ARREAR (pôr arreio) - eu arreio, tu arreias, ele arreia, nós arreamos,
vós arreais, eles arreiam.
Comentário: Há erro gramatical na opção (D). O verbo “frear” termina em “-ear”, sendo,
portanto, irregular. Como consequência, receberá a vogal “i” nas formas rizotônicas
(aquelas em que a sílaba tônica recai no radical).
Assim, no trecho “... tivessem Ir retido na fonte e pleiteam restituição”, a forma verbal
destacada está incorreta. O certo é “pleiteiam”.
Gabarito: D.
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
Gabarito: C.
c) Anômalos – para facilitar a vida de vocês (rs...), são apenas dois: ser e ir.
SER
eu fui eu era
tu foste tu eras
ele foi ele era
nós fomos nós éramos
vós fostes vós éreis
eles foram eles eram
IR
eu fui eu ia
tu foste tu ias
ele foi ele ia
nós fomos nós íamos
vós fostes vós íeis
eles foram eles iam
Exemplos:
PRECAVER
nós precavemos –
vós precaveis precavei vós
REAVER
nós reavemos –
vós reaveis reavei vós
REAVER
e) Abundantes – são verbos que apresentam mais de uma forma de igual valor e
função.
Exemplo:
Presente do indicativo
Imperativo afirmativo
Exemplo: Os documentos têm sido aceitos por eles. (têm sido aceitos = locução
verbal de voz passiva)
Comentário: A opção incorreta encontra-se na letra (A). Antes de tudo, alguns de vocês
podem desconhecer o que significa “perífrase”. Por perífrase compreende-se um recurso
estilístico que qualifica pessoa ou coisa.
Presente do indicativo
Eu impugno, tu impugnas, ele impugna, nós impugnamos, vós impugnais, eles impugnam.
Gabarito: A.
Comentário: Conforme estudamos nas lições, o verbo “reaver”, que significa “recuperar”, é
defectivo, haja vista o fato de não ser conjugado em todas as pessoas do presente do
indicativo. Esse verbo só se apresenta na primeira e segunda pessoas do plural:
nós reavemos, vós reaveis. Como não há a primeira pessoa desse tempo verbal, o verbo
“reaver” não é conjugado no presente do subjuntivo (tempo derivado do presente do
indicativo). Portanto, é errada a forma “reavenham”. Nesses casos, substituam-na por um
verbo de significado semelhante: “para que se recuperem ou mantenham benefícios
funcionais”.
Gabarito: Errado.
ALGUMAS PARTICULARIDADES
Presente do Indicativo
TER: eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse ...
VIR: eu vim, ele veio, eles vieram, quando eu vier, se ele viesse ...
Advir eu advim, ele adveio, eles advieram, quando eu advier, se ele adviesse ...
Convir eu convim, ele conveio, eles convieram, quando eu convier, se ele conviesse ...
Desavir-se eu me desavim, ele se desaveio, eles se desavieram, quando eu me desavier,
se ele se desaviesse ...
Intervir eu intervim, ele interveio, eles intervieram, quando eu intervier, se ele interviesse ...
Provir eu provim, ele proveio, eles provieram, quando eu provier, se ele proviesse ...
Sobrevir eu sobrevim, ele sobreveio, eles sobrevieram, quando eu sobrevier, se ele
sobreviesse ...
VER: eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...
Antever eu antevi, ele anteviu, eles anteviram, quando eu antevir, se ele antevisse ...
Entrever eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse ...
Prever eu previ, ele previu, eles previram, quando eu previr, se ele previsse ...
Rever eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse ...
Futuro do subjuntivo
(utilizem a conjunção “quando” para facilitar a conjugação)
VER ≠ VIR
(Quando) eu vir vier
(Quando) tu vires vieres
(Quando) ele vir vier
(Quando) nós virmos viermos
(Quando) vós virdes vierdes
(Quando) eles virem vierem
Presente do Indicativo
-UIR ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
-AIR ele extrai (de extrair) / retrai (de retrair) / distrai (de distrair)
-OER ele rói (de roer) / mói (de moer) / remói (de remoer)
Comentário: O verbo “intervir” é derivado de “vir”. Por essa razão, segue o paradigma
(modelo) de conjugação deste último:
Gabarito: Errado.
-UIR ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
Atentem para o acento agudo no ditongo aberto “ói”. Por ser um vocábulo oxítono,
deve ser acentuado. Entretanto, conforme vimos nas aulas anteriores, foi abolido o acento
agudo nos ditongos abertos “eu” e “oi” das palavras paroxítonas: ideia, jiboia.
Gabarito: Errado.
Falsos Derivados
Exemplos:
O candidato só poderá sair sessenta minutos após o início da prova.
Infelizmente, costuma haver confrontos entre torcidas nos clássicos de futebol.
CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda
do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está
mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico
pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres
consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza
recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito
negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior
valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos
1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.
(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18
de abril de 2012, p.78)
Gabarito: Errado.
II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade
na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer.
Gabarito: Errado.
VOZES VERBAIS
Outro assunto que sempre se faz presente nas provas da ESAF são as vozes
verbais. De acordo com o sujeito, as vozes verbais tripartem-se em ativa, passiva e
reflexiva.
a) Ativa – ocorre quando a ação verbal for praticada pelo sujeito do verbo.
b) Passiva – ocorre quando a ação verbal for sofrida pelo sujeito do verbo.
No exemplo acima, o carro sofre a ação de ser vendido. Temos, então, a voz
passiva analítica, obtida com a locução verbal de voz passiva foi vendido.
Exemplos:
Vendeu-se o carro.
VTD pron.
apassivador
Venderam-se os carros.
VTD pron.
apassivador
Exemplo:
Venderam os carros.
objeto direto
(sujeito indeterminado)
Exemplo:
Venderam-se os carros.
sujeito
Vejam a transposição:
Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz ativa
sempre terá um verbo a menos do que a voz passiva analítica.
Exemplo:
Dica estratégica!
Exemplo:
Índice de indeterminação
do sujeito
Exemplos:
Índice de indeterminação
do sujeito
Índice de indeterminação
do sujeito
VL
Índice de indeterminação
do sujeito
Precisa-se de empacotadores.
VTI I.I.S. OI
c) verbo de ligação:
d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a
preposição não é regida pela forma verbal:
Comeu-se do bolo.
VTD I.I.S. ODP
Dica estratégica!
Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”,
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível
identificar) comeu parte do bolo.
Conforme estudamos acima, não será admitida a transposição de voz verbal quando
houver objeto direto preposicionado.
Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.)
pronome apassivador
Importante!
A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV).
Exemplos:
Precisa-se de cozinheiro.
Queixou-se da prova.
Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem
objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo
“João” nas frases.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Precisa-se de cozinheiro.
VTI I.I.S. OI
Queixou-se da prova.
VTI PIV OI
Outros exemplos:
Necessita-se de dinheiro.
Desculpou-se do ocorrido.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Necessita-se de dinheiro.
VTI I.I.S. OI
Desculpou-se do ocorrido.
VTI PIV OI
Outros exemplos:
Vive-se bem aqui.
Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção,
tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.
Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.
Vejam a transposição:
Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz passiva
analítica sempre terá um verbo a mais do que a voz ativa.
Exemplo:
pronome reflexivo
I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical
do período.
Comentário: No trecho “exige que se use mão de obra nativa”, há uma estrutura de voz
passiva sintética, formada pela partícula “se” e pelo verbo transitivo direto “usar”. Por sua
vez, o substantivo composto “mão de obra” (grafado sem hífen após o Novo Acordo
Ortográfico) exerce a função de sujeito paciente (aquele que sofre a ação verbal). No
contexto, a partícula “se” ficou antes do verbo por uma exigência gramatical, qual seja, a
presença da conjunção integrante “que”. Veremos isso mais detidamente nos estudos da
colocação pronominal.
Conforme orientação do examinador, ao substituir a expressão “se use” por “seja
usada”, migraremos da voz passiva sintética para a passiva analítica, aquela formada pelo
verbo “ser”, seguido do particípio. Portanto, é correto fazer a substituição: “exige que seja
usada a mão de obra”. Reparem, ainda, que houve a manutenção do tempo verbal:
Gabarito: Certo.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
Comentário: Na transposição de vozes verbais, devemos ter a máxima atenção para que
seja mantido o tempo verbal. Em “o que se combate são as ideias do outro...”, a forma
verbal destacada está flexionada no presente do indicativo. Entretanto, na locução verbal de
voz passiva (analítica) “era combatido”, o verbo em destaque foi conjugado no pretérito
imperfeito do indicativo. Esse é o erro do item.
Gabarito: Errado.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-
se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar
com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação,
que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A
Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das
pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o
Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu
elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por
um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em
1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da
economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos
criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
Gabarito: Errado.
Gabarito: Errado.
PRONOMES
Exemplos:
Aquela porta, João tentou abri-la, mas não conseguiu. (“Aquela” é pronome adjetivo,
pois acompanha o substantivo “porta”; “la” é pronome substantivo, pois substitui o
substantivo “porta”: João tentou abrir a porta, mas não conseguiu.)
CLASSIFICAÇÃO
PRONOMES PESSOAIS
Dica estratégica!
Átonos – não possuem acento tônico e não são antecedidos por preposição:
me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
- as formas pronominais me, te, se, nos, vos podem ser usadas como objeto
direto ou objeto indireto.
- as formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos pronomes
possessivos (ideia de posse), desempenhando a função de adjunto adnominal.
Exemplos:
Emprestei o livro ao aluno. (= Emprestei-lhe o livro. “lhe” objeto indireto)
Emprestei o livro para o aluno. (= Emprestei-lhe o livro. “lhe” objeto indireto)
Manuela foi fiel a ele durante o namoro. (= Foi-lhe fiel durante o namoro
complemento nominal)
Eu e Tu X Mim e Ti
Dica estratégica!
Corrigindo o período:
Gabarito: Errado.
a) Se o verbo for finalizado em som nasal (-M, -ÃO ou –ÕE), os pronomes o(s), a(s)
serão transformados em no(s), na(s), respectivamente.
Exemplos:
Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. (tragam + o = tragam-no)
Sempre que meus pais têm roupas velhas, dão-nas as pobres. (dão + as = dão-nas)
Aquele rapaz põe-nos em situações embaraçosas. (põe + os = põe-nos)
Exemplos:
Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. (trazer + as = trazê-las)
As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. (seduz + as = sedu-las)
Os estudantes temiam o novo diretor e resolveram desafiá-lo. (desafiar + o = desafiá-lo)
Exemplos:
Encontramo-nos ontem à noite. (encontramos + nos = encontramo-nos)
Recolhemo-nos cedo todos os dias. (recolhemos + nos = recolhemo-nos)
Exemplos:
“concedem às crônicas” – concedem-lhes
“faltar às crônicas” – faltar-lhes
PRONOMES DE TRATAMENTO
Dica estratégica!
Exemplos:
Vossa Excelência discursou bem. (com quem se fala)
Vossa Excelência, Senhor deputado, pode ajudar-me? (com quem se fala)
Sua Excelência, a presidente Dilma, discursou bem. (de quem se fala)
Sua Excelência, o deputado, viajou. (de quem se fala)
UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO
Dica estratégica!
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
Gabarito: Certo.
PRONOMES POSSESSIVOS
Nos exemplos acima, temos duas frases ambíguas, isto é, em “José, Pedro
levou o seu chapéu.”, não é possível identificar a quem pertence o “chapéu“, ao
passo que em “João ficou com Maria em sua casa”., a posse da “casa” pode ser
atribuída tanto a “João” quanto a “Maria”.
João ficou com Maria em sua casa dela. (A casa pertence a Maria)
2ª) trocar o pronome possessivo seu(s), sua(s) pelos elementos dele(s), dela(s).
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Exemplos:
Esta caneta é do curso. (A caneta está próxima ao falante - quem fala)
Essa caneta é sua. (A caneta está próxima ao ouvinte – com quem se fala)
Aquela caneta é da Samara. (A caneta está distante do falante e do ouvinte - de
quem se fala)
- Esse, essa, isso (referência anafórica) - para situar o que já foi expresso.
- Este, esta, isto (referência catafórica) - para situar o que ainda será expresso.
Exemplos: Não concordo com o que ele falou. (= Não concordo com aquilo que ele
falou.)
Sua camisa é igual à da vitrine. (= Sua camisa é igual àquela da vitrine.)
No último exemplo acima, houve a fusão entre a preposição “a” e o “a” inicial
do pronome demonstrativo “aquela”. Graficamente, esse fenômeno, conhecido
como crase, é representado por meio do emprego do acento grave. Veremos isso
mais detidamente na aula oportuna.
- Exofórica (ou dêitica) – ocorre quando o referente está fora da superfície textual,
ou seja, faz parte da situação comunicativa (extratextual).
O termo “ele”, sem uma referência específica, não possibilita que o leitor
faça a inferência sobre a pessoa de quem se fala. Por isso, o pronome ele, no
contexto em que se encontra, é dêitico.
Lá é muito quente.
O advérbio “Lá”, sem demonstrar o lugar no texto, não situa o leitor acerca do
espaço a que se refere. Sendo assim, o advérbio lá, no contexto em que está
inserido, exerce função dêitica (ou díctica).
Exemplos:
João disse que estava a caminho. Por que será que ele não chegou ainda?
(ele refere-se a João)
É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o
Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros que se
verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos
(redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor
procura por crédito. A discreta queda dos juros não deve aumentar a procura por crédito
pelas pessoas físicas que estão conscientes de que não é o momento de se endividar, nem
favorecerá uma redução da inadimplência. No máximo, interessará às pessoas jurídicas que
buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado. Sabe-se que
uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos,
que, sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo está tentando obter uma redução
desse spread, até agora sem grande sucesso. Para uma redução sensível das taxas de
juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos públicos (Caixa Econômica
e Banco do Brasil) e, especialmente, em função de uma taxa Selic menor, reduzir o
interesse dos bancos em aplicar seus excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
Comentário: Esse tipo de questão é muito recorrente nas provas da ESAF. Então, é
preciso ter bastante atenção.
Os pronomes oblíquos desempenham um importante papel na coesão textual. Isso
ocorre com forma pronominal “las”. Ela evita a repetição da expressão “taxas de juros”,
retomando-a por meio do processo anafórico:
“Para uma redução sensível das taxas de juros, duas medidas seriam necessárias: reduzir
as taxas de juros nos bancos públicos...”
“Para uma redução sensível das taxas de juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi-
-las nos bancos públicos...”
E por que o pronome oblíquo “a” se transformou em “las”? Devido à terminação “R”
do verbo “reproduzir”: reproduzir + as = reproduzi-las.
Gabarito: Errado.
Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti requisitou uma ação coletiva mundial, com
inúmeros atores envolvidos na ajuda humanitária – países, organizações não
governamentais, empresas e os milhares de anônimos e famosos –, a situação caótica do
país devastado impôs um desafio: a quem caberá a organização das próximas etapas de
reconstrução do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a ajuda que vem de todos
os cantos do planeta? Como estabelecer um plano viável de recuperação da infraestrutura e
das instituições haitianas? O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de extrema
miséria – 80% da sua população está abaixo da linha da pobreza e sobrevive com menos
de US$ 2 diários (por volta de R$ 108 ao mês) – entrou em colapso. Como era de se
esperar, com porto, aeroporto e estradas arruinados ou semidestruídos, com a escassez de
água, alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques, e o próprio governo local
transferiu a administração da crise para outros países e instituições.
Comentário: A cadeia de coesão textual nada mais é do que um recurso utilizado no texto
para que elementos remetam semanticamente a outros componentes textuais. Analisando o
contexto, percebemos que a expressão “país mais pobre do Ocidente” faz referência
anafórica (ao que já foi citado) aos antecedentes “país devastado” e “Haiti”. Dessa forma,
fazemos referência a esses elementos, evitamos a repetição desnecessária de palavras na
superfície textual.
Gabarito: Certo.
Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados
pelo consumo de energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e
não se pode mantê-lo sem aumento do consumo global de energia. A principal fonte de
energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a emissão de CO2
na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela
adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia. Acabar drasticamente e
de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é
possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais
o seu consumo, nem pensar. O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do
desenvolvimento mundial desde o final do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído por um
predomínio do gás natural, junto com, ou antecedendo, um período de aumento de
variedade das fontes de energias e ganho das energias naturais e renováveis (sempre
como complementares), do hidrogênio e finalmente da energia atômica.
a) Em “mantê-lo” (linha 3), o pronome “-lo” retoma o antecedente “consumo” (linha 2).
b) A expressão “dessa história” (linha 4) retoma o antecedente “consumo global de energia”
(linha 3).
c) Em “seu consumo” (linha 9) “seu” refere-se a “combustíveis fósseis” (linha 7).
d) Em “sua redução” (linha 5) “sua” refere-se a “industrialização ” (linha 2).
e) A expressão “Esse ciclo” (linha 11) retoma o antecedente “começo do século XXI”
(linha 10).
Gabarito: C.
32. (ESAF-2012/CGU-Adaptada)
O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de
desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do
crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com
menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o
baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o
número de desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É
uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade – para
manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.
Gabarito: Certo.
PRONOMES RELATIVOS
QUE - empregado com o intuito de substituir Roubaram a peça que era rara no
um substantivo (pessoa ou coisa), evitando Brasil. (= a peça)
sua repetição na frase.
Observação: pode sempre ser substituído Roubaram a peça a qual era rara no
por o qual (e flexões). Brasil.
ONDE - este pronome tem o mesmo valor Eu conheço a cidade em que sua
de em que ou no qual (e flexões). Se a sobrinha mora.
preposição “em” for substituída pela Eu conheço a cidade na qual sua
preposição “a” ou pela preposição “de”, sobrinha mora.
Eu conheço a cidade onde
substituiremos, respectivamente, por aonde sua
e de onde (ou donde). sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua
O pronome onde só deve ser usado quando sobrinha foi.
houver referência a lugar. Eu conheço a cidade de onde (ou
donde) sua sobrinha veio.
Pronome Exemplos
Importante!
Exemplos:
As condições básicas de saúde, de que a população se mostra carente, deveriam
ser oferecidas pelo governo.
Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua sobrinha foi.
O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.
As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.
Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência pode trabalhar até ao fim
inteiramente alheia aos graves problemas religiosos que confundem o pensador que os
quer resolver segundo a razão, se nenhum choque exterior veio perturbar para ela solução
recebida na infância. A dúvida não é sinal de que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é
às vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
Portanto, temos um pronome relativo. Conforme estudamos nas lições, toda oração iniciada
por um relativo é classificada como oração subordinada adjetiva (o assunto classificação
das orações será estudado em aula futura).
Na primeira ocorrência, porém, não há referência ao elemento anterior. O excerto
“que a inteligência pode trabalhar ...” é complemento do verbo “compreender”, sendo
classificado como uma oração subordinada substantiva objetiva direta, iniciada pela
conjunção integrante “que”. Para facilitar a visualização, o trecho iniciado por esse conectivo
pode ser substituído pelo pronome demonstrativo “isso”: “Só mais tarde alcancei
compreender que a inteligência pode trabalhar...” :: “Só mais tarde alcancei compreender
isso...”
Gabarito: Errado.
(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática
- Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto
de 2005.)
Gabarito: B.
Próclise Exemplos
Observação!
Mesóclise Exemplos
Ênclise Exemplos
• Pronome após o verbo. A ênclise é a regra Deu-me boas dicas. (início de oração)
geral de colocação pronominal. Sendo assim, o
pronome deverá ficar posposto ao verbo quando Traga-me o café. (verbo no imperativo
não ocorrer qualquer dos casos de próclise ou afirmativo)
mesóclise.
Cuidado!
Exemplos:
Fornecido-me o material, comecei a estudar. (errado)
Fornecido a mim o material, comecei a estudar. (correto)
2ª) Não devemos usar a colocação pronominal enclítica (após o verbo) quando
houver forma verbal no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Nestes
casos, a colocação deve ser mesoclítica (no meio do verbo).
Mas:
3ª) Nas formas infinitivas antecedidas pela preposição “a”, a colocação deverá ser
enclítica (após o verbo) se o pronome oblíquo for “o” ou “a”.
Exemplos:
Professor, estamos a admirá-lo.
Se soubermos que haverá muito mais faxina, não continuaremos a fazê-la.
Dica estratégica!
Exemplos:
Continuou a lhe fazer carinho. (correto)
Continuou a fazer-lhe carinho. (correto)
4ª) Quando houver duas palavras que exigem a próclise, é permitido intercalar o
pronome oblíquo átono entre elas. A esse caso dá-se o nome de apossínclise.
• Auxiliar + Infinitivo
• Auxiliar + Gerúndio
• Auxiliar + Particípio
Dica estratégica!
Exemplos:
Tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)
Não tinha ensinado-lhe a matéria. (errado)
35. (ESAF-2008/CGU-Adaptada)
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões. Em vez
de buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivo contou com os
recursos como se fossem permanentes. ________________ a proposta orçamentária de
2008, em que consta a previsão de arrecadação do tributo que, segundo a lei, estaria
extinto.
(“Enterrar cadáveres”, Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
Comentário: Conforme estudamos nas lições, o período não deve ser iniciado por pronome
oblíquo átono. Sendo assim, a banca nos induz a aplicar a regra geral de colocação
pronominal: a ênclise. A colocação enclítica (após o verbo) sempre ocorrerá quando não
houver exigência de próclise ou mesóclise (vide tabela das páginas 70 e 71).
Gabarito: Certo.
Grande abraço!
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são
imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos
relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de
modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga
um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a
própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste
primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central
(BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo
modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a
transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on
line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os
saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as
cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato
tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma
fatia dos investimentos que serão feitos.
É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do
desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de
encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas
sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.
(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005)
No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a
referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um
quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores
e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas
presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente
atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com
todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...
(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.)
A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que
discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem
sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de
só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de
exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos
amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como
extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos
nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes
privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem
procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem
restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.
(Zero Hora, 27/2/2009)
Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente
focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais,
econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são
experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como
indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas
conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante
ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de
organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento
constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe social,
do gênero, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionalidade etc., em resumo, de quem
somos na vida social contemporânea. É inegável que a possibilidade de vermos a
multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de
outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento
ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa
multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa
própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de
rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.
(Cristina Nabuco, “Para desacelerar” Cláudia, junho 2007, p. 227.)
I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher
acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera
escolhido.
(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74)
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações)
(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012)
(1) (2)
a) enquanto possa aplicar / se pudesse emprestar
b) se pudesse aplicar / quando pudesse emprestar
c) caso aplicasse / caso emprestasse
d) se pode aplicar / se pode emprestar
e) quando pudesse aplicar / enquanto possa emprestar
Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a
maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos
complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e
Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham
identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida
suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história,
porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso
ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.
I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no
futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.
I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja
transgressão à norma culta formal.
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda
do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está
mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico
pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres
consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza
recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito
negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior
valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos
1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.
(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18
de abril de 2012, p.78)
II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade
na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer.
I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical
do período.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-
se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar
com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação,
que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A
Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das
pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o
Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu
elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por
um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em
1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da
economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos
criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito.
Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu
direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.
É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o
Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros que se
verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos
(redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor
procura por crédito. A discreta queda dos juros não deve aumentar a procura por crédito
pelas pessoas físicas que estão conscientes de que não é o momento de se endividar, nem
favorecerá uma redução da inadimplência. No máximo, interessará às pessoas jurídicas que
buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado. Sabe-se que
uma redução da taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos,
que, sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo está tentando obter uma redução
desse spread, até agora sem grande sucesso. Para uma redução sensível das taxas de
juros, duas medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos públicos (Caixa Econômica
e Banco do Brasil) e, especialmente, em função de uma taxa Selic menor, reduzir o
interesse dos bancos em aplicar seus excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti requisitou uma ação coletiva mundial, com
inúmeros atores envolvidos na ajuda humanitária – países, organizações não
governamentais, empresas e os milhares de anônimos e famosos –, a situação caótica do
país devastado impôs um desafio: a quem caberá a organização das próximas etapas de
reconstrução do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a ajuda que vem de todos
os cantos do planeta? Como estabelecer um plano viável de recuperação da infraestrutura e
das instituições haitianas? O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de extrema
miséria – 80% da sua população está abaixo da linha da pobreza e sobrevive com menos
de US$ 2 diários (por volta de R$ 108 ao mês) – entrou em colapso. Como era de se
esperar, com porto, aeroporto e estradas arruinados ou semidestruídos, com a escassez de
água, alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques, e o próprio governo local
transferiu a administração da crise para outros países e instituições.
Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados
pelo consumo de energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e
não se pode mantê-lo sem aumento do consumo global de energia. A principal fonte de
energia hoje são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a emissão de CO2
na atmosfera (embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela
adoção de novas e mais eficientes tecnologias e fontes de energia. Acabar drasticamente e
de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis fósseis não é
possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem ainda mais
o seu consumo, nem pensar. O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do
desenvolvimento mundial desde o final do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser aos poucos substituído por um
predomínio do gás natural, junto com, ou antecedendo, um período de aumento de
variedade das fontes de energias e ganho das energias naturais e renováveis (sempre
como complementares), do hidrogênio e finalmente da energia atômica.
a) Em “mantê-lo” (linha 3), o pronome “-lo” retoma o antecedente “consumo” (linha 2).
b) A expressão “dessa história” (linha 4) retoma o antecedente “consumo global de energia”
(linha 3).
c) Em “seu consumo” (linha 9) “seu” refere-se a “combustíveis fósseis” (linha 7).
d) Em “sua redução” (linha 5) “sua” refere-se a “industrialização ” (linha 2).
e) A expressão “Esse ciclo” (linha 11) retoma o antecedente “começo do século XXI”
(linha 10).
32. (ESAF-2012/CGU-Adaptada)
O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de
desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do
crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com
menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o
baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o
número de desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É
uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade – para
manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.
Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência pode trabalhar até ao fim
inteiramente alheia aos graves problemas religiosos que confundem o pensador que os
quer resolver segundo a razão, se nenhum choque exterior veio perturbar para ela solução
recebida na infância. A dúvida não é sinal de que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é
às vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
(Henrique Cunha Jr. “Novos caminhos para os movimentos negros” in Política Democrática
- Revista de Política e Cultura, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto
de 2005.)
35. (ESAF-2008/CGU-Adaptada)
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$ 40 bilhões. Em vez
de buscar alternativas para compensar a morte anunciada, o Executivo contou com os
recursos como se fossem permanentes. ________________ a proposta orçamentária de
2008, em que consta a previsão de arrecadação do tributo que, segundo a lei, estaria
extinto.
(“Enterrar cadáveres”, Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
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Gabarito